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TÉCNICAS E

PROCEDIMENTOS DE
IDENTIFICAÇÃO VEICULAR
Sumário
Apresentação ...........................................................................................................................................5
Objetivos ..................................................................................................................................................5
Estrutura do Curso ...................................................................................................................................5
Módulo 1 - Identificação de Veículos de Passageiros ...................................................................... 6
Apresentação do módulo .........................................................................................................................6
Objetivos do módulo ................................................................................................................................6
Estrutura do módulo ................................................................................................................................6
Aula 1 – Breve histórico da indústria automobilística no Brasil, a NBR 3 N° 6066/80 e o VIN:
Considerações e Estrutura ...................................................................................................................7
1.1 Breve histórico da indústria automobilística no Brasil.........................................................7
1.2 A NBR 3 nº 6066/80....................................................................................................................8
1.3. O VIN: Considerações e Estrutura .......................................................................................... 10
Aula 2 – o Conteúdo VIN ................................................................................................................... 13
2.1. 1ª Seção – WMI – Identificação Internacional do Fabricante. ............................................... 13
2.2. Estudando a 2ª Seção do Código VIN ..................................................................................... 15
2.3. Estudando a 3ª Seção do Código VIN ..................................................................................... 16
Aula 03 – A localização, fixação e decodificação do VIN................................................................... 21
3.1. A localização do VIN nas principais marcas de veículos de passageiros ................................ 21
3.2. A Fixação do VIN ..................................................................................................................... 22
3.3. A Decodificação do VIN .......................................................................................................... 23
3.4. Quadro de links das tabelas ESPECÍFICAS .............................................................................. 27
Módulo 2 – Leis, Resoluções que dispõem sobre a identificação veicular e aspectos relacionados . 32
Apresentação do Módulo ...................................................................................................................... 32
Objetivos do Módulo:............................................................................................................................ 32
Estrutura do Módulo ............................................................................................................................. 32
Aula 01 - Crimes relacionados à identificação veicular e critérios para identificação de veículos ... 33
1.1. Código Penal (alterado pela Lei 9426/96) ......................................................................... 33
1.2. Critérios para Identificação de Veículos ............................................................................ 35
Aula 2 – Sistema de placas de identificação de veículos .................................................................. 39
2.1. Principais características das placas dos veículos .................................................................. 40
2.2. Especificações dos elementos de segurança ......................................................................... 44
2.3. Fixação da placa ao veículo .................................................................................................... 48
Aula 3 – Carteira Nacional de Habilitação – CNH .............................................................................. 59
3.1 A CNH Digital ........................................................................................................................... 59

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3.2 A CNH Física ....................................................................................................................... 61
3.3 Histórico e características das CNH anteriores ................................................................. 69
Aula 04 – Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos – CRLV ........................................... 76
4.1. Especificações Técnicas .......................................................................................................... 77
4.2. Leitura do QR Code da CNH-e, CRLV, e Placa Padrão Mercosul ............................................ 81
Módulo 3 – O Sistema RENAVAM ................................................................................................ 84
Apresentação do Módulo ...................................................................................................................... 84
Objetivos do Módulo:............................................................................................................................ 84
Estrutura do Módulo: ............................................................................................................................ 84
Aula 01 – Definição, mudanças introduzidas pelo sistema RENAVAM, seus usuários e informações
........................................................................................................................................................... 85
1.1. Definição............................................................................................................................ 85
1.2. Conceito e objetivos do Projeto RENAVAM ...................................................................... 85
1.3. Histórico ............................................................................................................................ 86
1.4. Mudanças introduzidas pelo sistema RENAVAM .............................................................. 88
1.5. O Projeto RENAVAM ......................................................................................................... 90
1.6. Usuários de informações do RENAVAM ............................................................................ 91
Aula 02 – O examinador e os exames veicular e documental .......................................................... 93
2.1. O examinador e os exames .................................................................................................... 94
2.2. Características de um bom examinador................................................................................. 95
2.3. Características de um local adequado para exames .............................................................. 95
2.4. A realização dos exames veicular e documental e o Sistema RENAVAM .............................. 97
2.5. Informações importantes para a realização do exame veicular ............................................ 97
Aula 03 – Decodificação de datas de fabricação de vidros ............................................................. 102
3.1. Por que pesquisar as datas de fabricação dos vidros veiculares? ....................................... 102
3.2. Decodificação de datas de fabricação de vidros .................................................................. 103
Aula 04 – A importância de saber os códigos dos agregados ......................................................... 113
4.1. Técnicas de identificação veicular e documental................................................................. 114
4.2. Materiais, instrumentos e procedimentos dos exames veicular e documental .................. 115
4.3. Procedimentos dos exames veicular e documental ............................................................. 118
Módulo 4 – Classificação do VIN, Fraudes Mais Comuns e Noções de Agregados ........................ 123
Apresentação do Módulo .................................................................................................................... 123
Objetivos do Módulo:.......................................................................................................................... 123
Estrutura do Módulo: .......................................................................................................................... 123
Aula 1 – Classificação do VIN quanto a sua essência, fraudes veiculares mais comuns e fraudes em
documentos .................................................................................................................................... 124

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1.1. Com relação à sua essência (natureza, idoneidade e credibilidade). ............................. 124
1.2. Fraudes veiculares mais comuns ..................................................................................... 125
1.3. Fraudes em documentos ................................................................................................. 130
Aula 2 – Noções sobre agregados ................................................................................................... 132
2.1. Itens a serem analisados em um bom exame veicular ........................................................ 134
2.2. Plaquetas e carroceria .......................................................................................................... 137
2.3. Motor e câmbio .................................................................................................................... 142
2.4. Identificação dos motores .................................................................................................... 143
Aula 3 – Exemplos de marcação e codificação nos agregados ....................................................... 151
Módulo 05 – Localização dos Códigos e Prática de Decodificação de Veículos ............................. 160
Aula 01 – Decodificação .................................................................................................................. 161
1.1. Orientação para uma decodificação eficaz ..................................................................... 161
1.2. Dicas para facilitar a decodificação: teoria e prática ...................................................... 162
1.3. Na prática ........................................................................................................................ 164
Aula 02 – Localização e decodificação do NIV em diversos tipos de veículos ................................ 169
2.1. Localização e decodificação do NIV dos diversos modelos das principais marcas de veículos
tipo motocicleta .......................................................................................................................... 169
2.2. Localização do NIV dos diversos modelos das principais marcas de veículos dos tipos
utilitário, caminhão e ônibus ...................................................................................................... 170
2.3 Decodificação do NIV de veículos dos tipos utilitário, caminhão e ônibus ........................... 172
Aula 03 – Informações adicionais.................................................................................................... 177
3.1. Histórico de locais de fabricação de antigas e novas montadoras no Brasil .................. 182
Aula 04 – Mudanças de características dos veículos ...................................................................... 184
4.1. Exemplos de mudanças de características ........................................................................... 185
4.2. Como identificar mudanças de características .................................................................... 186

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Apresentação

Neste curso você estudará sobre dois dos principais problemas enfrentados
pelas polícias: o roubo/furto e a fraude em veículos e respectivos documentos.
Para efetuar uma melhor identificação veicular e documental e, em consequência,
combater mais eficazmente esses crimes, é importante você conhecer a legislação
pertinente à identificação veicular e documental e também as técnicas adequadas à
investigação das possíveis fraudes.

Objetivos

Ao final deste curso você estará apto a:


• Compreender a importância do número de identificação veicular - VIN e das
informações nele contidas;
• Analisar a legislação pertinente à identificação veicular e documental;
• Utilizar técnicas que possibilitem a necessária identificação veicular e
documental; e
• Reconhecer que as técnicas e os procedimentos utilizados na identificação
veicular e documental auxiliam na prevenção e na investigação dos crimes
relacionados à falsificação e ao roubo de veículos.

Estrutura do Curso

Para alcançar os objetivos propostos, este curso foi dividido em 5 módulos:

Módulo 1 – Identificação de Veículos de Passageiros.


Módulo 2 – Leis e Resoluções que Dispõem Sobre a Identificação Veicular e Aspectos
Relacionados.
Módulo 3 – O Sistema RENAVAM.
Módulo 4 – Classificação do VIN, Fraudes Mais Comuns e Noções de Gregados.
Módulo 5 – Localização dos Códicos e Prática de Decodificação de Veículos.

Bom curso!!

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Módulo 1 - Identificação de Veículos de Passageiros

Apresentação do módulo

Neste módulo você estudará o Número de Identificação do Veículo (VIN), de


acordo com a NBR 3 nº 6066/80 da ABNT, que estabelece as orientações para sua
padronização e os pontos mais importantes da norma: a estrutura; o conteúdo; a
localização; e a fixação do número de identificação do veículo.

Objetivos do módulo

Ao final do estudo desse módulo, você será capaz de:

• Analisar os principais fatos históricos da indústria automobilística no Brasil;


• Compreender as orientações contidas na NBR 3 Nº 6066/80;
• Conceituar VIN;
• Extrair informações das tabelas gerais;
• Identificar as possíveis localizações do VIN;
• Descrever as formas de fixação do VIN;
• Decodificar o VIN a partir das informações contidas nas tabelas gerais e
específicas.

Estrutura do módulo

Aula 1 – Breve histórico da indústria automobilística no Brasil, a NBR 3 N° 6066/80 e


o VIN: considerações e estrutura;

Aula 2 – O conteúdo do VIN;

Aula 3 – A localização, fixação e decodificação do VIN.

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Aula 1 – Breve histórico da indústria automobilística no
Brasil, a NBR 3 N° 6066/80 e o VIN: Considerações e
Estrutura

1.1 Breve histórico da indústria automobilística no Brasil.

Há registro que o primeiro veículo motorizado chegou ao Brasil em 1891 e que


várias montadoras tentaram estabelecer-se em solo brasileiro até 1956, época em que
a indústria automobilística foi implantada oficialmente.

De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos


Automotores (ANFAVEA) (http://www.anfavea.com.br/), a data da implantação da
indústria automobilística brasileira foi 16 de agosto de 1956, e a primeira fábrica entrou
em operação em 1957.

Com a implantação da indústria automobilística cresceram as preocupações


com a melhoria da identificação veicular, porque cada montadora gravava a sua
codificação como achava melhor.

Cada empresa possuía uma codificação particular. A


Volkswagen, por exemplo, utilizava inicialmente uma codificação com
seis caracteres, depois sete. Já a Ford e GM usavam onze caracteres
e a Fiat doze. Sentia-se, portanto, a necessidade de padronização.

As quatro grandes empresas da nova indústria automobilística brasileira


(Volkswagen, Ford, Fiat e GM), no período de 1956 a 1983, possuíam codificações
particulares, com quantidades diferentes de caracteres e diferenciados significados,
denominados fases. Essas fases serão expostas integralmente nas decodificações
deste curso.

A NBR 3 nº 6066/80 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foi


instituída para padronizar a forma de identificação veicular, com alguns significados
obrigatórios, porém sem engessar a participação das fábricas, permitindo-lhes usar
as informações que desejam explicitar sobre seus produtos.

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Importante!
A NBR 3 nº 6066/80 estabeleceu uma nova
nomenclatura, que passou a ser adotada em 1981 pela Fiat,
em 1983 pela Volkswagen e em 1984 pela Ford e pela GM.
Vale destacar que, inicialmente, a Fiat e a Ford (na
gravação do VIN de veículos tipo passeio) contrariaram a
norma: a Fiat não gravou código designativo representando
o ano, e a Ford gravou o código representativo do ano na
11ª posição do VIN, quando o correto era utilizar a 10ª
posição. Essas duas montadoras corrigiram a codificação
de seus veículos a partir dos modelos 1987.

1.2 A NBR 3 nº 6066/80

A NBR 3 nº 6066/80 é uma norma técnica e não uma Lei, mas as suas
normatizações subsidiaram e continuam como base de toda a legislação referente à
identificação veicular.

O objetivo da NBR 3 Nº 6066, de julho de 1980, é estabelecer um sistema de


numeração para identificação dos veículos rodoviários, uniformizando as
informações sobre a estrutura, o conteúdo, a localização e a fixação do número
de identificação do veículo – VIN.

Esta norma foi estruturada com 17 caracteres, onde a 10ª posição representa
o ano do MODELO de fabricação ou o ano de FABRICAÇÃO do veículo (veículo
fabricados entre 1988 e 1998).

VIN – Vehicle Identification Number, sigla em inglês, que significa Número de Identificação do
Veículo. Em Língua Portuguesa, no Brasil, pode-se utilizar a sigla NIV, com o mesmo
significado.

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Figura 1: Atenção
Fonte:SCD/EaD/Segen

1.2.1. Adequação das montadoras à NBR 3 n° 6066/80

As grandes montadoras de veículos tipo passeio se adequaram a esta norma


durante a década de 1987.

FIAT

Iniciou a gravação com 17 caracteres em 1981, mas sem designar o ano


dos veículos no VIN. Corrigiu a codificação a partir de 1987, designando o ano na
10ª posição conforme determina a legislação (NBR 3 nº 6066/80 da ABNT).

Volkswagen
Em 1983 (ano-modelo) passou a gravar de acordo com a NBR 3 nº 6066/80
da ABNT.

FORD
Iniciou a gravação de 17 caracteres com o ano-modelo 1984 (em julho de
1983), mas designou o ano do veículo na 11ª posição. Corrigiu a partir de março de
1987, designando o ano na 10ª posição conforme determina a legislação.

GM
Em 1984 (ano-modelo) passou a gravar de acordo com a NBR 3 nº 6066/80
da ABNT.

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Os veículos importados não seguem o padrão estabelecido pela
norma técnica brasileira NBR 3 nº 6066/80.

Existem pelo menos quatro padrões utilizados para a formação de VIN’s no


mundo.
• FMVSS 115, Parte 565: Usado nos Estados Unidos e Canadá;

• ISO 3779 Padrão: Utilizado na Europa e em muitas outras partes do mundo;

• SAE J853: Muito parecido com o padrão ISO;

• ADR 61/2: Utilizado na Austrália, referindo-se a ISO 3779 e 3780.

1.3. O VIN: Considerações e Estrutura

1.3.1. Considerações

Divisores são símbolos, caracteres ou delimitação física usados para separar


as ações do número de identificação do veículo (VIN) ou indicar seus limites (início e
fim).

Os divisores a serem usados são estabelecidos pelo fabricante, porém não


devem ser utilizados, eles são impressos e gravados/fixados.

IMPRESSO
Quando impresso em documentos, o VIN deve ser disposto em uma única linha, sem
espaços em branco e sem omitir nenhuma seção.

GRAVADO OU FIXADO
Quando gravado ou fixado ao veículo, VIN pode ser disposto em uma ou duas linhas,
sem espaço em branco e sem omitir nenhuma seção.

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1.3.2. A Estrutura do VIN

O VIN é um código constituído por 17 caracteres alfabéticos ou numéricos,


divididos em três seções:

Figura 2: Estrutura do VIN


Fonte: Conteudista

1ª Seção – WMI
Identificador internacional do fabricante (World Manufacturer Identifier).
Código designado a um fabricante de veículos a fim de permitir a sua
identificação.
Quando usado em conjunto com as outras seções do VIN, assegura a
unicidade do número de identificação para todos os veículos produzidos no mundo
por um período de 30 anos.

2ª Seção – VDS
Seção descritiva do veículo (Vehicle Descriptor Section).
Código que fornece informações sobre as características gerais do veículo.

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3ª Seção – VIS
Seção indicadora do veículo (Vehicle Indicator Section).
Código constituído de uma combinação de caracteres designada pelo
fabricante para distinguir um veículo do outro.
Essa seção, em conjunto com a seção descritiva do veículo (VDS), assegura a
unicidade do número de identificação de todos os veículso produzidos pelo fabricante
por um período de 30 anos.

Figura 3: Observação
Fonte: SCD/EaD/Segen

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Aula 2 – o Conteúdo VIN

2.1. 1ª Seção – WMI – Identificação Internacional do Fabricante.

São correspondentes às 03 primeiras posições do VIN, o WMI identifica o


fabricante do veículo e possui caracteres numéricos ou alfabéticos.

2.1.1. Estudando a 1ª Seção do Código VIN

Figura 4: 1ª Seção do Código VIN


Fonte: SCD/EaD/Segen

Posição 1: Identifica a área geográfica (continente de origem) – conforme a


necessidade, mais de um caractere pode ser designado para uma mesma área
geográfica. No Brasil é preenchimento pelo 9 indicando o que o fabricante é da região
sul do continente americano.

Posição 2: Identifica o país de origem dentro de uma área geográfica específica. 3ª


posição: Identifica, o fabricante dentro do país.

Posição 3: Identifica o fabricante dentro do país. Conforme a necessidade, mais de


um caractere pode ser designado para um mesmo país.

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O WMI possui algumas caraterísticas importantes, veja:

• A combinação dos dois primeiros caracteres será designada a todos os países


produtores de veículos por uma organização Internacional sob autorização da
ISO – atualmente a SAE – Society of Automotive Engineers Inc (USA);
• Os códigos da seção WMI designados a todos os fabricantes são registrados e
cadastrados pela Organização Internacional. O código da 3ª posição da WMI,
designado a um fabricante, não deve ser designado a qualquer outro fabricante,
pelo menos durante trinta anos após esse código ter sido usado pela última vez;
• O terceiro caractere, que completa o código WMI, será designado por uma
organização nacional (no caso do Brasil, a ABNT) a todos os fabricantes com
sede no país e comunicado à Organização Internacional para ser registrado e
cadastrado;
• A utilização do dígito 9 como terceiro caractere indica que seu fabricante
produz menos de 500 veículos por ano. Neste caso, a identificação do
fabricante deve ser feita nos terceiro, quarto e quinto caracteres da seção
descritiva do veículo – VDS (6ª, 7ª e 8ª posições do VIN). A designação dessa
utilização caberá à organização nacional;
• Os códigos dos países produtores de veículos são encontrados na tabela
internacional de distribuição de códigos.

As tabelas a seguir representam/sintetizam as decodificações dos caracteres


que podem ocupar as posições da seção WMI, ou seja, as 03 primeiras posições do
VIN.

Tabela Internacional das duas primeiras posições do VIN

Esta tabela fornece os códigos das duas primeiras posições do VIN,


conforme designação da SAE – (Society of Automotive Engineers), com autorização
da ISO. Acesse a tabela do Código da WMI de distribuição por país (disponível no
material complementar).

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CURIOSIDADE!!

Para ampliar seu conhecimento, acesse a Tabela das 03 (três)


primeiras posições do VIN (disponível no material
complementar).

2.2. Estudando a 2ª Seção do Código VIN

Esta seção corresponde a 06 posições do VIN, da 4ª à 9ª, a VDS – Seção


descritiva do veículo – representa as características gerais do veículo e possui
caracteres numéricos ou alfabéticos.

Figura 5: 2ª Seção do Código VIN


Fonte: SCD/EaD/Segen

A codificação e a sequência dos caracteres desta ação devem ser estabelecidas


pelo fabricante. Caso o fabricante não necessite de todos os caracteres, os espaços
não utilizados devem ser preenchidos com caracteres numéricos ou alfabéticos de
escolha do fabricante.

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2.3. Estudando a 3ª Seção do Código VIN

Esta seção corresponde a 08 posições do VIN, da 10ª à 17ª, a VIS – Seção


Indicadora do Veículo – distingue os veículos entre si. Ela é formada por caracteres
numéricos ou alfabéticos, mas a partir da 14ª posição apenas caracteres numéricos
podem ser usados.

Figura 6: 3ª Seção do Código VIN


Fonte: SCD/EaD/Segen

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES!!
• Quando as posições desta seção não forem preenchidas
com caracteres significativos, estas devem ser preenchidas com
o número 0 (zero);
• Veículos do mesmo fabricante (WMI) e com as mesmas
características (VDS), somente podem ser identificados pela
diferença existente na VIS;
• Essa seção, em conjunto com a seção descritiva do
veículo (VDS), assegura a unidade do número de identificação
de todos os veículos produzidos pelo fabricante por um período
de 30 anos.

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VAMOS VER O SIGNIFICADO DA 10ª À 17ª POSIÇÃO

10ª posição

Designa o modelo do veículo e deve ser preenchida por um caractere


alfanumérico.

A utilização do “ano do modelo” na 10ª posição foi vedada pela Resolução nº


691/88 do CONTRAN, que modificou a Resolução nº 659/85 do CONTRAN, passando
a utilizar-se o ano de fabricação na 10ª posição;

A Resolução do CONTRAN nº 24/98 revogou a Resolução nº 659/85 e


estabeleceu que o 10º dígito do VIN deve ser gravado na estrutura ou em plaqueta;

Tabela ano/modelo – 10º dígito do VIN

Figura 7: Tabela ano/modelo - 10ª dígito do VIN


Fonte: Conteudista

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Observação importante: Em decorrência das Resoluções 659/1985, 691/1988 e
24/1998, a 10ª Posição do VIN identifica:

Figura 8: Ponto que a 10ª Posição indica


Fonte: SCD/EaD/Segen

11ª posição

Designa se assim desejar o fabricante, a fábrica onde o veículo foi montado e


deve ser preenchida por um caractere alfanumérico.

12ª a 17ª posições

Individualizam cada veículo, conforme características gerais atribuídas pelo


fabricante.

As posições 12 e 13 podem ser preenchidas com caracteres alfanuméricos,


enquanto as posições 14, 15, 16 e 17 devem ser preenchidas obrigatoriamente com
caracteres numéricos.

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Significados das Posições do VIN

1ª Seção – WMI

Posições:
1ª = Continente
2ª = País
3ª = Fabricante
As posições 1 e 2 são dadas pela tabela internacional designadas por uma
Organização Internacional (atualmente a SAE) sob autorização da ISO.
A posição 3 é designada por uma Organização Nacional (no caso do Brasil, a ABNT)
e comunicada à SAE.
Obs.: A utilização do dígito 9 na terceira posição indica que seu fabricante
produz menos de 500 veículos por ano. Sua designação no Brasil cabe à ABNT.

2ª Seção – VDS

Posições:

4ª à 9ª = Descrição do veículo
Os códigos das posições 4 à 9 são estabelecidos pelo fabricante.
A descrição do veículo é de responsabilidade da respectiva fábrica ou
montadora, podendo ela escolher as informações que deseja explicitar.
A utilização do dígito 9 na terceira posição implica a identificação do fabricante
na 6ª, 7ª e 8ª posições do VIN (também designadas pela ABNT).

3ª Seção – VIS

Posições:
10ª = Ano/modelo
11ª = Local da Fábrica
12 a 17 = Sequência numérica
A utilização de ano-modelo ou ano de fabricação depende do período em que

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foi fabricado o veículo, pois é regulamentada pelas Resoluções 659/85, 691/88 e
24/98. Antes das resoluções, a Norma NBR 6066/80 facultava a escolha ao fabricante.
Veja a Tabela de adesão das grandes montadoras à nova nomenclatura, logo
abaixo.(aula 3)
O caractere da posição 11 indica o local de montagem do veículo, “se assim
desejar o fabricante”, conforme item 5.4.b da NBR 6066/80 - não alterado pelas
resoluções.
Obs.: Como é opcional pela legislação, a fábrica pode escolher outro significado
para esta posição.
Os caracteres das posições 12 e 13 podem ser alfanuméricos.
Os das posições 14 à 17 devem ser obrigatoriamente numéricos.

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Aula 03 – A localização, fixação e decodificação do VIN

De acordo com a NBR 3 nº 6066/80 da ABNT:

• O número de identificação do veículo (VIN) deve estar localizado no lado direito


do veículo e, se possível, na metade dianteira;
• Quando, por razões legais, o VIN deve ser lido da parte externa do veículo, ele
deve ser localizado no interior do compartimento dos passageiros e adjacente
à coluna do para-brisa;
• O VIN deve ser localizado numa posição facilmente visível e de modo que evite
a sua destruição;
• A localização do VIN deve ser descrita no “Manual do Proprietário” ou
equivalente.

3.1. A localização do VIN nas principais marcas de veículos de


passageiros

Figura 9: Localização do VIN no veículo


Fonte: do Conteudista

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3.2. A Fixação do VIN

De acordo com a NBR nº 6066/88, para a fixação do VIN no veículo há duas


soluções que, a critério do fabricante, podem ser adotadas simultaneamente no
veículo:

1ª solução
O VIN é gravado diretamente numa peça integrada ao veículo, podendo ser na
estrutura do chassi. Em veículos com a estrutura integrada à carroceria, ele é gravado
num componente que não seja facilmente removido. Para essa solução a altura dos
caracteres gravados deve ser de, no mínimo 7 mm. (O Art. 2º da Resolução 659/85
acrescentou que deve ser 0,2 mm a profundidade mínima de gravação);

2º solução
O VIN é gravado numa plaqueta que é fixada permanentemente ao veículo.
Para esse tipo de solução a altura dos caracteres gravados deve ser de no mínimo
4mm. (O Art. 2º da Resolução 659/85 acrescentou que deve ser 0,2 mm a
profundidade mínima de gravação).

Importante:

A Resolução 24/98, que revogou a Resolução 659/85 (alterada pela


Resolução 691/88). Manteve, no seu Art. 2º e no respectivo parágrafo
1º, a profundidade mínima de gravação (0,2 mm) do código VIN,
respectivamente na estrutura do chassi e na plaqueta.

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Resumo das Recomendações da Norma

Figura 10: Localização e fixação do VIN


Fonte: Conteudista

3.3. A Decodificação do VIN

Codificação é a sequência de caracteres que individualizam o veículo. Cada


fabricante cria, dentro dos padrões legais exigidos, a própria codificação do VIN dos
veículos por ele produzidos;

Decodificação é o significado de cada caractere do VIN do veículo, de acordo


com o respectivo fabricante, o qual deve seguir os padrões legais exigidos.

Importante!!
Não é necessário decorar a decodificação de todos os
veículos, mas é importante ter nessas informações sempre
disponíveis para a consulta. Copie a versão impressa deste
curso e a tenha sempre ao alcance das mãos. Adicione
algumas páginas em branco para anotar informações sobre
atualizações que for conseguindo com o passar do tempo.
Você pode consegui-las observando os novos lançamentos
nas concessionárias.

23
3.3.1. Considerações sobre a decodificação

Decodificar é uma tarefa relativamente fácil. Entretanto, a falta de critérios pode


dificultar ou mesmo levar a erro na decodificação. Por isso, nessa aula você será
conduzido a uma boa prática de decodificação, seguindo os critérios a seguir:

Figura 11: Velha e Nova nomenclatura


Fonte: SCD/EaD/Segen

Assim, para decodificar um NIV (sigla na língua portuguesa) de veículo gravado


sob a égide da norma NBR 3 nº 6066 de 1980, da ABNT, é necessário que você tenha
como acessar as tabelas GERAIS ou fundamentais e, também as tabelas
ESPECÍFICAS de cada montadora.

Acesse a Tabela de adesão das grandes montadoras à nova


nomenclatura (disponível no material complementar).

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3.3.2. Dicas para facilitar a decodificação: teoria e prática

Para melhor aproveitamento da decodificação, é necessário que o examinador,


ao mesmo tempo em que siga as dicas a seguir, tenha como consultar as tabelas
gerais e as específicas das montadoras.

Considerando um NIV da velha nomenclatura:


Como a quantidade de caracteres varia conforme o fabricante e este estabelecia
os próprios critérios de identificação, o melhor que se tem a fazer é comparar o teor
da gravação do VIN do veículo estudado com as tabelas do respectivo fabricante.

Considerando um NIV da nova nomenclatura (com 17 caracteres):


Verifique em que continente o veículo foi fabricado. Consulte na tabela
internacional o significado da primeira posição;

Veja em que país o veículo foi fabricado. Consulte na tabela internacional o


significado da segunda posição;

Agora veja a 3º posição do NIV e identifique a marca. Consulte a tabela das 03


(três) primeiras posições do VIN;

Olhe para o veículo e identifique a categoria, se passeio ou utilitário, caminhão,


ônibus, motocicleta etc. Isto é importante porque as tabelas ESPECÍFICAS para
veículos tipo passeio são diferentes das tabelas de outras categorias;

Observe a 10ª posição e defina o ano de fabricação ou ano-modelo do veículo.


Consulte Tabela ano/modelo – 10º dígito do VIN (figura 7, aula 2, módulo 1);

Agora é só procurar a fase. Para tanto, observe as tabelas específicas da


marca (montadora ou fabricante) e os respectivos períodos de validade (se
necessário, consulte a Tabela 4 e veja Item C);

Encontrando a fase, é só continuar decodificando os caracteres das demais


posições dentro da respectiva tabela ESPECÍFICA. (Veja os quadros de links
referentes a 23 marcas de veículos, após o item c que se segue).

25
Exceções
Consulte a Tabela de adesão à nova nomenclatura (material complementar), ou
as dicas a seguir:
Com o passar do tempo os casos descritos neste item, tornam-se raros, mas
vale apenas a observação.

Se o veículo for Ford de passageiros, produzido antes de 1987, o ano de


fabricação estará 11ª posição;

Se o veículo for Fiat de passageiros, produzido antes de 1987 não terá


codificação de ano no NIV.

Saiba mais:

No caso da Ford, a 4ª e a 5ª fases tem fórmulas de apresentação


bem parecidas, mas com códigos diferentes. Na 4ª Fase (de julho de
1983 a março de 1987) o ano estará na 11ª Posição. Na 5ª Fase o ano
de fabricação ou ano-modelo estará na 10ª Posição.

Na 5ª Fase a 11ª Posição deverá conter um dos seguintes


caracteres: A, B ou C (local da linha de montagem). Isto facilitará a
definição da Fase, pois na 4ª Fase estas letras não aparecerão já que
o primeiro ano da nova nomenclatura da Ford equivale à letra D (a
partir de julho de 1983).

Na 4ª fase o caractere usado na 4ª posição se repete na 10ª, o que


não acontece na 5ª fase.

26
3.4. Quadro de links das tabelas ESPECÍFICAS

Observe as tabelas ESPECÍFICAS da marca (montadora/fabricante) e os


respectivos períodos de validade. Com elas, conhecendo a fase, você poderá
decodificar todos os caracteres do VIN pesquisado.

Saiba Mais!

Além dos links para as tabelas específicas das 23 marcas de


veículos, abrangendo modelos tipos passeio e motocicleta, que
servirão para os exercícios de decodificação e para facilitar o trabalho
de identificação veicular que será realizado pelos alunos e
examinadores no ambiente da EaD, você encontrará todas as tabelas
no material complementar.

VEÍCULOS DE PASSAGEIROS (tabelas disponíveis no material complementar)

27
VEÍCULOS TIPO MOTOCICLETAS (tabelas disponíveis no material complementar)

a) Para decodificar um VIN da velha nomenclatura compare o teor da gravação com


o das fórmulas da respectiva marca, do mesmo tipo de veículo (no caso, de
passageiros).
b) Para decodificar um VIN da nova nomenclatura, siga os passos já estudados.

Antes de terminar o estudo do Módulo 1, veja um exemplo de


decodificação:

Figura 12 :Exemplo de Chassi


Fonte: SCD/EaD/Segen

28
Vamos analisar os campos do chassi acima, utilizado como
exemplo:

4ª Posição
Campo alfanumérico de um caractere que indica o tipo de carroceria.

5ª Posição
Campo alfanumérico de um caractere que indica o tipo de motor.

6ª Posição
Campo numérico que indica o sistema de segurança.

29
7ª à 9ª Posição

Campo numérico de três caracteres que indicam a classe do veículo ou sua


família, ou seja, o TMA (Tipo Modelo e Acabamento).

ATENÇÃO!!!
Na 9ª posição, o caractere é gerado aleatoriamente pelo
computador.

Veja a análise da imagem abaixo:

Figura 13: Análise de Chassi


Fonte: Conteudista; SCD/EaD/Segen

30
Finalizando...

• Há registro que o primeiro veículo motorizado chegou ao Brasil em 1891 e que


várias montadoras tentaram se estabelecer em solo brasileiro até 1956, época
em que a indústria automobilística foi implantada oficialmente;

• Objetivando da A NBR 3 N° 6066, de julho de 1980, é estabelecer um sistema


de numeração para identificação dos veículos rodoviários, uniformizando as
informações sobre a estrutura, o conteúdo, a localização e a fixação do número
de identificação do veículo – VIN;

• De acordo NBR 3 nº 6066/80 da ABNT:


a) o número de identificação do veículo (VIN) deve estar localizado no lado
direito do veículo e, se possível, na metade dianteira;
b) para a fixação do VIN no veículo há duas soluções que, a critério do
fabricante, podem ser adotadas simultaneamente no veículo: o VIN é
gravado diretamente numa peça integrada ao veículo ou O VIN é gravado
numa plaqueta que é fixada permanentemente ao veículo.

• Codificação é a sequência de caracteres que individualizam o veículo. Cada


fabricante cria, dentro dos padrões legais exigidos, a própria codificação para
o VIN dos veículos por ele produzidos;

• Decodificação é o significado de cada caractere do VIN do veículo, de acordo


com o respectivo fabricante, o qual deve seguir os padrões legais exigidos.

31
Módulo 2 – Leis, Resoluções que dispõem sobre a
identificação veicular e aspectos relacionados

Apresentação do Módulo

No Módulo 1 você estudou que a NBR 3 nº 6066/80, é uma norma técnica e


não uma Lei, mas as suas normatizações subsidiaram e continuam como base de
toda a legislação referente à Identificação Veicular.

Neste Módulo, você estudará os principais textos legais relacionados à


identificação veicular.

Objetivos do Módulo:

Ao final do Módulo 2, você será capaz de:

• Listar, com base no Código Penal (alterado pela Lei nº 9426/96), os crimes
relacionados à identificação veicular;
• Enumerar, com base na Resolução nº 24, de 21 de maio de 1998, os critérios
para identificação de veículos;
• Compreender os sistemas de placas de identificação de veículos;
• Analisar as características da Carteira Nacional de Habilitação.

Estrutura do Módulo

Aula 01 – Crimes relacionados à identificação veicular e critérios para


identificação de veículos;

Aula 02 – Sistema de placas de identificação de veículos;

Aula 03 – Carteira Nacional de Habilitação – CNH;

Aula 04 – Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos – CRLV.

32
Aula 01 - Crimes relacionados à identificação veicular e
critérios para identificação de veículos

1.1. Código Penal (alterado pela Lei 9426/96)

A Lei nº 9.426/96, de 24 de dezembro de 1996 alterou o Decreto-lei n° 2.848,


de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal – Parte especial, no que diz respeito à
receptação qualificada e à adulteração de sinal identificador de veículo
automotor. Essa Lei auxiliou a colocar fim nas dúvidas que o servidor da área de
Segurança Pública tinha sobre como apreender um veículo e como providenciar o
enquadramento do condutor e/ou da pessoa ou grupo criminoso envolvido em
falsificá-lo.

Veja alguns dos artigos do Código Penal (após ter sido atualizado pela Lei nº
9.426/96) que reforçam os tipos de crime relacionados à identificação veicular:

Artigo 155
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor


que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

Artigo 157
Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa. (...)

§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: (...)

IV - Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior;

V - Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

33
§ 3º - Se da violência resulta:

I - lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 (sete) a 15 (quinze) anos, além da


multa;

II - morte, a reclusão é de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, sem prejuízo da multa.

Artigo 180

Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou


alheio, coisa que sabe ser produto de crime ou influir para que terceiro, de boa-
fé, a adquira, receba ou oculte:

Pena – Reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Receptação qualificada
§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve
saber ser produto de crime: Pena – Reclusão, de três a oito anos, e multa.

§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer


forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.

§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o
valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por
meio criminoso:

Pena – Detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.

§ 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do


crime de que proveio a coisa.

§ 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração


as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto
no § 2º do Art. 155.

§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de


Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de

34
economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro
a pena prevista no caput deste artigo.

Artigo 311

Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de


veículo automotor, de seu componente ou equipamento:

Pena – Reclusão, de três a seis anos, e multa.

§ 1º Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a


pena é aumentada de um terço.

§ 2º Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o


licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo
indevidamente material ou informação oficial.

1.2. Critérios para Identificação de Veículos

A Resolução nº 24, de 21 de maio de 1998, estabelece o critério de identificação


de veículos, a que se refere o Art. 144 do Código de Trânsito Brasileiro, destacando
em seu Art. 1º:

“os veículos produzidos ou importados a partir de 1º de janeiro de


1999, para obterem registro e licenciamento, deverão estar
identificados na forma desta Resolução.

Parágrafo único: Excetuam-se do disposto neste artigo, os


tratores, os veículos protótipos utilizados exclusivamente para
competições esportivas e as viaturas militares operacionais das
Forças Armadas”.

35
Importante!!
Embora as Resoluções nº 659/85 e nº 691/88 tenham
sido revogadas pela Resolução nº 24, de 21 de maio de 1998,
é importante conhecê-las, pois os veículos fabricados na
época de suas vigências seguem os critérios estabelecidos
por elas.

Veja a seguir os principais pontos da Resolução CONTRAN nº 24,


sobre a gravação do VIN no chassi ou monobloco:

Artigo 2º:

A gravação do número de identificação veicular (VIN) no chassi ou monobloco,


deverá ser feita, no mínimo, em um ponto de localização, de acordo com as
especificações vigentes e formatos estabelecidos pela NBR 3 nº 6066/80 da
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, em profundidade mínima de 0,2
mm.

§ 1º Além da gravação no chassi ou monobloco, os veículos serão identificados, no


mínimo, com os caracteres VIS (número sequencial de produção) previsto na NBR 3
nº 6066, podendo ser, a critério do fabricante, por gravação, na profundidade mínima
de 0,2 mm, quando em chapas ou plaqueta colada, soldada ou rebitada, destrutível
quando de rua remoção, ou ainda por etiqueta autocolante e também destrutível no
caso de tentativa de sua remoção, nos seguintes compartimentos e componentes:

36
Figura 14: Locais de gravação de chassi
Fonte: SCD/EaD/Segen

Na prática, os itens I e II referem-se a etiquetas, e os itens III e IV se referem


a gravações nos vidros.

Outras modificações:

A Resolução nº 24/98 do CONTRAN também:

• Eliminou a obrigatoriedade da colocação da etiqueta no assoalho;

• Modificou o teor do caractere da 10ª posição do NIV, que deixou de


representar o ano de fabricação do veículo e passou a indicar o
modelo (na prática, o ano-modelo);

• Instituiu uma plaqueta ou etiqueta destrutível quando de sua


remoção com a inscrição do ano de fabricação do veículo.

37
No período de vigência da Resolução nº 691/88, ou seja, de 1988 a 1998, era
obrigatório inserir, na 10ª posição do NIV, o caractere representativo do ano de
fabricação do veículo. Portanto, quem examinar veículos fabricados nessa época,
deverá estar atento à codificação respectiva.

Saiba Mais!

Para que você possa fixar seu aprendizado sobre os critérios


para a identificação de veículos, acesse o observe o Quadro-resumo
do VIN (disponível no material complementar).

Note que neste quadro as cores são iguais a da Tabela


ano/modelo – 10º dígito do VIN (Módulo 1, figura 7). Isto é proposital e
facilitará a compreensão do assunto, pois estão relacionadas a
mesma legislação.

38
Aula 2 – Sistema de placas de identificação de veículos

A Resolução nº 780, de 26 de junho de 2019 (disponível no material


complementar), que revogou a Resolução 231, de 15 de março de 2007 estabelece o
novo sistema de Placas de Identificação de Veículos (PIV).

As placas confeccionadas de acordo com a Resolução nº 231, de 15 de março


de 2007, ainda estarão em circulação.

IMPORTANTE!!
• A Resolução nº 780/2019 revogou a Resolução nº
729/2018 e a Resolução nº 231/07;
• A Resolução 231/07 revogou as Resoluções do
CONTRAN Nº 783/94 e 45/98;
• A Resolução 231/07 (em vigor) foi alterada pelas
Resoluções do CONTRAN Nº 241/07, 288/08 (revogada
pela Resolução Nº 309), pela Deliberação do Contran nº
74/08 (referendada pela Resolução Nº 309); e pelas
Resoluções Nº 309/09 e 372/11.

O parágrafo 3º da Resolução nº 780/2019 prevê a utilização voluntária dos


veículos já em circulação (usando a placa antiga), fazendo alteração no segundo
caractere numérico conforme padrão estabelecido.

“Parágrafo 3º - Caso os proprietários de veículos que estejam


em circulação desejem adotar voluntariamente o modelo de PIV
previsto nesta Resolução, haverá a substituição automática do
segundo caracter numérico do modelo do PIV anterior por uma
letra, conforme padrão contido no Anexo II.”

39
2.1. Principais características das placas dos veículos

O novo modelo de placa, conhecido como “Padrão Mercosul”, trouxe novos


elementos de segurança como o código de barras bidimensionais dinâmico (Quick
Response Code - QR Code) contendo números de série e acesso às informações do
banco de dados do fabricante com o objetivo de controlar a produção, logística e
estampagem e também a verificação de sua autenticidade. Traz também emblema
oficial do Mercosul e a bandeira do Brasil impressos em película refletiva.

Com o QR CODE houve a dispensa do uso do lacre nas


placas traseiras. O QR Code substituiu o lacre numerado e
a gravação da UF, ano de confecção e código do fabricante
que consta na placa anterior.

SAIBA MAIS!!

A Resolução nº 729, de 06 de março de 2018, que iniciou o uso


do modelo de placas do Mercosul, previa a bandeira do estado e o
brasão do município de origem na lateral direita da placa, porém, após
reclamação da ONG Observatório Nacional de Segurança Viária, o
brasão foi retirado. Com a retirada do brasão, a placa do veículo não
necessitará ser trocada caso o veículo seja cadastrado em um novo
estado da federação.

40
Modelo da placa padrão Mercosul, homologada pela Resolução
780/2019.

Figura 15:Modelo Placa Mercosul - Resolução 780/2019


Fonte: do Conteudista

2.1.1. Dimensões

As placas dianteira e traseira dos veículos particulares, de aluguel, oficial, de


experiência, de aprendizagem e de fabricante devem possuir suas medidas nas
seguintes dimensões (aplicação em veículos de passageiros, ônibus, caminhão,
caminhonete e assemelhados):

41
Figura 16: Dimensões das Novas Placas do Mercosul
Fonte: SCD/EaD/Segen

Placa de motocicletas, motonetas, triciclos, quadriciclos, ciclo-


elétricos e ciclomotores, de acordo com a Resolução 780/2019.

Figura 17: Modelo Placa Mercosul


Fonte: Resolução nº 780/2019

42
Figura 18: Modelo Placa Mercosul
Fonte: Resolução nº 780/2019

Placas de demais veículos, de acordo com a Resolução


780/2019.

Figura 19: Modelo Placa Mercosul


Fonte: Resolução nº 780/2019

43
Figura 20: Modelo Placa Mercosul
Fonte: Resolução nº 780/2019

2.2. Especificações dos elementos de segurança

Emblema do MERCOSUL
É o Emblema Oficial do MERCOSUL, claramente visível e impresso na
película retrorrefletiva, com um Pantone Azul (286) e Verde (347), com tamanho de
25mm por 20mm para motocicletas, motonetas, triciclos, ciclo elétricos, quadriciclos
e ciclomotores e, de 32mm por 22mm, para os demais veículos. Esta aplicação é
sobre fundo de cor conforme a Normativa, Emblema do MERCOSUL do Manual de
Identidade Corporativa - Emblema do MERCOSUL/DEC CMC Nº 17/02. O extremo
esquerdo da logomarca começa aos 15mm da borda esquerda, exceto para
motocicleta, motoneta, triciclos, ciclo elétricos, quadriciclo e ciclomotor, em que a
bissetriz do ângulo da placa deve coincidir com a bissetriz do ângulo do emblema

Figura 21: Emblema Mercosul


Fonte: Resolução nº 780/2019

44
Bandeira do Brasil
Deverá ser impressa na película retrorrefletiva e posicionada no canto superior
direito, fazendo coincidir a bissetriz da bandeira com a bissetriz principal da placa, a
uma distância de 4 mm tanto da parte superior quanto do lado direito da placa. As
medidas da bandeira são de 23 mm por 16 mm para motocicletas, motonetas, triciclos,
ciclo elétricos, quadriciclos e ciclomotores e, de 28 mm por 20 mm, para os demais
veículos. Para ambas, os cantos serão arredondados e terão uma borda branca de 1
mm (±0,5 mm) de largura.

Figura 22: Bandeira do Brasil


Fonte: Resolução nº 780/2019

45
Signo/Distintivo internacional do Brasil – BR
A sigla “BR” deverá ser na fonte Gill Sans, cor Preta, aplicada por calor ou
impressa no canto inferior esquerdo:

Figura 23: Signo/Distintivo Internacional do Brasil – BR


Fonte: Resolução nº 780/2019

Marca d’água
Consiste em um efeito óptico visível sob condições de luz normais, inscrito no
interior da película com o emblema do MERCOSUL em formato circular, gravados na
construção da película retrorrefletiva, ocorrendo a cada 72mm:

Figura 24: Marca d´água


Fonte: Resolução nº 780/2019

46
Código bidimensional (2D)
Gravação de forma indelével no canto superior esquerdo da placa, abaixo da
faixa azul, com lado entre 16mm a 22 mm.

a) O código de barras bidimensionais dinâmico (Quick Response Code - QR Code),


deve ser gerado a partir de algoritmo específico, de propriedade do DENATRAN,
que deverá conter a identificação do fabricante e o número de série individual e
acesso aos dados dos eventos envolvendo as placas, que permita a
rastreabilidade sistêmica das placas desde a sua produção até a instalação aos
respectivos veículos, além da verificação da autenticidade por meio de sistema
eletrônico;
b) A contenção QR Code será feita diretamente pelos fabricantes credenciados pelo
DENATRAN, que terão acesso exclusivo aos sistemas informatizados capazes de
realizar a comunicação do referido código.

Figura 25: QR Code e Padrão das Inscrições sobre os Caracteres da PIV


Fonte: SCD/EaD/Segen

47
2.3. Fixação da placa ao veículo

I. A PIV deve afixada no veículo em primeiro plano, na extremidade traseira ou


dianteira, em posição vertical, formando um ângulo de 90º em relação ao plano
longitudinal, admitida uma tolerância de 10º, sem qualquer tipo de obstrução à
sua visibilidade e legibilidade. Em relação ao plano transversal, a PIV não
deverá apresentar inclinação;
II. Admite-se, para os veículos de carga ou especial com PBT superior a 3.500 kg,
que a placa traseira possa ser posicionada a uma distância afastada da
extremidade do veículo, desde que garantido um ângulo máximo de visibilidade
de 45º entre a extremidade superior da placa e a extremidade do veículo;
III. Deve ser fixada por elementos de fixação (parafusos, rebites, etc.) nos pontos
destinados a este fim conforme apresentado nas Figuras 17; 18; 19; e 20;
IV. A fixação deve ser de tal forma que não prejudique a estrutura física da chapa
da placa, podendo ser utilizado suporte específico para esta função;
V. Quando utilizado suporte específico para a fixação da placa, este não poderá
encobrir nada além da borda da placa, tampouco possuir elementos refletivos
ou luminosos.

Presumidamente só é obrigatório o uso de placas dianteira e traseira em


veículos de 4 ou mais rodas, pois a Resolução 231/07 não cita explicitamente que se
deva usar placa dianteira em motos ou assemelhados.

Devido à Resolução 309/09 que alterou o item 1 do


anexo da Resolução 231/07: Quando a placa não couber no
receptáculo a ela destinado no veículo o DENATRAN poderá
autorizar, desde que devidamente justificado pelo seu
fabricante ou importador, redução de até 15% (quinze por
cento) no seu comprimento, mantida a altura dos caracteres
alfanuméricos e os espaços a eles destinados.

48
Há a previsão de troca voluntária do modelo anterior (LLL NNNN) para o modelo
Mercosul (LLLNLNN) no § 3º do Art. 2º da Resolução 780/2019 do Contran:

“Parágrafo 3º Caso os proprietários de veículos que estejam em


circulação desejem adotar voluntariamente o modelo de PIV
previsto nesta Resolução, haverá a substituição automática do
segundo caracter numérico do modelo de PIV anterior por uma
letra, conforme padrão contido no Anexo II”.

Veja a tabela de conversão dos caracteres alfanuméricos da PIV e um exemplo logo


abaixo:

Figura 26: Tabela de Conversão dos caracteres alfanuméricos da PIV


Fonte: Resolução nº 780/2019

49
Figura 27: Exemplo de conversão dos caracteres alfanuméricos da PIV
Fonte: SCD/EaD/Segen

A faixa de letras de "A" a "J" será utilizada apenas para a conversão do modelo
antigo para o novo de PIV, de forma a permitir a convivência entre ambos os modelos
e possibilitar a consulta por ambos os critérios de placas.

O modelo anterior de placa continuará em circulação, havendo necessidade de


troca somente nos casos em que houve destruição, furto ou roubo da placa anterior e
será preciso fazer uma nova, transferência de propriedade ou de município
(transferência de domicílio).

Uma das características da placa anterior é a utilização de lacre em material


plástico ou silicone que substituíram os chumbos usados antigamente, os lacres
possuem numeração que são cadastradas no sistema RENAVAM do veículo.

A Portaria Nº 272, de 21 de dezembro de 2007

50
(https://www.normasbrasil.com.br/norma/portaria-272-2007_201176.html), traz as características
que o lacre utilizado no modelo de placa antiga deve conter, veja:

Art. 2º Os veículos deverão ter suas placas lacradas à sua estrutura, com lacres
de segurança de alta resistência e durabilidade, que apresentem resistência
mecânica, estabilidade dimensional e características de inviolabilidade em condições
de intempéries como a ação dos raios UV, a salinidade e a poluição, em conformidade
com esta Portaria e as normas ISO/PAS 17712:2006, ASTM G 154-04.
Art. 3º Os Lacres deverão conter, além da personalização moldada em alto
relevo da sigla “DETRAN” seguida da “UF”, uma codificação numérica seqüencial
composta de nove dígitos numéricos e um dígito verificador gravados a laser ou
estampado, de modo indelével, garantindo, a partir destas duas informações, a
unicidade do lacre e seu controle.
Art. 6º A informação da codificação dos lacres estará disponível no RENAVAM,
segundo especificações técnicas do sistema disponibilizadas aos órgãos executivos
de trânsito dos Estados e do Distrito Federal pela Coordenação Geral de
Informatização e Estatística do DENATRAN.

Figura 28: Modelos de Lacres


Fonte: o Conteudista

51
Outra característica da placa anterior é a gravação em baixo ou alto relevo do
código do fabricante, UF e ano de confecção na lateral direita da placa.

Figura 29: Gravação em alto relevo de lacre


Fonte: o Conteudista

Outras informações referentes ao modelo anterior de placas, que


permaneceram em circulação, estão dispostas no artigo 1º, Parágrafo 1º e 2º da
Resolução nº 231, de 15 de março de 2007, vamos estudá-las:

Art.1º, Parágrafo 1º
As placas dianteira e traseira deverão conter, gravados em tarjetas removíveis a
elas afixadas, a sigla identificadora da Unidade da Federação e o nome do Município
de registro do veículo, exceto nas placas dos veículos oficiais, de representação, aos
pertencentes as missões diplomáticas, às repartições consulares, aos organismos
internacionais, aos funcionários estrangeiros administrativos de carreira e aos peritos
estrangeiros de cooperação internacional.

Art.1º, Parágrafo 2º
As placas excepcionalizadas no parágrafo anterior, deverão conter, gravados
nas tarjetas ou, em espaço correspondente, na própria placa, os seguintes caracteres:

I. Veículos oficiais da União: B R A S I L;

52
II. Veículos oficiais das Unidades da Federação: nome da Unidade da Federação;
III. Veículos oficiais dos Municípios: sigla da Unidade da Federação e nome do
Município;
IV. As placas dos veículos automotores pertencentes às Missões Diplomáticas, às
Repartições Consulares, aos Organismos Internacionais, aos Funcionários
Estrangeiros Administrativos de Carreira e aos Peritos Estrangeiros de
Cooperação Internacional deverão conter as seguintes gravações estampadas
na parte central superior da placa (tarjeta), substituindo-se a identificação do
Município;

Figura 30: Substituições na identificação do Município


Fonte: SCD/EaD/Segen

Veja abaixo o modelo anterior, ainda em circulação e o modelo Padrão Mercosul.


Atentem que o modelo Mercosul abaixo é da primeira geração, quando havia a
bandeira do estado e o brasão do município na lateral esquerda da placa. Atente
apenas para a cor da placa e desconsidere esses itens.

53
Figura 31: Placas Antigas X Placas Padrão Mercosul
Fonte: SDC/EaD/Segen

Fique atento!!
A categoria de placas denominadas “DIPLOMÁTICO” na
cor dourada e branco incluem: Diplomático/Consular
(Missão Diplomática, Corpo Consular, Corpo Diplomático,
Organismo Consular e/ou Internacional e Acordo
Cooperação Internacional).
As especiais, na cor verde e branco, consistem:
Experiência / Fabricantes de veículos, peças e implementos

54
Com referência à placa de identificação dos veículos relacionados nas letras
“a” até “f”, e os procedimentos necessários para obtê-la, em conformidade com o
RENAVAM, a Resolução 286/2008 institui (no Art. 2º) que:

“o registro do veículo, a expedição do Certificado de Registro e


a designação da combinação alfanumérica da placa de
identificação serão realizadas pelos órgãos executivos de
trânsito dos Estados e do Distrito Federal mediante a
apresentação de autorização expedida pelo Cerimonial do
Ministério das Relações Exteriores.” Igualmente, todo ato de
mudança de categoria, ou propriedade, será procedido pelos
mesmos órgãos executivos de trânsito mediante as exigências
relacionadas no Art. 3º.

DISPOSIÇÕES DAS PLACAS NOS VEÍCULOS

Quanto a disposições das placas nos veículos, a Resolução nº 231 de 2007,


traz em seu artigo 1º, parágrafos 3º e 4º que:

A placa traseira será obrigatoriamente lacrada à estrutura


do veículo, juntamente com a tarjeta, em local de visualização
integral. (somente para placas modelo anterior ao Mercosul).

Os caracteres das placas de identificação serão gravados


em alto relevo.

Conforme artigo 6º, da resolução, a partir de 1º de janeiro de 2008, ficam


obrigados a utilizar placa traseira de identificação com película refletiva os veículos
de 2 ou 3 rodas do tipo de motocicleta, motoneta, ciclomotor e triciclo (redação
modificada pela Resolução Nº 241/07):
a) que foram registrados na categoria aluguel;

b) que foram registrados nas demais categorias a partir de 1º de janeiro de 2008;

55
c) que foram transferidos de município a partir de 1º de janeiro de 20.08

IMPORTANTE!!
Aos demais veículos (registrados antes de 1º de
janeiro de 2008) é facultado o uso de placas com película
refletiva, desde que atendidas as especificações do anexo
desta Resolução. (Parágrafo único do Art. 6º, válido até
1º/01/2012).
Os demais veículos, fabricados a partir de 1º de janeiro
de 2012, deverão utilizar obrigatoriamente, placas e tarjetas
confeccionadas com película refletiva, atendidas as
especificações do Anexo desta Resolução. (Parágrafo único
do Art. 6º, válido a partir de 1º de janeiro de 2012. (Nova
redação dada pela Resolução Nº 372/11, de 18/03/11).

Quando a disposição de uma segunda placa para identificação de veículos com


dispositivo de engate, o artigo 8º e o parágrafo único do artigo 9º traz a seguinte
redação:
• Artigo 8º - Será obrigatório o uso de segunda placa traseira de identificação nos
veículos em que a aplicação do dispositivo de engate para reboques resultar no
encobrimento, total ou parcial, da placa traseira localizada no centro geométrico do
veículo. (Resolução Nº 231/07);
• Artigo 9º, Parágrafo único - A segunda placa de identificação será lacrada na parte
estrutural do veículo em que estiver instalada (para-choque ou carroceria). (Resolução
Nº 231/07).

56
DEMAIS CARACTERÍSTICAS (não se aplica ao modelo padrão Mercosul)

O código de cadastramento do fabricante da placa e da tarjeta será composto


por um número de 3 algarismos, seguido da sigla da Unidade da Federação e dos
dois últimos algarismos do ano de fabricação, gravados em alto ou baixo relevo, em
cor igual à do fundo da placa.

Observação: na prática, em algumas placas os anos de fabricação aparecem


marcados com 4 algarismos. Veja na foto que ilustra as inscrições do fabricante.

Figura 32: Inscrição do Fabricante


Fonte: SCD/EaD/Segen

Os veículos, após identificados, deverão ter sua placa traseira lacrada à estrutura
(apenas a placa traseira, conforme imagem abaixo) com lacre de material sintético
virgem ou metálico, de uso exclusivo e com identificação do órgão de trânsito

57
responsável. Deve ter características de inviolabilidade e permitir a passagem de
arame galvanizado trançado por seu interior.

A Resolução nº 231/2007 não específica cor para os lacres. Apenas estabelece


que deverão ter dimensões mínimas de 15 x 15 x 4mm.

O Subitem 5.1 estabelece que as cores utilizadas para placas e caracteres


deverão manter seu contraste em todo período de vida útil de utilização do veículo, tal
característica deve ser estendida para as tarjetas.

Figura 33: Modelo de lacre com inscrição do DETRAN, UF e Ano


Fonte: SCD/EaD/Segen

58
Aula 3 – Carteira Nacional de Habilitação – CNH

Nesta aula você tomará conhecimento sobre as características das CNHs


anteriores a Resolução nº 598, 24 de maio de 2016 (disponível no material complementar),
e estudará as mudanças que a resolução trouxe para a expedição do novo modelo da
Carteira Nacional de Habilitação. Esta resolução regulamenta a expedição do
documento único da atual CNH - Carteira Nacional de Habilitação.

A CNH mais atualizada é a prevista na Resolução nº 598, de 24 de maio de 2016.


A Resolução do Contran 687/2017 altera o art. 8º-A, da Resolução nº 598/2016
acrescentado pela Resolução nº 684/2017, regulamentando a Carteira Nacional de
Habilitação Eletrônica (CNH-e), que previu a expedição do documento por meio
eletrônico, na forma estabelecida em portaria do Departamento Nacional de Trânsito
(DENATRAN). Essa portaria foi a de nº 1.657, de 27 de dezembro de 2018.
A Resolução nº 775, de 28 de março de 2019, substituindo o texto “Ministério
das Cidades” por “Ministério da Infra Estrutura”, a Resolução nº 727 de 2018 revogou
a Resolução nº 687/2017 que altera o art. 8º-A, que passa a vigorar com a seguinte
redação:

"Art. 8º-A A Carteira Nacional de Habilitação Eletrônica (CNH-e)


deverá ser implantada pelos órgãos e entidades executivos de
trânsito dos Estados e do Distrito Federal até 1º de julho de
2018”

3.1 A CNH Digital

A Portaria nº 1.657, de 27 de dezembro de 2018 (disponível no material


complementar), da CNH em meio eletrônico, possuindo o mesmo valor jurídico do
documento impresso.

Para a emissão e utilização da Habilitação digital, será necessário a instalação


do aplicativo “Carteira Digital de Trânsito”, o qual exigirá a leitura do QR Code, que

59
deve estar impresso no verso da CNH. Após a validação e demais cadastros, será
realizado a leitura fácil e comparado ao banco de dados do DENATRAN.

O artigo 10 da referida portaria traz a seguinte redação:

Art. 10. Cada órgão ou entidade executivo de trânsito dos


estados e do Distrito Federal deverá possuir um certificado
digital que ficará armazenado em um Hardware Security Module
(HSM) no Serviço Federal de Processamento de dados
(SERPRO) e será utilizado para a assinatura da CNH Digital.

Figura 34: CHN Digital


Fonte: https://www.detran.mg.gov.br/habilitacao/cnh-e-permissao-para-dirigir/cnh-digital

60
Modelo de CNH com QR Code no Verso

Figura 35: Modelo CNH com QR Code


Fonte: do Conteudista

3.2 A CNH Física

A Resolução nº 598/2016 regulamenta a produção e expedição da Carteira


Nacional de Habilitação – CNH, com novo leiaute e requisitos de segurança.

A CNH deverá conter novo leiaute, papel com marca d`agua, requisitos de
segurança e 2 (dois) números de identificação nacional e 1 (um) número de
identificação estadual.

61
Figura 36: CHN - Novo Leiaute
Fonte: SCD/EaD/Segen

Veja quais são os números de identificação exigidos na CHN:

Registro Nacional

Primeiro número de identificação nacional, que será gerado pelo sistema


informatizado da Base Índice Nacional de Condutores – BINCO, composto de 9 (nove)
caracteres mais 2 (dois) dígitos verificadores de segurança, sendo único para cada
condutor e o acompanhará durante toda a sua existência como condutor, não sendo
permitida a sua reutilização para outro condutor.

Número do Espelho da CNH

Segundo número de identificação nacional, que será formado por 9 (nove)


caracteres mais 1 (um) dígito verificador de segurança, autorizado e controlado pelo
Órgão Máximo Executivo de Trânsito da União e identificará cada espelho de CNH
expedida. a) O dígito verificador será calculado pela rotina denominada de “módulo
11” e sempre que o resto da divisão for zero (0) ou um (1), o dígito verificador será
zero (0).

62
Número do formulário RENACH

Número de identificação estadual, documento de coleta de dados do


candidato/condutor gerado a cada serviço, composto, obrigatoriamente, por 11 (onze)
caracteres, sendo as duas primeiras posições formadas pela sigla da Unidade de
Federação expedidora, facultada a utilização da última posição como dígito verificador
de segurança.

O número do formulário RENACH identificará a


Unidade da Federação onde o condutor foi habilitado ou
realizou alterações de dados no seu cadastro pela última
vez.
O Formulário RENACH que dá origem às informações
na BINCO e autorização para a impressão da CNH deverá
ficar arquivado em segurança no órgão ou entidade
executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.

Dentro do campo “Observações” do modelo da CNH, deverão constar as


restrições médicas, a informação sobre o exercício de atividade remunerada e os
cursos especializados que tenham certificações expedidas, todos em formatos
padronizados e abreviados, conforme Anexo II desta Resolução.

O art. 8° desta resolução traz as situações em que será obrigatório a expedição


da Carteira Nacional de Habilitação – CNH, modelo único, veja:

I – da obtenção da Permissão para Dirigir na “ACC” e nas categorias “A”, “B” ou


“AB”, com validade de 1(um) ano;

II – da substituição da Permissão para Dirigir pela CNH definitiva, ao término do


prazo de validade de 1 (um) ano, desde que atendido ao disposto no §3º do Art. 148
do CTB;

III – da adição ou da mudança de categoria;

63
IV – da perda, dano ou extravio;

V – da renovação dos exames para a CNH;

VI – houver a reabilitação do condutor;

VII – ocorrer alteração de dados do condutor;

VIII – da substituição do documento de habilitação estrangeira.

Modelo da Carteira Nacional de Habilitação e de Autorização


para Conduzir Ciclomotor

Figura 37: CNH


Fonte: Anexo I da Resolução 598/2016

64
Indicação e localização dos Itens de Segurança

Figura 38: Indicação dos itens de segurança


Fonte: Anexo I da Resolução 598/2016

65
Verso da CNH e itens de segurança

Figura 39: Verso da CNH


Fonte: Anexo I da Resolução 598/2016

66
Indicação e localização dos Itens de Segurança – Fundo Invisível
e Fluorescente

Figura 40: Fundo invisível fluorescente


Fonte: Anexo I da Resolução 598/2016

67
Indicação e localização dos Itens de Segurança – Película
Protetora com Fundo Invisível e Fluorescente

Figura 41: Película protetora com fundo invisível fluorescente


Fonte: Anexo I da Resolução 598/2016

68
3.3 Histórico e características das CNH anteriores

A carteira antiga regulamentada pela Resolução nº 734/89

Não oferecia espaço para fotografia e possuía poucos detalhes de segurança.

Características:

• Sem fotografia e poucos detalhes de segurança;


• Validade original de 18 a 40 anos;
• Considerando não vencidos os exames de sanidade física e mental;
• Validade até o motorista completar 40 anos.

Limites impostos pela Resolução 276/98:

• 30 dias após o vencimento, para recadastrar e participar do cadastro de


condutores RENACH (Registro Nacional de carteira de habilitação), para não ter a
carteira cancelada;
• Prazo máximo para cadastramento de condutores RENACH e inclusão na
BINCO (Base Índice Nacional de Condutores) em 31 janeiro 2012.

Figura 42: Modelo CNH, Resolução nº 734/89


Fonte: do Conteudista

69
A carteira criada pela Resolução nº 765/93

Alterada pela Resolução nº 71/98, trouxe muitas inovações, incluiu fotografia e


detalhes de segurança contra falsificações, como também passou a ser aceita como
documento de identidade.

Modelo da CNH (a partir de 1993/1998)

Figura 43: Modelo CNH 1993/1998


Fonte: do conteudista

70
A Lei nº 9.503/97, que institui o atual CTB, em seu Art. 159, dispõe que:

A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em modelo único e


de acordo com as especificações do CONTRAN, atendidos os
pré-requisitos estabelecidos neste Código, conterá fotografia,
identificação e CPF do condutor, terá fé pública e equivalerá a
documento de identidade em todo território nacional.

A Resolução 168/04, modificada pela Resolução 169/05, no seu parágrafo 3º,


normatiza que a CNH deve produzir seus efeitos legais quando apresentada no
original e dentro do prazo de validade.

A CNH, é provavelmente o melhor documento de identificação disponível


atualmente no Brasil, tendo em vista os seguintes motivos:

Figura 44: CNH, 3 motivos que tornam um documento completo


Fonte: SCD/EaD/Segen

71
Características da CNH da Resolução 765/93

Alterada pela Resolução 71/98, conforme fotografia abaixo:

Figura 45: Modelo CNH, Resolução 765/93


Fonte: do Conteudista; e SCD/EaD/Segen

Observe que na área do fundo anticopiadoras coloridas, as cópias aparecem


com a sombra da palavra FRAUDE (veja detalhe ampliado):

72
Figura 46: Fundo anticopiadora ampliada
Fonte: do conteudista

A Carteira Nacional de Habilitação, após Resolução 192/2006

A CNH regulamentada pela Resolução nº 192/2006, além de atestar a aptidão


do cidadão para a condução de veículos, inclui mais detalhes de segurança, como
dois números de identificação nacional e um número de identificação estadual (Art.2º).

As dimensões da CNH são:

• 85 x 120 mm, documento aberto;


• 85 x 60 mm, Documento dobrado.

Figura 47: Modelo CNH, Resolução 192/2006


Fonte: do Conteudista; e SCD/EaD/Segen

73
Mais características de segurança

Esse modelo de CNH possui 10 características de segurança na parte superior


do documento, mais 11 na parte inferior.

Figura 48: Itens de Segurança CNH, parte superior


Fonte: do Conteudista

1. Foto personalizada, não impacto em policromia, com alta definição;


2. Filigrana negativa incorporando textos de identificação;
3. Fundo invisível sensível à luz ultravioleta (Brasão da República, Bandeira do
Brasil e geométrico positivo);
4. Fundo off-set numismático duplex, com brasão da República incorporado.
5. Microtexto positivo e negativo com falha em talho-doce.
6. Personalização não impacto à cores (vermelho);
7. Papel de segurança (Mould Made);
8. Texto de identificação e numeração tipográfica com dígito verificador, sensível
à luz ultravioleta;

74
9. Fundo anti-scanner duplex, tarja geométrica positiva e microletra; negativa
“CNH”;
10. Brasão da república em talho-doce.

Figura 49: Itens de Segurança CNH, parte Inferior


Fonte: do Conteudista

1. Fundo off-set numismático duplex, com bandeira estilizada.


2. Microtexto positivo e negativo com falha técnica em talho-doce;
3. Registro coincidente (see-through);
4. Número identificador da CNH criptográfico;
5. Filigrana negativa incorporando textos de identificação;
6. Holograma;
7. Fundo geométrico positivo em off-set;
8. Fio de microtextos positivos “DENATRAN” em talho-doce;
9. Fundo anti-scanner duplex, tarja geométrica positiva e microletra negativa
“CNH”;
10. Texto de identificação e numeração tipográfica com dígito verificador,
sensível à luz ultravioleta;
11. Imagem latente “Original”.

75
Aula 04 – Certificado de Registro e Licenciamento de
Veículos – CRLV

De acordo com a Deliberação do Contran, nº 180 de 30 de dezembro de 2019,


onde prevê em seu Artigo 2º que:

“O Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo em meio


eletrônico (CRLV-e) será expedido em substituição ao CRLV em
meio físico, na forma estabelecida Departamento Nacional d
Trânsito (DENATRAN)”. (grifo nosso)

Portanto, será extinta a emissão do CRLV na cor verde, emitido em papel


moeda que era utilizado até então.

A Deliberação Contran prevê ainda que:

• O proprietário do veículo poderá imprimir o CRLV-e, o qual será considerado


válido para o fim previsto no caput;
• O DENATRAN disponibilizará sistema eletrônico para validação do CRLV-e,
ou sua versão impressa, por meio de leitura do código de barras
bidimensionais dinâmico (Quick Response Code – QRCode) inserido no
documento;
• O QRCode será gerado a partir de algoritmo específico, de propriedade do
DENATRAN, composto pelos dados individuais do veículo obtidos por meio
do Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM);
• A expedição do CRLV-e, sem obrigatoriedade de sua impressão deverá ser
implantada em todo o território nacional até 30 de junho de 2020 (Resolução
nº 769), facultada sua antecipação;
• O CRLV em meio físico com modelo previsto na Resolução CONTRAN nº 16,
de 06 de fevereiro de 1998, com a alteração dada pela Resolução CONTRAN
nº 775, de 28 de março de 2019, poderá ser utilizado para o licenciamento de
veículos para o exercício de 2020, portanto, pela regra, esse é o último CRLV
com os moldes do modelo anterior;

76
• IMPORTANTE: para transitar em outro país, o condutor deverá portar
obrigatoriamente a versão impressa do CRLV-e na forma do parágrafo 1º do
art. 4º ou do parágrafo único do art. 7º, enquanto disponível.

4.1. Especificações Técnicas

O CRLV será composto por partes contendo os seguintes dados:

1ª e 2ª Partes: Informações dos órgãos emissores, do veículo e do proprietário:


Cabeçalho com impressão "REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL", "MINISTÉRIO
DA INFRAESTRUTURA", "DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO",
Identificação do DETRAN/UF, número de série, código RENAVAM, exercício, nome
do proprietário, CPF/CNPJ do proprietário, placa atual, placa anterior, nº do VIN
(chassi), tipo/espécie, combustível, marca/modelo/versão, ano de fabricação, ano do
modelo, capacidade/lotação, potência/cilindrada, categoria, cor do veículo,
quantidade de eixos, CMT, PBT, nº de motor, tipo de carroceria, local e data da
expedição e QR Code.

3ª Parte: Informações do campo observações do cadastro do veículo;

4ª Parte: Mensagens do DENATRAN.

O CRLV poderá conter informações do bilhete do seguro DPVAT, conforme


procedimentos estabelecidos pelo DENATRAN, respeitada a legislação de seguros.

A versão impressa conterá o mesmo leiaute do CRLV-e, em tinta preta, em


página única, papel sulfite branco e formato A4. Acesse o modelo do CRLV-e,
disponível no material complementar.

LEMBRE-SE!!
Para transitar com veículo emplacado no Brasil em
outro país é obrigatório portar o CRLV-e impresso.
Pela regra, 2020 é o último ano de circulação do CRLV
impresso pelos DETRAN’s estaduais.

77
O Art. 133 do CTB, determina que é obrigatório o porte do Certificado de
Licenciamento Anual, portanto, mesmo que seja de forma digital, armazenado em
aplicativo, ou com o documento impresso, o qual poderá ser verificada a veracidade
dos dados por meio do QR Code impresso no documento.

SAIBA MAIS!!

O CRLV-e pode ser compartilhado com até 05 (cinco) CPFs


diferentes. O compartilhamento é feito no mesmo aplicativo que
armazena o documento e a CDT (Carteira Digital de Trânsito). A
remoção do compartilhamento pode ser feita a qualquer momento
pelo usuário e é necessário que a pessoa que irá receber o documento
digital, também tenha o aplicativo CDT (Carteira Digital de Trânsito).

Figura 50: Modelo CRLV-e Digital


Fonte: https://brasilbybags.com/detran-e-serpro-permitem-o-uso-de-crlv-digital/

OBSERVAÇÃO: No documento, acima, onde se lê “MINISTÉRIO DAS CIDADES”,


leia-se “MINISTÉRIO DA INFRAESTRUTURA” (Resolução nº 775 de 28 de março de
2019).

78
Exemplos de adulteração no CRLV: Na adulteração abaixo, o papel é
original, extraviado de outro estado. A UF do estado de origem foi raspado e impresso
a UF “RS”. Nesse caso o papel é original, mas os dados são falsos, copiados do
veículo original.

Figura 51: Modelo 1 de CRLV adulterada


Fonte: Imagens fornecidas por: Silvani Schimidt Filho – APC SC; SCD/EaD/Segen

79
Figura 52: Modelo 2 de CRLV adulterada
Fonte: Imagens fornecidas por: Silvani Schimidt Filho – APC SC; SCD/EaD/Segen

No exemplo que vamos ver a seguir houve adulteração nos dados inscritos em
um papel original. Quadrilhas especializadas em adulteração furtam ou roubam até
caixas fechadas de CRLV e comercializam esses documentos em branco. Quando
vendem para outros estados, há a necessidade de raspar a UF do estado de origem
e gravar a UF do veículo que receberá o documento.

Observa-se que a placa foi inserida em caractere maior que os demais e a


cidade Joinville foi digitada JOIVILLE. Faltou ainda a numeração do motor no
documento.

80
Figura 53: Modelo 3- CRLV adulterado
Fonte: Imagens fornecidas por: Silvani Schimidt Filho – APC SC

4.2. Leitura do QR Code da CNH-e, CRLV, e Placa Padrão Mercosul

Para fazer a leitura do QR Code da CNH-e, CRLV-e, seja pelo documento


impresso ou pelo aplicativo do celular do usuário, o agente fiscalizador também
precisa de ter a sua disposição o aplicativo “Vio: QR Seguro”, produzido e distribuído
pelo SERPRO – Serviço Federal de Processamento de Dados, disponíveis para
celulares Android e IOS.

81
Figura 54: Vio: QR Seguro
Fonte: Google Play e App Store

Aplicativo “Vio: QR Seguro” disponível no Google Play


em:
<https://play.google.com/store/apps/details?id=br.gov.ser
pro.lince>

Aplicativo “Vio: QR Seguro” disponível no Google Play


em: <https://apps.apple.com/br/app/id1218953994>

82
Finalizando...

Nesse módulo você estudou que:

• A Lei nº 9.426/96, que modifica artigos do código penal, estabelece as penas


para os crimes relacionados à identificação veicular;

• A Resolução nº 24, de 21 de maio de 1998, estabelece o critério de identificação


de veículos a que se refere o Art. 114 do Código de Trânsito Brasileiro;

• A Resolução nº 231, de 15 de março de 2007, estabelece que as placas dianteira


e traseira deverão conter, gravados em tarjetas removíveis a elas afixadas, a
sigla identificadora da Unidade da Federação e o nome do Município de registro
do veículo, exceto nas placas dos veículos oficiais, de representação, aos
pertencentes a missões diplomáticas, às repartições consulares, aos
organismos internacionais, aos funcionários estrangeiros administrativos de
carreira e aos peritos estrangeiros de cooperação internacional;

• A placa traseira será obrigatoriamente lacrada à estrutura do veículo, juntamente


com a tarjeta, em local de visualização integral;

• A segunda placa traseira de identificação (caso de reboques) será lacrada na


parte estrutural do veículo em que estiver instalada (para-choque ou
carroceria);

• A Resolução nº 598, de 24 de maio de 2016, regulamenta a expedição do


documento único da Carteira Nacional de Habilitação;

• O Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos;

• Leitura do QR code da CNH-e, CRLV, e Placa Padrão Mercosul.

83
Módulo 3 – O Sistema RENAVAM

Apresentação do Módulo

Você sabe o que é RENAVAM?

Se até o momento você respondia que RENAVAM é apenas o Registro


Nacional de Veículos Automotores, espere até o final da leitura deste módulo, pois
você descobrirá muito mais informações a respeito do projeto que implementou uma
série de mudanças que auxiliam a identificação veicular.

Neste módulo, você irá estudar a definição, o histórico, e as mudanças


importantes introduzidas pelo sistema RENAVAM.

Objetivos do Módulo:

Ao final do Módulo 3, você será capaz de:

• Definir o que é RENAVAM;


• Analisar o histórico do RENAVAM;
• Compreender as mudanças introduzidas pelo Sistema RENAVAM.

Estrutura do Módulo:

Aula 01 – Definição, mudanças introduzidas pelo sistema RENAVAM, seus


usuários e informações;

Aula 02 – O examinador e os exames veicular e documental;

Aula 03 – Decodificação de datas de fabricação de vidros;

Aula 04 – A importância de saber os códigos dos agregados.

Bons estudos!!!

84
Aula 01 – Definição, mudanças introduzidas pelo sistema
RENAVAM, seus usuários e informações

1.1. Definição

O RENAVAM é um sistema informatizado destinado a integrar as informações


sobre todos os veículos produzidos ou em circulação no território nacional. Logo,
através do RENAVAM pode-se saber todo o histórico de um veículo desde a sua
fabricação, até o seu desuso.

Todas as informações dos veículos contidas no RENAVAM ficam armazenadas


no DENATRAN, que distribui para os DETRANs estaduais.

1.2. Conceito e objetivos do Projeto RENAVAM

A ideia central do Projeto RENAVAM foi obter informações sobre a frota


nacional de veículos automotores por meio da interligação das Bases de Dados
Estaduais. As informações tornaram-se acessíveis de recursos de teleprocessamento,
possibilitando o alcance dos seguintes objetivos:

I. Individualizar a identificação veicular (principal objetivo técnico);


II. Desburocratizar os órgãos de trânsito;
III. Recadastrar a frota nacional;
IV. Uniformizar procedimentos;
V. Reduzir a impunidade;
VI. Disponibilizar informações mais confiáveis sobre a frota nacional;
VII. Eliminar agentes intermediários;
VIII. Combater a corrupção; e
IX. Instrumentalizar ações de combate a roubos/furtos de veículos.

85
1.3. Histórico

Para que possam analisar o histórico do RENAVAM é necessário compreender


05 (cinco) pontos importantes:

Figura 55: Pontos importante para o projeto RENAVAN


Fonte: SCD/EaD/Segen

IPVA - Imposto sobre propriedade de Veículos Automotores, de responsabilidade da Secretaria da


Fazenda. Esse imposto é cobrado na época do licenciamento anual do veículo.

86
Veja a seguir um pouco sobre cada um deles:

NECESSIDADE HISTÓRICA
Com a extinção da Taxa Rodoviária Única -TRU e a criação do IPVA, as
informações sobre veículos e seus proprietários passaram a ser administradas
unicamente pelos DETRANs, no âmbito de cada Estado. Com isso, os dados
cadastrados atendiam apenas às necessidades específicas locais, não possibilitando
uma consolidação em nível nacional.

REGULAMENTAÇÃO
O Ministério da Justiça, sentindo essa carência (de consolidação), regulamentou,
em 06 de março de 1986, o Registro Nacional de Veículos Automotores – RENAVAM,
padronizando, em nível nacional, as informações relativas a veículos automotores
administradas pelos Órgãos Estaduais de Trânsito.

FUNCIONAMENTO
O Projeto Central RENAVAM é a consolidação dessas informações por meio
da interligação das Bases de Dados Estaduais, tornando-as acessíveis através de
recursos de teleprocessamento.

MODELO TECNOLÓGICO
“O modelo tecnológico é complexo e único na América Latina”, essa era a
informação que constava do folheto informativo do Ministério da Justiça/DENATRAN,
que circulou à época da implantação. A definição do modelo tecnológico iniciou-se em
1985, quando da concepção do RENAVAM, e foi concluída em 1991, quando da
interligação dos primeiros Estados que entraram em operação no sistema.

EQUIPAMENTO
Admite a utilização de equipamentos de marcas diferentes (inicialmente IBM e
UNYSIS) através de tradutores (Processadores de Comunicação chamados
GATEWAYs). Em decorrência, é possível a interligação de bases de dados residentes
em equipamentos (chamados HARDWAREs) heterogêneos dos Estados.

87
1.4. Mudanças introduzidas pelo sistema RENAVAM

1.4.1. A mudança da maneira de cadastramento

No sistema antigo, o controle do Governo era baseado nas informações das


notas fiscais dos veículos.

IMPORTANTE!!
No Sistema RENAVAM, as informações fornecidas pelas
montadoras são os dados utilizados para controle dos
veículos.

Esses dados (pré-cadastramento) são inseridos na Base de Índice Nacional


(BIN) e são utilizados pelos DETRANs na emissão dos documentos dos respectivos
veículos.

1.4.2. A mudança do modelo da placa padrão nacional

Na execução do projeto RENAVAM foi prevista a mudança do modelo da placa


padrão nacional, para possibilitar a individualização dos veículos também nesse
aspecto.
As placas de duas letras e quatro números forneciam, de acordo com folhetos
do DENATRAN, cerca de seis milhões e meio de combinações, quantidade
insuficiente e que ocasionava sua duplicação ou triplicação frente à frota nacional,
estimada na época em dezoito milhões de veículos.

Como você estudou no módulo 2, o modelo da placa substitutiva, ainda hoje


utilizada (junto a placa Mercosul), apresenta sete caracteres, sendo três letras e
quatro números, permitindo, de acordo com folhetos do DENATRAN, cento e
setenta e cinco milhões de combinações. Esses caracteres identificam o veículo,
enquanto as cores indicam a finalidade de utilização.

88
1.4.3. Mudança de gestão

A implantação da placa com 03 (três) letras e 04 (quatro) números, fez parte de


uma ação conjunta dos Governos Estaduais e Federal dentro do Projeto RENAVAM,
tendo como gestor o DENATRAN.

A implantação sistema RENAVAM nos Estados demorou 8 anos, 4 meses


e 8 dias, tendo iniciado em 20/02/1990 com a distribuição das primeiras placas ao
Estado do Paraná, e terminado em 28/06/1998, com a distribuição das últimas placas
da primeira série ao Estado do Amapá.

Para entender o “porquê” da demora, considere o cumprimento dos itens


funcionamento, modelo tecnológico e equipamentos frente às dificuldades
técnicas, financeiras e burocráticas para aquisição dos equipamentos e treinamento
da mão-de-obra.

Onde o veículo foi emplacado pela 1ª vez???

A partir da implantação da nova placa-modelo dos veículos, o DENATRAN, como


gestor do sistema RENAVAM, distribuiu as primeiras séries de sequências específicas
aos Estados da Federação. De acordo com a tabela Destinação de Placas, você pode
verificar onde o veículo foi emplacado pela primeira vez.

Observe que as letras são agrupadas na ordem alfabética convencional, tendo-


se utilizado o alfabeto completo, inclusive com as letras K, W e Y.

Figura 56: Exemplos de emplacamentos


Fonte: SCD/EaD/Segen

89
Observando a tabela – Destinação de Placas (Anterior a placa do Mercosul)
(disponível no material complementar), você irá constatar que nem todo veículo com
placa iniciada em “J” foi emplacado no DF, pois outros estados também foram
contemplados com esta letra (BA, AM, MT e PA), por isso, é importante observar o
agrupamento de letras fornecido na tabela abaixo.

1.5. O Projeto RENAVAM

O projeto RENAVAM foi concedido em módulos, com as seguintes finalidades:

Pré-cadastramento – cadastramento dos dados de componentes e


características dos veículos automotores na CENTRAL RENAVAM (Base Índice
Nacional – BIN).

Atualização cadastral - Registro na CENTRAL RENAVAM de toda atualização


ocorrida com os dados do veículo, desde o primeiro registro até a sua baixa final,
incluindo mudança de propriedade, mudança de características e transferência para
outra Unidade da Federação, com ou sem troca de proprietário.

Roubos/Furtos - Registro na CENTRAL RENAVAM, através dos Órgãos de


Segurança Estaduais, das informações de ocorrência de roubo/furto, recuperação ou
devolução de um veículo.

Multas - Permitem aos Órgãos Autuadores o controle e a cobrança efetiva das


multas resultantes de infrações cometidas por um veículo em outra Unidade da
Federação, que não a de seu licenciamento ou em Rodovias Federais.

Controle de Fronteiras - Controla a permanência, em território nacional, de


veículos licenciados em outros países, inclusive com a cobrança de multas de
infrações de Trânsito cometidas por seus condutores; e a saída de veículos
licenciados no país para o estrangeiro.

Estatísticas - A partir das informações da CENTRAL RENAVAM, são geradas


estatísticas, que ficam disponíveis em terminais para consultas e em relatórios
editados periodicamente.

90
Consultas - Permitem o acesso às informações, na CENTRAL RENAVAM, por
qualquer usuário devidamente credenciado pelo DENATRAN, via terminal de vídeo
ou telex.

Controle Gerencial - Fornece ao DENATRAN, como gestor do projeto,


informações atualizadas sobre o processamento do sistema, permitindo o controle
sobre quem acessa ou fornece as informações.

1.6. Usuários de informações do RENAVAM

De acordo com folhetos do DENATRAN, os usuários efetivos e potenciais das


informações do RENAVAM são:

Figura 57: Usuários das Informações do RENAVAM


Fonte: SCD/EaD/Segen

91
Veja a seguir um pouco sobre cada um deles:

Órgãos de Trânsito e Transporte


• Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN;

• Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN;

• Departamentos de Trânsito – DETRANs (âmbito estadual);

• Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte – DNIT;

• Departamentos de Estradas e Rodagens – DERs (âmbito estadual);


• Órgãos Municipais de Trânsito.

Órgãos de Segurança Pública


• Secretarias Estaduais de Segurança Pública Departamento de Polícia Federal;

• Departamento de Polícia Rodoviária Federal;

• Delegacias de Roubos e Furtos de Veículos;

• Polícias Militares;
• Polícias Civis.

Órgãos Fazendários
• Secretarias Estaduais da Fazenda;

• Secretarias da Receita Federal.

Entidades Privadas
• Seguradoras;

• Montadoras;

• Revendedoras de Veículos;

• CNTT – Confederação Nacional dos Transportes Terrestres;

• NTC – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística;


• Público em geral, e outros.

92
Aula 02 – O examinador e os exames veicular e documental

O exame veicular é o processo pelo qual o veículo é inspecionado para verificar


se o número de identificação veicular (VIN) está gravado conforme as especificações
legais e se é originário do mesmo veículo.
O exame documental é o processo pelo qual é examinada a autenticidade dos
documentos de identificação do veículo, através do Certificado de Registro e
Licenciamento de Veículo (CRLV) e Certificado de Registro de Veículo (CRV), e do
condutor, através da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A tabela a seguir mostra as finalidades, os locais e os responsáveis pela
realização dos exames veicular e documental:

Figura 58: Finalidades, locais e responsáveis pela realização dos exames veicular e documental
Fonte: SCD/EaD/Segen

Os exames nos DETRANs ou DRFVs habilitam o veículo ao emplacamento,


mudança de proprietário e transferência de Unidade de Federação. Eles demandam
mais tempo e devem ser mais criteriosos do que os de campo; por isso, requerem
melhores condições para sua realização.

93
2.1. O examinador e os exames

O examinador é um profissional de Segurança Pública ou servidor dos órgãos


de trânsito competentes que esteja designado para as funções técnicas exigidas pelos
exames.

A função do examinador:

Figura 59: Funções do examinador


Fonte: SCD/EaD/Segen

Saiba Mais!
Um veículo fraudado e/ou roubado/furtado que não tenha sido
reconhecido pelo examinador e venha compor a frota nacional de
veículos, recebe vulgarmente o nome de “esquentado”.

94
2.2. Características de um bom examinador

Para executar uma boa vistoria veicular e documental, sem permitir que ocorra
“esquentamento”, o examinador deverá:

• Ser idôneo;

• Possuir os conhecimentos indispensáveis à identificação veicular e à função


que realizará;

• Utilizar local adequado para os exames;

• Saber utilizar o Sistema RENAVAM; e

• Manter-se atualizado com relação às técnicas de exames e às codificações.


Ele deve buscar subsídios nas montadoras, nas concessionárias, no
DENATRAN e nos cursos de Identificação Veicular oferecidos.

Tecnicamente, examinador também deverá:

• Realizar os exames de forma criteriosa; e


• Verificar se o local propicia o exame completo de veículos e de documentos.
Para a realização dos exames veicular e documental é preciso que se tenha
um local adequado.

2.3. Características de um local adequado para exames

• Proteção contra a ação das intempéries;


• Infraestrutura e equipamentos necessários (banheiro, vestiário, saleta para
manuseio de documentos, telefone, etc.);
• Iluminação natural e/ou artificial adequadas;
• Elevadores e valas que possibilitem exames a partir de ângulos estratégicos; e
• Proximidade do setor de cadastro de roubos e furtos integrado ao Sistema
RENAVAM, para possibilitar maior eficiência e segurança ao trabalho do
examinador.

95
Observe os detalhes da figura abaixo: cobertura, valas, pequena edificação
com alpendre, sala, banheiro, e vestiário, contendo móveis adequados e telefone.

A área é limitada por uma cerca. O acesso aos condutores de veículos é


controlado. No segundo plano, à esquerda da segunda cerca, vê-se uma cobertura,
também dotada de vala, que é utilizada em exames periciais.

Figura 60: Complexo da Polícia Civil, um dos locais onde se fazem exames veiculares no Distrito
Federal.
Fonte: do Conteudista

AMPLIE SEU CONHECIMENTO!

Acesse um modelo de Planta de vala para exames de


veículos automotores, disponível no material
complementar.

96
2.4. A realização dos exames veicular e documental e o Sistema
RENAVAM

O sistema RENAVAM auxilia a realização dos exames veicular e documental à


medida que:

• Coloca os dados cadastrais à disposição;


• Ajuda na devolução do veículo recuperado; e
• Permite que o examinador participe do fornecimento de dados cadastrais ao
sistema de emplacamento (correção de erros, recadastramento) na BIN (Base
Índice Nacional) e na Base Estadual.

Observação:
O examinador está sujeito ao Controle Gerencial do DENATRAN.

2.5. Informações importantes para a realização do exame veicular

2.5.1. Gravação do VIN

Cada fábrica possui sua própria forma de gravar o VIN. Observe que o VIN é
gravado no chassi ou na lataria, geralmente em baixo relevo, e possui as seguintes
particularidades (características):

• Forma e calibre (tamanho) dos caracteres - é o modelo e a dimensão dos


caracteres;
• Espaçamento entre os caracteres - é a distância longitudinal entre os
caracteres;
• Alinhamento dos caracteres - é a distância transversal dos caracteres até
duas linhas paralelas imaginárias longitudinais que limitam inferior e
superiormente a sequência; e
• Profundidade de gravação dos caracteres - é a extensão considerada desde
a superfície da peça suporte da gravação até o fundo dos sulcos produzidos
pelos punções.

97
2.5.2. Plaquetas e etiquetas

Tanto a a plaqueta quanto as etiquetas são elementos de grande importância


na identificação veicular.
A utilização da plaqueta de identificação remonta ao início de produção dos
veículos nacionais, enquanto as etiquetas foram instituídas mais recentemente,
através da Resolução do CONTRAN nº 659/85.
Infelizmente, algumas montadoras cessaram a utilização da plaqueta ao
introduzirem a das etiquetas, ao invés de adotarem os dois sistemas auxiliares de
identificação veicular.

Características das plaquetas de identificação:

• Contém a codificação de chassi - Algumas contêm a codificação completa


gravada mecanicamente por pressão; outras, apenas a parte mutável para
cada tipo de veículo;

• É moldada em material sensível, geralmente alumínio - Devido a essa


característica e ao fato de ter pequena espessura, facilita a constatação de
adulteração nela efetuada;

• É gravada em baixo ou alto relevo – Ofereceria maior segurança se fosse


impressa, simultaneamente, em baixo e em alto relevos, com campos
hachurados.

Historicamente, a plaqueta já ofereceu melhores condições de segurança. Na


década de 60 algumas montadoras gravaram a numeração em alto relevo e em região
hachurada (a Willys Overland do Brasil S.A. e a Ford do Brasil usavam essa técnica).

98
Exemplos:

Figura 61: Modelo de Plaquetas


Fonte: do Conteudista; e SCD/EaD/Segen

Características das etiquetas de identificação:

• É destrutiva quando se tenta removê-la – O fato de ser construída com


parcelas, ligadas por linhas de menor resistência à tração do que a própria
cola, determina o seu fracionamento quando se tenta removê-la;

• É fabricada com papel especial de segurança - Para dificultar a


aduteração;

99
• Refletiva - Reflete um desenho quando submetida à luz ultravioleta.

Exemplos:

Figura 62:Modelos de etiquetas de identificação


Fonte: do Conteudista; e SCD/EaD/Segen

100
2.5.3. Gravação nos vidros

A gravação nos vidros também foi instituída pela Resolução nº 659/85 do


CONTRAN. Ela objetiva conferir maior segurança à identidade do veículo, a partir da
gravação de seu número de série em vários pontos.

Figura 63: Locais de gravação da VIS nos vidros


Fonte: SCD/EaD/Segen

Detalhes da máscara: A VIS do VIN, representada pela sequência perfurada,


permite a passagem do produto de gravação que, ao ser aplicado, marca com a
mesma forma a superfície do vidro.

Figura 64: Modelo de Placa para gravação do VIS nos vidros


Fonte: do Conteudista

101
Aula 03 – Decodificação de datas de fabricação de vidros

Regras gerais para decodificação da data (mês e ano) de fabricação dos vidros:

Os códigos indicativos da data de fabricação de cada vidro são


gravados pelas fábricas, geralmente, em um canto inferior do
vidro, o que facilita a leitura. A leitura e a interpretação dos
códigos podem ser feitas do lado de fora do veículo.

3.1. Por que pesquisar as datas de fabricação dos vidros veiculares?

O conhecimento das datas de fabricação dos vidros de um veículo que esteja


sendo vistoriado, tanto em operações de campo (blitz) quanto em pátios de delegacias
ou DETRANs, é de grande valia para o examinador, pois as discrepâncias porventura
percebidas podem indicar suspeição de fraude.

É comum encontrar vidros que tenham sido fabricados de dois a quatro meses
antes do veículo. Mas um vidro que tenha sido fabricado depois do veículo indica que
o original fora substituído. Cabe ao examinador investigar o porquê (o veículo pode
ter sido envolvido em ocorrência de furto ou de acidente).

SAIBA MAIS!!

As fábricas de veículos mantêm estoques reguladores de vidros,


suficientes para, por exemplo, quatro meses. Não seria compreensível
que estocassem vidros para serem utilizados depois de dois anos, por
exemplo, mesmo porque os modelos estão sempre sendo
modificados (as fábricas de vidro e as revendas de peças, ao
contrário, necessitam estocar os diversos modelos de vidros para
vendas posteriores). Por isso, é também suspeito encontrar-se, em
determinado veículo, vidros que tenham sido produzidos dois anos
antes do referido veículo.

102
IMPORTANTE!!
Também observar os vidros quanto à possibilidade de terem
sido submetidos a lixamentos na região da VIS (terceira
seção do VIN) que é gravada em seis vidros de cada veículo
(1 frontal, 1 traseiro e 2 em cada lateral), conforme já
estudado anteriormente.

3.2. Decodificação de datas de fabricação de vidros

Os fabricantes de vidros veiculares como Blindex, Securit etc., utilizam


codificações que indicam o mês e o ano de fabricação de cada peça. Os códigos nem
sempre são exclusivos. Um fabricante pode utilizar mais de um código diferente em
seus produtos e mais de um fabricante podem utilizar um mesmo código.

Vamos estudar alguns exemplos!

Vidros SECURIT, pontos no “Industria Brasileira”

Possuem um código que indica o mês e o ano de fabricação, os pontos


colocados abaixo/acima da expressão “INDUSTRIA BRASILEIRA”, indica os dados
procurados, veja o exemplo abaixo:

Figura 65: Exemplo vidros Blindez e Securit, expressão “Indústria Brasileira”


Fonte: do Conteudista; SCD/EaD/Segen

103
Decodificando a imagem acima:

Figura 66: Exemplo de decodificação "indústria brasileira"


Fonte: SCD/EaD/Segen

Veja, o ponto abaixo da letra U = Abril e o ponto acima da letra L =


anos 78, 85, 92, 99.

Vidros BLINDEX pontos no “Made in Brazil”

Pontos colocados abaixo de uma das letras das inscrições “MADE IN


BRASIL”, irão indicar o mês e o ano de fabricação, confira:

Figura 67: Modelo Vidro Blindex, "transparência" e "Made in Brazil"


Fonte: do Conteudista; SCD/EaD/Segen

104
Decodificando a imagem acima:

Figura 68: Decodificando "Made in Brazil"


Fonte: SCD/EaD/Segen

Figura 69: Decodificando "Transparência"


Fonte: SCD/EaD/Segen

Veja, o ponto abaixo da letra I (ano) = 95, 06, 17 e o ponto abaixo da


letra C (mês) = Novembro.

Vidros BLINDEX pontos acima ou abaixo do próprio nome

A fabricante “BLINDEX” usa pontos e traços acima ou abaixo das letras do


próprio nome, cujo significado é o seguinte:

105
Figura 70: Decodificação de pontos no nome "Blindex"
Fonte: SCD/EaD/Segen

Decodificação do ano localizado na letra “X”.

Figura 71: Decodificação na letra X


Fonte: do Conteudista

Veja o exemplo a seguir:

Figura 72: Exemplo de Decodificação


Fonte: SCD/EaD/Segen

106
Em análise ao exemplo acima, podemos concluir que o vidro foi produzido no
mês de Maio no ano de 1995 ou 2004.

Há duas outras maneiras de gravar o ano de fabricação, encontradas nos vidros


da Blindex:

Primeira
Aquela em que só aparecem pontos nas três posições abertas externas do X,
iniciando a contagem em 1990 na parte superior e girando no sentido horário,
repetindo-se as posições de três anos.

Segunda
Aquela em que os pontos aparecem sempre perto de uma das quatro pontas
do X, iniciando a contagem em 1990 na ponta superior esquerda. A contagem se dá,
da esquerda para a direita superior e inferiormente, repedindo-se a sequência de
quatro em quatro anos.

Vidros de veículos da linha FIAT

Outro tipo de código é o constituído por um algarismo e uma letra, encontrados


na linha Fiat, conforme tabela abaixo, vamos ver um exemplo:

Figura 73: Modelo vidro veículo FIAT


Fonte: do Conteudista

107
Note que o código destacado é o 6C, veja a tabela abaixo e analise a
correspondência.

Figura 74: Tabela vidros veículos Fiat


Fonte: do Conteudista; SCD/EaD/Segen

Temos então que o vidro foi fabricado em março de 1986, 1996,


2006 ou 2016.

Outras formas de decodificação dos vidros veiculares

EXEMPLO 1

Para identificar o mês e o ano de fabricação, também existe outro tipo de codificação,
constituído por um algarismo e pontos em uma posição relativa, onde a quantidade
de pontos representa o mês e o algarismo o ano, da seguinte forma exemplificada:

108
Figura 75:Tabela representativa de decodificação conforme posição de pontos
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen

Vamos ver o exemplo abaixo:

Figura 76: Exemplo de vidro com identificação com a posição de pontos


Fonte: do Conteudista; SCD/EaD/Segen

Analisando o exemplo acima, é possível identificar que o vidro foi fabricado no


mês de ABRIL (3 pontos) no ano de 2002 (final).

109
EXEMPLO 2

Em outros casos, o mês e o ano vêm impressos do modo usual, sem codificação.

Por exemplo: 06/96 = junho de 1996.

EXEMPLO 3

Os fabricantes de vidros como a FANAVID possuem uma codificação que


indica o mês e o ano de fabricação do vidro como segue abaixo.
Pontos colocados abaixo de uma das letras das inscrições “MADE IN BRAZIL”
indica o mês e “TRANSPARÊNCIA” indica o ano, veja o exemplo abaixo:

Figura 77: Exemplo vidros FANAVID


Fonte: SCD/EaD/Segen

110
Analisando o exemplo acima:

Figura 78: Decodificando "Transparência" (ano)


Fonte: SCD/EaD/Segen

Figura 79: Decodificando "Made in Brazil" (Mês)


Fonte: SCD/EaD/Segen

É possível concluir que se trata de um vidro fabricado no mês de NOVEMBRO


do ano 2000 ou 2013.

EXEMPLO 4

Outra maneira de identificação, constituída por um algarismo e pontos em


três posições, praticada, por exemplo, pela Pilkinton, equivale àquela explicada no
item “a”, acrescentada da identificação da campanha e do turno.

Campanha é a quantidade de lotes de um mesmo item produzido no mês (exemplo:


1ª, 2ª, 3ª, 4ª ou 5ª semana).

Turno é o período de trabalho (exemplo: manhã, tarde ou noite).

Considerando o número central que indica o ano, teremos os índices superiores


indicando o turno de fabricação (à esquerda) e a campanha (à direita). Os índices

111
inferiores indicam os meses do primeiro semestre (à esquerda) e os da direita os
meses do segundo semestre.

Figura 80: Exemplo de vidro com Campanha e Turno


Fonte: do Conteudista

Vamos analisar a imagem acima, utilizando a tabela (Figura 81) abaixo e com a
orientação quanto ao “Turno” e a “Campanha”.

Figura 81: Tabela de decodificação.


Fonte: SCD/EaD/Segen

Vejamos, o vidro foi fabricado no mês de JANEIRO, no ano de 2009 ou 2019, no


3º TURNO (noite), na campanha 5ª SEMANA.

112
Aula 04 – A importância de saber os códigos dos agregados

Desde a implantação do Sistema RENAVAM, qualquer veículo sai da fábrica


com seus dados relacionados em uma planilha. Entre esses dados estão o VIN e a
codificação dos agregados (motor, câmbio, diferencial, carroceria, eixos, etc.).
Os dados alimentam o computador central do Sistema RENAVAM (na BIN), no
módulo denominado pré-cadastramento, mesmo antes do veículo ser emplacado.
Após o primeiro emplacamento (com a utilização do módulo atualização
cadastral), o cadastro do veículo continuará ativo durante toda sua vida útil e mesmo
depois de sua baixa.
É importante que os examinadores de setores de exames saibam, no mínimo,
sobre a localização dos agregados e das respectivas codificações, para que
possam relacionar o que existe no veículo e informar ao setor específico (de cadastro)
encarregado de confrontar os dados com os do cadastro original.

Importante:

Não é matéria deste curso decodificar numerações de agregados, mas


sim alertar para a sua importância. Portanto, considere que:

• Quanto à numeração dos agregados, é útil saber decodificá-las, pois possuem


número sequencial ou mesmo a data de sua fabricação. Tal codificação pode ser
encontrada em baixo relevo na própria peça ou numa plaqueta nela afixada;

• O conhecimento desses detalhes é de suma importância para o examinador que


poderá estabelecer uma correspondência entre o VIN e a codificação dos
agregados. É o que se chama “exame veicular sincronizado ou combinado”, ou
ainda “vistoria de amarração”, como é denominada por alguns examinadores;

• Para que o exame de códigos de agregados surta efeito é necessário que o


examinador detenha o conhecimento dos critérios utilizados pelas fábricas na
codificação dos componentes e nas montagens deles nos veículos. Sem este
conhecimento, a interpretação a respeito dos códigos e de seu relacionamento
com o veículo pode ser falha;

113
• Saber localizar os códigos e anotá-los, sempre será útil nos exames veiculares;

• Os códigos anotados servem para o setor de cadastro consultar o Sistema


RENAVAM e conferir os dados com os do cadastro original do veículo que está
sendo examinado.

4.1. Técnicas de identificação veicular e documental

4.1.1. O examinador utiliza duas técnicas para realizar a identificação veicular,


são elas:

Decalcagem

Consiste em friccionar o grafite de um lápis sobre uma superfície de papel


colocada sobre a codificação a ser representada. O decalque não elimina a
necessidade do exame ótico. Mesmo quando feito criteriosamente pelo examinador
veicular, o decalque só mostrará algumas das características físicas da codificação:
forma, calibre, espaçamento e alinhamento dos caracteres. Dificilmente mostrará a
profundidade de gravação e detalhes de falsificação contidos nos sulcos.

Exame ótico

Consiste em olhar e observar, cuidadosa e criteriosamente, os elementos de


identificação, bem como as peças em que estão inseridos. O exame ótico, se realizado
criteriosamente, poderá identificar vestígios que, embora não apareçam no decalque,
são perceptíveis a olho nu ou com auxílio de equipamentos adequados.

Tanto a decalcagem quanto a constatação ótica, são procedimentos que


corretamente utilizados, darão segurança ao exame e aos contribuintes.

114
IMPORTANTE!!
O examinador jamais deve considerar a decalcagem como
sendo uma técnica melhor do que a constatação ótica. O
decalque é um elemento importante no exame quando
corretamente utilizado. A decalcagem do VIN, localizado na
estrutura do veículo e na plaqueta, sendo feita pelo
examinador, pode ajudá-lo na confecção de padrões e de
relação para efeito cadastral. Entretanto, a validade do
decalque está relacionada com o examinador. Ele jamais
deve aceitar um decalque feito por terceiros, haja vista a
possibilidade de montagens.

4.1.2. Já com relação à identificação documental, o examinador utiliza duas


técnicas:

O manuseio do documento (CRLV ou CNH) fora do plástico, para reconhecer suas


características próprias;
A utilização de lanterna especial para salientar certas características do documento
que são sensíveis à luz ultravioleta.

4.2. Materiais, instrumentos e procedimentos dos exames veicular e


documental

Agora que você estudou sobre as informações importantes para a realização


dos exames veicular e documental, veja passo a passo os procedimentos para realizá-
los de forma adequada.
Para a realização do exame veicular e documental, o examinador precisará dos
seguintes materiais e instrumentos:

115
4.2.1. Materiais

Material de limpeza: solvente brando, palha de aço nº “0”, estopa. O solvente


e a palha de aço devem ser brandos, para não destruir ou dificultar a visualização de
possíveis vestígios ou indícios de fraude, e para não dificultar exames posteriores.
Exames mais agressivos só poderão ser realizados por Peritos Criminais
quando da realização de perícia de constatação de fraude;

Material pós-limpeza: graxa, óleo, antiferrugem (WD ou similar). Devem ser


aplicados após a limpeza da área que recebeu o solvente, com a função de evitar a
corrosão, proteger e preservar a região examinada para outros futuros exames;

Material de proteção individual – EPI: luvas, máscaras e óculos especiais


fechados (tipo “dentista”). Tem a função de proteger as mãos do efeito agressivo do
solvente, preservando também o tato; proteger as narinas e os pulmões do efeito
agressivo dos gases liberados pelo solvente; proteger os olhos do efeito agressivo
dos gases liberados pelo solvente.

4.2.2. Instrumentos e suas funções

Chave de fenda, espátula, espelho, lupa, lanterna comum, paquímetro ou


escala, escariador de sulcos, gabaritos, lanternas especiais (de visão ocular, de luz
ultravioleta e de foco ajustável com zoom).

Chave de fenda: remover obstáculos parafusados próximos da região do NIV,


facilitando a pesquisa de regiões soldadas ou de outros indícios de fraude;

Espátula: ajuda na detecção de linhas ou pontos de soldas e na remoção de


massas, bem como na detecção de descontinuidades em extremidades de chapa
metálica;

Espelho: proporcionar a reflexão do NIV, ou a visualização de vestígios de


fraude a partir de ângulos estratégicos;

Lupa: ampliar e consequentemente, melhorar a visibilidade das características


das codificações e dos vestígios de fraude;

116
Lanterna comum: melhorar a luminosidade das regiões a serem examinadas,
proporcionando um exame mais minucioso;

Lanternas especiais: lanterna potente dotada de foco ajustável com zoom,


que facilita a visualização de detalhes; lanterna de visão ocular, específica para
visualização, via ocular de detalhes de segurança nas etiquetas, sensíveis ao foco
luminoso; lanterna de luz ultravioleta, específica para a visualização e a reflexão de
detalhes de segurança inseridos nas impressões de papéis de documentos oficiais de
Identificação Veicular (CRV, CRLV, CNH, etc.);

Paquímetro ou escala: obter os calibres das codificações identificadoras do


veículo ou de seus agregados para confrontar com os padrões da fábrica; ajudar na
visualização de irregularidades na forma, no calibre, no alinhamento e no
espaçamento dos dígitos;

Escariador de sulcos: escariar o interior dos sulcos produzidos pela


impressão dos caracteres das gravações, para remover sujeira, ferrugem ou resíduos
de tinta, sem causar danos à região (para tanto, o material de que for feito o escariador
não pode ter maior dureza que o metal da região gravada); detectar relevos,
cruzamento de traços ou outras irregularidades nos sulcos, indicativos de
superposição de caracteres diferentes (ocorrida em adulteração ou regravação
superposta);

Gabaritos: facilitam a comparação dos caracteres em exame, gravados no


veículo ou impressos em documentos, com caracteres originais.

A imagem abaixo, mostra alguns instrumentos utilizados, tais como espátula,


chave de fenda, régua (escala de menor qualidade), escariador de sulcos, lupa,
lanterna de luz ultravioleta; lanterna de foco ajustável com zoom; lupa dupla de maior
aproximação, espelho e lanterna de visão ocular.

117
Figura 82: Instrumentos utilizados para procedimentos de exames
Fonte: do Conteudista

4.3. Procedimentos dos exames veicular e documental

Para ao exame veicular e documental, vamos estudar 9 passos, confira:

1º passo

Verificar se as gravações do VIN localizadas na estrutura, na plaqueta ou


etiqueta e nos vidros estão nos locais convencionais e se correspondem àquela
constante no Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo – CRLV, e também
no Certificado de Registro do Veículo – CRV (documento de transferência), se for o
caso.

2º passo

Transcrever para o formulário próprio o conteúdo das regiões de gravação do


VIN ou do número de série do veículo (codificação completa ou parcial): na estrutura,

118
na plaqueta (ou vidros e etiquetas) e no CRLV. Isso facilita o próximo passo: a
confrontação e a detecção de qualquer divergência na codificação.
Importante!

A transição desses dados visa condicionar o examinador veicular a não confiar


na memória.

É um importante critério ao se examinar um veículo.

3º passo

Verificar se os dados constantes no CRLV (ano-modelo, VIN, cor, potência,


etc.) conferem com os do veículo.

4º passo
Examinar os documentos (CRLV, CNH etc.) para detectar se estão atualizados
e, principalmente, se são autênticos e não portam adulterações.

Importante!

Os documentos devem ser examinados fora do plástico de proteção, para que


possam ser observadas suas características de segurança e autenticidade.

5º passo
Limpar a superfície suporte da codificação (no chassi ou lataria), promovendo
a retirada da camada de tinta não original superposta, se houver. Usar material
adequado: luvas, palha de aço nº “0”, solvente e estopa. Não utilizar lixa, esmeril,
palha de aço nº 2 ou superior, ácidos, reagentes, ou quaisquer outros materiais
abrasivos que possam criar ou modificar vestígios ou indícios de fraude na área de
gravação, bem como prejudicar ou dificultar um futuro exame pericial.

Observação: repintura ou tinta não original sai com maior facilidade do que tinta
aplicada originalmente pela fábrica. Em geral a camada de tinta só é removida por
examinador do setor de vistoria (de DETRAN ou DRFV) e em quantidade suficiente
para que possa atestar a originalidade do veículo ou, em caso de suspeição,
encaminhá-lo para exame pericial.

Importante!

119
Após o exame, aplicar graxa ou outro material antioxidante na superfície
suporte. Nunca aplicar solventes em etiquetas.

6º passo
Verificar as características físicas da gravação. Nesse item é importante
observar o alinhamento, o espaçamento, a forma, o calibre e a profundidade dos
caracteres gravados, bem como a presença de elementos estranhos: solda, massa
plástica, estanho, dentre outros.

Importante!

Verificar se o VIN corresponde ao padrão da montadora, além de pesquisar


possíveis alterações indicativas de fraude. Nesse item, observar também as
codificações repetidas na plaqueta, nos vidros e nas etiquetas.

7º passo

Verificar se a superfície suporte da codificação de série é parte original do


veículo. Nesse item é importante observar se existe:
• Solda circundando a região de gravação;
• Substituição da peça suporte de gravação; e
• Colocação de segmentos (por meio de solda, cola, etc.) sobre a área de
gravação.

8º passo

‘Anotar as codificações dos agregados em formulário próprio. Esses dados


podem servir para:
• Confrontação com os dados do veículo no Sistema RENAVAM;
• Consulta à fábrica quando não houver cadastro do veículo no Sistema
RENAVAM; e
• Recadastramento de veículos antigos que ainda não estejam no Sistema
RENAVAM.

Observação: Vale ressaltar que os dois primeiros itens (confrontação com os dados

120
do veículo e consulta à fábrica são geralmente efetuados para:
1) Retirar suspeita de fraude de gravação irregular havida em decorrência de
acidente;
2) Comprovar a originalidade do veículo; e
3) Comprovar fraude havida no veículo.

9º passo
Caso seja necessário, enviar o veículo para exame químico-metalográfico e os
documentos para exame documentoscópico, quando neles forem encontrados
vestígios ou indícios de fraude. Esses exames são atribuições de Peritos
Criminais.

121
Finalizando...

Nesse módulo você estudou:

• Os exames veicular e documental possuem finalidades preventivas e


repressivas;

• Além da idoneidade pessoal, de informações e de conhecimentos técnicos,


o examinador precisa manter-se atualizado;

• Os códigos incativos da data de fabricação de cada vidro são gravados pelas


na fábricas, geralmente, em um canto inferior do vidro, o que facilita a leitura. Vale
lembrar, que a leitura e a interpretação do códigos podem ser feitas do lado de fora
do veículo;

• O examinador utiliza duas técnicas para realizar a identificação veicular:

decalcagem e exame ótico;

• Para realização dos exames veicular e documental devem ser utilizados


materiais e instrumentos específicos, bem como seguidas as orientações contidas nos
nove passos disponibilizados nesta aula.

122
Módulo 4 – Classificação do VIN, Fraudes Mais Comuns e
Noções de Agregados

Apresentação do Módulo

Neste você vai estudar sobre a classificação do VIN, quanto à sua essência, as
fraudes mais comuns relacionadas à identificação veicular e documental.

As fotos não assinadas que compõem este módulo foram cedidas pelos peritos
Zilmondes & Gelmir – ICTO.

Objetivos do Módulo:

Ao final do Módulo 4, você será capaz de:

• Compreender a classificação do VIN de acordo com as características


relacionadas a sua essência;
• Identificar as principais fraudes relacionadas a identificação veicular e
documental.

Estrutura do Módulo:

Aula 01 – Classificação do VIN quanto a sua essência, fraudes veiculares mais


comuns e fraudes em documentos;

Aula 02 – Noções sobre agregados;

Aula 03 – Exemplos de marcação e codificação nos agregados.

123
Aula 1 – Classificação do VIN quanto a sua essência,
fraudes veiculares mais comuns e fraudes em documentos

1.1. Com relação à sua essência (natureza, idoneidade e


credibilidade).

Podemos encontrar diferentes formas de fraudes do VINs, sendo muito


importante a análise minuciosa do número de identificação veicular. Com relação à
sua essência, o VIN pode ser:

Original: Aquele gravado manual ou mecanicamente pela fábrica, para


individualizar o veículo;

Regravado legalmente: Aquele equivalente à verdadeira codificação, gravado


no veículo quando a codificação original tiver sido danificada por corrosão, acidente
ou fraude (após recuperação do veículo);

Regravado ilegalmente: Aquele que não equivale à verdadeira codificação,


gravado fraudulentamente para uso próprio ou para comercialização;

Adulterado: Aquele decorrente de modificação da própria codificação original,


através de alteração de letras ou números;

Enxertado ou implantado: Aquele de gravação original ou não, que é


sobreposto ou que assume o lugar da codificação original (que se camufla ou se
esconde), sem que esta seja retirada do veículo;

Transplantado: Aquele inserido no veículo em substituição à sua codificação


original.

Importante!
A regravação legal deverá ser autorizada previamente
pela autoridade competente (geralmente o DETRAN), que
indicará o local de regravação e informará o procedimento
na documentação do veículo.

124
1.2. Fraudes veiculares mais comuns

Figura 83: Fraudes mais comuns


Fonte: SCD/EaD/Segen

Vamos estudar todas elas a seguir, confira:

1.2.1. Remoção da codificação original e posterior gravação de uma nova


codificação (regravação ilegal)

Para verificar se houve fraude, em caso de dúvida, é aconselhável comparar a


codificação com uma gravação original, de outro veículo da mesma marca, ano de
fabricação e modelo.

Veja na imagem abaixo, que uma nova gravação feita em cima da anterior
“original”.

125
Figura 84: Modelo de regravação ilegal
Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

1.2.2. Regravação parcial ou total sobre a codificação original, aproveitando


alguns de seus traços (adulteração)

A regravação total de uma nova codificação, sobre a codificação original, na


prática é inviável para o fraudador, ou seja, deixa vestígios facilmente constatáveis. A
regravação parcial, embora mais viável, ainda assim é detectável. O fraudador,
geralmente, procura regravar algarismos compatíveis entre si.

Por exemplo: de um algarismo 3, faz-se um algarismo 8; de um algarismo 1,


faz-se um algarismo 4; de um algarismo 9, faz-se um algarismo 0, ou vice e versa. No
entanto, também há casos mais sofisticados em que o adulterador consegue
transformar algarismos não compatíveis.

Figura 85: Modelo de adulteração


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

126
Observe que o ano de fabricação da Mercedes Benz veio gravado no próprio
chassi, além de outros vestígios, que fraudador gravou um “4” em cima do “0”, na 15ª
posição.

1.2.3. Colocação de chapa metálica sobre a superfície onde se encontra a


codificação original e sobre essa chapa, gravação de outra codificação
(enxerto ou implante)

Um apurado exame pode acusar a fraude, a chapa foi soldada ou colada, mas
a superposição sobre a superfície original deverá fatalmente ser descoberta.

Figura 86: Modelo de enxerto ou implante


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

1.2.4. Recorte parcial da superfície do chassi ou monobloco onde está inserida


a codificação original e soldagem de outro recorte com outra
codificação (transplante)

Geralmente esse tipo de fraude funciona da seguinte maneira: o fraudador


adquire um veículo no ferro velho, recorta a peça onde está gravado o número de
identificação veicular e arranca a plaqueta;

Furta/rouba um veículo com as mesmas características, efetua o transplante


do recorte que contém a codificação e substitui a plaqueta e utiliza os documentos do
veículo adquirido no ferro velho.

127
Importante!
Na hora da verificação olhe bem de perto e verifique se
há vestígios de massa plástica ou solda.

1.2.5. Recobrimento da codificação original e gravação de outra codificação


em local diferente, próximo ao original (regravação ilegal)

Nesse trabalho desgasta-se ou recobre-se a gravação original e após emassar


e lixar, pinta-se a superfície onde estava a gravação. Em seguida, logo abaixo ou
acima, grava-se outra numeração, em alguns casos, grava-se primeiro outra
numeração e recobre-se a original em seguida.

Figura 87: Modelo de Regravação ilegal


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

Importante!
Observe se o local da gravação não é convencional
e/ou se possui pintura não-original, presença de massa
plástica e brilho na superfície subposta a esses
acabamentos.
Observe ainda, se há regiões com falta de porosidade,
esses detalhes são indícios de irregularidades.

128
1.2.6. Troca de peça suporte de codificação

Quando a codificação está localizada numa peça suporte que possa ser
substituída e está é trocada por outra que recebe codificação diferente da original.

Figura 88: Modelo de troca de peça suporte de codificação


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

A imagem acima, mostra a gravação não original em uma peça virgem.

1.2.7. Dublê, duplex ou clone

É um veículo (roubado ou furtado) que teve suas características físicas


alteradas, por qualquer processo fraudulento, de modo a portar a codificação de um
veículo autêntico. Em geral, é utilizado um documento real (achado, comprado ou
roubado) do veículo autêntico, para usurpar-lhe sua individualidade.

SAIBA MAIS!

Os termos, dublê, duplex e/ou clone, se justificam pelo fato do


veículo está utilizando a mesma placa e VIN do veículo autêntico.

Nesse tipo de fraude, ao duvidar da procedência do veículo,


ligue para o órgão competente e peça para checar o número do motor
e/ou câmbio e sua relação com o VIN (chassi).

Pode ser ainda verificado se houve aproveitamento de um


veículo sinistrado e “não baixado” no Sistema RENAVAM.

129
1.3. Fraudes em documentos

As fraudes em documentos podem ser:

Falsificação no documento: Quando depois da emissão legal de um


documento, este é submetido a alterações, através de subtração, adição e/ou
modificações de dados;

Falsificação do documento: Quando um documento é emitido com dados


falsos, os dois tipos mais comuns são:

1) Preenchimento com dados falsos, de formulário verdadeiro (espelho


“quente”) roubado em algum DETRAN;
2) Preenchimento com dados falsos, de formulároio também falso (espelho
“frio”) emitido por firma não autorizada.
Falsificação ideológica: Quando a relação entre o documento e o veículo é
falsa, ou seja, o documento é verdadeiro, mas não representativo do veículo, que foi
fraudado para adaptar-se ao documento.

1.3.1. Característica ou indícios de fraude podem ser encontrados em:

Papel suspeito: Formulários de CNH, CRLV, IPVA, entre outros, com qualidade
inferior ou impressos por gráfica não autorizada;

Documentos mecanografados: Documentos datilografados ou impressos


contendo desalinhamentos, espaços irregulares, letras com tipos diferentes, etc;

Impressões e carimbos: Falhas, diferenças, defeitos não encontrados nos


originais respectivos;

Documentos manuscritos (principalmente assinaturas): Documentos com as


seguintes características:

130
Figura 89: Caracteristicas de fraudes
Fonte: SCD/EaD/Segen

1.3.2. Outras fraudes envolvendo documentos

❖ Quebra de alienação;
❖ Veículos penhorados pela justiça (em todas as instâncias); e
❖ Veículos adquiridos com documentos de terceiros de boa-fé (Ex:
documentos encontrados ou roubados e vendidos para estelionatários).

131
Aula 2 – Noções sobre agregados

Caro aluno, antes de analisar alguns pontos referentes ao histórico dos


agregados e compreender a importância e auxílio deles na identificação veicular, veja
a definição do termo.

Definição

Os dicionários trazem como significado de agregado: adjunto, anexo, reunido,


conjunto, associado... Sendo assim, considere agregado veicular como:

Todo e qualquer componente (motor, câmbio, diferencial,


eixos ou semieixos, carroçeria...) ou peça que esteja adjunta ao
veículo, cooperando com sua integralidade.

Histórico

Os primeiros veículos (da “antiga” nomenclatura), quando adulterados na


codificação do NIV, somente podiam ser devolvidos aos legítimos donos após perícia
que demonstrasse sua identidade.

Como nem sempre era possível recuperar por inteiro o teor da codificação
adulterada, restava às delegacias de veículos aguardar a emissão de carta-laudo das
respectivas fábricas. Para solicitar a carta-laudo era necessário anotar as
características do veículo fraudado recuperado, entre as quais estavam as
codificações de agregados, tais como motor, câmbio, eixos, diferencial e carroceria.
Com esses dados as fábricas consultavam, em seus arquivos, as planilhas de controle
de montagem de veículos e emitiam a carta, em um prazo que variava de alguns dias
a algumas semanas ou meses. Enquanto isso, o veículo permanecia em depósito, às
vezes apodrecendo.

Quando um determinado veículo furtado ou roubado era recuperado e


apresentava a modalidade de fraude denominada transplante, a perícia não tinha
outra missão a não ser demonstrar a respectiva modalidade e deixar que a delegacia
da área de recuperação conseguisse descobrir as características originais do veículo

132
através de carta-laudo. Acontece que nem sempre as fábricas tinham condições de
atender aos pedidos, pois os dados de montagem de veículos não eram guardados
eternamente. Os arquivos eram provisórios. Disso resultou uma época de excessivo
quantitativo de veículos que apodreciam nos pátios das delegacias e DETRANs, já
que não se sabia a quem devolvê-los.

IMPORTANTE!!
Com a nova nomenclatura e a implantação do sistema
RENAVAM, cada veículo nasce com as informações da
fábrica, no módulo denominado pré-cadastramento, em que
os códigos de alguns agregados fazem parte da ficha
cadastral e assumem aspecto permanente.

O Módulo atualização cadastral do sistema RENAVAM possibilita que as


informações de cada veículo sejam complementadas com a placa, o nome do primeiro
comprador, respectivo endereço etc., seguidas de novas informações sempre que
ocorrem alterações, persistindo no sistema durante toda vida útil do veículo e mesmo
após sua baixa.

O advento da nova nomenclatura, consolidada pela implementação da NBR 3


nº 6066/80, possibilitou que o quantitativo de veículos roubados e recuperados que
permaneciam apodrecendo nas delegacias e DETRANs por falta de identificação
fosse minimizado, pois o cadastramento no sistema RENAVAM passou a permitir a
perfeita recuperação da identidade dos veículos e, portanto, sua devolução aos
legítimos proprietários.
Apesar disso, ainda existem veículos que apodrecem nos pátios. Entre os
fatores motivadores, alguns podem ser citados:

• Veículos montados com peças de vários outros (motor de um, carroceria de


outro etc.), cujos proprietários não se interessam pelas partes separadas;

• Veículos cujos consertos não são compensativos para os proprietários;


• Veículos já reembolsados por seguradoras e que não interessam a elas;
• Veículos apreendidos com multas que superam o seu valor venal.

133
Muitos desses veículos ou peças veiculares vão a leilão, dependendo dos
critérios estaduais do governo e das corporações.
Como você pode verificar, ainda existem aperfeiçoamentos a serem perseguidos
pelos legisladores e pelas administrações para o enfrentamento de dois problemas
cruciais que infelizmente ainda persistem:

Figura 90: Problemas que persistem em situações de furto/roubo de veículos


Fonte: SCD/EaD/Segen

2.1. Itens a serem analisados em um bom exame veicular

Para a realização de um bom exame veicular, além do exame detalhado do


NIV, devem ser analisados os seguintes itens nos veículos:

Gravação nos vidros x gravação nas etiquetas x VIS. A terceira seção do NIV ou
VIN (terceira seção = seção indicadora do veículo = VIS) deverá estar gravada com o
mesmo teor nos vidros e nas etiquetas. Observação: Vidros e etiquetas geralmente
portam apenas a 3ª seção do VIN, ou seja, a VIS;

134
Gravação nos vidros – A terceira seção do NIV deve ser gravada com o mesmo teor
em todos os 6 vidros (Resolução 691/88). (Caso os vidros possuam decalques,
observar se estes não escondem caracteres do NIV lixados);

Etiquetas adesivas – Veículos fabricados no período de 1988 a 1998 devem portar


três etiquetas (na coluna da porta direita, no assoalho anterior direito e dentro do
compartimento do motor). Os veículos fabricados após 1998 não precisam portar
etiqueta no assoalho anterior direito;

Data nos cintos de segurança – Observar se a data na etiqueta de cada cinto é


compatível com a de fabricação do veículo;

Data nas mangueiras – Verificar se as datas das mangueiras são aproximadas à da


produção do veículo;

Plaqueta de carroceria – Possuem informações a respeito do veículo. Em alguns


veículos Volkswagen e Ford a plaqueta possui 10 caracteres que indicam cor, modelo,
mês e dia em que o veículo foi produzido. Tais características devem ser comparada
com o veículo em análise;

Relógio do radiador e do reservatório de água –Verificar se os relógios indicam


uma data condizente com a de fabricação do veículo;

Código no câmbio – Composto de letras e números: indicam o tipo do motor ao qual


pertence e a data de fabricação do câmbio (verificar compatibilidade com a data de
fabricação do veículo);

Data de produção do motor – Pode variar entre 2 e 6 meses da data de fabricação


do câmbio;

Código na chave do veículo – Em alguns veículos, através deste código é possível


levantar a carta-laudo (Exemplo: veículos marca Volkswagen, fabricados após 1989);

Manual de proprietário – É comum encontrá-lo de posse com o proprietário ou em


veículos com menos de 10 anos de uso; (Folhas rasgadas e subtraídas podem indicar
ato suspeito.)

Gravação no bloco do motor – Verificar se a gravação em baixo relevo possui


lixamento ou vestígios de adulteração;

135
Selo holográfico – Verificar o selo e a respectiva data de fabricação sobre a tampa
do motor de alguns veículos (Volkswagen e Autolatina, por exemplo, a partir de 1992);

Apresentação da gravação do NIV – deve estar normal e com as características de


fábrica (por exemplo, em veículos marca Volkswagen, produzidos a partir de 1989, o
NIV não pode estar pintado, sendo cinza a cor original de fundo);

Placas de identificação – Devem obedecer às normas específicas. Vamos estudar


nos itens a seguir os itens de segurança das placas de identificação, modelo Mercosul
e a placa modelo anterior a do Mercosul.

2.1.1 Placa Modelo Mercosul

O modelo padrão Mercosul possui o QR code que necessita de aplicativo para


leitura dos dados do emplacamento e do veículo, dificultando a adulteração.

2.1.2 Placa anterior a do modelo Mercosul, ainda em circulação

Furos da placa e da tarjeta para colocação do lacre – Observar se são originais,


isto é, se não foram realizados por furadeiras. No caso dos furos gerados por
furadeiras, os orifícios não permanecem pintados e do lado de trás da placa
geralmente apresenta rebarbas ou vestígios da lixa usada para retirá-las. Os dois furos
da placa mais o da tarjeta geralmente formam um triângulo e não coincidem com o
arrebite da tarjeta.

O Lacre, deve ser de uso exclusivo, em material sintético virgem (polietileno) ou


metálico (chumbo), com características de inviolabilidade e deve identificar o órgão
executivo de trânsito do estado ou do DF.

O arame, utilizado para lacrar a placa, geralmente galvanizado, deverá ser trançado.

Placas dianteira e traseira, devem ser do mesmo fabricante no caso de 1°


emplacamento.

Cor, observar se está normal, conforme a categoria. Cores fora do padrão e opacas
indicam suspeição.

136
Arrebite da tarjeta, não pode estar enferrujado ou estilhaçado e geralmente forma
um triângulo com os dois furos da placa.

Importante!
Os examinadores devem saber no mínimo a respeito da
localização dos agregados e respectivas codificações, para
que possam relacionar o que existe no veículo e informar ao
setor específico encarregado de confrontar os dados com
aqueles do cadastro original.

2.2. Plaquetas e carroceria

As plaquetas de carroceria geralmente são localizadas na parte frontal do veículo


e variam de posição conforme a marca e o tipo. Trazem informações de interesse do
fabricante, as quais podem ser úteis na identificação veicular. Veja alguns exemplos:

Plaqueta de carroceria de veículos da marca Volkswagen

Alguns detalhes sobre as plaquetas de carroceria da VW (com ou sem código


de barras).

Para identificação junto ao fabricante, a numeração da carroceria deve estar


composta com os 4 (quatro) algarismos iniciais (identificação do código de cor), com
exclusão do primeiro dígito, mais os 7 (sete) algarismos que compõem o número
(semana, dia e sequencial de produção da carroceria).
Ex.: _086 22 1 0064

137
Figura 91: Plaqueta da Carroceria - Código de Barra VW
Fonte: do Conteudista; SCD/EaD/Segen

Figura 92: Plaqueta da Carroceria - Código de Barra VW


Fonte: do Conteudista; SCD/EaD/Segen

138
Os dias da semana são classificados conforme a figura abaixo:

Figura 93: Tabela dos dias da semana


Fonte: SCD/EaD/Segen

Semanas do ano, são variáveis de acordo com o calendário do ano e a


quantidade de semanas no mês, retirando-se feriados e fins de semana, veja o
exemplo abaixo:

Figura 94: Tabela do número da semana do ano


Fonte: SCD/EaD/Segen

139
Plaquetas de carroceria de veículos da marca FIAT

A partir de fevereiro / 1996 foi acrescentada uma nova plaqueta de alumínio


sobre a travessa frontal superior contendo um Código de Identificação de Carroceria
(CIC) em substituição à gravação do número progressivo de chassi da caixa de roda
dianteira direita.

Figura 95: Modelo Plaqueta de carroceria de veículos FIAT


Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen

Além da sua utilização para o controle logístico interno da produção de veículos,


este código possibilita a identificação de veículos junto aos órgãos de trânsito devido
à sua correspondência com a numeração de chassi. O Código de Identificação de
Carroceria (CSI) de cada veículo estará contido no módulo de pré-cadastro do
RENAVAM.

A implantação dessa nova plaqueta foi efetuada em duas fases, conforme


indicadas a seguir:

1ª Fase - A partir dos números de chassi; 5702000 (03/02/96) e 8469000


(03/03/96). O código contido na plaqueta será idêntico ao número progressivo de
chassi do respectivo veículo acrescentado de um dígito verificador. Sendo que o

140
número progressivo de chassi (7 dígitos) mais dígito verificador (1 dígito), totalizando
em 8 dígitos o código de identificação de carroceria.

Exemplo: 5702000-X

2ª Fase – Nos veículos fabricados a partir de abril/96, o código contido na


plaqueta tornou-se progressivo, iniciado pelo dígito “6” acrescentado de um dígito
verificador, totalizando 8 dígitos.

Exemplo: 6XXXXXXX-X

• A partir do início de montagem da plaqueta com o Código de Identificação de


Carroceria, chassis 5702000/8469000/9147000/3010001, o número
progressivo do chassi da caixa de roda dianteira deixou de existir;

• O dígito inicial “6” (seis), a partir da 2ª fase, não sofre alterações devido às
diversidades de modelos de veículos. Este dígito indica o código do
estabelecimento do grupo Fiat que utiliza este sistema: 6 = Fiat Automóveis
S/A, Brasil;

• Esse sistema suporta identificar, no máximo, 999999 carrocerias. Portanto,


futuramente, o Código de Identificação de Carroceria retornará à numeração
inicial: 000001 (7000001 X);

• As demais identificações dos veículos nacionais não sofrem alterações.

141
2.3. Motor e câmbio

Localização de números de motor e câmbio:

a) Motores de veículos da marca Volkswagen


Etiqueta com código de barras VW – Além da gravação do número do motor no
bloco, a partir 1992 a VW adotou o uso de etiqueta com código de barras cuja
numeração é idêntica à do bloco, fixada na tampa da válvula. Para identificação da
numeração, deve-se desconsiderar o primeiro algarismo e os quatro finais.

Exemplo:

Figura 96: Etiqueta do motor VW


Fonte: SCD/EaD/Segen

b) Câmbio de veículos Volkswagen


É composto por 2 ou 3 letras e 5 números gravados em baixo relevo,
representando Dia, Mês e Ano.

Exemplo:

Figura 97: Etiqueta do Câmbio VW


Fonte: SCD/EaD/Segen

142
Amplie seu conhecimento e acesse:

Está disponível no material complementar alguns exemplos


de Modelos de Motores e de câmbio da Volkswagen.

2.4. Identificação dos motores

Os motores são identificados por gravações em baixo relevo e através de


plaquetas e etiquetas que repetem a identificação gravada, podendo ser localizada na
capa protetora da correia dentada, tampa do cabeçote do motor, tampa da admissão
de gases, bloco do motor e cilindro do cabeçote.

Conforme a Resolução n. 282 de 26 de junho de 2008, além de outros critérios


relacionados aos veículos registrados em nosso País, esta norma estabelece
procedimentos para vistoriar também os motores automotivos dos veículos.

As superfícies de peças em geral apresentam irregularidades quando


observadas mais de perto. Estas irregularidades são chamadas de RUGOSIDADE e
suas características dependem do método de fabricação. A rugosidade são
imperfeições macro/microscópicas que podem, ou não, seguir um padrão. No Brasil,
os conceitos de rugosidade superficial são definidos pela norma ABNT NBR ISO
4287:2002.

Muitos são os métodos de fabricação utilizados na indústria em geral, porém


para a indústria automobilística os métodos mais utilizados se resumem a:

143
Figura 98: Métodos de gravação em plaquetas dos motores
Fonte: SCD/EaD/Segen

2.4.1. Fundição em areia

Dentre as técnicas de fundição, a mais comum é a moldagem em areia verde,


que consiste em uso do molde feito em areia úmida e em seguida compactada. O
termo “verde” significa que a umidade foi acrescentada na areia e aglomerantes.

Essa técnica é largamente utilizada devido a facilidade de uso, baixo custo e


abundância de matéria-prima. A areia verde, é a combinação da areia sílica com
agentes aglomerantes, em geral a argila, componentes estes, de baixo custo.

A fundição em areia é o principal método de fabricação do bloco do motor e


suas peças, portanto é comum encontrar peças veiculares, com rugosidade desse
processo de fabricação. Essa rugosidade é proveniente do preenchimento do metal
líquido nas imperfeições da superfície da areia compactada (molde).

144
Figura 99: Envase do metal fundido
Fonte: do Conteudista

Figura 100: Detalhe do envase


Fonte: do Conteudista

145
Figura 101: Resfriamento
Fonte: do Conteudista

Figura 102: Abertura do Molde


Fonte: do Conteudista

146
2.4.2. Gravação do número de motor no bloco: Fundição em areia

Em muitos veículos a numeração do motor é gravada diretamente no bloco do


motor, sem nenhuma preparação prévia da superfície. Assim, marcações geradas
desta forma conservam a textura original.

Figura 103: Modelo de Gravação diretamente no motor


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

147
2.4.3. Gravação do número de motor no bloco: Usinagem

O termo usinagem compreende todo processo mecânico onde a fabricação da


peça é o resultado de um processo de remoção de material.

Existem vários processos de usinagem, entre eles serramento, torneamento,


furação, brochamento, eletroerosão e para peças veiculares, a fresagem e/ou a
retífica com rebolo são as técnicas mais utilizadas para a construção das peças,
principalmente as que compõem o motor.

Em algumas marcas/modelos de veículos, a fresagem e retífica com rebolo são


técnicas utilizadas para preparação da superfície do local de gravação do número do
motor. É possível identificar que uma superfície foi usinada pelas ranhuras em forma
de curvas, de forma homogênea, contínua e organizada. Mais à frente, veremos quais
são os tipos de gravação nos motores.

Figura 104: Modelo Gravação: Usinagem


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

148
2.4.4. Etiquetas de motores

A maioria dos veículos nacionais possuem, além da numeração gravada no


bloco do motor, uma etiqueta colada em algum compartimento visível do motor onde
também fica gravada sua numeração. Veja algumas imagens:

Figura 105: Etiqueta de motor VW – situada na tampa da correia dentada


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

Figura 106: Modelo Etiqueta e Gravação no motor VW – Gol


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

149
Figura 107: Modelo Etiqueta e Gravação no motor FIAT - Palio
Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

Figura 108: Modelo Etiqueta e Gravação no motor GM


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

150
Aula 3 – Exemplos de marcação e codificação nos
agregados

Caro Aluno,

Nesta aula você verá várias fotografias de agregados, ao observá-las considere


que:

• Quanto à numeração dos agregados, é útil saber decodificá-las, pois possuem


número sequencial ou mesmo a data de sua fabricação. Tal codificação pode
ser encontrada em baixo relevo na própria peça ou numa plaqueta nela afixada;

• O conhecimento desses detalhes é de suma importância para o examinador


que necessitará estabelecer uma correspondência entre o VIN e a codificação
dos agregados. É o que chamamos de “exame veicular sincronizado ou
combinado”, ou ainda “vistoria de amarração”, como é denominada por alguns
examinadores;

• Para que o exame de códigos de agregados surta efeito é necessário que o


examinador detenha o conhecimento dos critérios utilizados pelas fábricas na
codificação dos componentes e nas montagens deles nos veículos. Sem este
conhecimento, a interpretação a respeito dos códigos e de seu relacionamento
com o veículo pode ser falha;

• Saber localizar os códigos e anotá-los sempre será útil nos exames veiculares.

151
Fotografia nº 01
Mostra uma etiqueta de veículo da marca FIAT.

A sequência gravada entre os asteriscos equivale à terceira seção (VIS) do VIN


do veículo (posições 10 à 17).

Figura 109: Fotografia nº 01


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

Fotografia nº 02
Mostra um dos vidros do mesmo veículo da marca FIAT.

A sequência gravada entre os asteriscos equivale à terceira seção (VIS) do VIN


do veículo (posições 10 à 17). O conjunto numérico bem como os asteriscos aparecem
duas vezes: em branco está a gravação original feita com ácido apropriado; em preto,
está a sombra da gravação. Tal sombra pode ser obtida por um processo de reflexão.

Para obter a sombra, utiliza-se uma fonte luminosa que pode ser a incidência dos
próprios raios solares, geralmente sobre uma folha branca de papel. Quando a
posição relativa do sol com a do vidro do veículo não é favorável, ou ainda quando
não há sol, pode-se utilizar o foco luminoso de uma lanterna.

152
Figura 110: Fotografia nº 02
Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

Fotografia nº 03

Mostra uma gravação de VIS regravada

Na figura 03, abaixo da gravação mais nítida (regravação) existem dois outros
níveis de gravação, o que comprova ter havido na área, uma dupla regravação.

Figura 111: Fotografia nº 03


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

153
Fotografia nº 04
Mostra o compartimento de fogo (onde se dá a combustão, também chamado
de compartimento do motor) de um veículo da marca Volkswagen sendo observado
por dois alunos.

No compartimento podem ser vistos muitos agregados, em especial o motor.


Tanto em veículos Volkswagen quanto em veículos de outras marcas, muitas peças
do compartimento de fogo podem ter datas de fabricação: mangueiras, radiador,
bateria, tampa do filtro etc. Também nessa área pode ser encontrada uma etiqueta e
a plaqueta da carroceria.

Figura 112: Fotografia nº 04


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

154
Fotografia nº 05
Mostrando uma plaqueta de identificação do ano de fabricação de um veículo
da marca FIAT, a qual fica localizada na coluna da porta dianteira direita.

Figura 113: Fotografia nº 05


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

Fotografia nº 06
Mostrando uma plaqueta de identificação do ano de fabricação de um veículo
da marca GM, que fica localizada na coluna da porta dianteira direita, junto a uma
etiqueta com a VIS do respectivo NIV.

Todos os veículos fabricados sob a égide da Resolução 24/98 possuem, além


de gravação da VIS em seis vidros (ou em quatro se for caminhão ou camionete
cabine simples) e duas etiquetas com a seção VIS do VIN, uma plaqueta que identifica
o ano de fabricação, geralmente afixada na coluna (montante ou batente) da porta
anterior direita.

Figura 114: Fotografia nº 06


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

155
Fotografia nº 07
Mostrando com maior aproximação o compartimento de fogo (assim
denominado por alguns examinadores por ser o local onde se dá a combustão do
combustível e a sua transformação em energia motriz) de um veículo, no qual podem
ser vistos alguns agregados, em especial o motor. O examinador aponta para a região
em que se localiza a gravação em baixo relevo do número do motor.

Figura 115: Fotografia nº 07


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

Fotografia nº 08
Mostrando uma região de gravação em baixo relevo na qual se vê a codificação
do motor de um veículo da maraca GM.

Figura 116: Fotografia nº 08


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

156
Fotografia nº 09
Mostrando a codificação de um câmbio (agregado), gravada em baixo relevo
na citada peça.

Figura 117: Fotografia nº 09


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

Fotografia nº 10
Mostrando uma plaqueta de carroceria, com código de barras, localizada na
parte superior do painel frontal de um veículo.

Figura 118: Fotografia nº 10


Fonte: Zilmondes & Gelmir – ICTO

157
Finalizando...

Neste módulo você estudou que:

No tocante a fraudes veiculares:

• Remoção da codificação original e posterior gravação de uma nova codificação


(regravação ilegal);
• Regravação parcial ou total sobre a codificação original (adulteração);
• Colocação de chapa metálica sobre a superfície onde se encontra a codificação
original e, sobre esta chapa, gravação de outra codificação (enxerto ou
implante);
• Recorte parcial da superfície do chassi ou monobloco onde esta inserida a
codificação original e soldagem de outro recorte com outra codificação
(transplante);
• Recobrimento da codificação original e gravação de outra codificação em local
diferente, próximo ao original (regravação ilegal);
• Troca de peça suporte de codificação (transplante); e
• Dublê, deplex ou clone – veículo fraudado que utiliza a codificação de veículo
autêntico, e, em geral, também, a 1ª via do documento do veículo “clonado”.

No tocante a fraudes documentais:

• Utilização de espelhos;
• Utilização de espelhos “quentes” furtados antes do devido preenchimento pelos
DETRAN’s;
• Adulteração de documentos originais;
• Utilização de documentos originais roubados ou comprados no ferro velho;
• Falsificação de notas fiscais ou utilização de notas “frias” ou “quentes” furtadas
previamente;
• Quebra de alienação;
• Veículos penhorados pela justiça (em todas as instâncias); e
• Veículos adquiridos com documentos de terceiros de boa-fé (ex: documentos
encontrados ou roubados e veículos para estelionatários).

158
No tocante aos agregados:

• Agregado veicular é todo e qualquer componente (motor, câmbio, diferencial,


eixos ou semieixos, carroçaria...) ou peça que esteja adjunta ao veículo,
cooperando com sua integralidade;
• O conhecimento da existência de agregados, das suas localizações e das
localizações de seus códigos é muito importante para o examinador veicular,
tanto com referência aos veículos da “antiga” nomenclatura, quanto àqueles
produzidos sob a égide da norma NBR 6066/80;
• Para a realização de um bom exame veicular, além do exame detalhado do
NIV, devem ser analisados os seguintes itens nos veículos: gravação nos
vidros x gravação nas etiquetas x VIS;
• Gravação nos vidros; etiquetas adesivas; data nos cintos de segurança;
plaqueta de carroceria; código no câmbio; data de produção do motor; código
na chave do veículo; manual de proprietário; gravação no bloco do motor; selo
holográfico; apresentação da gravação do NIV e placas de identificação;
• O conhecimento das datas de fabricação dos vidros de um veículo que esteja
sendo vistoriado, tanto em operações de campo (blitz) quanto em pátios de
Delegacias ou DETRANs, é de grande valia para o examinador, pois as
discrepâncias porventura percebidas podem indicar suspeição de fraude.

159
Módulo 05 – Localização dos Códigos e Prática de
Decodificação de Veículos

Caro Aluno,
Neste módulo você vai estudar a localização e decodificação do NIV de veículos
do tipo motocicleta, utilitário, caminhão e ônibus.

Objetivos do módulo

Ao final do módulo 05, você será capaz de:

• Localizar o NIV de veículos do tipo motocicleta, utilitário, caminhão e ônibus;


• Decodificar, de acordo com as informações dos fabricantes, o NIV dos veículos
do tipo motocicleta, utilitários, caminhão e ônibus.

Estrutura do Módulo:

Aula 01 – Decodificação;

Aula 02 – Localização e decodificação do NIV em diversos tipos de veículos.;

Aula 03 – Informações adicionais.

Aula 04 – Mudanças de características dos veículos.

Bons estudos!

160
Aula 01 – Decodificação

Decodificar é uma tarefa fácil. Entretanto, a falta de critérios pode dificultar ou


mesmo levar a erro na decodificação. Por isso, você estudará sobre como fazer uma
boa prática de decodificação, seguindo alguns critérios.

1.1. Orientação para uma decodificação eficaz

Se a gravação for da velha nomenclatura, ou seja, antes da NBR 3 nº 6066/80,


devemos comparar as fórmulas e a quantidade de caracteres. Esta quantidade é
quase sempre diferente de 17. Como não havia regras preestabelecidas por norma
ou pelo CONTRAN, as fábricas estabeleciam os próprios critérios de identificação, o
que dificulta a criação de dicas de caráter geral para facilitar a decodificação. Assim,
o melhor que se pode fazer é comparar o teor da gravação do VIN do veículo estudado
com as tabelas do respectivo fabricante.

Como você estudou no módulo 1 deste curso, se a gravação for da nova


nomenclatura, apresentará 17 caracteres, distribuídos em três seções, e conterá
alguns significados obrigatórios, o que facilita a criação de dicas de caráter geral para
facilitar a decodificação.
Assim, para decodificar um NIV de veículo gravado sob a égide da NBR 6066/80
da ABNT, é necessário que você tenha como acessar as tabelas gerais ou
fundamentais.

IMPORTANTE!
Relação das tabelas gerais para decodificação:
❖ Tabela internacional das duas primeiras posições do
VIN;
❖ Tabela das 3 primeiras posições do VIN (WMI);
❖ Tabela ano/modelo;
❖ Informações sobre a adesão das grandes montadoras à
nova nomenclatura, com observação sobre as principais
exceções à regra.

161
1.2. Dicas para facilitar a decodificação: teoria e prática

Considerando um NIV da velha nomenclatura:

Como a quantidade de caracteres varia conforme o fabricante e ele estabelecia


os próprios critérios de identificação, o melhor que se tem a fazer é comparar o teor
da gravação do VIN do veículo estudado com as tabelas do respectivo fabricante.

Considerando um NIV da nova nomenclatura (com 17 caracteres):

I. Verifique em que continente o veículo foi fabricado. Consulte na tabela


internacional o significado da primeira posição;

II. Veja em que país o veículo foi fabricado. Consulte na tabela internacional
o significado da segunda posição;

III. Agora veja a terceira posição do NIV e identifique a marca. Consulte a


tabela (tabela das três primeiras posições do NIV);

IV. Olhe para o veículo e identifique a categoria, se passeio ou utilitário,


caminhão, ônibus, motocicleta etc. Isso é importante, porque as tabelas
para veículos tipo passeio são diferentes das tabelas de outras categorias;

V. Observe a 10ª posição e defina o ano de fabricação ou ano-modelo do


veículo. Consulte a tabela ano/modelo.

162
Atenção às exceções:

Figura 119: Exceções


Fonte: SCD/EaD/Segen

DICA PRECIOSA!

Na 5ª fase, a 11ª posição deverá conter um dos seguintes


caracteres: A, B ou C (local da linha de montagem). Isso
facilitará a definição da fase, pois na 4ª fase essas letras não
aparecerão, já que o primeiro ano da nova nomenclatura da
Ford equivale à letra D (a partir de julho de 1983).

Agora é só procurar a fase. Observe as tabelas específicas da marca


(montadora/fabricante), disponíveis nos materiais complementares e os respectivos
períodos de validade.

Encontrando a fase, é só continuar decodificando as demais posições dentro


da respectiva tabela específica.

163
1.3. Na prática

Utilizando a tabela da Volkswagen para veículos de passeio, siga passo a


passo a decodificação dos NIVs a seguir, apresentados pelos conteudistas.

Primeiro exemplo NIV nº BT065567

1º passo

Compare os caracteres do NIV com os das fases dos veículos das marcas
examinadas.

No caso da Volkswagen temos fórmulas:

Figura 120: Fases NIVs VW


Fonte: SCD/EaD/Segen

Comparando BT065567 com as formas (ou fórmulas) das diversas fases,


constata-se que o NIV considerado pertence à 3ª fase.

2º passo

Decodifique os caracteres das posições conforme a tabela da fase respectiva.

Figura 121: Decodificando o 1º Exemplo


Fonte: SCD/EaD/Segen

164
Segundo exemplo NIV nº 9BWZZZ32ZLP032221

1º passo

Localize a região geográfica, na 1ª posição.

9 = América do Sul.

2º passo

Localize o país em que foi fabricado o veículo.

B = Brasil.

3º passo

Verifique a marca do veículo.

W = Volkswagen do Brasil S.A.

4º passo

Verifique qual é a categoria do veículo (de passageiros, utilitário, caminhão, ônibus,


caminhoneta ou motocicleta).

No caso, o veículo examinado é de passageiros.

5º passo

Agora vá até a 10ª posição do NIV e veja qual é o ano ou modelo do veículo (consulte
a tabela ano/modelo). Quando pertinente ao caso, lembre-se das exceções (veículos
tipo passeio da Ford e da Fiat, com NIV da nova nomenclatura, até 1987).

L = 1990 = ano de fabricação.

Passo 6

Procure em que fase foi fabricado o veículo.

Este NIV foi gravado na 4ª fase, pois 1990 pertence ao período de 1983 a
julho de 1995.

165
Passo 7

Agora, caro discente, é só continuar a decodificação, comparando os caracteres e os


significados das posições respectivas.

ZZZ = caracteres não significativos;

32 = Passat ou Santana;

Z = caractere não significativo;

L = 1990 = ano de fabricação, confirmando a 10ª posição;

P = São Bernardo do Campo;

032221 = Número sequencial de montagem.

Veja a imagem representativa abaixo:

Figura 122: Decodificação NIV 9BWZZZ32ZLP032221


Fonte: SCD/EaD/Segen

Terceiro exemplo NIV nº 8AWJB09N04A007432

1º passo

Localize a região geográfica, na primeira posição.

8 = América do Sul.

166
Passo 2

Localize o país em que foi fabricado o veículo.

A = Argentina.

Passo 3

Verifique qual é a marca do veículo.

W = Volkswagen.

Passo 4

Verifique qual é a categoria do veículo (de passageiros, utilitário, caminhão, ônibus,


caminhoneta ou motocicleta).

No caso, o veículo examinado é de passageiros.

Passo 5

Agora vá a posição do NIV e veja qual é o ano ou modelo do veículo. Quando for
pertinente, lembre-se das exceções (veículos passeio Ford e Fiat, com NIV da nova
nomenclatura, até 1987).

4 = 2004.

Passo 6

Procure em que fase foi fabricado o veículo.

Esse NIV foi gravado na 6ª fase, pois 2004 pertence ao período denominado
“veículos produzidos a partir de maio de 2000...”, equivalente ao da 6ª fase da
Volkswagen.

Passo 7

Agora, caro discente, é só continuar a decodificação, comparando os caracteres e os


significados das posições respectivas.

J = Polo Classic ou Sedan a partir fr 2003 (tipo carroceria);

167
B = 1.6 (tipo de motor);

0 = Sem air bag;

9N = Polo Classic (Argentina), classe do veículo ou família;

0 = número gerado aleatoriamente pelo computador;

4 = 2004 (ano modelo);

A = Pacheco (Argentina);

007432 = Número sequencial de montagem.

Veja a imagem representativa abaixo:

Figura 123: Decodificação NIV 8AWJB09N04A007432


Fonte: SCD/EaD/Segen

168
Aula 02 – Localização e decodificação do NIV em diversos
tipos de veículos

2.1. Localização e decodificação do NIV dos diversos modelos das


principais marcas de veículos tipo motocicleta

Localização do NIV e da numeração de motor

Figura 124: Localização no NIV


Fonte: do Conteudista; SCD/EaD/Segen

2 ou 4 – O código ou número de motor de veículos tipo motocicleta fica situado


no bloco do motor, gravado geralmente em baixo relevo.

1 – O NIV de veículos tipo motocicleta é geralmente gravado no chassi, na coluna


que suporta o garfo dianteiro, próximo ao guidão, acima dos amortecedores.

3 – Muito raramente o NIV é gravado no quadro (ou chassi), embaixo do assento.

2.1.1. Decodificação do NIV a partir das tabelas das principais marcas de


veículos tipo motocicleta

Agora que você já sabe onde se localiza o NIV nas motocicletas, estude as

169
tabelas das principais marcas para decodificá-los.
Por se tratar de matéria muito extensa e coletada de várias fontes, apesar de
fidedignas, poderá ela eventualmente conter omissões, erros e imprecisões.
Observe que a apresentação do NIV nas motocicletas, para cada montadora,
está dividida em fases de acordo com o ano de fabricação

Figura 125: Marcas de Motos


Fonte: SCD/EaD/Segen; do Conteudista

2.2. Localização do NIV dos diversos modelos das principais marcas


de veículos dos tipos utilitário, caminhão e ônibus

A numeração de chassi ou NIV nos veículos produzidos antes da norma NBR 3


nº 6066/1980 da ABNT era gravada indistintamente nos lados direito e esquerdo dos
veículos, com predominância no lado direito. Após a edição da norma citada, as
montadoras que já não o faziam passaram a gravar o número de chassi no lado direito
dos veículos.

Veja, na figura a seguir, a localização do NIV das principais marcas de veículos


dos tipos utilitário, caminhão e ônibus.

170
Figura 126: Localização NIV veículos
Fonte: do Conteudista

GRUPO Nº 01
Longarina direita, parte anterior - face superior, inferior ou externa.

Chevrolet C10, C14, C15; Chevrolet D10, D20; Chevrolet (demais caminhões);
Ford F-100 a F-4000, de 1973 até 1986; Jeep; Mercedes Benz, até julho de 1979 e os
atuais; Agrale a partir de 1987; Toyota; Volvo – no ônibus; Peugeot – Boxer e Tracker
(GM).

GRUPO Nº 02
Longarina direita, próximo à parte anterior – face superior, inferior ou
externa.

Mercedez-Benz, a partir de julho de 1979; Scânia, a partir de 1981; Volkswagen


6-80 e 6-90; Volkswagen 11-130, 13-130 e Dodge; Volkswagen, modelos 7-110 SCO
e 7-110 SCE, (face inferior); Troller Trafic/Space Van – (gravado no assoalho, embaixo
do carpete, atrás do banco).

GRUPO Nº 03
Longarina direita, parte mediana – face superior, inferior ou externa.

CARGO / FORD (demais caminhões), até 1986; FORD F-1000 a F-4000 e outros
modelos, após 1987, e S10 Blazer.

171
GRUPO Nº 04
Longarina direita, parte posterior – ou próximo a roda traseira.

Mitsubishi L200 (2006 e importadas); Sorento Kia; F-250 e demais modelos


Cargo: longarina direita, face externa; Silverado/S10, a partir de agosto de 2002.

GRUPO Nº 05
Longarina esquerda – face superior, inferior ou externa.

Scania, até 1980, e F 100 anterior a 1972.

IMPORTANTE!!
Se por acaso você não encontrar a numeração de
camionetas, não se desespere, geralmente as montadoras a
gravam na longarina direita, face externa. O que poderá
alternar é o local, ou seja, mais para frente da roda dianteira
ou mais para trás. Em último caso, peça ao proprietário o
manual do veículo: lá você encontrará a localização do NIV
e do número do motor.

A plaqueta de identificação nos veículos relacionados acima, dependendo da


marca e do ano de fabricação, localiza-se ou no batente ou no montante da porta
esquerda, ou ainda no interior da cabina, e é obrigatória até 1988.

2.3 Decodificação do NIV de veículos dos tipos utilitário, caminhão


e ônibus

Agora que já sabe onde se localiza o NIV dos veículos dos tipos utilitário,
caminhão e ônibus, estude sobre como decodificá-los.
Para esta aula foram selecionados os veículos antigos e os novos veículos
nacionais, além de alguns importados.
Vale aqui o mesmo lembrete apresentado no módulo 3. Por se tratar de matéria
muito extensa e coletada de várias fontes, apesar de fidedignas, poderá ela

172
eventualmente conter omissões, erros e imprecisões. As próprias fábricas contêm
histórias de erros eventuais cometidos nas codificações de seus veículos.

Serão utilizadas as informações das tabelas específicas de cada


montadora.

2.3.1. Exemplos de decodificação

Os exemplos a seguir estão em forma de exercícios resolvidos para que se


possa acompanhar como é realizada a decodificação. Eles foram elaborados para
ajudá-lo a desenvolver a arte de bem decodificar, a partir das tabelas. Não são
utilizadas as reais sequências numéricas de produção, pois elas não foram
explicitadas neste curso.

Exemplo 1
Dada a codificação NIV 93623AJBA21000001, decodificá-la usando as tabelas
gerais e a tabela específica do respectivo fabricante.

Solução: Preencha primeiro as posições 1, 2, 3 e 10 e procure a fase, conforme a


aula 1, itens 1.1. e 1.2. (dicas para facilitar a decodificação).

Figura 127: Decodificação NIV 93623AJBA21000001


Fonte: do Conteudista/SCD/EaD/Segen

173
Exemplo 2
Dado o NIV 94DCMUD225J613982, decodificá-lo usando as tabelas gerais e
a tabela específica do respectivo fabricante.

Solução: Preencha primeiro as posições 1, 2, 3 e 10 e procure a fase, conforme a


aula 1, itens 1.1. e 1.2. (dicas para facilitar a decodificação).

Figura 128: Decodificação NIV 94DCMUD225J613982


Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen

Exemplo 3

Dado o NIV 93RLHABE43T000325, decodificá-lo usando as tabelas disponíveis.

Solução: Preencha primeiro as posições 1, 2, 3 e 10 e procure a fase, conforme a


aula 1, itens 1.1. e 1.2. (dicas para facilitar a decodificação).

174
Figura 129: Decodificando NIV 93RLHABE43T000325
Fonte: do Conteudista; SCD/EaD/Segen

Exemplo 4
Dado o NIV LA7EMT04507, decodificá-lo usando as tabelas disponíveis.

Solução: Verifica-se que o NIV tem 11 caracteres, portanto não pertencente à nova
nomenclatura. Aconselha-se comparar sua forma com as das diversas fases da marca
Ford, conforme a aula 1, itens 1.1. e 1.2. (dicas para facilitar a decodificação).

Assim, verifica-se que o veículo foi montado na época da 2ª fase: de 1972 a


1986.

Figura 130: Decodificação NIV LA7EMT04507


Fonte: do Conteudista; SCD/EaD/Segen

175
Exemplo 5
Dado o NIV 8AA116EX02R420328, decodificá-lo usando as tabelas disponíveis.

Solução: Preencha primeiro as posições 1, 2, 3 e 10 e procure a fase, conforme a


aula 1, itens 1.1.e 1.2. (dicas para facilitar a decodificação).

Figura 131: Decodificação NIV 8AA116EX02R420328


Fonte: do Conteudista; SCD/EaD/Segen

176
Aula 03 – Informações adicionais

Métodos de gravação utilizados nas fábricas

Antigamente as gravações identificadoras de veículos eram feitas por


puncionamento manual, o que resultava em desalinhamentos, mau posicionamento
dos caracteres e profundidades irregulares dos sulcos. Com o tempo as fábricas
adotaram o puncionamento em bloco, propiciando características físicas mais
homogêneas para as gravações. Dessa forma, as adulterações e as regravações
fraudulentas ficaram mais fáceis de serem constatadas.

SAIBA MAIS!!

Punção é uma peça geralmente metálica, de aço ou outra


substância resistente, em forma de paralelepípedo de base quadrada
ou retangular e ponta em forma de pirâmide invertida em cujo topo se
insere em alto relevo a imagem espelhada da letra ou algarismo
destinado a ser martelado contra a superfície de gravação para nesta
produzir a forma normal da respectiva letra ou algarismo.

Para entender melhor a precariedade do método e a incerteza gerada pelas


gravações feitas com puncionamento manual, vamos ver as seguintes observações:

I. Qualquer codificação feita pelo processo manual tem grande chance de


apresentar diferenças de alinhamento e espaçamento perceptíveis a olho nú,
mantendo constante apenas a forma e o calibre dos caracteres. De maneira
análoga e ainda com maior frequência, qualquer mudança na verticalidade do
puncionamento de um caractere irá produzir um sulco de profundidade
irregular, considerando o perímetro do referido caractere gravado;

II. Esse método (puncionamento manual), além de produzir codificações de


aparência grotesca, era influenciado pelo estado de espírito dos funcionários
encarregados das gravações. (Imaginem como procederia um funcionário que,
às 5 horas da tarde de sexta-feira, recebesse a notícia de que o pagamento iria

177
sofrer atraso de pelo menos dois dias.);

III. Outra complicação referente ao método é a dificuldade do examinador definir


se as irregularidades constatadas nas características físicas de uma
determinada gravação era procedente da fábrica ou se ele estava diante de
uma regravação fraudulenta feita posteriormente por meliantes.

Outros processos de gravação também foram instituídos e continuam sendo


testados.
Além do método de puncionamento, há também o ponto sobre ponto, ponto a
ponto e o escavado.

Gravação por Puncionamento


Forma mais antiga de comum, com a impressão feita por pressão (estampa),
produzindo o baixo relevo.

Figura 132: Gravação por Puncionamento


Fonte: do Conteudista

178
Gravação Ponto sobre Ponto
Gravação por pontos sobrepostos, feitos com uma agulha rotativa.

Figura 133: Gravação Ponto sobre Ponto


Fonte: do Conteudista

179
Gravação Ponto a Ponto
Possui o mesmo tipo de gravação do ponto sobre ponto, porém, os pontos não
são sobrepostos.

Figura 134: Gravação Ponto a Ponto


Fonte: do Conteudista

180
Gravação por Escavamento

É o método mais moderno de gravação. Há a remoção do material da superfície


da chapa de forma linear. Em geral a gravação é feita após a pintura final do veículo,
mas pode ser feita antes, a critério do fabricante. É colocada uma fita adesiva
transparente sobreposta a marcação.

Figura 135: Gravação por Escavamento


Fonte: do Conteudista

181
3.1. Histórico de locais de fabricação de antigas e novas
montadoras no Brasil

Temos notícia de que o primeiro veículo motorizado chegou ao Brasil em 1891


e que várias montadoras tentaram se estabelecer em solo brasileiro até 1956, época
em que a indústria automobilística brasileira foi implantada oficialmente. A ANFÁVEA
informa que a data oficial de implantação foi 16 de agosto de 1956, com a criação do
GEIA (grupo executivo da indústria automobilística) pelo então Presidente Juscelino
Kubtischek de Oliveira.

A partir desse pré-período ou pré-fase, o mercado brasileiro de automóveis


pode ser dividido em duas fases distintas.

1ª Fase

A primeira com início nessa década de 50, caracterizada pelo incentivo à entrada
de montadoras de automóveis no país com as medidas de nacionalização.

2ª Fase

A segunda em meados da década de 90, ocasionada pela abertura do mercado


nacional para empresas estrangeiras, as chamadas montadoras entrantes ou novas
nacionais, que dinamizaram a oferta e a variedade de carros.

Atualmente as principais montadoras são em número de nove, todas


subsidiárias de multinacionais.

IMPORTANTE!!
As montadoras antigas (veteranas), que estão
instaladas em território nacional há várias décadas, são:
Ford, Fiat, Volkswagen e General Motors.
As montadoras novas (entrantes) são: Renault, PSA
Peugeot Citroen, Toyota e Honda.
Essas montadoras são responsáveis pela produção de
veículos de várias marcas: Chevrolet, Citroen, Fiat, Ford,
Honda, Mitsubishi, Peugeot, Renault, Toyota, Volkswagen,
Alfa Romeo, Audi, BMW, Chrysler. Ferrari, Hundai, Jeep, Kia,
Land Rover, Lexus, Mercedes Benz e Nissan.

182
SAIBA MAIS!!

Marca e montadora são coisas distintas. Marca é o produto.


Montadora é o nome da empresa que produz o produto. Por exemplo,
os carros da marca Fiat, Alfa Romeo e Ferrari são produzidos pela
montadora Fiat- Chrysler.

Os veículos da marca Chevrolet são produzidos pela montadora GM.

Os veículos da marca Volkswagen são produzidos pela montadora de


mesmo nome.

183
Aula 04 – Mudanças de características dos veículos

As características dos veículos são estabelecidas nas fábricas, pelos


respectivos produtores, por exemplo:

A fábrica define o combustível a ser utilizado (gasolina, álcool, gás butano, gás
natural, diesel, etc.) conforme as características do produto (veículo) e a legislação
vigente no país. Alguns veículos podem utilizar mais de um tipo de combustível,
conforme o motor utilizado (são os chamados motores “flex”, feitos para operarem
indistintamente com gasolina ou álccol). Assim, podemos dizer que o tipo de
combustível admitido é uma das características de determinado veículo.

Há outras características que podem ser citadas em um veículo: cor da lataria,


tipo e potência do motor, diâmetro das rodas, tipo de transmissão, tipos de
amortecedores, dimensões específicas do modelo considerado (largura,
comprimento, altura, bitola, distância entre eixos, largura das rodas, etc.), cores e
características dos estofamentos, dos cintos de segurança e do painel de controle,
além do equipamento considerado opcional (direção hidráulica, ar condicionado,
vidros elétricos, air bags, etc.).
As características personalizadas de um veículo são completadas quando este,
após ser retirado da fábrica, recebe o equipamento opcional próprio do modelo
fabricado.

Sendo assim, considera-se mudança de característica: inclusão, supressão


ou modificação de uma determinada característica do veículo.

SAIBA MAIS!!

Muitas mudanças de características não são permitidas pela


legislação (Veja Resoluções nos 25/1998 – revogada, 362/2010,
262/2007 – revogada, e 292/2008), e outras são permitidas apenas com
autorização prévia do órgão de trânsito executivo (geralmente o
DETRAN do estado onde o veículo está registrado).

184
4.1. Exemplos de mudanças de características

Mudança de cor da lataria do veículo, mudança de tipo de motor, adaptação


para mudança do tipo de combustível original, utilização de rodagem de maior ou
menor diâmetro do que a original do modelo, alteração no comprimento do veículo
(supressão ou acréscimo em longarinas), modificação do teto do veículo com inclusão
de vidro ou lona (teto solar), modificação da forma do veículo, etc..

IMPORTANTE!!
Algumas das mudanças de características destinam-
se a satisfazer o capricho pessoal do proprietário do
veículo, outras são feitas por necessidade ou para corrigir
algum defeito (exemplo: motor novo no lugar do original
estragado), e outras têm o claro objetivo de modificar um
veículo fraudado, de modo a dificultar o seu
reconhecimento (exemplo: lataria pintada de outra cor,
placas trocadas, vidros com VIS adulterada, etc., após o
veículo ter tido o seu VIN substituído ou regravado).

Assim, pode-se dizer que um veículo foi submetido a determinada mudança de


característica quando se apresentar com a referida característica diferente da original.

No caso de troca de motor, antigamente o DETRAN estadual determinava um


prazo de 30 dias para que a mudança fosse regularizada e a informação passasse a
fazer parte da documentação veicular. O proprietário devia provar a procedência do
motor, anexando a nota fiscal de compra. Com o advento do CTB as principais
mudanças de características passaram a necessitar de autorização prévia.

Na mudança de cor do veículo, há necessidade de autorização prévia do


DETRAN. O registro da modificação deverá fazer parte do prontuário do veículo e
também dos seus documentos (CRLV e CRV).

185
4.2. Como identificar mudanças de características

O examinador deve, no ato dos exames veiculares, verificar, além das


codificações identificatórias, se o veículo possui estrutura e peças sem características
de autenticidade. Isso geralmente exige conhecimento prévio do examinador com
relação ao modelo examinado. Por isso a prática do examinador é sempre um dos
fatores que conduzem a uma vistoria eficaz, ou seja, de qualidade.

Em caso de dúvidas, o examinador deve procurar comparar o veículo com outro


semelhante (da mesma marca e modelo) ao original. Pode também eliminar suas
dúvidas consultando uma concessionária especializada na marca.

4.2.1. Detectando alteração da cor

Para detectar se o veículo examinado foi repintado, o examinador deverá:

I. Observar, nas proximidades das extremidades da estrutura: sinais de


movimentação das borrachas dos vidros, manchas de tinta nessas borrachas
ou manchas de tinta nas mangueiras e peças do compartimento de fogo (motor,
radiador, bateria, câmbio, etc.);
II. Observar também as partes pintadas no interior do porta-malas e no interior do
veículo;
III. Com relação à pintura, deverá observar se a tonalidade da tinta é homogênea
e se possui espessura constante;
IV. Havendo partes descascadas ou arranhadas, verificar se a tinta subposta é
uma base original ou camada original, ou se é tinta externa recoberta.

Se a estrutura de um veículo teve sua cor alterada, isso constitui mudança de


característica e, portanto, deveria ter sido precedida de autorização do DETRAN. Se
os documentos não informam sobre a mudança, está constituida irregularidade (Veja
Resoluções nos 25/1998 – revogada, 362/2010, 262/2007 – revogada, e 292/2008),
que deve ser resolvida junto ao DETRAN.

186
SAIBA MAIS!!

Se os exames trouxerem à tona indícios de irregularidade, o


examinador deverá comunicar aos seus superiores para que
providenciem o encaminhamento do veículo para exames mais
especializados, ou para o DETRAN, ou para a perícia, conforme as
circunstâncias do caso a ser resolvido.

4.2.2 Como detectar uma repintura

As pinturas originais de fábrica são executadas com utilização de processos


especiais que visam obter-se adesão entre as diversas camadas, resistência ao
intemperismo, a produtos químicos, a solventes e à corrosão. Além disso, o brilho e a
cor devem ser uniformes.

Quando executada em condições diferentes da fábrica, as repinturas e


retrabalhos podem apresentar imperfeições do tipo: amolecimento ou remoção da
tinta com utilização de solventes fracos e médios, falta de adesão entre as camadas,
aspecto embaçado e diferenças de tonalidade com partes não repintadas, além de
vestígios de empoeiramento de tinta do acabamento sobre fitas, borrachas, peças
plásticas e outros componentes do veículo. É também comum ocorrer
desuniformidade dos cordões de massa de vedação.

187
Finalizando...

Neste módulo você estudou que:

• O código ou número de motor de motocicleta fica situado no bloco do motor,


gravado geralmente em baixo relevo;

• O NIV de veículos tipo motocicleta é geralmente gravado no garfo dianteiro,


próximo ao guidão, acima dos amortecedores. Muito raramente o NIV é
gravado embaixo do assento;

• A decodificação de NIVs de motocicletas, utilitários, caminhões e ônibus, é


feita dentro de fases, de acordo com o ano de fabricação;

• Os NIVs dos veículos dos tipos utilitário, caminhão e ônibus estão gravados
predominantemente do lado direito;

• Os NIVs de veículos nacionais e importados, que circulam no território


nacional, são decodificados de acordo com as tabelas gerais e específicas
apresentadas;

• Os principais métodos utilizados para a gravação nas fábricas são agulha


e punção;

• Considera-se mudança de característica a inclusão, supressão ou


modificação de uma determinada característica do veículo.

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Referências:

• ANFAVEA. Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.


Duisponível em: <http://www.anfavea.com.br/>. Acesso 06 out. 2020;

• BRASIL. Lei nº 9.426, de 24 de dezembro de 1996. Altera o Decreto-lei nº 2.848 –


Código Penal – Parte Especial. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9426.htm>. Acesso 06 out. 2020;

• BRASIL. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito


Brasileiro – CTB. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503Compilado.htm>. Acesso 06 out.
2020;

• CARDOSO, Hélio da Fonseca. VEÍCULOS AUTOMOTORES – Identificação, vistoria,


inspeção, perícia, avaliação e recall. 2. ed. São Paulo: Leud, 2018;

• CONTRAN. Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 729, de 06 de marça de


2018. Institui a placa de veículos padrão MERCOSUL. Disponível em:
<https://www.in.gov.br/materia//asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/5755406/
do1-2018-03-08-resolucao-n-729-de-6-de-marco-de-2018-5755402>. Acesso 06 out.
2020;

• DENATRAN. Departamento Naciobnal de Trânsito. Disponível em:


<https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/denatran>. Acesso 06 out. 2020;

• MIZIARA, Arnaldo Nadim e BARROS, Gersioneton de Araújo. Manual de Técnicas


de identificação Veicular. Brasília. ABDETRAN. 1999;

• MIZIARA, Arnaldo Nadim e BARRO, Gersioneton de Araujo. MANUAL DE


IDENTIFICAÇÃO VEICULAR E DOCUMENTAL. Brasília, 2011/2012. Disponívem
em: <http://arnaldomiziara.blogspot.com/>. Acesso 06 out. 2020;

• RENAVAM. Base de Dados do Resgistro Nacional de Veículos Automotores.


Disponível em: <https://www.gov.br/pt-br/servicos/consultar-dados-de-veiculo-na-
base-renavam>. Acesso 06 out. 2020;

• SCHMIDT FILHO, Silvanie. Capacitação Contra Fraudes na Identificação de Veículos


- ACADEPOL PC SC. Florianópolis, 2012

• AMORIM, Rogério Reis. Curso de Formação Profissional para o Cargo de Perito


Criminal - SPTC/SSPAT - GO. Goiânia, 2015.

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