Você está na página 1de 71

Empreendedorismo

Universidade Pedagógica
Moçambique
Direitos de autor (copyright)
É proibida qualquer reprodução parcial ou total desta obra sem a permissão da autora ou
entidade proponente.

Universidade Pedagógica
Maxixe
Moçambique
Fax: (+258)293-30354/30359
E-mail: inf@unisaf.ac.mz
Website: www.unisaf.ac.mz
Agradecimentos
À Universidade Pedagógica pelo apoio prestado em todo o processo.

Aos docentes do curso de História, HIPOGEP pela ajuda, coordenação e operacionalização de


todo o processo de produção deste módulo.

A todos que de forma directa ou indirecta contribuíram para que este módulo fosse produzido.
Ficha técnica
Autora: Tânia José Mondlane
Revisão CEAD: Crimildo Felisberto Muhache
Revisão linguística: Célcia da Orívia Cardoso e Ilídio Macaringue
Empreendedorismo i

Índice

Visão geral 1
Bem- vindo ao Módulo “Empreendedorismo ” ................................................................ 1
Objectivos do Módulo ...................................................................................................... 2
Quem deverá estudar este módulo .................................................................................... 3
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 3
Ícones de actividade .......................................................................................................... 4
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 4
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 4
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 5
Avaliação .......................................................................................................................... 5

Unidade I 7
NOÇÕES GERAIS SOBRE O EMPREENDEDORISMO ....................................................... 7
Introdução ................................................................................................................ 7

Lição n˚ 1 9
Conceito de Empreendedorismo ................................................................................................ 9
Introdução ................................................................................................................ 9
Sumário ........................................................................................................................... 11
Exercícios........................................................................................................................ 11

Lição n˚ 2 13
Características do perfil e comportamento empreendedor ....................................................... 13
Introdução .............................................................................................................. 13
Características do perfil e comportamento empreendedor ............................................. 13
Sumário ........................................................................................................................... 15
Exercícios........................................................................................................................ 16

Lição n˚ 3 17
As origens do empreendedor .................................................................................................... 17
Introdução .............................................................................................................. 17

O custo de ser empreendedor 19


Sumário .................................................................................................................................... 20
Exercícios........................................................................................................................ 20

Unidade II 23
IDEIAS E OPORTUNIDADES ............................................................................................... 23
Introdução .............................................................................................................. 23
Empreendedorismo ii

Lição n˚ 1 24
Transformando Ideia em Oportunidade ................................................................................... 24
Introdução .............................................................................................................. 24

CONCEITUALIZAÇÃO DE OPORTUNIDADE 25
Sumário ........................................................................................................................... 26
Exercícios........................................................................................................................ 27

Lição n˚ 2 29
COMO AVALIAR UMA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO ............................................... 29
Introdução .............................................................................................................. 29
Sumário ........................................................................................................................... 31
Exercícios........................................................................................................................ 31

Lição n˚ 3 33
Formas Mais Comuns de se Buscar Por Oportunidades .......................................................... 33
Introdução .............................................................................................................. 33
Sumário ........................................................................................................................... 35
Exercícios........................................................................................................................ 36

Unidade III 38
A PLANIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .................................................................... 38
Introdução .............................................................................................................. 38

Lição n˚ 1 39
A Planificação do Empreendimento e o Projecto Empreendedor ............................................ 39
Introdução .............................................................................................................. 39
Sumário ........................................................................................................................... 41
Exercícios........................................................................................................................ 41

Lição n˚ 2 43
O Modelo do Projecto Empreendedor ...................................................................................... 43
Introdução .............................................................................................................. 43

O modelo do Projecto Empreendedor 44


Sumário ........................................................................................................................... 58
Exercícios........................................................................................................................ 59

Lição n˚ 3 61
Causas do sucesso e Insucesso dos Empreendimentos ............................................................ 61
Introdução .............................................................................................................. 61
Empreendedorismo iii

Causas do Sucesso e Insucesso dos Empreendimentos 61


Sumário ........................................................................................................................... 62
Exercícios........................................................................................................................ 62
Bibliografia geral ............................................................................................................ 62
Empreendedorismo 1

Visão geral
Bem-vindo ao Módulo
“Empreendedorismo ”
A Globalização impõe mudanças rápidas e constantes ao mercado,
exigindo profissionais cada vez mais preparados. Entretanto,
Moçambique ainda se preocupa com sectores da economia como a
agricultura e a prestação de serviços.

O empreendedorismo é fundamental na formação de uma sociedade


e é determinante para qualquer país que busque o desenvolvimento
sustentável do seu povo. É com base nesta ideologia que a
Universidade Pedagógica (UP) desenvolve este programa que você
começará a conhecê-lo a partir da leitura deste módulo.

A superação dessa realidade é condição fundamental para o pleno


aproveitamento das potencialidades locais, como factor
determinante para o desenvolvimento regional sustentável. Para tal,
são necessários investimentos que propiciem a disseminação da
cultura e atitude empreendedora e de novos conceitos e práticas de
gerenciamento que exigem agilidade, flexibilidade, criatividade e
inovação.

A criação de empresas tem uma grande importância na sociedade,


pois gera diversos benefícios como empregos e riquezas para o
país, principalmente quando atreladas às oportunidades
identificadas nos mercados.

Em contrapartida, sempre que um empreendimento fecha também


ocorrem impactos na sociedade, visto que as pessoas ficam sem os
seus empregos, o governo deixa de arrecadar tributos e todo o
investimento realizado no empreendimento é perdido.
Empreendedorismo 2

Portanto, actualmente pode-se dizer que uma das maneiras da


empresa permanecer no mercado é estar sempre atenta às
oportunidades de negócio.

Objectivos do Módulo
Quando terminar o estudo do Módulo de Empreendedorismo, o estudante deverá
ser capaz de:

 Leccionar qualquer aula de Empreendedorismo no Ensino


Básico do Sistema Nacional de Educação;

 Despertar atitudes e capacidades empreendedoras e intra-


Objectivos empreendedoras pessoais na solução de problemas sociais;

 Possibilitar o seu próprio envolvimento e o dos alunos no


ambiente empreendedor e na realidade do país e da região;

 Identificar e desenvolver o comportamento empreendedor,


intra-empreendedor e inovador;

 Desenvolver o comportamento empreendedor na concepção


e planificação de empreendimentos;

 Garantir, através da metodologia de pesquisa, a


aproximação do indivíduo à realidade;

 Preparar cidadãos empreendedores competentes,


possuidores de valores éticos e políticos, comprometidos
com a construção e desenvolvimento da sociedade por meio
de acções que provenham renda, emprego e o auto-
emprego.
Empreendedorismo 3

Quem deverá estudar este


módulo
Este Módulo foi concebido para todos aqueles que estão inscritos
nos Cursos de Licenciatura à Distância, fornecido pela
Universidade Pedagógica. São estudantes que possuem 12ª classe
ou o equivalente.

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos da Universidade Pedagógica
encontram-se estruturados da seguinte maneira:

Conteúdo do módulo

O módulo está estruturado em unidades. Cada unidade inclui uma


introdução, objectivos e conteúdo da unidade, bem como
actividades de aprendizagem, um sumário da unidade e uma ou
mais actividades para a sua auto-avaliação.

Outros recursos

Sabendo de antemão que você está interessado em aprender mais


sobre os conteudos abordamos neste módulo, apresentamos-lhe, no
fim de cada lição e na parte final do módulo, uma lista de recursos
adicionais para você explorar. Estes recursos incluem livros, artigos
e sites na internet.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

As tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de


cada unidade. No entanto, no final de cada lição são apresentadas
tarefas de auto-avaliação, cuja realização é de grande importância
porque permitirá saber até que ponto você compreendeu a matéria.
Empreendedorismo 4

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes
partes do processo de aprendizagem. Podem também indicar uma
parcela específica do texto, uma nova actividade ou tarefa, uma
mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones

Ao longo deste módulo, você encontrará um conjunto de ícones


cada um com uma descrição do seu significado e da forma como
nós interpretámos esse significado para representar as várias
actividades propostas.

Habilidades de estudo
Caro estudante!

Para tirar o maior proveito deste módulo, terá de buscar, através de


uma leitura cuidadosa, a maior parte da informação ligada ao
assunto abordado. Para o efeito, no fim de cada lição apresentamos-
lhe uma sugestão de livros para leitura complementar.

Tomando em consideração que uma pergunta bem compreendida


representa meia resposta, logo, antes de resolver qualquer tarefa ou
problema, o estudante deve certificar-se se compreendeu a questão
colocada.

Precisa de apoio?
No caso de dúvidas sobre os conteúdos deste módulo, por favor
contacte o docente directamente no recinto da Universidade ou
outros docentes que estejam a leccionar o mesmo conteúdo.
Empreendedorismo 5

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
Os estudantes poderão resolver obrigatoriamente os exercícios que
lhes são apresentados no final de cada capítulo e apresentar, na
semana de preparação para o exame, uma ficha contendo as
respectivas respostas. Posto isto, os trabalhos devem ser entregues
ao tutor local.

Avaliação
Para avaliar o nível de assimilação da matéria, serão realizados
trabalhos de cada secção de tutoria de especialidade.
Empreendedorismo 7

Unidade I
NOÇÕES GERAIS SOBRE O
EMPREENDEDORISMO
Introdução

Nesta unidade fizemos uma discussão em torno dos conceitos de


Empreendedorismo; características do perfil e comportamento
empreendedor; as origens do empreendedor e principais
motivações para o Empreendedorismo.

Ao terminar esta unidade, espera-se que o estudante seja capaz


de:

 Caracterizar o perfil empreendedor;


 Descrever o comportamento empreendedor;
Objectivos
 Caracterizar as origens do empreendedor.

Empreendedorismo, comportamento empreendedor.

Terminologia
Empreendedorismo 9

Lição n˚ 1
Conceito de Empreendedorismo
Introdução
Nesta lição apresentamos o conceito do empreendedorismo.
Ao completar esta lição, espera-se que o estudante seja capaz de:

 Definir o conceito de empreendedorismo;


 Definir o objecto de estudo do empreendedorismo;

Objectivos  Diferenciar o empresário do empreendedor.

Empreendedorismo, empreendedor, empresário.

.
Terminologia

Conceito de Empreendedorismo

A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e


quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo. E esta
associação do risco à actividade empreendedora vem do século
XVIII, quando apareceram os primeiros indícios desta relação,
enunciados por economistas da época.

Os economistas Richard Cantillon (1755) e Jean-Baptiste Say


(1803) deram notoriedade ao tema, ao considerarem os
empreendedores como pessoas que corriam riscos.
Empreendedorismo 10

Jean-Baptiste associou os empreendedores à inovação e viu-os


como agentes da mudança. Por isso mesmo, Jean-Baptiste é
considerado, pela litertura especializada, como o pai do
empreendedorismo.

Antes de apresentarmos o conceito de empreendedorismo,


julgamos relevante salientar as diferenças entre empresário e
empreendedor.

O Empresário é o dono da empresa que age por meio de métodos e


de controlos já elaborados. Busca metas, avalia o trabalho dos
funcionários, porém sem lhes propor uma maior participaçãono
negócio, fazendo sempre a tarefa trivial da organização:
comercializar produtos ou serviços em busca de lucro, sem que
haja inovação nos processos e nos produtos e serviços.

O Empreendedor, por seu turno, age sobre algo novo: identifica


uma oportunidade nova, planifica um novo empreendimento para
supri-lo, junta os recursos de que necessita e se lança para
concretizar seu sonho.

Joseph Schumpeter (1942) associou o Empreendedor ao


indivíduo “que reforma ou revoluciona o processo criativo por
meio de desenvolvimento de nova tecnologia ou aprimoramento da
antiga”. Mesmo num ambiente onde o empresário pareça estar só,
sem aparente concorrência, ele precisa de criar continuamente,
produzindo melhor e de forma mais eficiente.

O Empreendedor “é aquele que inicia ou opera um negócio para


realizar uma ideia, assumindo riscos e responsabilidades e
inovando continuamente”, segundo Peter Drucker (1986). Isso
quer dizer que a acção empreendedora não se limita apenas a uma
actividade específica, mas a um comportamento relacionado às
actividades desempenhadas.
Empreendedorismo 11

Sumário
A palavra empreendedor quer dizer aquele que assume riscos e
começa algo novo. Difere-se do empresário, pois este age por meio
de métodos, de controlos já elaborados, enquanto o empreendedor
começa algo novo e assume risco.

Exercícios

1. Define empreendedorismo.
2. Identifique os economistas que discutíram o termo
empreendedor.
Auto-avaliação
3. Diferencie empreendedor do empresário dando exemplos
concretos.

Bibliografia Básica
AIDAR, Marcelo Marinho. Empreendedorismo. São Paulo,
Thomson Pioneira, 2007.
BERNARDI, L. A. Manual de Empreendedorismo e Gestão. São
Paulo, Atlas. 2008.
CAMPOLONGO, K.C. As características e o perfil do
empreendedor. São Paulo, IPCA-Jr, 2008.
DOLABELA, F. A Oficina do Empreendedor. São Paulo, Cultura
Editores Associados, 1999.
Empreendedorismo 13

Lição n˚ 2
Características do perfil e
comportamento empreendedor
Introdução
Nesta lição abordamos conteúdos realacionados ao perfil de um
empreendedor e o seu comportamento.

Ao completar esta lição, espera-se que o estudante seja capaz de:

 Caracterizar o perfil do empreendedor;


 Descrever o comportamento de um empreendedor;

Objectivos  Explicar a criatividade no âmbito da actividade empreendedora.

Perfil empreendedor, comportamento empreendedor.

Terminologia

Características do perfil e
comportamento empreendedor
 Aceitação do risco – o empreendedor aceita riscos, ainda
que muitas das vezes seja cauteloso e precavido contra o
risco.
Empreendedorismo 14

 Ambição – o empreendedor procura fazer sempre mais e


melhor, nunca se contentando com o que já atingiu. Não
tentar progredir significa estagnar e um empreendedor é
ambicioso para chegar mais além do que da última vez.
 Auto-confiança – o empreendedor tem auto-confiança,
acredita em si mesmo. Se não acreditasse, seria difícil tomar
a iniciativa. A crença em si mesmo faz o indivíduo arriscar
mais, ousar, oferecer-se para realizar tarefas desafiadoras.
Enfim, torna-o mais empreendedor.
 Busca por informações – para ser um empreendedor é
preciso saber onde se encontram as informações,
principalmente as relacionadas ao empreendimento e às
oportunidades que o mercado proporciona.
 Comprometimento – o empreendedor precisa estar “imerso”
e comprometido com o que faz. Deve saber que ele é o
responsável pelo sucesso do seu empreendimento.
 Criatividade – à medida que a concorrência se intensifica, a
necessidade de criar novas coisas em novos mercados
também aumenta. Já não é suficiente fazer a mesma coisa
de maneira melhor. Pelo contrário, é preciso que o
empreendedor vá mais longe, apostando na criatividade
para que os empreendimentos possam evoluir com as
mudanças.
 Exigência – deve ser exigente, principalmente com a
qualidade do que faz. Primar pela qualidade e preocupar-se
com ela é o grande ponto para o sucesso.
 Flexibilidade – o empreendedor adapta-se às circunstâncias
que o rodeiam, pois se algo corre diferente do inicialmente
previsto, ele não desiste, mas altera os seus planos de modo
a atingir os seus objectivos.
 Fixação de metas – trabalhar com objectivos é um grande
estímulo para o dia-a-dia do empreendedor. Portanto, a
Empreendedorismo 15

fixação de metas dá o impulso necessário para que o


empreendedor as atinja nas suas actividades.
 Iniciativa – o empreendedor não fica à espera que os outros
venham resolver o seu problema. A iniciativa é a
capacidade daquele que, tendo um problema qualquer, age
buscando soluções.
 Liderança – o empreendedor tem a capacidade de planear
um projecto e pô-lo em prática, liderando a equipa que com
ele trabalha.
 Persistência – o empreendedor, por estar motivado,
convicto, entusiasmado e crente nas possibilidades, é capaz
de persistir até que as coisas comecem a funcionar
adequadamente.
 Planificação – planificar as actividades e o
empreendimento demonstram que o empreendedor é um
indivíduo que sabe aonde quer chegar, é organizado e
comprometido com o sucesso do empreendimento.
 Trabalho em equipa – o empreendedor cria equipa, delega,
acredita nos outros e obtém resultados por meio de outros
indivíduos.

Sumário
Um empreendedor apresenta diversas caracterisiticas de entre as
quais destacamos as seguntes: Aceitação do risco, Ambição,
Autoconfiança, Busca por informações, Comprometimento,
Criatividade, Exigência, Flexibilidade, Fixação de metas,
Iniciativa, Trabalho em equipa, Persistência, Planificação e
Liderança.
Empreendedorismo 16

Exercícios

1. Diferencie auto-confiança da criatividade.


2. Até que ponto a persistência pode ser considerada como
comportamento de um empreendedor?
Auto-avaliação

Bibliografia Básica
AIDAR, Marcelo Marinho. Empreendedorismo. São Paulo,
Thomson Pioneira, 2007.
BERNARDI, L. A. Manual de Empreendedorismo e Gestão. São
Paulo, Atlas. 2008.
CAMPOLONGO, K.C. As características e o perfil do
empreendedor. São Paulo, IPCA-Jr, 2008.
DOLABELA, F. A Oficina do Empreendedor. São Paulo, Cultura
Editores Associados, 1999.
FAYOLLE, A. Empreendedorismo. Lyon, Emlyon Business
School, 2005.
Empreendedorismo 17

Lição n˚ 3
As origens do empreendedor
Introdução
Nesta lição discutimos as circunstâncias e motivações que dão
origem a um empreendimento.
Ao completar esta lição, espera-se que o estudante seja capaz de:

 Identificar as motivações que dão origem ao empreendedor;


 Identificar as motivações que dão origem aos empreendimentos;
Objectivos
 Explicar as diferentes situações pelas quais um empreendedor
passa.

Empreendedor nato, herdeiro, técnico, vendedor, aposentador,


desenvolvimento paralelo.

Terminologia

As origens do empreendedor

Existem várias circunstâncias e motivações que dão origem a um


empreendimento e ao surgimento do empreendedor, que pode ou
não se relacionar com traços de personalidade.

A seguir, passamos a reflectir em torno de cada uma delas:

 O empreendedor nato - Esta figura é a personalização integral


do empreendedor que normalmente, desde cedo, por razões
próprias ou influências familiares, demonstra traços de
Empreendedorismo 18

personalidade comuns do empreendedor. Não quer dizer que


serão os melhores, no entanto já demonstram o seu
comportamento empreendedor há mais tempo.

 O herdeiro - Pode ou não possuir características do


empreendedor. Ser empreendedor por afinidade ou vocação
dá continuidade ao empreendimento em que se encontra
desde cedo em treinamento.
 O funcionário da empresa - Frustrado com as suas
necessidades de realização pessoal, em algum momento da
sua carreira resolve partir para um empreendimento próprio.
 Excelentes técnicos - Com características de
empreendedor, dispõe de conhecimento, de know how sobre
algum produto ou serviço e, possuidor de experiência no
ramo, resolve iniciar um empreendimento próprio.
 Vendedores - Usualmente, entusiasmados pela dinâmica
das suas funções quotidianas, como conhecem o mercado e
têm experiência no ramo, iniciam empreendimento próprio
em indústria, comércio ou serviços.
 Opção ao desemprego - Uma modalidade de
empreendimento arriscada, podendo ter dois
desdobramentos, nomeadamente:
Com características empreendedoras: há possibilidade de
sucesso;
Sem características empreendedoras: as suas chances são
reduzidas, porém depende de como a oportunidade é
encarada.
 Aposentador - Com experiência adquirida, e devido à
idade precoce com que o mercado marginaliza as pessoas,
inicia um próprio empreendimento.
 Desenvolvimento Paralelo - O funcionário, como
alternativa futura, estrutura-se entre amigos ou familiares e
desenvolve um empreendimento derivado da sua
Empreendedorismo 19

experiência ou não, ou se associa a outro ramo de


actividade como sócio-capitalista.

Principais motivações ao Empreendedorismo

Você se tornará um empreendedor...

 Por necessidade;
 Para implantar ideias;
 Para possuir independência;
 Para fugir da rotina profissional;
 Para ter maiores responsabilidades e riscos;
 Para provar a sua capacidade;
 Para a sua auto-realização;
 Para maior ganho financeiro;
 Por oportunidade;
 Para ter controlo da sua qualidade de vida.

O custo de ser empreendedor


 Solidão: Sente-se só na tomada de decisões, tarefas e
acções;
 Queda do Status: Perde um pouco da posição social na
qual se encontrava;
 Sacrifícios pessoais: Faz longas jornadas de trabalho;
 Segurança e estabilidade profissional: Os riscos são por
conta própria;
 Responsabilidade e pressão: Envolve-se com todos os
aspectos do empreendimento;
 Atritos e conflitos: Sente-se mais nervoso e intolerante
com sócios e/ou familiares;
 Custo oportunidade: Deixa de ganhar dinheiro por ter
optado em exercer a nova função.
Empreendedorismo 20

Sumário
O empreendedor pode surgir das seguintes circunstâncias: o
empreendedor nato, o herdeiro, o funcionário da empresa,
excelentes técnicos, vendedores, opção ao desemprego,
aposentador e desenvolvimento paralelo.

O ser empreendedor implica correr certos custos na sociedade, de


entre os quais: solidão, queda de status, sacrifícios pessoais,
segurança e estabilidade profissional, responsabilidade e pressão,
atritos e conflitos.

Exercícios

1. Das diversas formas que dão origem ao empreendedor,


explique como a herança pode transformar o herdeiro em
Auto-avaliação empreendedor?

2. Se fosse empreendedor, qual seria a sua motivação?


Porquê?
Empreendedorismo 21

Bibliografia Básica
AIDAR, Marcelo Marinho. Empreendedorismo. São Paulo,
Thomson Pioneira, 2007.
BERNARDI, L. A. Manual de Empreendedorismo e Gestão. São
Paulo, Atlas. 2008.
CAMPOLONGO, K.C. As características e o perfil do
empreendedor. São Paulo, IPCA-Jr, 2008.
DOLABELA, F. A Oficina do Empreendedor. São Paulo, Cultura
Editores Associados, 1999.
FAYOLLE, A. Empreendedorismo. Lyon, Emlyon Business
School, 2005.
FILION, L. J. et al. Boa ideia! E agora? São Paulo, Cultura
Editores Associados, 2000.
MARTINS, L. G. Treinamento Executivo: Empreendedorismo. São
Paulo, Digerati Books, 2006.
Empreendedorismo 23

Unidade II

IDEIAS E OPORTUNIDADES
Introdução
Nesta unidade reflectimos em torno do mercado no tocante a
transformação de ideias em oportunidades. Mais ainda,
apresentamos o conceito de oportunidade, bem como o processo do
seu surgimento.

Ao completar esta unidade, espera-se que o estudante seja capaz


de:

 Definir o conceito de oportunidade;


Objectivos  Identificar as diferentes formas de surgimento de uma
oportunidade;
 Explicar a relação entre ideia e oportunidade;
 Explicar as formas mais comuns de se buscar uma
oportunidade.

Ideia, oportunidade, avaliar oportunidade, negócio, mercado.

Terminologia
Empreendedorismo 24

Lição n˚ 1
Transformando Ideia em Oportunidade
Introdução
Nesta lição, o estudante terá a oportunidade de tartar de assuntos
como: conceito de oportunidade, como surge uma oportunidade e
como um empreendedor aproveita uma oportunidade.

Ao completar esta lição, espera-se que o estudante seja capaz de:

 Definir oportunidade;
Objectivos
 Explicar o processo de surgimento de uma oportunidade;

 Explicar a forma como o empreendedor aproveita uma


oportunidade de negócios.

Ideia, oportunidade, oportunidade de negócio.

Terminologia
Empreendedorismo 25

CONCEITUALIZAÇÃO DE OPORTUNIDADE

Segundo Daniel F. Muzyka (2001) as oportunidades em si


constituem algo que existe no papel ou como ideia. As
oportunidades realizadas são aquelas que alguém transformou em
negócios lucrativos e operantes.

A oportunidade, em termos práticos, pode, portanto, ser definida


como um conceito negocial que, se transformado em um produto
ou serviço tangível oferecido pela empresa, resultará em lucro
financeiro.

COMO SURGE UMA OPORTUNIDADE

Uma oportunidade de negócio surge das formas mais variadas


possíveis, nomeadamente:

 Pode ser de uma conversa entre amigos, através da leitura


de um artigo em um jornal ou revista; por meio de uma
ideia que surge de repente, da mesma forma como um
músico compõe uma canção.
 Oportunidades podem ainda surgir com a participação da
pessoa em várias actividades como: feiras; exposições e
eventos relacionados ao seu sector de negócios no qual a
empresa actua; participação de reuniões e encontros em
associações; conversar com os concorrentes, clientes,
empregados, fornecedores e empresários de outros sectores.
 O interesse em compreender as tendências do mercado,
situações económicas, políticas, sociais etc.

COMO UM EMPREENDEDOR APROVEITA UMA


OPORTUNIDADE

Um empreendedor, ao tentar identificar uma oportunidade, deve


levar em consideração alguns pontos que são de extrema
importância na escolha do seu negócio. De acordo com Muzyka
(2001: 22) podemos destacar como principais pontos, os seguintes:
Empreendedorismo 26

 As oportunidades têm que ver com criação de valor e não


necessariamente com a redução de custos;
 As oportunidades não são iguais para todos;
 Nem todos exploram oportunidades mesmo quando são
óbvias;
 As oportunidades complexas falham;
 A oportunidade não é sempre encontrada em mercados em
crescimento e bem documentados;
 As oportunidades não são necessariamente resultado de
invenções do empreendedor;
 Um empreendedor conclui que as oportunidades têm que
ver com a criação de valor, e não necessariamente com a
redução de custos. Por isso, ele tem em mente que é mais
importante criar um valor para o negócio do que
simplesmente se preocupar com a redução de custos na
empresa, pois as pessoas, normalmente, compram visando
não somente o preço que irão pagar, mas os benefícios que
esse produto ou serviço trarão para si (Muzyka, 2001: 22-
24).

Sumário
A oportunidade pode ser definida como um conceito negocial que,
se transformado em um produto ou serviço tangível oferecido pela
empresa, resultará em lucro financeiro. Pode surgir a partir de uma
conversa entre amigos, através da leitura de um artigo em um jornal
ou revista ou mesmo de uma ideia; pode ser também a partir de
participação da pessoa em várias actividades e ainda através de
interesse em compreender as tendências do mercado.
Empreendedorismo 27

Exercícios
1. O que entende por oportunidade?
2. Uma oportunidade de negócio pode surgir a partir de uma
Auto-avaliação
conversa entre amigos. Comente a afirmação dando dois
exemplos.
3. Faça um exercício sobre oportunidades, levando em conta:
as estações do ano, eventos desportivos, religiosos, grupos
étnicos, etc.

Bibliografia básica
AIDAR, Marcelo Marinho. Empreendedorismo. São Paulo,
Thomson Pioneira, 2007.
BERNARDI, L. A. Manual de Empreendedorismo e Gestão. São
Paulo, Atlas. 2008.
CAMPOLONGO, K.C. As características e o perfil do
empreendedor. São Paulo, IPCA-Jr, 2008.
DOLABELA, F. A Oficina do Empreendedor. São Paulo, Cultura
Editores Associados, 1999.
EL CHECK, R. Como elaborar estratégia de comercialização/
Roberto El Check, organizadoras, Vera Helena Lopes, Marli
Aparecida Menezes Simões Queiroz, Renata Duarte Foscarini. -
Belo Horizonte, SEBRAE/MG, 2007.
FAYOLLE, A. Empreendedorismo. Lyon, Emlyon Business
School, 2005.
FILION, L. J. et al. Boa ideia! E agora? São Paulo, Cultura
Editores Associados, 2000.
MARTINS, L. G. Treinamento Executivo: Empreendedorismo. São
Paulo, Digerati Books, 2006.
NUNES, Jonas Custódio e CARVALHO, Tiago da Costa. Empresa
Simulada. Belo Horizonte, SEBRAE/MG, 2007.
Empreendedorismo 29

Lição n˚ 2
COMO AVALIAR UMA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS

Introdução
Nesta unidade apresentamos a avaliação de uma oportunidade de
negócio.

Ao completar esta lição, espera-se que o estudante seja capaz de:

 Saber avaliar uma oportunidade de negócio;

 Explicar a forma como se transforma uma ideia em


Objectivos oportunidade;

 Explicar as formas pelas quais um empreendedor pode criar


ideias de negócios.

Ideia, oportunidade, oportunidade de negócio.

Terminologia

COMO AVALIAR UMA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS

Segundo Muzyka (2001: 24), para avaliar uma Oportunidade de


negócios, um empreendedor deve fazer-se algumas perguntas
como:

 Qual é o grau de risco que está disposto a correr?


 Quais são os seus objectivos pessoais e profissionais?
Empreendedorismo 30

 Que tipos de renúncias terão de ser feitas para a


transformação dessa oportunidade em efectividade de
negócio.

Peter Saunders, na sua obra “Como ter uma Boa Ideia”, lista
algumas maneiras para ajudar o empreendedor a desenvolver a sua
criatividade. Segundo Saunders há, em essência, duas maneiras
pelas quais um empreendedor pode criar ideias de negócios. A
primeira é de gerar a sua própria ou desenvolver a de outrém. A
segunda é muito mais comum porque todo negócio bem-sucedido é
um desenvolvimento de um conceito de negócio existente.

Ainda de acordo com o autor em referência, existem três fontes de


oportunidades no que se refere à geração de ideias de negócios:
anúncios, agentes e busca de oportunidades ou aguardar
atentamente o surgimento de um negócio que você considere
adequado aos seus objectivos.

TRANSFORMANDO IDEIA EM OPORTUNIDADE

Segundo Dornelas (2001) um dos maiores mitos a respeito de


novas ideias de negócios é que elas devem ser únicas. O facto de
uma ideia ser ou não única não importa. O que importa mesmo é
como o empreendedor utiliza a sua ideia, inédita ou não, de forma a
transformá-la em um produto ou serviço que faça a sua
empresa/negócio crescer.

Dornelas defende ainda que se você tem uma ideia que acredita ser
interessante e que se pode transformar em um negócio de sucesso,
pergunte a si mesmo e aos seus sócios o seguinte:

 Quais são os clientes que comprarão o produto ou o serviço


da empresa?
 Qual é o tamanho actual do mercado em moeda e em
número de clientes?
 O mercado está em crescimento, estável ou estagnando?
Empreendedorismo 31

 Quem atende esses clientes actualmente, ou seja, quem são


os seus concorrentes?

Caso você e os seus sócios não conseguirem responder a essas


perguntas básicas iniciais com dados concretos, então vocês têm
apenas uma ideia e não uma oportunidade de mercado.

Sumário
Para avaliar uma oportunidade de negócios, um empreendedor deve
saber o grau de risco que está disposto a correr; os seus objectivos
pessoais e profissionais e saber os tipos de renúncias que terão de
ser feitas para a transformação dessa oportunidade em efectividade
de negócio.

Exercícios
1. Estabeleça a diferença entre ideia e oportunidade.
2. É possível transformar uma ideia em oportunidade?
Se sim, explique.
Auto-avaliação
3. O que é necessário para avaliar uma oportunidade
de negócio.

Bibliografia básica
AIDAR, Marcelo Marinho. Empreendedorismo. São Paulo,
Thomson Pioneira, 2007.
BERNARDI, L. A. Manual de Empreendedorismo e Gestão. São
Paulo, Atlas. 2008.
CAMPOLONGO, K.C. As características e o perfil do
empreendedor. São Paulo, IPCA-Jr, 2008.
DOLABELA, F. A Oficina do Empreendedor. São Paulo, Cultura
Editores Associados, 1999.
Empreendedorismo 32

EL CHECK, R. Como elaborar estratégia de comercialização/


Roberto El Check, organizadoras, Vera Helena Lopes, Marli
Aparecida Menezes Simões Queiroz, Renata Duarte Foscarini. -
Belo Horizonte, SEBRAE/MG, 2007.
FAYOLLE, A. Empreendedorismo. Lyon, Emlyon Business
School, 2005.
FILION, L. J. et al. Boa ideia! E agora? São Paulo, Cultura
Editores Associados, 2000.
MARTINS, L. G. Treinamento Executivo: Empreendedorismo. São
Paulo, Digerati Books, 2006.
MINED-INDE. Ministério da Educação e Cultura. Instituto
Nacional do Desenvolvimento da Educação (INDE). Plano
Curricular do Ensino Secundário Geral (PCESG) — Documento
Orientador, Objectivos, Política, Estrutura, Plano de Estudos e
Estratégias de Implementação. Imprensa Universitária, UEM:
Moçambique. 2007.
NUNES, Jonas Custódio e CARVALHO, Tiago da Costa. Empresa
Simulada. Belo Horizonte, SEBRAE/MG, 2007.
Empreendedorismo 33

Lição n˚ 3
Formas Mais Comuns de Buscar Oportunidades

Introdução
Nesta lição apresentamos as oito formas mais comuns de buscar
oportunidades.

Ao completar esta lição, espera-se que o estudante seja capaz de:

 Identificar as diferentes formas de se buscar por oportunidade;

 Caracterizar as diferentes formas de oportunidades;


Objectivos
 Indicar quatro formas com as quais se identifica.

Ideia, oportunidade, oportunidade de negócio.

Terminologia

AS OITO FORMAS MAIS COMUNS DE BUSCAR


OPORTUNIDADES

Para a busca de uma oportunidade, destacamos, a seguir, as oito


formas mais comuns, nomeadamente:

1. Identificação de Necessidades - Todo negócio deve atender,


com lucratividade, às necessidades dos consumidores, ou seja,
identificar necessidades é procurar prestar atenção às
solicitações das pessoas e tentar atendê-las através do
desenvolvimento de um produto ou serviço, a um custo que os
consumidores estão dispostos a pagar.
Empreendedorismo 34

2. Observação de Deficiências - “Há sempre um melhor método


para se produzir/executar algo”, quer dizer que quase todo
negócio pode ser aperfeiçoado. O objectivo é determinar até
que ponto as melhorias e aperfeiçoamentos são realmente
importantes para os consumidores, a ponto de levá-los a alterar
os seus hábitos de compra. Havendo uma resposta afirmativa
por parte dos consumidores ter-se-á identificado uma real
oportunidade de negócio.

3. Observação de Tendências - É acompanhar atentamente as


tendências e os círculos de negócios que influenciam a empresa
para aproveitar ao máximo o seu potencial, evitando surpresas.
As mudanças tecnológicas e sociais acabam, de modo geral,
gerando novas tendências que podem trazer novas
oportunidades, mas podem, também, tornar obsoletos negócios
que até então prosperavam.

4. Derivação de Ocupação Actual - É a forma mais comum de se


vislumbrarem oportunidades de negócio, pois deriva da
ocupação actual do pretendente a empreendedor e parte da
convicção de que se o negócio lhe pertencesse, então podería
fazer o melhor.

5. Procura de Outras Aplicações - Baseia-se na identificação de


novas aplicações para produtos/serviços já existentes na
empresa, apesar de não apresentarem correlacção óbvia.
6. Exploração de Hobbies - Se temos habilidade e gostamos de
executar alguma coisa que sempre é elogiada por outras pessoas
repetidas vezes, temos aí não apenas um hobby, mas uma
oportunidade de empreender esta actividade. São raros os
hobbies que não representam oportunidades de negócios. É,
Empreendedorismo 35

sem dúvida, uma forma agradável de desenvolver um negócio


próprio.

7. Lançamento de Moda - é a exploração dos encantos do


momento, que embora sejam passageiros, configuram-se como
oportunidades de ganhos significativos para aquele que sair na
frente. No entanto, é preciso distinguir o lançar moda de uma
ideia original. Esta última requer do empreendedor grande dose
de perseverança para continuar. A originalidade é algo que
tende a perturbar as pessoas, quebrar rotina e, por isso, num
primeiro momento, elas tendem a enfrentar atitudes de rejeição.

8. Imitação do Sucesso Alheio - É a forma menos arriscada de


iniciar um negócio. O empreendedor que abre um negócio para
acompanhar quem está na frente deve aperfeiçoar os seus
produtos/serviços para obter uma diferenciação dos demais
concorrentes, junto à sua clientela.

Sumário
Existem diversas formas de se buscar por opotunidade, mas as mais
comuns resumem-se em: identificação de necessidades, observação
de deficiências, observação de tendências, derivação de ocupação
actual, procura de outras aplicações, exploração de hobbies,
lançamento de moda e imitação do sucesso alheio.
Empreendedorismo 36

Exercícios

1. Identifique oportunidade para cada uma das situações


abaixo:
Auto-avaliação  Esta cidade aquece o ano todo.

 Este local é replecto de jovens.

 Esta praia enche de pessoas todos os meses.

2. Escolhe uma cidade e:


a) Aliste produtos e serviços já existentes;
b) Identifique oportunidades para melhorar produtos ou
serviços ou introduzir outros inexistentes;
c) Escolhe uma ideia para implementar o modelo do Projecto
Empreendedor.

Bibliografia Básica

AIDAR, Marcelo Marinho. Empreendedorismo. São Paulo,


Thomson Pioneira, 2007.

BERNARDI, L. A. Manual de Empreendedorismo e Gestão. São


Paulo, Atlas. 2008.

CAMPOLONGO, K.C. As características e o perfil do


empreendedor. São Paulo, IPCA-Jr, 2008.

DOLABELA, F. A Oficina do Empreendedor. São Paulo, Cultura


Editores Associados, 1999.

EL CHECK, R. Como elaborar estratégia de comercialização/


Roberto El Check, organizadoras, Vera Helena Lopes, Marli
Aparecida Menezes Simões Queiroz, Renata Duarte Foscarini. -
Belo Horizonte, SEBRAE/MG, 2007.
Empreendedorismo 37

FAYOLLE, A. Empreendedorismo. Lyon, Emlyon Business


School, 2005.

FILION, L. J. et al. Boa ideia! E agora? São Paulo, Cultura


Editores Associados, 2000.

MARTINS, L. G. Treinamento Executivo: Empreendedorismo. São


Paulo, Digerati Books, 2006.

MINED-INDE. Ministério da Educação e Cultura. Instituto


Nacional do Desenvolvimento da Educação (INDE). Plano
Curricular do Ensino Secundário Geral (PCESG) — Documento
Orientador, Objectivos, Política, Estrutura, Plano de Estudos e
Estratégias de Implementação. Imprensa Universitária, UEM:
Moçambique. 2007.

NUNES, Jonas Custódio e CARVALHO, Tiago da Costa. Empresa


Simulada. Belo Horizonte, SEBRAE/MG, 2007.
Empreendedorismo 38

Unidade III
A PLANIFICAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO

Introdução
Nesta unidade reflectimos em torno de aspectos ligados à
planificação de empreendimentos, elaboração de projecto e causas
de sucesso e insucesso de empreendimentos.

Ao completer esta unidade, espera-se que o estudante seja capaz


de:

 Explicar o processo de planificação de um


empreendimento;
Objectivos  Definir o projecto empreendedor;
 Explicar a utilidade do projecto empreendedor;
 Saber elaborar o modelo do projecto empreendedor;
 Explicar as causas de sucesso e insucesso de
empreendimentos.

Planificação, planificação do empreendimento, sumário executivo,


plano de marketing, plano operacional, aspectos legais, plano
Terminologia
gerencial.
Empreendedorismo 39

Lição n˚ 1
A Planificação do Empreendimento e
o Projecto Empreendedor
Introdução
Nesta lição, você ficará a saber de aspectos sobre a planificação do
empreendimento com enfoque para o projecto empreendedor e sua
importância.

Ao completer esta lição, espera-se que o estudante seja capaz de:

 Definir os conceitos de planificação e projecto empreendedor;

Objectivos  Explicar a importância da planificação no empreendimento;

 Explicar a utilidade do projecto empreendedor.

Planificação, planificação do empreendimento, empreendimento,


projecto empreendedor.
Terminologia

A Planificação Do Empreendimento
Empreendedorismo 40

Planificar é o exercício de antecipar o futuro da empresa, de traçar


o caminho a seguir, de definir rumo, de preparar o empreendimento
para vencer as condições adversas do mercado, de combinar
adequadamente os recursos para produzir a competitividade
necessária.

Esta decisão deve ser tomada antes de o empreendimento estar em


funcionamento. Quando o empreendedor não sabe para onde ir,
qual a melhor direcção, se não sabe o que a empresa precisa ter ou
qual empreendimento ele deve abrir, que lucro deseja ter ou qual
será alcançado, este é o momento exacto para se planificar e
estruturar o empreendimento, por meio de uma ferramenta
denominada Projecto Empreendedor.

O Projecto Empreendedor
Projecto Empreendedor é um documento com o objectivo de
estruturar as principais ideias, opções que o empreendedor
analisará para decidir quanto à validade da empresa a ser criada,
além de orientar para onde os propósitos da empresa irão.

Por isso, ele deve ser revisto a todo momento, actualizado e


criticado por profissionais inseridos na empresa, visto que a
dinamicidade dos mercados mostra novas condições e novas
providências que devem ser tomadas.

Qual é a utilidade do projecto empreendedor?

Os novos empreendimentos são iniciados quando indivíduos


percebem oportunidades e se mobilizam para obter os recursos
necessários para implementá-los. Para ter esses recursos, físicos ou
não, os indivíduos entram em contacto com outros indivíduos,
procurando ajuda nos amigos, familiares, colegas de trabalho e em
outras pessoas fora de seu círculo de convivência social. Esses
contactos têm como objectivo não só obter os recursos financeiros
para iniciar o empreendimento, como também buscar apoio para a
Empreendedorismo 41

ideia do empreendimento, conselhos, informações e suporte social


e emocional para a constituição da empresa.

Portanto, no processo de criação de empreendimento, os indivíduos


mobilizam a sua rede de relações pessoais para obterem recursos
(físicos, informação, suporte emocional, capital, contactos de
negócios, etc.) e transformar visões e planos de negócio em
realidade.

Sumário
Planificar é o momento para se desenhar e estruturar o
empreendimento, por meio de uma ferramenta denominada
Projecto Empreendedor que é um documento com o objectivo de
estruturar as principais ideias do empreendedor, além de orientar
para onde os propósitos da empresa irão.

Exercícios

1. Defina os seguintes termos:


a) Planificação.
Auto-avaliação b) Projecto empreendedor.
2. Explique a importância da planificação de um
empreendimento.
3. No processo de criação de empreendimento, os
indivíduos mobilizam a sua rede de relações
pessoais para obterem recursos e transformar visões
e planos de negócio em realidade.
 Comente a afirmação.
Empreendedorismo 42

Bibliografia básica
EL CHECK, R. Como elaborar estratégia de comercialização/
Roberto El Check, organizadoras, Vera Helena Lopes, Marli
Aparecida Menezes Simões Queiroz, Renata Duarte Foscarini. -
Belo Horizonte, SEBRAE/MG, 2007.
FAYOLLE, A. Empreendedorismo. Lyon, Emlyon Business
School, 2005.
FILION, L. J. et al. Boa ideia! E agora? São Paulo, Cultura
Editores Associados, 2000.
MARTINS, L. G. Treinamento Executivo: Empreendedorismo. São
Paulo, Digerati Books, 2006.
NUNES, Jonas Custódio e CARVALHO, Tiago da Costa. Empresa
Simulada. Belo Horizonte, SEBRAE/MG, 2007.
Empreendedorismo 43

Lição n˚ 2
O Modelo do Projecto
Empreendedor
Introdução
Nesta lição far-se-á uma abordagem relacionada com a elaboração
de um projecto empreendedor, focando-se mais nos cinco planos a
serem observados na elaboração do mesmo: sumário executivo,
plano de marketing, plano operacional, aspectos legais e plano
gerencial.

Ao completer esta lição, espera-se que o estudante seja capaz de:

 Identificar os passos de elaboração de um projecto


Objectivos
empreendedor;

 Definir negócio;

 Saber fazer análise FOFA;

 Explicar a diferença entre cliente, fornecedor e concorrente;

 Elaborar um projecto empreendedor.

Projecto empreendedor, sumário executivo, plano de marketing,


plano operacional, aspectos legais, plano gerencial.

Terminologia
Empreendedorismo 44

O modelo do Projecto Empreendedor


O modelo do projecto empreendedor comporta cinco planos principais:
sumário executivo, plano de marketing, plano operacional, aspectos
legais e plano gerencial.
A seguir apresentamos-lhe um roteiro básico para o auxiliar na confecção
do Projecto Empreendedor.
A) Sumário Executivo
Qual é o Conceito de Negócio?
Ao trabalhar a escolha da ideia e a conceitualização do negócio, deve ter
em consideração os seguintes factores:
 Atracção pessoal: Gostas do que irás fazer? Tens conhecimentos
sobre as actividades?
 Controlo Governamental: O Governo irá interferir directamente
no negócio?
 Lucratividade: Os resultados serão satisfatórios para cobrir os
custos e ainda gerar lucro?
 Grau de concorrência: Conseguirás competir com os
concorrentes existentes?
 Sazonalidade: A empresa apenas venderá em determinados
meses do ano?
 Situação económica: é um momento para oferecer este produto
ao mercado?
 Volatilidade do sector: É um segmento estável?
Caso o negócio esteja sendo impactado por alguns destes aspectos, reveja
a ideia e analise mais profundamente as oportunidades.

Qual é a Missão Empresarial?


Missão é uma declaração única que representa a identidade da
empresa, estabelecendo o seu propósito mais amplo. É a razão de
ser da empresa – procura determinar o empreendimento e porquê
ele existe.
Empreendedorismo 45

O cliente é o ponto de partida e o factor mais importante para a


definição da missão. A empresa é um agrupamento de pessoas e
recursos para desempenhar uma missão.

MISSÃO DA EMPRESA
Fabricar e vender diversos tipos de pães e bolos saborosos,
nutritivos e a um preço acessível para os habitantes do Município
de Maxixe, província de Inhambane.

VISÃO DA EMPRESA
• Tornar-se na panificadora líder no mercado de pão e bolos
em Maxixe;
• Introduzir novos produtos panificados no mercado local;
• Expandir-se gradualmente para os mercados vizinhos;

Ambiente geral do negócio


 Estabeleça a Matriz SWOT-FOFA (Forças, Oportunidades,
Fraquezas e Ameaças).
Analise todas as áreas do empreendimento, listando os pontos
fortes e fracos de cada uma e procure também comparar produtos e
serviços com os da concorrência nas diferenças, forças e fraquezas.
Exemplo da análise FOFA:

Tabela1: Análise FOFA


Empreendedorismo 46

Forças: Fraquezas:
 Capital Financeiro  Uso de combustível
adequado; lenhoso – poluente ao
 Equipamento económico; ambiente;
 Mão-de-obra qualificada;  Matéria-prima importada
 Localização estratégica do (trigo e fermento) –
ponto de venda. sujeita a oscilação de
preço.

Oportunidades: Ameaças:
 Mercado com grande  Fraco hábito de consumo
potencial de expansão; de pão pela população
 Aumento da renda mensal local;
das famílias.  Aumento da produção da
mandioca – bem
sucedâneo;
 Entrada de novas
panificadoras.

ANÁLISE DO MERCADO

A análise do mercado é a parte mais importante do Plano


Empreendedor, principalmente a análise do cliente. Tem como
objectivo avaliar o ambiente em volta da empresa, olhando para
três elementos importantes: Clientes, Fornecedores e
Concorrentes.

Clientes: Esta é uma das etapas mais importantes da elaboração do


seu plano. Afinal, sem clientes não há negócios. Os clientes não
compram apenas produtos, mas soluções para algo que precisam ou
desejam. Podem-se identificar essas soluções se conhecê-los
melhor.

Na análise do perfil dos clientes recomenda-se que se sigam pelo


menos quatro passos:
Empreendedorismo 47

1º Passo: Identificar as características gerais dos clientes.

2 º Passo: Identificar os interesses e comportamentos dos clientes.

3º Passo: Identificar o que leva essas pessoas a comprar.

4º Passo: Identificar onde estão os seus clientes.

CONCORRENTES: São aquelas empresas que actuam no mesmo


ramo de actividade e que buscam satisfazer as necessidades dos
seus clientes. É importante identificar quem são os principais
concorrentes. A partir daí, programam-se visitas para examinar as
suas boas práticas e deficiências.

Depois de estabelecer o perfil dos concorrentes, deve-se fazer


comparações com o próprio negócio que se pretende começar.

Como fazer:

Nomear os pontos fortes e fracos em relação a:

 Qualidade dos materiais empregados – cores, tamanhos,


embalagem, variedade, etc.
 Preço cobrado;
 Localização;
 Condições de pagamento – prazos concedidos, descontos
praticados, etc;
 Atendimento prestado;
 Serviços disponibilizados – horário de funcionamento,
entrega ao domicílio, tele-atendimento, etc.
 Garantias oferecidas.

Após fazer essas comparações, deve-se chegar a algumas


conclusões, nomeadamente:

 A sua empresa poderá competir com as outras que já


estão há mais tempo no ramo?
Empreendedorismo 48

 O que fará com que as pessoas deixem de ir aos


concorrentes para comprar da sua empresa?
 Há espaço para todos, incluindo o seu empreendimento?
 Se a resposta for sim, explique os motivos disso. Caso
contrário, que mudanças devem ser feitas para a sua
empresa concorrer em pé de igualdade com os
concorrentes?

FORNECEDORES: O mercado fornecedor compreende todas as


pessoas e empresas que lhe irão fornecer as matérias-primas e
equipamentos utilizados para a fabricação ou venda de bens e
serviços. Por isso, é recomendável que o empreendedor faça um
estudo/levantamento dos potenciais fornecedores de equipamentos,
ferramentas, móveis, utensílios, matérias-primas, embalagens,
mercadorias e serviços.

As relações de fornecedores podem ser encontradas em catálogos


telefónicos e de feiras, sindicatos. Outra fonte rica de informações é
a Internet.

Como fazer:

Analise pelo menos três empresas para cada artigo ou matéria-


prima necessária.

 Mesmo escolhendo um entre vários fornecedores, é


importante manter contacto com todos, ou pelo menos com
os principais, pois não é possível prever quando um
fornecedor enfrentará dificuldades;
 Ao adquirir matérias-primas, insumos ou mercadorias faça
um estudo de verificação da capacidade técnica dos
fornecedores. Todo fornecedor deve ser capaz de suprir o
material ou as mercadorias desejadas, na qualidade exigida,
dentro do prazo estipulado e com o preço combinado;
 A tomada e a comparação de preços facilitam a colecta de
informações sobre aquilo que se deseja adquirir,
Empreendedorismo 49

aumentando as chances de se tomar decisões mais


acertadas;
 Verifique se é exigida quantidade mínima de compra e
lembre-se de evitar intermediários, sempre que possível.

B) Plano de Marketing
Após a análise do ambiente geral do negócio, variáveis
chaves/factores externos do mercado da empresa, clientes,
fornecedores e concorrentes, o empreendedor estará em condições
de estruturar um plano mercadológico, ou seja, tudo aquilo
relacionado com o mercado em que a empresa actuará.

O plano mercadológico é, em geral, um documento que estabelece


os objectivos da empresa, referente ao período determinado pelo
Projecto Empreendedor. Define programas de acção necessários ao
alcance destes objectivos. É a política que a empresa adoptará para
cada um dos itens abaixo: produtos e serviços, preço, mercado,
promoção e comunicação e ponto ou distribuição.

Essas são as questões para ajudar a formular o mix de produtos e


serviços:

 Quais produtos/linhas de produtos/serviços atendem


as necessidades dos clientes?
 Quais as utilidades dos produtos/serviços?
 Quais as características do empreendimento que
podem distingui-lo dos produtos/serviços dos
concorrentes?
 Qual é a faixa de preço?
 O que os clientes pensam a respeito de embalagem,
cor, sabor, tamanho, garantias, manutenção, etc?

Respondendo a essas perguntas, têm-se condições de posicionar


claramente o produto/serviço no mercado.
Empreendedorismo 50

PRODUTO

Pão de 250grs, com a seguinte composição: 40% de água, 58% de


trigo, 1% de fermento e 1% de sal. O pão é assado no forno à lenha
a 240oc, por cerca de 50-60 minutos. O produto final conterá 180
calorias (753,62J) de energia. Será vendido no balcão da
panificadora e por uma rede de revendedores interessados.

Estratégias de Preço

O preço é um dos principais componentes mercadológicos e que


determina as seguintes situações:
 O comportamento de compra do cliente;
 A reacção dos concorrentes;

Sendo assim, deve-se ver o preço sob o enfoque dos compradores,


dos concorrentes e da empresa (lucro).

Em muitos mercados, o preço é comandado pelas empresas líderes.


Igualmente, se o empreendimento comercializa grandes
quantidades para grandes compradores eles podem ditar o preço.

Exemplo sobre o preço: Por decisão do governo o pão de 250grs


deve ser vendido ao preço de 3,00MTs.

C) Plano operacional

Esta etapa servirá para sumarizar os principais pontos do Plano de


Operações e Funcionamento do empreendimento, destacando as
referências à tecnologia e processo de produção. E no caso de
empresas comerciais,o destaque vai para toda a operação.

Tecnologia

Neste item será descrita a tecnologia utilizada no negócio e quem é


o fornecedor dessa tecnologia.

Máquinas e Equipamentos
Empreendedorismo 51

Serão descritos os principais equipamentos (processo produtivo ou


de comercialização) e máquinas (tarefas rotineiras do
empreendimento) que serão utilizados na produção e/ou na
comercialização dos produtos:

 Tipo de equipamento e quantidades.


 Como são operados e se exigem mão-de-obra especializada.
 Como serão adquiridos (terceirizada, leasing, própria e
fornecedor).

Roteiro (receita) para produção de pão


O fabrico do pão

Ingredientes: 2kg de farinha, 250g de fermento de padeiro,


quantidade de água morna e uma colher de chá de sal.

Preparação:

A massa deve ser preparada a uma temperatura ambiente. A farinha


de trigo é peneirada sobre a pedra da mesa. De seguida, ela é
colocada num alguidar e faz-se uma cova no centro, deita-se nela o
sal, a água morna (aos poucos), a massa de fermento de padeiro e
envolve-se tudo muito bem.

Esta mistura é amassada à mão até ficar elástica e depois ela é


"batida" muito bem. Quando se separar dos dedos e do alguidar, a
massa está pronta para levedar. De seguida, é polvilhada com
farinha e tapada com um cobertor ficando a "descansar". Deixa-se
levedar, longe de correntes de ar, até ficar com o dobro do seu
volume.

Depois de estar finta, isto é "crescida", tendem-se bolas de massa,


do peso e da forma que se desejar. Deixa-se levedar de novo mais
ou menos 1 hora e mete-se no forno bem quente. Ao fim de 1 hora
o pão deve estar cozido.

Quando for retirado do forno, deixa-se arrefecer num tabuleiro de


madeira, tapado com um cobertor para as côdeas ficarem macias.
Empreendedorismo 52

CAPACIDADE PRODUTIVA: a padaria terá a capacidade de


produzir e vender até 2.000 pães por dia.

D) Aspectos Legais

É preciso registar a documentação necessária para a abertura ou


funcionamento do empreendimento, os registos e contratos da
Empresa, a vinculação dos colaboradores etc. Registe ainda os
sócios que o empreendimento terá, usando os seguintes dados:
nome, endereço, contacto (faça um breve perfil por cada sócio
incluindo a resposabilidade de cada um).

RESPONSABILIDADE LEGAL

Para o início de actividade, é preciso fazer os seguintes


registos legais:

 Obtenção do NUIT (Número Único de Identificação


Tributária) – Autoridade Tributária de Moçambique;
 Obtenção da licença de exercício de actividade – Serviços
Municipais de Actividades Económicas;

E) Plano Gerencial

Estrutura Organizacional
Este tópico é usado para destacar os principais pontos da estrutura
organizacional, ou seja, a organização funcional dos colaboradores
e os aspectos relacionados à remuneração, treinamento e avaliações
das pessoas do empreendimento. Deve-se descrever como a
empresa estará organizada:
 Quem são os dirigentes, quais as suas qualificações e
experiências?
 Quem serão os gerentes?
 Descrição detalhada de quais serão as responsabilidades e
funções de cada dirigente/gerente.

F) Plano Financeiro
Empreendedorismo 53

O plano financeiro deve apresentar como o empreendimento ou


empresa se comportará ao longo do tempo do ponto de vista
financeiro, fluxo de caixa, análise do investimento e outros
indicadores. No plano financeiro, apresentam-se, em números,
todas as acções planificadas para a empresa.

As perguntas-chave que o empreendedor deverá responder neste


item são:

 Quanto será necessário para iniciar o negócio?

 De onde virão os recursos para o crescimento do negócio?

 Qual é o mínimo de vendas necessário para que o negócio


seja viável?

 O volume de vendas que a empresa julga atingir torna o


negócio atractivo?

 A lucratividade que a empresa conseguirá obter é atractiva?

INVESTIMENTO INICIAL

Neste item especificam-se os custos com as instalações,


equipamentos e mobiliário necessários, fundo de maneio e outras
despesas iniciais para a implantação do negócio. Estas
especificações ajudarão no levantamento das necessidades
financeiras iniciais do empreendimento.

Capital Circulante

O fundo de maneio inicial é destinado a fazer face às despesas


iniciais, tais como a legalização do empreendimento, aquisição de
matéria-prima e outros custos iniciais.

Tabela 2: Demonstração de capital circulante

Fundo de Maneio ou Tempo de Custo Mensal


Capital Circulante Cobertura (valores em Mts)
Stock de Matérias-primas 1 Mês 15.050,00
(Custos Variáveis)
Fornecimentos de 1 Mês 4.700,00
Terceiros (Custos Fixos)
Empreendedorismo 54

Saldo Mínimo de Caixa Definido 5.250,00


Total de Fundo de 25.000,00
Maneio ou Capital
Circulante

Capital Fixo – Consiste em bens ou equipamentos cujo uso na


empresa se estende por mais de um ano ou por tempo
indeterminado. Em geral, estes bens não são consumidos ou
incorporados nos produtos finais. No caso vertente, o forno
construído seria capital fixo.

Investimento Inicial – Representa o valor investido para iniciar o


negócio. É igual a soma do capital necessário para aquisição dos
bens fixos e do capital circulante.

Tabela 3: Demonstração de Investimento Inicial

Investimento Inicial Financiamento


Capital Fixo 25.000.00 Capital Social 30.000,00 60,00%
(Forno)
Capital 25.000.00 Empréstimo 20.000,00 40,00%
Circulante Bancário
Total de 50.000.00 Total de 50.000,00 100,00%
Investimento Financiamento

Capital social – É a contribuição que os sócios do empreendimento


fazem para suportar as despesas iniciais do projecto. Em geral, este
valor permanece fixo ao longo dos anos. Apenas um aumento do
capital (reforço de capital) ou diminuição (saída de sócios) provoca
mudanças neste item.

Tabela 4: Demonstração de capital social

Capital Social
Sócio 1 6.000,00
Sócio 2 6.000,00
Sócio 3 6.000,00
Sócio 4 6.000,00
Sócio 5 6.000,00
TOTAL 30.000,00
Empreendedorismo 55

Previsão de vendas
Neste item, com base no estudo de Marketing realizado, o
empreendedor define a projecção das quantidades vendidas
esperadas para o horizonte de cinco anos. Com estes dados em
mãos, juntamente com dados e a determinação do preço a ser
praticado pelo seu produto ou serviço, poderá visualizar as suas
vendas em termos de valores, as quais se denominam plano de
vendas ou receitas.

Tabela 5: Demonstração de plano de vendas

Plano de Vendas ou Volume de Negócios


Quantidades Produzidas e
Produto Vendidas Preço Vendas Vendas
Diárias Mensais Anuais (Mts) Mensais Anuais
(Mts) (Mts)
Pão 500 10.000 120.000 3,00 30.000,00 360.000,00

Para estimar os anos seguintes, toma-se como base um crescimento


constante ano após ano. A taxa variará de acordo com as previsões
fornecidas pelas autoridades ou instituições económicas ou de
acordo com a expectativa dos proponentes do empreendimento. Em
geral, usam-se taxas que variam entre os 3% e os 10%.

Tabela 6: Estimativa de crescimento dos próximos cinco anos

Descrição Mensal Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


Volume de
Vendas 30.000,00 360.000,00 378.000,00 396.900,00 416.745,00 437.582,25

Aumento de 5%

Previsão de custos
Neste item deverão ser levantados todos os valores que serão
despendidos para a produção do produto/serviço que a empresa está
se propondo. Deverão ser levantados tanto os custos de produção,
quanto as despesas relativas ao suporte à produção como a
administração, vendas, etc. Estas despesas poderão ser
denominadas de fixas ou variáveis.

Custos variáveis
Empreendedorismo 56

Constituem custos variáveis a soma dos factores variáveis de


produção, isto é, custos que mudam de acordo com a produção ou a
quantidade de trabalho, como por exemplo o custo de materiais,
suprimentos e salários da equipa de trabalho.

São exemplos de custos variáveis: matéria-prima, insumos directos,


embalagens, comissão de vendas, impostos directos de venda (IVA
– Imposto sobre o Valor Acrescentado1), fretes de vendas.

Tabela 7: Demonstração de custos variáveis


Custos Custos
Custos Variáveis Quantidades Preço Mensais Anuais (Mts)
Produtos Diárias Mensais Unidades (Mts) (Mts)
Farinha de trigo 50,00 1.000 Kg 12,50 12.500,00 150.000,00
Fermento 1,50 30 Kg 15,00 450,00 5.400,00
Agua 20,00 400 Lts 1,00 400,00 4.800,00
Sal 0,50 10 Kg 20,00 200,00 2.400,00
Lenha 1,00 20 Saco 75,00 1.500,00 18.000,00
Total 15.050,00 180.600,00

Igualmente, devem-se estimar os custos anuais atendendo ao


aumento esperado nos custos.
Tabela 8: Estimativa de crescimento dos próximos cinco anos

Descrição Mensal Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


Custos variáveis 15.050,00 180.600,00 189.630,00 199.111,50 209.067,08 219.520,43
Aumento de 5%

Custos fixos
É a soma de todos os factores fixos de produção. Independentes do
nível de actividade da empresa, ou seja, produzindo-se ou
vendendo-se em qualquer quantidade, os custos fixos existirão e
serão os mesmos. Eles diferem dos custos variáveis que são aqueles
que variam proporcionalmente às vendas realizadas ao nível da
produção industrial.

São exemplos de custos fixos: salários, arrendamentos, tarifas de


água, telefones, energia eléctrica, manutenção, seguros, etc.

Tabela 9: Demonstração de custos fixos

1
Regulamento do Código do IVA - Decreto no 7/2008 de 17 de Abril
Empreendedorismo 57

Custos fixos
Custos Custos Mensais (Mts) Custos Anuais (Mts)
Renda de aluguer da 2.500,00 30.000,00
Padaria
Electricidade 1.200,00 14.400,00
Aluguer de Transporte 1.000,00 12.000,00
Totais 4.700,00 56.400,00
É preciso, também, estimar os custos anuais, conforme se fez nos
pontos anteriores.

Tabela 10: Estimativa de crescimento dos próximos cinco anos

Descrição Mensal Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


Custos fixos 4.700,00 56.400,00 59.220,00 62.181,00 65.290,05 68.554,55
Aumento de 5%

Custos com mão-de-obra

Em geral, os Custos de Mão-de-obra são, também, considerados


custos fixos, entretanto, são frequentemente evidenciados ou
demonstrados numa linha separada.

Tabela 11: Demonstração de custos com mão-de-obra

Custos com a mão-de-obra


Salários Custos Mensais (Mts) Custos Anuais (Mts)
Salário do Mestre Padeiro 2.750,00 33.000,00
Salário do Padeiro Ajudante 2.250,00 27.000,00
Salário do vendedor 1.800,00 21.600,00
Total 6.800,00 81.600,00
A estimativa de custos para o ano seguinte segue o padrão anterior.
Tabela 12: Estimativa de crescimento dos próximos cinco anos

Descrição Mensal Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


Custos com Mão-de-
obra 6.800,00 81.600,00 85.680,00 89.964,00 94.462,20 99.185,31

Aumento de 5%
Empreendedorismo 58

Imposto sobre o rendimento


O imposto sobre a renda ou rendimento incide sobre os lucros
gerados pelo empreendimento e é liquidado anualmente, após o
apuramento dos resultados do exercício. As empresas podem optar
em pagá-lo mensalmente, trimestralmente ou anualmente. Em
Moçambique, vigoram dois impostos sobre o rendimento de
pessoas colectivas:

 O Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas –


IRPC

 O Imposto Simplificado Para Pequenos Contribuintes –


ISPC

Tabela 13: Demonstração de Imposto sobre Renda

Imposto sobre Renda (ISPC)


Descrição Mensal Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Volume de
Negócios 30.000,00 360.000,00 378.000,00 396.900,00 416.745,00 437.582,25
Imposto ISPC
(3%) 900,00 10.800,00 11.340,00 11.907,00 12.502,35 13.127,47

Sumário
O projecto empreendedor é composto por cinco planos principais a
destacar: sumário executivo, plano de marketing, plano
operacional, aspectos legais, plano gerencial.

No sumário executivo define-se o conceito de negócio, missão e


visão empresarial, faz se a análise do mercado, ambiente geral do
trabalho.

A análise do mercado é a parte mais importante do Plano


Empreendedor e tem como objectivo avaliar o ambiente em volta
da empresa, olhando para três elementos importantes: Clientes,
Fornecedores e Concorrentes.
Empreendedorismo 59

No Plano de Marketing estrutura-se tudo aquilo que é relacionado


com o mercado em que a empresa actuará.

O Plano operacional serve para sumarizar os principais pontos do


Plano de Operações e Funcionamento do empreendimento.

Os aspectos Legais têm que ver com o registo de documentação


necessária para a abertura ou funcionamento do empreendimento,
os registos e contratos da Empresa, a vinculação dos colaboradores,
etc.

No plano Gerencial destacam-se os principais pontos da estrutura


organizacional, ou seja, a organização funcional dos colabores e os
aspectos relacionados à remuneração, treinamento e avaliações
relacionadas às pessoas do empreendimento.

Exercícios

1. Descreva as principais ameaças e


oportunidades para o empreendimento. Liste-
Auto-avaliação as considerando cada uma das variaveis
abaixo:

a) Variáveis sociais;

b) Variáveis demográficas;

c) Variáveis políticas;

d) Variáveis legais.

2. Elabore um projecto empreendedor.


Empreendedorismo 60

Bibliografia Básica
EL CHECK, R. Como elaborar estratégia de comercialização/
Roberto El Check, organizadoras, Vera Helena Lopes, Marli
Aparecida Menezes Simões Queiroz, Renata Duarte Foscarini. -
Belo Horizonte, SEBRAE/MG, 2007.
FAYOLLE, A. Empreendedorismo. Lyon, Emlyon Business
School, 2005.
FILION, L. J. et al. Boa ideia! E agora? São Paulo, Cultura
Editores Associados, 2000.
MARTINS, L. G. Treinamento Executivo: Empreendedorismo. São
Paulo, Digerati Books, 2006.
NUNES, Jonas Custódio e CARVALHO, Tiago da Costa. Empresa
Simulada. Belo Horizonte, SEBRAE/MG, 2007.
Empreendedorismo 61

Lição n˚ 3
Causas do sucesso e Insucesso dos
Empreendimentos
Introdução
Esta lição aborda sobre as causas que contribuem para o sucesso ou
insucesso de qualquer empreendimento.

Ao completer esta lição, você será capaz de:

 Identificar as causas de sucesso e insucesso de


empreendimentos;
Objectivos
 Explicar as causas de insucesso e sucesso de empreendimentos.

Empreendimento, sucesso de empreendimento, insucesso do


empreendimento.

Terminologia

Causas do Sucesso e Insucesso dos Empreendimentos

Muitas podem ser as causas para a empresa ter sucesso ou não.


Todos os temas já abordados contribuem para este sucesso ou
insucesso dos empreendimentos, dentre eles:

 Falta de recursos financeiros;


 Limitação do mercado;
 Concorrência;
Empreendedorismo 62

 Sítio inadequado;
 Encargos financeiros;
 Falta de iniciativa para a inovação;
 Preço final inadequado;
 Falta de estrutura organizacional;
 Dependência de fornecedores;
 Falta de capacidade gerencial;
 Má planificação – Projecto Empreendedor;
 Imobilização de recursos financeiros.

Sumário
O sucesso ou insucesso de qualquer empreendimento depende de
vários factores, são eles: falta de recursos financeiros; limitação do
mercado; concorrência; local inadequado; encargos financeiros;
falta de iniciativa para a inovação; preço final inadequado; falta de
estrutura organizacional; dependência de fornecedores; falta de
capacidade gerencial; má planificação e imobilização de recursos
financeiros.

Exercícios

1. A Falta de iniciativa para a inovação faz parte das causas de


sucesso ou insucesso dos empreendimentos.

Auto-avaliação  Justifique a sua resposta.


2. Faça uma reflexão em volta da seguinte pergunta:
 Porque as emprensas fecham?
Empreendedorismo 63

Bibliografia geral
AIDAR, Marcelo Marinho. Empreendedorismo. São Paulo,
Thomson Pioneira, 2007.

BERNARDI, L. A. Manual de Empreendedorismo e Gestão. São


Paulo, Atlas. 2008.

CAMPOLONGO, K.C. As características e o perfil do


empreendedor. São Paulo, IPCA-Jr, 2008.

DOLABELA, F. A Oficina do Empreendedor. São Paulo, Cultura


Editores Associados, 1999.

EL CHECK, R. Como elaborar estratégia de comercialização/


Roberto El Check, organizadoras, Vera Helena Lopes, Marli
Aparecida Menezes Simões Queiroz, Renata Duarte Foscarini. -
Belo Horizonte, SEBRAE/MG, 2007.

Empreeendedores. Net. Disponível em


<http://www.empreendedoes.net> Acesso em 20 de Maio de 2015.

FAYOLLE, A. Empreendedorismo. Lyon, Emlyon Business


School, 2005.

FILION, L. J. et al. Boa ideia! E agora? São Paulo, Cultura


Editores Associados, 2000.

HAIR, Joseph F; BABIN, Barry; MONEY, Arthur H.; SAMOUEL,


Phillip. Fundamentos de Métodos de Pesquisa em Administração.
São Paulo: Bookman. 2005.

MARTINS, L. G. Treinamento Executivo: Empreendedorismo. São


Paulo, Digerati Books, 2006.

MINED-INDE. Ministério da Educação e Cultura. Instituto


Nacional do Desenvolvimento da Educação (INDE). Plano
Curricular do Ensino Secundário Geral (PCESG) — Documento
Orientador, Objectivos, Política, Estrutura, Plano de Estudos e
Estratégias de Implementação. Imprensa Universitária, UEM:
Moçambique, 2007.
Empreendedorismo 64

MINED-INDE. Ministério da Educação. Instituto Nacional do


Desenvolvimento da Educação (INDE). Livro 1 - Manual do
Professor de Empreendedorismo para o 1º ciclo ESG e Nível
Básico ETPV. Imprensa Universitária, UEM: Moçambique, 2009.

MINED-INDE. Ministério da Educação. Instituto Nacional do


Desenvolvimento da Educação (INDE). Livro 2 - Manual do
Professor de Empreendedorismo para o 2º ciclo ESG e Nível
Médio ETPV. Imprensa Universitária, UEM: Moçambique, 2009.

MINED-INDE. Ministério da Educação. Instituto Nacional do


Desenvolvimento da Educação (INDE). Módulo 4 –
Empreendedorismo e Gestão Financeira. Imprensa Universitária,
UEM: Moçambique, 2009.

NUNES, Jonas Custódio e CARVALHO, Tiago da Costa. Empresa


Simulada. Belo Horizonte, SEBRAE/MG, 2007.

Você também pode gostar