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Manual de Tronco Comum

Prática Pedagógica I

Código A0014
Universidade Católica de Moçambique (UCM)

Centro de Ensino à Distância (CED)


Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique (UCM), Centro de
Ensino à Distância (CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação e/ou

reprodução deste manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer
meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de
entidade editora (Universidade Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância). O
não cumprimento desta advertência é passível a processos judiciais.
Elaborado por: Estevão Alculete L. de Araújo

Licenciado em Psicologia/Pedagogia,

pela Universidade Pedagogica-Delegação de Maputo

Actualmente Formador no Instituto de Línguas-delegação da Beira

Formador na CATMOZ-Beira
Colaborador e Docente do Centro de Ensino a Distância na Universidade Catolica de
Moçambique

Revisado por: José Bartolomeu J. Marra


Universidade Católica de Moçambique (UCM)

Centro de Ensino à Distância (CED)


Rua Correia de Brito No 613 – Ponta-Gêa
Beira – Sofala

Telefone: 23 32 64 05
Cell: 82 50 18 440
Moçambique

Fax: 23 32 64 06
E-mail: ced@ucm.ac.mz

Website: www.ucm.ac.mz
Agradecimentos

A Universidade Católica de Moçambique-Centro de Ensino `a Distância e o autor do


presente manual, dr. Estevão Alculete L. de Araújo, agradecem a colaboração dos seguintes
indivíduos e instituições na eleboração deste manual.
Prática Pedagógica I i

Índice
Visão geral 1

Benvido à Prática Pedagógica I.........................................................................................1


Objectivos do curso...........................................................................................................1
Quem deveria estudar este módulo....................................................................................2
Como está estruturado este módulo...................................................................................2
Ícones de actividade...........................................................................................................3
Acerca dos ícones...........................................................................................3
Habilidades de estudo........................................................................................................3
Precisa de apoio?...............................................................................................................4
Tarefas (avaliação e auto-avaliação).................................................................................4
Avaliação...........................................................................................................................5

Unidade N0 01-A0014 7

Tema: Introdução às Práticas Pedagógicas I.....................................................................7


Introdução................................................................................................................7
Sumário..............................................................................................................................7
Exercícios..........................................................................................................................8

Unidade N0 02-A0014 9

Tema: Práticas Pedagógicas - ensino à distância...............................................................9


Introdução................................................................................................................9
Sumário..............................................................................................................................9
Exercícios........................................................................................................................12

Unidade N0 03-A0014 13

Tema: Função docente e discente no ensino à distância..................................................13


Introdução..............................................................................................................13
Prática Pedagógica I ii

Sumário............................................................................................................................13
Exercícios.........................................................................Erro! Marcador não definido.

Unidade N0 04-A0014 16

Tema: Escola uma organização complexa.......................................................................16


Introdução..............................................................................................................16
Sumário............................................................................................................................16
Exercícios........................................................................................................................23

Unidade N0 05-A0014 24

Tema: Tipos de instituições educacionais.......................................................................24


Introdução..............................................................................................................24
Sumário............................................................................................................................24
Exercícios........................................................................................................................26

Unidade N0 06-A0014 29

Tema: O ambiente físico da escola..................................................................................29


Introdução..............................................................................................................29
Sumário............................................................................................................................29
Exercícios........................................................................................................................35

Unidade N0 07-A0014 36

Tema: O Sistema Nacional de Educação.........................................................................36


Introdução..............................................................................................................36
Sumário............................................................................................................................36
Exercícios........................................................................................................................41

Unidade N0 08-A0014 42

Tema: Os subsistemas de educação em Moçambique.....................................................42


Introdução..............................................................................................................42
Prática Pedagógica I iii

Sumário............................................................................................................................42
Exercícios........................................................................................................................49

Unidade N0 09-A0014 50

Tema: Organização do ensino por ciclos de formação....................................................50


Introdução..............................................................................................................50
Sumário............................................................................................................................50
Exercícios........................................................................................................................56

Unidade N0 10-A0014 57

Tema: Plano Curricular - estrutura e organização...........................................................57


Introdução..............................................................................................................57
Sumário............................................................................................................................57
Exercícios........................................................................................................................60

Unidade N0 11-A0014 61

Tema: Orgãos de Gestão Escolar.....................................................................................61


Introdução..............................................................................................................61
Sumário............................................................................................................................61
Exercícios........................................................................................................................64

Unidade N0 12-A0014 65

Tema: Planificação do sistema educacional....................................................................65


Introdução..............................................................................................................65
Sumário............................................................................................................................65
Exercícios........................................................................................................................69

Unidade N0 13-A0014 70

Tema: Planificação do currículo escolar..........................................................................70


Introdução..............................................................................................................70
Prática Pedagógica I iv

Sumário............................................................................................................................70
Exercícios........................................................................................................................73

Unidade N0 14-A0014 74

Tema: Administração Escolar.........................................................................................74


Introdução..............................................................................................................74
Sumário............................................................................................................................74
Exercícios........................................................................................................................81

Unidade N0 15-A0014 82

Tema: Tipos e conceitos de administração escolar..........................................................82


Introdução..............................................................................................................82
Sumário............................................................................................................................82
Exercícios........................................................................................................................83

Unidade N0 16-A0014 84

Tema: Tarefa actual da adminstração escolar..................................................................84


Introdução..............................................................................................................84
Sumário............................................................................................................................84
Exercícios........................................................................................................................85

Unidade N0 17-A0014 86

Tema: Administração de espaços físicos da escola.........................................................86


Introdução..............................................................................................................86
Sumário............................................................................................................................86
Exercícios........................................................................................................................91

Unidade N0 18-A0014 92

Tema: Instalações sanitárias na escola............................................................................92


Introdução..............................................................................................................92
Prática Pedagógica I v

Sumário............................................................................................................................92
Exercícios........................................................................................................................96

Unidade N0 19-A0014 97

Tema: Átrios e circulações escolares...............................................................................97


Introdução..............................................................................................................97
Sumário............................................................................................................................97
Exercícios......................................................................................................................100

Unidade N0 20-A0014 101

Tema: Seguranças dos espaços escolares......................................................................101


Introdução............................................................................................................101
Sumário..........................................................................................................................101
Exercícios......................................................................................................................104

Unidade N0 21-A0014 105

Tema: Relações de produção na escola.........................................................................105


Introdução............................................................................................................105
Sumário..........................................................................................................................105
Exercícios......................................................................................................................110

Unidade N0 22-A0014 111

Tema: A Supervisão Escolar.........................................................................................111


Introdução............................................................................................................111
Prática Pedagógica I vi

Sumário..........................................................................................................................111
Exercícios......................................................................................................................116

Unidade N0 23-A0014 117

Tema: Preparação do Relatório de Prática Pedagógica I...............................................117


Introdução............................................................................................................117
Sumário..........................................................................................................................117
Exercícios......................................................................................................................118

Unidade N0 24-A0014 119

Tema: Elaboração do Relatório de Práticas Pedagógicas..............................................119


Introdução............................................................................................................119
Sumário..........................................................................................................................119
Exercícios......................................................................................................................126
Prática Pedagógica I 1

Visão geral
Benvindo à Prática Pedagógica I
Caro estudante, bem-vindo às Práticas Pedagógicas. Esta
disciplina constitui uma importante introdução teórica ao
processo de ensino/aprendizagem levado a cabo pelos seus
principais actores: professores e alunos, permitindo-lhe a
familialização com as diferentes situações pedagógicas
decorrentes nas instituições de ensino. A cumplicidade
conceptual entre a visão de educação e o ensino praticado no
terreno real articula-se com a teorização da prática tida como um
importante recurso visando a (re)formulação constante das teorias
pessoais sobre o ensino.

Objectivos do curso
Quando terminar o estudo das Práticas Pedagógicas I , deverá
ser capaz de:

Definir o conceito de práticas pedagógicas;


Elaborar um relatório sobre as práticas pedagógicas;
Aplicar os conhecimentos sobre as práticas pedagógicas;
Descrever a organização ou estruturação de uma escola;
Relacionar aspectos teóricos-didácticos com a realidade das escolas;
Objectivos Comparar aspectos teóricos-didácticos com a realidade das escolas;
Prática Pedagógica I 2

Quem deveria estudar este módulo


Este módulo foi concebido para todos aqueles que frequentam os
cursos à distância, oferecidos pela Universidade Católica de
Moçambique (UCM), através do seu Centro de Ensino à
Distância (CED).

Como está estruturado este módulo


Todos os módulos dos cursos produzidos por UCM - CED
encontram-se estruturados da seguinte maneira:

Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo


O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, um resumo da unidade e uma ou
mais actividades para auto-avaliação.

Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos
uma lista de recursos adicionais para você explorar. Estes
recursos podem incluir livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação


Tarefas de avaliação para este módulo encontram-seno final de
cada unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais
para desenvolver as tarefas, assim como instruções para as
completar. Estes elementos encontram-se no final do módulo.

Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer
comentários sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os
seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar
este curso / módulo.
Prática Pedagógica I 3

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas
margens das folhas. Estes icones servem para identificar
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa,
uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Os icones usados neste manual são símbolos africanos,
conhecidos por adrinka. Estes símbolos têm origem no povo
Ashante de África Ocidental, datam do século XVII e ainda se
usam hoje em dia.
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir,
cada um com uma descrição do seu significado e da forma como
nós interpretámos esse significado para representar as várias
actividades ao longo deste módulo.

Habilidades de estudo
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões
nomeadamente: o lado social, profissional e estudante, daí ser
importante planificar muito bem o seu tempo.
Procure reservar no mínimo 2 (duas) horas de estudo por dia e
use ao máximo o tempo disponível nos finais de semana.
Lembre-se que é necessário elaborar um plano de estudo
individual, que inclui, a data, o dia, a hora, o que estudar, como
estudar e com quem estudar (sozinho, com colegas, outros).
Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não
produz bons resultados, use métodos mais activos, procure
desenvolver suas competências mediante a resolução de
problemas específicos, estudos de caso, reflexão, etc.
O manual contém muita informação, algumas chaves, outras
complementares, daí ser importante saber filtrar e apresentar a
informação mais relevante. Use estas informações para a
resolução das exercícios, problemas e desenvolvimento de
actividades. A tomada de notas desempenha um papel muito
importante.
Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um
plano de desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte
sobre os seus pontos fracos e fortes e perspectivas o seu
desenvolvimento.
Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o
responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar,
organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso.
Prática Pedagógica I 4

Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra
situação, o material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida
(falta de clareza, alguns erros de natureza frásica, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza conteudística, etc). Nestes casos,
contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a
situação e se estiver próximo do tutor, contacte-o pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai
o estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o
tutor, usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso
de problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser
contactado, numa fase posterior contacte o coordenador do curso
e se o problema for da natureza geral, contacte a direcção do
CED, pelo número 825018440.
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas
normais de expediente.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir com todo o staff do
CED, neste período pode apresentar dúvidas, tratar questões
administrativas, entre outras.
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta,
busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me
mutuamnte, reflictam sobre estratégias de superação, mas
produza de forma independente o seu próprio saber e desenvolva
suas competências.
Juntos na Educação à Distância, vencedo a distância.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)


O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades
e auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas
é importante que sejam realizadas.As tarefas devem ser entregues
antes do período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega , implica a não classificação
do estudante.
As trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem
ser dirigidos ao tutor/docentes.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
Prática Pedagógica I 5

O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8


(oito) palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A
honestidade, humildade cintífica e o respeito pelos direitos
autorais devem marcar a realização dos trabalhos.

Avaliação
Vocé será avaliado durante o estudo independente (80% do
curso) e o período presencial (20%). A avaliação do estudante é
regulamentada com base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por si desenvolvidos , durante o estudo
individual, concorrem para os 25% do cálculo da média de
frequência da cadeira.
Os testes são realizados durante as sessões presenciais e
concorrem para os 75% do cálculo da média de frequência da
cadeira.
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões
presenciais, eles representam 60% , o que adicionado aos 40% da
média de frequência, determinam a nota final com a qual o
estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de: (a) admissão ao
exame, (b) nota de exame e, (c) conclusão do módulo.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2
(dois) testes escritos e 1 (um) exame escrito.
Não estão previstas quaisquer avaliação oral.
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão
utilizadas como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações , os estudantes devem ter em
consideração: a apresentação; a coerência textual; o grau de
cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a indicação das referências utilizadas, o respeito
pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.
Consulte-os.
Alguns feedbacks imediatos estão apresentados no manual.
Prática Pedagógica I 7

Unidade N0 01-A0014
Tema: Introdução às Práticas
Pedagógicas I
Introdução
Prezado estudante, seja bem-vindo à introdução às práticas
pedagógicas. O processo de ensino-aprendizagem engloba vários
aspectos relacionados directamente com a sala de aula mas
também aspectos ligados a boa promoção do ensino nas escolas.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre o tema


proposto nesta unidade, sendo necessário usar todo conhecimento
que dispõe sobre a matéria.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Definir o conceito de práticas pedagógicas;


 Explicar as diferentes práticas pedagógicas;

Objectivos  Descrever a importância das práticas pedagógicas;


 Relacionar as práticas pedagógicas em difrentes áreas.

Sumário
Falar de Práticas Pedagógicas é falar de uma orientação
pedagógica assente numa visão de educação que defendemos
e/ou perfilhamos. Genericamente, as Práticas Pedagógicas
afiguram-se como um suporte de experimentação do ensino.
Como tal, divergem as orientações que a suportam exactamente
pela existência de várias concepções de ensino:
transmissionismo/aplicassionismo, orientações de imitação
artesanal, orientações construtivistas, orientações
transformadoras de ensino etc.
Importa também salientar que cada área de conhecimento ou
disciplinar comporta um tipo específico de Práticas Pedagógicas,
sendo explorada usando recursos diversos de domínio.
Prática Pedagógica I 8

A Prática Pedagógica é definida como a componente real da


supervisão pedagógica em que decorre o ensino acompanhado
com vista a elevar o grau da qualidade da aprendizagem do
aluno.

Neste caso particulara da formação de professores, a Prática


Pedagógica é assumida como um instrumento com o qual os
futuros professores apreendem, na prática, a ensinar e ajudados
pelos supervisores e/ou tutores a experimentar a função docente.

Na verdade é um momento da formação destes e o supervisor


desempenha um papel crucial ao ajudá-los a desenvolver suas
capacidacdes, competências e habilidades de ensino, incutindo
neles um espírito crítico e reflexivo nos contextos onde o ensino
tem lugar.

Exercícios

1. Defina, usando suas palavras, o conceito de práticas pedagógicas.

2. Que relação estabelece entre o ensino e a supervisão pedagógica na


formação de professores?
Auto-avaliação
3. Aponte as diferentes visões de educação que podem reflectir-se nas
Práticas Pedagógicas.
Prática Pedagógica I 9

Unidade N0 02-A0014
Tema: Práticas Pedagógicas –
Ensino à distância
Introdução
O ensino à distância oferece uma oportunidade diferenciada para
o estabelecimento de novas e outras relações entre educador-
conhecimento- educando.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar as práticas pedagógicas no ensino à distância;


 Relacionar as práticas pedagógicas em difrentes áreas;

Objectivos  Compreneder a importância das práticas pedagógicas no ensino à


distância.

Sumário
O ensino à distância oferece uma oportunidade diferenciada para
o estabelecimento de novas e outras relações entre educador-
educando-conhecimento, bem como para a socialização do
conhecimento científico criado e trabalhado pela metodista. Cada
vez mais, as diferentes mídias, especialmente as com maior
capacidade de promover interacção entre seus usuários,
alimentam as formas de aprender e ensinar, assim como também
mudam os modos de organizar o conteúdo gerador das relações
dialógicas.

Ainda que as tecnologias de informação e comunicação


propiciem condições novas de diálogo entre educandos e
educadores, o princípio ético que inspira a prática educativa deve
Prática Pedagógica I 10

permanecer o mesmo, porquanto os objectivos da educação não


mudam. Altera-se apenas o suporte que garante a relação. Por
essa razão, os fundamentos aqui expressos sobre o ensino à
distância na metodista estão enraizados no projecto pedagógico
institucional de cada país. A discussão sobre essa modalidade de
ensino-aprendizagem avança e, actualmente, as atenções se
dirigem para a identificação das melhores estratégias pedagógicas
dentro desse novo cenário e qual o conjunto de meios de
comunicação e informação pode favorecer a melhoria da
qualidade dos processos educativos.

As escolhas variam conforme o perfil discente e do conteúdo a


ser trabalhado. Nessa selecção, meios milenares como o papel
impresso e tecnologias devem ser martirizados. Deve-se, porém,
reconhecer as especificidades do ensino à distância. A discussão
sobre essa modalidade de ensino-aprendizagem avança e,
actualmente, as atenções se dirigem para a identificação das
melhores estratégias pedagógicas dentro desse novo cenário e
detectar qual o conjunto de meios de comunicação e informação
que pode favorecer a melhoria da qualidade dos processos
educativos. As escolhas variam conforme o perfil discente e do
conteúdo a ser trabalhado.

Nessa selecção, meios milenares como o papel impresso e


tecnologias de ponta, como a comunicação satelital, se
complementam num mundo a ser explorado. No novo contexto
educacional, o ensino presencial tradicional passa a incorporar
elementos outrora típicos de projectos de educação à distância,
como comunicação e publicação de conteúdos via Internet. O
ensino à distância, por sua vez, propicia condições cada vez mais
próximas do ensino presencial, como a realização de video
conferências ou de transmissões de aulas via satélite.

Ainda que se marquem as características específicas das duas


modalidades de ensino-aprendizagem, o debate deveria sempre se
orientar para o desenvolvimento do aluno enquanto autor-
cidadão, capaz de se ver enquanto sujeito e produtor de sentido
numa sociedade negadora dessa condição, reificada e reificante.
A prática pedagógica dos processos de ensino-aprendizagem à
distância na metodista reconhece o estudante como sujeito do
processo educativo e, portanto, em relação dialógica com outros
sujeitos, colegas de turma e professores, que se encontram para
desvelar o mundo a partir de suas respectivas experiências, dos
materiais didáticos e objectos de aprendizagem geradores da
interacção.
Prática Pedagógica I 11

Para tanto, a pesquisa, não apenas de carácter científico, mas


como actividade quotidiana de interrogação do mundo,
apresenta-se como princípio formativo a partir do qual é possível
exercitar, na prática, qualidades inerentes à formação do sujeito:
o de questionamento e de fazer sentido para a realidade a que se
liga. Ao assumir a pesquisa como eixo integrador do currículo, a
construção do conhecimento se alia à construção do sujeito,
enquanto autor-cidadão capaz de se engajar criativamente na
busca de soluções para os desafios da vida quotidiana e de seu
meio social. Em outra frente, o desenvolvimento da educação à
distância deve ser entendido como uma oportunidade de gerar
conhecimento sobre o processo de ensino-aprendizagem mediado
por tecnologias de informação e comunicação.

O ensino à distância oferece uma oportunidade diferenciada para


o estabelecimento de novas e outras relações entre educador-
educando-conhecimento, bem como para a socialização do
conhecimento científico criado e trabalhado pela metodista.
Ainda que as tecnologias de informação e comunicação
propiciem condições novas de diálogo entre educandos e
educadores, o princípio ético que inspira a prática educativa deve
permanecer o mesmo, porquanto os objectivos da educação não
mudam. A discussão sobre essa modalidade de ensino-
aprendizagem avança e, actualmente, as atenções se dirigem para
a identificação das melhores estratégias pedagógicas dentro desse
novo cenário e detectar qual o conjunto de meios de comunicação
e informação que pode favorecr a melhoria da qualidade dos
processos educativos. No novo contexto educacional, o ensino
presencial tradicional passa a incorporar elementos outrora
típicos de projectos de educação à distância, como comunicação
e publicação de conteúdos via Internet. O ensino à distância, por
sua vez, propicia condições cada vez mais próximas do ensino
presencial, como a realização de vídeo conferências ou de
transmissões de aulas via satélite. Em outra frente, o
desenvolvimento da educação a distância deve ser entendido
como uma oportunidade de gerar conhecimento sobre o processo
de ensino-aprendizagem mediado por tecnologias de informação
e comunicação.
Prática Pedagógica I 12

Exercícios
1. Qual é o novo contexto educacional do ensino presencial tradicional?

2. Porque é que o ensino à distância propicia condições cada vez mais


próximas do ensino presencial?
Auto-avaliação .
3. A prática pedagógica dos processos de ensino-aprendizagem à distância
na metodista reconhece o estudante como sujeito do processo educativo.
Comente.
Unidade N0 03-A0014
Tema: A função docente e discente
no ensino à distância
Introdução
A prática didático-pedagógica do ensino à distância, com o apoio
das mídias tradicionais e das mais avançadas tecnologias de
comunicação e informação, exige uma concepção específica da
prática docente assim como estratégias diferenciadas para o
desenvolvimento das relações de ensino-aprendizagem.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Analisar a relação professor-aluno no ensino à distância;


 Identificar o papel do professor e o do aluno no processo de
aprendizagem do ensino à distância.

Objectivos  Explicar as diferenças entre o ensino à distância e o ensino


presencial.

Sumário
A prática didático-pedagógica do ensino à distância, com o apoio
das mídias tradicionais e das mais avançadas tecnologias de
comunicação e informação, exige uma concepção específica da
prática docente assim como estratégias diferenciadas para o
desenvolvimento das relações de ensino-aprendizagem. A
flexibilidade oferecida pelo ensino à distância também é
especialmente importante para a promoção da educação contínua,
conforme as exigências da sociedade actual. A flexibilidade da
formação à distância pode ser a oportunidade necessária para
profissionais que desejem se aprimorar e que já estejam no
mercado de trabalho.

O docente, outrora responsável pelas etapas de planeamento,


desenvolvimento e avaliação do conteúdo programático, tem a
opção de dar conta de tais atribuições com o apoio de uma equipe
composta por tutores e técnicos especialistas de áreas diversas,
tais como designers educacionais, webdesigners, revisores,
ilustradores, animadores gráficos, roteiristas, editores de áudio e
vídeo, dentre outros. Isso exige não só uma nova forma de
trabalho, mais colaborativo e aberto a críticas, como também
confere uma autonomia aos estudantes de tal forma que estes
assumem o processo do seu desenvolvimento de forma
personalisada e diferenciada, “aprendendo a aprender” sozinho,
identificando problemas e suas respectivas estratégias de
superação e apropriando-se do saber por eles produzido activa e
conscientemente.

Uma das imprescindíveis vantagens que o ensino à distância


valora relaciona-se com a responsabilização de tarefas de
aprendizagem, as quais constituem um verdaddeiro exercício do
processo de crescimento do ponto de vista de maturidade pessoal
e académica da parte dos estudantes.

Tanto os estudantes como os docentes apreendem a planificar as


suas actividades quotidianas facultando a racionalização do
tempo e do espaço destes actores do processo de
ensino/aprendizagem.

A tomada do poder relativo ao desenvolvimento da aprendizagem


auto-dirigida da parte do aluno deve ser compreendida tendo em
conta:

a) As características pessoais de cada


estudante;
b) O ritmo de aprendizagem e assimilação
do conteúdo;
c) A explicitação dos conteúdos
curriculares de forma a favorecer a
implicação activa do estudante na
construção do seu conhecimento;
d) O incentivo a (auto) investigação e a
partilha das descobertas;
O ensino à distância impõe novas formas de estar e ser na
educação se bem que compreendemos a sua finalidade última.

A autonomização e responsabilização no
ensino/aprendizagem reforçam o desenvolvimento de
competências e capacidades em momentos e tempos díspares
capitalizando-se, assim, os saberes construídos de uma forma
auto-dirigida dos estudantes.

Nesse processo, portanto, são valorizados: o conhecimento por


eles mesmos construídos e discutidos com os tutores, as
características pessoais de aprendizagem, a explicitação dos
conteúdos curriculares e o incentivo a investigação.

Exercícios

1. O docente, outrora responsável pelas etapas de planeamento,


desenvolvimento e avaliação do conteúdo programático. Qual é a opcão

Auto-avaliação este tem no ensino à distância?

2. Mencione 2 aspectos que devem ser valorizados no ensino à distância?


3. Fale das vantagens que eventualmente o ensino desta modalidade pode
facultar.
4. Em que medida a autonomia reflecte-se na sua aprendizagem?
Unidade N0 04-A0014
Tema: Escola – uma organização
complexa
Introdução
A escola não pode ser compreendida unicamente como uma
infra-estrutura física ou um edifício. Sendo uma organização
social e complexa, ela é uma entidade de formação onde vários
actores interagem buscando novas respostas às preocupações
sociais da vida humana.
Reconhecer-lhe uma importância social significa concebé-la
como “um meio indispensável de elevação do nível cultural, de
formação para a cidadania e de desenvolvimento de
conhecimentos e capacidades para enfrentamento das condições
adversas de vida.” (Libâneo, 2003: 20).
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar a função da escola enquanto organização social


 Descrever a estrutura organizacional da escola
 Identificar os actores da escola na organização escolar
Objectivos

Sumário
A escola desempenha um papel social na vida das comunidades.
Muitas vezes este papel é atribuído ao Estado, como entidade
macro da organização social, para este gerir as necessidades
educativas dos cidadãos. Libâneo, na sua exposição sobre a
gestão da escola escreve:

“Há pelo menos duas maneiras de ver a gestão


centrada na escola. Conforme o ideário
neoliberal, colocar a escola como centro das
políticas significa liberar boa parte das
responsabilidades do Estado, dentro da lógica
do mercado, deixando às comnidades e às
escolas a iniciativa de planejar, organizar e
avaliar os serviços educacionais. Na
perspectiva sócio-crítica significa valorizar as
acções concretas dos profissionais na escola,
decorrente de sua iniciativa, de seus interesses,
de suas interacções (autonomia e participação)
em funçaão dpo interesse público dos serviços
educacionais prestados (…).” (2003: 20)

A ênfase que o trecho pretende dar situa-se na necessidade de se


questionar a serviço de quem, isto é, a favor ou contra quem a
escola funciona e/ou é gerida, denotando assim a questão das
finalidades educativas.

Uma escola com fins discriminatórios não pode melhorar as


vidas das pessoas, as relações sociais justas e inscritas no quadro
da participação e inclusão das massas populares.

O valor emancipatório que a escola pretende tomar e apregoado


por quase todas as instituições de ensino, pode ter a sua
expressão significativa quando assente sob uma base
organizacional que reconhece a cultura oraganizacional que é
assumida por todos os actores que a integram.

Impõe-se uma pergunta: “haverá uma relação entre a organização


da escola, a cultura organizacional e a sala da aula?” (ibidem).

O problema do (sub) desenvolvimento da instituição escolar


depende em grande medida da forma como a cultura instalada é
construída, concebida e assumida pelos actores que a compõe:

Cada actor integrante da comunidade escolar dispõe de uma


cultura pessoal e diferente dos outros membros, daí a necessidade
da negociação do sentido das culturas subalternas, do ponto de
vista de comunhão e condescendência facilitando a inclusão, o
respeito pela diferença e a consequente assunção da diferença
como pressuposto básico do enriquecimento cultural.

Uma das formas de abrandamento das diferenças culturais dos


actores da cominudade escolar é a participação responsável dos
professores na gestão do currículo.

Tal participação veicula aprendizagens e várias nestes


profissionais de ensino, como algumas apontadas por Líbâneo: “
tomar decisões colectivamente, formular o projecto pedagógico,
dividir com os colegas as preocupações, desenvolver o espírito de
solidariedade, assumir colectivamente a responsabilidade pela
escola, investir no desenvolvimento profissional.” (2003: 23)

Desta forma, é preciso conceptualizar a escola como o espaço em


que os actores apreendem (principalmente alunos e professores) a
construir a sua identidade profissional e académica
paulatinamente num espírito de colaboração profissional.

Estes factores reflectem-se positiva ou negativamente na sala de


aula, na medida em que a veiculação do discurso pedagógico da
parte do professor reforça a construção colaborativa do
conhecimento respeitando as subculturas representadas na sala de
aula pelos alunos ou pode reforçar um discurso pedagógico
pessoal como verdadeiro, imutável e inegociável com o qual
todos devem concordar.

Numa outra perspectiva e sob o leque de construção colaborativa


do conhecimento, podem reflectir-se na sala de aula um clima
descontraído facilitador do processo de ensino/aprendizagem, em
que a logística das relações interpessoais e humanas é assumida e
assegurada equitativamente, fomentando um ambiente de
confiança mútua.

Sob este olhar, importa avaliar o papel e as funções que os


membros da direcção da escola desempenham para a consecução
dos objectivos fixados. Importa também perceber os diferentes
papéis que o director pode assumir no seu relacionamento com
os professores e oe restantes funcionários da escola, papel este
que pode ser constrangedor se não for observada a questão da
liderança.

A estrutura organizacional da escola

A estrutura pode ser definida como o modelo estabelecido das


relações entre os componentes ou as partes de uma organização.
Existem diferentes tipos de estruturas organizacionais que
correspondem igualmente a diferentes instituições com vista a
facilitar a coordenação das actividades a elas inerentes.

Como tal, a escola comporta uma estrutura organizacional que foi


evoluindo ao longo dos tempos. A estrutura pode ser definida
como o modelo estabelecido das relações entre os componentes
ou as partes de uma organização.
Tratava-se, fundamentalmente de uma estrutura organizacional
físico-hierárquica que prescindia ou relegava para o segundo
plano a questão da consideração dos recursos humanos como
integrantes da máquina organizacional. Neste tipo de organização
a ênfase recaía no facto de que para um bom funcionamento do
estabelecimento escolar bastava montar uma estrutura bastatnte
sólida para garantir a operacionalização das diferentes áreas que
compõem a escola. O papel operacional era fixado sem a
consideração da componente humana (professores, pais e
encarregados de educação etc.).

Compreender a escola como uma estrutura organizacional


implica situá-la num quadro “orgânico de profissionais
(professores e outros especialistas) e alunos”, sublinhando assim
a sua identidade específica diferente de outras organizações.

Isto não sgnifica relegar a escola como um estabelecimento do


tipo burocrático, pelo contrário, significa sim, conhecer as regras
formalizads de funcionamento para melhor adequá-las aos
contextos onde o ensino decorre sob o auge de colaboração e
indagação permante para compreender as circunstâncias sobre as
quais a acção profissional recai.

O que comumente acontece é que no exercício do poder as


escolas conferem pouco espaço de autonomia e de liberdade aos
seus profissionais o que, de certa forma, mina a relação
estabelecida entre os dirigentes e os dirigidos.

A interpenetrabilidade entre os objectivos da máquina estrutural


física (o poder político-administrativo) e os da máquina estrutural
psicológica e subjectiva (representada pelos professores e alunos)
afigura-se como importante na instauração de uma organização
escolar assente num profissionalismo sólido, consciente das suas
responsabilidades.

No lugar de uma imposição das decisões tomadas a nível superior


importa encontrar mecanismos de articulação dos interesses dos
actores:

“De facto, a simples transferência do poder central para o poder


local, sem redefinição das regulações do poder local, pode
comprometer o efeito esperado de responsabilização dos
profissionais e de mobilização das ideias e das energias no seio
dos estabelecimentos. (…) a autonomia não significa,
inevitavelmente, uma melhoria de qualidade; em última análise, é
o uso da autonomia que é determinante. E este uso depende,
nomeadamente, da maneira como se pensa o estabelecimento de
ensino, o seu lugar no sistema educativo, o seu modo de
organização interna, a organização de trabalho, a partilha de
tarefas e das responsabilidades, a atribuição de recursos humanos
e materiais, as estratégias de avaliação e as formas de regulação
das relações de trabalho.” (Nóvoa, 2000: 57)
Pode-se, sucitamente, colocar a questão relativa às práticas de
organização que se pretendem, articulando burocracia, ideologia
e capital humano! A esta questão o autor que temos vindo a
referir aponta, entre outras, três práticas de organização que
podem influencia positivamente a estrutura organizacional da
escola, nomeadamente:

1. Fomento da cultura de concertação e de


cooperação

2. Fomento do debate em torno da questão


central da organização da criatividade
pedagógica

3. Fomento da tolerança (o direito de errar)

Os Aparelhos Ideológicos na Escola

Os aparelhos ideológicos nas escolas, não criam a ideologia, mas


inculcam a ideologia dominante. Por exemplo: não é a igreja que
cria a perpetuação da religião, é esta que cria e perpetua a igreja,
diferente do que pensava Max Weber. A análise do fetichismo da
mercadoria ultrapassa os aparelhos ideológicos. Uma escola é um
aparelho, no sentido de que pela divisão social do trabalho em
seu interior, por exemplo, pela organização despótica do trabalho,
são elementos que definem as relações políticas e ideológicas
concernentes aos lugares das classes sociais no conjunto da
estrutura. Há mecanismos para reprodução de lugares e agentes,
daí a unanidade em falar de ascensão social ou mobilidade social.
A qualificação é uma qualificação-sujeição, não é somente
qualificação técnica do trabalho. A escola é um aparelho que
distribui os seus agentes no seu interior. As classes capitalistas
não são castas escolares.

A relação escola-aparelho econômico continua a exercer sua


acção durante sua actividade econômica chamada formação
permanente:

a) Não é a escola que faz com que


sejam principalmente camponeses a
comporem os lugares suplementares
de operários. É o êxodo dos campos,
acompanhando a reprodução
ampliada da classe operária, que
desempenha o papel da escola;

b) Trata-se de uma distribuição inicial


dos agentes ligada à reprodução
inicial dos lugares das classes
sociais: é ela que designa para este
ou aquele aparelho, para esta ou
aquela série entre eles, e segundo as
etapas e as fases da formação social,
o papel respectivo que eles assumem
na distribuição dos agentes;

c) As organizações complexas
controlam e domesticam as forças
sociais. Elas codificam, centralizam.
Essa apropriação pela organização
da existência, sob todas as formas, é
realizada também pela destruição e
desintegração, destruindo as forças
que se opõem à sua expansão.

Atrás do discurso da racionalidade, nessa luta, a organização


abriga-se para legitimar sua empreitada e desqualificar uma
realidade que ela mutila. A organização científica necessita de
pais “místicos” para assegurar sua fundamentação. A escola tem
um papel nessa mascarada organizacional, operando as variações
mais amplas, a partir dos papéis de mestre, aluno, burocrata,
administrador. A organização realiza um processo concomitante:
destruição e unificação. O Homem dividido na execução de suas
tarefas parceladas, isolado no seio da grande metrópole, é
reagrupado no interior das imagens organizacionais.

As organizações mantêm-se pela transmissão, energia e pela sua


conversão em trabalho: a reprodução da força de trabalho se dá
em períodos de desequilíbrios sociais, por exemplo, nas
migrações rurais-urbanas, onde multidões sem trabalho
concentram-se na periferia das grandes cidades; ou em migrações
operárias de países estagnados para áreas de crescimento. A
escola é o grande elemento mediador entre “eu” e o “outro”. O
medo ao isolamento se dá na medida em que a estrutura
piramidal tem os meios para assegurar o monopólio das relações
entre os Homens. A escola centralizada e unitária constitui o
grande refúgio, ela domestica a energia sem direcção: não é por
acaso que se pensa que as escolasmais eficientes são aquelas
onde predominam um sexo só.

O pai que é proprietário do corpo da mulher, interdito aos filhos,


o senhor feudal que se apropria da terra, o professor que dispõe
soberanamente de um campo de conhecimentos. O usufruto dessa
situação pressupõe a aceitação do papel de pai, proprietário,
chefe, professor. O sistema cultural assiste à ruptura entre
apalavras sagrada e profana. Não é mais Deus que dispõe do
monopólio do verbo nem a igreja de sua interpretação. A ciência
ocupa hoje o lugar do verbo divino. A casta dos cientistas
substituiu a hierarquia eclesiástica como elemento mediador entre
a palavra superior e a colectividade humana.

O antagonismo “puro” e “impuro” encontra-se entre os chamados


trabalhos “sujos” e “limpos” como nas relações entre o trabalho
manual e intelectual. A organização através dos seus psicólogos
industriais, afirma a possibilidade de vencer  a impureza. Os
esgotos podem ser transformados em matéria sã. A guerra limpa,
tecnologicamente definida, coexiste com a suja, rústica. A
eficiência da impureza consiste na delimitação das áreas do
proibido. Os impuros são intocáveis, só podem ser destruídos. O
nazismo significou a dominação totalitária dos puros sobre os
impuros. Nas organizações altamente burocratizadas, instituições
totais, o impuro é segregado por obstáculos como muros altos,
florestas, portas de ferro.
Exercícios

1. Explique em poucas palavras por quê é que a escola é uma


organização complexa.

Auto-avaliação

2. Fale da imporância do conhecimento das leis e regras dos


estabelecimentos escolares na melhoria do relacionamento e da
qualidade profissional docente.

3. Faça uma representação esquemática de organização estrutural


de uma dada escola.

4. Os aparelhos ideológicos nas escolas, não criam a ideologia,


mas inculcam a ideologia dominante. Dê exemplo.
Unidade N0 05-A0014
Tema: Tipos de Instituições
educacionais
Introdução
O conceito de educação veicula concepções diversas nas culturas das
comuindades humanas. Cada povo tem um tipo de educação que lhe é
específico.

Na presente unidade, apresentam-se as instuições de cuja concepção


de educação observa diferenças com a escola como instituição de
educação formal e pretende-se que no final da unidade o estudante
seja capaz de:

 Problematizar os conceitos de educação, formação e


instrução identificando as finalidades de cada um.
 Caracterizar as instituições educacionais
Objectivos  Diferenciar as instituições de educação escolar e as de
educação extra-escolar

Sumário
As instituições, a educação, a formação e a instrução

Desde a Grécia antiga, a procupação dos governos e Estados em


relação à educação tem sido a de encontrar instituições
específicas para responder aos objectivos e finalidades que se
pretendem para cada tipo de Educação.
Desta forma, tomando como exemplo os séculos XIV e XV, a
sociedade como tal era concebida como actor da educação por
que nela se encontram e reflectem-se múltiplas relações
facultadoras de produção de valores, cultura e da história.
Portanto, a sociedade constituía uma instituição educacional,
ainda que não fosse literalmente instituída a legitimação social do
seu papel na educação.
Na sociedade romana da época, encontra-se a família como uma
instituição educacional. Neste caso, a mãe como dona de casa
desempenhava um papel preponderante na educação dos seus
filhos pelo menos até aos sete anos de idade, por que o pai
assuimia-os a partir dos dez anos para, como pátria familiae,
ensiná-los a pensar, ler etc. Ele assumia este papel com tanto
orgulho de tal modo que o Estado não podia interferir na
educação destes, sentindo-se assim o dono e artífice da educação
dos meninos nesta faixa etária da vida.

A escola (educação) instituicionalizada surge, pela primeira vez,


com Quintiliano (educador romano). Na sua concepção, o
objectivo principal da educação consiste em formar o cidadão, ou
seja, formar para a cidadania para se tornar em Homem completo
e culto que também sabe falar (retórica), pensar e fazer e que,
sobre tudo, deve ter uma cultura enciclopédica de grande gabarito
(saber tuo de tudo). Assim, a educação se mistura com a cultura e
sobrepõem-se mutuamente. Olhando para esta finalidade (formar
para a cidadania), pode-se dizer que o rótulo cidadão era
atribuído à pessoa que tivesse uma estreita relação com o Estado,
passando para Este acriação de condições para instituir a escola
oficial: é assim que surgem a escola como uma instituição de
ensino cuja Pedagogia centra-se na consecução de meios de
ensino conducentes à apropriação voluntária das necessidades da
aprendizagem.

A educção, neste caso, é “o produto de uma intencionalidade


educativa devidamente antecipada e preparada pelo professor”
(Marques, 1999: 23), e constitui uma resposta infiel a formação
no sentido de que resulta da própria síntese do estudante feita
com base em processos de descoberta pessoal do conhecimento.

O mesmo não pode ser dito em relação à instituição prisional


que, sendo um espaço de educação/correcção entram em jogo
muitos factores que desembocam numa pedagogia incidente em
repreensão e coersão, se bem que desta forma podemos
considerar as suas metodologias de trabalho ou a sua orientação
filosófica de trabalho.

Na isntituição prisional a educação, embora inscrevendo-se no


quadro da reinserção social, (quase que) não dá uma margem de
manobra em termo de liberdade do educando (o prisioneiro) em
participar colaborativa e voluntariamente nas tarefas da sua
educação ou mesmo reabilitação ético – moral.
A instrução, por sua vez, denota processos de ensino que
culminam em reproduções literais da aprendizagem mesmo em
contextos diferentes, correspondendo a uma resposta externa à
pessoa-sujeito do processo.
As instituições educacionais não têm mesmos objectivos e
finalidades educacionais: umas veiculam processos de educação
repreensivos inscritos na reinserção social, outras veiculam o
ensino como uma força transfomadora das culturas e do
desenvolvimento sócio-económico, cultural e político.

Exercícios

1. Aponte e descreva o tipo de educação decorrente em


instituições educacionais da sua escolha, com excepção
das a que já fizemos menção.
2. Diferencie, por suas palavras, Educação, Formação e
Instrução à luz da bibliografia proposta no manual.
Auto-avaliação
Unidade N0 06-A0014
Tema: O ambiente físico da escola
Introdução

Na unidade anterior discutimos sobre tipos de instituições


educacionais que concorrem para a formação. Reitera-se o facto
de a escola ser uma organização legítima do processo de ensino e
aprendizagem, o garante da produção e preservação da cultura
em vários tecidos sociais favorecendo o desenvolvimento da
espécie humanal.

Sendo um espaço de eleição para o processo de ensino e


aprendizagem importa analisar, na presente unidade, as suas
características físicas facilitadoras de um ambiente propício para
o trabalho profissional docente e discente de seus actores.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Descrever os elementos do espaço físico da escola;


 Relacionar a organização do espaço físico com o processo de
ensino/aprendizagem;

Objectivos  Mencionar aspectos do ambiente escolar facilitadores da


educação inclusiva.

Sumário
O Ambiente físico da Escola

O espaço físico da escola denota a ideia em volta das condições


materiais que um certo estabelecimento de ensino pode (ou
podia) reunir para a realização adequada do trabalho docente e
discente. Desempenhando um papel importante na fixação de
uma escola, a componente física é cativa de vários aspectos
prioritários e recomendados por qualquer Ministério de tutela no
mundo, nomeadamente, localização geográfica da escola, a
dimensão da escola, a arquitectura, a (não) propensão a poluição
sonora, a segurança, etc.

a) Localização e implantação geográficas da escola

A localização de uma escola deve obedecer a critérios que


garantem alguma comodidade dos actores ou da comunidade
escolar. Hoje em dia, tem-se assistido um número significativo
de escolas situadas em lugares inapropriados, os quais muitas
vezes oferecem insegurança nas pessoas se se avaliar pelo
barulho, segunrança afectando a saúde das pessoas e a própria
qualiadade da aprendizagem. Impõe-se, assim, a necessidade de a
escola localizar-se em espaços onde há menos interferências
externas da sua actividade por um lado, o que significa por outro
lado, que a avaliação da localização física que assegura a
melhoria da qualidade de ensino tomando com referência o
espaço cómodo, limpo, agradável e distanciado dw qualquer tipo
de ameaças externas etc., afigura-se como um aspecto importante
a considerar na concepção e construção de infra-estruturas
escolares.

Há também que se observar recomendações ligadas ao


posicionamento das infra-estruturas em relação ao sol, chuvas e
outras ameaças externas que podem marcar negativamente o
processo de ensino e aprendizagem, como indicam os seguintes
itens abaixo:

a) A orientação geográfica da
fenestração, especialmente das salas de aula e dos
espaços de maior permanência dos alunos, deve
privilegiar o quadrante Sudeste-Sul-Sudoeste;
b) As áreas das superfícies envidraçadas
devem ser calculadas de acordo com a zona
climática e as características da região e do local
onde a escola está implantada;
c) Devem reduzir-se ao mínimo as
aberturas de vãos a Norte, como forma de evitar
as perdas térmicas durante o Inverno e, a Poente,
para evitar a grande incidência solar durante o
Verão e o decorrente sobreaquecimento;
d) Os vãos envidraçados das salas de aula
devem ter protecções solares exteriores e
interiores. As protecções exteriores são do tipo
palas horizontais para Sul e verticais para
Nascente e Poente, ou outros elementos fixos,
semi-fixos ou amovíveis, que evitem a incidência
directa dos raios solares nos envidraçados a partir
da meiaestação (entre Março e Setembro). As
protecções interiores, do tipo cortinas reguláveis
e não opacas, destinam-se a evitar a incidência
solar directa nos planos de trabalho durante a
estação fria (entre Setembro e Março), altura em
que é desejável que o sol incida directamente nos
envidraçados, de forma a produzir o aquecimento
natural dos espaços interiores (sistema passivo de
ganho directo).
b) A dimensão da escola

A programação e o dimensionamento das escolas, por exemplo


do 1.º ciclo, devem ser definidos de acordo com os critérios de
planeamento da rede educativa:

a) As escolas que leccionam o 1.º ciclo


podem instalar-se integradas com outros níveis de
educação e do ensino básico, de acordo com os
critérios a que obedece o planeamento da rede
educativa;
b) Considerando-se a educação pré-escolar
como a primeira etapa da educação básica, as
escolas com 1.º ciclo devem preferencialmente
integrar o Jardim de Infância, com a capacidade
calculada na base dos valores da pirâmide etária e na
oferta local deste equipamento educativo;
c) As escolas com 1.º ciclo devem ser
dimensionadas para funcionamento em regime
normal;
d) A capacidade das escolas com 1.º ciclo é
traduzida no número de salas de aula;
e) A área da sala de aula é concebida para
um grupo de 35 alunos no máximo, devendo este
espaço ser organizado de forma a permitir o
desenvolvimento da quase totalidade das actividades
curriculares de uma turma;
f) A capacidade máxima, recomendável, da
escola com 1.º ciclo quando se apresente isolada ou
unicamente integre a educação pré-escolar é de 12
salas de aula. Quando o 1.º ciclo se apresente
integrado com outros níveis do ensino básico, a sua
capacidade máxima, recomendável, é de 8 salas de
aula. As situações acima destas dimensões deverão
ser devidamente fundamentadas;
g) Quando há mais de 300 alunos do 1.º
ciclo a escolarizar na mesma área de drenagem, deve
optar-se, sempre que possível, por duas instalações
escolares distintas.

Tipologia
Capacidade N.º Área Área
Máxim Bruta do
o Terre
de
no
de Construç
Alunos ão (m2)
(m2)

1.º Ciclo 4 Salas 100 640 2.600


de
Aulas

1.º Ciclo 6 Salas 150 930 3.200


de
Aulas

1.º Ciclo 8 Salas 200 1.220 3.800


de
Aulas

1.º Ciclo 12 300 1.700 5.000


Salas
de
Aulas

Portanto, podem admitir-se escolas com menos de 4 salas de aula


em situações especiais, nomeadamente nos casos das zonas rurais
com população dispersa em que é necessário escolarizar menos
de 80 alunos.
Estes estabelecimentos, embora com tendência gradual para a sua
extinção, são ainda muito frequentes no parque escolar existente.
Sendo necessária a sua existência, estas escolas devem constituir-
se como parte integrante de um agrupamento de escolas que
integre administrativa e pedagogicamente outras escolas do
mesmo nível e da educação pré-escolar, ou dos outros ciclos do
ensino básico, superando as situações de isolamento e de
exclusão social. Para os diferentes tipos e capacidades de
estabelecimentos de educação e ensino onde esteja inserido o 1.º
ciclo, de acordo com as tipologias definidas pelo indicadores
relativos a áreas brutas de construção e a áreas mínimas de
terreno destinados à implantação de escolas com 1.º ciclo ou
escolas com 1.º ciclo e Jardim de Infância.

Área Bruta Área do


Construção
Tipologia Capacidade N.º Terreno
Máximo (m2)
(m2)
de Alunos

1.º Ciclo 5 Salas (4 125 730 2.900


JI EB1 + 1 JI )

1.º Ciclo 6 Salas (4 150 860 3.200


JI EB1 + 2 JI )

1.º Ciclo 11 Salas (8 275 1.500 4.700


JI EB1 + 3 JI )

1.º Ciclo 15 Salas 375 1.980 5.800


JI (12 EB1 + 3
JI )

C) A (não) propensão a poluição sonora

As escolas são consideradas zonas sensíveis ao ruído, pelo que


estas não devem ser localizadas junto de vias de tráfego intenso
ou de instalações que exerçam actividades ruidosas de carácter
permanente.
São conhecidas entre nós as consequências advindas do barulho
quando estamos na sala de aulas as quais afectam directamente a
nossa (má) percepção ou somos, nalgum momento, obrigados a
aumentar o volume da nossa voz para nos fazermos perceber.

As escolas são consideradas zonas sensíveis ao ruído, pelo que


estas não devem ser localizadas junto de vias de tráfego intenso
ou de instalações que exerçam actividades ruidosas de carácter
permanente. Os edifícios escolares devem ser concebidos de
forma a proporcionar aos seus utilizadores condições satisfatórias
de conforto sonoro, devendo ter tida em conta a sua localização
em relação a fontes de ruídos exteriores à escola ou provenientes
do próprio recinto escolar.

A concepção e a construção dos edifícios escolares devem


respeitar os requisitos favoráveis a não criação e/ou propagação
de barulho que interfira directamente na vida do recinto escolar.
O edifício escolar e os seus elementos de compartimentação
devem ser concebidos e dimensionados de tal forma que a
transmissão sonora entre os locais interiores, em condições
normais de utilização, não perturbe as actividades que neles se
realizam:

a) Todos os espaços de ensino, a sala de


alunos, o refeitório e o átrio principal, devem ser
dotados, pelo menos no tecto, com revestimento
de absorção de interferências sonoras externas;
b) As paredes interiores devem assegurar
aos locais que confinem ou separem, um
isolamento sonoro satisfatório relativamente aos
sons produzidos em locais ininterruptos de
actividades;
c) Considerando a possibilidade de
transmissão de ruído através da estrutura e das
paredes divisórias, devem evitar-se situações de
sobreposição e de contiguidade entre espaços
habitual ou eventualmente ruidosos e outros que
requeiram ambientes calmos e silenciosos;
Na escolha dos materiais de construção e de decoração devem
privilegiar-se os que não permitem a absorção de sons nocivos ao
clima de tranquilidade que caracteriza o processo de ensino e
aprendizagem.

Outros aspectos a ter em conta na concepção e construção de


escolas concentram a sua atenção em vários factores quepodem
interferir negativamente se não forem cuidadosamente os
detalhes da concepção e construção de escolas ( a temperatura
ambiente da área, a humidade relativa do ar e da sua
movimentação), por isso:

a) Os edifícios escolares devem


ser de construção pesada, com forte inércia
térmica, devendo todas as envolventes do edifício
(paredes exteriores e cobertura) serem
devidamente isoladas com material apropriado.
Recomenda-se que o desvão das coberturas seja
ventilado;
b) Os níveis de conforto térmico
dentro do edifício devem aproximar-se dos
valores limite de 18° C e de 24° C,
respectivamente para o Inverno e para o Verão,
considerando o valor médio da humidade relativa
entre 35% e 70%;
c) A renovação do ar constitui
um indispensável corrector das condições
ambientais, pelo que deve ser assegurada,
preferencialmente por meios naturais de fácil
manuseamento. Nos espaços de ensino devem
prever-se vãos com folhas basculantes reguláveis,
para ventilação natural, sempre que possível
cruzada;
d) Se nas salas de aula existir
uma só fachada exterior, pode recorrer-se a
bandeiras de porta reguláveis ou a vãos
basculantes abertos para as circulações. A
ventilação cruzada deve fazer-se a partir de 1,80
m;
e) Quando a ventilação natural se
revelar insuficiente, podem prever-se sistemas de
ventilação mecânica forçada. Nas salas de aula
devem assegurar-se três renovações de ar por
hora.

Em relação a luminosidade ou seja o conforto visual da escola


deve-se realçar que todos os espaços interiores devem ter
iluminação natural. Em pequenas zonas de circulação, arrumos e
instalações sanitárias de adultos a iluminação natural pode ser
indirecta:

a) Nos espaços de ensino a iluminação


natural deve ser preferencialmente bidireccional,
sem incidência directa de raios solares nos planos de
trabalho nem reflexos nos quadros de giz. A
geometria dos vãos deve propiciar a iluminação dos
tectos e a penetração em profundidade da luz
natural, com vista a homogeneizar o nível de
iluminação nas salas;
b) Nos espaços de ensino, o nível de
iluminação sobre os planos de trabalho deve, ter o
valor médio de 350 a 400 lux;
c) A fim de se evitar a fadiga visual dos
utentes originada, quer pela inadequação do nível de
iluminação relativamente ao uso dos espaços e às
actividades neles exercidas, quer por ultrapassagem
dos níveis máximos de tolerância visual e por
contrastes de luminosidade que gerem
encandeamento, quer ainda pela instabilidade e má
qualidade da luz, deverão ser tidos em conta os
seguintes requisitos:
 A luminância das fontes
luminosas que se encontrem no campo visual (a
menos de 520 acima da horizontal) não deve ser
superior a 2000 cd/m2;
 A relação das luminâncias das
superfícies com probabilidade de serem abrangidas
simultaneamente no campo visual do professor e dos
alunos não deve ser superior a 20;
 A luminância máxima
instantânea das fontes luminosas não deve exceder
em mais de 20% a sua luminância média;
 O índice de reprodução
cromática das fontes luminosas deve ser superior a
85% em todos os locais de actividade;
 Nos aparelhos de iluminação
devem ser previstos dispositivos que permitam a
correcção do efeito estroboscópico e de ondulação.
d) Para todos os espaços, incluindo
aqueles que requerem obscurecimento, os níveis de
iluminação em situação de emergência nunca devem
ser inferiores a 10 lux.
e) O colorido interior dominante dos
espaços de ensino e de apoio, bem como das
circulações, deve ser em tons claros;
f) Para maior difusão da luz, os tectos
devem ser preferencialmente brancos, com um poder
de reflexão superior a 75% e acabamento material.

Exercícios

1 – Fale da organização espacial da escola.

Auto-avaliação
Unidade N0 07-A0014
Tema: O Sistema Nacional de
Educação
Introdução
O Sistema Nacional de Educação, desde 1983 aos nossos dias,
conheceu muitas fases de seu desenvolvimento. Compreender os
seus objectivos, princípios e níveis é a principal tarefa desta
unidade. Faremos um pequeno historial do SNE como forma de
ilucidar seus principais momentos na vida escolar moçambicana.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Conhecer os objectivos, papéis e níveis de acção do


Sistema Nacional de Educação;
 Compreender as causas que estão na origem das
mudanças do Sistema Nacional de Educação
Objectivos

Sumário
Os Objectivos do Sistema Nacional de Educação

O Plano Estratégico de Educação e Cultura (PEEC), um


documento orientador nas estratégias e políticas de educação dos
ensinos Secundário Geral e Básico moçambicanos, reconhece o
valor da educação para a sociedade moçambicana e, por isso, a
sua estratégia para o período de 2006-2010/11 coloca três
objectivos –chave, que abaixo se mencionam (2006: 05):

 A expanção do acesso à educação


 A melhoria da qualidade de Educação
 O reforço da capacidade instituicional, financeira e política com
vista a assegurar a sustentabilidade do Sistema.

Sendo a educação um instrumento importante do


desenvolvimento social, político, cultural e económico das
pessoas, o SNE afigura-se como um meio facilitador do processo
desse desenvolvimento, fixando-se a si os seguintes objectivos,
através da lei nº 6/92 e constantes do PLANO CURRICULAR
DO ENSINO BÁSICO:

Educação para a cidadania

A educação para a cidadania encerra a componente do


desenvolvimento integral do ser humano capaz de se tornar
cidadão útil e guiado por direitos e deveres como forças sociais
impulsionadoras de uma vida social ajustada. Por isso, uma
educação que incide na formação do cidadão deve:

a) Proporcionar o desenvolvimento integral e harmonioso da


personalidade
b) Inculcar na criança, no jovem e no adulto padrões aceitáveis de
comportamento lealdade, respeito, disciplina e responsabilidad
c) Desenvolver a sensibilidade estética e a capacidade artística das
crianças jovens e adultos, educando-os no amor pelas artes e no
gosto pelo belo
d) Educar o cidadão a ter amor pela pátria, orgulho e respeito pela
tradição e cultura moçambicabas etc.

Educação para o desenvolvimento económico e social

Não se pode falar do desenvolvimento se não forem definidas as


prioridades da educação e o papel que o ensino, através das
escolas, pode desempenhar nesse processo. O desenvolvimento é
o produto de muitos factores que devem ter tido em conta.

O Sistema Nacional de educação concebe o desenvolvimento


económico e social como um objectivo crucial por que inplica
qualificações relativas ao desenvolvimento da produção e da
investigação científica, sem relegar a questão de aquisição e
desemvolvimento de habilidades e conhecimentos de crácter
vocacional entre outras.
Educação para as práticas ocupacionais

As práticas ocupacionais têm a ver com actividades extras, mas


que contribuem para o desenvolvimento de outras habilidades
úteis para a vida humana, tal é o caso das modalidades
desportivas.
Assim, os exercícios físicos, o desporto e a recreação não podem
ser entendidos simplesmente como uma ocupação ou hobbies,
devem também serem concebidos como actividades conducentes
a uma boa saúde para as crianças e adultos, saúde esta que pode
ter implicações significativas no desenvolvimento de outras
actividades humanas. Basicamente, este objectivo do Sistema
traduz a necessidade de:

a) Desenvolver na criança, no jovem e no adulto o interesse pelos


exercícios físicos, desporto e recreação;
b) Desenvolcer na criança, no jovem e no adulto o hábito para a
manutenção de um corpo saudável através da higiene, prática de
actividade física e desportiva, nutrição e cuidados sanitários.

O papel do Sistema Nacional de Educação

O Sistema Nacioanl de Educação foi introduzido em 1983


através da lei 4/83, de 23 de Março e revista pela lei 6/92, de
6 de Maio. A criação deste instrumento regulador das
actividades e acções do Ministério de tutela vincula a ideia de
uma melhor articulação das actividades educativas nas
instituições escolares moçambicanas.
Desde a sua implementação até aos nossos dias, o ensino
geral moçambicano foi-se caracterizando por situações, por
vezes positivas, por vezes, menos claras e até confusas
quanto às estratégias curriculares e de ensino adequadas para
a sociedade moçambicana.

Embora o Sistema tenha sido implementado gradualmente,


como confirma o PLANO CURRICULAR BÁSICO (op.cit,
17), o mesmo conheceu uma apreciação pouco positiva
quanto aos resultados obtidos após a sua avaliação:

 Os progaramas de ensino e os livros concebidos para


os alunos, bem como os manuais dos professores
tratam de matérias de modo compartimentado, não
respeitando o princípio de interdiciplinalidade;
 O Ensino Primário não destaca as etapas intermédias
fundamentais do processo de ensino/aprendizagem e,
consequentemente, não atende ao princípio
pedagógico de diferenciação que reconhece os
diferentes ritmos e interesses de aprendizagem dos
alunos;
 O currículo do Ensino Primário, em vigor, não abre,
de uma forma explícita, a possibilidade de integração
do currículo local, o que faz com que os conteúdos
temáticos sejam abordados de modo uniforme e
homogéneo em todo o País.
 A avaliação pedagógica é predominantemente
sumativa, desempenhando exclusivamente a função
selectiva: não há, praticamente, harmonização e
integração do carácter formativo e sumativo da
avaliação pedagógica, um dos princípios
fundamentais da prática do ensino – aprendizagem:
 A formação de professores ainda não responde às
reais exigências do ensino;
 Os programas de formação são predominantemente
teóricos, não permitindo ao formando a aquisição de
capacidades para uma melhor gestão do processo de
ensino/aprendizagem e a subsequente utilização
correcta dos materiais e meiso de ensino:

“O ensino é, por conseguinte, mecanizado, apelando-se apenas


para a memorização, em detrimento de um processo pedagógico
activo, orientado para o desenvolvimento integral e harmonioso
do aluno.” (PCEB, 2008: 19)
Face a esses desafios, o Sistema Nacional de Educação viu-se
incoformado e exigente de si mesmo no sentido de encontrar
melhores formas de coordenar e articular o seu papel de órgão de
tutela encarregue pela verificação e avaliação das actividades
educativas em Moçambique. Daí, concentrou a sua atenção, entre
os aspectos cruciais, na questão de uma abordagen curricular
facilitadora de um ensino e aprendizagem integrado, prático,
crítico e diferenciado antendendo as especificidades dos alunos e
com recurso a metodologias, para além de activas, diversificadas
para abarcar os diferentes graus de dificuldades e compreensão.
O professor e o aluno passaram a desempenhar outros papéis, em
detrimento dos tradicionais em que o rpimeiro era detentor e o
segundo o receptuário do conhecimento.

Os níveis do Sistema Nacional de Educação


Falar dos níveis de um dado sistema é tratar dos seus diferentes
degraus, no sentido top-down ou na posição e grau de importâcia
estrutural numa dada posição e podem, esquematicamente, ser
representados vertical ou horizontalmente.

Na presente unidade não se pretende fazer uma descrição


exaustiva de tais níveis, prentende-se, porém, mostrar como o
Sistema Nacional de Educação funciona nalguns níveis para
atingir o seu objectivo de decentralizador do poder
administrativo.

Ao terminar esta unidade o estudante será capaz de:

 Conhecer os diferentes níveis de funcionamento do SNE.


 Compreender a articulação dos níveis de funcionamento do SNE
em relação a seus papéis e funções que desempenham.

Os níveis do Sistema Nacional de Educação

Como se sabe, o Sistema Nacional de Educação é uma entidade-


macro e, do ponto de vista de seriação, ocupa o primeiro lugar na
responsabilização e coordenação das actividades de ensino
(educação).

O próprio nome identifica-o como ocupante do nível nacional,


assumindo papéis político-administrativos de coordenação das
necessidades da educação em Moçambique.

Muitas vezes tais papéis têm sido concretizados com


consideráveis dificuldades, devido ao seu caractáter
uniformizador das decisões tomadas a nível macro e que, no
entanto, têm poucas implicações significativas para as
comunidades para as quais a educação é uma necessidade. Os
problemas decorrentes da educação não têm tido solução devido
à falta do tratamento diferenciado, local e contextual:

“Para muitos problemas, os textos oficiais [ministeriais]


apresentam apenas parte da solução. É preciso, assim, encontrar
uma solução local para o problema, sem entrar em contradição
com os textos elaborados pela administração central.” (UESCO,
1992: 66)
O notável e actual crescimento do sistema de ensino devido ao
crescente númro de matrículas das crianças, jovens e adultos com
necessidades de educação mudou o tipo de gestão e do papel
assumido pelo Ministério da educação e Cultura, o que obrigou-o
a reformar o seu sostema de administração (descentralizado),
atribuindo responsabilidades às províncias e distritos para
responder aos problemas da educação com soluções locais.

A segunda maior instâcia político-administrativa é a Direcção


provincial. Ocupando o segundo nível hierárquico, traduz as
necessidades educativas e os respectivos problemas tendo em
conta as necessidades ao nível da província e cabendo ao
Director Provincial de tutela e a sua equipa a responsabilidade
política e administrativa de realizar o plano, elaborado com a
participação da base, da administração central. Segue-se, ainda
com a mesma lógica sequencial, o distrito e a escola.

O relacionamento de trabalho do Sistema de Educação ao nível


nacioonal é feito com base em articulação descentralizada dos
papéis e funções de administração da educação.
Esta articulação é que permite a comunicação e gestão das
necessidades do ensino procurando soluções locais na resolução
de problemas decorrentes do sistema.

Exercícios
1. Identifique os princípios do Sistema Nacional de educação
moçambicano e explique-os por suas palavras.
2. Fale da lei 4/83, de 23 de Março e depois revista pela lei 6/92, de
6 de Maio: aponte as causas da sua implementação e mudança
e/ou revisão.
Auto-avaliação 3. Em que aspectos o SNE implementado em 1983 melhorou se
comparado com a reforma curricular de hoje?
Unidade N0 08-A0014
Tema: Os Subsistemas da educação
em Moçambique
Introdução
A Educação em Moçambique é constituída por vários
subsistemas, cada uma das quais correspondendo a uma
organização estratégica específica para a consecução das
finalidades e objectivos também específicos.

Nesta unidade, interessa-nos descrever as especificidades para as


quais tais subsistemas se orientam constituindo-se em formações
específicas.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Descrever as especificidades de cada subsistema do Sistema


Nacional de Educação;
 Conhecer o tipo de formação/educação que cada uma dela
Objectivos enfatiza.

Sumário
Os subsistemas da educação em Moçambique: geral, técnico
profissional, educação de adultos, infantil e superior

O conceito de subsistema remete-nos a noção de dentro de um dado


sistema existirem vários outros sistemas subalternos que no seu todo
corporizam o sistema-mãe. Na educação tal realidade é notória que,
embora o fim último seja a formação integral, diferem os objectivos e
finalidades de cada subsistema do sistema escolar-macro.

A educação de adultos
Este tipo de educação destina-se às pessoas adultas e/ou jovens que,
por motivos e circunstâncias que não precisamos de especificar,
perderam a oportunidade de frequentar a escolarização normal.

Um exemplo mais fiável das circunstâncias adversas à frequência da


escolarização normal é o período antes da independência nacional no
qual “Moçambique tinha uma taxa de analfabetismo de 93%, com
índices ainda maiores nas mulheres, colocando um desafio ao
desenvolvimento nacional” (PEEC, 2006: 35), devido às
consequências da colonização.

Na origem da privação e de agravamento de oportunidades para


frequentar a escolarização normal afigura-se também, para alguma
pessoas, a guerra civil dos dezasseis anos, como bem relata o
documento que acima citamos:

“O início da guerra de desestabilização e a crise


económica na década de 80 a 90 resultou numa
queda drástica das admissões na educação não
formal e de adultos. A única excepção foi a
actividade de alguns provedores não
governamentais, tais como ONGs, grupos
comunitários, organizções religiosas e
individuais. (…) desenvolveram programas em
pequena escala, mas muitas vezes, inovadores
(incluindo o uso de línguas locais) para
mulheres, jovens e adultos.” (op.cit)

Um dos objectivos pontuais da educação de adultos é, em articulação


com o ensino básico, colmatar a questão do “ensino para todos” o
qual se inscreve no quadro da escolarização obrigatória.

Sua finalidade aproxima-se mais à educação e/ou acção social e


comunitária da educação, ou seja, “Para além da redução do
analfabetismo, (…) [pode] contribuir para o desenvolvimento da
comunidade, respeito pelos valores culturais, desenvolvimento de
uma cultura de paz, tolerância e democracia, prevenção e mitigação
do impacto do HIV-SIDA e das doenças de transmissão sexual, e a
redução da pobreza absoluta.” (ibidem)

A aposta estratégica do Governo em Moçambique reside no facto de


se desenvolver esforços que visam melhorar a coordenação das
contribuções na (re)concepção dos currículos, encontrar parceiros e
apoiá-los mesmo que sejam do sector privado. Constitui também uma
intervenção estratégica para o Governo, que ainda pode ser viável, o
reforço do uso das mídias nomeadamente, a rádio e a televisão para
apoiar os programas de AEA/ENF, não se esquecendo da questão de
monitoria e supervisão para a avaliação do projecto.
O Ensino Secundário Geral (ESG)

Introdução

É um subsistema de ensino orientado para as qualificações


específicas. Após a escolarização obrigatória levada a cabo pelo
ensino primário e pelo programa de educação de adultos, os
candidatos a esse subsistema procuram qualificações profissionais
para, por um lado entrarem no mercado de trabalho e, por outro lado,
prosseguirem com os seus estudos ao nível de ensino superior.

Muitas vezes esses objectivos são fracassados devido aos conhecidos


problemas do actual currículo, que é eminentemente enciclopédico
“altamente académico e muito virado para uma preparação para a
continuação dos estudos no ES2 e nas universidades, respondendo,
deste modo, em muitos aspectos às necessidades do mercado de
trabalho e da sociedade moçambicana no geral.” (PEEC, 2008: 39)

Pode-se dizer, em grande medida, que a base da fraca qualidade dos


graduados deste subsistema, e que por extenção influencia também os
que ingressam no ensino superior, seja esta razão amiúdes discutida
entre os académicos moçambicanos. Outras razões podem estar nas
diminutas condições físico-materiais das infra-estruturas escolares
agravando o ensino deste subsistema para a carência em termos de
custos em todos os sentidos.

Esforços do Governo cingem-se na:

o Identificação e implementação de formas de assegurar que o


Ensino Secundário fique localizado mais perto das
comunidades, promovendo desta forma o acesso e equidade e
reduzindo a necessidade de internatos;
o Construção e melhoria das infras-estruturas escolares,
centrando-se em soluções eficientes em termos de custos;
o Aumento de utilização de ensino à distância como uma forma
complementar particularmente no ESG2;
o Identificação e implementação de estratégias para aumentar a
percentagem de mulheres como professoras e gestoras etc.

O quadro abaixo resume a preocupação actual no âmbito da


melhoria da qualidade do ESG:
Objectivos Resultados Indicadores
Metas de
Pressupostos
desempenh
de políticas e
o
reformas
(2010/2011

Expandir Progresso TBE ESG 1 65%


o acesso em
TBE ESG 2 23%
ao ESG direcção
ao ciclo de Aumento das
ensino de raparigas
9 anos escolarizadas (44%
em 2010 no ESG 1
e 42% no ESG2)

Padrões de
infra-estruturas
e de
equipamento
Salas de aulas definidos;
construídas, gestão dos
Novas trabalhos
escolas descentralizada
secundária ; definida
s apolítica de
construída 5.300 ESG e 1.600 formação de
s e salas de ESG2 professores de
aulas forma
existentes acelerada e
reabilitada com qualidae
s

“Quadro para acção e reforma de políticas.” (PEEC, 2008:


45)

O Ensino Técnico-Profissional

O subsistema de ensino técnico-profissional basea-se na contribuição


“para a criação de uma força de trabalho qualificada, essencial para
reforçar o crescimento económico e tirar os cidadãos e as
comunidades da situação de pobreza.” (PEEC, 2008: 47)

De acordo com o mesmo documento, a leccionação no subsistema é


realizada em três níveis:
Primeiro: o nível elementar é frequantado pelos candidatos que
tenham a 5ª ou 7ª classe variando o curso de 2 a 3 anos.
Segundo: o nível básico é frequentado pelos candidatos com a 7ª
classe e o curso dura 3 anos.
Terceiro: o nível médio integra candidatos que pretendem tornar-se
técnicos profissionais em agro-pecuária, indústria ou comércio.

A formação técnico-profissional representa uma mais-valia para os


empregadores, o que supõe a criação de condições favoráveis ao
estabelecimento de parcerias entre os empregadores, outros parceiros
e as Escolas de Ensino de Ensino Técnico-Profissional (ETPs). Mas o
subsistema enfrenta o problema de falta de capacidades práticas
influenciando negativamente assim a opção, da parte dos formandos,
pela escolha do auto-emprego. O mesmo acontece com os
professores: a sua fraca qualificação “casa-se” com a procura dos
serviços deste subsistema como alternativa dos alunos que não
conseguem obter vagas no Ensino Secundário Geral.

O quadro abaixo, sintetiza alguns dados importantee e decorrentes


das necessidade desse tipo de ensino:

Sumário dos dados de base

 O MINED apoia 47 instituições ETP (11 elementares, 28


básicas e 8 de nível médio) cobrindo cerca de 41.000 alunos
(20% são raparigas).
 Os professores qualificados tendem a retirar-se da Educação
Técnico-Profissional, à procura de melhores empregos.
 Currículos não ajustados à economia e mercado de trabalho.

Há ideias estratégicas a ser implementadas para a “transformação da


provisão da ETP assentes num sistema orientado pela procura,
construído num quadro de formação modular com cursos baseados
em padrões de competência e assente num Sistema nacional de
Padrões, o qual deverá ser reconhecido pelos empregadores e pela
sociedade civil.” (PEEC, 2008: 50)
Esta iniciativa estratégica pressupõe o envolvimento dos
empregadores e da sociedade civil na concepção dos currículos, ou ao
menos que seja convidados a darem a sua opinião mediante os
padrões de qualidade de que precisam nas suas instituições laborais.

O Ensino Superior

Este subsistema de ensino constitui o reforço do “sistema de


educação através de um conjunto de acções que vão desde a
formação de professores, sobretudo do ensino médio, da capacitação
permanente dos gestores do sistema, dos apoios às ZIPs e da
investigação educacional, promovendo a melhoria da qualidade de
ensino a todos os níveis” (PEEC, 2008: 61) e outras áreas de interesse
económico, social, político etc.

O subsistema não está à margem do problema de qualidade que quase


todos outros subsistemas enfrentam. Hoje pensa-se muito nas
modalidades de contratação de docentes e a sua respectiva e
consequente formação (contínua) para lhes conferir o espírito de um
ensino investigativo, uma das componentes principais da actividade
docente.

Por outro lado e devido à falta de docentes, algumas instituições de


ensino superior recorriam a uma contratação directa de professores,
baseando-se em critérios menos claras, como é o caso da busca dos
estudantes que se destacam numa determinada área de formação para
a leccionação (os chamados monitores) sem, no entanto, disporem de
alguma orientação psicopedagógica para tal exercício.

Ora, o exercício profissional docente encerra e exige que se tenha em


conta inúmeros aspectos que, por economia de tempo e de espaço,
não se fará menção aqui. Mas procurar-se-á dar ênfase a um dos
aspectos fundamentais que compõe a identidade profissional do
professor: a questão da formação de um professor-investigador.

Já se falava desta noção desde os anos 30 e resiste até aos nossos dias
devido ao valor estratégico que assume em todo o processo de
ensino/aprendizagem. Ser um professsor-investigador significa
conceber uma formação que “implica desenvolver competências para
investigar na, sobre e para a acção educativa e partilhar resultados e
processos com os outros, nomeadamente com os colegas.” (Campos,
2001)

Uma formação deste género implica reconhecer o valor


epistemológico do conhecimento como contextual e produzido critíca
e reflexivamente, daí a importância de assunção de uma atitude
indagatória permanente (para dar sentido à célebre frase que temos
vindo a constatar em qualquer manual de formação docente: “o
ensino centrado no aluno usando metodologias activas”). A noção
encerra também a inauguração de uma educação democrática, onde a
participação e a colaboração do aluno se tornam importantes e
significativos para a construção e apropriação do seu conhecimento.

O autor acima referenciado sublinha que “compete a cada instituição


encontrar a melhor maneira de iniciar os seus formandos na prática
sustentada da investigação” (ibidem) como forma de estar na
profissão.

Em Moçambique, o desafio que se coloca a si mesmo esse


subsistema de ensino é a própria formação dos professores nas
modalidades de metodologias para a leccionação neste nível para
tornar relevante a acção educativa daí decorrente e garantir uma
actuação flexível, da parte dos professores, uma organização
integrada das Unidades Curriculares (disciplinas) fugindo da antiga
organização baseada na ordem hierárquica e nos modelos de
precedência (PEEC, 2008: 65):

 Introdução de um sistema nacional de garantia de qualidade e


acreditação
 Introdução de um sistema nacional de acumulação e
transferência de créditos académicos
 Estabelecimento de uma articulação entre a UP e demais
instituições de formação de professores para aimplementação
da estratégia de formação de professores etc.

Os subsistemas de ensino em Moçambique respondem, de forma


diversificadas, às necessidades educativas específicas e orientadas
para um tipo de formação. No fundo, constituem uma riqueza se
considerarmos que visam responder às diversas necessidades da
socuedade moçambicana. Conhecer a especificidade de ca subsistema
impõe-se como importante para também se conceptualizar o tipo de
supervisão e prática pedagógicas que lhes subjazem.
Exercícios

1. Fale da especificidade do subsistema de ensino infantil:


descreva-o tendo em conta os seus objectivos e finalidades.
2. Disserte sobre factores que estão na origem da fraca
Auto-avaliação qualidade do ensino nos vários subsistemas de ensino em
Moçambique e dê sugestões para minimizar o impacto
negativo desses factores.
Unidade N0 09-A0014

Tema: A Organização do ensino por


ciclos de formação
Introdução

A inovação, inscrita sob estratégias da procura de melhores respostas


aos problemas da educação, trouxe mudanças estruturais no Sistema
Nacional de Educação no âmbito da reforma curricular.

Nesta unidade importa falar dos ciclos de formação no Sistema


Nacional de Educação relativamente ao Ensino Geral.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Identificar os objectivos e finalidades que corporizam cada


ciclo de formação;
 Conhecer a estrutura curricular do Sistema Nacional de
Educação;
 Explicar os fundamentos de cada ciclo de formação.

Objectivos

Sumário
A organização do ensino por ciclos de formação

Os ciclos de formação do Sistema Nacional de Educação em


Moçambique justificam a necessidade de uma maior flexibilidade
curricular dos conteúdos programáticos para o processo de
ensino/aprendizagem.
O conceito de ciclo denota o conjunto de unidades programadas
para a aprendizagem dos alunos, envolvendo na base da sua
concepção habilidades e competências específicas previamente
definidas.
Para uma maior compreensão dos objectivos que sustentam os
ciclos de formação do sistema de educação em Moçambique
ilustra-se abaixo um quadro-resumo do estrutural curricular
Ensino Básico moçambicano:

Idade 6 7 8 9 10 11 12

Classes 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª

Ciclos 1º

Grau 1º 2
º

Quadro da Organização da estrtura curricular (PCEB, 2008: 25)

O Ensino Básico moçambicano é constituído por 7 classes


organizadas em ciclos e graus. Sendo assim, o primeiro ciclo encerra
duas classes nomeadamente, as 1ª e 2ª classes, o segundo constituído
por três classes, 3ª, 4ª e 5ª classes e o terceiro ciclo compreende duas
classes: a 6ª e a 7ª.

Compreendendo um conjunto de conteúdos orientados pra o


desenvolvimento de competências e habilidades específicas, o 1º
ciclo centra-se na questão do desenvolvimento de leitura e escrita,
noções de números e a realização de certas operações matemáticas e
também a aprendizagem de questões de relacionamento interpessoal e
hiegiene pessoal.

O 2º ciclo, centrando-se na introdução de aprendizagens novas


relativas às Ciências Sociais e naturais, consolida os conteúdos do 1º
ciclo e, o 3º ciclo é uma espécie de consolidação dos dois primeiros
ciclos, compreendendo a preparação do aluno para a continuação dos
estudos noutras classes e/ou enfrentar a vida.

Esta estrutura curricular compreende também dois graus: o primeiro


que parte da 1ª à 5ª classes e o segundo de 6ª à 7ª classe. Esta
estruturação inscreve-se numa visão integral dos conteúdos
orientados ao desenvolvimeto articulado e integrado de
conhecimentos, valores e habilidaes e complementadas pelas
actividades extra-curriculares. (PCEB, 2008: 27)

De um modo geral, a estrutura curricular deste subsistema de ensino


pretende garantir um desenvolvimento integrado mediante as áreas
curriculares distribuídas de seguinte modo:

Comunicação e Ciências Sociais: Língua Portuguesa, Línguas


moçambicanas, Língua Inglesa, Educação Musical, Ciências
Sociais, Educação Moral e Cívica.

Matemática e Ciências Naturais: Matemática, Ciências


Naturais

Actividades Práticas e Tecnológicas: Ofícios, Educação Visual,


Educação Física

Passa-se a seguir um quadro-resumo relativo às competências


pretendidas para cada área traduzida em Disciplinas
correspondentes:

Áreas Disciplinas Habilidades e


Competências
Básicas

Expressar-se,
oralmente e pró
escrito, em
diferentes
Comunicaç Língua situações; ler e
ão e Portugues interpretar
Ciências mensagens
Sociais diversas; usar
alíngua como
meio de acesso à
ciência;
Participar em em
situações de
intercâmbio
sócio-cultural,
económico e
político;
manifestar
atitudes morais e
civicamente
correctas.
Comunicar
correctamente
em vários
Línguas contextos
Moçambicana oralmente e por
s-L1 escrito em
Português-L2 Línguas
Moçambicabican
as e na Língua
Portuguesa.
Applicar as
regras de
funcionamento
da língua e de
organização em
línguas
moçambicanas e
em língua
portuguesa de
forma criativa na
produção de
textos.
Ler e escrever
textos
necessários à sua
inserção e
participação na
vida social,
económica,
política e cultural
do país.
Interpretar e
analisar
diferentes tipos
de textos.
Avaliar a
relevância da
necessidade de
entre as pessoas.
Manifestar uma
atitude positiva
em relação ás
línguas e culturas
moçambicanas.
Respeitar a
diversidade
linguística e
cultural do país e
do mundo
Língua Conhecer o
Inglesa vocabulário
essencial para a
comunicação em
diferentes
situações

Educação musical Ter sensibilidade


para apreciar o
belo, escutar,
memorizar,
abstrair, imaginar
e criar música.

Reconhecer o
passado;
Ciências
compreender o
Sociais
processo; situar os
(História, acontecimentos
Geografia e no espaço e no
Educação tempo; conhecer e
Moral e localizar os
Cívica) aspectos físico-
geográfico e
económicos do
país, do
continente e do
mundo;
reconhecer os
sues direitos e
deveres;
Respeitar os
direitos e crenças
dos outros;
Manifestar
atitudes de
torerância e de
solidariedade.

Ed. Moral e Respeitar os


Civica valores morais,
patrióticos,
cívicos e
religiosos

Matemática e Matem Contar e calcular,


Ciências ática operar as
Naturais operações básicas
na resolução de
problemas,
observar e estimar
distâncias, medir
comprimentos,
calcular
superfícies e
volumes

C. Naturais Cuidar da saúde e


observar regras de
(Bilogia,
higiene, ter
Física e
comportamento
Química)
sexual
responsável,
interpretar
cientificamente os
fenómenos
naturais,
conservar o meio
ambiente.

Ofícios Costurar,
cozinhar, bordar,
Actividades
esculpir, fazer
Práticas e
jardins e hortas,
Tecnológicas
plantar árvores,
construir objecots
utilitários, realizar
actividades agro-
pecuárias e
piscatórias.

Educação Observar,
visual descobrir,
expressar-se
através da
imagem,
imaginar, criar,
desenhar, pintar,
modelar, picotar,
recortar, colar,
concretizar ideias,
estruturar um
elemento, fazer
coonstrução,
traçar.

Educação Praticar
Física actividades
físicas, jogos
tradicionais e
desportivas

Resumo
Os ciclos de formação correspondem a unidades de aprendizagem no
Sistema Nacional de Educação. A sua finalidade última incere-se no
âmbito de flexibilização do processo de ensino/aprendizagem, de tal
forma que os conteúdos, competências e habilidades sejam
concebidas e abordadas de uma forma integral e preparando os alunos
para a vida.

Exercícios

1 Faça uma pesquisa sobre a organização por ciclo do nível médio no


Sistema Nacional de Educaçã: Objectivos, Finalidade e a distribuição das
disciplinas.

Auto-avaliação
Unidade N0 10-A0014
Tema: Plano curricular – estrutura e
organização
Introdução
O funcionamento das escolas depende da instauração de um currículo
que abrange as aspirações educativas dos alunos em particular e da
comunidade em geral. A presente unidade procura abordar a
construção estrutural e a maneira de como o currículo é organizado
para responder a tais aspirações.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Conceptualizar o currículo escolar;


 Identificar as características, componentes e a organização de um
dado currículo;
 Conhecer os procedimentos da concepção de um currículo;
Objectivos

Sumário
Planos curriculares: estrutura e organização

A conceptualização de currículo é tanto quanto problemática. Em


perseguição das finalidades que se afixaram acima, procurar-se-á
buscar conceitos básicos que se julgarem capazes de uma abordagem
simples e potenciadora de uma compreensão global do que realmente
este conceito faz compreender.

Na sua definição, Martins explica que “ o currículo consiste no


conjunto de experiências planejadas pela escola destinadas a levar o
educando a uma plena realização e integração social, além de atingir
os objectivos traçados para seu nível de escolaridade.” (1999: 121)

Este autor prossegue com a sua explanação mencionando as


características fundametais do currículo:
a) O currículo deve ser organizado para atender ao
educando.levando em conta suas características e aspirações;
b) O currículo deve levar em consideração as peculiaridaes do
meio;
c) O currículo deve, na sua elaboração, obedecer à seguinte
sequência:
 O que deve atingir?
 Como atingir (conteúdo e plano de acção);
 Que resultados foram conseguidos;
 Realimentação, replanejamento.

Lee e Traldi (1984) citados por Martins (1999: 129) aborda o


currículo como uma “estratégia pela qual as escolas tentam satisfazer
os fins de educação.”

A crescente e dinâmica transformação das sociedades inquieta a


escola. Hoje a escola deve tentar sobreviver ante as
transformações sociais procurando encarar o conhecimento como
dinâmico e mutável, construindo-o colaborativamente e
relegando a concepção tradicionalista de educação dentro da qual
“ o formando aprende imitando o mestre as técnicas empregues
pelo professor mais velho, mais experiente e perito na sua
profissão, seguindo as suas instruções e conselhos. A mestria no
ofício é passada de geração em geração” (Alarcão, 1996: 96),
como se fosse válido para todos os contextos do ensino e/ou da
fornação.

É nesta dinâmica social em que o currículo se inscreve, para


dentro do conjunto de disciplinas “cada uma dela organizada
numa sequência lógica em termos de conteúdo” ( Martins,
op.cit), dar respostas concretas às circunstâcias contextuais onde
o ensino ou a educação tem lugar.

Percebido desta forma, o currículo desempenha um papel político


na educação pelo facto de na sua concepção e realização
comporta implicações sociais significativas ao tocar as
necessidades emergentes da sociedade.

Por isso, uma das componentes fundamentais do currículo é a


planificação, planificação essa que que “deve partir de uma
pesquisa das necessidades socioculturais dos educandos e, a
partir daí, serão determinados os objectivos, os conteúdos, as
actividades de aprendizagem e os meios de avaliação.” (ibidem)

Na sua planificação, o currículo deve term em conta as seguintes


etapas:

1 – Formulação dos objectivos

2 – Selecção de conteúdo

3 – Selecção de experiências ou actividades de aprendizagem

4 – Avaliação

Os objectivos da planificação curricula, para além de ser


adequado à estrutura matéria e física da escola, o funcionamento,
os recursos humanos, o próprio currículo e as actividades
docentes, devem permitir:

1. Seleccionar experiências que atendam simultaneamente aos


interesses, às necessidades e às aspirações do educando e da
sociedade;
2. Organizar as experiências numa sequência lógicae psicológica
que favoreça o desenvolvimento integral do educando;
3. Facilitar o estabelecimento de objectivos pelos docentes da
escola;
4. Incentivar, mediante próprio criado entre os componentes da
escola, o desenvolvimento de actividades educativas.

No caso específico de Moçambique, o desenho curricular vigente


tem como objectivo fundamental “ formar cidadãos capazes de
contribuir para a melhoria da sua vida, a vida da sua família, da
comunidade e do país [dando-se ênfase aos] saberes locais das
comunidades onde sa escola se situa” (PCEB 2008: 27), o o que
de certa forma dita uma estrutura organizacional conducente à
consecução desse macro objectivo.
Falar da organização curricular impõe atacar a sensibilidade
social do ponto de vista das suas reais preocupações reflexas na
escola. Tais preocupações condicionam a estrutura
organizacional do currículo vigente tentando-se assim responder,
de forma investigativa, as aspirações e expectativas da sociedade
relativamente ao papel da escola.

Exercícios

1. Atendendo e considerando que o conceito a que se atribui


o currículo não é interpretado unanimemente nos
estabelecimentos e, por vezes surte efeitos díspares, defina
“currículo” usando suas palavras.
Auto-avaliação
2. Apresente, esquematicamente, a organização do currículo
do Ensino Básico e Geral moaçambicano.
3. Fale das implicações que provavelmente podem advir
dessa estrutura.
Unidade N0 11-A0014

Tema: Orgãos de gestão escolar


Introdução
O bom funcionamento da escola como uma instituição de ensino
(educação) e de formação depende de uma boa máquina de gestão e
coordenação de todos os serviços nela existentes.

Falar da gestão na instituição escolar é associar o conceito à


administração, à animação, à formação e às relações públicas.

Interessa a essa unidade conhecer os órgãos que facilitam a


coordenação e animação do funcionamento da escola.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Conhecer os principais órgãos de que as escolas se servem


para o seu funcionamento;
 Descrever a função de cada componente orgânica existente
Objectivos na escola;

Sumário
Órgãos de gestão escolar

A gestão de uma escola depende fundamentalmente de duas


componentes: a organização administrativa e a componente
humana (recursos humanos).

Martins, ao falar sobre o conceito de administração evidencia-o


“como ciência, propondo a previsão, a organização, o comando, a
coordenação e o controlo como suas fases fundamentais.” (1999:
24)

Embora em muitos casos as fases da administração geral tenham


muitos aspectos comuns com a da escola, a administração escolar
comporta especificidades: “Na escola, há uma interação de
personalidades diferentes nas dimensões humana e político-
social.” (ibidem)

Interessa transcrever as palavras do autor acima citado relativas à


administração escolar:

“(…) supõe uma filosofia e uma política directoras


preestabelecidas: consiste no complexo de processos criadores de
condições adequadas às actividades dos grupos que operam em
divisão de trabalho; visa à unidade e à economia da acção, bem
como ao progresso de empreendimento.”

Relativamente à unidade escolar no sentido strictus, a


administração actua em conformidade com as orientações
hierarquicamente superiores guiada por princípios, como as que a
seguir se apresentam:

1. Princípio do Objectivo Comum;


2. Princípio da Liderança;
3. Princípio da funcionalização;
4. Princípio da amplitude de Controle
5. Princípio da Coordenação;
6. Princípio de Controle;
7. Princípio da Experimentação
8. Princípio da Elasticidade.

Normalmente escolas são organizadas, do ponto de vista de gestão,


da maneira como abaixo se apresenta:
A Direcção da escola:

a) Director
b) Director – Adjunto
c) Sector Administrativo

Conselho Pedagógico-Administrativo

Director Pedagógico:

a) Coordenador de Turno (manhã, tarde e noite)


b) Pedagógico (manhã, tarde e noite)
c) Serviços de apoio pedagógico (Biblioteca, Laboratório,
Informática, Desporto, actividades culturais etc.)

Sector Administrativo (Secretaria, Rec.Humanos, Limpeza,


Mecanografi, Segurança etc.)

Exercícios

1 – Enumere os orgão sde gestão na escola e suas respectivas


funções.

Auto-avaliação
Unidade N0 12-A0013
Tema: Planificação do sistema
educacional
Introdução
A planificação envolve a projeção do futuro e as maneiras
eficazes para concretizá-lo.
No fundo é um projecto que antevém o futuro tomando como
ponto de partida o passado e o presente para tomar decisões
adequadas mediante um conjunto de alternativas. Nesta Unidade
abordar-se-á a palnificação educacional ao nível geral, olhando
para aspectos que a compõem.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar os princípios que orientam a planificação educacional;


 Conhecer a relevância da planificação educacional;
 Situar a Planificação educacional na Planificação escolar
(Projecto escolar).
Objectivos

Sumário
Planificação do sistema educacional

De um modo geral, a planificação é a observação antecipada do


futuro e toma em conta as experiências do passado e do presente.
O sistema educacional ao se fixar os seus objectivos fá-lo tendo
em conta a previsão do futuro, mais concretamente nos aspectos
que eventulmente possam afectar a organização.
A previsão requer um conhecimento profundo do que se pretende
com a planificação e, esta está intimamente inter-relacionada com
a investigação de modo a se descobrir as necessidades do sistema
escolar e as respectivas pertubações para se encontrarem a
lternativas e permitir melhor organização. Porém, o plano não é
algo que deve ser seguido literalmente, podendo ao longo de sua
execução sofrer algumas alterações mediante as necessidades
circunstanciais.

A escola como uma organização complexa e gerida por seres


humanos dotados de pensamentos diversos precisa, de facto, de
uma planificação que preveja todos os pormenores
organizacionais. Desta forma, há que observar alguns princípios
básicos e fundamentais para tal.

Oliveira (1987, cit. por Martins, 1999: 57) escrutina princípios


gerais de uma planificação, de que a educação não deve estar
alheia:

a) O princípio da contribuição aos objectivos, e neste aspecto o


planejamento deve sempre visar aos objectivos máximos da
organização. No processo de planejamnento devem-se
hierarquizar os objectivos estabelecidos e procurar alcançá-los
em sua totalidade, tendo em vista a inter-ligação entre eles.
b) O princípio da precedência do planejamento, correspondendo a
uma função administrativa que vem antes das outras
(organização, direcção e controloe). Na realidade é difícil separar
e sequenciar as funções administrativas, mas pode-se considerar
que, de maneira geral, o planejamento do que e como vai ser
feito. Aparece na ponta do processo. Como consequência, o
planejamento assume uma situação de maior importância no
processo administrativo.
c) O princípio de maior penetração e abrangência, pois o
panejamento pode provocar uma série de modificações nas
características e actividades da organização.
d) O princípio de maior eficiência, eficácia e efectividade. O
planejamento deve procurar maximizar os resultados e minimizar
as deficiências.

A perseguição desses princípios é feita com base numa


participação, coordenação e revisão cíclica pelos membros da
Sistema escolar (ao nível macro) na sua elaboração.

O levantamento das necessidades educacionais requer o


conhecimento real do nosso sistema educacional, o que equivale
dizer que a realidade educacional moçambicana é que deve
espelhar todo o processo da educação e não o contrário. O
desafio que se coloca consiste na concepção de um plano
educativo que seja operacional e integrado atendendo assim a
vários escalões de sua organização enquanto instituição
educacional.

A planificação educacional obedece requisitos


internacionalmente acordados pela Unesco (Washington, 1958)
que se apresentam abaixo:

 Aplicação do método científico na investigação da realidade


educativa, cultural, social e económica do país;
 Apreciação objectiva das necessidades, para satisfazé-las a curto,
médio e longo prazo;
 Apreciação realista das possibilidades de recursos humanos e
financeiros, a fim de assegurar a eficácia das soluções propostas;
 Previsão dos factores mais significativos que intervêm no
desenvolvimento, continuidade que assegure a acção sistemática
para alcançar os fins propostos;
 Coordenação dos serviços da educação e destes com os demais
serviços do Estado, em todos os níveis da administração pública;
 Avaliação periódica dos planos e adaptação cosntante dos
mesmos às novas necessidades e circunstâncias;
 Flexibilidade que permita a adaptação do plano a situações
imprevistas ou imprevisíveis;
 Trabalho de equipa que garanta uma soma de esforços eficazes e
coordenados
 Formulações e apresentação do plano como iniciativa e esforços
nacionais, e naão como esforço de determinadas pessoas, grupos
ou sectores.

Na planificação educacional intervêm variávies de natureza diversa


que também é preciso ter em conta. Por exemplo, a própria educação
tem uma forte influência sobre a vida das pessoas nas comunidades, o
que faz com que a variável social se afigure como importante.

Na variável social o sistema educativo deve estar atento as


desiguldades sociais existentes, em que uma classe social é tida como
superior a outra, de tal modo que, ao querer manter o status quo
(detentora do poder) optará por uma educação conservadora em
prejuízo de outra classe, que é sempre submissa.

É a planificação educacional que deve antever até que ponto a


previsão da acção educativa é reflexiva e crítica às contradições
sociais existentes na sociedade e facilitadoras de uma educação
libertadora e democrática.

A variável política

“Embora a educação pública seja uma acção política, é


preciso que os educadores sejam capazes de conquistar o
espaço que lhes compete no planejamento da mesma,
fazendo-o a partir da realidade concreta, questionando as
políticas educacionais e reivindicando as condições
necessárias para implementá-la.” (Martins, 1999: 71)

A sociedade civil e a classe política compõem a sociedade. Há,


dentro da sociedade civil, pessoas detentoras do poder económico e
muitas vezes aliena as massas populares do produto do seu trabalho,
o capital.

A classe política, em princípio zela pelos interesses dos cidadãos.


Nota-se que o distanciamento entre os interesses dos cidadãos e dos
políticos tem sido, “normalmente” muito grande. A planificação
escolar deve velar pelos interesses justos dessas duas classes para
uma ascensão social conjunta e justa e imprimindo um ritimo de
desenvolvimento que persegue uma qualidae efectiva do sistema
escolar.

Variável Filosófica

O centro do debate sobre esta variável reside na questão da qualidade


do ensino: ao longo dos tempos a qualidade foi sendo localizada ora
no ensino centrado no professor, ora no centrado no aluno sem,
contudo, se descobrir o verdadeiro problema, ou seja, o que significa
um ensino de qualidade!

Vale, portanto, falar de um ensino em que o centrado no aluno e no


profssor se conjugam (talvez falar de um ensino progressista),
cabendo ao educador, “conhecendo a educação progressista,
disseminá-la nos meios educacionais, e, ao planejador, utilizá-la nos
planejamentos de ensino e avaliação.” (Martins, 1999: 73)

A planificação educacional envolve princípios e pressupostos científicos


de que os gestores se servem para uam organização e estruturação
integrada do sistema escolar. Também toma em conta as variáveis
sociais, cultiurais, política etc. para permitir um levantamento real, justo e
adequado das necessidades da educação atendendo todas as classe
sociais.

É inconcebível falar da planificação educacional prescindindo a


questão da investigação, recurso facilitador no processo de
levantamento das necessidades educacionais.
Exercícios

1. 1Fale das particularidaes da planifica educacional se comparada


com uma planificação geral.
2. Explique em que consiste a variável política na planificação
Auto-avaliação educacional.
3. Mencione dois requisitos da sua escolha e explique-os por suas
palavras.
Unidade N0 13-A0014
Tema: A planificação do currículo
escolar
Introdução
O currículo escolar não é nada mais ou nada menos que a
concretização do currículo nacional. A materialização deste
érealizada sob uma base comum nacional, mas atendendo as
características regionais e/ou locais da sociedade, da cultura, da
economia e da clientela. Nesta unidade focar-se-á os aspectos que
caracterizam o currículo da escola olhando para os objectivos e o
projecto a que esta instituição de ensino se propõe para a sua
execução.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar o conceito “ currículo da escola”;


 Identificar as características e os elementos do Currículo
escolar;
 Discutir os elementos do currículo nacional incorporados
e/ou adaptados para o currículo escolar (local);
Objectivos

Sumário
A planificação do currículo escolar

O currículo é um dos elementos essenciais dos aspectos formais da


escola, mais concretamente da sua dinâmica organizacional que, por
sinal, é revista em cada ano lectivo. Ao se falar do currículo da escola
levantam-se questões ligadas à sua legalidade, ou seja, é preciso
verificar se o currículo está intimamente ligado e de acordo com os
dispositivos legais, as experiências ligadas à aprendizagem, os
objectivos e o projecto da escola.

Como já conceptualizámos atrás, o currículo escolar corresponde ao


conjunto de experiências planejadas pela escola e destinadas a levar o
educando a uma plena realização e integração social, além de atingir
os objectivos traçados para seu nível de escolaridade. (Martins, 1999:
121)
No passado, a conceptualização do currículo estava inteiramente
ligada a organização das disciplinas escolares úteis para a
aprendizagem dos alunos sem, contudo, atender, na sua eleboração,
as particularidades do meio de ensino e da aprendizagem dos alunos.
Era praticamente caracterizado por um desligamento total das
aspirações tanto dos alunos como da sociedade.

Visto desta forma, o currículo não conseguia ou nunca tinham em


conta as aspirações sociais e dos alunos, nomeadamente “A falta de
condições para a satisfação das necessidades básicas da vida, como
por exemplo a falta de habitação, alimentação e saúde, faz com que
as pessoas sejam consideradas vulneráveis, isto porque não possuem
recurso para minimizar, ou resolver esses problemas, no seio da sua
família e da sua comunidade.” (INDE, S/D :09)

As experiêrncias tanto dos professores como as dos alunos têm sido


muitas vezes locais. Nesta perspectiva, faz sentido falar do currículo
escolar como um currículo local o qual reporta todas as experiências
da comunidade escolar capitalizando-as para um ensino útil e
significativo para a vida dos alunos e também dos professores na
comunidade onde vivem. Então, a elaboração do currículo escolar
tem como objectivo “dotar o aluno de competências que lhe
permitam resolver problemas básicos de saúde, alimentação,
habitação da sua comunidade, de modo a melhorar a sua vida e a vida
dos seus familiares, reduzindo, deste modo, os níveis de
vulnerabilidade.” (ibidem)

A planificação do currículo com base nos aspectos locais pode


suscitar problemas de compreensão, na medida em que o local pode
ser percebido pura e simplesmente como um espaço geográfico. O
manual de apoio ao professor que contém “Sugestões para
abordagem do currículo local” vinca claramente a conceptualização
do que, na verdade, pode ser considerado “LOCAL” no currículo
escolar:

“(…) compreende o espaço em que se


situa a escola, comportando consigo toda
uma gama de vivências e anseios da
comunidade em que esta está inserida,
cabendo à mesma comunidade definir o
que gostaria que os seus filhos
aprendessem. A selecção de conteúdos
pode, pois, incluir matéria não
meramente local do ponto de vista
geográfico cuja aprendizagem se afigura
relevante no contexto da comunidade.”
(S/D, p.10)
Na elaboração do currículo escolar a direcção da escola e os
professores são os principais dinamizadores, na medida em que são
eles que planificam todas as actividades a serem realizadas,
observando as seguintes etapas:

 Recolha de dados na comunidade;


 Sistematização da informação;
 Articulação dos conteúdos locais com os dos programas de
ensino;
 Planificação analítica (dosificação);
 Plano de lição e abordagem de conteúdos na sala de aula

Recolha de dados na comunidade

Esta primeira fase da planificação do currículo escolar


corresponde à auscultação da comunidade e compreende a
identificação dos diferentes membros da comunidade que serão
entrevistadas ou consultadas: pais e encarregados de educação,
alunos, profissionais de sectores diversos (saúde, Agricultura,
Pesca, Minas, Energia, professores, MICOA etc.).

Sistematização da informação

A informação é sistematizada observando a relevância da mesma.


Quando se fala da relevância da informação pretende-se enfatizar
a ligação que esta informação pode estabelecer com com a
sociedade, a economia, o fortalecimento da unidade nacional, a
promoção de auto-emprego e o desenvolvimento de
competências básicas para a vida.

A articulação dos conteúdos locais com os dos programas de


ensino

Os conteúdos, sendo os mesmos para diferentes disciplinas,


devem estar distribuídos de forma articulada e que os alunos
consigam estabelecer uma relação entre as disciplinas. Muitas
vezes, a distribuição dos conteúdos nas disciplinas e destas nas
cargas horárias obedece a regras hierarquicamente linear e
cumulativa, como se entre as disciplinas existissem bloqueios e
não se articulassem entre si. É preciso compreender que a
finalidade última que irmana a articulação dos conteúdos e
disciplinas nos currículos escolares é que entre eles deve haver
uma integração feita nos moldes de uma conexão lógica.
Não se pode confundir o currículo com a organização das
disciplinas. O currículo escolar encerra vários elementos que vão
desde a comunidade até a escola e desta para a comunidade a fim
de serem validados utilmente.
A maneira como cada escola responde aos programas de ensino
ao nível geral é diversificada, pois, as escolas precisam de
integrar nos seus currículos conteúdos que preocupam a
comunidade onde elas se situam, sem descurar a importância do
currículo nacional na concepção do currículo escolar.

Exercícios

1. Fale do papel dacomunidade na elaboração do currículo escolar.


2. Do seu ponto de vista, como é que define o conhecimento tendo
em conta a conceptualização do currículo escolar acima
Auto-avaliação apresentada?
3. Que visão de educação subjaz ao currículo escolar descrito
acima?
4. Comparando com o processo de ensino e aprendizagem
decorrente nas nossas instituições de ensino, diga de que forma
os professores fazem transparecer nas suas aulas o currículo
escolar?
Unidade N0 14-A0014
Tema: A administração escolar
Introdução
A Administração Escolar como o estudo da organização e do
funcionamento de uma escola ou de um sistema escolar, tem
como objectivo educar as crianças, os jovens e até mesmo os
adultos. É tarefa diferente de qualquer outra, muito mais
complexa, pois envolve elementos humanos e materiais, sem
comparação possível com os da indústria. A A.E. é um meio para
alcançar o fim e não um fim em si. Não devemos exagerar a
importância da técnica, atitude muitas vezes contraproducente,
justamente porque o entusiasmo em seu emprego pode levar um
novato a considerá-la como principal. Ela deve favorecer a
obtenção de melhores resultados
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Reconhecer a diferença entre a administração escolar e de outras


instituições.
 Delimitar administração escolar.
 Conceituar a administração escolar.
Objectivos

Sumário
Administração escolar ou educacional
Conceito e delimitação
Administração Escolar (A.E.) é o estudo da organização e do
funcionamento de uma escola ou de um sistema escolar, de
acordo
com uma finalidade, de modo a satisfazer as exigências da
Política de Educação e aos requisitos da moderna Pedagogia. É
uma
parte da administração pública, especializada, referindo-se,
também, a empreendimentos particulares, visto que várias
instituições
mantêm estabelecimentos de diferentes graus de ensino e em
cada um deles são aplicados os mesmos princípios
administrativos.
Vimos que a Administração tem por finalidades conseguir
alguma coisa feita com economia de tempo etc. Em A.E., o
objectivo é
educar as crianças, os jovens e até mesmo os adultos. É tarefa
diferente de qualquer outra, muito mais complexa, pois envolve
elementos humanos e materiais, sem comparação possível com
os da indústria. A A.E. é um meio para alcançar o fim e não um
fim
em si. Não devemos exagerar a importância da técnica, atitude
muitas vezes contraproducente, justamente porque o entusiasmo
em
seu emprego pode levar um novato a considerá-la como
principal. Ela deve favorecer a obtenção de melhores resultados,
sem exigir
esforços demasiados. É a parte mais importante da administração
pública, serviço a que chamaríamos “básico”, porque da
educação
do povo advêm todas as melhorias sociais e económicas. Ela
envolve não só crianças, pais, mestres e funcionários, mas toda a
colectividade e até os próprios interesses nacionais.
Para conceituá-la e delimitar seu campo de acção, usaremos o
conceito aprovado pelo 1º Simpósio de A.E., realizado em São
Paulo, na Faculdade (Fa) de Filosofia (Fi) da Universidade de
São Paulo (U.S.P.), em Fevereiro de 1961:
“ A Administração Escolar supõe uma filosofia e uma política
directoras preestabelecidas; consiste no complexo de processos
criadores de condições adequadas às actividades dos grupos que
operam em divisão de trabalho; visa a unidade e a economia de
acção, bem como o progresso do empreendimento. O complexo
de processos engloba as actividades específicas – planejamento,
organização, assistência à execução (gerência), avaliação dos
resultados (medidas), prestação de contas (relatório), e se aplica a
todos os sectores da empresa: pessoal, material, serviços,
financiamento.
O professor José Querino Ribeiro, catedrático da Fa Fi da
U.S.P., que chefiou o Grupo II do Simpósio, definira A.E. como
“o
complexo de processos cientificamente determinados que,
atendendo a certa Filosofia e a certa Política da Educação,
desenvolvemse
antes, durante e depois das actividades escolares, para garantir
unidade e economia”.
O padre António da Silva Ferreira, professor da Fa Fi de
Lorena (São Paulo), modificou um pouco essa definição: “é o
estudo
científico dos processos que se desenvolvem antes, durante e
depois das actividades escolares e que sejam mais aptos para
garantir
a consecução dos objectivos educacionais da Escola, com
unidade e economia”.
Ayres Bello diz que “A.E. é um ramo da Ciência Administrativa,
tendo como objecto próprio o estudo dos métodos e processos
mais eficientes e práticos de se organizar e administrar um
sistema escolar ou uma escola, em ordem aos ideais e objectivos
visados
pelo trabalho educativo”.
Em resumo, a A.E. deve facilitar a tarefa educativa,
proporcionando todas aquelas medidas indicadas como eficientes.
Vimos que a A.E. “supõe” uma Filosofia e sabemos que a
Pedagogia é considerada a aplicação prática de seus princípios.
De
Houvre afirma que a Pedagogia é “a pedra de toque não só da
Psicologia, senão de toda a Filosofia, valendo os sistemas
educacionais o que valem as concepções do homem e da vida,
perfilhadas por seus autores”. (Philosophie Pédagogique, XVII).
Assim vemos, na história dos povos, variar a educação de acordo
com a filosofia que aí predomina. A Sociologia e outras ciências
educacionais, com a Filosofia, determinam o objectivo. Esse deve
traduzir o ideal do povo e cabe à A.E. a tarefa de realizá-lo.
“Supõe”, também, uma política de educação. Os problemas da
colectividade são considerados pelos governantes através do
prisma
dos princípios filosóficos sociais dominantes em suas
agremiações políticas. Nem sempre, porém, os eleitos podem ser
considerados como representantes da maioria, já que a grande
maioria não se manifesta, não vota, e quando o faz é visando ao
próprio interesse. Além disso, há diferença representativa no voto
de um pai de muitos filhos e o de um solteiro; o primeiro
representa o pensar de muitos, mas, numericamente, vale tanto
quanto o outro, cujos pontos de vista não podem ser os mesmos,

que não enfrenta os problemas de família.
Marcel Demongeot (Le meilleur Regime Plítique Selon Saint
Thomas) confirma que os regimes políticos variam de acordo
com o
ideal que os inspira. A influência política se faz sentir na
elaboração das leis. Por exemplo: a abertura de novas escolas é
determinada por Lei, cabendo ao Poder Executivo a parte
administrativa.
A A.E. sofre a influência de outras ciências relacionadas com a
educação, tais como Psicologia, Pedagogia, História da
Educação.
Sociologia Educacional, Estatística, Higiene Escolar. Daí a razão
de muitas determinações, quanto à capacidade das salas de aulas,
matrículas, iluminação, e tantas outras exigências que visam a
obtenção de resultados sempre melhores, sem perda de recursos
materiais e humanos, acompanhando as modificações sociais e
científicas, empregando a técnica mais aconselhada em cada
caso.
Como em qualquer outra Administração, seus objectivos devem
ser bem definidos e alcançados em sua essência, embora um ou
outro pormenor de menor importância possa escapar.
A principal preocupação da A.E., hoje em dia, é educar para a
vida. Dewey escreveu que “a educação não é tanto a preparação
para
a vida senão a própria vida; na escola a criança deve viver e não
estudar a vida”. Para isso, precisamos deixar de lado a instrução
verbalística, livresca, que exige decoração e conserva o aluno
como uma estátua na carteira, sem liberdade para falar ou
perguntar o
que interessa. Hoje, fala-se mais em educar em vez de instruir
somente. Tem-se por objectivo formar a personalidade, dando ao
aluno o domínio de si mesmo, hábitos sadios, consciência de seus
deveres e direitos, integrando-o no meio social em que irá viver;
enfim, formar-lhe o carácter.
A A.E. dirige os Sistemas Escolares, isto é, o conjunto de escolas
que promovem a educação no país ou em um Município. É
responsável pelo êxito do desenvolvimento do programa de acção
e, põe isso, deve ter em seu corpo social pessoas competentes
que ocuparão os cargos executivos: ministros, inspectores,
directores. Se qualquer empresa precisa de bons administradores,
muito
maior cuidado deve ter a A.E. Não basta ser pessoa culta; precisa
estar actualizada em problemas educacionais e ter capacidade
para dar à Administração a necessária flexibilidade, de modo a
satisfazer todos os interesses em jogo.
Quem primeiro usou o nome de Administração Escolar foi
Compayré, em 1892, quando escreveu seu livro sobre a
Educação em
França – Pedagogie Pratique et Administration Scolaire. Só no
início deste século XX começaram a aparecer nos Estados
Unidos
os primeiros estudiosos do problema, procurando aplicar ao
ensino a doutrina de Fayol. Actualmente, a maioria das obras
conhecidas nos vêm dela e, entre os que se dedicaram ao assunto,
destacaremos Jesse Sears, professor da Universidade de
Stanford, o primeiro a formular princípios para a nova ciência,
adoptando os cinco elementos de Fayol mudando, apenas,
previsão
por planejamento, nome mais adequado.
Elementos da administração escolar:
No Simpósio de A.E., anteriormente citado, sugeriu-se uma nova
orientação quanto aos elementos da A.E., que deve ser adoptada
entre nós: 1º Planejamento; 2º Organização; 3º Assistência à
execução; 4º A avaliação dos resultados; 5º Relatório. Uma
rápida
referência a cada um, já que no decorrer do programa trataremos
detalhadamente deles, com todos os assuntos devidamente
especificados, dentro dessa divisão:
1º Planejamento – É o estudo que se faz sobre o problema a
resolver. Primeiro deve-se ter em vista o objectivo; conhecer o
meio
onde se vai trabalhar; fazer levantamento dos dados elucidativos,
estudá-los, separá-los, compará-los, examiná-los enfim, de todos
os modos, para que fique bem conhecido e possa ser indicada
uma solução. De acordo com esses dados, elaboram-se os
primeiros
planos ou anteprojectos, que serão discutidos, estudados em
todos seus aspectos, modificados se necessário, até se encontrar o
plano definitivo. É uma fase demorada, mas não podemos tomar
decisões apressadas ou improvisar em matéria de tal relevância.
Geralmente, em Administração Pública, esse plano definitivo é
submetido a aprovação da Assembleia que o transforma em lei,
de
acordo com os objectivos preestabelecidos.
2º Organização – É a parte de estruturação, como em qualquer
empresa. Estruturação de órgãos administrativos necessários ao
serviço, localizando-os de acordo com o sector; provimento dos
cargos com pessoal competente; compra de material didáctico,
material de consumo, mobiliário etc. regulamentação das
atribuições da cada um, obedecendo ao princípio de ordem (cada
um em
sua função) e estabelecendo as inter-relações, bem como
definição de responsabilidades; elaboração de um regimento
interno. A
Administração deve seleccionar o pessoal, segundo um critério
de investidura, remoção, aposentação, remuneração, concursos,
etc.
Cuidará das instalações, prédio com modernos requisitos,
equipamento, material padronizado, tendo em vista sua
estilização,
aquisição, estocagem, distribuição e conservação, reparação,
preço de custo. Serão instalados e supridos os serviços
administrativos
propriamente ditos, como secretaria, arquivo, cooperativa,
orientação educacional, transporte, lanche. Deve contar com um
capital
ou crédito equivalente, além de uma reserva para as
eventualidades, custeio e imprevistos.
3º Assistência à execução – É o Comando. Foi adoptada essa
denominação porque o Director não deve ser apenas um
indivíduo
que dá ordens. Ele deve dar toda a assistência a seus auxiliares,
para que possam executar bem suas tarefas. Para isso, deverá
fazer
a verificação prévia das condições em que tudo se acha, antes do
início dos trabalhos, evitando que qualquer falha possa
prejudicálos.
Deve executar o comando no sentido de ordenar e ser obedecido.
Suas ordens devem ser claras, justas, exequíveis e legais.
Precisa orientar, através dos responsáveis, a maneira de
execução. Respeitar o princípio iniciativa que favorece a
estimulação e,
sobretudo, coordenar os esforços dos vários elementos que
formam o corpo social da estrutura, para esforços em sentidos
contrários
não anulem a obra educativa.
4º Avaliação de resultados – A A.E. precisa conhecer se o plano
está ou não dando resultado e essa avaliação não se mede em
dinheiro, como nas empresas comerciais, mas por medidas
quantitativas e qualitativas. As mediadas quantitativas referem-se
aos
dados de matrícula, frequência, tempo gasto, aproveitamento
escolar, despesas feitas. As qualitativas são avaliadas pela
apreciação
do grau de maior ou menor prestígio de que goza a escola, pela
integração da mesma no meio social, se satisfaz ou não as suas
necessidades, como é geralmente aceite o seu objectivo, como se
executam as suas tarefas. No aproveitamento escolar, começa-se
a
adoptar a avaliação por “conceitos”, também medidas
qualitativas.
5º Relatório – Será feito no fim de cada ano, com a apresentação
de resultados, ao mesmo tempo que fará uma análise crítica dos
factos, indicando onde e por que falharam as previsões,
terminando com sugestões que possam ser as mais indicadas no
saneamento das falhas porventura existentes.
Administração escolar e Leis:
Embora matéria de Direito, precisamos conhecer um pouco a
hierarquia das Leis, pois muitas vezes surgem casos que a A.E.
precisa resolver e nem todas as leis têm a mesma autoridade.
A Lei fundamental de uma Nação é a Constituição. Ela define
sua organização política, estabelece os direitos do homem e do
cidadão, determina o que é da competência do Estado. Quando há
competências para o Estado e havendo Municípios legislando
sobre o mesmo assunto, a lei que prevalece é a do Estado. Esta
prevalece sobre a municipal, de tal modo que, Municípios, em
suas
leis, não podem inserir dispositivos que contrariem uma lei do
Estado. Só quando o assunto é de competência exclusiva dos
Municípios, podem legislar livremente. Em matéria do ensino por
exemplo, a Lei do Sistema Nacional de Educação (S.N.E) no
caso de Moçambique, estando esta, coberta pela Constituição,
deve ser observada por todos os Municípios. Portanto, os
Municípios
não devem desprezar a Lei Fundamental, sob pena de
inconstitucionalidade.

Exercícios

1 – Quais os elementos que constituem a administração escolar,


segundo o sugerido no simpósio de A.E., anteriormente citado,
como nova orientação quanto aos elementos da A.E., que devem
Auto-avaliação ser adoptados? Resposta: Os elementos que constituem uma
nova orientação na Administração escolar, segundo o Simpósio
de A.E., que devem ser adoptados são:
1º Planeamento;
2º Organização;
3º Assistência à execução;
4º A avaliação dos resultados;
5º Relatório.
Unidade N0 15-A0014
Tema: Tipos e conceitos da
administração escolar
Introdução
Falar de organização remete-nos também ao seu sinonimo. já
imaginou a amplitude deste vocábulo? O que seria o mundo da
desorganização? O que é mesmo organização? Abrange uma
serie de actos e procedimentos ,desde os mais simples aos mais
complexos.
Pode-se encontrar vários conceitos ,como por exemplo; o modo
como se organiza um sistema. A forma escolhida para arranjar,
dispor ou classificar objectos, documentos e informações.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Conhecer vários conceitos sobre administração escolar.


 Conhecer vários tipos de administração escolar. .
 Reflectir sobre vários tipos de administração escolar.
Objectivos

Sumário
Tipos e conceito de administração
escolar
- José Querino Ribeiro: A.E. é complexo de processos
cientificamente determinados que, atendendo a certa
Filosofia e a certa Política da Educação, desenvolvem-se
antes, durante e depois das actividades escolares para
garantir unidade e economia.
- António da Silva Ferreira: A.E. é o estudo cientifico dos
processos que se desenvolvem antes, durante e depois das
actividades escolares, e que sejam mais aptos para garantir
a consecução dos objectivos educacionais da Escola, com
unidade e economia.
- Aires Bello: A.E. é um ramo da Ciência Administrativa,
tendo como objecto próprio o estudo dos métodos e
processos mais eficientes e práticos de se organizar e
administrar um sistema escolar ou uma escola, em ordem
aos ideais e objectivos visados pelo trabalho educativo. Em
resumo: a A.E. deve facilitar a tarefa educativa,
proporcionando todas aquelas medidas indicadas como
eficientes.
- Segundo Marcel Demongeot: A.E. sofre a influência de
outras ciências relacionadas com a educação, tais como
Psicologia, Pedagogia, História da Educação, Sociologia
Educacional,Estatistica,Higiene escolar

Tipos de Administração Escolar


A partir da concepção de educação, temos o tipo de
administração escolar:
– humanista tradicional,
– humanista moderna ou
– humanista progressista.

Exercícios

1 – Segundo Marcel Demongeot, quais as outras ciências


relacionadas com a educação que influenciam a Administração
escolar?.
Auto-avaliação Resposta: As outras ciências relacionadas com a educação
que influenciam a Administração escolar são: Psicologia,
Pedagogia, História da Educação, Sociologia Educacional,
Estatística, Higiene escolar.
Unidade N0 16-A0014
Tema: Tarefa actual da
administração escolar
Introdução
A tarefa actual da A.E. é interpretar as finalidades e
objectivos educacionais e transformá-los em acção
organizacional, através do
planeamento, organização, direcção e controle, e interpretar
e compreender os fenómenos e comportamentos que
ocorrem dentro das organizações educativas,
nomeadamente o poder, a tecnologia, a comunicação, a
participação e a inovação.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Saber qual a principal preocupação da administração escolar


hoje em dia.
 Reflectir sobre a tarefa actual da A.E.
Objectivos

Sumário
Tarefa actual da Administração
Escolar
A principal preocupação da A.E., hoje em dia, é educar para
a vida.
- Dewey escreveu que “a educação não é tanto a
preparação para a vida senão a própria vida; na escola, a
criança deve viver e não estudar a vida”. Para isso,
precisamos deixar de lado a instrução verbalista, livresca,
que exige decoração e conserva o aluno como uma estátua
na carteira, sem liberdade para falar ou perguntar o que
interessa. Hoje, fala-se mais em educar em vez de instruir
somente.
A A.E. dirige Sistemas Escolares, isto é, o conjunto de
escolas que promovem a educação no país ou numa
província ou num município.
A A.E. é responsável pelo êxito do desenvolvimento do
programa de acção e, por isso, deve ter no seu corpo social
pessoas competentes que ocuparão os cargos executivos:
ministros, inspectores, directores.
Não basta ser uma pessoa culta; é preciso estar actualizado
em problemas educacionais e ter capacidades para dar à
Administração a necessária flexibilidade, de modo a
satisfazer todos os interesses em jogo.
- João Formosinho: A tarefa actual da A.E. é, portanto,
interpretar as finalidades e objectivos educacionais e
transformá-los em acção organizacional, através do
planeamento, organização, direcção e controle, interpretar
e compreender os fenómenos e comportamentos que
ocorrem dentro das organizações educativas,
nomeadamente o poder, a tecnologia, a comunicação, a
participação e a inovação.

Exercícios

1 – Se “A educação não é tanto a preparação para a vida


senão a própria vida-segundo Dewey, diga qual a principal
preocupação da Administração escolar hoje em dia?
Auto-avaliação
Resposta: A principal preocupação da Administração
escolar hoje em dia é educar para a vida.
Unidade N0 17-A0014

Tema: A administração de espaços


físicos da escola
Introdução
Prezado estudante, seja bem vindo a unidade sobre espaços
específicos da escola. A escola bem como qualquer organização
social, tem regras ou critérios para o seu funcionamento. Uma
das regras é estar dotada de espaços reservados para actividades
especificas.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Caracterizar os espaços específicos da escola;


 Divulgar as dimensões de espaços específicos da escola;
 Explicar as actividades de cada espaços específicos da escola;
Objectivos  Descrever a localização dos espaços específicos da escola;
 Compreender os critérios sobre os espaços específicos da
escola.

Sumário
Espaços Específicos da Escola

De acordo com a listagem referida no número anterior, para cada


espaço específico são definidas nos pontos seguintes as
exigências funcionais, construtivas, de interligação com outros
espaços e de localização no conjunto escolar:
1. Sala de Aula na Escola: É o espaço de ensino onde têm
lugar as diversas actividades diárias. É aconselhável
agrupar as salas de aula em núcleos de ensino constituídos
por 2 ou 3 salas de aula com alguns espaços de uso
comum, tais como o de educação plástica, uma instalação
sanitária e arrecadação de material didáctico:

a) Actividades predominantes: trabalho sentado à mesa,


individual ou em grupo; trabalho de pé em mesa, bancada,
expositor ou quadro; projecções, exposições;
b) Dimensões: área útil: 48 m2 (mínimo) e pé-direito:
3,20 m;
c) Localização: preferencialmente em piso térreo, com
acesso fácil ao exterior;
d) Exigências construtivas:
 Fenestração: área envidraçada equivalente a 15 a 25%
da área do pavimento, conforme a zona climática. A
orientação geográfica da fenestração das salas de aula deve
privilegiar o quadrante Sudeste-Sul- Sudoeste;
 Revestimentos: pavimento macio e lavável; paredes
não abrasíveis; lambril lavável até 2,00 m de altura e
resistente ao desgaste; as paredes interiores confinantes
com as salas de aula, devem ser concebidas e construídas
de forma evitar entre elas a transmissão de ruídos; tecto
poroso, eventualmente com revestimento acústico;
 Instalações técnicas: instalação eléctrica para
iluminação artificial e tomadas para fins diversos
(computador, TV, audiovisuais, etc.), tomada de recepção
de sinal de TV;
e) Equipamento fixo: bancada à altura de 0,75 m, com
ponto de água e esgoto; quadros de escrita (a giz e a
marcadores); expositores; ecrã para projecção; régua de
cabides;
f) Espaços anexos: espaço para educação plástica, - que
pode ser integrado em cada uma das salas de aula ou
preferencialmente servir a um núcleo de ensino.
2. Educação Plástica na Escola: É um espaço oficina para
actividades que produzem sujidade.

a) Actividades predominantes: trabalhos de pé, em


pequenos grupos, com água, tintas, colas, barro e outros
materiais; construções simples em madeira, metal, etc;
b) Dimensões: área útil: 7 m2 (mínimo) por sala de aula
e pé-direito: 2,70 m;
c) Localização: em cada núcleo de ensino, podendo
servir a 2 ou 3 salas de aula, ou como recanto da própria
sala, quando nela integrado;
d) Exigências construtivas:
 Fenestração: área envidraçada equivalente a 15 a 25%
da área do pavimento, conforme a zona climática, com
orientação preferencial a Norte/ Nascente; caixilharia
basculante, alta;
 Revestimentos: pavimento lavável, resistente ao
impacto e à corrosão; paredes não abrasíveis; lambril lavável
até 2,00 m de altura; tecto poroso;
 Instalações técnicas: instalação eléctrica para
iluminação artificial e tomadas para fins diversos.
e) Equipamento fixo: bancada à altura de 0,75 m, com
ponto de água e esgoto; expositor; régua de cabides.

3. Biblioteca na Escola: É um espaço de trabalho e de


lazer, para alunos e para professores, em condições de
tranquilidade e silêncio. Em escolas de grande
capacidade a biblioteca pode ser composta por zonas
diferenciadas: acolhimento, leitura informal e jogos,
biblioteca, meios audiovisuais e informáticos e arquivo:

a) Actividades predominantes: leitura,


estudo, consulta, investigação individual ou em grupo;
utilização de equipamento audiovisual; projecções;
reuniões, exposições; jogos de mesa, etc;
b) Dimensões: área útil variável,
consoante a capacidade da escola e o número de utentes a
prever caso a caso; pé-direito: 3,00 m;
c) Localização preferencial: em piso
térreo, junto aos espaços sociais, com acesso fácil pelo
átrio principal;
d) Exigências construtivas:
 Fenestração: área envidraçada
equivalente a 15 a 25% da área do pavimento, conforme
a zona climática, com orientação preferencial a Sul e
elementos protectores da entrada de sol directo. Vãos
protegidos contra intrusão;
 Revestimentos: pavimento
confortável, não reflector de som; paredes não abrasíveis;
tecto com painéis acústicos;
 Instalações técnicas: instalação
eléctrica para iluminação artificial e tomadas para fins
diversos (TV, equipamento audiovisual, computador,
etc.), tomada de recepção de TV.
e) Equipamento fixo: expositores, ecrã
para projecção e régua de cabides;
f) Espaços anexos: Informática; arquivo
de documentação.

Sala Polivalente-Refeitório: É o local da escola destinado às


actividades educativas, lúdicas e sociais que requerem espaço
amplo e pé direito elevado, servindo igualmente como espaço de
refeições. Em alguns casos, nomeadamente escolas de grandes
dimensões, poderá justificar-se um espaço próprio para as
refeições que deverá ser contíguo à sala polivalente. A sala
polivalente/refeitório deverá ter uma área útil variável, calculada
caso a caso, admitindo que nem todos os alunos almoçam na
escola:

a) Actividades predominantes: educação


físico-motora; expressão dramática; convívio,
festas, reuniões, projecções; recreio; refeições
(quando não exista refeitório);
b) Dimensões: Área útil variável,
consoante a capacidade da escola e pé-direito:
variável de acordo com a área (3,00 m a 4,80 m);
c) Localização preferencial: em piso
térreo, com acesso fácil ao recreio;
d) Exigências construtivas:

 Fenestração: área envidraçada


equivalente a 15% a 25% da área do pavimento,
conforme a zona climática, com orientação
preferencial aos quadrantes Sul/Nascente;
possibilidade de obscurecimento parcial;
 Revestimentos: pavimento
confortável, lavável e antiderrapante; paredes não
reflectoras de som; lambril lavável e resistente ao
desgaste até 1,5Om de altura; tecto poroso não
reflector de som;
 Instalações técnicas: instalação
eléctrica para iluminação artificial; tomadas para
diversos fins; tomada de recepção de TV;
e) Equipamento fixo: 2 a 5 pontos de
água em lava-mãos, à altura de 0,75 m do
pavimento e respectivo esgoto, quando sirva de
refeitório; expositores; réguas de cabides;
f) Espaços anexos: arrecadação geral;
cozinha (quando sirva de refeitório).

De acordo com a listagem referida no número anterior, para cada


espaço específico são definidas nos pontos seguintes as
exigências funcionais, construtivas, de interligação com outros
espaços e de localização no conjunto escolar: a sala de aula na
escola: é o espaço de ensino onde têm lugar as diversas
actividades diárias. A educação plástica na escola: é um espaço
oficina para actividades que produzem sujidade. A biblioteca na
escola: é um espaço de trabalho e de lazer, para alunos e para
professores, em condições de tranquilidade e silêncio.

Em escolas de grande capacidade a biblioteca pode ser composta


por zonas diferenciadas: acolhimento, leitura informal e jogos,
biblioteca, meios audiovisuais e informáticos e arquivo. Portanto,
sala polivalente-refeitório: é o local da escola destinado às
actividades educativas, lúdicas e sociais que requerem espaço
amplo e pé direito elevado, servindo igualmente como espaço de
refeições. Em alguns casos, nomeadamente escolas de grandes
dimensões, poderá justificar-se um espaço próprio para as
refeições que deverá ser contíguo à sala polivalente. A sala
polivalente/refeitório deverá ter uma área útil variável, calculada
caso a caso, admitindo que nem todos os alunos almoçam na
escola.

Exercícios

1. A sala de aula na escola: é o espaço de ensino onde têm lugar as


diversas actividades diárias. O que se aconselha sobre este espaço?

2. Qual e o revestimento que deve ser feito na sala de aulas?


Auto-avaliação
3. O se deve ter em conta na construção de sala para educação plástica na
escola?
Unidade N0 18-A0014

Tema: Instalações sanitárias na


escola
Introdução
Prezado estudante, seja bem vindo a unidade sobre as instalações
sanitárias na escola. Os sanitários dos alunos devem localizar-se
dispersos pela escola não devendo agrupar-se em unidades
devendo estar assinadas e com uma área recomendada mais
adiante.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre o tema


proposto na presente unidade.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Conhecer os critérios para instalações sanitárias na escola;


 Divulgar os critérios para instalações sanitárias na escola;
 Explicar os critérios para instalações sanitárias na escola;
Objectivos  Descrever os critérios para instalações sanitárias na escola;
 Compreender os critérios para instalações sanitárias na escola.

Sumário
Instalações Sanitárias na Escola

1. Instalações Sanitárias dos Alunos


Os sanitários dos alunos devem localizar-se dispersos pela escola
não devendo agrupar-se em unidades (F + M) com área superior
a 25 m2. Não são permitidos sanitários de alunos sem ventilação e
iluminação naturais. Devem ser separados por sexos e equipados,
na seguinte proporção:

 Femininos: 2 sanitas e 2 lavatórios,


para 25 alunas;
 Masculinos: 1 sanita, 2 urinóis e 2
lavatórios para 25 alunos.
a) Dimensões: área: variável e
pé direito: 2,70 m;
b) Localização: junto a cada
núcleo de ensino; uma unidade de
instalações sanitárias deve localizar-se
perto da sal polivalente com acesso
fácil do recreio exterior, e equipada
com 1 cabina de banho com água
quente para cada sexo;
c) Exigências construtivas:
 Fenestração: vãos
altos, basculantes, orientados
preferencialmente a Norte;
 Baias de separação
das sanitas até à altura de 2,00
m, com porta sem fechadura,
elevada a 0,15 m do pavimento;
 Revestimentos:
pavimento lavável e anti-
derrapante; paredes e baias
laváveis até 2,00 m de altura;
tecto poroso;
 Instalações técnicas:
instalação eléctrica para
iluminação artificial e para
instalação de exaustores;
d) Equipamento fixo: espelhos;
régua de cabides; suportes de papel
higiénico; suportes de toalhetes de
papel.

2. Instalações Sanitárias para Deficientes

Deve existir pelo menos uma instalação sanitária para deficientes


que utilizam cadeira de rodas, equipada com 1 lavatório, 1 sanita
apropriada e 1 lava-pés. A sanita deve estar colocada a meio de
uma parede e ter, de cada lado, barras de apoio articuladas de
modo a permitir uma melhor abordagem da cadeira de rodas. A
porta de acesso será de abrir para fora ou de correr, com folha de
0,90 m:

a) Dimensões mínimas: área 5,00 m2;


comprimento 2,20 m; largura: 2,20 m e
pé direito: 2,70 m;
b) Localização: junto à zona de refeitório;
c) Exigências construtivas:
 Fenestração: vãos altos,
orientados para qualquer
quadrante;
 Revestimentos: pavimento
lavável; paredes laváveis e
impermeáveis até à altura de
2,00 m com tecto poroso;
 Instalações técnicas: instalação
eléctrica para iluminação
artificial;
 Equipamento fixo: duas barras
de apoio articuladas; espelho;
suporte de papel higiénico;
suporte de toalhetes de papel.
3. Instalações Sanitárias para Docentes e
Outros Funcionários

De acordo com as dimensões da escola poderão existir


instalações sanitárias individualizadas para professores e outros
eventuais adultos (F+ M), para assistentes de educação e outros
funcionários (F+ M) e para o pessoal de cozinha. Deve ser
respeitada a proporção de uma sanita e um lavatório para 14
utentes:

a) Dimensões: área: variável de acordo


com o número de utentes e pé direito:
2,70 m;
b) Localização: perto das zonas
respectivas: sala de professores, sala
polivalente, etc;
c) Equipamento fixo: espelhos; suportes
de papel higiénico; suportes de
toalhetes de papel.

Os sanitários dos alunos devem localizar-se dispersos pela escola


não devendo agrupar-se em unidades (F + M) com área superior
a 25 m2. Não são permitidos sanitários de alunos sem ventilação e
iluminação naturais. Devem ser separados por sexos e equipados,
na seguinte proporção: femininos: 2 sanitas e 2 lavatórios, para
25 alunas e masculinos: 1 sanita, 2 urinóis e 2 lavatórios para 25
alunos. Deve existir pelo menos uma instalação sanitária para
deficientes que utilizam cadeira de rodas, equipada com 1
lavatório, 1 sanita apropriada e 1 lava-pés. A sanita deve estar
colocada a meio de uma parede e ter, de cada lado, barras de
apoio articuladas de modo a permitir uma melhor abordagem da
cadeira de rodas. A porta de acesso será de abrir para fora ou de
correr, com folha de 0,90 m. De acordo com as dimensões da
escola poderão existir instalações sanitárias individualizadas para
professores e outros eventuais adultos (F+ M), para assistentes de
educação e outros funcionários (F+ M) e para o pessoal de
cozinha. Deve ser respeitada a proporção de uma sanita e um
lavatório para 14 utentes.

Exercícios

1. Onde devem estar localizados sanitários dos alunos?

Auto-avaliação
2. Como é que devem estar equipados os sanitários dos alunos?

3. Explique as exigências construtivas para instalação sanitária


para deficientes.
Unidade N0 19-A0014
Tema: Átrios e circulações escolares
Introdução
Prezado estudante, seja bem vindo a unidade sobre os átrios e
circulações escolares. Tal com temos estado discutir ao longo das
unidades, também é necessário observar um conjunto de
recomendações sobre os átrios e circulações escolares.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre o tema


proposto na presente unidade.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Caracterizar os critérios para os átrios e circulações escolares;


 Divulgar os critérios para os átrios e circulações escolares;
 Explicar os critérios para os átrios e circulações escolares;
Objectivos  Descrever os critérios para os átrios e circulações escolares;
 Compreender os critérios para os átrios e circulações escolares.

Sumário
Átrios e Circulações Escolares

Deve existir um átrio principal que assinale a entrada da escola,


sendo esta protegida exteriormente por um coberto sobre portas a
abrir para fora. A entrada no edifício escolar deve situar-se em
local visível da rua e a pouca distância do portão de entrada dos
alunos no recinto escolar. As circulações interiores a utilizar
pelos alunos, quando exclusivamente para esse fim, devem ser
reduzidas ao mínimo indispensável, não ultrapassando 20% da
área total útil da construção.

Podem considerar-se alargamentos nas circulações como lugares


de convívio ou de espera. É conveniente criar locais para encosto
de cacifos individuais dos alunos, sem que isso reduza a largura
mínima atribuída às circulações. Nas galerias devem existir
saídas laterais para o exterior, especialmente naquelas em que se
preveja a confluência simultânea de mais de 60 alunos:

a) Actividades: recepção; circulação,


convívio, espera;
b) Dimensões:
 Larguras: corredores - 1,80 m;
- galerias - 2,80 m;
 Rampas: 1,00 m
(comprimentos até 6 m, declive até 6%);
 Escadas: 1,40 m; duas
unidades de passagem (1 up=0,60) e dois
corrimãos.
 Patamares: 1,50 X 2,80m. Não
são permitidas portas a abrir sobre o patamar.
 Degraus: número máximo por
lance - 12; cobertor - 0,30 m; espelho - 0,16 m;
 O focinho deve ser assinalado
com textura e cor; não são permitidos degraus
sem espelho.
 Não são permitidas escadas
com bomba entre lances nem escadas de caracol
para uso dos alunos.
 Pé direito: 3,00 m.
c) Exigências construtivas:
 Fenestração: lateral, nas galerias, orientada para
qualquer quadrante, evitando o poente;
 Revestimentos: pavimentos laváveis, resistentes e
anti-derrapantes; paredes não abrasíveis; lambril
lavável e resistente ao impacto até 1,50m de
altura; tecto poroso, eventualmente com
revestimento não reflector de som;
 Instalação eléctrica para iluminação artificial,
sinalização de saídas de emergência.
d) Equipamento fixo: expositores; réguas
de cabides; suportes para extintores.

Deve existir um átrio principal que assinale a entrada da escola,


sendo esta protegida exteriormente por um coberto sobre portas a
abrir para fora. A entrada no edifício escolar deve situar-se em
local visível da rua e a pouca distância do portão de entrada dos
alunos no recinto escolar. As circulações interiores a utilizar
pelos alunos, quando exclusivamente para esse fim, devem ser
reduzidas ao mínimo indispensável, não ultrapassando 20% da
área total útil da construção.

Podem considerar-se alargamentos nas circulações como lugares


de convívio ou de espera. É conveniente criar locais para encosto
de cacifos individuais dos alunos, sem que isso reduza a largura
mínima atribuída às circulações. Nas galerias devem existir
saídas laterais para o exterior, especialmente naquelas em que se
preveja a confluência simultânea de mais de 60 alunos.
Exercícios

1. Explique como deve estar disposto átrio na escola?


Auto-avaliação

2. Onde se deve situar a entrada do edifício escolar?

3. Que espaco deve ocupar as circulações interiores dos alunos?


Unidade N0 20-A0014
Tema: Seguranças dos espaços
escolares
Introdução
Prezado estudante, seja bem vindo à unidade sobre a segurança
dos edifícios e recintos escolares. Para garantia da segurança
contra incêndio em edifícios escolares deve atenderse às
exigências do regulamento de segurança contra incêndio em
edifícios escolares.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre o tema


proposto na presente unidade.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Conhecer os critérios de segurança dos edifícios e recintos


escolares;
 Divulgar os critérios de segurança dos edifícios e recintos
escolares;
Objectivos
 Explicar os critérios de segurança dos edifícios e recintos
escolares;
 Descrever os critérios de segurança dos edifícios e recintos
escolares;
 Compreender os critérios de segurança dos edifícios e recintos
escolares.

Sumário
Segurança dos Edifícios e Recintos
Escolares
Os edifícios e os recintos escolares devem ser concebidos e
construídos tendo em atenção as condições e os tempos de
evacuação face a eventuais situações de incêndio, de risco
iminente ou de pânico. Para garantia da segurança contra
incêndio em edifícios escolares deve atenderse às exigências do
regulamento de segurança contra incêndio em edifícios escolares:

a) O edifício no seu conjunto, assim


como as diversas partes constituintes,
devem apresentar estabilidade e
resistência mecânica aos esforços que
podem ocorrer durante o tempo de
vida útil do edifício;
b) As estruturas dos edifícios devem
poder desempenhar com segurança a
função a que se destinam, devendo a
segurança ser entendida e avaliada em
conformidade com o disposto nos
regulamentos nacionais e noutros
documentos normativos aplicáveis;
c) As instalações e os equipamentos
eléctricos devem ser concebidos e
localizados por forma a evitar a
ocorrência de acidentes pessoais
decorrentes do uso normal, como
electrocussão, explosão, queimaduras,
e a sua manobra deve fazer-se sem
perigo nem risco de lesões para os
utentes:
 O comando dos circuitos de
iluminação no exterior, nas zonas de circulação, nas
instalações sanitárias e no refeitório, só deve ser
possível a partir dos respectivos quadros eléctricos, os
quais devem ser instalados em armários fechados e
inacessíveis aos alunos. Todas as massas metálicas
devem ser ligadas à terra;
 Os aparelhos de iluminação e
restantes equipamentos eléctricos, localizados no
exterior, incluindo galerias exteriores, recreios cobertos
e alpendres, devem ser estanques;
 Os edifícios e os recintos
escolares situados em zonas não protegidas contra
descargas eléctricas devem ser protegidos com
instalação de pára-raios;
 O sistema de iluminação de
emergência deve ser concebido e instalado por forma a
funcionar durante o tempo suficiente para permitir a
evacuação de todos os ocupantes;
 Quando a escola se
desenvolver em mais de um piso, deve ser dotada com
um ou mais ascensores adequados à utilização por
deficientes motores. Os ascensores devem ser
concebidos e localizados por forma a evitar a
ocorrência de acidentes pessoais decorrentes do uso
normal e a sua manobra deve fazer-se sem perigo nem
risco de lesões para os utentes.

A utilização desses ascensores não deve ser permitida a outros


utentes, excepto em casos excepcionais. O elevador não pode ser
usado em caso de incêndio. As instalações e os equipamentos de
gás e outros combustíveis devem ser concebidos e localizados
por forma a evitar a ocorrência de acidentes pessoais decorrentes
do uso normal, nomeadamente devidos a asfixia, intoxicação,
explosão, queimaduras ou outras causas previsíveis, e a sua
manobra deve fazer-se sem perigo nem risco de lesões para os
utentes:

1. As instalações de gás estão limitadas à


cozinha e à central térmica para aquecimento de águas
para os balneários e aquecimento do ar ambiente (para
escolas que possuam sistemas activos de aquecimento);
2. As instalações de gás devem ser
projectadas para a utilização de gás natural, ainda que
só possam ser abastecidas com outro tipo de gás
disponível localmente, tal como o ar/propano, gás
propano ou butano;
3. As instalações de gás devem ser
projectadas por técnicos credenciados, de acordo com
as normas e regulamentos específicos, devendo ser
sempre licenciadas e vistoriadas pelas entidades
competentes.

A biblioteca/informática, a cozinha e as arrecadações em geral,


devem dispor de sistemas especiais de segurança contra intrusão,
nomeadamente fechaduras com chaves especiais, portas e janelas
reforçadas, estores metálicos e eventualmente dispositivos de
detecção e alarme adequados. Em caso de saídas de emergência,
os sistemas de segurança contra intrusão devem permitir a fácil
abertura pelo interior.

Dentro do edifício há que acautelar a segurança dos alunos contra


quedas acidentais. Não são permitidas portas de vaivém nos
espaços frequentados pelos alunos. As portas das cabinas das
instalações sanitárias devem ser dotadas de fechadura de
comando de modo a permitir que em caso de emergência, as
portas fechadas pelo interior possam ser abertas pelo exterior.

Para garantia da segurança contra incêndio em edifícios escolares


deve atenderse às exigências do regulamento de segurança contra
incêndio em edifícios escolares: o edifício no seu conjunto,
devem apresentar estabilidade e resistência mecânica aos
esforços que podem ocorrer durante o tempo de vida útil do
edifício; as estruturas dos edifícios devem poder desempenhar
com segurança a função a que se destinam; as instalações e os
equipamentos eléctricos devem ser concebidos e localizados por
forma a evitar a ocorrência de acidentes pessoais decorrentes do
uso normal.

O elevador não pode ser usado em caso de incêndio. As


instalações e os equipamentos de gás e outros combustíveis
devem ser concebidos e localizados por forma a evitar a
ocorrência de acidentes pessoais decorrentes do uso normal. A
biblioteca/informática, a cozinha e as arrecadações, devem dispor
de sistemas especiais de segurança contra intrusão. Dentro do
edifício há que acautelar a segurança dos alunos contra quedas
acidentais. Não são permitidas portas de vaivém nos espaços
frequentados pelos alunos. As portas das cabinas das instalações
sanitárias devem ser dotadas de fechadura de comando de modo a
permitir que em caso de emergência, as portas fechadas pelo
interior possam ser abertas pelo exterior.

Exercícios

1. Para a garantia da segurança contra incêndio em edifícios


escolares deve atenderse às exigências do regulamento de
segurança contra incêndio em edifícios escolares. Descreve 3

Auto-avaliação exigências referidas.

2. Comente a seguinte afirmação: dentro do edifício há que


acautelar a segurança dos alunos contra quedas acidentais.
Unidade N0 21-A0014
Tema: Relações de produção na
escola
Introdução
Prezado estudante, a escola é um lugar de formacao as mais
variadas areas do saber cientifico. Podemos afirmar claramente
que a escola é centro de reprodução das relações de produção não
há escola única.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre a o


tema proposto nesta unidade, sendo necessário usar todo
conhecimento que dispõe sobre a matéria.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Identificar as relações de produção na escola;


 Descrever as relações de produção na escola;
 Explicar o valor moral da escola na formação do Homem;
Objectivos  Relacionar a educação escolar e a formação do Homem.

Sumário
As Relações de Produção na Escola

A escola como centro de reprodução das relações de produção


não há escola única. Há graus de ensino onde alguns têm acesso
em nível decrescente quanto mais alto for o escalão acadêmico. A
partir do primário opera-se a divisão de duas redes de
escolarização de classes, na medida em que o ensino primário:

 Garante uma distribuição material,


repartição dos indivíduos nos dois
pólos da sociedade;
 Garante uma função política e
ideológica de inculcação.

A separação dos alunos em duas redes no ensino primário é o


meio e principio do funcionamento. Esta separação se efectua no
interior da escola primária, uma em direcção acadêmica, outra em
direcção profissional. Uma rede é primária profissional e outra
secundária superior. O prolongamento da escolaridade
obrigatória reforça o processo. A generalização da escolaridade
obrigatória única é a generalização da divisão. A inculcação
ideológica dá-se através das várias formas de saber, verdade,
cultura, gosto preciso. O talento dramático tem cada vez mais
importância na função hierárquica.

Na rede escolar o culto da arte, ciência pura, profundidade


filosófica, sutilezas psicológicas, são formas de inculcação
vinculadas a orientar a acção do educando conforme as normas
de direito, políticas hegemônicas, sendo representadas enquanto
deveres. A inculcação não se dá pelo discurso, mas através de
práticas de exercícios escolares onde a nota equivale ao salário,
recompensa pelo trabalho realizado. Da mesma maneira que o
mercado do trabalho é regulado pela competição, no interior da
escola ela é cultuada nos sistemas de promoção selectivos. O
aluno é obrigado a estar na escola e é livre para decidir se quer ou
não, ter êxito ou não, como o indivíduo é livre ante o mercado de
trabalho.

As práticas do ritualismo escolar, deveres, disciplinas, punições e


recompensas, constituem o universo pedagógico. A escola realiza
com êxito o processo de recalcamento de pontos de vista opostos
aos hegemônicos e esse sujeição condiciona a inculcação. O
trabalho é vagamente valorizado, enquanto artesanato, o processo
histórico é reduzido a um conjunto de guerras, datas e nomes cuja
finalidade principal é reduzir à insignificância o significativo:
dimensões sociais do histórico ou sua temporalidade. Veja-se por
exemplo, a dificuldade em convencer os historiadores de que o
presente também é história.

O aparelho escolar contribui para a reprodução da qualidade da


força de trabalho, na medida em que medeia o saber e regras de
conduta (ler, escrever e contar), que têm um destino produtivo.
Os alunos da rede escolar recebem também conteúdo científico.
Eis que o processo de escolarização contribui para a reprodução
das condições materiais de produção na medida em que a
produção social é uma transformação material da natureza,
supondo o conhecimento objectivo sob as mais variadas formas.
Todas as práticas escolares estão ao serviço da inculcação, que
pressupõe técnicas e métodos apropriados. A técnica escolar
formaliza os conteúdos de inculcação e os de saber positivo-as
disciplinas escolares-homogeneizando-as na medida em que são
ensinadas como regras escolares.

“ O conhecimento escolar é usado no quadro


de problemas surgidos da prática escolar com
objectivos definidos: dar notas, classificar e
punir ou premiar os indivíduos. Isso porque há
uma separação entre as práticas escolares e
as práticas produtivas em geral”.

A separação escolar é a chave na determinação do papel no


conjunto das relações da sociedade actual. Toda escolarização é,
por sua natureza, conservadora, pois é quem legitima a separação
entre consciência e a prática. A escola é regida pelo princípio da
contradição e não são categorias como psicologia do escolar,
normal/anormal e, sim, categorias como inculcação, submissão,
recalcamento, que podem explicar alguns fenômenos que
ocorrem nas estruturas escolares. Como Aparelho Ideológico, a
escola primária reflete uma unidade contraditória de duas redes
de escolarização. A escola favorece os favorecidos e desfavorece
os desfavorecidos e o princípio disso está na diferença social da
família.

Trata-se de perguntar a cada indivíduo como ele passou sua


infância pré-escolar, como determinante de sua escolaridade
individual ulterior. As classes sociais não podem ser pensadas
como a partir dos indivíduos. Elas não se reduzem a propriedades
sociais características de cada indivíduo. Essa visão atribui
importância à família, lugar material da primeira educação. A
explicação é regressiva, cronológica, individual.

Essa cronologia-família, escola primária, ginásio ou não-só existe


do ponto de vista do indivíduo. Na realidade, família, escola
primária, ginásio etc.
1. Preexistem ao próprio indivíduo;
2. Coexistem simultaneamente;
3. Mantém relações necessárias uns com
os outros.

O professor está ao serviço do aparelho escolar, não de sua


classe. À falta de base, um nível de ensino remete ao
imediatamente inferior e este à família, esquecendo que há duas
redes devido à relação social de produção. Se há famílias
providas e desprovidas é porque há duas classes. O
funcionamento do conjunto do aparelho escolar e o lugar da
escola primária no interior do aparelho escolar são definidos na
sua função de reprodução das relações de produção. O operário
reproduz-se enquanto tal na medida em que não tem elementos
de acumular e sim, somente, reproduzir sua força de trabalho.
Essa reprodução pode originar-se a partir da industrialização da
agricultura e empobrecimento das classes médias.

O aparelho escolar tem seu papel na reprodução das relações


sociais de produção quando:
a) Contribui para formar a força de
trabalho;
b) Contribui para inculcar a ideologia
hegemônica, tudo isso pelo mecanismo
das práticas escolares;
c) Contribui para reprodução material da
divisão de classes;
d) Contribui para manter as condições
ideológicas das relações de
dominação.

O aparelho escolar impõe a inculcação ideológica primária e é


seguido pelos diversos aparelhos-televisão, publicidade, seitas
etc. A escola inclui, na forma de rudimentos, técnicas
indispensáveis à adaptação ao maquinismo, em gera na forma
preparatória. Na família camponesa, fundada na exploração
agrícola em comum, a escola é considerada tempo perdido, não
há escola de agricultura. O que aparece com esse título é escola
para a exploração agrícola capitalista. A escola pode ser aparelho
ideológico segundo estágios do modo de produção capitalista na
sua combinação concreta interior a cada formação social
capitalista. A escola não cria a divisão em classes, mas contribui
para esta divisão e reprodução ampliada.

A reprodução ampliada das classes sociais comporta dois


aspectos:

a) A reprodução ampliada dos lugares


que ocupam os agentes: Estes lugares designam a determinação
estrutural de classes, o modo de existência da determinação pela
estrutura de produção, dominação, subordinação política e
ideológica nas práticas de classe: é um efeito da estrutura sobre a
divisão social do trabalho;
b) A reprodução/distribuição dos próprios
agentes entre estes lugares: Os aparelhos ideológicos intervêm
activamente na reprodução dos lugares das classes sociais. Há
uma reprodução inicial das classes sociais e pela oposição de
classes, onde se move a reprodução ampliada da estrutura,
inclusive das relações de produção que preside o funcionamento
dos aparelhos ideológicos.

A escola como centro de reprodução das relações de produção


não há escola única. A partir do primário opera-se a divisão de
duas redes de escolarização de classes, na medida em que o
ensino primário: garante uma distribuição material, repartição
dos indivíduos nos dois pólos da sociedade e garante uma função
política e ideológica de inculcação. As práticas do ritualismo
escolar, deveres, disciplinas, punições e recompensas, constituem
o universo pedagógico. A escola realiza com êxito o processo de
recalcamento de pontos de vista opostos aos hegemônicos e esse
sujeição condiciona a inculcação. O aparelho escolar contribui
para a reprodução da qualidade da força de trabalho, na medida
em que medeia o saber e regras de conduta (ler, escrever e
contar), que têm um destino produtivo. A separação escolar é a
chave na determinação do papel no conjunto das relações da
sociedade actual.

Toda escolarização é, por sua natureza,


conservadora, pois é quem legitima a
separação entre consciência e a prática. Essa
cronologia-família, escola primária, ginásio ou
não-só existe do ponto de vista do indivíduo.
Na realidade, família, escola primária, ginásio
etc. O professor está ao serviço do aparelho
escolar, não de sua classe. À falta de base, um
nível de ensino remete ao imediatamente
inferior e este à família, esquecendo que há
duas redes devido à relação social de produção.
O aparelho escolar tem seu papel na
reprodução das relações sociais de produção
quando: contribui para formar a força de
trabalho; contribui para inculcar a ideologia
hegemônica, tudo isso pelo mecanismo das
práticas escolares; contribui para reprodução
material da divisão de classes e contribui para
manter as condições ideológicas das relações
de dominação.
Exercícios

1 – Menciona e descreva os tipos de motivação?


Resposta: A motivação pode ser social, quando a busca é
motivada pela satisfação dos valores culturais, a motivação de
Auto-avaliação realização, quando se busca satisfazer as necessidades individuais
em função da sociedade e a motivação cognitiva quando os
princípios da busca vão além dos valores culturais e de realização
pessoal.
Unidade N0 22-A0014
Tema: A supervisão escolar
Introdução
O tema da supervisão tem sido muitas vezes associado às funções
de superintendência, vistoria, fiscalização, chefia etc. Sendo uma
componente importante para as escolas, as instituições de
formação de professores deviam dar uma especial atenção à
supervisão (escolar) pedagógica como uma área de formação e de
aperfeiçoamento profissional.
Ao conceptualizar a supervisão nesta unidade pretende-se falar
da sua especificidade do ponto de vista pedagógico - escolar no
desenvolvimento profissional do professor e na aprendizagem do
aluno.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar os diferentes cenários de supervisão justificados pelos


seus respectivos modelos de formação profissional docente e pela
visão de educação que sustentam.

Objectivos

Sumário

O conceito de supervisão
“ (…) o termo supervisão [começa] a ser usado entre nós como
alternativa à designação de ´orientação da prática pedagógica.´
(Alarcão e Tavares, 1987: 03)

O termo tem sido usado em diferentes situações e por vezes por


causa da incerteza dos utilizadores perde o seu sentido real,
passando a ser conotado com a chefia, o controle, a inspecção
etc.
A supervisão escolar tem a ver principalmente com os
professores por ser estes os pilares para o desenvolvimento de
qualquer actividade pedagógica; São chamados de
concretizadores dos planos curriculares. Desta feita, falar da
supervisão escolar é também falar da supervisão de professores.
A supervisão de professores é concebida “como o processo em
que um professor, em princípio mais experiente e mais
informado, orienta um outro professor ou candidato a professor
no seu desenvolvimento humano e profissional.” (Alarcão e
Tavares, 1987: 16)
A divergência na conceptualização do termo reside na utilização
da palavra “orientação”. Para uns orientar significa imitar de
forma literal o que se faz para ser um bom profissional docente,
para outros orientar encerra actividades realizadas pela
descoberta guiada, e, para outros ainda, orientar significa criar
condições para que o formando aprenda usando a sua própria
reflexão. Desta forma, nasceram diferentes estilos de supervisão
que têm fortes influências nas instituições escolares.
Hoje, o novo papel assumido pela escola exige o abandono total
dos modelos de ensino reproducionistas, assentes nos saberes
constituídos em que outrora os professores se identificaram com
tais modelos e continuam ainda se identificando com eles. A
autonomia (e não a libertinagem) das escolas deve ser percebida
como um factor impulsionador que permite a que “ a escola se
pense a si própria, tenha um projecto específico e contextualizado
no seu ambiente histórico, geográfico e sócio-cultural e se
responsabilize pelo cumprimento e pela avaliação da qualidade
da sua concepção e realização.” (Alarcão e Tavares, 1987: 131)
A autonomia escolar desta forma impera a realização de uma
supervisão em que o director, sendo o responsável máximo e
gestor político da instituição, milita por um projecto educativo
inclusivo facilitando a organização, aprendizagem e o
desenvolvimento da instituição escolar. A supervisão escolar
deve preocupar-se com o desenvolvimento e qualidade da
educação que é realizada na escola e, para que tal aconteça, a
acção dos professores deve ser reforçada por estratégias que
incentivam uma acção colaborativa e em equipa, dada a
existência de problemas diversos na escola. Os autores acima
referenciados caracterizam a acção supervisiva concertada entre
os professores e os membros da direcção dentro de uma escola
reflexiva, onde a supervisão incide sobre dois níveis:
a) A formação (inicial e contínua) e o desenvolvimento profissional
dos agentes de educação e a sua influência no desenvolvimento e
na aprendizagem dos alunos;
b) Desenvolvimento e aprendizagem organizacionais e o seu
impacto na vida das escolas;
O quadro abaixo ilustra sucintamente os tipos de supervisão, os
objectivos, o que é considerado conhecimento e da´s importante
+para a formação do professor e as actividades que os
intervenientes realizam:

Os sete cenários de supervisão da prática pedagógica


Posicioname
nto em
Cenário Actividade Objectivo
relação ao
conheciment
o

Supervisor Formando

Futuros Imitar e O Profissionali


professores demonstra conheciment zar e
Imitação
praticam r o o é imutável socializar o
artesanal
com o professor de geração professor
mestre, o modelo em geração segundo
modelo e uma
bom actuação
Professor. exemplar e
sem alterá-
la.
Conhecer
O Desenvolver
os
conheciment a capacidade
modelos
o deve de atenção e
Aprendizag Detém teóricos
resultar da alerta em
em pela conhecime Observar,
observação relação às
descoberta nto antes de
da maneira situações
guiada analítico iniciar o
como o concretas de
dos estágio
professor e o ensino e
modelos propriame
aluno reagem aprendizage
de ensino nte dito,
um ao outro m através da
diferentes
observação,
professore
intuição e
s em
reflexão.
diferentes
situações
Tentar pôr Preparar o
em prática futuro
O mesmo do
numa professor
cenário da
Behaviorist Identifica mini-aula para entrar
imitação
a tarefas, e com no estágio
artesanal
analisá-las ajuda dos com
apresentando
nos seus comentári conheciment
-se algumas
component os dos os que lhe
variações de
es, explicá- próprios permitem
actuação.
las aos alunos, identificar,
novos supervisor na actuação
professores e colegas, de seus
e analisando supervisores
demonstrá- a sua na escola, os
las performan bons e os
ce maus
pedagógic momentos.
a.
Posicionam
ento em
Cenário Actividade Objectivo
relação ao
conhecime
nto

Supervisor Formando

Clínico Ajuda a Agente O Melhorar


(Cogan, analisar e a dinâmico do conhecimen a prática
Goldhamme pensar no seu próprio to resulta da de ensino
r e seu próprio ensino interacção, dos
Anderson) ensino e participação professore
também e s, partindo
adopta uma colaboração da prática
atitude de dos de ensino
atenção e intervenient na sala de
apoio às es aula.
necessidade (construído)
s do
formando.

Ensina Identificar Há um Ensinar os


conceitos, (observar) corpo de professore
Psicopedag
ajudar o exemplos conhecimen s a ensinar
ógico
professor a positivos e to para
(Sto desenvolver negativos partilhado desenvolv
nes) capacidades dos entre o er
e conceitos supervisor e capacidad
competênci em estudo, e o formando es de
as, ensiná-lo deste modo, numa resolver
a explorar aprofundar relação de problemas
os os próprios ensino e e tomar
conhecimen conceitos aprendizage decisões
tos de que antes de m consciente
dispõe para tentar pô-los s que
resolver em prática. permitam
problemas uma
que a adaptação
actuação e
docente lhe acomodaç
apresenta ão às
exigências
da vida e
do meio

Pessoalista Ajuda o Perceber as Construído


professor a suas através da
desenvolver necessidade reflexão
-se como s e solicitada ao
pessoa e preocupaçõe formando
também s enquanto
como professor
profissional em
formação.

Reflexivo Acompanha Explorar as Construção Aprender


r, orientar, suas situada do a fazer
estimular, capacidades conhecimen fazendo e
exigir, através de to pensando
apoiar, uma profissional
avaliar…… reflexão docente
contextual
da acção
pedagógica
nas suas
diversas
situações.

Ecológico Proporciona Relacionar Construído Desenvol


r e gerir teorias segundo as ver o
experiências pessoais capacidades professor
diversificad públicas, das pessoas em
as, em conjugar o e das formação
contextos desenvolvim potencialida do ponto
variados, e ento pessoal des do meio de vista
facilitar a com a humano e
ocorrência socialização, profission
de analisar a al.
transições natureza
ecológicas pessoal do
que que é
possibilitem verdadeiro e
o justo.
desempenho
de novas
actividades,
novos
papéis e
interacção
com
pessoas até

desconhecid
as

Dialógico Consciencia Analisar o Construído Construir


lizar o discurso dos através de a cultura e
colectivo professores uma o
identitário em situação estratégia conhecim
dos de ensino dialógica ento
professores crítica próprio
dos
professore
s através
de uma
linguagem
e diálogo
crítico

Adaptado por José Bartolomeu J. Marra a partir do livro de


Alarcão, I. & Tavares, J. (1987). Supervisão da Prática
Pedagógica: Uma Perspectiva de Desenvolvimento e
Aprendizagem. Coimbra: Edições Almedina.

Os diferentes estilos (cenários) de supervisão justificam


igualmente diferentes estilos de ensino sustentados por uma base
conceptual sobre a visão de educação e de formação de
professores. O que realmente significa formar professores?
Nos moldes abordados acima, defende-se uma supervisão escolar
reflexiva na qual os papéis dos intervenientes no ensino e na
formação convergem para o desenvolvimento pessoal, colectivo e
institucional (escola reflexa). Sendo assim, o director
desempenha um papel crucial na resolução dos problemas e das
situações de ensino que eventualmente podem bloquear a
criatividade e a melhor intervenção dos professores, enquanto
primeiro supervisor da escola.

Exercícios

1. Qual é o melhor modelo de supervisão para si? Justifique a sua


resposta.
2. Explique a relação existente entre supervisão escolar e
Auto-avaliação desenvolvimento institucional.
3. Na sua óptica, quais os problemas que as escolas hoje enfrentam
relativamente à supervisão escolar?
Unidade N0 23-A0014
Tema: Preparação de relatório de
práticas pedagógicas I
Introdução
Nesta unidade, terá a oportunidade de estudar com o seu
professor a forma de sintetizar os dados os elementos que dizem
respeito a realização da prática pedagógicas I, essencialmente a
forma de organização do seu relatório final da disciplina de
práticas pedagógicas I.

.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Reflectir as formas de organização do relatório das Práticas


dagógicas;

 Identificar o problema a ser desenvolvido na redação do relatório


Objectivos
das Práticas Pedagógicas.

Sumário
Preparação do Relatório de Práticas Pedagogicas.

Vamos destacar a necessidade de debater com o seu


supervisor professor o problema que vai abordar frutos da
observação, dentre vários temas de diversas unidades abordadas,
observadas e a leccionação das suas aulas, encontre um tema
problemático que exigem uma intervenção didáctica, pedagógica
procurando soluções para a sua superação na escola onde realizou
as práticas pedagógicas. Aspectos a discutir nesta unidade:
- O que é um problema científico? Como fundamentar esse
problema? Que obras vais usar para fundamentar teoricamente o
tema em estudo; Formulação de hipóteses; Os objectivos do
trabalho; Metodologia usada; e como usar as referências
bibliográficas.

Exercícios

1 – Tente esquematizar os elementos que deve ter em conta na


redação do seu relatório de Práticas Pedagógicas.

Resposta: Veja a resposta na próxima unidade.


Auto-avaliação
Unidade N0 24-A0013
Tema: Elaboração do Relatório de
Práticas Pedagógicas
Introdução
Já estamos na recta final das práticas Pedagógicas I, agora é o
momento de redigir o seu relatório da disciplina. Como organizar
da melhor maneira o seu relatório, propomos um esquema de
organização que pode ser adptado em função das exigências da
instituição e da natureza do trabalho.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Elaborar o relatório das práticas Pedagógicas II;


 Apresentar os resultados das Práticas Pedagógica de forma crítica e
resumida.

Objectivos

Sumário

Elaboração do relatório de Práticas Pedagógicas


Resumo
Estrutura dos relatórios de Práticas Pedagógicas de acordo com
Dias et.al (2007):

(A) Elementos pré- testuais


- Capa;
- Página de rosto;
- Índice
- Índice de tabelas, figuras, mapas, gráficos, símbolos,
abreviaturas;
- Declaração;
- Dedicatória (facultativo);
- Agradecimentos (facultativo);
- Resumo: não deve exceder uma página e deve ser escrito em
português. O resumo é datilografado a um espaçamento simples
(um).

(B) Elementos testuais

- Introdução: deve constar desta parte do relatório o


seguinte:

 Objectivos (gerais e específicos)


 Fases da PP’s;
 Duvidas e / ou ploblemas iniciais;
 Metodologia do trabalho;
 Referências teóricas;

- Desenvolvimento: nesta fase do relatório importa

inserir:

 Apresentação e explicação das fesea das PP’s (pré-observação,


observação, leccionação, seminários e palestras);
 Sistematização e análise de dados da observação da leccionação
das aulas;
 Descrição da escola;
 Turmas observadas;
 Aulas observadas;

- Conclusão

(B) Elementos pós-textuais

- Apendices;

- Anexos;

- Bibliografia final.
Relatório de Práticas Pedagógicas
No fim do módulo ou cadeira de práticas pedagógicas os
estudantes devem elaborar um relatório no qual devem constar
todos aspectos achados relevantes observados sobre o bom ou
mau funcionamento da escola. Portanto, a que ter em conta que
este relatório não é para julgar visto que, muitas escolas
funcionam de acordo com a realidade moçambicana e sobretudo
em função dos recursos disponíveis. No entanto, é para fazer
análises críticas sobre todos aspectos apreendidos em didácticas e
gestão escolar sobre o funcionamento de uma escola. Depois de
análises críticas devem ser avançadas propostas de correção com
vista a melhorar os aspectos negativos observados.

As práticas pedagógicas de acordo com a orientação do docente


podem ser divididas em práticas pedagógicas I e II, onde no final
de cada etapa é fechada pela elaboração e entrega do relatório ao
docente pelo estudante. Os aspectos a destacar no referido
relatório são da escolha do docente ou podem ser do estudante, se
este assim o quiser, sem no entanto dispensar a orientação para
sua elaboração. Mais abaixo mostramos apenas um exemplo de
um relatório de práticas pedagógicas, não queremos com isso
dizer que este constitui o modelo.

Exemplo de Relatório de Práticas Pedagógicas

De um forma geral, o relatório deve ser composto de:

 Título;
 Identificação do aluno e data;
 Objectivo(s): deve ser definido de
acordo com o tema;
 Descrição fisico-geografica da escola;
 Recolha de dados (tipo de escola,
numero de alunos, professors, numero
de salas de aulas, etc;
 Tratamento de dados e cálculos (se
necessário);
 Conclusão.
 Discussão.

Depois de termos alistados uma série de itens, passaremos apenas


em resumo aspectos que achamos que devem ser claros.

Práticas Pedagógicas I:

A universidade Jean Piaget localiza se no Bairro da Cerâmica, a


mais ou meno três quilómetro da EN6 em direccão a fábrica de
tijolos. Esta instituiçao foi inagurad a 28 de Maio de 2005, por
sua excelência, o Presidente da República, Armando Emilio
Guebuza. Ela tem como “ universidade mãe” o Institudo Piaget
localizado em Portugal, que presta apoio não só a esta como
também a outras citas em Paises como Angola, Brasil, Cabo
Verde. A cooperação é feita entre estas universidade através do
correio electrónico.

1. Descrição Fisica:

Universidade conta com apenas um pavinhão que compreende


cinco blocos (auditórios), a saber: bloco A, com sala de reuniões
e comferências com uma capacidade de 135 lugares e altamente
equipada (microfone, aparelhos sonoros, projector de imagem). O
bloco B, composto de salas de aulas normais, algumas com uma
capacidade de trinta estudantes (como é o caso de sala de
engenharia) e outras com capacidade de 60 estudante (como as
do curso de direito, por exemplo).

O bloco C contêm algumas salas de aulas equipadas e um


ambiente de estudo, um gabinete de apoio ao docente, gabinete
dos coordenadores e sala de docentes a tempo inteiro. O bloco D
também é composto por algumas salas. E finalmente no bloco E,
estão patentes ulgumas sala de aulas com capacidade de 30
estudante, o laboratório dos curso de engenharia, excepto
engenharia civíl contendo despositivos electrónicos.Todos os
blocos (auditórios) contêm quartos de banho para ambos os sexos
e deficientes fisicos.

2. Área Pedagógica:

No que diz respeito a área pedagógica, começa-se por dizer que


os planos curriculares estão adaptados a realidade moçambicana,
visto que, a mior parte do corpo docente é moçambicano. Por este
motivo existe, nesta Universidade em relação as outras do pais, o
paralelismo pedagógico, isto é, o estudante que estiver a
frequentar um curso noutra universidade, caso decida se ingressar
nesta Universidade, usa o regra de equivalência de niveis. Desde
que o curso seja o mesmo.

Diferentemente de outras universidade privadas, a Unipiaget não


tem o ano propedéutico, fazendo se apenas o exame de admissão
para o novo ingresso. As avaliações são feitas em três vertentes,
que são:

a) Avaliação escrita;
b) Trabalho de investigação e
c) Participação directa das aulas.

A formação nesta universidade tem a duração de quatro anos,


correspondente a licenciatura. São ministrados na Unipiaget os
cursos de: engenharia informática; engenharia de sistema de rede
e comunicação; engenharia civíl e ordenamento de territorio;
informática de gestão; contabilidade e administração pública;
economia e gestão; direito; relações internacionais; marketing;
análises clínicas e saúde pública e sociologia. Para a garantir um
ensino mais eficiente, a Unipiaget conta com laboratórios (onde
são feitas experiências) em dispositivos eletrónicos, biblioteca,
que se encontra aberta num período das 07:00H as 21:30H, para
permitir que os estudantes do curso noturno tenham acesso.

Nisto, logo que um estudante se ingressa nesta universidade tem


direito a uma senha que lhe da acesso ao uso de livros assim
como de computadores. Os livros existentes podem ser
requisitados num período máximo de três dias. A universidade
tem duas salas de informática, uma usada para aulas normais e
outra usada apenas para avaliações. É Importante frisar que a
universidade Jean Piaget preve acrescentar mais cursos ao longo
do tempo, como são os casos de curso de jornalismo, psicologia e
arquitetura. Sendo assim, eles pretendem ampliar as suas
instalações construíndo mais 11 pavilhões com planta semelhante
ao do primeiro edificio.

Práticas Pedagógicas II:

A Faculdade de Ciências de Saúde, da Universidade Católica de


Moçambique, localiza-se no Bairro de Palmeiras II, nas antigas
instalações ” Irmãos Maristas“. Ela foi fundada em 2001 e
graduou os seus primeiro estundante no ano de 2007.

Descrição Física:

A Faculdade de Ciências de Saúde da UCM comporta três


edificios: um jardim de medicina verde, um campo de futebol
onze e um campo de basquetbol. O primeiro edificio contêm um
gabinete de medicima verde; gabinete de saúde familiar e
comunitário; gabinetes do Reitor e vice-reitores, departamento de
recursos humano. Gabinete de contabilidade e administração. O
segundo edificio é ocupado pelo anfiteatro. O terceiro edificio
contêm nos rés-de- chão, a zona de laboratórios; sala de consultas
clinicas; sala de observações e sala de pequena cirurgia. No
primeiro andar tem sala de habilidade e algumas sala de aulas
para os estudantes do ano propedéutico, e no segundo andar
existem sala de informatica, e centro de informação geográfica. A
biblioteca ocupa o primeiro e sgundo andares.

2. Área Pedagógica:

Os estudantes são organizados em pequenos grupos tutoriais num


número de 10 a 12 estudantes. Discutem as sessões tutoriais em
sala de aulas com capacidade até 15 estudantes, excepto o ano
propedêutico que está organizado em turmas e ocupa salas com
capacidade de 50 ou mais estudantes. Ela conta com quatro
laboratórios, que são: laboratório de biologia, onde os estudante
do primeiro e terceiro ano fazem suas experiências; laboratório
de química, em que os estudantes do ano propedêutico fazem
experiências ligadas a química orgânica.

No laboratório de física, também usado pelos estudantes do ano


propedêutico; e laboratório clínico que esta ligado a medicina,
são feitos neste laboratório teste de plasmódio. A faculdade
contêm também três salas de habilidades. Na sala de habilidade 1
fazem-se estudo de anatomia macroscópica do corpo humano. A
sala de habilidades 2 esta ligada a questão visual e na sala de
habilidades 3 é onde os estudantes aprendem a fazer exames
médicos, acomponhados do médicos assistente normalmente é
usada por estudante do terceiro ano. Universidade também
contem uma clinica para consulta ao público.

As práticas pedagógicas de acordo com a orientação do docente


podem ser divididas em práticas pedagógicas I e II, onde no final
de cada etapa é fechada pela elaboração e entrega do relatório ao
docente pelo estudante. Os aspectos a destacar no referido
relatório são da escolha do docente ou podem ser do estudante, se
este assim o quiser, sem no entanto dispensar a orientação para
sua elaboração.
De um forma geral, o relatório deve ser composto de: título;
identificação do aluno e data; objectivo(s): deve ser definido de
acordo com o tema; descrição fisico-geografica da escola;
recolha de dados (tipo de escola, numero de alunos, professors,
numero de salas de aulas, etc; tratamento de dados e cálculos (se
necessário); conclusão e discussão.

Exercícios

1. Explique porque razão no fim da cadeira de práticas


pedagógicas os estudantes devem realizar um relatório?

Auto-avaliação 2. Qual é o objectivo principal do relatório?

3. O que é que se deve ter em conta ao elaborar o relatório?


EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

Em cinco (5) páginas no mínimo, faça uma redação dos


seguintes sub-temas do tema :

 Trabalho1 para primeira sessão presencial – Código: T-F.E-01

A Questão dos Objectivos Educacionais:


:
(a) Identificar os tipos de instituições educativas na sua
região e descrevé-las fisicamente.
(b) Falar da função social dos dessas instituições.

 Trabalho2 para segunda sessão presencial – Código: T-F.E-02

A Questão dos Objectivos Educacionais:

(a) Elaborar um organograma de um escola da sua região;


(b) Falar da função de cada um dos orgãos de gestão da
escola.

 Trabalho3 para terceira sessão presencial – Código: T-F.E-03

A Questão dos Objectivos Educacionais:

(a) Elaborar um relatório sobre a estrutura do ensino básico;


(b) Falar sobre e importância da orientação, gestão e
supervisão na escola.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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