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Módulo de

………………

Didáctica de Ciências Naturais

Aprendizagem – necessidade natural do ser humano

Universidade Pedagógica

Moçambique
Direitos de autor
Este módulo não pode ser reproduzido para fins comerciais. No caso de reproducão deve ser mantida a
referência à Universidade Pedagógica, especificamente a UP – Maxixe e ao autor do módulo.

Universidade Pedagógica – Maxixe

Av. Américo Boavida, s/n°

Telefone: (+258) 293-30354/30359

Fax: 293-30354
E-mail: info@unisaf.ac.mz
Website: www.unisaf.ac.mz

Maxixe – Inhambane/Moçambique

O Autor: Pedro Teresa Sitoe


Agradecimentos
A Universidade Pedagógica – Maxixe, gostaria de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos e
instituições na elaborção deste Módulo:

Disponibilização da Esturuta para a produção do Universidade Pedagógica – Sede.


presente Módulo.

Fornecimento da bibliografia usada na elaboração e/ou Aos funcionários afectos à Biblioteca local.
produção deste Manual.

Coordenação e/ou Directores dos cursos do .


Departamnto do Ensino à Distância, especificamente
os Mestres Daniel Muando, Gregório Vilanculo e
Venâncio Chaúque, respectivos coordenador e
directores
Índice

Visão geral 11
Benvindo ao Módulo “Didáctica de Ciências Naturais”................................................................................11
Objectivos do Módulo ..................................................................................................................................11
Quem deve estudar este módulo ................................................................................................................12
Como está estruturado este módulo ...........................................................................................................13
Habilidades de estudo .................................................................................................................................13
Precisa de apoio?........................................................................................................................................14
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ..........................................................................................................14
Avaliação .....................................................................................................................................................15

Unidade I 17
Objectivos e conteúdos das Ciências Naturais ...........................................................................................17

Lição n˚1 17
Didáctica de Ciências Naturais....................................................................................................................17
Introdução ........................................................................................................................................17
Conceito Didáctica ...........................................................................................................................17
Objecto de Estudo da Didáctica de Ciências Naturais .....................................................................18
Relação entre a Didáctica de Ciências Naturais e outras Ciências .................................................18
Importância da Didáctica de Ciências Naturais................................................................................19
Sumário .......................................................................................................................................................20
Exercícios ....................................................................................................................................................21

Lição n˚2 22
Conteúdos das Ciências Naturais ...............................................................................................................22
Introdução ........................................................................................................................................22
Conceito Conteúdo ..........................................................................................................................22
Classificação dos Conteúdos ...........................................................................................................22
Critérios de Selecção dos Conteúdos ..............................................................................................23
Procedimentos metodológicos para a formação de Conteúdos .......................................................23
Princípios didácticos da estruturação dos conteúdos ......................................................................24
Sumário .......................................................................................................................................................26
Exercícios ....................................................................................................................................................27

Lição n˚ 3 28
Objectivos....................................................................................................................................................28
Introdução ........................................................................................................................................28
Conceito Objectivo ...........................................................................................................................28
Classificação dos Objectivos ...........................................................................................................28
Características, propriedades e elementos dos Objectivos .............................................................30
Formulação dos Objectivos ..............................................................................................................31
Sumário .......................................................................................................................................................32
Exercícios ....................................................................................................................................................33

Unidade II 34
Métodos, procedimentos e meios de ensino das ciências Naturais ............................................................34

Lição n˚ 1 34
Actividades Cognitivas dos Alunos..............................................................................................................34
Introdução ........................................................................................................................................34
Classificação das Actividades Cognitivas ........................................................................................35
Sumário .......................................................................................................................................................40
Exercícios ....................................................................................................................................................41

Lição n˚ 2 43
Meios de Ensino ..........................................................................................................................................43
Introdução ........................................................................................................................................43
Meios Didácticos ..............................................................................................................................43
Funções dos Meios Didácticos ........................................................................................................44
Factores para a escolha dos Meios Didácticos ................................................................................44
Classificação dos Meios Didácticos .................................................................................................45
Importância dos Meios Didácticos....................................................................................................45
Sumário .......................................................................................................................................................47
Exercícios ....................................................................................................................................................48

Unidade III 49
Formas de Organização do ensino das Ciências Naturais (Planificação) ...................................................49

Lição n˚ 1 49
Planificação das Aulas ................................................................................................................................49
Introdução ........................................................................................................................................49
Fundamentos para a Planificação ....................................................................................................50
Fases da Planificação da aula .........................................................................................................51
Elaboração do Plano de aula ...........................................................................................................52
Sumário .......................................................................................................................................................56
Exercícios ....................................................................................................................................................57

Lição n˚ 2 58
Excursão .....................................................................................................................................................58
Introdução ........................................................................................................................................58
Excursão Didáctica ..........................................................................................................................58
Etapas da Planificação da Excursão ................................................................................................59
Importância da Excursão para Estudo das Ciências Naturais .........................................................60
Sumário .......................................................................................................................................................61
Exercícios ....................................................................................................................................................62

Unidade IV 63
Sistema Solar ..............................................................................................................................................63

Lição n˚ 1 63
Constituição do Sistema Solar ....................................................................................................................63
Introdução ........................................................................................................................................63
Constituição do Sistema Solar .........................................................................................................63
A Terra como Planeta moderado .....................................................................................................65
Sumário .......................................................................................................................................................66
Exercícios ....................................................................................................................................................67

Lição n˚ 2 68
Movimentos da Terra e consequências na dinâmica da vida ......................................................................68
Introdução ........................................................................................................................................68
Movimentos da Terra .......................................................................................................................68
Consequências dos Movimentos da Terra .......................................................................................70
Sumário .......................................................................................................................................................72
Exercícios ....................................................................................................................................................73

Unidade V 74
Atmosfera, Hidrosfera e Litosfera ................................................................................................................74

Lição n˚ 1 74
Composição e estrutura da Atmosfera ........................................................................................................74
Introdução ........................................................................................................................................74
Composição da Atmosfera ...............................................................................................................75
Estrutura da Atmosfera ....................................................................................................................75
Propriedades do Ar e Contaminação ...............................................................................................77
Sumário .......................................................................................................................................................79
Exercícios ....................................................................................................................................................80

Lição n˚ 2 81
Clima, cinturas climáticas e distribuição ......................................................................................................81
Introdução ........................................................................................................................................81
Conceito Clima .................................................................................................................................81
Factores que determinam o Clima ...................................................................................................81
Tipos de Clima e suas características..............................................................................................82
Sumário .......................................................................................................................................................83
Exercícios ....................................................................................................................................................85

Lição n˚ 3 86
Água: Propriedades, Mudanças de Estado e Importância para os seres vivos ..........................................86
Introdução ........................................................................................................................................86
Propriedades da Água .....................................................................................................................87
Mudanças de estado físico ..............................................................................................................87
Ciclo Hidrológico ..............................................................................................................................89
Ocorrência Natural da água na Terra...............................................................................................90
Importância da água para os seres vivos.........................................................................................90
Sumário .......................................................................................................................................................92
Exercícios ....................................................................................................................................................93

Lição n˚ 4 94
Crusta terrestre: composição ......................................................................................................................94
Plataforma oceânica e continental ...................................................................................................94
Introdução ........................................................................................................................................94
Litosfera ...........................................................................................................................................94
Crusta Oceânica ..............................................................................................................................95
Crusta Continental ...........................................................................................................................95
Sumário .......................................................................................................................................................96
Exercícios ....................................................................................................................................................97

Lição n˚5 98
Estudo do Relevo ........................................................................................................................................98
Introdução ........................................................................................................................................98
O Relevo ..........................................................................................................................................98
O Solo ............................................................................................................................................100
Composição do Solo ......................................................................................................................100
Formação do Solo ..........................................................................................................................101
Perfil do Solo ..................................................................................................................................102
Fertilidade e Erosão .......................................................................................................................103
Sumário .....................................................................................................................................................104
Exercícios ..................................................................................................................................................105

Unidade VI 106
Biosfera .....................................................................................................................................................106

Lição n˚ 1 106
Vida e Diversidade ....................................................................................................................................106
Introdução ......................................................................................................................................106
Diversidade dos Seres Vivos .........................................................................................................106
Classificação dos Seres vivos ........................................................................................................107
Sumário .....................................................................................................................................................108
Exercícios ..................................................................................................................................................109

Lição n˚ 2 110
Estudo da Célula .......................................................................................................................................110
Introdução ......................................................................................................................................110
Conceito Célula ..............................................................................................................................110
História da descoberta da Célula ...................................................................................................110
Componentes químicos da Célula .................................................................................................111
Tipos de Células ............................................................................................................................112
Sumário .....................................................................................................................................................114
Exercícios ..................................................................................................................................................115

Lição n˚ 3 116
Estudo das Plantas ...................................................................................................................................116
Introdução ......................................................................................................................................116
Plantas ...........................................................................................................................................116
Diversidade das Plantas ................................................................................................................116
Polinização, Frutificação e Germinação ........................................................................................120
Sumário .....................................................................................................................................................122
Exercícios ..................................................................................................................................................123

Lição n˚ 4 124
Animais Vertebrados e Invertebrados .......................................................................................................124
Introdução ......................................................................................................................................124
Animais ..........................................................................................................................................124
Animais Invertebrados ...................................................................................................................125
Animais Vertebrados ......................................................................................................................125
Sumário .....................................................................................................................................................127
Exercícios ..................................................................................................................................................128

Lição n˚ 5 129
Sistema Ósseo-Muscular do Homem ........................................................................................................129
Introdução ......................................................................................................................................129
Constituição e Funções do Sistema Ósseo-Muscular....................................................................129
Divisão do esqueleto humano e classificação dos ossos...............................................................130
Classificação dos Músculos ...........................................................................................................132
Sistema Ósseo-Muscular e Saúde .................................................................................................132
Sumário .....................................................................................................................................................134
Exercícios ..................................................................................................................................................135

Lição n˚ 6 136
Constituição e Funções do Sistema Disgestivo ........................................................................................136
Introdução ......................................................................................................................................136
Metabolismo e Nutrição .................................................................................................................136
Constituição e Funções do Sistema Digestivo ...............................................................................137
Processos digestivos .....................................................................................................................137
Sistema Digestivo e Saúde ............................................................................................................138
Sumário .....................................................................................................................................................140
Exercícios ..................................................................................................................................................141

Lição n˚ 7 142
Sistema Circulatório ..................................................................................................................................142
Introdução ......................................................................................................................................142
Constituição e Funções do Sistema Circulatório............................................................................142
Sumário .....................................................................................................................................................145
Exercícios ..................................................................................................................................................146

Lição n˚ 8 147
Sistema Respiratório .................................................................................................................................147
Introdução ......................................................................................................................................147
Constituição e Funções do Sistema Respiratório .........................................................................147
Movimentos Respiratórios..............................................................................................................148
Ou ainda:........................................................................................................................................149
Hematose Pulmonar ......................................................................................................................149
Sistema Respiratório e Saúde .......................................................................................................150
Sumário .....................................................................................................................................................151
Exercícios ..................................................................................................................................................152

Lição n˚ 9 153
Sistema Excretor .......................................................................................................................................153
Introdução ......................................................................................................................................153
Órgãos com função excretora ........................................................................................................153
Constituição e Funções do Sistema Excretor ................................................................................154
Processo de formação da urina .....................................................................................................156
Sistema Excretor e Saúde .............................................................................................................157
Higiene da pele ..............................................................................................................................157
Sumário .....................................................................................................................................................158
Exercícios ..................................................................................................................................................159

Lição n˚ 10 161
Sistema Nervoso .......................................................................................................................................161
Introdução ......................................................................................................................................161
Constituição e Funções do Sistema Nervoso ................................................................................161
Unidade nervosa - Neurónio ..........................................................................................................162
Actividade Nervosa ........................................................................................................................164
Sistema Nervoso e Saúde .............................................................................................................166
Sumário .....................................................................................................................................................167
Exercícios ..................................................................................................................................................168

Lição n˚ 11 169
Sistema Endócrino ou Hormonal ...............................................................................................................169
Introdução ......................................................................................................................................169
Constituição e Funções do Sistema Endócrino..............................................................................169
Funções das glândulas endócrinas ................................................................................................170
Sistema Endócrino e Saúde...........................................................................................................171
Sumário .....................................................................................................................................................172
Exercícios ..................................................................................................................................................173
Bibliografia.................................................................................................................................................174
Visão geral
Benvindo ao Módulo “Didáctica
de Ciências Naturais”
O homem sempre soube da importância da educação para a sua formação integral.

Os fenómenos naturais sempre foram objecto muito fascinante de interpretação humana e para tal
preocupou-se em procurar formas de sistematitizar todo conhecimento a eles relacionado numa área
denominada Ciências Naturais.

A Didáctica de Ciências Naturais surge como resposta à necessidade de viabilizar o ensino dessa disciplina
científica.

Objectivos do Módulo
Quando terminar o estudo do Módulo de Didáctica de Ciências Natuais, o estudante deverá ser capaz de:

 Adquirir conhecimentos metodológicos de trabalho que permitam uma futura


intervenção inovadora, globalizante, integrada, activa e flexível;
 Fomentar a interdisciplinaridade do conhecimento e da avaliação de diferentes
áreas de competências visando a iniciação a prática profissional;
Objectivos  Compreender a importância e a necessidade da articulação dos conhecimentos
científicos nas suas vertentes natural e na compreensão do mundo;
 Desenvolver metodologias activas e integradoras dos diferentes saberes, que
permitam o desenvolvimento de competências cognitivas, socio-afectivas e
psicomotoras da criança;
 Elaborar materiais didáctico, que permita um desenvolvimento e formação
harmoniosa da criança;
 Avaliar reflexivamente o trabalho realizado.
Quem deve estudar este módulo
Este Módulo foi concebido para todos aqueles que estão inscritos no Curso de Licenciatura em Ensino
Básico à distância, fornecido pela Universidade Pedagógica.
Como está estruturado este
módulo
Todos os módulos dos cursos da Universidade Pedagógica encontram-se estruturados da seguinte maneira:

Páginas introdutórias

 Um índice completo.

 Uma visão geral detalhada do curso/módulo, resumindo os aspectos-


chave que você precisa conhecer para completar o estudo. Recomendamos
vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo.

Conteúdo do módulo

O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma


introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, um sumário da unidade e uma ou mais
actividades para auto-avaliação.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação

As tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada lição.

Habilidades de estudo
Caro estudante!
Para tirar maior proveito deste módulo terá de buscar através de uma leitura cuidadosa da
informação ligada ao assunto abordado. Para o efeito, no fim do módulo apresenta-se uma
sugestão de livros para leitura complementar.

Uma pergunta bem compreendida representa meia resposta, por isso, antes de resolver qualquer
tarefa ou problema, o estudante deve certificar se compreendeu a questão colocada.

Deve fazer sempre que possível, uma sistematização das ideias apresentadas na lição corrente.

Precisa de apoio?
Em caso da necessidade de explicação pormenorizada de assuntos abordados no presente módulo, o
estudante deve recorrer ao Departamento de Ciências de Educação e Psicologia da Universidade
Pedagógica, especificamente da delegaçao da Maxixe, devendo em última necessidade contactar o autor do
módulo.

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
Para a compreensão exaustiva de aspectos abordados e discutidos no presente módulo, o estudante deve
ler calma e atentamente os textos apresentados ao longo do mesmo. Em caso de dificuldade de percepção
numa primeira leitura, leia de novo e repetidas vezes os textos. Resolva também as actividades/exercícios
propostos que, vão contribuir na compreensão dos mesmos aspectos. Em caso de tarefas propostas para
serem realizadas individual ou colectivamente em ambientes fora do centro de recursos, estas devem ser
entregues dentro dos períodos acordados, ao Departamento que tutela pelo curso, através do tutor geral.
Avaliação
As avaliações serão marcadas pelo chefe do Departamento de Ensino à distância através dum calendário
fornecido antepadamente aos estudantes. Em caso de impossibilidade de participar no dia marcado, o
estudante terá o direito de realizá-lo oportunamente mediante uma justificação convincente e com a
autorização do chefe do Departamento de Ensino à Distância.
Unidade I

Objectivos e conteúdos das


Ciências Naturais

Lição n˚1

Didáctica de Ciências Naturais

Introdução
Nesta unidade apresenta-se, de forma detalhada o conceito da
DIdáctica de Ciências Naturais, bem como os objectivos que norteiam
o estudo desta cadeira e a sua pertinência para os estudantes do
Curso de Ensino Básico.

Ao terminar esta lição você será capaz de:

 Conceituar a Didáctica de Ciências Naturais;

 Relacionar a Didáctica das Ciências Naturais com outras Ciências

Objectivos  Descrever a importância das Didáctica das Ciências Naturais;

Conceito Didáctica
A palavra didáctica vem da expressão grega techné didaktiké, que se pode
traduzir como arte ou técnica de ensinar. A didáctica é a parte da pedagogia que
se ocupa dos métodos e técnicas de ensino, destinados a colocar em prática as
directrizes da teoria pedagógica.
Também pode ser definida como a ciência que investiga as regularidades
durante o processo de transmissão ou mediação de conhecimentos pelo
professor assim como de aquisição de conhecimentos pelos alunos.
O educador Jan Amos Komenský, mais conhecido por Comenius, é reconhecido
como o pai da didáctica moderna, e um dos maiores educadores do século XVII.

Didáctica de Ciências Naturais


Constitui uma das ramificações da Didáctica que especifica as técnicas e
métodos para a transmissão ou mediação dos conteúdos específicos das
Ciências Naturais.
Como área específica, a Didáctica de Ciências Naturais observa, analisa e
controla os sistemas de parâmetros das aulas, explorando todos os mecanismos
necessários para dotar ao professor de instrumentos úteis na planificação das
suas aulas.
Objecto de Estudo da Didáctica de Ciências Naturais
O objecto de estudo da Didáctica é a educação como um todo. Onde esta
observa:
 O saber e a transposição didáctica do conhecimento;
 O trabalho do aluno;
 O trabalho do professor;
 O sistema do conhecimento científico (Ciências Naturais);
 Os Métodos de pesquisa e as estratégias metodológicas.

Relação entre a Didáctica de Ciências Naturais e outras Ciências


A Didáctica de Ciências Naturais não pode ser vista de forma isolada, mas sim
de forma integrada, considerando que ela se insere no grupo de ciências, as
quais é dependente e outras que dela dependem. Neste âmbito, a Didáctica de
Ciências Naturais insere-se dentro da Pedagogia, concretamente a Pedagogia
do Ensino Escolar.
Por ser uma ciência pedagógica, enquadra-se no contexto das ciências humanas
e interactua com elas, buscando delas alguns subsídios para a sua viabilização.
Atente na figura abaixo:

Importância da Didáctica de Ciências Naturais


Segundo COSTA (sd.), durante muitos anos o ensino das ciências nos diferentes
níveis de escolaridade esteve centrado na memorização de conteúdos, na
realização de actividades de mecanização e na aplicação de regras à resolução
de questões semelhantes às anteriormente apresentadas e resolvidas pelo
professor (COSTA,1999). Esta visão mecanicista entendia as ciências como um
corpo organizado de conhecimentos e regras a aprender e a aplicar sem
qualquer ligação com a realidade.

Uma das razões que justificam a inclusão das Ciências da Natureza no currículo
do ensino básico é a necessidade de os alunos adquirirem um conjunto de
conhecimentos e competências essenciais para se iniciarem no estudo das
ciências. Este é o papel da disciplina de Ciências da Natureza visto na
perspectiva da própria ciência. O papel desta disciplina no currículo justifica-se
também na perspectiva do indivíduo pelo seu importante contributo para o
desenvolvimento de capacidades na criança. Justifica-se, ainda, na perspectiva
da sociedade ao permitir à criança adquirir uma compreensão científica dos
fenómenos e acontecimentos que compõem o mundo físico e social de que faz
parte (PEREIRA, 1992 citado por COSTA, s.d.).

A importância da Didáctica de Ciências Naturais insere-se na necessidade de


viabilizar a leccionação das Ciências Naturais no Ensino Básico.
Sumário
 A Didáctica é a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e
técnicas de ensino, destinados a colocar em prática as diretrizes da
teoria pedagógica;

 A Didáctica de Ciências constitui uma das ramificações da Didáctica


que especifica as técnicas e métodos para a transmissão ou mediação
dos conteúdos específicos das Ciências Naturais;

 A Didáctica de Ciências Naturais não pode ser vista de forma isolada,


mas sim de forma integrada, considerando que ela se insere no grupo
de ciências as quais é dependente e outras que dela dependem;

 A importância da Didáctica de Ciências Naturais insere-se na


necessidade de viabilizar a leccionação das Ciências Naturais no
Ensino Básico.
Exercícios

1. Defina o conceito Didáctica?

2. Qual é o objecto de estudo da Didáctica de Ciências Naturais?

3. Como podemos enquadrar a Didáctica de Ciências Naturais nas

Auto-avaliação Ciências?

4. A Didáctica é a Ciência que ensina Ciências. Argumente.

5. Qual é a importância da Didáctica de Ciências Naturais?


Lição n˚2
Conteúdos das Ciências Naturais
Introdução
A aprendizagem nas Ciências Naturais depende dentre vários factores do
conteúdo programático que se lecciona nas aulas. Assim, deve-se seleccionar e
estruturar cuidadosamente os conteúdos a leccionar.

Nesta lição vamos perceber melhor sobre o conteúdo nas Ciências Naturais e a
sua esturuturação.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Definir o conceito conteúdo;


 Classificar os conteúdos das Ciências Naturais e;
 Mencionar os critérios de selecção dos conteúdos.
Objectivos

Conteúdo, interdisciplinaridade, assimilação activa.

Terminologia

Conceito Conteúdo
Conteúdo é a escolha consequente dos resultados duma ciência organizados
pedagógica e didacticamente, tendo em vista a assimilação activa e a aplicação
pelos alunos na sua prática da vida (MÜLLER, 2005).

Classificação dos Conteúdos


Segundo MÜLLER (2005), o conteúdo de Ciências Naturais pode ser classificado
em duas categorias: conteúdo do programa de ensino e conteúdo de processo
de aquisição.

O conteúdo da matéria nova reveste-se de extrema importância, uma vez que se


encontra estruturado de modo a desenvolver no aluno competências básicas
necessárias ao longo dos ciclos de aprendizagem.
No conteúdo do programa de ensino, podemos distinguir: conteúdo de
introdução, matéria nova, consolidação, controle/avaliação e as orientações
metodológicas constantes nos programas de ensino.

Critérios de Selecção dos Conteúdos


Quando se pretende selecionar o conteúdo da matéria nova a ser objecto de
leccionação é preciso ter em conta vários critérios, dentre eles os seguintes:
 Aluno: este, é o epicentro da actividade docente por isso, todo conteúdo
selecionado deve ter em conta inicialmente a natureza do aluno, suas
particularidades e anseios de forma a corresponder aos seus interesses, no
âmbito do desenvolvimento da sua personalidade;
 Sociedade: tendo em consideração que o aluno não é um sujeito isolado,
está inserido numa sociedade, a actividade docente deve igualmente centrar
a sua actuação na satisfação presente e futura da sociedade onde o aluno
está inserido;
 Disciplina científica: os conteúdos devem ser escolhidos tendo em conta a
disciplina de Ciências Naturais, reflectindo o conjunto de conhecimento
organizado desta Ciência e o nível de ensino que o professor estiver a
leccionar.
Existe um outro sistema de critérios para a selecção dos conteúdos da matéria
nova que remete o conteúdo a:
 Utilidade: os conteúdos devem ter aplicação no cotidiano dos alunos
 Validade: devem representar o conjunto de conhecimento organizado e
actualizado;
 Significância: os conteúdos devem ter impacto na vida dos alunos;
 Flexibilidade: devem ser susceptíveis a renovação constante;
 Viabilidade: devem ser compatíveis com todos os recursos (tempo
disponível e meios de ensino).

Procedimentos metodológicos para a formação de Conteúdos


Para a formulação dos conteúdos podemos considerar dois procedimentos
metodológicos ou métodos: métodos dedutivo e indutivo.

Método Indutivo
De acordo com LAKATOS (1991) este método consiste em partir de uma
situação particular, para tirar uma conclusão ou seja, parte-se do específico para
o geral.
Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados
particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou
universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos
argumentos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o
das premissas nas quais se basearam.
Para as Ciências Naturais, podemos ter os seguintes exemplos:

Método Dedutivo
De acordo com LAKATOS (1991), este método caracteriza-se, em partir de uma
situação geral e genérica para uma situação particular.
A dedução é o processo mental contrário à indução. Através da indução, não
produzimos conhecimentos novos, porém explicitamos conhecimentos que antes
estavam implícitos.
Exemplos:
Todo mamífero tem um coração.
Ora, todos os cães são mamíferos.
Logo, todos os cães têm um coração.

Princípios didácticos da estruturação dos conteúdos


A estruturação dos conteúdos significa em outras palavras a selecção e a
combinação dos conteúdos.
Deve-se sempre ter em conta que do vasto conteúdo existente na disciplina de
Ciências Naturais podemos encontrar conteúdo importante e conteúdo essencial,
tal como mostra o diagrama abaixo.

Na combinação dos contúdos a leccionar, o professor deve ter em conta alguns


princípios didácticos, tais como: princípio de espiral, princípio da
interdisciplinaridade, princípio da centralização do Homem, princípio da situação,
princípio da ecologia, princípio da aplicação, princípio de consideração do
empírico e teórico, princípio de consideração dos aspectos históricos e princípio
da hierarquia da matéria nova.

Tabela 1: Princípios didácticos para a estruturação da matéria nova


Segundo MÜLLER, 2005 (adaptado)
Princípios didácticos Características básicas
Procedimento exemplar Baseia-se na escolha do conteúdo que apresenta a estrutura de uma disciplina.
Baseia-se no fundamento de que a criança não é um adulto em miniatura e nem uma
tábua rasa, por isso a estruturação dos conteúdos deve sempre ter em conta os
conhecimentos prévios dos alunos, as suas necessidades presentes e as
Princípio de espiral
necessidades futuras. No princípio de espiral deve-se ter em consideração a
possibilidade de abordar o mesmo assunto ao longo de vários níveis de ensino com
vários níveis de complexidade ou profundidade.
Tendo em conta este princípio, o professor deve estruturar os conteúdos, respeitando
Princípio da situação
as vivências dos alunos, baseadas em situações cotidianas.
Os conteúdos devem ser estruturados tendo em conta os componentes individuais,
Princípio da ecologia sociais e ecológicos, isto é, deve-se respeitar a relação entre o Homem e o meio
ambiente.
Os conteúdos devem ser estruturados tendo em conta a satisfação das necessidades
dos alunos. Todo o processo de aprendizagem deve ter como consequência uma
Princípio da aplicação
modificação no comportamento do educando, como resultado dos conhecimentos,
habilidades e atitudes adquiridas.
Princípio da De acordo com este princípio, o professor deve ter em conta que o Homem está no
centralização do Homem centro das atenções de toda a actividade educativa.
A estruturação do conteúdo deve ter em conta as diversas áreas do saber que estão
Princípio da
estritamente relacionadas com as Ciências Naturais, tendo em conta uma abordagem
interdisciplinaridade
transversal dos diversos conteúdos.
Princípio de Segundo este princípio, o professor deve valorizar os conhecimentos dos alunos,
consideração do adquiridos com a sua experiência, combinando-os e sistematizando-os em teorias e
empírico e teórico
leis.
Princípio de A história da ciência é um elemento importante e encorajador para os alunos, pois
consideração dos mostra que o conhecimento actualmente existente foi se acumulando ao longo de
aspectos históricos
várias gerações e que os alunos participam activamente nessa acumulação.
Princípio da hierarquia De acordo com este princípio, o professor deve sempre ter em consideração que os
da matéria nova conteúdos devem ser aprendidos de forma hierárquica.
Sumário
 O Conteúdo é a escolha consequente dos resultados duma ciência
organizados pedagógica e didacticamente, tendo em vista a assimilação
activa e a aplicação pelos alunos na sua prática da vida.

 O conteúdo pode ser classificado em duas categorias: conteúdo do


programa de ensino e conteúdo de processo de aquisição;

 O conteúdo da matéria nova reveste-se de extrema importância, uma


vez que se encontra estruturado de modo a desenvolver no aluno
competências básicas necessárias ao longo dos ciclos de
aprendizagem;

 Um dos sistemas de critérios para a selecção do conteúdo da matéria


nova considera: aluno, sociedade e disciplina específica;

 Um outro sistema de critérios para a a selecção do conteúdo da matéria


nova considera: Utilidade, Validade, Significância, Flexibilidade, e
Viabilidade;

 Para a estruturação dos conteúdos da matéria nova é necessário ter em


conta os seguintes princípios didácticos: procedimento exemplar,
princípio de espiral, princípio da interdisciplinaridade, princípio da
centralização do Homem, princípio da situação, princípio da ecologia,
princípio da aplicação, princípio de consideração do empírico e teórico,
princípio de consideração dos aspectos históricos e princípio da
hierarquia da matéria nova.
Exercícios

1. Defina o conceito conteúdo?

2. Como podemos classificar os conteúdos de Ciências Naturais?

3. Quais são os critérios que devem ser considerados na selecção do

Auto-avaliação conteúdo da matéria nova?

4. Explique a importância do princípio da interdisciplinaridade na


estruturação dos conteúdos da matéria nova.
Lição n˚ 3

Objectivos

Introdução
A actividade docente depende dentre outros factores da estratégia definida, em
função da realidade objectiva. A reflexão sobre objectivos pode ser considerada
um complemento à reflexão sobre as estratégias, pois é necessário analisar a
realidade para se saber onde é que estávamos, onde estamos e para onde é que
vamos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Definir o conceito objectivo;


 Classificar os objectivos, tendo em conta o critério de projecção e de
nível de complexidade das operações a realizar pelo aluno;

Objectivos  Conhecer as características, propriedades e elementos dos objectivos;


 Formular os objectivos para uma aula.

Objectivos; classificação dos objectivos; níveis; cognitvidade; psicomotricidade


afectividade
Terminologia

Conceito Objectivo
Objectivo é a transformação das orientações estratégicas, quer funções ou
finalidades em resultados pré-concebidos e concreto-operacionalizados
(MÜLLER, 2005).

Classificação dos Objectivos


Os objectivos podem ser classificados tendo em conta vários critérios. Existem
dois critérios fundamentais: critério de projecção (taxonomia de Möller) e critério
de níveis de complexidade (taxonomia de Bloom).
Critério de Projecção

Na classificação dos objectivos tendo em conta o critério de projecção, de acordo


com a taxonomia de Möller, considera-se o seguinte: objectivos gerais,
específicos e mais específicos.

Existe uma outra terminologia para esta taxonomia dos objectivos: os objectivos
gerais também podem ser designados educacionais e os objectivos específicos
também podem ser designados por objectivos instrucionais.

No exercício da operacionalização dos objectivos, deve-se considerar que, de


acordo com a sua hierarquia, os objectivos específicos subordinam-se aos
objectivos gerais, isto é, consistem numa especificação dos objectivos gerais.

Critério de nível de complexidade das operações a realizar pelo aluno

Na classificação dos objectivos tendo em conta o critério de nível de


complexidade das operações a realizar pelo aluno, de acordo com a taxonomia
de Bloom, considera-se o seguinte: nível cognitivo, psicomotor e afectivo.
O domínio cognitivo engloba os objectivos que implicam uma mobilização de
conhecimentos e que incidem sobre o desenvolvimento das habilidades e
capacidades mentais.

O domínio psicomotor implica operações mentais de cognição e acção, isto é, a


prontidão em responder às situações de aprendizagem e da vida com destreza,
flexibilidade, rapidez e exactidão.

Objectivos Cognitivos O domínio afectivo compreende os objectivos que descrevem as modificações


de interesse, as atitudes e os valores, assim como o progresso na capacidade de
decisão e na capacidade de adaptação.

Os objectivos podem ainda ser classificados tendo em conta o quadro das


operações mentais ou funções mentais em: operações mentais de
representação, de problematização e de relação.

Características, propriedades e elementos dos Objectivos


Características e propriedades

Os objectivos definidos para as aulas de Ciências Naturais devem ter em conta


algumas características e propriedades a saber:

Característica/
propriedade
Significado
Pertinentes devem estar relacionados com o conteúdo
Compatíveis Devem estar de acordo com os pre-requisitos necessários para a sua materialização
Alcançáveis Devem ter um horizonte palpável e possível
Lógicos devem apresentar os mesmos resultados, não devem apresentar contradições
Inequívocos devem ser definidos com precisão indicando o que se pretende exactamente
Concretos Não devem apresentar ambiguidades
Observáveis devem possibilitar o alcance do objecto pelo qual foram traçados
Realizáveis devem estar relacionados com o ambiente real do aluno
Mensuráveis devem ser possíveis de medir através de uma escala de avaliação do aluno
Relevantes devem estar relacionados com os interesses reais do sujeito de aprrendizagem
Congruentes o conteúdo não pode ser diferente dos objectivos.
Equilibrados deve haver um equilíbrio entre os âmbitos e níveis pelos quais foram traçados

Elementos dos Objectivos

Elementos Características
Actividade Designação do comportamento activo a executar
Conjunto de conhecimentos, capacidades, habilidades e
Conteúdo
atitudes correspondentes à actividade a desempenhar
Indicação das condições importantes nas quais a actividade
Contexto
se deve reproduzir
Critério Expressão de um resultado positivo
Formulação dos Objectivos
Tendo em conta todos os elementos que foram descritos acima, para
formularmos os objectivos para uma aula devemos reflectir
profundamente e actuarmos de acordo com os instrumentos
recomendados.

Assim, apresenta-se um exemplo de formulação de objectivos mais


específicos nos níveis cognitivo, psicomotor e afectivo:

Tema: Introdução ao estudo da Poluição (6ª classe - Unidade


Temática: Poluição).

Objectivos da aula
Nível cognitivo Nível psicomotor Nível afectivo
O aluno deve: O aluno deve ser capaz: O aluno deve:
 Conhecer os agentes  Classificar a poluição tendo  Reconhecer a
poluentes. em conta os agentes necessidade de preservar o
poluentes; meio ambiente livre da
poluição.
Sumário
 Objectivo é a transformação das orientações estratégicas, quer funções
ou finalidades em resultados pré-concebidos e concreto-
operacionalizados;

 Os objectivos podem ser classificados tendo em conta vários critérios.


Existem dois critérios fundamentais: critério de projecção (taxonomia de
Möller) e critério de níveis de complexidade (taxonomia de Bloom);

 De acordo com a taxonomia de Möller consideram-se três níveis ou


esferas de projecção: objectivos gerais, específicos e mais específicos
e de acordo com a taxonomia de Bloom, consideram-se três níveis:
cognitivo, psicomotor e afectivo;

 Objectivos devem ser: pertinentes, lógicos, observáveis, relevantes,


compatíveis, realizáveis, inequívocos, congruentes, concretos,
mensuráveis, equilibrados e alcançáveis;

 Para a formulação dos objectivos é necessário ter em conta os


seguintes aspectos: a actividade, conteúdo, contexto e critério;
Exercícios

1. Defina o conceito objectivo.

2. Como podemos classificar os objectivos?

Auto-avaliação 3. “Os objectivos específicos subordinam-se aos objectivos gerais“.


Argumente.

4. “Os objectivos devem ser mensuráveis”. Fundamente.

5. Quais são os elementos a ter em conta para formularmos objectivos


para uma aula.
Unidade II
Métodos, procedimentos e meios
de ensino das ciências Naturais

Lição n˚ 1
Actividades Cognitivas dos Alunos
Introdução
A melhor maneira de ajudar ao aluno a aprender é dar-lhe uma actividade para
exercer.
Um bom ensino deve ser construtivista, promover a mudança conceitual e
facilitar a aprendizagem significativa.
A preocupação actual do ensino de ciências centra-se na qualidade acima da
quantidade, o significado acima da memorização e a compreensão acima do
conhecimento.
As actividades cognitivas dos alunos são importantes para o desenvolvimento da
personalidade do aluno e contribuem para a aprendizagem significativa.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Definir as actividades cognitivas;

 Classificar as actividades cognitivas;

Objectivos  Aplicar as actividades cognitivas na sala de aulas.

Observação; descrição, experimentação, fundamentação, classificação

Terminologia

As actividades cognitivas servem para a obtenção de conhecimentos,


capacidades/habilidades e atitudes/convicções através dum comportamento
activo do aluno durante o processo de ensino-aprendizagem.
Classificação das Actividades Cognitivas
As actividades cognitivas dos alunos manifestam-se durante o processo de
ensino-aprendizagem e servem para o desenvolvimento integral da
personalidade do aluno.

Cada processo de realização de actividade cognitiva tem uma estrutura típica.


Primeiro para o problema, segundo para hipótese, terceiro para solução e quarto
para resposta ao problema.

Actividade cognitiva de observar


Na actividade cognitiva de observar, o aluno verifica as propriedades e
características dum objecto ou o decorrer dum fenómeno ou processo sem
alterar o objecto, fenómeno ou processo.

Esta actividade cognitiva é parte integrante do método científico de observação


que apresenta a seguinte estruturação:

No terceiro passo da estrutura do método da observação (revisão da hipótese), é


necessário ter em conta alguns elementos: dedução das conclusões,
observação, comparação dos resultados da observação e revisão da veracidade
da hipótese.

A Observação como parte integrante do método científico de observação


consiste em:
 Formulação da tarefa para a observação
 Planificação da realização da observação (preparação dos meios e
materiais)
 Realização da observação e;
 Registos dos resultados.
Actividade cognitiva de descrever
Na actividade cognitiva de descrever, os alunos têm de formular afirmações
sobre as características de um objecto, fenómeno ou processo. Durante essa
actividade, o aluno reflecte um conjunto de conhecimentos sistematizados
acerca das propriedades do que se pretende descrever. Assim, a descrição
apresenta a seguinte estrutura lógica:

Actividade cognitiva de Experimentar


Na actividade cognitiva de experimentar, o aluno verifica o porquê da existência
das propriedades e características dum objecto ou decorrer dum fenómeno ou
processo, intervindo no seu desenrolar.

Esta actividade cognitiva é parte integrante do método científico de


experimentação ou método experimental que apresenta a seguinte estruturação:

No terceiro passo da estrutura do método da observação (revisão da hipótese), é


necessário ter em conta alguns elementos: dedução das conclusões,
experimentação (realização da experiência), comparação dos resultados da
observação com as conclusões da hipótese experimentalmente prováveis e
revisão da veracidade da hipótese.

A Experimentação como parte integrante do método científico de


experimentação consiste em:
 Formulação da tarefa para a observação;
 Planificação da realização das actividades práticas e preparação das
bases técnico-materiais;
 Realização da experimentação (experiência) ;
 Observação e;
 Registos dos resultados da experimentação.

Actividade cognitiva de Fundamentar


Na actividade cognitiva de fundamentar, os alunos devem apresentar
argumentos que justifiquem a veracidade ou falsidade duma tese.
Nesta actividade cognitiva, os alunos devem combinar os seguintes elementos:

 Tese: afirmação que os alunos devem fundamentar;


 Argumentos: afirmação que fundamenta a tese e;
 Metodologia: modo de ordem de argumentos para conclusões a partir
das quais se deduz a tese.

O resultado da actividade de fundamentar é o fundamento que possui a seguinte


estrutura lógica:

Ao fundamentar os alunos justificam a veracidade ou a falsidade de uma tese.

 Comprovar : Para fundamentar a verdade de umas afirmações, os


alunos devem argumentar afirmações seguras.
A tese resulta obrigatoriamente de argumentos.

 Refutar: Fundamentar a falsidade de uma tese.


Actividade cognitiva de Classificar
Na actividade cognitiva de classificar, os alunos devem repartir ou dividir um
conjunto (uma classe) de objectos, fenómenos ou processos em partes desta
classe na base duma característica comum.

O resultado da actividade cognitiva de classificar é um sistema de conceitos.

Exemplo: Classificação dos seres vivos

Os sistemas de conceitos foram inicialmente desenvolvidos pelo investigador


Joseph Novak por volta 1970, nos Estados Unidos. São usados para representar
e organizar um conjunto de conhecimentos.
Quando se estabelece um sitema de conceitos ou mapa de conceitos, é
necessário que se tenha em conta os seguintes aspectos:
 Um conceito precisa sempre de um outro;
 Os conceitos devem ser comparáveis;
 É necessário assegurar que haja uma comparação intra e
interespecífica para identificar as características gerais e essenciais.

Os conceitos adquirem significado quando se associam numa unidade


semântica – a proposição, adquirindo significado quando unidos por
palavras de enlace, como no exemplo que se segue:

As palavras de enlace servem para estabelecer a relação supra ou sub


específica existente entre os diversos conceitos que constituem o sistema.
No ensino primário o professor pode se deparar com um problema que de certa
forma pode comprometer o sucesso da acção docente: a leitura e a escrita dos
alunos.

A aprendizagem é maioritariamente feita através de símbolos e signos que


quando combinados ganham significado. Entretanto, quanto mais habilidoso for o
aluno em descodificar os signos e símbolos, mais facilmente poderá aprender e
existem alunos que, embora conheçam o sistema alfabético, apresentam pouco
domínio da leitura e escrita: produzem escritas sem segmentação, têm baixo
desempenho na ortografia das palavras de uso constante, elaboram textos sem
coesão e coerência, lêem sem fluência, não conseguem recuperar informações
durante a leitura de um texto, etc. Ao trabalhar com esses tipos de alunos, o
professor deve, para além das demais actividades, concretizar as seguintes:

 Centrar a leitura na construção de significado, e não na pura


descodificação;
 Envolver os alunos em atividades em que a leitura seja significativa,
despertando-lhes o desejo de aprender a ler;
 Organizar trabalhos em grupo para que os alunos participem dos
momentos de leitura com colegas mais experientes;
 Envolver os alunos em debates orais para que expressem sua opinião
sobre os temas tratados.
A tarefa do aperfeiçoamento da leitura e escrita dos alunos não deve ser vista
apenas como pertencente aos professores de línguas, mas sim de todos os
professores pois, a cultura científica, formalizada por meio de linguagem e
códigos próprios, é transmitida principalmente por textos escritos e apropriar-se
deles é condição para aprender ciências e a pensar cientificamente.
Nessa perspectiva é importante que o professor ofereça aos estudantes a
oportunidade de contacto com diversas fontes textuais e diferentes linguagens
para comunicar o conhecimento científico, tais como: o livro do aluno, cartazes,
jornais, revistas, peças publicitárias, entre outras.
Sumário
 As actividades cognitivas servem para a obtenção de conhecimentos,
capacidades/habilidades e atitudes/convicções através dum
comportamento activo do aluno durante o processo de ensino-
aprendizagem;

 Existem várias actividades cognitivas, dentre elas: observar,


descrever, experimentar, fundamentar e classificar;

 Na actividade cognitiva de observar, o aluno verifica as propriedades e


características dum objecto ou o decorrer dum fenómeno ou processo
sem alterar o objecto, fenómeno ou processo;

 Na actividade cognitiva de descrever, os alunos têm de formular


afirmações sobre as características de um objecto, fenómeno ou
processo;

 Na actividade cognitiva de experimentar, o aluno verifica o porquê da


existência das propriedades e características dum objecto ou decorrer
dum fenómeno ou processo, intervindo no seu desenrolar;

 Na actividade cognitiva de fundamentar, os alunos devem apresentar


argumentos que justifiquem a veracidade ou falsidade duma tese;

 Na actividade cognitiva de classificar, os alunos devem repartir ou


dividir um conjunto (uma classe) de objectos, fenómenos ou processos
em partes desta classe na base duma característica comum.
Exercícios

1. Em que consiste a actividade cognitiva?

2. Classifica as actividades cognitivas.

Auto-avaliação 3. Fundamente a seguinte afirmação.

4. “As actividades cognitivas dos alunos são importantes para o


desenvolvimento da personalidade do aluno e contribuem para a
aprendizagem significativa”.

5. Como podemos aplicar a actividade cognitiva de classificar para a


sistematização dos conteúdos da matéria nova?

6. Usando a actividade cognitiva de classificar, formule um sistema de


conceitos, para os seguintes conceitos: Solo, Sistema Solar, Aparelho
Reprodutor no Homem e Poluição.
Lição n˚ 2

Meios de Ensino
Introdução
Nesta lição vamos tratar dos meios de ensino em Ciências Naturais.
Existe uma diversidade de meios para condução das aulas. A eficácia de
cada meio para tratar um determinado conteúdo, depende da sua escolha
consciente, associando todos os elementos importantes a ter em conta.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Conhecer as funções dos meios didácticos;

 Enumerar os factores para escolha dos meios didácticos;


Objectivos
 Classificar os meios didácticos tendo o grau de abstração;

 Reconhecer a importância dos meios didácticos.

Meio didáctico, grau de abstração,

Terminologia

Meios Didácticos
Os meios didácticos são um instrumento para auxiliar o professor a
alcançar os objectivos previamente traçados e contribuem para a redução
do grau de abstração nos alunos.
Funções dos Meios Didácticos

Factores para a escolha dos Meios Didácticos

Fonte: MÜLLER, 2005

O nível de pensamento do aluno está associado à linguagem, na sua vertente de


instrumento de suporte do pensamento. Desta forma, o desenvolvimento
cognitivo do aluno está assente na sua capacidade de articular a linguagem para
construção de novos conceitos.
O nível de pensamento do aluno pode ser aferido tendo em conta a sua idade,
sendo:

 Pensamento situativo: desde o nascimento aos 5 anos;

 Pensamento empírico: entre os 4 a 12 anos de idade;

 Pensamento Teórico: a partir da adolescência.

Classificação dos Meios Didácticos

Fonte: MÜLLER, 2005

Importância dos Meios Didácticos


Infelizmente a maior parte do conteúdo que é transmitido ao aluno se encontra
na forma que símbolos (palavra escrita ou falada) e representa o maior grau de
abstração, contribuindo desta forma para o fracasso na compreensão de muitos
fenómenos ou processos que se pretende ensinar. É neste contexto que os
meios didácticos, como por exemplo os modelos, assumem um protagonismo no
processo de mediação dos conteúdos.

Os meios didácticos são um instrumento importante para auxiliar o professor no


tratamento de alguns conteúdos que, pela sua natureza seriam de difícil
compreensão. Contribuem também para estimular no aluno a criatividade
necessária para a aprendizagem baseada em padrões de competência.
A utilização dos meios didácticos nas aulas de Ciências Naturais é um
imperativo, se tomarmos em consideração a complexidade dos fenómenos
naturais que são tratados durante o processo de ensino-aprendizagem.

Um dos meios didácticos mais usados nas aulas de Ciências Naturais é o


modelo. Sob ponto de vista de classificação, tendo em conta o grau de
abstração, o modelo é um objecto representativo.

O modelo é usado quando não é possível obter os objectos reais para a sua
utilização nas aulas.

0s modelos podem ser materiais, quando são tridimensionais ou ainda ideais,


quando são planeares.
Sumário
 Os meios didácticos são um instrumento para auxiliar o professor a
alcançar os objectivos previamente traçados e contribuem para a
redução do grau de abstração nos alunos;

 Os meios didácticos tem várias funções, dentre elas a de motivação,


efectivação, representação, informação, organização e consolidação;

 Para a escolha dos meios didácticos, o professor deve ter em conta os


seguintes factores: tipo de aluno, objectivos de ensino, tempo
disponível, número de alunos na turma, local do ensino, conteúdo de
aprendizagem, nível de pensamento do aluno e seu próprio
desempenho didáctico;

 Os meios diácticos podem ser classificados tendo em conta o seu grau


de abstração em objectos reais e objectos representativos. Os objectos
reais por sua vez, podem estar em conexão com a realidade ou fora da
conexão com a realidade e os objectos representativos podem ser
representações ou simbolizações.
Exercícios

1. O que são meios didácticos?

2. Quais são os critérios para a escolha dos meios didácticos?


Auto-avaliação 3. Quais são as funções específicas dos meios didácticos?

4. Classifique os meios didácticos, tendo em conta o grau de


abstração e dê exemplos.
Unidade III

Formas de Organização do ensino


das Ciências Naturais
(Planificação)

Lição n˚ 1

Planificação das Aulas


Introdução
Nesta lição vamos tratar da planificação das aulas.
O plano de aulas é uma concretização ideal dos vários momentos do
decurso de uma aula.
O plano de aula permite eliminar dois dos grandes males que enfermam o
ensino: a rotina e a improvisação na sala de aulas.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Conhecer as fases da planificação;

 Decrever as fases do decurso da aula;


Objectivos
 Reconhecer a importância do plano de aula no processo de
ensino-aprendizagem.

Plano de aula, planificação, redução didáctica

Terminologia
Fundamentos para a Planificação
As aulas são a espinha dorsal do processo educativo ou podemos
considerar o epicentro da actividade docente. A aula que o professor
lecciona se encontra estruturada num diagrama detalhadamente descrito
denominado plano de lição. O processo pelo qual o professor elabora o
plano de lição denomina-se planificação da aula.

Durante a condução da aula, o professor deve ter em mente que está a


implementar os esforços feitos pelo governo e pela sociedade no âmbito
da transformação das futuras gerações no domínio da ciência e
tecnologia. Não deve deixar também de lado o seu interesse no
desenvolvimento profissional, usando a aula como campo de aplicação
teórico-prática dos conhecimentos pedagógico-didácticos.

A acção docente deve estar centrada em três elementos, como ilustra o triângulo
pedagógico que se segue.

Triângulo Pedagógico de J. Houssaie

Fonte: PEREIRA, 2003

No triângulo em análise, J. Houssaie defende que o acto pedagógico põe


em interacção o professor, o aluno e os saberes instituídos, que
constituem os vértices do triângulo.
Assim, quando o pólo saber-professor é dominante, predomina uma
pedagogia centrada sobre os conteúdos, o que conduzirá
necessariamente à passividade do aluno e o professor torna-se o cento
do processo de ensino-aprendizagem, transmitindo os conteúdos, ele
ensina. Entretanto o processo dominante é ensinar.

Quando o pólo aluno-professor é previligiado, o professor favorece uma


pedagogia mais ou menos directiva em relação ao saber, existe uma certa
dessacrilização dos saberes, o que não significa que eles não sejam
importantes. Entretanto, o acto pedagógico é olhado pelo lado da
aprendizagem e pelo lado das relações sociais entre o professor e o
aluno, predominando assim, o processo de formar.

Quando o pólo aluno-saber é dominante, o papel do professor é o de


mediador e facilitador da aprendizagem. A pedagogia predominante é a
de descoberta em que o professor desempenha um papel mais passivo,
prevalecendo o aprender como processo dominante.
No exercício da planificação lectiva, o professor deve aplicar todos os
conhecimentos relativos ao processo de ensino-aprendizagem e estruturar
a aula num plano.

Fases da Planificação da aula


Para elaborarar o plano de lição, o professor deve responder a muitas
questões: antes, durante e depois da aula.
Apresentamos em seguida algumas perguntas e possíveis respostas.
Antes da aula:

Fonte: Adaptado de SOUSSAN, 2003


Durante da aula:

Fonte: Adaptado de SOUSSAN, 2003


Depois da aula:

Fonte: Adaptado de SOUSSAN, 2003

Elaboração do Plano de aula


O plano de aula deve reflectir tanto aspectos científicos da disciplina de Ciências
Naturais assim como, os aspecto didáctico-metodológicos que foram
anteriormente enuciados. É importante ainda referir que na análise didáctico-
metodológico, uma das mais importantes tarefas que o professor vai realizar é a
transformação e redução didáctica.

Segundo MÜLLER (2005), a redução didáctica como forma de transformação


didáctica é uma restrição e simplificação dos conteúdos científicos através dos
métodos de redução didáctica sectorial e de redução didáctica estrutural.

A redução didáctica sectorial, consiste na apresentação do essencial do aspecto


científico e na redução didáctica estrutural, ocorre uma simplificação da extensão
e da complexidade dos objectos, fenómenos ou processos científicos.
Eis alguns modelos de esquema de plano de aula.

Modelo 1:

Modelo 2:

No modelo de plano, o professor deve preencher o cabeçalho e definir os


objectivos da aula, tendo em conta os objectivos definidos na planificação
analítica. Tanto quanto possível, o professor deve sempre fazer a distinção dos
objectivos tendo em conta o nível de complexidade das operações a serem
realizadas pelo aluno, isto é, definir no nível cognitivo, psicomotor e afectivo.
Em relação às funções didácticas, é importante recordar que se trata de uma
reflexão das regularidades do processo de transmissão, direcção e aquisição
que inclui uma selecção e um decurso específico das actividades do professor e
do aluno.

A sua combinação na estrutura do plano, determina as actividades do professor


e do aluno.

Deve se garantir uma interconexão entre as funções didácticas, uma vez que
durante a aula as actividades do professor e do aluno devem garantir a
aprendizagem através das actividades cognitivas. É importante ainda recordar
que não existe uma sequência fixa entre elas.

O diagrama que se segue ilustra a interconexão das funções didácticas.

Depois de definir as funções didácticas e os conteúdos da aula, é necessário que


a actividade do professor seja determinada pelo método básico, isto é, o método
básico é a actividade do professor durante o processo de assimilação de
conhecimentos, desenvolvimento de capacidades/habilidades e
convicções/atitudes pelos alunos.

Os métodos básicos podem ser classificados segundo a lógica de obtenção dos


conhecimentos em: indutivos e dedutivos

Indutivos - baseia-se em experiências e observação de factos.

Dedutivos - inicia do geral para o particular e o professor apresenta conceitos e


com base nestes se tirar conlusões.

Podem ainda ser definidos segundo a fonte em: apresentação, trabalho conjunto
e trabalho independente do aluno.
Apresentação - assume a forma de palestra do professor, leitura, demostração
de objectos, mapas e modelos. Este método é normalmente mais usado pelo
professor nas aulas em que o aluno tem pouco domínio sobre os conteúdos de
aprendizagem.

Trabalho conjunto – consiste no diálogo entre o professor e aluno. A discussão


é a forma mais sublime do diálogo e deve sempre ser assumido como a forma
mais dominante do que a apresentação.

Trabalho independente do aluno – é um método que consiste na busca


incessante do conhecimento pelo aluno, durante a resolução das actividades de
aprendizagem. Fazem parte deste método as seguintes actividades: leitura e
interpretação de textos, colecção de objectos naturais, trabalhos de casa,
realização de experiências, entre outras.
Sumário
 O processo pelo qual o professor elabora o plano de lição
denomina-se planificação da aula.

 Planificação é a previsão das actividades lectivas do professor e do


aluno;

 Para elaborarar o plano de lição, o professor deve responder a


muitas questões: antes, durante e depois da aula;
 O plano de aula deve reflectir tanto aspectos científicos da disciplina de
Ciências Naturais assim como, os aspecto didáctico-metodológicos;
 A redução didáctica é uma restrição e simplificação dos
conteúdos científicos;
 Existem dois métodos de redução didáctica: redução didáctica
sectorial e redução didáctica estrutural;
 A redução didáctica sectorial, consiste na apresentação do
essencial do aspecto científico e, na redução didáctica estrutural,
ocorre uma simplificação da extensão e da complexidade dos
objectos, fenómenos ou processos científicos;

 Função didáctica é uma reflexão das regularidades do processo de


transmissão, direcção e aquisição que inclui uma selecção e um
decurso específico das actividades do professor e do aluno;

 Método básico é a actividade do professor durante o processo de


assimilação de conhecimentos, desenvolvimento de capacidades/
habilidades e convicções/atitudes pelos alunos;

 Os métodos básicos podem ser classificados segundo a lógica de


obtenção dos conhecimentos em: indutivos e dedutivos;

 Tendo em conta a fonte, os métodos básicos podem ser definidos em:


apresentação, trabalho conjunto e trabalho independente do aluno.
Exercícios

1. Decreve as fases do decurso da planificação.

2. Qual é a importância do plano para o professor?


Auto-avaliação 3. Faça a planificação analítica da Iª Unidade Didáctica (Saúde) da 7ª
Classe de Ciências Naturais.

3.1. Faça a planificação da primeira e da última aula da respectiva


unidade, tendo em conta todos os procedimentos previstos para a
elaboração de um plano de lição.
Lição n˚ 2

Excursão
Introdução
Nesta lição vamos tratar da planificação de uma excrusão.
O estudo das Ciências Naturais não se esgota na sala de aula. Há necessidade
de entrar em contacto directo com a natureza para melhor entender os seus
complexos fenómenos e processos. Nesse âmbito surge a excursão como
complemento do aprendizado na sala de aulas.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Conhecer os objectivos da excursão

 Explicar as etapas da planificação de uma excursão


Objectivos
 Reconhecer a importância da excursão para o estudo das Ciências
Naturais

Excursão, Grau de abstração, aprendizagem por descoberta

Terminologia

Excursão Didáctica

A primeira tarefa que o professor deve realizar no âmbito da planificação da


excursão é sensibilizar a Direção da Escola sobre a necessidade de uma
actividade lectiva a ser realizada fora da sala de aulas. Se a excursão for feita
numa área muito distante das imediações da escola, pode carecer ainda da
autorização dos pais e encarregados de educação dos alunos.

Os principais elementos da planificação de aula na sala de aulas, também


constituem elementos importantes para a excursão. É preciso ter em
consideração que a principal actividade cognitiva dos alunos durante a excursão
será a observação.

Uma vez que a aula se concretiza no ambiente natural, os meios de ensino


disponíveis para a sua condução facilitam o alcance dos objectivos, por serem
objectos reais e exigem menor grau de abstração por parte dos alunos. A
aprendizagem ocorre por descoberta.

Etapas da Planificação da Excursão


Na planificação da excursão temos que ter em conta as actividades antes da
visita, durante a visita e depois da visita.

Antes da visita do campo de estudo

 Definir a actividade para a observação;

 Prever os prováveis custos para o suporte da logística da visita

 Preparar o material necessário durante a visita, tendo em conta a tarefa


específica a realizar (blocos de nota ou cadernos, esferográficas, lápis,
redes para recolha, frascos, etc.);

 Conhecer o local a ser visitado (o professor, sempre que possível, deve


antes visitar o local para melhor explorar-lo durante a visita com os
alunos);

 Conferir o número de alunos da turma e registar num bloco de notas;

Durante a visita do campo de estudo

 Orientar os alunos para a tarefa definida no plano de observação;

 Acompanhar a realização da tarefa;

 Ajudar os alunos em concentrar-se no essencial da questão em estudo;

 Garantir que os elementos do grupo não se espalhem demasiado uns


dos outros;

 Assegurar que os alunos não colham mais material do que o necessário


(ex: ramos de plantas, flores, etc.);

 Garantir que todo material que eventualmente for colhido, seja


devidamente catalogado com as convenientes etiquetas;
 Assegurar a observância das mínimas regras de segurança no
manuseamento dos objectos naturais, como por exemplo observação e
colheita de animais, plantas, amostras de solo, rochas, entre outros.

Depois da visita do campo de estudo

 Garantir que não se tenha criado alterações de vulto no ambiente


natural visitado;

 Certificar-se de que não se tenha deixado lixo no ambiente visitado;

 Assegurar que todos os objectos estejam nos seus devidos lugares ou


nos lugares anteriores à visita;

 Elaborar o relatório da visita ou da excursão.

Importância da Excursão para Estudo das Ciências Naturais


A excursão assume um papel fundamental no ensino de Ciências Naturais pois
garante em primeiro lugar a quebra de fronteiras entre as ciências particulares e
permite o exercício da interdisciplinaridade. Permite ainda uma aplicação plena
do método científico da observação, contribuindo para aperfeiçoamento do
método cietífico no geral.
Sumário
 A primeira tarefa que o professor deve realizar no âmbito da
planificação da excursão é criar as condições materiais e logísticas para
o suporte da visita de estudo;

 A planificação da excursão segue basicamente os mesmos


procedimentos da planificação de lição;

 Sob ponto de vista de grau de abstração dos meios didácticos, a


excursão é mais vantajosa que as aulas tradicionais dentro da sala de
aula;

 Antes de executar a excursão, o professor deve preparar o material e


meios;

 A excursão permite o exercício pleno da interdisciplinaridade.


Exercícios

1. Quais são os elementos a ter em conta para a planificação de uma


excursão.

Auto-avaliação 2. Quais são as etapas da planificação da excursão?

3. Qual é a importânciada excursão para as aulas de Ciências


Naturais?

4. Elabore um plano completo de uma excursão para uma turma de 45


alunos, num parque para o estudo da biodiversidade local.
Unidade IV

Sistema Solar

Lição n˚ 1

Constituição do Sistema Solar


Introdução
O Sistema Solar compreende o conjunto constituído pelo sol e todos os corpos
celestes que estão sob seu domínio gravitacional. Teve origem a partir de uma
nuvem molecular que, por alguma perturbação gravitacional, entrou em colapso
e formou a estrela central, enquanto seus remanescentes geraram os demais
corpos. Em sua configuração actual, todos os componentes descrevem órbitas
praticamente elípticas ao redor do Sol, constituindo um sistema dinâmico onde
os corpos estão em mútua interacção mediada sobretudo pela força
gravitacional.

Nesta lição vamos tratar do sistema solar, constituição e origem.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Conhecer os componentes do sistema solar;


 Explicar a origem do sistema solar;

Objectivos  Reconhecer a terra como planeta moderado

Terminologia Sistema solar, planetas, astros, força de gravidade

Constituição do Sistema Solar


O Sistema Solar é constituído essencialmente pelo Sol e pelo conjunto de corpos
que estão sob influência de seu campo de gravidade. Dentre estes, os oito
planetas são os componentes mais massivos do sistema, divididos em:
Planetas telúricos (Mercúrio, Vénus, Terra e Marte) e Gigantes gasosos (Júpiter,
Saturno, Urano e Neptuno).

O Sistema solar teve origem a partir de uma nuvem molecular que, por alguma
perturbação gravitacional, entrou em colapso e formou a estrela central,
enquanto seus remanescentes geraram os demais corpos.

Planetas telúricos

Correspondentes aos quatro menores e mais próximos do Sol. Têm como


Figura 1: Planetas Telúricos em escala
características comuns a presença de crostas sólidas formadas sobretudo por
silicatos, além de núcleos cuja composição possui elevada percentagem de ferro
(Fe). Durante o período de formação planetária, a ausência de gelo na região
mais interior do sistema e a massa modesta desses corpos não favoreceram a
retenção de gases da nebulosa solar, razão pela qual são essencialmente
Fonte: pt.wikipedia.org rochosos.

Faz parte dos planetas telúricos: Mercúrio, Vénus, Terra e Marte

Gigantes gasosos
São os quatro maiores e mais afastados do Sol. Todos com dimensões
consideravelmente superiores às da Terra. Seu tamanho e constituição
distinguem-nos dos telúricos, pelo que também recebem a denominação de
planetas jovianos, em alusão ao maior planeta deste conjunto, Júpiter (ou Jovis).
Figura 2: Os oito planetas em escala São formados principalmente por Hidrogénio (H) e Hélio (He) o, além de uma
pequena fracção de elementos mais pesados e possuem baixa densidade.

Faz parte dos gigantes gasosos: Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno

Existem ainda cinco corpos que se enquadram na categoria de planetas anões e


Fonte: pt.wikipedia.org que, na sua maioria, também exibem satélites naturais. Vários asteróides se
fazem igualmente acompanhar por pequenas luas. Os quatro planetas gigantes
possuem, ainda, sistemas de anéis planetários, formados essencialmente por
partículas de gelo e poeira com dimensões máximas de alguns centímetros, que
orbitam o planeta no plano de seu equador. Espalhados por toda extensão do
Sistema Solar existem milhares de corpos menores, como asteróides e cometas,
além da poeira interplanetária e de matéria proveniente do Sol que permeiam o
espaço entre os corpos.
A Terra como Planeta moderado
As duas características principais da Terra, que determinam as diversas
condições para a existência de vida, são a sua massa moderada e a distância a
que se encontra do Sol.

É a massa da Terra, nem muito grande nem muito pequena, que lhe permite, por
um lado, ter uma atmosfera, que ficou presa pela gravidade, e por outro, produzir
no seu interior uma quantidade de energia que lhe permite ser um planeta com
uma grande dinâmica interna, a partir da qual se geram sismos e vulcões, se
formam montanhas e se movem os continentes, entre outros fenómenos
geológicos.

Às condições referidas junta-se o efeito da distância da Terra ao Sol que faz com
que a maior parte da superfície da Terra seja nem muito quente nem muito fria.
O nosso planeta localiza-se numa "zona de vida" do Sistema Solar onde a água
pode existir no estado líquido.

Esta água líquida permitiu a origem e evolução da vida e ainda é, actualmente, o


garante da vida na Terra, sendo o principal constituinte dos seres vivos. A água
no estado líquido ajuda a manter a temperatura média à superfície da Terra em
valores moderados, pois retira Dióxido de Carbono da atmosfera para a
formação de rochas.

O Dióxido de Carbono, em valores moderados, faz a atmosfera funcionar como


um "cobertor" mantendo o planeta relativamente quente, quer de dia quer de
noite.
Sumário
 O Sistema Solar é constituído essencialmente pelo Sol e pelo conjunto
de corpos que estão sob influência de seu campo de gravidade;

 O Sistema solar teve origem a partir de uma nuvem molecular que, por
alguma perturbação gravitacional, entrou em colapso e formou a estrela
central;

 O Sistema Solar é constituído por planetas telúricos (Mercúrio, Vénus,


Terra e Marte) e gigantes gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno).

 O planeta Terra apresenta duas condições primordiais para a existência


de vida, são a sua massa moderada e a distância a que se encontra do
Sol.
Exercícios

1. Quais são os constituintes do Sistema Solar?

2. Explique a origem do Sistema Solar.

Auto-avaliação 3. A Terra é um planeta moderado. Argumente.


Lição n˚ 2

Movimentos da Terra e
consequências na dinâmica da
vida
Introdução
Como todos os corpos do Universo, a Terra também não está parada. Ela realiza
inúmeros movimentos. Os dois movimentos principais do nosso planeta são o de
rotação e o de translação.

Nesta lição vamos compreender os movimentos que a Terra realiza e as suas


consequências na dinâmica da vida.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Conhecer os movimentos da terra;


 Explicar as consequências do Movimetos da Terra;

Objectivos  Reconhecer a Importância dos movimentos da Terra para os seres


vivos.

Terminologia Movimentos da Terra, Rotação, Translação, dinâmica da vida.

Movimentos da Terra

Os dois movimentos principais do nosso planeta são o de rotação e o de


translação.
Movimento de Rotação

O movimento de rotação da Terra é o giro que o planeta realiza ao redor de si


mesmo, ou seja, ao redor do seu próprio eixo. Esse movimento se faz no sentido
anti-horário, de oeste para leste, e tem duração aproximada de 24 horas. Graças
ao movimento de rotação, a luz solar vai progressivamente iluminando diferentes
áreas, do que resulta a sucessão de dias e noites nos diversos pontos da
superfície terrestre.

Vale lembrar que, durante o ano, a iluminação do Sol não é igual em todos os
lugares da Terra, pois o eixo imaginário, em torno do qual a Terra faz a sua
rotação, tem uma inclinação de 23º 27´, em relação ao plano da órbita terrestre.

O movimento aparente do Sol, ou seja, o deslocamento do disco solar tal como


observado a partir da superfície, ocorre do leste para o oeste. É por isso que, há
milhares de anos, o Sol serve como referência de posição: a direcção onde ele
aparece pela manhã é o leste ou nascente. E a direção onde ele desaparece no
final da tarde é o oeste ou poente.

Figura 1: Movimento de rotação

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/

Movimento de Translação

O movimento de translação é aquele que a Terra realiza ao redor do Sol junto


com os outros planetas. Em seu movimento de translação, a Terra percorre um
caminho ou órbita que tem a forma de uma elipse.
A velocidade média da Terra ao descrever essa órbita é de 107.000 km por hora,
e o tempo necessário para completar uma volta é de 365 dias, 5 horas e cerca
de 48 minutos.

Esse tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol é
chamado "ano". O ano civil, adotado por convenção, tem 365 dias. Como o ano
sideral, ou o tempo real do movimento de translação, é de 365 dias e 6 horas, a
cada quatro anos temos um ano de 366 dias, que é chamado ano bissexto.

A figura que se segue ilustra as diferentes estações do ano, como consequência


do movimento de translação do planeta Terra.

Figura 2: Estações do Ano

Consequências dos Movimentos da Terra


O movimento de rotação tem resumidamente as seguintes consequências:

 A sucessão dos dias e das noites (se a Terra não girasse, era sempre
de dia, na parte virada para o Sol, e sempre de noite, na parte escura).

 O movimento aparente do Sol, durante o dia (Nós falamos em nascer e


pôr do Sol, observando o seu movimento ao longo do dia - movimento
este que não existe, pois o Sol está fixo no centro do Sistema Solar e a
Terra é que gira).

 O movimento aparente das estrelas, durante a noite (pela mesma razão


acima).

 A variação da obliquidade dos raios solares, num mesmo lugar, ao


longo do dia (ao longo do dia, os raios solares apresentam diferentes
inclinações, em relação à superfície da Terra).
O movimento de translação do planeta Terra e a inclinação do seu eixo
imaginário também têm consequências:

 As estações do ano (Primavera, Verão, Outono e Inverno).

 A desigualdade dos dias e das noites (O facto de, em algumas alturas


do ano, os dias serem muito longos, e as noites curtas, e vice-
versa).
Sumário
 Os dois movimentos principais do planeta Terra são: movimento de
rotação e movimento de translação;

 O movimento de rotação da Terra é o giro que o planeta realiza ao


redor de si mesmo, ou seja, ao redor do seu próprio eixo;

 O movimento de translação é aquele que a Terra realiza ao redor do Sol


junto com os outros planetas;

 O movimento de rotação da Terra se faz no sentido anti-horário, de


oeste para leste, com uma duração aproximada de 24 horas;

 Durante o movimento de translação, a Terra descreve uma órbita que


tem a forma de uma elipse;

 O movimento de translação da Terra completa a volta em


aproximadamente 365 dias;

 A principal consequência do movimento de rotação é a sucessão dos


dias e das noites;

 A principal consequência do movimento de translação são as estações


do ano.
Exercícios

1. Quais são os principais movimentos que o Planeta Terra executa?

2. Como se explique que ao longo do ano, algumas noites sejam mais

Auto-avaliação longas do que as outras?

3. Quais as consequências dos movimentos da Terra?


Unidade V

Atmosfera, Hidrosfera e Litosfera

Lição n˚ 1
Composição e estrutura da
Atmosfera
Introdução
O primeiro papel da atmosfera no clima é o efeito térmico regulador, além
de proteger o planeta contra meteoritos.
A atmosfera primitiva era formada basicamente por Hidrogénio.
Posteriormente juntaram-se outros gases emitidos por materiais e
substâncias do interior do planeta (por exemplo, o Dióxido de Carbono
produzido pelos vulcões) e o próprio Oxigénio cuja origem está ligada à
acção da radiação solar sobre o vapor da água e ao processo da
fotossíntese.
Nesta lição vamos tratar da composição e estrutura da Atmosfera
Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Conhecer a composição da Atmosfera;


 Decrever a estrutura da Atmosfera;
Objectivos
 Explicar a interação dos factores atmosféricos;
 Reconhecer a importância da atmosfera na manutenção da vida
na Terra.

Atmosfera, Troposfera, Estratosfera, Mesosfera, Termosfera, Exosfera, Ar,


contaminação
Terminologia
Composição da Atmosfera
A atmosfera possui três camadas que actuam de modo diferente na propagação
das ondas de rádio através dela. Essas camadas são:
 Troposfera, que é a camada mais baixa da atmosfera;
 Estratosfera, que é a camada intermediária;
 Ionosfera, que vai até o fim da atmosfera.
Ao atravessar a troposfera a onda de rádio refrata (muda de forma ou direção) à
medida que aumenta de altitude. Isto se deve ao aumento de velocidade em
decorrência da atenuação dos gases à medida que vai se afastando da Terra.
Quando atravessa a Estratosfera, a onda não sofre nada, pois não existe gases
o suficiente para refração.

Quando chega na Ionosfera, a onda de rádio pode sofrer diversos fenómenos


dependendo das actividades eléctricas que ocorrem neste lugar. Os fenómenos
mais comuns são os de reflexão.

Estrutura da Atmosfera
Sob ponto de vista de estratificação vertical, a Atmosfera é constituída por
cinco camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e
exosfera. O ar se torna mais rarefeito quanto mais distante da superfície
terrestre, e é por isso que os “alpinistas” normalmente levam oxigénio com
eles quando escalam altas montanhas. A mesma razão justifica o facto de
os aviões estarem equipados de máscaras de Oxigénio, para em caso de
um incidente serem usadas.

A troposfera é a única camada em que os seres vivos podem respirar


normalmente.
Figura 1: Camadas da Atmosfera

Fonte: iag.usp.br

Troposfera

As condições climáticas acontecem na camada inferior da atmosfera,


chamada troposfera. Essa camada se estende até 20 km do solo, no
equador, e a aproximadamente 10 km nos pólos.

Estratosfera

A estratosfera chega a 50 km do solo. A temperatura vai de 60ºC


negativos na base ao ponto de congelamento na parte de cima. A
estratosfera contém ozono, um gás que absorve os prejudiciais raios
ultravioleta do Sol. Hoje, a poluição está ocasionando "buracos" na
camada de ozono.
Mesosfera

O topo da mesosfera fica a 80 km do solo. É muito fria, com temperaturas


abaixo de 100ºC negativos. A parte inferior é mais quente porque absorve
calor da estratosfera.

Termosfera

O topo da termosfera fica a cerca de 450 km acima da Terra. É a camada


mais quente, uma vez que as raras moléculas de ar absorvem a radiação
do Sol. A temperatura no topo chega a 2.000ºC.

Exosfera

A camada superior da atmosfera fica a mais ou menos 900 km acima da


Terra. O ar é muito rarefeito e as moléculas de gás "escapam"
constantemente para o espaço. Por isso é chamada de exosfera (parte
externa da atmosfera).

Propriedades do Ar e Contaminação
O ar possui as seguintes propriedades:

 ar é matéria e ocupa todo o espaço do ambiente que não exista outra


matéria.

 ar tem massa. Na Terra, tudo o que tem massa também tem peso, ou
seja, é atraído pela gravidade terrestre, que é a força que puxa todas as
coisas para o seu centro.

 ar é compressível. Apresenta então compressibilidade. É a propriedade


que o ar tem de diminuir de volume quando comprimido.

 ar tem elasticidade. Elasticidade é a propriedade que o ar tem de voltar


ao seu volume inicial, quando cessa a compressão.

 ar se expande. Possui a propriedade da expansibilidade. Quando uma


substância volátil (que se transforma em gás) entra em contato com o
ar, sentimos seu cheiro.
A expansibilidade do ar é a propriedade que o ar tem de aumentar de
volume, ocupando todo o lugar disponível.
 ar exerce pressão.

Contaminação e Poluíção do Ar
Estima-se que 78% do ar atmosférico é composto pelo gás Nitrogénio (N2),
sendo, portanto, o componente mais abundante do ar.
Para além deste, é composto também pelo Oxigénio, gás carbónico, gases
nobres também conhecidos como gases raros.
A forma mais comum de contaminação do ar é através da emissão de gases
nocivos como o clorofluorcarbonetos e outros gases industriais que se acumulam
na atmosfera, impedindo a dispersão do calor emitido pelo sol e provocando um
aumento da temperatura do planeta, denominado efeito estufa.

Consequências da contaminação do ar
O Monóxido de Carbono é tóxico para o ser humano, pois passa pelos pulmões
e chega à corrente sanguínea e se fixa na hemoglobina, (a hemoglobina permite
o transporte de Oxigénio pelo Sistema Circulatório), e isso acaba impedindo o
carregamento do Oxigénio dos pulmões até as células do corpo, causando
enfraquecimento de órgãos vitais do corpo humano.
Concentrações de Dióxido de Enxofre estão relacionadas à aumentos de
morbidez (taxa de doenças) e mortalidade (taxa de mortes). A inalação do
Dióxido de Enxofre pode resultar em danos ao Sistema Respiratório, e
agravamento de doenças pulmonares.
A grande preocupação com o Óxido de Nitrogénio é o efeito secundário, já que
na presença de luz solar se transforma em Dióxido de Nitrogénio que contribui
para formação do smog fotoquímico, que causa irritação nos olhos, reduz a
visibilidade e causa doenças respiratórias.

Os hidrocarbonetos podem causar irritação da membrana mucosa, conjuntivite.


Danos na pele e nos canais respiratórios superiores independentemente de
estarem no estado gasoso, assim como spray ou aerossol. Em contacto com a
pele podem causar pele sensível e enrugada, e quando ingeridos ou inalados em
quantidades elevadas causam lesões no esófago, traqueia, trato gastrointestinal,
vômitos, perda de consciência e desmaios.
Sumário
 Sob ponto de vista de estratificação vertical, a Atmosfera é constituída
por cinco camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e
exosfera;

 A troposfera é a única camada em que os seres vivos podem respirar


normalmente.

 O ar é matéria e ocupa espaço do ambiente que não exista outra


matéria;

 O ar também tem massa, é compressível, tem elasticidade e


expansibilidade;

 O ar pode ser poluído por vários compostos químicos como: Monóxido


de Carbono, Dióxido de Nitrogénio, clorofluorcarbonetos (CFC´s) entre
outros, tornado-o imprório para os seres vivos.
Exercícios

1. Defina Atmosfera.

2. Quais são as camadas da Atmosfera?

Auto-avaliação 3. Fundamente a abundância da vida na troposfera.

4. Como podemos contribuir para a redução da poluição do ar atmosférico?


Lição n˚ 2
Clima, cinturas climáticas e
distribuição
Introdução
Clima, num sentido restrito é definido como tempo meteorológico médio.
Nesta lição vamos tratar sobre as cinturas climáticas.
Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Conhecer as cinturas climáticas;


Objectivos  Comparar os diversos tipos de clima;

Reconhecer a importância do clima para os seres vivos.

Clima, pressão atmosférica, altitude


Terminologia

Conceito Clima
Clima, num sentido restrito é definido como “tempo meteorológico médio”,
ou mais precisamente, como a descrição estatística de quantidades
relevantes de mudanças do tempo meteorológico num período de tempo,
que vai de meses a milhões de anos; é o conjunto de estados do tempo
meteorológico que caracterizam o meio ambiente atmosférico de uma
determinada região ao longo do ano.

Factores que determinam o Clima


Os factores que determinam a distribuição do clima são: pressão
atmosférica, órbita, latitude, altitude, maritimidade, massas de ar,
correntes marítimas, relevo, vegetação bem como a presença de extensas
áreas rurais, as quais modificaram muito a paisagem natural.
Há na Terra quatro cinturas que delimitam zonas de características
geográficas relativamente homogéneas. Para além disso, a latitude destes
paralelos está relacionada com o movimento de translação da Terra, as
mudanças da inclinação do eixo da Terra ao longo do ano e o movimento
anual aparente do Sol. Assim, esses paralelos são: Hemisfério Norte:
Círculo Polar Árctico; Trópico de Câncer. Hemisfério Sul: Círculo Polar
Antárctico; Trópico de Capricórnio. Entre os dois trópicos está localizada a
Zona Quente ou Intertropical. Como o próprio nome indica é a zona da
Terra onde se registam as temperaturas mais elevadas. É aqui que se
localizam, quer os desertos quentes, quer a savana e a floresta equatorial.

Os círculos Polares delimitam as zonas frias: o Círculo Polar Árctico,


delimita a Zona Fria do Norte;

O Círculo Polar Antárctico delimita a Zona Fria do Sul Entre a Zona


Quente e a Zona Fria estão as Zonas Temperadas.

Tipos de Clima e suas características


Clima Tropical
 Climas megatérmicos;
 Temperatura média do mês mais frio do ano maior de 18 °C;
 Estação de inverno ausente;
 Forte precipitação anual superior à evapotranspiração potencial
anual.

Clima Árido
 Climas secos (precipitação anual inferior a 500 mm);
 Evapotranspiração potencial anual superior à precipitação anual;
 Não existem cursos de água permanentes.

Clima Temperado ou Clima Temperado Quente


 Climas mesotérmicos;
 Temperatura média do ar dos 3 meses mais frios
compreendida entre -3 e 18 °C;
 Temperatura média do mês mais quente maior de 10 °C;
 Estações de Verão e Inverno bem definidas.

Clima Continental ou Clima Temperado Frio


 Climas microtérmicos;
 Temperatura média do ar no mês mais frios menorees de -3°C;
 Temperatura média do ar no mês mais quente maior de 10°C;
 Estações de Verão e Inverno bem definidas.

Clima Glacial
 Climas polares e de alta montanha;
 Temperatura média do ar no mês mais quente maior de 10 °C;
 Estação do Verão pouco definida ou inexistente.

Sumário
 Clima, num sentido restrito é definido como tempo meteorológico
médio;

 No sentido mais amplo, o clima é a descrição estatística de


quantidades relevantes de mudanças do tempo meteorológico
num período de tempo, que vai de meses a milhões de anos ou
ainda podemos considerar o conjunto de estados do tempo
meteorológico que caracterizam o meio ambiente atmosférico de
uma determinada região ao longo do ano;
 Os factores que determinam a distribuição do clima são: pressão
atmosférica, órbita, latitude, altitude, maritimidade, massas de ar,
correntes marítimas, relevo, vegetação bem como a presença de
extensas áreas rurais, as quais modificaram muito a paisagem
natural;

 Os círculos Polares delimitam as zonas frias: o Círculo Polar


Árctico, delimita a Zona Fria do Norte e o Círculo Polar
Antárctico delimita a Zona Fria do Sul. Entre a Zona Quente e a
Zona Fria estão as Zonas Temperadas;

 Podemos considerar cinco tipos de clima: Clima Tropical, Clima


Árido, Clima Temperado, Clima Continental e Clima Glacial.
Exercícios

1. Defina o conceito Clima.

2. Quais são os factores que determinam o clima?

Auto-avaliação 3. Qual é a importância do clima para a distribuição dos seres vivos na biosfera.
Lição n˚ 3

Água: Propriedades, Mudanças de


Estado e Importância para os
seres vivos
Introdução
A água é o componente mais abundande do planeta terra, chegando a cubrir
cerca de 70% da superfície total e da composição da maioria dos seres vivos,
chegando a constituir mais de 90% do seu peso. A água compõe uma parte da
terra denominada Hidrosfera.

A Hidrosfera corresponde a toda parte líquida contida no planeta.

A água surgiu do resfriamento da terra decorrente dos vulcões que expeliam


vários gases e do vapor de água que se evaporou, favorecendo a ocorrência de
chuvas.
Nesta lição vamos tratar das propriedades da água, seus estados físicos e sua
importância para os seres vivos.
Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Conhecer as propriedades físicas da água;

Objectivos  Descrever os estados físicos da água;

 Explicar o ciclo hidrológico;

 Reconhecer a importância da água para os seres vivos

Água, estado líquido, estado sólido, estado gasoso, ciclo hidrológico.


Terminologia
Propriedades da Água
Na natureza, podemos encontrar a água em três estados físicos: líquido, sólido e
gasoso.

O estado líquido é o mais comum, pois está mais presente em nosso dia a dia. É
a água que bebemos, tomamos banho, lavamos roupa e louças e etc. Podemos
encontrar, na natureza, a água neste estado nos mares, rios, lagos, riachos, etc.

No estado sólido, a água se apresenta na forma de gelo. Neste estado físico, ela
é mais comum em regiões frias do continente com na Antártida e no Polo Norte.
A água também pode passar do estado físico líquido para o sólido de forma
artificial, ou seja, quando colocamos água no congelador de nossas geleiras.

O estado gasoso, embora menos visível, também está muito presente em


nossas vidas. A água é encontrada no estado gasoso após passar pelo processo
de evaporação. Num dia de muito calor, por exemplo, a água dos rios, mares e
até da roupa que estendemos no varal é transformada em vapor de água.
Quando fervemos a água em casa, ela também muda do estado líquido para o
gasoso, através do processo de ebulição.

Por ser matéria, a água apresenta as propriedades gerais da matéria (extensão,


inércia, impenetrabilidade, elasticidade, divisibilidade e industribilidade) porém,
apresenta ainda algumas propriedades específicas que são:

São propriedades organolépticas da água as seguintes: incolor (sem cor);


Inodoro (sem cheiro), insípita (sem sabor), tem brilho e forma variável (toma a
forma do objecto em se se encontra: ex: cilíndrica quando estiver num copo
cilíndrico).

Mudanças de estado físico


A água passa por cinco processos de transformação na natureza: vaporização,
solidificação,condesação, fusão e sublimação. Estas transformações ocorrem de
acordo com a mudança de temperatura da água. Para que a transformação de
um estado para outro ocorra é necessário que a água atinja determinadas
temperaturas.
Vaporização

Quando a água passa do estado líquido para o gasoso. Pode ocorrer através de
dois processos.

Na ebulição, ocorre quando a água chega à temperatura de 100ºC. Um bom


exemplo é quando fervemos a água no fogão. Quando a água começa a
borbulhar é porque ela está fervendo e, portanto, entrando em estado de ebulição
(transformando-se em vapor de água).

Já no processo de evaporação, a água passa do estado líquido para o gasoso de


forma lenta. Quando estendemos a roupa molhada no varal num dia ensolarado,
a água vai, lentamente, passando do estado líquido para o gasoso.

Solidificação

A água passa do estado líquido para o sólido. Essa transformação ocorre quando
a água atinge a temperatura de 0ºC. Um bom exemplo é quando pegamos a
água em temperatura ambiente e colocamos no congelador. Quando a água
chega a 0ºC ela muda para o estado sólido (gelo).

Condensação

Mudança da água do estado gasoso para o líquido. Este processo é muito


comum na formação das chuvas, quando o vapor de água é transformado em
água líquida após uma queda de temperatura. Também podemos observar este
processo nas gotículas de água que se formam na parte interna da tampa da
panela quando estamos cozinhando alimentos ou fervendo água.

Fusão

Ocorre quando a água passa do estado sólido para o líquido. Quando o gelo é
retirado do congelador, a temperatura da água vai aumentando. Quando ela
ultrapassa a marca de 0ºC (ponto de fusão), começa a derreter, transformando-
se em água líquida.

Sublimação

Quando a água passa do estado físico gasoso para o sólido e vice-versa, sem
passar pelo estado líquido. É a transformação mais rara na natureza.
Geralmente, este processo de transformação é realizado em laboratórios.
Ciclo Hidrológico
A movimentação constante da água na Terra passando pelos estados líquido,
sólido e gasoso, dos oceanos para a atmosfera, desta para a terra, sobre a
superfície terrestre ou no subsolo, e o retorno para os oceanos, recebe a
denominação de Ciclo Hidrológico.

O ciclo se inicia quando o sol aquece e evapora a água dos oceanos, rios, lagos
e solos. O vapor de água sobe e junta-se formando as nuvens. Estas, por
determinadas condições atmosféricas, condensam-se e precipitam-se em forma
de chuva, granizo ou neve. Quando chove sobre os continentes, parte da água é
retida pela vegetação e acaba evaporando novamente para a atmosfera. Outra
parte escoa directamente para os rios e lagos, retornando assim aos oceanos ou
infiltra-se no solo.

A parte da água infiltrada é retida pelas raízes das plantas e acaba evaporando
através da capilaridade do solo ou através da transpiração desses vegetais;
outra parte da água move-se para as camadas mais profundas, por efeito da
gravidade, até chegar a chamada zona de saturação. Nessa região do subsolo
todos os poros da formação sedimentar, as fissuras das rochas e os espaços
vazios são preenchidos com água, constituindo o que se denomina de Água
Subterrânea.

O ciclo hidrológico acaba fechando-se porque a água subterrânea obedecendo a


morfologia do terreno, percola muito vagarosamente em direção aos rios, lagos e
oceanos.

Figura 1: Ciclo Hidrológico

Fonte: http://construindofuturos.blogspot.com/
Ocorrência Natural da água na Terra
Um oceano é um componente principal da superfície da terra, constituído por
água salgada. Forma a maior parte da hidrosfera: aproximadamente 71% da
superfície da Terra (uma área de aproximadamente 361 milhões de Km2).
O oceano terrestre é, para efeitos práticos, normalmente dividido em várias
partes, demarcadas por continentes e grandes arquipélagos. Regiões menores
dos oceanos são conhecidas como mares, golfos e estreitos.
O mar é uma longa extensão de água salgada conectada com um oceano. A
água do mar é transparente. Mas, quando se observa, ele parece azul, verde ou
até cinzenta. O reflexo do céu não torna o mar azul, o que torna o mar azul é o
facto de que a luz azul não é absorvida, ao contrário do amarelo e do vermelho.
Também depende da cor da terra ou das algas transportadas pelas suas águas.
Os recursos hídricos incluem o conjunto das águas superficiais e das águas
subterrâneas utilizadas pelas populações quer para beber quer para as diversas
actividades humanas.
A água também ocorre em rios que são cursos naturais de água, usualmente
de água doce que flui no sentido de um oceano, um lago, um mar, ou um outro
rio.
A superfície da Terra pode conter depressões naturais que de forma permanente
podem conter uma quantidade variável de água, denominadas lagos.

Importância da água para os seres vivos


Antes de tudo, é sempre bom lembrar que sem água não haveria vida em nosso
planeta. A água é um solvente por excelência e o componente mais abundante
nos seres vivos. As reacções metabólicas ocorrem em solução aquosa.

A água é de extrema importância para a vida de todos os seres vivos que


habitam a Terra. Embora este recurso seja encontrado em abundância em nosso
planeta (cerca de 70% da superfície é composto por água), somente 4% da água
é doce, ou seja, própria para o consumo.

Deve-se igualmente exortar os alunos em campanhas que visem poupar e


conservar a água ou criar concursos de redação ou de cartazes sobre
importância da conservação da água.

Ao abordar a importância da água com os alunos, é necessário chamar atenção


sobre a necessidade de usá-la racionalmente, evitando desperdícios como:
deixá-la gotejar nas torneiras, lavar os dentes com a torneira aberta, lavar o carro
com auxílio de uma mangueira (o recomendável é utilizar um balde para poupar
água), poupar a água enquanto se toma o banho no chuveiro e valorizar todas as
acções que tendam a reutilizar água.

De uma maneira geral, a água intervém nos seguintes processos:

 Funcionamento e manutenção do corpo humano: solvente universal,


regulador térmico, isto é capacidade de absorver e conservar calor;

 Irrigação na agricultura (produção de alimentos para os seres


humanos). Uso também na pecuária (criação de gado);
 Funcionamento dos ecossistemas (fauna e flora), tanto aquáticos
quanto terrestres;
 Uso da água na produção industrial (bens materiais, medicamentos,
alimentos industrializados, etc.);
 Geração de energia nas usinas hidroeléctricas;
 A evaporação da água doce das principais fontes hídricas (rios,
lagos, açudes e represas) são importantes na formação de chuvas e
da humidade do ar.
Sumário
 A água é a substância mais abundante no planeta Terra e constitui a
hidrosfera.

 Na natureza, podemos encontrar a água em três estados físicos:


líquido, sólido e gasoso.

 O estado líquido é o mais comum e mais usual para os seres vivos.

 No estado líquido, a água pode ser encontrada, nos oceanos, mares,


rios, lagos e riachos;

 A água apresenta as seguintes propriedades organolépticas: incolor


(sem cor); Inodoro (sem cheiro), insípita (sem sabor), tem brilho e forma
variável;

 A água passa por cinco processos de transformação na natureza:


vaporização, solidificação,condesação, fusão e sublimação;

 A vaporização ocorre quando a água passa do estado líquido para o


gasoso;

 A solidificação ocorre quando a água passa do estado líquido para o


sólido, normalmente quando ela atinge a temperatura de 0ºC;

 A condensação ocorre quando a água muda do estado gasoso para o


líquido, contribuindo para a ocorrência da precipitação (chuva);

 . A fusão consiste na passagem de água do estado sólido para o


líquido;

 A sublimação consiste na passagem de água do estado gasoso para o


estado sólido e vice-versa;

 A movimentação constante da água passando pelos diferentes estados


dos oceanos para a atmosfera, desta para a terra, sobre a superfície
terrestre ou no subsolo, e o retorno para os oceanos, recebe a
denominação de Ciclo Hidrológico.

 A água contribui para a manutenção da vida na terra: é a fonte de vida.


Exercícios

1. Quais são as propriedades da água.

2. Explique o processo de mudança de estados físicos da água.

Auto-avaliação 3. Onde é que ocorre a água na natureza?

4. Explique o ciclo hidrológico.

5. Qual é a importância da água para os seres vivos.


Lição n˚ 4
Crusta terrestre: composição
Plataforma oceânica e continental
Introdução
A crusta terrestre é a camada mais externa do planeta Terra. Constitui a parte
superior da litosfera, com uma espessura variável de 5 a 70 km.
Nesta lição vamos tratar da composição da crusta terrestre e as suas
plataformas oceânica e continental.
Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Definir a crusta terrestre;


Objectivos  Comparar a crusta oceânica da crusta continental.

Litosfera, crosta terrestre, crosta oceânica, crosta continental.


Terminologia

Litosfera
A litosfera é a camada sólida mais externa de um planeta rochoso e é constituída
por rochas e solo. No caso da Terra, é formada pela crusta terrestre e por parte
do manto superior. Apresenta uma espessura variável, sendo mais espessa sob
as grandes cadeias montanhosas.

A crusta terrestre é subdividida em crusta oceânica, de constituição máfica e


crusta continental de constituição félsica
Crusta Oceânica
Crusta oceânica ou crosta oceânica é a designação dada à camada da
litosfera terrestre, com características de composição, espessura e
densidade diferenciadas, que constitui o fundo das bacias oceânicas.
A crusta oceânica tem uma espessura de 5 a 10 km (raramente
ultrapassando os 10 km de espessura, mas podendo ter apenas 3 km) e é
mais densa do que a sua equivalente continental. A densidade, variando
ligeiramente com a região, é em geral próxima de 3,3 (isto é 3,3 t/m³).

A crusta oceânica é composta por materiais máficos da família dos basaltos e


gabros, ricos em minerais ferromagnesianos.

A crusta oceânica é maioritariamente constituída por minerais de Sílica (SiO2)


e Magnésio (Mg), também designado pela sigla das iniciais desses
minérios: SIMA (SI- Sílica e MA - Magnésio)

Crusta Continental
A crusta continental ou crosta continental é a camada de rochas graníticas,
sedimentares e metamórficas que forma os continentes e as zonas de baixa
profundidade junto às suas costas, conhecidas como plataformas continentais. É
menos densa que o material do manto e assim "flutua" sobre este. A crusta
continental é também menos densa que a crusta oceânica, mas muito mais
espessa; 20 a 80 km de espessura contra os 5 a 10 km da crusta oceânica.
Cerca de 40% da superfície terrestre encontra-se coberta por crusta continental.

As zonas mais delgadas da crusta continental situam-se nas zonas de rift onde a
crusta é adelgaçada por estiramento e eventualmente rompida, sendo
substituída por crusta oceânica. As orlas de fragmentos continentais formados
desta forma (como por exemplo as margens do Oceano Atlântico) são chamadas
margens passivas.

A crusta continental é maioritariamente constituída por minerais de Sílica


(SiO2) e Alumínio (Al), também designado pela sigla das iniciais desses
minérios: SIAL (SI- Sílica e AL - Alumínio).

As rochas da crusta terrestre possuem uma mobilidade relativa e lenta á escala


geológica, ao longo de milhões de anos, permitindo que algumas zonas de fusão
entrem em actividade causando o deslizamento das placas, fenómeno
denominado deriva continental no âmbito da teoria tectônica das placas.
Sumário
 A crusta terrestre é subdividida em crusta oceânica, de constituição
máfica e crusta continental de constituição félsica

 Devido a composição da crusta terrestre, a crusta oceânica é por


vezes designada por sima (de Silício e Magnésio), em
contraponto ao sial (Sílica e Alumínio) da crusta continental.

 A crusta oceânica é mais delgada (cerca de 5 a 10Km) do que a crusta


continental (cerca de 20 a 80Km);

 As rochas da crusta terrestre possuem uma mobilidade relativa e lenta à


escala geológica, ao longo de milhões de anos, permitindo que
algumas zonas de fusão entrem em actividade causando o
deslizamento das placas, fenómeno denominado deriva continental
no âmbito da teoria tectônica das placas.
Exercícios

1. O que é litosfera?

2. Defina a crustra terrestre.

Auto-avaliação 3. Compare a crusta oceânica e a crusta continental.


Lição n˚5
Estudo do Relevo
Introdução
A terra é constituída por diversas formas. De uma maneira geral, as diversas
formas que a teera pode tomar constituem o relevo.
A maior parte dos seres vivos se encontram num substrato natural denominado
solo ou terra.
De uma maneira geral, o solo ou terra, é composto de quatro partes, que são o
ar, a água, a matéria orgânica (que são restos de pequenos animais e plantas) e
a parte mineral que veio da alteração das rochas que é a areia, o barro e o limo.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Descrever os tipos de relevo;


 Descrever o processo de formação do solo;
 Distinguir a parte viva do solo da parte não viva;

Objectivos

Relevo, Planalto, Planicie, Montanha e solo.

Terminologia

O Relevo
As diversas formas que a terra apresenta constituem o relevo.
Existem vários factores que condicionam a formação do relevo, dentre eles, os
factores externos e factores internos.
Os agentes que condicionam a formação do relevo são também chamados de
agentes modeladores do relevo. Esses agentes actuam de forma conjunta,
criando as diversas formas de relevo que conhecemos.
Factores Externos
Tabela 1 – Tipos de Factores Externos

Tipo de Factores
Constituintes
Externos
Factores Temperatura, Vento, Humidade, Chuva.
Atmosféricos

Factores Marinhos Rios, Lagos, Marés, Ondas, Glaciares, Águas


subterrâneas, Correntes marítimas.

Factores Internos
Tabela 2 – Tipos de Factores Internos
Tipo de Factores
Características
Internos
Tectonismos resultam de pressões verticais e horizontais, vindas do
interior da terra e que agem na crosta terrestre.
Originam as montanhas

Vulcanismos Deslocamento do magma do interior da terra para a


superfície

Abalos sísmicos Movimentos convectivos que ocorrem na astenosfera,


forçando as placas tectônicas da litosfera (camada
Ou terramotos
rochosa) a mover-se. Como resultado as placas podem
se chocar (formando bordas convergentes), se separar
(formando bordas divergentes) ou deslizar (formando
bordas transformantes).

Quando se faz uma análise sobre a actuação dos factores que influenciam na
forma do relevo, pode-se chegar a conclusão que os factores endógenos ou
internos agem, deformando o relevo e os agentes exógenos ou externos agem,
modelando o relevo.
A actividade humana nas diversas frentes, também condiciona a alteração do
relevo, por isso é importante que ao abordar este tema com os alunos, haja
chamada de atenção para a reflexão conjunta sobre a actividade humana nas
diversas frentes. Por exemplo, o abate indiscriminado das árvores pode levar a
uma degradação contínua do solo (erosão) que por sua vez pode modelar o
relevo, alterando a sua estrutura.
Umas das consequências mais evidentes da actuação conjunta dos factores
modeladores do relevo, é o solo. A sua formação depende fundamentalmente
da degradação contínua da rocha nua.

Para perceber melhor esse processo, devemos fazer o estudo do solo.


O Solo
O solo é definido como a camada superficial da terra onde encontramos os seres
vivos.
Naturalmente que este conceito não reúne consenso em todas as ciências, varia
de ciência para a ciência. Para os engenheiros civis, por exemplo, o solo é toda
a acumulação de partículas que pode ser escavada, sem recorrer os explosivos
ou máquinas.
O solo recobre a superfície terrestre e condiciona o desenvolvimento dos seres
vivos.
Podemos ainda dizer que o solo é a camada mais superficial da crosta terrestre,
constituída por minerais resultantes da alteração das rochas existentes no local e
por substâncias orgânicas e minerais resultantes dos excrementos e da
decomposição dos restos de seres vivos como folhas, ramos, raízes, cadáveres
de animais, bem como por ar e água.

As principais funções do solo são:


 Funciona como principal substrato das plantas onde ocorre o seu
crescimento (água, oxigénio e nutrientes);
 Funciona como habitat para a fauna do solo.
 Participa nos ciclos de transformação da matéria, bem como no
armazenamento de nutrientes e de outras partículas;
 Participa no controlo do fluxo da água e acção protectora da qualidade
da água subterrânea.

Composição do Solo
Os solos são constituídos de três fases: sólida (minerais e matéria orgânica),
líquida (água) e gasosa (ar). Essas fases podem ser encontradas em diferentes
proporções, dependendo de factores como tipo de solo e forma de sua utilização.

Mapa 1 - Constituição do solo


Os seres vivos que habitam o solo podem ser classificados tendo em conta dois
factores fundamentais: a sua função ecológica e o seu tamanho.
Tendo em conta à sua função ecológica, podemos ter produtores, consumidores
e decompositores e tendo em conta o seu tamanho, podemos ter microbionta,
mesobionta e macrobionta.
As características e funções desses grupos se encontram na tabela que se
segue.
Tabela 3 – Organismos do solo tendo em conta a função ecológica
Grupo Função ecológica Exemplos
Produzem a matéria orgânica a
Produtores Plantas
partir de substâncias simples
Alimentam-se de matéria orgânica
Consumidores Ratos e minhocas
dos produtores
Participam na ciclagem da matéria,
Decompositores decompondo a matéria orgânica Bactérias e fungos
em mineral

Tabela 4 – Organismos do solo tendo em conta o seu tamanho


Grupo Tamanho Exemplos
Muito pequenos e Algas, bactérias, fungos e
Microbionta
invisíveis ao olho nu. protistas.
Pequenos, mas visíveis ao Larvas de insectos, ácaros
Mesobionta
olho nu. do solo.
Minhocas, aranhas,
Macrobionta Relativamente grandes.
térmites e centopeias.

A parte mineral do solo é constituída por partículas que possuem composição


mineral e tamanho diferentes. Estes elementos são importantes para a
classificação do solo. Tendo em conta a combinação desses factores, este pode
arenoso, rochoso, argiloso, calcário, etc.

Formação do Solo
O solo é um subproduto de uma acção combinada de diversos factores. Estes
são geralmente chamados por factores da formação de solo, designadamente
factores bióticos (seres vivos) e factores abióticos (clima e relevo). É considerado
o estado final da degradação da rocha mãe. O solo resulta de um processo
físico-químico, isto é pela acção química e física de um conjunto de factores num
processo denominado meteorização.
Entende-se por meteorização ao conjunto dos processos de decomposição
química e degradação física que as rochas sofrem quando expostos aos factores
abióticos como ar, humidade e temperatura, bem como aos factores bióticos
como os seres vivos.
Os factores de meteorização têm uma influência muito forte na decomposição do
solo, de modo que qualquer rocha submetida a eles, de uma forma rápida ou
lenta, sofrerá uma alteração química e física em qualquer ponto em que esteja
em contacto com a atmosfera.
Dependendo do grau de transformação dos elementos minerais do solo, pode-se
designar de solo jovem ou solo maduro.
O solo propício para a prática da agricultura é o solo maduro que reúne todas as
condições necessárias para o desenvolvimento das plantas. De todas as
propriedades do solo, a mais determinante para a prática de agricultura é a
fertilidade. Um solo fértil reúne um conjunto de propriedades como a
permeabilidade, porosidade, humidade, arejamento, salinidade e acidez
estabilizadas para o desenvolvimento da prática agrária.

Perfil do Solo
Para se classificar um solo, deve-se ter em vista o seu perfil ou horizonte.
O solo apresenta normalmente três horizontes fundamentais, designadamente A,
B e C. Por vezes o horizonte é dividido em subcamadas A0, A1, A2 e o B em B1,
B2 e B3. Em certos casos, o camada A0 pode ser considerada um horizonte
independente.
Na primeira camada do solo, de cima para baixo, designada de horizonte A,
predomina a matéria orgânica e é por isso, geralmente mais escura. A matéria
orgânica presente nesta camada se encontra em forma de húmus (parcialmente
decomposta) e favorece o enriquecimento do solo, possibilitando a sobrevivência dos
seres vivos consumidores. Gradualmente, de cima para baixo, a matéria orgânica vai
rareando e na última subcamada encontramos maior abundância de matéria
inorgânica.
Na segunda camada do solo, designada por horizonte B, predomina a matéria
inorgânica em detrimento da matéria orgânica.
Na última camada, designada por horizonte C, predominam os fragmentos rochosos
que marcam a ligação com a rocha mãe.
Fertilidade e Erosão
O solo funciona como alicerce da vida terrestre. Os micro e macro nutrientes,
assim como boa porção da água que as plantas necessitam, estão nos solos.

Para essa vida existir, o equilíbrio dentro do solo deve ser preservado e
adequado. Quando isto ocorre, diz-se que o solo está fértil. Se um dos
elementos necessários à vida não estiver presente, ou estiver em quantidade
insuficiente, o solo não é fértil e deve ser artificialmente corrigido. Muitas vezes,
é o próprio Homem que torna seu solo infértil, através da erosão ou exploração
acelerada.

A erosão é o desgaste contínuo ou desagregação das camadas do solo devido à


acção de vários factores. Essa agregação é assegurada principalmente pelas
raízes das plantas, daí a sua importância como agentes anti-erosivos. È ideal
que plantemos árvores nas bermas das estradas, relva e pequenas plantas em
volta dos edifícios para assegurar a agregação das partículas, evitando assim a
erosão que poderia por em causa a durabilidade das infra-estruturas.
Como vê, o solo é um elemento vivo e dinâmico muito importante para os seres
vivos e muitas vezes é vandalizado por indivíduos que praticam actos que põem
em causa a sua estabilidade, natural, como por exemplo, as queimadas
descontroladas, o desflorestamento causado pelo abate indiscriminado de
plantas para vários fins, drenagens de produtos tóxicos e sua lixiviação, etc.
Para lecionar conteúdos relacionados com o solo, o professor deve cooperar
muito com aos alunos, uma vez que muitos deles já estiveram inúmeras vezes
em contacto com o solo.
Sumário
 As diversas formas que a terra apresenta constituem o relevo;
 Existem vários factores externos e internos que condicionam a
formação do relevo;
 Os agentes que condicionam a formação do relevo são também
chamados de agentes modeladores do relevo;
 Os principais agentes externos na formação do relevo são: Factores
Atmosféricos (Temperatura, Vento, Humidade, Chuva) e Factores
Marinhos (Rios, Lagos, Marés, Ondas, Glaciares, Águas subterrâneas,
Correntes marítimas);
 Os principais agentes internos na formação do relevo são: Tectonismos,
Vulcanismos, Abalos sísmicos ou terramotos
 O solo é a camada mais superficial da crosta terrestre, onde
encontramos os seres vivos;
 o solo funciona como principal substrato das plantas e como habitat
para a fauna do solo, participa nos ciclos de transformação da matéria e
no controle do fluxo da água e acção protectora da qualidade da água
subterrânea;
 o solo é constituído por três fases: sólida (minerais e matéria orgânica),
líquida (água) e gasosa (ar);
 os organismos do solo podem ser classificados tendo em conta a sua
função ecológica (produtores, consumidores e decompositores) e tendo
em conta o seu tamanho (microbionta, mesobionta e macrobionta);
 o solo forma-se a partir de um processo denominado meteorização;
 o solo apresenta três horizontes principais, designadamente A, B e C;
 o horizonte A é rico em matéria orgânica, o horizonte B é rico em
matéria mineral e horizonte C é constituído por partículas da rocha
mãe.
Exercícios

1. Defina Relevo.

2. Complete a seguinte frase de forma a que esteja correcta.

Auto-avaliação 3. O solo é um corpo de material que recobre a superfície __(1)__ e são


constituídos de fases __(2)__ , líquida e gasosa em diferentes __(3)__ em
função de factores como tipo de solo e forma de utilização.

4. Quais das seguintes afirmações são verdadeiras?

A. Os solos não estão constantemente em desenvolvimento.

B. Os solos estão constantemente em desenvolvimento.

C. Os factores da formação de solo são o clima, material de origem,


organismos, tempo e relevo.

D. Uma das principais funções do solo é a reciclagem e armazenamento de


nutrientes e detritos orgânicos.
E. O solo não tem a função de controlo do fluxo da água e da acção protectora
da qualidade da água subterrânea

5. Faça corresponder correctamente cada uma das camadas principais do solo


à sua característica.

Camada do solo Principal característica


A …que é constituída por rochas que estão
1. A camada fértil
na fase inicial de decomposição.
2. A camada dos B…que é rica em húmus, detritos de origem
sais minerais orgânica por isso é a melhor para o plantio.
3. A camada das
rochas C…que é constituída pelo calcário, argila e
parcialmente areia.
decompostas
Unidade VI

Biosfera
Lição n˚ 1
Vida e Diversidade
Introdução
A Biosfera é a parte da terra constituída pelos seres vivos.

A vida é o fenómeno natural mais fascinante da natureza.

Actualmente, todos os seres vivos exitentes na Terrra, são englobados em cinco


reinos: Reino Monera, Reino Protista, Reino Fungi, Reino Plantae e Reino
Animal.

Nesta lição vamos perceber melhor a diversidade e classificação dos seres


vivos.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Conhecer os reinos dos Seres vivos;


 Classificar os seres vivos;
 Descrever características gerais dos Reinos dos seres vivos;

Objectivos

Seres vivos, Reino Monera, Reino Protista, Reino Fungi, Reino Plantae
Reino Animal
Terminologia

Diversidade dos Seres Vivos


A existência de vida na terra é uma singularidade que distingui o nosso planeta
do resto do universo conhecido. Há evidências de que a terra é habitada por
seres vivos desde há 3 800 milhões de ano.
Na natureza existe uma enorme diversidade de seres vivos. São conhecidas
mais de 1 milhão de espécies de seres vivos.

Classificação dos Seres vivos


As diversidades das formas de vida que existem no planeta revelam a alta
capacidade de organização da matéria viva. Durante muito tempo o Homem
preocupou-se em entender as diversas formas de vida existentes na terra.
No século IV a.C. o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), classificou a
natureza em seres animados (seres vivos) e inanimados. Posteriormente,
classificou os seres vivos em animais e plantas. O seu contributo foi mais além,
tendo ainda agrupado, os animais em: aéreos, terrestres e aquáticos, baseando-
se no ambiente onde viviam.
Actualmente, com o avanço da tecnologia, é possível destacar cinco reinos:
Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia.

Tabela 1: Classificação dos seres vivos em cinco reinos


Características Organização Interação nos
Tipo de célula Tipo de nutrição Exemplos
Reinos celular ecossistemas
Autotrofismo
Procariótico Unicelulares, (fotossíntese ou
Produtores e
Monera Parede celular solitários ou quimiossíntese),
Microconsumidores
Bactérias
presente formando colónias heterotrofismo
(absorção)
Autotrofismo
Algas
Eucariótico com Maioria unicelular, (fotossíntese), Produtores,
Amibas
Protista ou sem parede solitários e coloniais heterotrofismo Macroconsumidores
Paramécias
celular e multicelulares (absorção e Microconsumidores
ingestão)
Eucariótico
Maioria multicelular, Leveduras
Parede celular Heterotrofismo
Fungi quando existe
diferenciação celular
(absorção)
Microconsumidores Cogumelos
reduzida Bolores
com quitina
Funária
Eucariótico, Multicelular, com
Autotrofismo Polipódio
Plantae Parede celular diferenciação
(fotossíntese)
Produtores
Pinheiro
celulósica progressiva
Cajueiro
Esponja
Multicelular, com
Eucariótico, sem Heterotrofismo Minhoca
Animalia parede celular
diferenciação
(ingestão)
Macroconsumidores

progressiva
Galinha
Sumário
 A Biosfera é a parte da terra constituída pelos seres vivos;

 A existência de vida na terra é uma singularidade que distingui o nosso


planeta do resto do universo conhecido;
 Há evidências de que a terra é habitada por seres vivos desde há 3 800
milhões de ano;

 Na natureza existe uma enorme diversidade de seres vivos. São


conhecidas mais de 1 milhão de espécies de seres vivos.

 Actualmente, todos os seres vivos exitentes na Terrra, são englobados


em cinco reinos: Reino Monera, Reino Protista, Reino Fungi, Reino
Plantae e Reino Animal.

 O Reino Monera éo único com organismos com o nível de organização


celular procariótica, sendo que os restantes reinos são de organização
celular eucariótica.
Exercícios

1. Quais são os Reinos dos seres vivos actualmente aceites?

2. Quem propôs classificação dos actuais reinos dos seres vivos?

Auto-avaliação 3. Compare os Reinos dos Seres vivos.


Lição n˚ 2
Estudo da Célula
Introdução
Os seres vivos apresentam níveis de organização. O nível de organização básico
que representa o ser vivo é ocupado pela célula.
As células são estudadas num ramo específico da Biologia, denominado
Citologia.

Nesta lição vamos perceber melhor o conceito célula e sobre um dos ramos da
Biologia que se dedica ao seu estudo.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Descrever os tipos de células;


 Descrever a composição química da célula;
 Comparar a célula vegetal e a célula animal.

Objectivos

Célula, Citologia, Teoria celular

Terminologia

Conceito Célula
Célula é a unidade básica estrutural e fisiológica de todos os seres vivos.
Segundo esta definição, podemos dizer que a célula é a base para a construção
do corpo dos seres vivos, isto é, se um ser vivo fosse um edifício, os blocos que
constituem as paredes representariam as células. A célula serve ainda de
unidade de funcionamento, isto é, todas as funções vitais do organismo ocorrem
ao nível celular.

História da descoberta da Célula


Com a invenção do microscópio óptico, por volta de 1600, foi possível observar
estruturas nunca antes vistas pelo Homem, as células.
O primeiro microscópio foi produzido pelo físico holandês Antony van
Leeuwenhoek (1632-1723) com um poder de ampliação de cerca de 270 vezes.
Mas, foi o Robert Hooke (1635-1703), cientista inglês, que em 1665 conseguiu
melhorar bastante esse instrumento e aplicando-o pela primeira vez no estudo
dos seres vivos. Hooke, usando uma navalha vulgar, cortou uma lâmina muito
fina de cortiça e observou ao microscópio. Descreveu assim o que observou:
“Pude claramente perceber que era tudo perfurado e poroso, muito parecido com
os favos de abelhas…Estes poros ou células não eram muito profundos, como
que consistiam numa grande quantidade de pequenas caixas…” . Portanto, o
termo célula foi usado pela primeira vez por Hooke para descrever as pequenas
caixas observadas no pedaço de cortiça.
As observações, entretanto, não paravam e cada vez se estendiam a materiais
mais diversificados. E foi então que, já no século XIX, dois biólogos alemães,
Mathias Scheiden (botânico) e Theodor Schwann (zoólogo) chegaram ambos a
conclusão de que a célula é a unidade estrutural básica de todos os seres
vivos, criando desta forma a Teoria Celular.
Em 1858 Rudolf Virchow, considerou a célula não só, como unidade estrutural,
mas também, a unidade do metabolismo (unidade fisiológica). Desta forma, a
célula passou a ser conceituada como a unidade estrutural e fisiológica de
todos os seres vivos.

Componentes químicos da Célula


 Água
A água ocupa cerca de 60-80% do volume celular e cerca de 95% nas medusas,
dissolve e transporta materiais na célula e participa de inúmeras reacções
bioquímicas.
 Sais Minerais
Os sais minerais funcionam como reguladores químicos. Os principais sais
minerais são: Cálcio (Ca), Potássio (K), Ferro (Fe), Iodo (I), Magnésio (Mg),
Fósforo (P), Sódio (Na), Enxofre (S) e Flúor (F).
 Carbohidratos
São também chamados de glícidos, são compostos orgânicos formados por
carbono, hidrogénio e oxigénio que tem a função de fornecer energia através das
oxidações e participação em algumas estruturas celulares. Ex: Monossacarídeos
(glicose e frutose); Dissacarídeos (sacarose, lactose e maltose); Polissacarídeos
(amido, glicogénio e celulose).
 Lípidos
São Compostos formados por carbono, hidrogénio e oxigénio; insolúveis em
água e solúveis em éter, acetona e clorofórmio.
Ex: Lípidos simples (óleos, gorduras e cera) e Lípidos complexos (fosfolípidos).
Tem participação celular e fornecimento de energia através da oxidação.
 Proteínas
Compostos formados por carbono, hidrogénio, oxigénio e nitrogénio, que
constituem polipeptídios (cadeias de aminoácidos).
Ex: Albumina, globulina, hemoglobina etc. Sua função é na participação da
estrutura celular, na defesa (anticorpos), no transporte de iões, moléculas e na
catalisação de reacções químicas.
 Ácidos Nucléicos
São compostos formados por cadeias de nucleotídeos; cada nucleotídeo é
formado por uma base nitrogenada (Adenina, Guanina, Citosina, Timina e
Uracilo), um açúcar (Ribose e Desoxirribose) e um ácido fosfórico. Podem ser de
dois tipos: ADN e ARN.
 Ácido Desoxirribonucleico (ADN)
Molécula em forma de hélice formada por duas cadeias complementares de
nucleotídeos. O DNA é responsável pela transmissão das características
hereditárias.
 Ácido Ribonucléico (ARN)
Molécula formada por cadeia simples de nucleotídeos. O RNA controla a
síntese de proteínas.

Tipos de Células
Quanto à organização celular, podem-se distinguir dois grandes grupos de
células: Procarióticas e Eucarióticas. As primeiras são típicas das bactérias
(figura 1), são de organização celular simples, sendo a característica distintiva a
ausência de membrana nuclear (carioteca) e as últimas, de organização celular
complexa que compreende um núcleo individualizado e outros organelos

Fig. 1 - Estrutura da Célula bacteriana


celulares. Esses organelos são de importância vital para a vida da célula e, em
geral, para a vida dos seres vivos (uma vez formados por células).

Nas células Eucarióticas, os componentes que dão vida à célula compreendem:


a Membrana citoplasmática, o Núcleo, as Mitocôndrias, os Retículos
endoplasmáticos liso (REL) e rugoso (RER), os Lisossomas, o Complexo de
Golgi, Nucléolo, Peroxissomas, Centríolos, Citoesqueleto e Parede celular e
Cloroplastos, sendo estes dois últimos encontrados somente em vegetais.

Fig. 2 - Estrutura da Célula Animal


As células eucarióticas podem ser de dois tipos: célula vegetal (figura 3) e célula
animal (figura 2).

As células vegetais são autotróficas, isto é, são capazes de sintetizar a sua


própria matéria orgânica através de um processo chamado fotossíntese. Estas
células apresentam uma parede esquelética que confere-as uma forma
relativamente fixa e consistente.

As células animais não apresentam nenhuma parede esquelética, sendo


Fig. 3 - Estrutura da Célula Vegetal
limitadas apenas pela membrana celular, o que as torna com forma muito
variável e sem consistência em relação à forma.

Para o ensino básico, é importante ter em conta os princípios didácticos da


estruturação dos conteúdos da matéria nova, sobretudo o princípio da espiral.
Segundo este princípio, o aluno vai acumulando os conhecimentos ao longo dos
anos de escolaridade, por isso, dependendo do nível em que o professor estiver
a ensinar os conteúdos, deve sempre ter em conta aquilo que o aluno precisa de
aprender para complementar com o que já tiver aprendido nas classes
anteriores. Em relação as células, deve-se dar maior relevância à comparação
entre a célula animal e a célula vegetal.

Repare no exemplo que se segue:

Tabela 1- Comparação entre a célula animal e vegetal

Organelo Célula vegetal Célula animal


Parede celular Presente Ausente
Vacúolos Poucos e grandes Muitos e pequenos
Cloroplastos Presentes Ausentes
Centríolos Ausentes Presentes
Sumário
 A célula é a unidade básica estrutural e funcional de todos os seres
vivos;
 A célula é estudada num capítulo chamado Citologia;
 A célula foi descoberta graças ao uso de um instrumento óptico
chamado microscópio;
 Com a descoberta da célula, nasceu uma nova teoria chamada Teoria
celular;
 Existem dois grandes grupos de células: célula procariótica e célula
eucariótica;
 As células procarióticas são encontradas em bactérias e as células
eucarióticas são encontradas em plantas e animais;
 As células são constituídas por água, sais minerais, carbohidratos,
lípidos, proteínas e ácidos nucléicos;
 Existem dois tipos fundamentais de células eucarióticas: célula vegetal
e célula animal.
 A célula vegetal difere-se da célula animal, pelo facto de apresentar
parede celular, vacúolos maiores e poucos, cloroplastos e não
apresentar centríolos.
Exercícios

1. Quais são os tipos de células que estudaste?

2. Quais são as substâncias que podemos encontrar na célula?

3. O que impulsionou a descoberta da célula?

Auto-avaliação 4. Quando e quem descobriu a célula?

5. Faça uma tabela comparativa entre a Célula Animal e Vegetal

.
Lição n˚ 3
Estudo das Plantas
Introdução
As plantas são seres vivos muito importantes para o balanço energético e para o
fluxo de matéria e nergia na Biosfera.
As plantas são estudadas num ramo específico denominado Botânica.

Nesta lição vamos perceber melhor os órgãos que compõem a planta.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Conhecer as partes que compõem uma planta;


 Descrever os principais órgãos da planta;
 Classificar os órgãos da planta;
Objectivos  Reconhecer a importância das plantas para o Homem.

Reino Plantae, plantas, raiz, caule, folha, flor, fruto.

Terminologia

Plantas
As plantas são seres vivos pluricelulares autotróficos ou produtores do seu
próprio alimento, utilizando para o efeito água, sais minerais, dióxido de carbono
e energia solar para a produção de glicose e libertando oxigénio.

Diversidade das Plantas


De uma maneira geral, para o ensino básico, podemos considerar que as plntas
agrupam-se em: plantas com flor e plantas sem flor.
Seriam exemplos de plantas com flor, o roseira, magueira, feijoeiro, coqueiro e
exemplos de plantas sem flor, os fetos (polipódio) e os musgo (funária).
As plantas com flor são constituídas por raiz, caule, folhas, flores e frutos. Atente
na figura 1.
Raiz
A raiz é o órgão basal da planta. As suas principais funções são: fixação da
planta no seu ambiente, normalmente no solo e absorção de água e sais
minerais.
A raiz é um órgão da planta que se encontra normalmente no solo. Tendo em
conta a forma, a raiz pode ser aprumada ou fasciculada. As raízes aprumadas
são aquelas que apresentam uma raiz principal e várias secundárias. As raízes
fasciculadas não apresentam raiz principal, sendo portanto, constituídas por um
conjunto de raízes que formam um feixe. Tendo em conta a posição em relação
ao caule, a raiz pode ser terminal ou lateral. Tendo em conta a situação ou ao
meio físico onde se encontra, a raiz pode ser subterrânea, aquática e aérea.
Figura 1- Estrutura de uma Tendo em conta a consistência, a raiz pode ser lenhosa e herbácea.
planta
Um dos grandes problemas que as plantas enfrentaram para sobreviver foi a
falta de água, o que levou ao desenvolvimento de muitas características, dentre
as quais a adaptação das raízes para a acumulação de água, como por exemplo
as raízes carnudas: cenoura, nabo, rabanete, beterraba, batata doce e mandioca
Caule
O caule é um órgão da planta muito diversificado tanto em tamanho, assim como
em forma. Normalmente é o órgão mais volumoso e valioso da planta,
constituindo a maior parte do volume e do peso das plantas.
Existem algumas plantas que não apresentam o caule, sendo outras como
muitas ervas apresentam-no numa forma muito reduzida.
O caule pode ser classificado tendo em conta vários critérios como: forma,
situação, consistência e posição.
Tendo em conta a forma, os caules podem ser esféricos, alongados (elípticos),
cónicos, cilíndricos e filiformes. Estas variadas formas resultam da análise
morfológica do caule. Porém, existem outras designações mais comuns que se
encontram também relacionados com a forma, tais como: tronco, espique, colmo,
tubérculo, bolbo e rizoma.
Os caules denominados troncos apresentam a forma cónica, isto é, são mais
largos na parte basal em relação ao topo, possuem uma ramificação
diversificada e são típicos de plantas designadas vulgarmente de árvores. São
os mais comuns e podem ser encontrados em plantas como a mangueira, o
cajueiro, a mafureira entre outras.
Os caules denominados espique são cilíndricos apresentam normalmente um
engrossamento quase que uniforme da base ao topo e não apresentam
ramificações. Exemplos: palmeiras.
Os caules denominados colmos assemelham-se aos denominados por espique
defirindo apenas pela presença de nós salientes e entrenós. Nestes caules, as
folhas se inserem preferencialmente na base dos entrenós, como por exemplo
na cana-de-açúcar, no milho, na mapira e no bambú.
Os caules denominados tubérculos são esféricos e se encontram adaptados a
armazenar algumas substâncias orgânicas para a planta. Se encontram
normalmente enterrados em plantas como a batateira (Batata Reno).
Os caules denominados bolbos são também esféricos e se encontram adaptados
a armazenar algumas substâncias orgânicas para a planta. Se encontram
normalmente enterrados em plantas como a cebola.
Os caules denominados rizomas são alongados e normalmente se encontram
enterrados no solo. Os exemplos mais comuns são a bananeira e o lírio.
Os caules podem adaptar-se ao ambiente, por exemplo alguns podem reduzir o
seu tamanho de modo a reduzir a superfície de contacto e por essa via reduzir a
perda de água por transpiração, formando estruturas resistentes e pontiagudas
denominadas espinhos, usados também para a sua defesa. Em caules algumas
trepadeiras, desenvolvem-se algumas estruturas denominadas gavinhas, com
função de se enrolarem em caules de outras plantas, permitindo que a planta
possa se erguer.

Folha
As folhas podem ser conceituadas como sendo expansões laminares dos caules
com origem em gomos e se encontram inseridos nos nós dos caules ou nas suas
ramificações. Uma característica típica relacionada com a morfologia das folhas
é o facto de a área foliar ser muito maior do que o volume foliar, o que significa
que a folha é um órgão muito achatado.

As folhas têm três funções principais: permitir as trocas gasosas entre a planta e
o ambiente, produção da matéria orgânica através da fotossíntese e de regular o
balanço de água na planta através da transpiração.
Figura 2- Estrutura de uma
folha Apresentam as seguintes partes:
Bainha - é a porção da folha que envolve parte do caule.
Pecíolo – é o que normalmente se chama pé da folha.
Limbo – é a parte mais larga da folha.
Margem – extremidade do limbo.
Nervura principal e secundárias – zonas das folhas pelas quais passam os
vasos que transportam as substâncias na folha.
Página superior – a que está voltada para a luz.
Página inferior – a que está voltada para o solo.

Flor
A flor é um órgão que apresenta como função biológica a medição do processo
de fecundação através da polinização. O agrupamento de flores em uma planta é
denominado inflorescência.
A flor é composta por uma haste e quatro partes denominadas verticilos florais
ou peças florais, designadamente: cálice, corola, androceu e gineceu. A haste
que prende a flor ao caule denomina-se pedúnculo e a que prende os verticilos
designa-se receptáculo.
O cálice é o conjunto formado por sépalas. A corola é o conjunto formado pelas
pétalas. O cálice e a corola formam o perianto que é a região de protecção e de
atracção da flor.
Figura 3- Estrutura de uma
flor O androceu é o conjunto dos órgãos sexuais masculinos, constituído por
estames que reúnem as anteras e filetes. O gineceu é o conjunto de órgãos
sexuais femininos, constituído por carpelos que reúnem o estigma, estilete e
ovário.
Nesta lição é importante lembrar que as flores dão vida aos jardins e são os
principais elementos de decoração de eventos festivos.
Muitas flores são ainda usadas para curar muitas doenças e outras são
amplamente usadas para a alimentação humana e na indústria cosmética para a
produção de perfumes.
Polinização, Frutificação e Germinação
A polinização é a transferência dos grãos de pólen, localizados nas anteras para
o estigma.
A transferência de pólen pode ser através de factores bióticos, ou seja, com
auxílio de seres vivos, ou abióticos, através de factores ambientais.
A polinização pode ser directa, quando os grãos de pólen são transferidos para o
estigma da mesma flor, podendo ser cruzada quando são transferidos para o
estigma de outra flor.
O estigma funciona como um receptor dos gâmetas masculinos contidos nos
grãos de pólen e estes por sua vez, funcionam como os transportadores.
A polinização garante o encontro natural entre os gâmetas masculinos
(anterozóides) e femininos (oosfera).

Após a polinização e consequente fecundação inicia-se o processo de formação


do fruto, que começa com a flor dando sinais de que sua função está terminada,
pois ela começa a murchar e a parte da haste que segura a flor começa a
crescer, formando o fruto. Após alguns meses, esse fruto amadurece e racha,
libertando no ar as sementes de sua espécie que de diferentes formas forma
novas plantas.

Dessiminação

Por disseminação entende-se que é a dispersão das sementes pela superfície da


terra. As sementes são fundamentais para a manutenção da vida no nosso
planeta.

Muitos factores favorecem ou participam directamente deste fenómeno, sendo


chamados de agentes disseminadores, são eles: vento, água, animais, o próprio
Fig. 4 – Germinação Epígea fruto e o Homem.
(Feijoeiro)
Germinação

Em biologia chama-se germinação ao processo inicial do crescimento de uma


planta a partir de um corpo em estado de vida latente, que pode ser uma
semente ou um esporo, normalmente de protista ou bactéria a partir de uma
forma enquistada.

Em plantas espermatófitas, distinguem-se dois tipos fundamentais de


germinação: germinação epígea e germinação hipógea.

Fig. 5 – Germinação hipógea


(Milho)
A germinação epígea, também designada epígena ocorre em sementes
dicotiledóneas, como por exemplo no feijoeiro.

Na germinação hipógea, também designada hipógena ocorre em sementes


monocotiledóneas, como por exemplo no milho.
Sumário
 A raiz é um órgão da planta que garante a sua fixação no substrato e se
encontra normalmente enterrado no solo;
 As raízes podem ser classificadas tendo em conta vários critérios a
saber, forma: podem ser aprumadas e fasciculadas; situação:
terrestres, aquáticas e aéreas; posição: terminais e laterais e
consistência: lenhosas e herbáceas;
 O caule é o órgão da planta que tem a função de sustentação;
 Quando um caule apresenta a forma de um cone é designado de tronco
e quando apresenta a forma cilíndrica, pode receber o nome de espique
ou colmo;
 Quando um caule apresenta a forma esférica é designado por bolbo ou
tubérculo e quando apresenta a forma elipsóide é designado de rizoma;

 As folhas são órgãos que apresentam uma área muito maior em relação
ao seu volume;
 As folhas têm três funções principais: permitir as trocas gasosas entre a
planta e o ambiente, produção da matéria orgânica através da
fotossíntese e de regular o balanço de água na planta através da
transpiração;
 A polinização é a transferência dos grãos de pólen, localizados nas
anteras para o estigma.
 A transferência de pólen pode ser através de factores bióticos, ou seja,
com auxílio de seres vivos, ou abióticos, através de factores ambientais.
 Os grãos de pólen podem ser transferidos para o estigma da mesma flor
ou de uma outra flor;
 Germinação é o processo inicial do crescimento de uma planta a partir
de um corpo em estado de vida latente, a semente;

 Em plantas espermatófitas, distinguem-se dois tipos fundamentais de


germinação: germinação epígea e germinação hipógea.
Exercícios

1. Defina os seguintes conceitos: raiz, caule e folha.


2. Classifica a raiz e o caule tendo em conta ao tipo, situação e
consistência.
Auto-avaliação 3. Complete as frases seguintes:
A. A polinização é a transferência de __(1)__ , localizados nas anteras
para o __(2)__ .
B. A transferência de pólen pode ser através de factores__(3)__, ou
seja, com auxílio de seres vivos, ou __(4)__, através de factores
ambientais.

4. Quais das seguintes afirmações são verdadeiras?


A. A germinação de uma semente marca o nascimento de uma planta.
B. A disseminação é a dispersão das sementes pela superfície da terra.
C. As sementes não são fundamentais para a manutenção da vida no
nosso planeta.
Lição n˚ 4
Animais Vertebrados e
Invertebrados

Introdução
O Reino Animalia ou Animal é constituído por seres vivos pluricelulares,
eucariontes e heterotróficos.

Nesta lição vamos perceber melhor a diversidade dos animais.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Conhecer os principais grupos de animais;


 Descrever os grandes grupos de animais;

Objectivos

Terminologia Reino Animal, Vertebrados, Invertebrados.

Animais
A maioria dos animais possui um plano corporal que se determina à medida que
se tornam maduros, excepto em animais que metamorfoseiam. Esse plano
corporal é estabelecido desde cedo em sua ontogenia quando embriões.

O estudo científico dos animais é chamado Zoologia, que tradicionalmente


estudava, não só os seres vivos pertencentes actualmente ao Reino Animal, mas
também os protozoários.

Os animais podem ser divididos em dois grandes grupos: Invertebrados e


Vertebrados.
Animais Invertebrados
Os invertebrados fazem parte de uma coleção ampla de grupos de animais (que
não pertencem a um único subfilo, como os vertebrados) todos os que não têm
uma espinha dorsal.

Alguns grupos de animais que são invertebrados incluem:


 Esponjas (Porifera Filo)
 Medusas, hidras, anêmonas, corais (Cnidaria)
 Geléias pente (Ctenophora Filo)
 Planárias (Platyhelminthes Filo)
 Moluscos (Filo Mollusca)
 Artrópodes (Filo Arthropoda)
 Vermes segmentados (Filo Annelida)
 Equinodermes (Echinodermata Filo)

Animais Vertebrados
Os animais Vertebrados (Subfilo Vertebrata) são animais que possuem um
esqueleto interno (endoesqueleto) que inclui uma estrutura constituída por uma
coluna de vértebras. O Subfilo Vertebrata é um grupo dentro do Filo Chordata
(comumente chamado de “cordados”) e como tal herda as características de
todos os cordados:
 Simetria bilateral
 Segmentação do corpo
 Endoesqueleto (ósseo ou cartilaginoso)
 Bolsas faríngeas (presente durante alguma fase de desenvolvimento)
 Sistema digestivo completo
 Coração ventral
 Sistema sanguíneo fechado
 Cauda (em algum estágio de desenvolvimento)
As classes de animais que são vertebrados incluem:
 Peixes sem mandíbula (Classe Agnatha)
 Peixe blindado (Classe Placodermi)
 Peixes cartilaginosos (Classe Chondrichthyes)
 Peixes ósseos (Classe Osteichthyes)
 Anfíbios (Classe Amphibia)
 Répteis (Classe Reptilia)
 Pássaros (Classe Aves)
 Mamíferos (Classe Mammalia)

.
Sumário
 Os animais podem ser classificados tendo em conta a presença da
coluna vertebral em Invertebrados e vertebrados;
 Os animais invetebrados não aprentam a coluna vertebral;
 Os animais vertebrados são aqueles que apresentam coluna vertebral;
 São exemplos de animais invertebrados moluscos: lulas, polvos e
amêijoas;
 São exemplos de animais vertebrados o cão, boi e o Hommem.
Exercícios

1. Quais são os grandes grupos de animais?


2. Faça uma tabela comparativa dos dois grandes grupos de animais.

Auto-avaliação
Lição n˚ 5

Sistema Ósseo-Muscular do Homem


Introdução
As células manifestam a sua actividade não apenas por meio de trocas de
matéria e energia como o meio, mas também por se reproduzirem e possuírem
movimentos. O conjunto de células especializadas a realizar movimentos forma
um tecido denominado tecido muscular. Esse tecido constitui cerca de metade
do peso do nosso corpo. A função de movimento do corpo é efectuada pelo
sistema ósseo-muscular.
Nesta lição vamos perceber melhor o funcionamento do Sistema ósseo-
muscular no Homem.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Descrever a constituição do sistema ósseo-muscular;


 Enumerar as funções do sistema ósseo-muscular;
 Classificar os ossos quanto a forma;

Objectivos  Classificar os músculos.

Ossos; Músculos; Movimento.

Terminologia

Constituição e Funções do Sistema Ósseo-Muscular


O sistema ósseo-muscular é também chamado de sistema articular. É
constituído por ossos e pelos músculos.
Os ossos se encontram articulados formando uma estrutura de sustentação do
corpo denominada esqueleto humano, constituída por 208 ossos articulados,
segundo Leonardo da Vinci. Normalmente, o esqueleto humano é dividido em
duas partes: esqueleto axial e esqueleto apendicular.
O esqueleto axial é constituído por ossos que formam o crânio e o tronco. O
esqueleto apendicular inclui os ossos dos membros superiores e inferiores.
O sistema ósseo-muscular tem inúmeras funções, tais como:
 Suporte do corpo: os ossos são responsáveis pelo suporte do corpo e
conferem a sustentação e a forma devido à sua dureza;
 Protecção dos órgãos internos: o esqueleto protege os órgãos internos como
o coração e pulmões, alojados na caixa torácica e a musculatura abdominal
protege as vísceras como os intestinos, fígado e pâncreas;
 Movimento do corpo: o esqueleto e os músculos permitem a realização de
uma série de movimentos, dentre os quais os mais importantes são os
movimentos da locomoção ou da marcha;
 Produção de células: o esqueleto ósseo possui uma função especial de
produzir as células sanguíneas na medula óssea vermelha;
 Reserva de sais minerais: o esqueleto humano funciona como fonte de
armazenamento de sais minerais, principalmente os sais de cálcio e fósforo.

Divisão do esqueleto humano e classificação dos ossos

Quanto à forma, os ossos classificam-se em: ossos longos, ossos curtos e ossos
chatos ou laminares.
Os ossos longos são aqueles que apresentam um comprimento maior do que a
largura. Os ossos curtos são aqueles que apresentam um comprimento quase
que igual à largura. Os ossos chatos são aqueles que apresentam a forma de
placa ou de lâmina.
Os diversos tipos de ossos se encontram distribuídos ao longo do corpo a
constituir o esqueleto axial e apendicular.

 Esqueleto axial
É constituído por ossos da cabeça e ossos do tronco. Na cabeça encontramos
os ossos chatos a constituir o crânio (figura 2).
Os principais ossos da cabeça são: um frontal (na testa), um occipital (na nuca),
dois parentais (um de cada lado) dois temporais (laterais), dois maxilares (um
superior e outro inferior).
Os principais ossos do tronco são: vértebras (unidos entre si formando a coluna
vertebral), costelas e pelo osso esterno. As costelas se encontram unidas às
Fig. 1 – Esqueleto humano
vértebras e ao esterno, constituindo a cavidade torácica que aloja os pulmões e
o coração. As costelas unidas directamente ao esterno são chamadas
verdadeiras, as que se ligam por meio de cartilagem são falsas e as que não se
ligam são chamadas costelas flutuantes. A quantidade de vértebras é fixa em
todos os vertebrados.

Fig. 2 – Ossos da cabeça


Na coluna vertebral distinguem-se cinco zonas ou regiões (figura 3), de cima
para baixo, temos:
 Região cervical: constituído por 7 vértebras articuladas;
 Região torácica ou dorsal: constituído por 12 vértebras articuladas;
 Região lombar: constituído por 5 vértebras articuladas;
 Região sacral: constituído por 5 vértebras fundidas;
 Região coccígea ou cóccix: constituído por 12 vértebras fundidas.
 Esqueleto apendicular
É constituído por ossos que formam os membros superiores e inferiores.
Os membros superiores são divididos em três regiões:
 Braço: constituído por um osso longo chamado úmero;
 Antebraço: constituído por dois ossos longos chamados rádio e cúbito;
 Mão: constituído por um osso curto denominado carpo, ossos longos que
Fig. 3 – Ossos da coluna vertebral
formam a palma denominados metacarpo e os ossos que formam os dedos
chamados falanges, falanginhas e falangetas.
Os membros inferiores são também divididos em três regiões:
 Coxa: constituído pelo osso mais longo do esqueleto, o fémur;
 Perna: constituído por dois ossos longos, a tíbia e o perónio;
 Pé: constituído por um osso curto denominado tarso, ossos longos que
formam a planta denominados metatarso e os ossos que formam os dedos
chamados falanges, falanginhas e falangetas.

A articulação é a zona de contacto entre dois ou mais ossos. Assim, podem


considerar-se três tipos de articulações:
 Articulações imóveis - são também chamados de suturas, não permitem
movimentos entre os ossos que articulam, como por exemplo nos ossos do
crânio;
 Articulações semi-móveis - nesse tipo de articulações os ossos articulados
permitem a realização de movimentos lentos ou pequenos movimentos, como
por exemplo nos ossos da coluna vertebral denominadas vértebras;
 Articulações móveis - são articulações que permitem a realização de
movimentos rápidos ou de grande amplitude, como por exemplo entre os
ossos do braço e antebraço. Nessas articulações, geralmente, um dos ossos
apresenta uma cavidade onde penetra a saliência ou o rebordo do outro
osso.
As superfícies que entram em contacto são chamadas superfícies articulares
e são revestidas por uma cartilagem articular que diminui o atrito e amortece
os choques, estando ligados entre si através de ligamentos internos.

Classificação dos Músculos


Os músculos são células altamente especializadas para a realização de
movimentos. Existem três tipos básicos de músculos:

 Músculo estriado esquelético: constituído por fibras com estriadas, que


apresentam contracções rápidas e dependentes da nossa vontade, isto é,
apresentam uma contracção voluntária. Esses músculos constituem a maior
parte do tecido muscular e constitui aquilo que vulgarmente chamamos de
carne. O músculo estriado esquelético é responsável por todos movimentos
dependentes da nossa vontade como andar, brincar, falar, etc.

 Músculo liso: constituído por fibras sem estrias, que apresentam


contracções lentas e independentes da nossa vontade, isto é, apresentam uma
contracção involuntária. Se encontra a revestir os órgãos internos tubulares, tais
como os intestinos, vasos sanguíneos e bexiga. É responsável pelas
contracções lentas que transportam os alimentos, o sangue, entre outros.

Músculo cardíaco: constituído por fibras com estrias, que apresentam


contracções rápidas e rítmicas independentes da nossa vontade. Se encontra a
revestir apenas o coração (miocárdio), sendo responsável pelos batimentos
cardíacos.

A coordenação entre os ossos e os músculos ocorre devido a acção do sistema


nervoso que juntamente com o sistema hormonal promovem a coordenação
harmoniosa entre esses órgãos. A maior parte da acção muscular é dinamizada
por uma actividade antagónica dos músculos.

Sistema Ósseo-Muscular e Saúde


O sistema ósseo-muscular é importante para o movimento do corpo. Existem
algumas doenças relacionadas com o sistema ósseo-muscular, como:
osteomalacia (fragilidade dos ossos), osteoporose (dificuldade de absorção de
cálcio), deformações da coluna vertebral (escoliose, lardose e cifose), fracturas e
deslocamentos (entorse, rotura dos músculos e luxação).
Os ossos, embora pareçam órgãos altamente resistentes, podem ser fragilizados
devido a alguns comportamentos. Para o bom funcionamento do sistema ósseo-
muscular devemos tomar alguns cuidados como:
 Ter uma alimentação equilibrada e preferencialmente rica em sais minerais,
como o cálcio e fósforo;

 Praticar exercícios físicos moderados regularmente para permitir a correcção


de deformações causadas por posições e movimentos incorrectos;

 Alternar entre actividade e o repouso, de modo a evitar fadiga muscular que


resulta normalmente em cãibras (contracção durável do músculo que impede
o movimento);

 Evitar levantar pesos exagerados, pois podem promover a deformações da


coluna vertebral;

 Ter uma postura correcta quando estamos de pé ou sentados: de pé a


posição correcta é aquela em que o corpo toma se estiver encostado a uma
parede vertical. Sentados o corpo deve repousar sobre as coxas, com o
tronco direito.

 Não inclinar as costas nem a cabeça ao andar.


Sumário
 O sistema ósseo-muscular é constituído por ossos e músculos;
 O sistema ósseo-muscular tem como principais funções: suporte de
corpo, protecção de órgãos internos e movimento do corpo;
 Os ossos se encontram articulados, formando o esqueleto humano;
 O esqueleto humano é dividido em esqueleto axial e esqueleto
apendicular;
 A articulação é a zona de contacto entre dois ou mais ossos;
 Os músculos dependentes da sua vontade estão agrupados em regra
aos pares e quando realizam acções contrárias chamam-se músculos
antagónicos, sendo que quando um se contrai o outro se distende;
 A coordenação dos músculos é feita pelo sistema nervoso em
coordenação com o sistema endócrino;
 O exercício físico é importante para corrigir deformações do esqueleto e
para uma boa saúde do sistema ósseo-muscular no geral.
Exercícios

1. Quais são as funções do sistema ósseo-muscular?


2. Quais são as partes que constituem o esqueleto humano?
3. Quantos ossos possui o esqueleto humano?
Auto-avaliação 4. Como se chama a zona de união entre dois ossos?
5. Classifique os ossos à forma e tamanho.
6. Quais são os tipos de articulação óssea que existem?
Lição n˚ 6

Constituição e Funções do
Sistema Digestivo
Introdução
Todos os seres vivos necessitam de energia para realizar as suas funções
metabólicas vitais. A energia necessária para os processos metabólicos se encontra
nos alimentos que, precisam de ser transformados em partículas pequenas e estas
por sua vão fornecer os nutrientes vitais.
O conjunto de reacções químicas que ocorrem no organismo chama-se metabolismo.
Essas reacções químicas implicam uma troca constante de matéria e energia com o
ambiente onde o organismo se encontra.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Definir os conceitos básicos relacionados com o metabolismo;


 Descrever a constituição do Sistema Digestivo;

Objectivos  Descrever os processos digestivos mecânicos e químicos.

Metabolismo; Nutrição; Digestão,

Terminologia

Metabolismo e Nutrição
Os processos metabólicos podem ser de dois tipos: anabolismo ou assimilação e
catabolismo ou desassimilação.
O anabolismo é um conjunto de reacções de síntese de substâncias necessárias
para o desenvolvimento do organismo enquanto o catabolismo é um conjunto de
reacções de degradação de substâncias em energia útil para os processos
metabólicos vitais.
A fonte de aquisição de energia para o Homem são os alimentos que fornecem
igualmente outras substâncias essenciais ao seu desenvolvimento. Os alimentos
fornecem os nutrientes que são substâncias complexas e indispensáveis que
actuam no organismo como energéticos (hidratos de carbono e lípidos)
construtores (proteínas) e protectores (vitaminas e sais minerais).

Constituição e Funções do Sistema Digestivo


O sistema digestivo é constituído pelo tubo digestivo (boca, faringe, esófago,
estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus) e pelas glândulas anexas
(salivares, pâncreas e fígado).
O sistema digestivo tem como principal função a transformação dos alimentos
em nutrientes de modo a serem assimilados pelas células do nosso organismo.
É importante ao abordar este assunto com o aluno, procurar sistematizar tanto
quanto possível os conteúdos. A seguir se apresenta um exemplo de mapa de
conceitos que sistematiza a constituição do Sistema Digestivo.

Mapa: 1 – Constituição dos Sistema Digestivo

Processos digestivos
Ao longo do tubo digestivo, o alimento vai se misturando com as diferentes
secreções, provenientes quer do próprio tubo, quer das glândulas anexas. Essas
secreções possuem enzimas.
As enzimas são catalisadoras biológicas que aumentam a velocidade de
ocorrência de reacções químicas no organismo. Na boca, os alimentos são
sujeitos por um lado à acção química da saliva – amilase e, por outro lado, à
acção mecânica dos dentes e da língua. Como resultado desta acção conjunta,
os alimentos são transformados em bolo alimentar.
O bolo alimentar ora formado, por deglutição, passa para a faringe, de onde se
desloca em direcção ao estômago por acção dos movimentos peristálticos,
gravidade e da pressão da deglutição.
O bolo alimentar, no estômago, sujeito a acção mecânica dos movimentos
peristálticos e da acção química das enzimas do suco gástrico assim como do
ácido clorídrico, transforma-se em quimo. As proteínas, por acção das proteases,
se decompõem em polipeptídeos. Em seguida o alimento passa para o intestino
delgado, o quimo, sujeito a acção da bílis, suco entérico e pancreático,
transforma-se em quilo – formado por moléculas de pequenas dimensões.
Quando termina a digestão, os glícidos são desdobrados em monossacarídeos,
as proteínas em aminoácidos, os lípidos em ácidos gordos e glicerol.
A água, vitaminas e sais minerais não sofrem digestão, porque não podem ser
fragmentados. As paredes do intestino delgado possuem microvilosidades
responsáveis pelo aumento da área de absorção dos nutrientes. As porções
alimentares não digeridas passam para o intestino grosso, onde haverá apenas
absorção de água e sais minerais, sendo os resíduos (partículas sólidas que
restam) constituem as fezes, que serão posteriormente eliminadas pelo ânus
através da defecação

Sistema Digestivo e Saúde


A ingestão de alimentos deve sempre ser suficiente para assegurar as
necessidades do organismo sem, no entanto, ser excessiva. Os nutrientes
devem ser fornecidos em quantidade suficiente e em qualidade adequada de
modo a evitar carências e excessos específicos.
A ignorância, aliada ao facto de não se considerar que as necessidades
nutritivas relativas das crianças são muito mais elevadas que as dos adultos, é
umas das causas da desnutrição.
No tratamento desses conteúdos nas aulas de Ciências Naturais, o professor
deve sempre fazer referência à relação que existe entre os hábitos alimentares e
os desequilíbrios nutricionais que podem, em algum momento originar algumas
doenças nas crianças.
Assumindo que muitos desequilíbrios nutricionais não estão apenas relacionados
com o baixo poder de compra, mas sim com a falta de conhecimentos sobre os
alimentos que devemos consumir no nosso dia-a-dia, o professor explorar no
máximo as sensibilidades das crianças sobre os seu hábitos alimentares, tendo
em conta que nem todas gostam das mesmos alimentos.
As aulas de Ciências Naturais devem servir de oportunidade para ensinar aos
alunos, os melhores hábitos alimentares para que tenham uma vida saudável.
O professor pode orientar aos alunos para trabalharem em grupo e criarem uma
roda de alimentos. Posteriormente, poderá analisar e sugerir o equilíbrio
necessário, sem se esquecer de fazer referência que de uma maneira geral
deve-se consumir preferencialmente vegetais frescos, frutas, cereais e por fim
produtos de origem animal.

Como sugestação, o professor pode apresentar a seguinte tabela:

Tabela 1: Principais doenças relacionadas com desequilíbrio nutricional

Doenças Relacionadas com desequilíbrio nutritivo


Carências Doenças Excesso Doenças
- Raquitismo
- Osteoporose - Obesidade
Produtos
- Anemia Gorduras - Arteriosclerose
Lácteos
- Arteriosclerose - Doenças cardiovasculares
- Cárie Dentária
- Hipertensão
- Anemia por carência de
- Arteriosclerose
Vegetais e Ferro Consumo de
- Gota
frutos - Prisão de ventre Carne
- Reumatismo
- Certas doenças de pele
- Doenças cardiovasculares
- Doenças cardíacas
- Obesidade
Pão e - Tromboses
- Diabetes
Leguminosas - Arteriosclerose Açúcar
- Doenças Cardiovasculares
secas - Prisão de ventre
- Cárie Dentária
- Cancro do cólon e do recto
- Magreza - Hipertensão
Sal
- Obesidade - Doenças Cardiovasculares
Irregularidades - Úlceras gastroduodenais - Cirroses
Alimentares - Diminuição das - Inflamação do estômago
Álcool
capacidades para o trabalho - Doenças psíquicas
físico e mental (acidentes de viação...)
Sumário
 . O metabolismo é o conjunto de reacções químicas que ocorrem no
organismo;

 Os processos metabólicos podem ser de dois tipos: anabolismo ou


assimilação e catabolismo ou desassimilação;

 O anabolismo é um conjunto de reacções de síntese enquanto que o


catabolismo é um conjunto de reacções de degradação de substâncias;

 A fonte de energia para o organismo são os alimentos que inicialmente


são transformados em nutrientes;

 O processo de transformação de alimentos em nutrientes chama-se


digestão;

 O sistema digestivo é responsável pela digestão;

 O sistema digestivo é constituído por tubo digestivo e glândulas anexas;

 Os nutrientes devem ser disponibilizados em quantidade suficiente e em


qualidade adequada.
Exercícios
1. Assinale com “V” as afirmações verdadeiras e com “F” as que são
falsas.
A. O metabolismo é o conjunto de reacções químicas que ocorrem no
Auto-avaliação organismo.
B. Os nutrientes devem ser disponibilizados apenas em quantidade
suficiente e a qualidade não importa muito.
C. A fonte de energia para o organismo são os alimentos que inicialmente
são transformados em nutrientes.

2. Complete as seguintes frases por forma a obter afirmações correctas do


ponto de vista da Ciências Naturais.
A. Quando termina a digestão, os glícidos são desdobrados em _(1)_,
as proteínas em _(2)_, os lípidos em ácidos gordos e glicerol.
B. Na boca, os alimentos são transformados em _(3).
C. Ao longo do tubo digestivo, o alimento vai se misturando com as
diferentes secreções, provenientes quer do próprio tubo, quer das
glândulas anexas, essas secreções possuem _(4)_.
Lição n˚ 7

Sistema Circulatório

Introdução
Na aula anterior vimos que os alimentos são a fonte dos nutrientes que o
organismo necessita.

Os alimentos depois de serem digeridos ao longo do tubo digestivo, precisam de


ser distribuídos para as diferentes partes do organismo, tarefa essa, que é
confiada ao sistema circulatório através do sangue.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Descrever a constituição do Sistema Circulatório;


 Descrever os elementos que constituem o sangue;
Objectivos  Distinguir os tipos de imunidade.

Circulação; Sangue; Imunidade

Terminologia

Constituição e Funções do Sistema Circulatório


O sistema Circulatório é constituído pelo coração e vasos sanguíneos (artérias,
veias e capilares).
Os vasos sanguíneos são de três tipos: artérias (transportam o sangue do
coração para as diversas partes do organismo), veias (transportam o sangue das
diversas partes do organismo para o coração) e capilares (permitem a troca de
substâncias entre o sangue e os tecidos).
O coração é um órgão musculoso, oco, em forma de cone que se situa na região
torácica, mediastino, entre os pulmões, normalmente com o tamanho do punho
da mão da pessoa. É envolvido externamente pelo pericárdio e internamente
pelo endocárdio.

O coração possui 4 cavidades: duas aurículas (átrios) na parte superior, uma


esquerda e outra direita e dois ventrículos na parte inferior, um esquerdo e um
direito. A aurícula e o ventrículo do mesmo lado comunicam-se através de um
orifício que possui válvulas.

A principal função do coração é de bombear o sangue para as diversas partes do


organismo, mantendo-o em permanente circulação no interior dos vasos
sanguíneos.

O mapa de conceitos que se segue ilustra a constituição do sistema circulatório.

Constituição e Funcões do Sangue


O sangue é um tecido conjuntivo fluido ou líquido que circula pelo sistema
vascular sanguíneo.

O sangue é produzido na medula óssea e tem como principal função transporte


de nutrientes, gases respiratórios, substâncias de excreção e toxinas. Funciona
também como reservatório de água, participa na regulação da temperatura
corporal e na defesa integrada do organismo denominada imunidade.

O sangue é constituído por diversos tipos de células, que constituem a parte


sólida ou os elementos figurados. Estas células estão imersas em uma parte
líquida chamada plasma, tal como ilustra o mapa a seguir:
O plasma é um líquido amarelado constituído essencialmente por água (cerca
95%), no qual existem substâncias minerais (Sódio, Magnésio e Cálcio) e
orgânicas (glicose, hormonas e proteínas).

As células sanguíneas são de três tipos: glóbulos vermelhos (eritrócitos),


glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas (trombócitos). Os eritrócitos possuem a
hemoglobina que é responsável pelo transporte de oxigénio e dióxido de
carbono, assim como a coloração vermelha do sangue. Os leucócitos são
responsáveis pela defesa contra os agentes infecciosos e conferem uma
resistência ao organismo denominada imunidade.
Os trombócitos são responsáveis pela coagulação do sangue, permitindo a
cicatrização rápida dos ferimentos.
No âmbito da abordagem desses conteúdos, é necessário ter em conta os
critérios para a escolha do conteúdo da matéria nova, isto é, deve-se equilibrar
os aspectos como: o aluno, a sociedade e a disciplina de Ciências Naturais, de
modo a fornecer ao aluno os conteúdos essenciais dentro dos conteúdos
importantes.

Entretanto, o professor deve incluir nos conteúdos escolhidos, entre outros


aspectos, os seguintes: os glóbulos vermelhos estão em constante renovação,
uma vez que, o seu tempo médio de vida é de cerca de 120 dias e uma falha na
renovação destas células pode levar a anemia. Imunidade é a capacidade de
resistência que o organismo tem contra os agentes ou partículas dos agentes
infecciosos como bactérias e vírus. A imunidade está associada à presença de
anticorpos que têm o efeito de inibir os microrganismos específicos ou suas
toxinas responsáveis por doenças infecciosas particulares. Pode ser inata ou
adquirida (natural ou artificial).
Sumário
 O sistema circulatório é constituído pelo coração e pelos
vasos sanguíneos;

 O coração é um órgão musculoso que tem a função de


bombear o sangue, mantendo-o em constante circulação;

 Os vasos sanguíneos são responsáveis pelo transporte


do sangue e são de três tipos: artérias, veias e capilares;

 O sangue é constituído por células sanguíneas e pelo


plasma;

 As células sanguíneas são de três tipos: glóbulos


vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.

 O plasma é constituído por água, proteínas e minerais;

 Imunidade é a capacidade de resistência que o


organismo tem contra os agentes ou partículas dos
agentes infecciosos como bactérias e vírus;

 A imunidade pode ser inata ou adquirida (natural ou


artificial).
Exercícios

1. Assinale com “V” as afirmações que são verdadeiras e com “F” as que são
falsas.

Auto-avaliação A. Os glóbulos vermelhos estão em constante renovação, uma vez que,


possuem um tempo limitado de vida.

B. O plasma é constituído apenas por água.

C. O coração é um órgão musculoso que tem a função de bombear o


sangue, mantendo-o em constante circulação.

D. Imunidade é a capacidade de resistência que o organismo tem contra os


agentes ou partículas dos agentes infecciosos como bactérias e vírus.

2. Complete as seguintes frases por forma a obter afirmações verdadeiras


do ponto de vista de Ciências Naturais.

A. As células sanguíneas são de três tipos, designadamente _(1)_ , _(2)_ e


_(3)_.

B. O sistema circulatório é constituído pelo _(4)_ e pelos _(5)_.

C. O sangue é constituído por _(6)_ e pelo _(7)_.


Lição n˚ 8

Sistema Respiratório

Introdução
Os seres vivos precisam de realizar trocas gasosas com o ambiente circundante
de modo a garantir o fluxo de gases necessários para o seu metabolismo.
No Homem, as trocas gasosas são efectuadas por um sistema de órgãos
altamente especializados para o efeito, denominado Sistema Respiratório. O
oxigénio e o dióxido de carbono são os gases respiratórios que corporizam a
respiração no Homem.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Descrever a constituição do Sistema Respiratório;


 Distinguir os movimentos respiratórios de inspiração e expiração;
Objectivos  Descrever o processo de hematose pulmonar.

Respiração; Movimentos Respiratórios; Ventilação Pulmonar; Hematose


pulmonar.
Terminologia

Constituição e Funções do Sistema Respiratório

O Sistema Respiratório é constituído por pulmões e pelas vias respiratórias


(fossas nasais, laringe, traqueia e brônquios) . Este sistema é responsável por
inúmeras funções dentre as quais o processo respiratório (respiração) que
garante a oxigenação contínua do organismo. A respiração é o processo pelo
qual o oxigénio (O2) é absorvido pelo sangue e o dióxido de carbono (CO2) é
retirado do sangue e expelido com o ar expirado durante a expiração. Os
principais processos que ocorrem durante a respiração são a ventilação
pulmonar e a hematose pulmonar

É sempre importante ter em mente que para a melhor percepção por parte dos
alunos os conteúdos devem ser resumidos em esquemas e mapas. Para o
Sistema Respiratório, podemos reunir os conceitos no seguinte mapa:

Mapa: 1 – Constituição dos Sistema Digestivo

Figura1: Constituição do Sistema Respitório As vias respiratórias são uma rede muito complexa de canais que conduzem o ar
do exterior até ao contacto quase directo com o sangue. Esse contacto é feito
nos pulmões – alvéolos pulmonares.
Os pulmões são sacos em forma de cone, situados na cavidade torácica e se
encontram revestidos por uma parede muito fina. Armazenam o ar captado pelas
vias respiratórias. Existem dois pulmões (pulmão direito e pulmão
esquerdo).Tanto o pulmão direito assim como o esquerdo apresentam sulcos
que os divide em lobos, contendo milhões de alvéolos, onde ocorre a hematose
pulmonar.
Os principais processos que ocorrem durante a respiração são a ventilação
pulmonar e a hematose pulmonar.

Movimentos Respiratórios
Existem dois tipos de movimentos respiratórios designadamente
inspiração e expiração que garantem a ventilação pulmonar.

A ventilação pulmonar mobiliza cerca de 12 a 15 mil litros de ar por dia e


um volume de oxigénio correspondente a cerca de 600 litros.

Os movimentos respiratórios ocorrem na cavidade torácica.

A cavidade torácica é formada pelas costelas, ligadas à coluna vertebral


nas costas e ao esterno no peito que, juntamente com os músculos
intercostais formam o topo e os lados dessa cavidade. O músculo
diafragma forma a base.

A inspiração é a fase activa da respiração, durante a qual o diafragma se


contrai e desce, contraem-se os músculos intercostais, os pulmões
aumentam de volume e o ar entra para o seu interior. Durante o
movimento expiratório sucede o contrário, isto é, o diafragma relaxa e
sobe, os músculos intercostais relaxam, os pulmões diminuem de volume,
forçando o ar a sair dos pulmões.

A tabela que se segue resume os movimentos respiratórios.

Tabela 1- Movimentos Respiratórios: Inspiração e Expiração

Movimentos Músculos Caixa


Diafragma Costelas Pulmões
Respiratórios Intercostais torácica
Movimentam-se
Contrai e Aumenta de
Inspiração Contraem-se para fora e para O ar entra
achata volume
cima
Movimentam-se
Relaxa e Diminui de
Expiração Relaxam para dentro e O ar sai
sobe volume
para baixo

Ou ainda:

Hematose Pulmonar
O processo de hematose pulmonar consiste na passagem de oxigénio do ar para
o sangue dos capilares e na passagem do dióxido de carbono e água dos
capilares para o ar alveolar. Uma vez que as paredes dos alvéolos pulmonares
são muito finas, não oferecem qualquer resistência à passagem dos gases
permitindo a sua difusão. O oxigénio por se encontrar em maior concentração no
ar alveolar se difunde para o sangue arterial que, por possuir maior concentração
de dióxido de carbono, permite a sua difusão no sentido contrário ao oxigénio
Sistema Respiratório e Saúde
As vias respiratórias possuem uma camada mucuosa aderente às suas
paredes internas que humedecem, filtram e regulam a temperatura do ar.
São revestidas por cílios vibráteis que auxiliam na retenção de poeiras. A
mucuosa pode ser prejudicada devido a algumas práticas nocivas ao
sistema respiratória. Existem muitas doenças relacionadas com o Sistema
Respiratório tais como: tuberculose, bronquite, cancro do pulmão, asma,
pneumonia, entre outras.

Quando se fala da saúde dos órgãos, é necessário envolver tanto quanto


possível os alunos na discussão dos assuntos. Desta forma, o professor
pode colocar os alunos a discutir em pares sobre os cuidados a ter com o
sitema Respiratório.

Dentre outros, o professor deve ter em conta os seguintes:

- evitar inspirar pela boca, devendo fazê-lo preferencialmente pelas


narinas;

- praticar exercícios físicos regularmente, de forma moderada durante


muito tempo e não exercícios muito intensos ou muito pesados;

- não fumar e evitar ficar em locais com ar poluído pelo fumo do tabaco;

- arejar bem as nossas casas e evitar ficar em locais pouco arejados ou


com janelas fechadas durante muito tempo;

- usar máscaras de gás, sempre que as condições exigirem como por


exemplo nos locais de ar contaminado por poeiras, fumos, vapores e
gases tóxicos, tais como fábricas, aviários, moagens, etc.

.
Sumário
 A respiração é efectuada por um conjunto de órgãos que formam o
Sistema Respiratório;
 O sistema Respiratório é constituído por pulmões e vias respiratórias;
 Os pulmões sãos sacos que armazenam o ar e as vias respiratórias
captam e canalizam o ar até aos pulmões;
 Existem dois tipos de movimentos respiratórios: inspiração e expiração;
 A inspiração garante a entrada de ar para os pulmões e a expiração
garante a sua saída;
 A hematose pulmonar ocorre nos alvéolos pulmonares;
 Para o bom funcionamento do sistema respiratório é importante praticar
exercícios físicos, arejar o ambiente e evitar ficar em locais com ar
poluído.
Exercícios
1. Complete as seguintes frases por forma a obter afirmações correctas do
ponto de vista de Ciências Naturais.

A. O Sistema Respiratório é constituído por _(1)_ e pelas _(2)_.


Auto-avaliação
B. A respiração é o processo pelo qual o _(3)_ é absorvido pelo sangue e
_(4)_ o é retirado do sangue e expelido com o ar expirado durante a
expiração .

C. Existem dois tipos de movimentos respiratórios designados por _(5)_ e


_(6)_.

D. A hematose pulmonar ocorre nos _(7)_.

2. Assinale com “V” as afirmações verdadeiras e com “F” as que são falsas.
A. Para o bom funcionamento do sistema respiratório é importante praticar
exercícios físicos, arejar o ambiente e evitar ficar em locais com ar
poluído.
B. Existem dois tipos de movimentos respiratórios: inspiração e expiração
C. A respiração é efectuada apenas pelos pulmões
Lição n˚ 9

Sistema Excretor
Introdução
Os alimentos que consumimos possuem uma vasta gama de nutrientes que
devido ao seu consumo desregrado, podem intoxicar o organismo. As
substâncias em excesso são armazenadas para futura utilização e outras são
eliminadas juntamente com a água, formando a urina.
O processo de formação de urina está sob a responsabilidade do sistema
excretor ou urinário. Quando bebemos muita água há uma tendência de
formação de maior volume de urina, o que significa que o sistema excretor regula
igualmente a quantidade de líquidos corporais.

Nesta lição vamos perceber melhor o processo da excreção e o funcionamento


do sistema excretor.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Conhecer os órgãos com função excretora;


 Descrever a constituição do Sistema Excretor;

Objectivos  Descrever o processo de formação da urina;


 Aplicar as regras de higiene da pele

Terminologia Sistema Excretor, Excreção.

Órgãos com função excretora


Existem três principais órgãos com função excretora: rins, pele e pulmões.
Tabela 1- Principais órgãos com função excretora
Órgão Função
Rins Elaboração e excreção da urina.
Elimina as substâncias nocivas sob a forma de suor através das glândulas
Pele
sudoríparas.
Elimina as substâncias nocivas ou em excesso (água e CO2) durante a
Pulmões
expiração.

A excreção é o processo através do qual os seres vivos eliminam as substâncias


inúteis ou nocivas à sua sobrevivência.
No Homem o principal produto de excreção é a ureia que é eliminado juntamente
com a água em forma de urina pelo aparelho urinário.

Constituição e Funções do Sistema Excretor


Aparelho excretor é o conjunto de órgãos que produzem e excretam a urina, o
principal líquido de excreção do organismo.
O aparelho excretor é constituído por rins e por vias urinárias, tal como ilustra a
figura.

Os rins são órgãos em forma de feijão, em número de dois, situados na cavidade


abdominal, um de cada lado da coluna vertebral. As vias urinárias conduzem a
urina até ao exterior.
As outras características dos órgãos do aparelho excretor se encontram
resumidas na tabela que se segue.

Tabela 2- Características e funções dos órgãos do aparelho urinário


Órgão Características Funções
Elaboração e excreção da urina, através da
filtração de substâncias da corrente sanguínea,
Apresenta numerosos tubos
retirando os resíduos tóxicos, resultantes da
Rim uriníferos ou nefrónios, rodeados
actividade celular. Essas substâncias formam
por extensas redes de capilares.
parte da urina que passa, de forma contínua
até a bexiga.
Cada uréter mede pouco menos
de 30 cm de comprimento e seu Cada um dos dois canais que conduz a urina
Uréter
diâmetro é variável. Localizam-se desde os rins até a bexiga.
entre os rins e a bexiga.
É uma bolsa membranosa e
Bexiga elástica que localiza-se na zona Armazena a urina formada nos rins.
lombar.
Constitui a extremidade da bexiga,
comunica com o exterior. Os
Conduto membranoso através do qual a urina é
esfíncteres presentes na sua
Uretra expulsa da bexiga para o exterior, num
comunicação com a bexiga
processo chamado micção.
garantem a sua abertura
controlada.
Cada rim possui cerca de um milhão de unidades funcionais denominadas
nefrónios ou tubos uriníferos.
Em cada nefrónio encontramos numa das extremidades uma cápsula ou
expansão em forma de uma taça, denominada cápsula de Bowman ou
glomerular, na qual encontra-se um capilar enovelado denominado glomérulo de
Malpighi. Da cápsula, sai um túbulo sinuoso denominado túbulo contorcido
proximal, que continua pela ansa de Henle e pelo túbulo contorcido distal que
termina num tubo colector. Atente a figura abaixo.
Figura 1 - Estrutura do nefrónio
Processo de formação da urina
O processo de formação da urina ocorre graças a actividade dos rins que, por
essa via, purificam o sangue, extraindo dele as substâncias de excreção.
Na formação da urina ocorrem três processos fundamentais: filtração,
reabsorção e secreção. Esses processos podem ser explicados em seis etapas,
tal como ilustra a tabela que se segue.

Tabela 3- Resumo do processo de formação da urina


1. O sangue chega ao rim pela artéria renal que se ramifica em numerosos
capilares
2. O rim extrai, deste sangue, água e substâncias prejudiciais em excesso
formando assim a urina
Formação 3. O sangue purificado passa para a veia renal saindo do rim
de urina 4. A urina assim formada passa aos uréteres e desce à bexiga onde é
armazenada
5. Quando a bexiga se enche estimula-se a sua expulsão e sente-se a vontade
de urinar
6. A urina sai da bexiga através da uretra

Quando o sangue chega ao rim através da arteríola aferente, entra em contacto


com o glomérulo de Malpighi e uma parte do plasma passa para a cápsula de
Bowman onde ocorre a filtração (1ª etapa). O filtrado glomerular é formado por
água, sais minerais, glicose, aminoácidos, ureia, ácido úrico e outras
substâncias. Em seguida o filtrado percorre os túbulos contornados proximal e
distal que rodeados por capilares sanguíneos ocorre a reabsorção (2ª etapa)
recuperando maior parte das substâncias úteis. Algumas substâncias úteis ainda
permanecem no filtrado e à medida que o filtrado percorre os tubos, algumas
substâncias como amónia, são retiradas directamente do sangue, passando a
fazer parte do concentrado da urina num processo chamado secreção (3ª etapa).
No final do processo, dependendo da composição de substâncias tóxicas no
sangue, normalmente a urina formada contém cerca de 97% de água, ureia,
cloreto de sódio, ureia ou amónia. Em seguida segue através dos uréteres até a
bexiga e finalmente até a uretra.
A regulação da quantidade de água é efectuada por mecanismos combinados
que incluem a intervenção de outros sistemas como o sistema nervoso e sistema
endócrino, que irá estudar mais adiante.

Será que os bebés conseguem controlar a hora de esvaziar (micção) a


bexiga?
Os bebés não têm o controlo da micção, mas um reflexo espinal assegura que a
bexiga se esvazie quando estiver repleta (cheia) de urina. Durante seu
desenvolvimento, a criança aprende a controlar a micção, mas distúrbios na
transmissão e controle de sinais no sistema nervoso como no caso da
Incontinência urinária, a pessoa apresenta-se com falta de controle voluntário
sobre a micção e a defecação.

Sistema Excretor e Saúde


Para um bom funcionamento do sistema excretor é necessário tomarmos alguns
cuidados, tais como:
 não comer demasiada carne para evitar artrite,
 evitar comer sal ou comida muito salgada em excesso;
 evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
 beber água com frequência, pelo menos 1,5 litros por dia, o equivalente a 6
copos;
 ter cuidado com a higiene pessoal, para não contrair infecções nas vias
urinárias.
Existem algumas doenças relacionadas com o sistema excretor:

Tabela 4 – Algumas doenças do sistema excretor


Doença Causas Sintomas
Dor articular intensa localizada, com
frequência, no dedão do pé. Geralmente, o
Alteração do metabolismo do ataque começa de forma brusca: a articulação
ácido úrico, o que provoca uma incha, fica vermelha e inflama, tornando-se
Gota elevação de seus níveis no muito sensível.
sangue. Lesão renal pela formação de cálculos de
ácido úrico, o que causa nefropatia úrica ou
gotosa
Falta de controle voluntário sobre a micção e a
Distúrbios na transmissão e
Incontinência defecação.
controle de sinais no sistema
urinária Aumento de frequência para urinar, chegando
nervoso.
a urinar mais de 8 vezes por dia
Destruição do glomérulo de Perda progressiva da capacidade filtradora do
Glomerulonefrite Malpighi, normalmente pela rim
açcão dos glóbulos brancos

Higiene da pele
A nossa pele é um dos órgãos de excreção, por isso devemos ter alguns
cuidados com ela, tais como:

- tomar banho pelo menos duas vezes por dia;


- não vestir roupa suja depois do banho;
- não vestir roupa molhada;
- vestir roupa preferencialmente de algodão que forneça um bom agasalho no
período de frio e roupa fresca no período de calor.

Sumário
 O sistema excretor é constituído por rins e vias urinárias de três tipos:
dois uréteres, uma bexiga e uma uretra;

 Os rins são responsáveis pela formação da urina;

 As vias urinárias canalizam, armazenam e eliminam a urina;

 Na formação da urina ocorrem três processos fundamentais: filtração,


reabsorção e secreção;

 Para o bom funcionamento do sistema excretor é necessário tomar


alguns cuidados como beber muita água, não consumir alimentos muito
salgados e evitar o consumo excessivo de carne.
Exercícios
1. Complete as frases seguintes por forma a terem significado correcto.
A. A excreção pode ser efectuada por três principais órgãos que são: _(1) ,
(2)_ e (3)_.
Auto-avaliação B. Os rins são responsáveis pela formação da _(4)_.
C. A pele elimina as substâncias nocivas sob a forma de _(5)_ através das
glândulas sudoríparas.
D. Os pulmões eliminam as substâncias nocivas ou em excesso como a
_(6)_ e o (7) durante a expiração.

2. Assinale com “V” as afirmações que são verdadeiras e com “F” as que
são falsas.
A. Comer demasiada carne para evitar artrite.
B. Evitar comer sal ou comida muito salgada em excesso.
C. Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
D. Beber água com frequência, pelo menos 1,5 litros por dia, o equivalente
a 6 copos.
E. Ter cuidado com a higiene pessoal, para não contrair infecções nas vias
urinárias.
Lição n˚ 10

Sistema Nervoso

Introdução
Os seres vivos respondem à diversas sensibilidades no meio externo devido à presença do
sistema nervoso.
O sistema nervoso responsabiliza-se pelo ajustamento do organismo animal ao ambiente
circundante, permitindo a integração das informações provenientes dos receptores
sensoriais que captam estímulos do meio exterior e dos diferentes órgãos do organismo,
solicitando uma grande variedade de respostas ao ambiente.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Descrever a constituição do Sistema Nervoso;


 Descrever a constituição do neurónio;
 Descrever o funcionamento do Sistema Nervoso.

Objectivos

Sistema Nervoso, Sensibilidade e Neurónios.

Terminologia

Constituição e Funções do Sistema Nervoso


O Sistema Nervoso tem muitas funções, dentre as quais pode-se destacar as seguintes:
- coordenação de todas as funções vitais do organismo;
- recepção de informações do ambiente e sua condução;
- produção e emissão de respostas aos estímulos do ambiente;
- armazenamento de informações adquiridas (memória).

O sistema nervoso (SN) é constituído por sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso
periférico (SNP).
Mapa 1: Constituição do Sistema Nervoso

O sistema nervoso central integra duas subdivisões principais que incluem o encéfalo e a
medula espinal. O encéfalo é a maior massa nervosa onde é possível distinguir três órgãos:
o cérebro, o cerebelo e o bolbo raquidiano.
O sistema nervoso central encontra-se localizado na cabeça e é protegido pelo crânio. O
sistema nervoso periférico é constituído por receptores sensoriais, nervos e gânglios
nervosos. Pode ainda ser classificado tendo em conta o tipo de respostas que elabora em
sistema nervoso simpático (com 12 pares de nervos cranianos) e sistema nervoso
parassimpático (com 31 pares de nervos espinais).
A maior parte dos nervos cranianos liga-se às diferentes partes da cabeça, principalmente
aos órgãos dos sentidos: ouvidos, língua, nariz e olhos.
Os nervos raquidianos saem da medula espinal e ramificam-se, chegando assim a todas
partes do organismo.

Unidade nervosa - Neurónio


A unidade básica do sistema nervoso é o neurónio. O neurónio é uma célula constituída
por:
- Corpo celular (com núcleo e citoplasma) é a parte mais volumosa do neurónio;
- Prolongamentos citoplasmáticos: de dois tipos – dendrites (curtas e ramificadas) e
axónio (mais comprido e, geralmente, com ramificação final chamada arborização terminal).
Esses prolongamentos têm a função de transmitir os impulsos nervosos para as células
vizinhas. (Vide a figura 1)
Em alguns neurónios, o axónio tem uma protecção especial chamada mielina que o rodeia
formando uma camada esbranquiçada denominada bainha de mielina.
Os neurónios têm a função de conduzir os impulsos nervosos. Esta função só ocorre
porque eles se comunicam uns com os outros formando sinapes. O impulso é transmitido
com ajuda de neurotransmissores (substâncias químicas localizadas nas terminações
Fig. 1 - Estrutura do Neurónio
nervosas)

O conjunto de neurónios forma fibras nervosas que por sua vez formam os nervos. As
células nervosas têm capacidade de divisão limitada, daí que não se renovam e uma vez
danificadas ou destruídas, permanecem nesse estado.

Os nervos podem ser classificados tendo em conta a sua função em nervos sensitivos,
nervos motores e nervos mistos.
Os nervos sensitivos são responsáveis por conduzir ao sistema nervoso central os
estímulos vindos dos órgãos de sentido ou dos receptores sensoriais distribuídos pelo
corpo. Os nervos motores levam impulsos nervosos em forma de respostas aos órgãos
efectores como os músculos e as glândulas. Os nervos mistos ou associativos estabelecem
conexão entre os nervos sensitivos e motores.

Tabela 1- Funções dos órgãos do sistema nervoso


Regiões Características e funções
Controle das acções motoras voluntárias, integração dos estímulos
Hemisférios sensoriais. Raciocínio, aprendizagem, pensamento, fala e memória.
Cerebrais Córtex dividido em bolbos com áreas associadas específicas: córtex motor,
córtex sensorial, córtex auditivo e córtex visual.
Tálamo Integra o córtex cerebral e a medula espinal.
Centro de controle da fome, sede, manutenção da temperatura corporal,
osmolaridade do sangue, metabolismo lipídico e glicídico.
Hipotálamo
Regula as emoções fortes como o amor e agressividade. Relacionada
também com a regulação dos padrões de sono.
Cerebelo Coordenação motora e manutenção do sentido de equilíbrio
Regulação de actividades vitais como respiração, pressão arterial,
Bolbo
frequência cardíaca, transpiração, movimentos peristálticos e produção de
Raquidiano
secreções digestivas.
Atente a figura que ilustra vista lateral do encéfalo.
Fig. 2 – Estrutura do encéfalo (vista lateral)

Actividade Nervosa
A actividade nervosa manifesta-se integrando vários sistemas para a efectivação de uma
determinada acção.
Já havia sidoe referido que tendo em conta o funcionamento o sistema nervoso pode se
dividir em sistema nervoso somático e sistema nervoso autónomo.
O sistema nervoso somático inclui os mecanismos que estão relacionados com os órgãos
de sentido, portanto com os movimentos do corpo.
O sistema nervoso autónomo, por sua vez, é responsável pelo equilíbrio interno do
organismo designadamente a regulação da temperatura corporal, ritmos cardíacos
(batimentos do coração), ritmos respiratórios, pressão sanguínea, movimentos do tubo
digestivo, secreção de glândulas, etc. Para a execução das suas ordens, age através de
dois subsistemas, o simpático e o parassimpático, que possuem efeitos contrários. Por
exemplo, se por um lado o sistema simpático age acelerando os batimentos do coração e
acelerando o ritmo respiratório, o que leva ao organismo a gastar mais energia, o sistema
parassimpático age contrariando, diminuindo os batimentos do coração, o ritmo respiratório,
levando o organismo a gastar menos energia.
No nosso cérebro existem zonas específicas de tratamento de determinadas informações.
Existem áreas responsáveis pela visão, tacto, audição, paladar, olfactiva (cheiro) que estão
intimamente relacionados com os respectivos órgãos de sentido.

No funcionamento do sistema nervoso existem acções que realizamos involuntariamente


ou seja, que não dependem da nossa vontade e outras que realizamos voluntariamente ou
seja, dependendo da nossa vontade, designados actos voluntários.
Actos reflexos
Num acto reflexo o organismo reage imediatamente a um estímulo do exterior. O estímulo é
traduzido em mensagens emitidas pelos receptores sensoriais dos órgãos dos sentidos.
Ex: Encolher a perna quando pisamos em um objecto pontiagudo, ou largar bruscamente
um objecto quente.
Os actos reflexos podem ser:
 Reflexos inatos
Estes existem logo que nascemos. São uma resposta ao estímulo que não é ensinada ou
provocada por ninguém. Ex: Piscar ou fechar o olho na presença de uma luz forte.
 Reflexos adquiridos
Estes, são respostas automáticas a um determinado estímulo, mas são respostas que se
aprendem através da experiência. Existem muitas crianças que enquanto bebés se
queimaram pelo menos uma vez porque puseram a mão na chama de uma vela; mas isso
não volta a acontecer porque a partir do momento em que aprendeu que a chama da vela
queima, o primeiro reflexo dessa criança é afastar-se quando vê uma vela acesa. Este é
um exemplo do reflexo adquirido não condicionado, pois a criança adquiriu este reflexo
sozinha, não houve intervenção de nenhuma pessoa. Existe também, o reflexo adquirido
condicionado, em que o indivíduo é condicionado a responder de uma determinada forma a
um determinado estímulo, só que essa resposta não depende directamente da vontade: é
“automática”. Como por exemplo, parar o carro quando vês que a luz do semáforo está
vermelha.
Num acto reflexo as estruturas que participam na sua realização formam o arco reflexo. Um
exemplo de arco reflexo é: órgão receptor (podem ser as terminações nervosas da pele)
que recebe ou estímulo: nervo sensitivo (pode ser a medula espinal) que transforma o
impulso sensitivo em impulso motor: nervo motor (pode terminar num músculo) que
conduz o impulso e termina num órgão efector.

Actos voluntários
Muitas das nossas acções são comandadas pela nossa vontade (como dançar, cantar,
andar, etc.).
Num acto voluntário os impulsos nervosos têm origem no cérebro e nele actuam: centro
nervoso (cérebro): via de transmissão (bolbo raquidiano, medula espinal, neurónios
motores): órgão efector (músculos).
Ex: Chutar uma bola.
Os actos voluntários são coordenados por uma área do cérebro chamada área motora. No
córtex cerebral, além da área motora existem outras áreas (visual, olfactiva, gustativa e de
sensibilidade geral) onde as impressões recebidas pelos receptores sensoriais existentes
nos órgãos dos sentidos são transformadas em sensações.
O sistema nervoso está ainda relacionado com a regulação dos padrões de sono e pela
memória que é fundamental para a aprendizagem e pelo raciocínio. A memória pode ser
classificada tendo em conta o factor tempo em: memória de curta duração (armazena
informações até um máximo de 24 horas) e memória de longa duração (armazena
informações a longo prazo).

O Homem apresenta o sistema nervoso mais complexo que lhe permite realizar operações
mentais também complexas. O raciocínio, a capacidade de falar, a capacidade de previsão
de acontecimentos com base em situações passadas ou presentes são apenas alguns
exemplos.

Sistema Nervoso e Saúde


Existem vários factores que contribuem para os distúrbios no funcionamento do sistema
nervoso. O consumo de drogas figura em primeiro lugar, sendo que o tabaco e o álcool são
as que na maioria dos casos provocam comportamentos anormais, sobretudo nos jovens e
adolescentes. Consumo quase que liberal dessas drogas provoca efeitos graves e danos
colaterais, não só ao sistema nervoso, mas também à outros sistemas. Para além disso, o
sistema nervoso é também afectado por factores que estão fora do nosso controle, como
por exemplo, a velhice, os factores hereditários (demência), factores sociais (conflitos,
depressão, etc.).
Os acidentes vasculares cerebrais (AVC), poliomielite, meningite, traumatismos cranianos
também afectam gravemente o funcionamento do sistema nervoso.

Para que o sistema nervoso funcione plenamente é necessário tomarmos alguns cuidados,
tais como:
- dormir bem ou o suficiente: as crianças mais novas devem dormir entre 8 a 10 horas por
dia e os adultos devem dormir entre 6 a 8 horas por dia;
- ter uma alimentação equilibrada;
- evitar o consumo de drogas;
- alternar as actividades mentais e evitar ficar durante muitas horas concentrado na mesma
actividade;
- evitar, sempre que possível, aborrecimentos e ter uma vida alegre.
Sumário
 O sistema nervoso (SN) é constituído por sistema nervoso central (SNC) e sistema
nervoso periférico (SNP);
 O sistema nervoso responde pela coordenação de todas as funções vitais do
organismo, recepção de informações do ambiente e sua condução, produção e
emissão de respostas aos estímulos do ambiente e pelo armazenamento de
informações adquiridas (memória);
 A transmissão do impulso nervoso na sinapse é feita através de
neurotransmissores;
 Sob ponto de vista de funcionamento, o SN pode ser somático autónomo;
 O sistema nervoso autónomo pode ser simpático e parassimpático;
 O sistema simpático e parassimpático agem de forma contrária;
 Os actos reflexos são reacções do sistema nervoso que não dependem da nossa
vontade, contrariamente das acções voluntárias;
 O sistema nervoso é responsável por operações mentais complexas como falar e
pensar;
 Para um bom funcionamento do sistema nervoso devemos dormir o suficiente,
evitar o consumo de drogas e ter uma vida alegre.
Exercícios

1. Qual das funções abaixo não é do Sistema Nervoso.


A. Coordenação de todas as funções vitais do organismo.
B. Recepção de informações do ambiente e sua condução.
Auto-avaliação C. Produção e emissão de respostas aos estímulos do ambiente.
D. Armazenamento de informações adquiridas (memória).
E. Distribuir os nutrientes para todas as partes do corpo.

2. Assinale com “V” as afirmações que são verdadeiras e com “F” as que são
falsas.
A. O sistema nervoso (SN) é constituído por sistema nervoso central
(SNC) e sistema nervoso periférico (SNP).
B. O sistema nervoso central encontra-se localizado na cabeça e é
protegido pelas vétebras.
C. O sistema nervoso periférico é constituído por receptores
sensoriais, nervos e gânglios nervosos
D. A maior parte dos nervos cranianos liga-se às diferentes partes da
cabeça, principalmente aos órgãos dos sentidos: ouvidos, língua,
nariz e olhos
3. Assinale com “V” as afirmações que são verdadeiras e com “F” as que são
falsas sobre os cuidados que devemos ter com o sistema nervoso:
A. Dormir bem ou o suficiente: as crianças mais novas devem dormir entre
8 a 10 horas por dia e os adultos não precisam dormir.
B. Ter uma alimentação equilibrada.
C. Evitar o consumo de drogas;
D. Alternar as actividades mentais e evitar ficar durante muitas horas
concentrado na mesma actividade;
E. Evitar, sempre que possível, aborrecimentos e ter uma vida alegre.
Lição n˚ 11

Sistema Endócrino ou Hormonal

Introdução
A coordenação do organismo depende não só do sistema nervoso, mas também do
sistema endócrino ou hormonal.
Nesta lição vamos perceber melhor a regulação de organismo através do sistema
endócrino.

Ao completar esta lição, você será capaz de:

 Descrever a constituição do Sistema Endócrino.


 Descrever o funcionamento das glândulas endócrinas.
 Relacionar as glândulas endócrinas e suas hormonas.

Objectivos

Hormonas, regulação, glândulas endócrinas e retroalimentação.

Terminologia

Constituição e Funções do Sistema Endócrino


O sistema endócrino e o sistema nervoso possuem uma actividade reguladora, reagindo
aos estímulos através de envio de mensagens, designadas hormonas ou impulso nervoso,
respectivamente.
O sistema endócrino é constituído por glândulas endócrinas.
As glândulas endócrinas são vesículas responsáveis pela produção de secreções
denominadas hormonas. Essas vesículas, são chamadas de glândulas endócrinas porque
as suas secreções são lançadas directamente na corrente sanguínea.
As hormonas intervêm para manter o equilíbrio interno e a sua produção não é constante
pois depende de mecanismos reguladores denominados de retroalimentação ou feed-back.
Segundo esses mecanismos, a secreção de uma determinada hormona depende das
necessidades específicas que o organismo tem em relação a essa hormona.
Existe um conjunto de características que definem as hormonas:
 são produzidas por glândulas endócrinas;
 actuam em quantidades muito pequenas;
 são transportadas pelo sangue;
 levam mensagens dos centros de produção para os centros de execução;
 não provocam novas reacções químicas, agem modificando as já existentes;
 depois de usadas, são destruídas e eliminadas junto com a urina.
As principais glândulas endócrinas são: hipófise, hipotálamo, tiróide, paratiróide, supra-
renais, pâncreas, ovário e testículos.

Funções das glândulas endócrinas


Tabela 1- Principais glândulas endócrinas e suas funções
Glândulas Hormona Funções
Estimula o funcionamento da tiróide;
Hormonas de
Estimula o fornecimento do córtex adrenal;
crescimento; da
Controla a produção de óvulos ou espermatozóides;
Hipófise lactação e de
Estimula a produção e secreção de leite;
estimulação de
Estimula o alongamento dos ossos e a divisão celular;
outras glândulas
Estimula a reabsorção de água pelos rins.
Várias hormonas de
Hipotálamo Regulação da produção de hormonas pela hipófise.
regulação da hipófise
Tiroxina Regulação da taxa do crescimento e desenvolvimento;
Tiróide
Calcitonina Regulação da taxa de sais de cálcio no sangue e nos ossos.
Regula a quantidade de glicose e sais minerais no sangue;
Corticóides
Supra-renais Estimula as reacções rápidas do organismo, contribuindo para
Adrenalina
o estado de alerta, fuga, emoções, etc.
Insulina Regula o nível de glicose no sangue e estimulam a formação
Pâncreas
Glucagona de glicogénio, proteínas e gorduras.
Estimula o crescimento da mucuosa uterina, desenvolve e
Estrogénio
Ovário mantém os caracteres sexuais secundários na mulher como o
Progesterona
alargamento da bacia e desenvolvimento dos seios.
Estimula a formação de espermatozóide, desenvolve e
mantém os caracteres sexuais secundários no homem como
Testículos Testosterona
o engrossamento da voz e desenvolvimento da musculatura,
bem como dos ombros.

O sistema endócrino, tal como foi dito atrás, funciona em estreita coordenação com o
sistema nervoso. Ambos são responsáveis pela coordenação do equilíbrio do organismo e
agem como sistemas reguladores. A ligação entre o sistema nervoso e endócrino é
também anatómica, pois a hipófise e o hipotálamo situam-se no encéfalo.
Sistema Endócrino e Saúde
O sistema endócrino pode ser afectado por vários factores.
O consumo de drogas é altamente prejudicial para o bom funcionamento do sistema
endócrino.
As disfunções das glândulas endócrinas produzem efeitos graves ao organismo, como por
exemplo, quando a hormona de crescimento é produzida em excesso, provoca um
crescimento exagerado do organismo, conhecido como gigantismo mas, quando for após a
adolescência provoca a acromegalia (crescimento exagerado das extremidades dos
membros, e maxilas). Entretanto, quando ela é produzida em doses muito pequenas pode
levar ao nanismo. Quando a hormona insulina é produzida em quantidade insuficientes
provoca uma doença conhecida como diabetes, devido ao excesso de açúcar.
Para que o sistema hormonal funcione plenamente é necessário tomarmos alguns
cuidados, tais como:
 Ter uma alimentação equilibrada;
 Evitar o consumo de drogas;
 Praticar exercícios físicos.
Sumário
 O sistema endócrino é responsável pela regulação do organismo;

 O sistema endócrino é constituído por glândulas endócrinas;

 As hormonas são substâncias especiais produzidas pelas glândulas endócrinas;

 As hormonas são lançadas directamente no sangue;

 As hormonas actuam segundo um mecanismo de retroalimentação;

 O sistema endócrino funciona em estreita ligação com o sistema nervoso.


Exercícios

1. Quais são as funções do sistema endócrino?

2. Explique porque razão as glândulas que segregam as


Auto-avaliação hormonas do sistema hormonal são endócrinas?

3. Como podemos explicar aos alunos a acção das glândulas


endócrinas?

4. Relacione o funcionamento das glândulas endócrinas com as


mudanças do estado de humor.
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