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Módulo do Curso de Licenciatura em Ensino de Física

História de Física
F0201

4o ANO

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância
Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à


Distância (CED) e estão reservados todos os direitos. É proibido a duplicação ou reprodução
deste manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios
(electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade
editora (Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância). O não
cumprimento desta advertência é possível a processos judiciais.

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Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente
manual, dr. Victor Sixpence Saltiel, agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos na
elaboração deste manual.

Pela Contribuição dos Conteúdos Temáticos Egina βande, Coordenadora e Docente de


Física do Centro de Ensino à Distância
(CED) na Universidade Católica de
Moçambique - UCM

Elaborado Por: Victor Sixpence Saltiel

 Licenciado em Ensino  Colaborador de Física


de Física pela na Universidade
Universidade Católica de
Pedagógica - Beira Moçambique- Centro de
Ensino `a Distância
(CED).
História de Física F0201 i

Índice
Visão geral 1
Bem vindo a História de Física ...................................................................................... 1
Objectivos do curso ....................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................ 2
Como está estruturado este módulo................................................................................ 2
Ícones de actividade ...................................................................................................... 3
Acerca dos ícones ........................................................................................ 3
Habilidades de estudo .................................................................................................... 3
Precisa de apoio? ........................................................................................................... 4
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 4
Avaliação ...................................................................................................................... 4

Unidade 01 5

Tema:História da física antiga 5


Introdução ..................................................................................................................... 5
A equação original....................................................................................................... 11
ransformações ............................................................................................................. 12
Exercícios.................................................................................................................... 16

Unidade 02 17
Introdução .......................................................................................................... 17
Sumário ....................................................................................................................... 19
Exercícios.................................................................................................................... 20

Unidade 03 21
Tema: Estilos de Pensamentos ..................................................................................... 21
Introdução .......................................................................................................... 21

 Os paradoxos de Zenão 21
 Argumentos contra a pluralidade: ....................................................................... 22
 Argumentos contra o movimento: ....................................................................... 22
Sumário ....................................................................................................................... 23
Exercícios.................................................................................................................... 23

Unidade 04 25
Introdução .......................................................................................................... 25
História de Física F0201 ii

Sumário ....................................................................................................................... 28
Exercícios.................................................................................................................... 29

Unidade 05 31
Tema:Física Na Idade Média ....................................................................................... 31
Introdução .......................................................................................................... 31
Sumário ....................................................................................................................... 35
Exercícios.................................................................................................................... 35

Unidade 06 35
Tema:Revolução Científica. ........................................................................................ 35
Introdução .......................................................................................................... 35
Sumário ....................................................................................................................... 41

Unidade 07 42
Introdução .......................................................................................................... 42
Sumário ....................................................................................................................... 44
Exercícios.................................................................................................................... 44

Unidade 08 45
Tema:Física Aplicada .................................................................................................. 45
Introdução .......................................................................................................... 45
Sumário ....................................................................................................................... 49
Exercícios.................................................................................................................... 50

Unidade 09 51
Introdução .......................................................................................................... 51
História de Física F0201 iii

Sumário ....................................................................................................................... 53
Exercícios.................................................................................................................... 53

Unidade 10 54
Tema: Dificuldades e êxitos de Galileu: A Lei da Inércia............................................. 54
Sumário. ...................................................................................................................... 56
Exercícios.................................................................................................................... 56

Unidade 11 57
Sumário ....................................................................................................................... 60

Unidade 12 61

A (Re)humanização da Medicina 63
Sumário ....................................................................................................................... 69
Exercícios.................................................................................................................... 69

Unidade 13 70
Tema: A explosão do Universo .................................................................................... 70
Sumário ....................................................................................................................... 73

Unidade 14 74
Sumário ....................................................................................................................... 76
Exercícios.................................................................................................................... 76

Unidade 15 77
Sumário ....................................................................................................................... 85
Exercícios.................................................................................................................... 85

Unidade 16 86
Sumário ....................................................................................................................... 88
Exercícios.................................................................................................................... 88

Unidade 17 89
Tema: Leis da mecânica .............................................................................................. 89
Sumário ....................................................................................................................... 91

Unidade 18 92
Tema: Modelos e fenómenos ....................................................................................... 92
Índice .......................................................................................................................... 93
Um panorama .............................................................................................................. 93
História de Física F0201 iv

O Conceito de Estado na mecânica Quântica ............................................................... 94


Sumário ....................................................................................................................... 97
Exercícios.................................................................................................................... 98

Unidade 19 99
Tema: A Revolução Científica ..................................................................................... 99
Século XVI ........................................................................................................ 99
Sumário ..................................................................................................................... 105
Exercícios.................................................................................................................. 105

Unidade 20 106
Tema: A Revolução Científica. .................................................................................. 106
Sumário ..................................................................................................................... 106

Unidade 21 107
Tema: A especialização do saber científico ............................................................... 107
Sumário ..................................................................................................................... 115
Exercícios.................................................................................................................. 115

Unidade 22 116
Tema: Cosmologia .................................................................................................... 116
Sumário ..................................................................................................................... 117
Exercícios.................................................................................................................. 117

Unidade 23 118
Sumário ..................................................................................................................... 122
Exercícios.................................................................................................................. 122

Unidade 24 123
Sumário ..................................................................................................................... 124
Exercícios......................................................................................................................125
Bibliografia.............................................................................................................................125
História de Física F0201 1

Visão Geral
Bem vindo a História de Física
A Física é a ciência das propriedades da matéria e das forças
naturais. Suas formulações são em geral compactantes expressas
em linguagem matemática.

A introdução da investigação experimental e a aplicação do


método matemático contribuíram para a distinção entre Física,
filosofia e religião, que , originalmente, tinham como objetivo
comum compreender a origem e a constituição do Universo.

Objectivos do curso
Quando terminar o estudo de História de física, será capaz de:

 Potenciar aos estudantes com cada vez mais e melhores


conhecimentos e capacidades sobre a evolução da física.
 Conhecer quem foram os primórdios da física.

1-Compreender a origem e a constituição do Universo.


2-Conhecerem a História da física na antiguiadade.
3- Conhecerem a História da física moderna.
Objectivo 4-desenvolver a compreensão de princípios científicos, de conceitos da
Física;
5-descrever e explicar casos especifícos e de ideias ou pensamentos
ligados à própria ciência;
6- descrever a experimentação como parte integrante dos método
científicos que contribui para o desenvolvimento das ciências naturais;
7-Desenvolver formas e métodos de integração da história da Física nos
processos de ensino-aprendizagem do ensino secundário.
História de Física F0201 2

Quem deveria estudar este


módulo
Esta cadeira destina-se a estudantes do curso de graduação de
licenciatura em ensino de Fisica da UCM - CED.

Os pré-requisitos são todos os factores de física ligados a História de


física e sua evolução.

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos por Esta instituição está
estruturada em Módulos e unidades. Contém um módulo único e vinte e
quatro unidades:
A seguir pode ainda ver, na tabela abaixo, mais aspectos de organização:

Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os aspectos-
chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.
Conteúdo do curso / módulo
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade ncluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, um sumário da unidade e uma ou mais
actividades para auto-avaliação.
Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista
de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir
livros, artigos ou sites na internet.
História de Física F0201 3

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação


Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do modulo.
Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / modulo.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.
Os ícones incluídos neste manual são... (ícones a ser enviados - para
efeitos de testagem deste modelo, reproduziram-se os ícones adrinka, mas
foi-lhes dada uma sombra amarela para os distinguir dos originais).
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada
um com uma descrição do seu significado e da forma como nós
interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao
longo deste curso / módulo.

Habilidades de estudo

Caro esutdante, antes de mais, o ensino à distância requer de ti uma


grande responsabilidade, ou seja, é necessário que tenha interesse em
estudar, porque o teu estudo é ‘auto-didáctico’. Entretanto, vezes há em
que acharás possuires muito tempo, mas na verdade é preciso saber geri-
lo por forma a que tenha, em tempo útil, as fichas informativas lidas e os
exercícios do módulo resolvidos para não os entregar fora de tempo.
História de Física F0201 4

Precisa de apoio?
Os formandos, além do módulo, poderão frequentar a uma
biblioteca do seu local de pesquisa / trabalho, se existir.

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
As Tarefas (avaliação e auto-avaliação) estão em função dos
objectivos, fichas informativas, recursos existentes e de todo um
leque de condições concretas. Os trabalhos serão entregues
obedecendo aos critérios prestabelecidos pela UCM-CED.

Avaliação
A avaliação da cadeira será controlada da seguinte maneira:

 Dois (2) Trabalhos realizados pelos estudantes à distância;


 Um exame escrito presencialmente.
História de Física F0201 5

Unidade 01
Tema: História da física antiga

Introdução

Física é a ciência das propriedades da matéria e das forças


naturais. Suas formulações são em geral compactantes expressas
em linguagem matemática.

A introdução da investigação experimental e a aplicação do


método matemático contribuíram para a distinção entre Física,
filosofia e religião, que , originalmente, tinham como objectivo
comum compreender a origem e a constituição do Universo.

Objectivos
Ao completar esta unidade, você será capaz de:

1- Definir e entender que a física é uma ciência das


propriedades da matéria.
2- Conhecer quando é que a humanidade começou a ver e a
analisar os fenômenos naturais.
3- Conhecer as leis da física.

A Física estuda a matéria nos níveis molecular, atómico, nuclear e


subnuclear. Estuda os níveis de organização ou seja os estados
sólido , líquido, gasoso e plasmático da matéria. Pesquisa também
as quatro forças fundamentais: a da gravidade ( força de atracção
exercida por todas as partículas do Universo), a eletromagnética (
que liga os elétrons aos núcleos), a interação forte (que mantêm a
História de Física F0201 6

coesão do núcleo e a interação fraca (responsável pela


desintegração de certas partículas - a da radiatividade).

Física teórica e experimental - A Física experimental investiga as


propriedades da matéria e de suas transformações, por meio de
transformações e medidas, geralmente realizada em condições
laboratoriais universalmente repetíveis . A Física teórica
sistematiza os resultados experimentais, estabelece relações entre
conceitos e grandezas Físicas e permite prever fenômenos inéditos.

Pode-se traçar a história da Física a partir do momento em que a


humanidade começou a ver e analisar os fenômenos naturais de
modo racional, abandonando explicações místicas ou divinas. As
primeiras tentativas racionais de explicação da Natureza vieram
com os indianos e com os gregos antigos. Antes disso, fenômenos
naturais e suas consequências eram explicados por deuses e deusas;
Apolo, em sua carruagem, carregava a esfera brilhante, o Sol, de
leste para oeste, todos os dias. A Filosofia Natural, como era
conhecida a Física até tempos mais modernos, confundia-se com a
Química e com certos aspectos da Matemática e Biologia, e pode
ser considerada a disciplina acadêmica mais antiga, se for
considerada a sua presença dentro da Astronomia.

Após ter visto um momento de esplendor na Grécia Antiga, tendo


como nome principal Aristóteles, a Física entrou em declínio na
Idade Média, tendo revivido apenas durante o Renascimento,
durante a Revolução Científica. Galileu Galilei é considerado o
primeiro Físico em seu sentido moderno, adotando a Matemática
como ferramenta principal. Galileu é um dos pioneiros a descrever
o real objetivo de um cientista; sua função é apenas descrever os
fenômenos em vez de tentar explicá-los. Já dotado de um método
científico, a Física teve uma notável evolução com Isaac Newton,
que realizou a primeira grande unificação da Física ao unir Céus e
História de Física F0201 7

Terra sob as mesmas leis da Física, a gravitação universal.

Nos séculos XVIII e XIX surgiram os fundamentos da


termodinâmica e do eletromagnetismo, destacando-se Rudolf
Clausius, James Prescott Joule e Michael Faraday. James Clerk
Maxwell realizou outra grande unificação da Física ao fundir
eletricidade e magnetismo sob as mesmas descrições matemáticas,
sendo que toda a Óptica pode ser derivada da teoria
eletromagnética de Maxwell.

No final do século XIX pensava-se que todos os fenômenos físicos


poderiam ser explicados dentro das teorias correntes. Entretanto,
certos "fenômenos rebeldes" fugiam do alcance dos cientistas. No
início do século XX, ao tentar explicar matematicamente a radiação
de corpo negro, Max Planck introduziu o conceito de quantum de
energia. Em 1905, Albert Einstein apresentou, sob a forma de cinco
artigos, as base da Relatividade e da Mecânica Quântica. Tais
"fenômenos rebeldes" finalmente foram explicados, mas a
ontologia determinista estrita e pontual, característica da mecânica
newtoniana, foi abalada seriamente, que foi agravada após a
publicação do Princípio da Incerteza de Werner Heisenberg e do
princípio da complementaridade de Niels Bohr.

Desde então, a Física preocupa-se em explicar, sob o ponto de vista


da Física Moderna, a natureza as quatro forças fundamentais da
Natureza. O Modelo Padrão, apresentada na década de 70, descreve
três das quatro forças. Trabalhos dentro do Grande Colisor de
Hádrons (LHC), no CERN, e no Fermilab, procuram confirmar a
existência do bóson de Higgs, a única partícula prevista pelo
Modelo Padrão ainda não descoberta. Entretanto, a gravidade ainda
carece de uma explicação teórico-experimental enraizada pela
Física Moderna e é ainda um grande problema em aberto da Física.
História de Física F0201 8

Descobertas da física
O estudo da física está relacionado à várias situações da nossa vida.
Desde a Grécia Antiga o homem procura entender o funcionamento
das coisas e buscou na ciência estas explicações. Hoje em dia, a
física moderna atua em vários ramos da indústria, de tecnologia, de
geração de energia entre outros.

Está importante ciência está dividida em várias áreas :


mecânica, termologia, óptica, ondas, eletricidade,
eletrodinâmica, cinemática e física nuclear.
A Física atua em parceria com outras áreas da ciência
como, por exemplo, a matemática e a química. Muitos
fenômenos físicos só podem ser explicados através de
fórmulas matemáticas ou de reações químicas.

Segue abaixo um breve histórico da evolução da Física:

480 a.C. - O grego Leucipo chega a conclusão de que a


matéria de todos os corpos é composta por partículas
microscópicas chamadas de átomos.
260 a.C. - O grego Arquimedes descobre que os corpos
flutuam, pois deslocam um pouco de líquido para os lados.
1269 - O francês Pèlerin de Maricourt descobre o
funcionamento dos dois pólos magnéticos de um imã.
1589 - O Galileu Galilei, cientista italiano, chega a
conclusão de que todos os corpos caem numa mesma
velocidade independente de seu peso. É o princípio da
física moderna e da lei de queda livre dos corpos.
1648 - Blaise Pascal faz importantes pesquisas sobre a
pressão gerada pelo peso dos gases e da água.
1666 - O pesquisador inglês Isaac Newton chega a
conclusão que a luz é formada pela junção de várias cores.
1678 - O físico holandês Christiaan Huygens é o primeiro a
defender a idéia de que a luz se propaga como se fosse uma
História de Física F0201 9

onda.
1687 - O físico Isaac Newton publica Princípios
Matemáticos da Filosofia Natural. Neste livro, Newton
define as principais leis da mecânica e demonstra que os
corpos se atraem pela força de gravidade.
1752 - O pesquisador norte-americano Benjamim Franklin
divulga suas pesquisas sobre raios, demonstrando que
existem dois tipos de cargas elétricas, a negativa e a
positiva.
1800 - O astrônomo inglês William Herschel faz uma
importante descoberta sobre o Sol. O astro emite raios
infravermelhos.
1822 - O matemático francês Jean-Baptiste Fourier
desenvolve várias fórmulas sobre o fluxo de calor.
1847 - O físico Joule desenvolve a Primeira Lei da
Termodinâmica, comprovando que a energia não pode ser
criada, nem destruída.
1859 - O físico inglês James Clerk Maxwell desenvolve a
Teoria Cinética dos Gases, demonstra como calcular a
velocidade dos átomos de um gás.
1865 - O pesquisador inglês James Clerk Maxwell descobre
a força eletromagnética, estudando a ação da energia
elétrica e da magnética.
1888 - O cientista alemão Heinrich Hertz produz em
laboratório as primeiras ondas de rádio.
1895 - Pesquisas do cientista alemão Wilheim Konrad
Röntgen mostra a existência dos raios X.
1900 - O cientista alemão Max Planck faz pesquisas
importantes na campo da Física Quântica. Estes estudos
serviram de base para o desenvolvimento da Teoria da
Relatividade.
1905 - O cientista alemão Albert Einstein cria a Teoria da
Relatividade, onde conclui que o tempo não é absoluto.
História de Física F0201 10

1911 - O físico australiano Ernest Rutherford observa que


quase toda a massa de um átomo se concentra em seu
núcleo que é muito duro.
1932 - O físico inglês James Chadwick descobre a
existência o nêutron, uma das partículas que forma o núcleo
do átomo junto com o próton.
1939 - Os físico-químicos alemães Otto Hahn e Lise
Meitner realizam experiência onde conseguem fazer a
fissão do núcleo do urânio, partindo seu núcleo.
1975 - O inglês Stephen Hawking conclui que um buraco
negro pode evaporar, perdendo uma pequena quantidade de
massa.
1999 - A física dinamarquesa Lene Vestergaard, consegue
reduzir a velocidade da luz, fazendo com que esta
ultrapasse uma matéria conhecida como condensado de
Bose-Einsten. A velocidade da luz é reduzida em 18
milhões de vezes.
2000 - Cientistas do Centro Europeu de Pesquisas
Nucleares comprovam que é possível tirar partículas
subatômicas, os quarks, dos prótons e nêutrons.

Algumas Leis da física

- Lei de Avogadro é relacionada ao comportamento dos gases


ideais segundo o qual um aumento do número de partículas implica
o aumento do número de colisões e um igual número de partículas
para gases diferentes implica um igual número de colisões.
- Equação de Bernoulli

Em dinâmica dos fluidos, a equação de Baroni, atribuída a Daniel


Bernoulli, descreve o comportamento de um fluido que se move ao
História de Física F0201 11

longo de um tubo.

O princípio de Bernoulli afirma que para um fluxo sem


viscosidade, um aumento na velocidade do fluido ocorre
simultaneamente com uma diminuição na pressão ou uma
diminuição na energia potencial do fluido. [1][2] O princípio de
Bernoulli é nomeado em homenagem ao matemático neerlandês-
suiço Daniel Bernoulli que publicou o seu princípio, em seu livro
Hydrodynamica em 1738.[3]

Há basicamente duas formulações, uma para fluidos


incompressíveis e outra para fluidos compressíveis.

A forma original, que é para um fluxo incompressível sob um


campo gravitacional uniforme (como o encontrado na Terra em
pequenas altitudes), é:

ou

v = velocidade do fluido ao longo do conduto


g = aceleração da gravidade
h = altura com relação a um referencial
p = pressão ao longo do recipiente
ρ = massa específica do fluido

- A Lei de Boyle-Mariotte (enunciada por Robert Boyle e Edme


Mariotte) diz que:

"Sob temperatura constante (condições isotermas), o produto da


pressão e do volume de uma massa gasosa é constante, sendo,
portanto, inversamente proporcionais. Qualquer aumento de
História de Física F0201 12

pressão produz uma diminuição de volume e qualquer aumento de


volume produz uma diminuição de pressão."

Em um gráfico pressão x volume, sob uma temperatura constante, o


produto entre pressão e volume deveria ser constante, se o gás fosse
perfeito. Existe uma temperatura em que o gás real aparentemente
obedece à lei de Boyle-Mariotte. Esta temperatura é chamada de
temperatura de Mariotte.

Em uma transformação isotérmica, envolvendo um gás perfeito, o


produto entre pressão e volume é constante. É possível calcular a
pressão e o volume desse gás através da fórmula:

Nessa fórmula, e são as pressões inicial e final,


respectivamente. Da mesma forma, e são os volumes inicial e
final.

- A lei de Charles ou de Gay-Lussac é uma lei dos gases


perfeitos : à pressão constante, o volume de uma quantidade
constante de gás aumenta proporcionalmente com a temperatura.

Esta lei diz respeito às transformações isocóricas ou isométricas,


isto é, aquelas que se processam a volume constante, cujo
enunciado é o seguinte:

O volume constante, a pressão de uma determinada massa de gás é


diretamente proporcional à sua temperatura absoluta, ou seja: =
constante

Desta maneira, aumentando a temperatura de um gás a volume


História de Física F0201 13

constante, aumenta a pressão que ele exerce, e diminuindo a


temperatura, a pressão também diminui. Teoricamente, ao cessar a
agitação térmica das moléculas a pressão é nula, e atinge-se o zero
absoluto.

A representação gráfica da transformação isométrica é uma reta.

Dentro do âmbito da Química e da Física a Lei de Gay-Lussac é


uma lei dos gases perfeitos que estabelece que sob um volume e
quantidade de gás constantes, a pressão é directamente
proporcional à temperatura.

onde:

P é a pressão do gas.
T é a temperatura termodinâmica.
kPT é uma constante.

Portanto para comparar a mesma substância em estados diferentes


(estando de acordo com as condições acima) afirma-se que:

- A Lei de Coulomb é uma lei da Física que descreve a interação


eletrostática entre partículas eletricamente carregadas. Foi
formulada e publicada pela primeira vez em 1783 pelo físico
francês Charles Augustin de Coulomb e foi essencial para o
desenvolvimento do estudo da Eletricidade.

Esta lei estabelece que o módulo da força entre duas cargas


elétricas puntiformes (q 1 e q2) é diretamente proporcional ao
produto dos valores absolutos (módulos) das duas cargas e
História de Física F0201 14

inversamente proporcional ao quadrado da distância r entre eles.


Esta força pode ser atractiva ou repulsiva dependendo do sinal das
cargas. É atractiva se as cargas tiverem sinais opostos. É repulsiva
se as cargas tiverem o mesmo sinal.

Diagrama que descreve o mecanismo básico da lei de Coulomb. As


cargas iguais se repelem e as cargas opostas se atraem

Após detalhadas medidas, utilizando uma balança de torção,


Coulomb concluiu que esta força é completamente descrita pela
seguinte expressão:

em que:

é a força, em Newtons (N);

C2 N−1 m−2 (ou F m−1) é a constante


elétrica,
r é a distância entre as duas cargas pontuais, em metros (m) e
q1 e q2, os respectivos valores das cargas, em Coulombs (C).
é o vetor que indica a direcção em que aponta a força eléctrica.
História de Física F0201 15

Por vezes substitui-se o factor 1 / (4πε0) por


k, a constante de Coulomb, com k N·m²/C².

Assim, a força elétrica, fica expressa na forma:

A notação anterior é uma notação vectorial compacta, onde não é


especificado qualquer sistema de coordenadas.

Se a carga 1 estiver na origem e a carga 2 no ponto com


coordenadas cartesianas (x,y,z) a força de Coulomb toma a forma:

Como a carga de um Coulomb (1C) é muito grande, costuma-se


usar submúltiplos dessa unidade. Assim, temos:

1 milicoulomb = 10^ -3 C

1 microcoulomb = 10^ -6 C

1 nanocoulomb = 10^ -9 C

1picocoulomb = 10^ -12 C

Sumário

A Física estuda a matéria nos níveis molecular, atómico, nuclear e


subnuclear. Estuda os níveis de organização ou seja os estados
sólido , líquido, gasoso e plasmático da matéria. Pesquisa também
as quatro forças fundamentais: a da gravidade ( força de atracção
exercida por todas as partículas do Universo), a electromagnética (
que liga os electrões aos núcleos), a interacção forte (que mantêm a
História de Física F0201 16

coesão do núcleo e a interacção fraca (responsável pela


desintegração de certas partículas - a da radioactividade).

Exercícios
1- Qual foi a contribuição da história da fisica para o
desenvolvimento do universo?
2- Alguns dizem que fisicos estao interessados em determinar
a natureza do espaço, do tempo, da materia, da energia e das
suas interacoes.

a) Concordas com a afirmação? Comente.

3-tipicamente o comportamento e caracteristicas do mundo foram


explicados na base das acções dos deuses.

a) Como e que os deuses caracterizavam o comportamento do


mundo.
História de Física F0201 17

Unidade 02
Tema: A Física na Antiguidade

Introdução

A Física se desenvolve em função da necessidade do homem de


conhecer o mundo natural e controlar e reproduzir as forças da
natureza em seu benefício.

Objectivos
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
1- Saber onde foram feitos os primeiros estudos.
2- científicos sobre os fenómenos da natureza.

Física na Antiguidade

É na Grécia Antiga que são feitos os primeiros estudos "científicos"


sobre os fenômenos da natureza. Surgem os "filósofos naturais"
interessados em racionalizar o mundo sem recorrer à intervenção
divina.

Desde a Antiguidade, pessoas têm interesse em compreender o


comportamento da matéria: porque objetos sem apoio caem para o
chão, porque diferentes materiais têm diferentes propriedades, e
assim por diante. Era também um mistério certos aspectos do
Universo, tais como a forma da Terra e o comportamento dos
objetos celestiais tais como o Sol e a Lua.

Várias teorias foram propostas, a maioria delas estava errada, mas


isto faz parte da natureza do empreendimento científico, e mesmo
as Teorias Modernas da mecânica quântica e da relatividade podem
eventualmente ser invalidadas. Teorias físicas na Antiguidade eram
História de Física F0201 18

largamente formuladas em termos filosóficos, e raramente


verificadas por testes experimentais sistemáticos.

Contribuições gregas para a Física

Tipicamente o comportamento e características do mundo foram


explicados apelando-se para ações dos deuses. Por volta do século
VII a.C., muitos filósofos gregos começaram a propor que o mundo
poderia ser compreendido como resultado de processos naturais. Os
atomistas tentavam caracterizar a natureza da matéria, a qual
antecipa o trabalho dos dias de hoje.

Devido a falta de equipamentos experimentais avançados tais como


telescópios e mecanismos acurados de marcação do tempo, testes
experimentais de muitas destas idéias era impossíveis ou
impraticáveis. Houve exceções e havia anacronismos: por exemplo,
o pensador grego Arquimedes deduziu muitas descrições corretas
da hidrostática quando, como a estória conta, ele notou que seu
próprio corpo deslocava um volume de água enquanto ele estava
tomando um banho um dia.

Outro notável exemplo foi aquele de Eratóstenes, que deduziu que


a Terra era uma esfera, e calculou apuradamente sua circunferência
usando as sombras de bastões verticais para medir os ângulos entre
dois pontos bastante separados na superfície da Terra. Matemáticos
gregos também propuseram calcular o volume de objetos como
esferas e cones pela a sua divisão em discos muitos pequenos e
somando-se o volume de cada disco – antecipando a invenção do
calculo integral em mais de dois milênios.

O conhecimento moderno desta idéias iniciais na Física, e a


profundidade na qual elas podem ser experimentalmente
comprovadas, é grosseira. A maioria de todos os registros diretos
destas idéias foram perdidos quando a Biblioteca de Alexandria foi
destruída, em cerca de 400 d.C.

Talvez a mais notável idéia que nós conhecemos desta Era seja a
teoria de Aristarco de Samos de que a Terra era um planeta que
viajava em torno do Sol em um ano, e roda em torno de seu eixo
em um dia (gerando-se as estações e os ciclos de dia e noite), e que
as estrelas eram outros sois muitos distantes, os quais tinhas os seus
próprios planetas acompanhado (e possivelmente, formas de vidas
sobre estes outros planetas).
História de Física F0201 19

A descoberta da Máquina de Antikythera revela um detalhado


conhecimento do movimento destes objetos astronômicos, como
também um uso de engrenagens antes que qualquer outra
civilização usa-se engrenagens. O parafuso de Arquimedes é ainda
usado atualmente, para levantar água dos rios para irrigação de
fazendas.

As maquinas simples não foram assinaladas, com exceção da


elegante prova de Arquimedes das leis da alavanca. Rampas foram
usadas vários milênios antes de Arquimedes, para a construção das
Pirâmides. Lamentavelmente, este período de indagação a respeito
da natureza do mundo foi eventualmente asfixiado por uma
tendência de aceitar as idéias de eminentes filósofos, ao invés de
questionar e testar estas idéias.

O próprio Pitágoras dizia para se suprimir o conhecimento da


existência de números irracionais, descobertos pela sua própria
escola, porque eles não se adequavam ao seu misticismo numérico.
O modelo de um universo centrado na Terra de Ptolomeu no qual
os planetas eram entendidos como se movendo em pequenos
círculos, chamados de epiciclos, o qual moves em ciclos, eram
tidos como verdades absolutas.

Sumário
Tipicamente o comportamento e características do mundo foram
explicados apelando-se para acções dos deuses. Por volta do século
VII a.C., muitos filósofos gregos começaram a propor que o mundo
poderia ser compreendido como resultado de processos naturais. Os
atomistas tentavam caracterizar a natureza da matéria, a qual
antecipa o trabalho dos dias de hoje.
História de Física F0201 20

Exercícios
1- O homem e o seu pensamento e os animais nasceram da
terra, alias o homem e um microcosmos.

a) comente o trecho acima.

2- “A fisica é uma ciência de propriedades da matéria e de


forças naturais. Suas formulações são em geral expressas
em linguagem matemática”.

a) Concorda com a afirmação? Comente.


História de Física F0201 21

Unidade 03
Tema: Estilos de Pensamentos
Introdução

ZENÃO: O seu estilo depensamento foi conhecido por ( redução ao absurdo ). Zenão
era um grande disciplo de Parmérides. Ele construiu defesas dos conhecimentos de
Parmérides, que afirmavam que havia tensão entre simples observações a Natureza e o
pensamento lógico/puro. Zenão desenvolveu pensamentos sobre conceitos e argumentos
para reduzir ao absurdo as ideias sobre o movimento mecânico e as ideias sobre a
multiplicidade de coisas diferentes do mundo.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


Objectivos O estudante será capaz de destinguir os estilos de pensamento.
Conhecer os paradoxos de Zenão.

 Os paradoxos de Zenão

 Zenão! Cruel Zenão! Zenão de Eleia!


Atravessaste-me com essa flecha alada
Que vibra, voa, e que não voa!
O som me faz nascer e a flecha me mata!

 Pensa-se que Zenão tenha nascido cerca de 490-485 a. C., e desafiou os conceitos de
movimento e de tempo através de quatro paradoxos que criaram uma certa agitação,
ainda hoje visível.
 As teorias do movimento estão intimamente relacionadas com as teorias sobre a natureza
História de Física F0201 22

do espaço e do tempo. Na Antiguidade, foram defendidas duas perspectivas opostas: a


hipótese do Uno, defendida por Parménides (n. 515-510 a.C.), e a dos seus adversários,
que defendiam o pluralismo.
 Zenão era discípulo de Parménides e tentou fazer com que os seus adversários caíssem
em contradição. De facto, Zenão mostrou que examinando a questão a fundo se obtêm
consequências mais absurdas partindo da hipótese da pluralidade do que da hipótese do
Uno.
 As hipóteses contra as quais Zenão dirigiu o seu talento destrutivo foram principalmente
a da pluralidade e a do movimento, que eram indiscutivelmente aceites por todos, salvo
pelos próprios Eleatas.

Argumentos contra a pluralidade:

 Se a pluralidade existe, as coisas serão igualmente grandes e pequenas; tão grandes


que serão infinitas em tamanho, tão pequenas que não terão qualquer tamanho.
 Se o que existe não tivesse tamanho, nem sequer seria. Pois se fosse acrescentado a
qualquer outra coisa, não a faria maior; pois não tendo tamanho algum, não podia, ao
ser acrescentado, causar qualquer aumento em tamanho. E assim, o que fosse
acrescentado seria evidentemente nada. E também se, ao ser tirado, a outra coisa não
fica menor, tal como, quando acrescentada, não aumenta, é óbvio que o que foi juntado
ou tirado era nada.
 Mas, se existe, cada coisa deve ter um certo tamanho e espessura; e uma parte dela tem
de estar a certa distância de outra parte; e o mesmo argumento vale para a parte que
está diante dela - que também terá algum tamanho, e alguma parte dela estará à frente.
E é a mesma coisa dizer isto uma vez e continuar a dizê-lo indefinidamente; pois
nenhuma parte dela será a última, nem haverá nunca uma parte sem relação a outra.
 Assim, se há uma pluralidade, as coisas têm de ser igualmente grandes e pequenas; tão
pequenas que nem terão tamanho, tão grandes que serão infinitas.
 (Kirk e Raven,1979, p. 295)

Argumentos contra o movimento:

 O paradoxo do estádio
 Aquiles e a tartaruga
 A seta voadora
 As fileiras em movimento
História de Física F0201 23

 A questão central dos paradoxos de Zenão reside na impossibilidade de considerar


segmentos de espaço e de tempo como sendo formados por uma infinidade de elementos
individuais e, não obstante, separados uns dos outros, isto é, descontínuos.
 Zenão sabia, evidentemente, que Aquiles podia apanhar a tartaruga, que um corredor
pode percorrer o estádio, e que uma seta em voo se move. Pretendia simplesmente
demonstrar as consequências paradoxais de encarar o tempo e o espaço como
constituídos por uma sucessão infinita de pontos e instantes individuais consecutivos
como as contas de um colar.
 A solução destes paradoxos exige uma teoria como a Cantoriana, que combina a nossa
noção intuitiva de pontos e acontecimentos individuais com uma teoria sistemática de
conjuntos infinitos.
 É o que Russell reconhece no seu livro Our Knowledge of the External World, ao
defender que os paradoxos de Zenão apenas obtiveram uma resposta efectiva quando
Georg Cantor desenvolveu a teoria dos conjuntos infinitos, visto que ela permite tratar
conjuntos infinitos de pontos no espaço, assim como acontecimentos no tempo, como
todos completos, e não simplesmente como colecções de pontos ou sucessões de instantes
individuais.

Sumário

 ZENÃO: O seu estilo depensamento foi conhecido por (


redução ao absurdo ). Zenão era um grande disciplo de
Parmérides. Ele construiu defesas dos conhecimentos de
Parmérides, que afirmavam que havia tensão entre simples
observações a Natureza e o pensamento lógico/puro.
Zenão desenvolveu pensamentos sobre conceitos e
argumentos para reduzir ao absurdo as ideias sobre o
movimento mecânico e as ideias sobre a multiplicidade de
coisas diferentes do mundo.

Exercícios
1. Fale dos estilos de pensamento.
2. Quais foram dos paradoxos de Zenão.
História de Física F0201 24
História de Física F0201 25

Unidade 04
Tema: Física Aristotélica
Introdução

É com Aristóteles que a Física e as demais ciências ganham o maior


impulso na Antigüidade . Suas principais contribuições para a Física são
as idéias sobre o movimento, queda de corpos pesados (chamados
"graves", daí a origem da palavra "gravidade" ) e o geocentrismo . A
lógica aristotélica irá dominar os estudos da Física até o final da Idade
Média.

Objectivos
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
1-Compreender as contribuições Persicas para a
evolução
da Física.

2-Compreender as contribuições Indianas para a

evolução da Física.

Aristóteles - (384 a.C. - 322 a.C. ) Nasce em Estagira, antiga


Macedônia (hoje, Província da Grécia) . Aos 17 anos muda-se para
Atenas e passa a estudar na Academia de Platão, onde fica por 20
anos . Em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre, o grande, na
Macedônia. Quando Alexandre assume o trono, em 335 a.C. , volta
a Atenas e começa a organizar sua própria escola, localizada em
um bosque dedicado a Apolo Liceu - por isso, chamada de Liceu .
Até hoje, se conhece apenas um trabalho original de Aristóteles
(sobre a Constituição de Atenas) . Mas as obras divulgadas por
meio de discípulos tratam de praticamente todas as áreas do
História de Física F0201 26

conhecimento : lógica, ética, política, teologia, metaFísica, poética,


retórica, Física, psicologia, antropologia, biologia. Seus estudos
mais importantes foram reunidos no livro Órganom .

Geocentrismo - Aristóteles descreve o cosmo como um enorme (


porém finito) círculo onde existem nove esferas concêntricas
girando em torno da Terra, que se mantêm imóvel no centro delas.

Gravidade - Aristóteles considera que os corpos caem para chegar


ao seu lugar natural. Na antiguidade, consideram-se elementos
primários a terra, a água, ar e fogo. Quanto mais pesado um corpo
(mais terra) mais rápido cai no chão. A água se espalha pelo chão
porque seu lugar natural é a superfície da Terra. O lugar natural do
ar é uma espécie de capa em torno da Terra. O fogo fica em uma
esfera acima de nossas cabeças e por isso as chamas queimam para
cima.

Primórdios da Hidrostática

A hidrostática, estudo do equilíbrio dos líquidos, é inaugurada


por Arquimedes. Diz a lenda que Hierão, rei de Siracusa, desafia
Arquimedes a encontrar uma maneira de verificar sem danificar o
objeto, se era de ouro maciço uma coroa que havia encomendado.
Arquimedes soluciona o problema durante o banho. Percebe que a
quantidade de água deslocada quando entra na banheira é igual ao
volume de seu corpo. Ao descobrir esta relação sai gritando pelas
ruas "Eureka, eureka !" ( Achei, achei !) . No palácio, mede então a
quantidade de água que transborda de um recipiente cheio quando
nele mergulha sucessivamente o volume de um peso de ouro igual
ao da coroa, o volume de um peso de prata igual ao da coroa e a
própria coroa. Este, sendo intermediário aos outros dois, permite
determinar a proporção de prata que fora misturada ao ouro.

Princípio de Arquimedes - A partir dessas experiências


Arquimedes formula o princípio que leva o seu nome: todo corpo
mergulhado em um fluído recebe um impulso de baixo para cima (
empuxo ) igual ao peso do volume do fluído deslocado. Por isso os
corpos mais densos do que a água afundam e os mais leves
História de Física F0201 27

flutuam. Um navio, por exemplo, recebe um empuxo igual ao peso


do volume de água que ele desloca. Se o empuxo é superior ao peso
do navio ele flutua.

Arquimedes - ( 287 a.C. - 212 a.C.) - nasce em Siracusa, na


Sicília . Freqüenta a Biblioteca de Alexandria e lá começa seus
estudos de matemática. Torna-se conhecido pelos estudos de
hidrostática e por suas invenções, como o parafuso sem ponta para
elevar água. também ganha fama ao salvar Siracusa do ataque dos
romanos com engenhosos artefatos bélicos. Constrói um espelho
gigante que refletia os raios solares e queimava a distância os
navios inimigos. É também atribuído a Arquimedes o princípio da
alavanca . Com base neste princípio, foram construídas catapultas
que também ajudaram a resistir aos romanos. Depois de mais de
três anos, a cidade é invadida é Arquimedes e assassinado por um
soldado romano.

Yin e Yang

Os chineses também iniciaram na Antiguidade estudos


relacionados à Física. Não se ocupam de teorias atômicas ou
estrutura da matéria. Procuram explicar o Universo como resultado
do equilíbrio das forças opostas Yin e Yang . Estas palavras
significam o lado sombreado e ensolarado de uma montanha e
simbolizam forças opostas que se manifestam em todos os
fenômenos naturais e aspectos da vida. Quando Yin diminui, Yang
aumenta e vice-versa .

A noção de simetria dinâmica de opostos inaugurada pela noção


de Yin e Yang será retomada no inicio do século XX com a teoria
quântica (ver Princípio da incerteza neste capítulo) .

Contribuições persas para a Física

Com a civilização dominada pelo Império Romano, muitos


doutores gregos começaram a praticar medicina para elite de Roma,
mas infelizmente as ciências físicas também não eram apoiadas ali.
Seguindo o colapso do Império Romano, os europeus presenciaram
o declínio do interesse na cultura clássica, fenômeno chamado por
alguns de Idade das Trevas, embora escolásticos modernos não
História de Física F0201 28

gostem de usar este termo, a maior parte da pesquisa científica se


estagnou.

O nascimento do Cristianismo viu a supressão e destruição da


maioria da filosofia clássica grega (juntamente com a arte grega e
romana, literatura e iconografia religiosa) como da herética e da
pagã. No Oriente Médio, contudo, muito filósofos de origem grega
foram capazes de encontrar suporte para seu trabalho, e os
escolásticos desenvolveram-se baseados nos seus trabalhos prévios
em Astronomia e Matemática enquanto desenvolviam novos
campos como a Alquimia que posteriormente originaria a Química.

Depois que os Árabes conquistaram a Pérsia, cientistas surgiram


entre a população Persa. Eles reviveram a sabedoria Grega, e
ajudaram a preservá-la enquanto ela ofuscava-se na Europa. Um
cientista persa, possivelmente Mohammed al-Fazari, inventou o
astrolábio. al-Khwarizmi emprestou seu nome para aquilo que hoje
conhecemos como algarismo, e desenvolveu a álgebra.

Contribuições indianas para a Física

Seria difícil imaginar a Física Moderna sem um sistema de


aritmética no qual um simples cálculo seja suficientemente fácil de
ser realizado com grandes números. O sistema numérico posicional
e o conceito do zero foram primeiramente desenvolvidos na Índia
do Norte e de lá transmitidos para o mundo árabe.

Sumário
A Física se desenvolve em função da necessidade do homem de
conhecer o mundo natural e controlar e reproduzir as forças da
natureza em seu benefício.
História de Física F0201 29

Exercícios
1.Fale da contribuição Indiana para o desenvolvimento da física.
2.Sera que a Pérsica contribui em algum momento no
desenvolvimento da física moderna.
História de Física F0201 31

Unidade 05
Tema: Física Na Idade Média
Introdução

No século XII, houve o nascimento da universidade medieval e a


redescoberta dos trabalhos dos antigos filósofos através do contato com
os Árabes, durante o processo de Reconquista e das Cruzadas, iniciando
uma revitalização da vida intelectual da Europa. Durante o século XII,
os precursores do método científico moderno já podiam ser vistos no
trabalho de Robert Grosseteste com ênfase na matemática, como por
outro lado, na compreensão da natureza e na abordagem empírica
admirada por Roger Bacon.

Objectivos
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
1- Conhecer a Física na idade Média.
2-Conhecer a revolução no periodo Copernico.
3-Conhecer as leis da mecânica.

Bacon conduziu experimentos no campo da Óptica, ainda que


muito do seu trabalho seja similar àquilo que começava a ser feito
no seu tempo por sábios Árabes. Ele deu a maior contribuição para
o desenvolvimento da ciência européia medieval devido a sua
correspondência para o Papa, para encorajá-lo no ensino das
ciências naturais nos cursos universitários e na compilação de
vários volumes de registros do conhecimento científico em vários
campos do seu tempo.

Ele descreveu a possibilidade da construção de um telescópio, mas


não existe nenhuma evidência forte de que ele tenha feito um. Ele
registrou a maneira pela qual conduzia seus experimentos em
detalhes tão precisos que outros puderam reproduzi-los e testar seus
resultados – uma pedra angular do método científico, e uma
continuação do trabalho de pesquisadores como Al Battani.
História de Física F0201 32

No século XIV, alguns escolásticos, tais como Jean Buridan e


Nicole Oresme, iniciaram o questionamento da visão da mecânica
de Aristóteles. Em particular, Buridan desenvolveu a teoria dos
ímpetos, primeiro passo na direção do conceito moderno de inércia.
Por sua vez, Nicole d'Oresme mostrou que o motivo proposto na
física de Aristóteles contra o movimento da Terra não era válido e
mostrava a simplicidade da teoria segundo a qual a Terra se move,
e não os céus.

Em todos os seus argumentos em favor do movimento da Terra,


Oresme é ao mesmo tempo mais claro e explícito do que Copérnico
viria a ser dois séculos mais tarde. Ele também foi o primeiro a
afirmar que a cor e a luz são da mesma natureza e a descoberta do
desvio da luz através da refração atmosférica; embora, atualmente,
o crédito desta última descoberta seja dado a Robert Hooke.

A chegada da Peste Negra, em 1348, põe fim a um breve período


de desenvolvimento filosófico. A praga matou um terço das
pessoas na Europa. A recorrência da praga e de outros desastres
causaram um contínuo declínio da população por um século. A
despeito desta paralisação, o século XV foi marcado pelo
florescimento artístico da Renascença. A descoberta de textos
antigos foi acelerada quando sábios de Bizâncio tiveram que
procurar refúgio no Oeste após a queda de Constantinopla em
1453.

Enquanto isto, a invenção da Imprensa levou à democratização do


saber e permitiu uma rápida propagação de novas idéias. Tudo isto
pavimentou o caminho para a Revolução Científica a qual deve ser
entendida como uma retomada do método científico que havia sido
interrompido no século XIV.

Revolução Copernicana

Em 1510 Nicolau Copérnico rompe com mais de dez séculos de


domínio do geocentrismo. No livro Commentariolus diz pela
primeira vez que a Terra não é o centro do Universo e sim um entre
outros tantos planetas que giram em torno do Sol. Enfrenta a
oposição da Igreja Católica, que adotara o sistema aristotélico
como dogma e faz da Física um campo de estudo específico.

Para muitos historiadores, a revolução copernicana se consolida


apenas um século depois com as descobertas telescópicas e a
História de Física F0201 33

mecânica de Galileu Galilei (1564-1642) e as leis de movimentos


dos planetas dos planetas de Joannes Kepler ( 1571- 1630).

Heliocentrismo - "O centro da Terra não é o centro do mundo (


Universo) e sim o Sol ". Este é o princípio do heliocentrismo (que
tem o Sol do grego hélio - como centro), formulado por Nicolau
Copérnico e marco da concepção moderna de Universo. Segundo o
heliocentrismo, todos os planetas, entre eles a Terra, giram em
torno do Sol descrevendo órbitas circulares.

Nicolau Copérnico - ( 1473 - 1543) nasce em Torum, na


Polônia. Estuda matemática, os clássicos gregos, direito canônico (
em Bolonha, na Itália) e medicina (em Pádua, Itália) e só depois se
dedica exclusivamente à área que realmente lhe interessava: a
astronomia. Em 1513 constrói um observatório e começa a estudar
o movimento dos corpos celestes. A partir dessas observações,
escreve Das revoluções dos corpos celestes com os princípios do
heliocentrismo. Copérnico revoluciona a idéia que o homem tinha
de si mesmo (visto como imagem de Deus e por isso centro de
tudo) e dá novo impulso a todas as ciências ao colocar a observação
e a experiência acima da autoridade e dos dogmas.

Física Clássica

O século XVII lança as bases para a Física da era industrial.


Simon Stevin desenvolve a hidrostática, ciência fundamental para
seus país, a Holanda, protegida do mar por comportas e diques. Na
óptica, contribuição equivalente é dada por Christiaan Huygens,
também holandês, que constrói lunetas e desenvolve teorias sobre a
propagação da luz. Huygens é o primeiro a descrever a luz como
onda. Mas é Isaac Newton ( 1642-1727), cientista inglês, o grande
nome dessa época: são dele a teoria geral da mecânica e da
gravitação universal e o cálculo infinitesimal.

Isaac Newton - (1642- 1727) nasce em Woolsthorpe, Inglaterra,


no mesmo ano da morte de Galileu. (começa a estudar na
Universidade de Cambridge com 18 anos e aos 26 já se torna
catedrático. Em 1687 publica Princípios matemáticos da filosofia
natural. Dois anos depois é eleito membro do Parlamento como
representante da Universidade de Cambridge. Já em sua época é
reconhecido como grande cientista que revoluciona a Física e a
matemática. Preside a Royal Society ( academia de ciência) por 24
anos. Nos últimos anos de vida dedica-se exclusivamente a estudos
teológicos.
História de Física F0201 34

Cálculo diferencial - por volta de 1664, quando a universidade


é fechada por causa da peste bubônica, Newton volta à sua cidade
natal. Em casa, desenvolve o teorema do binômio e o método
matemático das fluxões. Newton considera cada grandeza finita
resultado de um fluxo contínuo, o que torna possível calcular áreas
limitadas por curvas e o volume de figuras sólidas. Este método dá
origem ao cálculo diferencial e integral .

Decomposição da luz - Newton pesquisa também a natureza da


luz. Demonstra que, ao passar por um prisma, a luz branca se
decompõe nas cores básicas do espectro luminoso: vermelho,
laranja, amarelo, verde, azul e violeta.

Leis da mecânica

A mecânica clássica se baseia em três leis.

 Primeira lei - É a da inércia. Diz que um objeto parado e


um objeto em movimento tendem a se manter como estão a
não ser que uma força externa atue sobre eles.

 Segunda lei - Diz que a força é proporcional à massa do


objeto e sua aceleração. A mesma força irá mover um
objeto com massa duas vezes maior com metade da
aceleração.

 Terceira lei - Diz que para toda ação há uma reação


equivalente e contrária. Este é o princípio da propulsão de
foguetes: quando os gases "queimados"(resultantes da
combustão do motor) escapam pela parte final do foguete,
fazem pressão em direção oposta, impulsionando-o para a
frente.

Gravitação universal - observando uma maçã que cai de uma


árvore do jardim de sua casa, ocorre a Newton a idéia de explicar o
movimento dos planetas como uma queda. A força de atração
exercida pelo solo sobre a maçã poderia ser a mesma que faz a Lua
"cair" continuamente sobre a Terra.

Principia - Durante os 20 anos seguintes , Newton desenvolve os


cálculos que demonstram a hipótese da gravitação universal e
detalha estudos sobre a luz, a mecânica e o teorema do binômio.
História de Física F0201 35

Em 1687 publica Princípios matemáticos da filosofia natural,


conhecida como Principia, obra-prima científica que consolida com
grande precisão matemática suas principais descobertas. Newton
prova que a Física pode explicar tanto fenômenos terrestres quanto
celestes e por isso é universal.

Sumário

No século XII, houve o nascimento da universidade medieval e a


redescoberta dos trabalhos dos antigos filósofos através do contato
com os Árabes, durante o processo de Reconquista e das Cruzadas,
iniciando uma revitalização da vida intelectual da Europa.

Exercícios

1.Enuncie as leis da mecanica.


2. fale da física coperinicana.

Unidade 06
Tema:Revolução Científica.
Introdução

Civilização moderna. Foi, em parte, assentada devido à redescoberta de


conhecimentos originários da Grécia Antiga, Índia, China e da cultura
Islâmica preservados e posteriormente desenvolvidos pelo mundo
História de Física F0201 36

Islâmico do século VIII até o século XV, e traduzidos por monges cristãos
para o Latim, tais como o Almagestro.

Objectivos
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
1- O periodo da Revolução Científica.
2- Conhecer os principais actores Revolução
Científica.

Isto se iniciou com somente uns poucos pesquisadores, evoluindo


em um empreendimento que continua até o dia de hoje. Iniciando-
se com a Astronomia, os princípios da filosofia natural se
cristalizaram em Leis da Física fundamentais enunciadas e
melhoradas nos séculos seguintes. Durante o século XIX, a ciência
tinha se fragmentado em múltiplos campos com pesquisas
especializadas e campos da física.

Século XVI

No século XVI Nicolau Copérnico reviveu o modelo heliocêntrico


do sistema solar antevisto por Aristarco de Samos (o qual é
mencionado inicialmente em uma passagem de O arenário de
Arquimedes). Quando este modelo foi publicado no fim de sua
vida, ele tinha um prefácio de Andreas Osiander que humildemente
indicava que se tratava apenas de uma conveniência matemática
para calcular a posição dos planetas, e não uma explicação para a
natureza verdadeira das órbitas planetárias.

Na Inglaterra William Gilbert (1544-1603) estudou o magnetismo e


publicou o trabalho seminal, De Magnete (1600), o qual trazia
presente seus numerosos resultados experimentais.

Século XVII

No início do século XVII Johannes Kepler formulou um modelo do


sistema solar baseado nos cinco sólidos platônicos, milenar
baseado na idéia de Ptolomeu de órbita circular "perfeita" para
corpos celestes "perfeitos". Kepler então formulou suas três leis de
movimento planetário. Ele também propôs o primeiro modelo
História de Física F0201 37

conhecido de movimento planetário no qual uma força emanada do


Sol deflete o planeta de seu movimento "natural", causando então
uma órbita curva.

Durante o início do século XVII, Galileu Galilei foi o pioneiro no


uso de experimentos para validar as teorias físicas, idéia chave do
método científico. O uso de experimentos por Galileu, e a
insistência de Galileu e Kepler de que resultados experimentais
devem ter precedência sobre resultados teóricos (o que segue os
preceitos de Aristóteles, mas não suas práticas), acabando com a
aceitação de dogmas, e dando início a uma era onde idéias
científicas eram abertamente discutidas e rigorosamente testadas.
Galileu formulou e testou com sucesso várias situações em
cinemática, incluindo a lei correta do movimento acelerado, a
trajetória parabólica, a relatividade do movimento não acelerado, e
uma forma inicial da Lei da Inércia.

Em 1687 Isaac Newton publicou o Principia Mathematica,


detalhando duas teorias físicas genéricas e bem sucedidas: As leis
do movimento de Newton, da qual surge a Mecânica Clássica; e a
Lei da Gravitação de Newton, a qual descreve a força fundamental
da gravidade. Ambas teorias concordam muito bem com os
experimentos. A Mecânica Clássica foi exaustivamente estendida
por Joseph-Louis de Lagrange, William Rowan Hamilton, e outros,
que produziram novas formulações, princípios, e resultados. As leis
da gravitação iniciam o campo da Astrofísica, o qual descreve
fenômenos astronômicos usando teorias físicas.

Século XVIII

A partir do século 18, o conceito de Termodinâmica seria


desenvolvido por Robert Boyle, Thomas Young, e muitos outros,
concorrentemente com o desenvolvimento da máquina a vapor,
dando prosseguimento no próximo século. Em 1733, Daniel
Bernoulli usou argumentos estatísticos juntamente com mecânica
clássica para deduzir resultados termodinâmicos, iniciando o
campo da Mecânica estatística. Benjamin Franklin conduziu
pesquisas a respeito da natureza da eletricidade em 1752. Em 1798,
Benjamin Thompson demonstrou a conversão ilimitada de trabalho
mecânico em calor; isto foi utilizado por James Prescott Joule para
demonstrar a lei da conservação de energia no século seguinte.
História de Física F0201 38

Século XIX

Em uma carta a Royal Society em 1800, Alessandro Volta


descreveu a sua invenção da bateria elétrica, proporcionando pela
primeira vez um meio para gerar uma corrente elétrica constante, e
abrindo um novo campo para investigação na Física. Em 1847
James Prescott Joule estabeleceu a Lei da Conservação de Energia,
na forma do calor e da energia mecânica. Contudo, o Princípio da
Conservação da Energia teria sido sugerido ou enunciado em várias
formas, por talvez, uma dúzia de Alemães, Franceses, Britânicos e
outros cientistas durante a primeira metade do século XIX.

O comportamento da eletricidade e magnetismo foi estudado por


Michael Faraday, Georg Ohm, e outros. Faraday, que iniciou sua
carreira como químico trabalhando para Humphry Davy no Royal
Institution, demonstrou que o fenômeno eletrostático, a ação da
recentemente descoberta pilha elétrica ou bateria, o fenômeno
eletroquímico, e o relâmpago são todos manifestações diferentes do
fenômeno elétrico. Faraday, além disto, descobriu em 1821 que a
eletricidade pode produzir movimento mecânico rotacional, e em
1831 descobriu o Princípio da Indução Eletromagnética, pelo qual
o movimento mecânico pode ser convertido em eletricidade. Por
este motivo foi Faraday que estabeleceu as bases para o motor
elétrico e o gerador elétrico. Em 1855, James Clerk Maxwell
unificou os dois fenômenos em uma única teoria do
eletromagnetismo, descrita pelas Equações de Maxwell.

Uma predição de suas teorias era que a luz é uma onda


eletromagnética. Um tópico a parte das deduções de Maxwell foi
que a velocidade da luz não depende do observador, um aviso do
desenvolvimento da relatividade especial por Albert Einstein.

Em dois trabalhos em 1876 e 1878, Josiah Willard Gibbs


desenvolveu muito do formalismo teórico para a Termodinâmica, e
uma década depois estabeleceu as leis para a fundação da Mecânica
estatística — esta também foi descoberta independentemente por
Ludwig Boltzmann. Em 1887 o experimento Michelson-Morley é
conduzido e é interpretado como um ponto contra a teoria
amplamente aceita na época, que a Terra esta se movendo através
de um "éter luminífero".

Este desenvolvimento permitiu que mais tarde a Teoria Restrita da


Relatividade de Einstein promovesse uma explicação completa que
não necessitava do éter, e fosse consistente com os resultado dos
História de Física F0201 39

experimentos. Albert Abraham Michelson e Edward Morley não


estavam convencidos da não existência do éter. Morley partiu para
conduzir experimentos com Dayton Miller. Em 1887, Nikola Tesla
investigou o Raio-X usando seus próprios aparelhos como também
os tubos de Crookes. Em 1895, Wilhelm Conrad Röntgen observou
e analisou os Raios-X, o qual o ajustou para ser uma radiação
eletromagnética de alta-frequência.

A Radioatividade foi descoberta em 1896 por Henri Becquerel, e


depois foi estudada por Pierre e Marie Curie e outros. Isto iniciou o
campo da Física Nuclear. Em 1897, J.J. Thomson estudou o
elétron, a partícula elementar o qual carrega corrente elétrica no
circuito. Ele deduziu que raios catódicos existiam e eram
partículas" negativamente carregadas, o qual ele chamou
corpúsculos".

Século XX

O início do século XX inaugurou uma série de revoluções na


Física. As teorias há muito aceitas de Newton não se mostraram
suficientes para todas as circunstâncias. Não somente a Mecânica
Quântica mostrava que as Leis do movimento não se aplicam a
escalas pequenas, mas o mais perturbador, a relatividade geral
mostrou que o arcabouço do espaço-tempo, do qual a Mecânica
Newtoniana e relatividade especial dependem, poderia não existir.

Em 1904, Thomson propôs o primeiro modelo atômico, conhecido


como o modelo do pudim de passas. (A existência do átomo foi
proposta em 1808 por John Dalton.) Em 1905, Einstein formulou a
teoria da relatividade especial, unificando o espaço e tempo em
uma única entidade, espaço-tempo. A Teoria da Relatividade
prescreve uma transformação entre referenciais inerciais diferente
da mecânica clássica, necessitando o desenvolvimento da mecânica
relativística como um substituto para mecânica clássica. No regime
de velocidade baixa (relativa), as duas teorias concordam.

Em 1915, Einstein ampliou a relatividade restrita para explicar a


gravidade com a Teoria da relatividade geral, a qual substitui as leis
de gravitação de Newton. Em situações de baixas massas e
energias, as duas teorias concordam. Um dos principais resultados
da relatividade geral é o colapso gravitacional em buracos negros, o
qual tinha sido antecipado dois séculos antes, mas elucidado por
Robert Oppenheimer. Oppenheimer foi o último diretor do Projeto
Manhattan no Los Alamos.
História de Física F0201 40

Importantes soluções exatas da equação de campo de Einstein


formam encontradas por Karl Schwarzschild em 1915 e Roy Kerr
somente em 1963. David Hilbert veio a obter as mesmas equações
de Einstein para a relatividade geral em um período de poucas
semanas, como Einstein, em Novembro de 1915. A dificuldade
principal, no que concerne a Hilbert, era que a lei de conservação
da energia não abrangia uma região sujeita a um campo
gravitacional. (note que algumas vezes os objetos que são
necessários para definir uma quantidade conservada não era um
tensor, mas um pseudo-tensor. Teorema de Noether permanece
correto em alinhamento com os desenvolvimentos atuais

Em 1911, Ernest Rutherford deduziu a partir do experimento de


deflexão a existência de um compacto núcleo atômico, com cargas
positivamente carregadas, denominado prótons. Nêutrons, o
constituinte neutro do núcleo, foram descoberto em 1932 por James
Chadwick. No inicio de 1900, Max Planck, Albert Einstein, Niels
Bohr, entre outros, desenvolveram a teoria quântica para explicar
várias anomalias pela introdução de níveis de energia discretos.

Em 1925, Werner Heisenberg e Erwin Schrödinger formularam a


mecânica quântica, a qual esclarecia a teoria quântica precedente.
Na mecânica quântica, os resultados dos experimentos físicos eram
de origem probabilística. A teoria descreve o calculo destas
probabilidades. Ela foi bem sucedida em descrever o
comportamento da matéria em escala reduzida. A mecânica
quântica também proveu uma ferramenta teórica para física da
matéria condensada, a qual estuda o comportamento físico de
sólidos e líquidos, incluindo fenômenos tais como estruturas
cristalinas, semicondutores, e supercondutores.

Os pioneiros da física da matéria condensada incluem Feliz Bloch,


que aplicaram a mecânica quântica para descrever o
comportamento dos elétrons em uma estrutura cristalina em 1928.
Em 1929, Edwin Hubble publicou a sua descoberta de que a
velocidade na qual as galáxias se afastam correlaciona-se
diretamente com sua distância. Esta é a base para compreender que
o universo está expandindo. Portanto, o universo deve ter sido
muito menor e alem disto muito quente no seu passado.

Por volta de 1940, pesquisadores como George Gamov propuseram


a teoria do Big Bang, para a qual foram descobertas evidências em
1964; Enrico Fermi e Fred Hoyle estavam entre os que duvidavam
entre 1940 e 1950. Hoyle havia denominado a teoria de Gamov Big
Bang de forma a ridicularizá-la. Atualmente, ela é um dos
principais resultados da cosmologia.
História de Física F0201 41

Sumário

No século XVI Nicolau Copérnico reviveu o modelo heliocêntrico


do sistema solar antevisto por Aristarco de Samos (o qual é
mencionado inicialmente em uma passagem de O arenário de
Arquimedes). Quando este modelo foi publicado no fim de sua
vida, ele tinha um prefácio de Andreas Osiander que humildemente
indicava que se tratava apenas de uma conveniência matemática
para calcular a posição dos planetas.
História de Física F0201 42

Unidade 07
Tema: Depois da Revolução Científica.

Introdução

A Astronomia foi um dos campos que deu margem às maiores revelações.


Seguindo a trilha aberta por estudiosos da Renascença, como Copérnico, Kepler
e Galileu, o inglês Isaac Newton (1642.1727) elaborou um novo modelo para
explicar o universo. Auxiliado pelo desenvolvimento da Matemática, que teve em
Blaise Pascal (1623.1662) um de seus maiores representantes, ele ultrapassou a
simples descrição do céu, chegando a justificar a posição e a órbita de muitos
corpos siderais.
Além disso, anunciou ao mundo a lei da gravitação universal, que explicava
desde o movimento de planetas longínquos até a simples

queda de uma fruta. Newton foi ainda responsável por avanços na área do
cálculo e pela decomposição da luz, mostrando que a luz branca, na verdade, é
composta por sete cores, as mesmas do arco-íris.
Tanto para o estudo dos corpos celestes como para a observação das
minúsculas partes do mundo, foi necessário ampliar o campo de visão do
homem. Os holandeses encarregaram-se dessa parte, descobrindo que a
justaposição de várias lentes multiplicava a capacidade da visão humana.
Tal invento possibilitou a Robert Hooke (1635-1703) construir o primeiro
microscópio, que ampliava até 40 vezes pequenos objetos (folhas, ferrões de
abelha, patas de insetos). Esse cientista escreveu um livro sobre suas
observações e criou o termo célula, hoje comum em Biologia.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


Objectivos 1- Conhecer a contribuição das ciências para a
revolução científica
História de Física F0201 43

As primeiras experiências com a então recém-descoberta


eletricidade demonstraram que o corpo humano é um bom condutor
elétrico, O menino suspenso por cordas Isolantes recebe estímulos
elétricos nos pés, os quais são transmitidos à outra criança (à
esquerda), a quem esta dando a mão.

A Biologia progrediu também no estudo do homem, com a


identificação dos vasos capilares e do trajeto da circulação
sanguínea. Descobriu-se também o princípio das vacinas — a
introdução do agente causador da moléstia no organismo para que
este produza suas próprias defesas.
Na Química, a figura mais destacada foi Antoine Lavolsier (1743-
1794), famoso pela precisão com que realizava suas experiências.
Essa característica auxiliou-o a provar que, “embora a matéria
possa mudar de estado numa série de reações químicas, sua
quantidade não se altera, conservando-se a mesma tanto no fim
como no começo de cada operação”. Atribuiu-se a ele igualmente a
frase: “Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se
transforma”.
Além dos nomes citados, houve muitos outros inventores e
estudiosos que permitiram, por exemplo, a descoberta da
eletricidade; a invenção da primeira máquina de calcular; a
formulação de uma teoria, ainda hoje aceita, para explicar a febre; a
descoberta dos protozoários e das bactérias. Surgiu mesmo uma
nova ciência — a Geologia —, a partir da qual se desenvolveu uma
teoria que explicava a formação da Terra, refutando a versão
bíblica da criação do mundo em sete dias.

Desenho esquemático do microscópio de Robert Hooke.

Tendo herdado o espírito curioso e indagador dos estudiosos


renascentistas, os pesquisadores dos séculos XVII e XVIII
construíram teorias e criaram inventos, em alguns casos
posteriormente contestados pela evolução da ciência. Sua
importância, entretanto, é inegável, tendo sido fundamental para os
progressos técnicos que culminaram na Revolução Industrial. "
História de Física F0201 44

Sumário

Nos séculos XVII e XVIII, enquanto as ideias iluministas se


espalhavam pela Europa, uma febre de novas descobertas e
inventos tomou conta do continente. O avanço científico dessa
época colocou à disposição do homem informações tão diferentes
quanto a descrição da órbita dos planetas e do relevo da Lua, a
descoberta da existência da pressão atmosférica e da circulação
sanguínea e o conhecimento do comportamento dos
espermatozóides.

Exercícios

1. A Astronomia foi um dos campos que deu


margem às maiores revelações. Porque?
História de Física F0201 45

Unidade 08
Tema: Física Aplicada
Introdução

No século XVIII, embora haja universidades e academias nos grandes


centros, mais uma vez é por motivos práticos que a Física se desenvolve.
A revolução industrial marca nova fase da Física. As áreas de estudos se
especializam e a ligação com o modo de produção torna-se cada vez
mais estreita.

Objectivos

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


2- Conhecer os princípios da termodinámica.
3- Conhecer o electromagnetismo.
4- Conhecer a entropia.
5- Conhecer a estrutura do átomo.

Termodinâmica

Estuda as relações entre calor e trabalho. Baseia-se em dois


princípios: o da conservação de energia e o de entropia. Estes
princípios são a base de máquinas a vapor, turbinas, motores de
combustão interna, motores a jato e máquinas frigoríficas.

A partir de uma máquina concebida para retirar a água que


inundava as minas de carvão, o inglês Thomas Newcomen cria em
1698 a máquina a vapor, mais tarde aperfeiçoada pelo escocês
James Watt. É em torno do desempenho dessas máquinas que o
engenheiro francês Sadi Carnot estabelece uma das mais
importantes sistematizações da termodinâmica, delimitando a
História de Física F0201 46

transformação de energia térmica (calor) em energia mecânica


(trabalho).

Primeiro princípio - É o da conservação da energia. Diz que a


soma das trocas de energia em um sistema isolado é nula. Se, por
exemplo, uma bateria é usada para aquecer água, a energia da
bateria é convertida em calor mas a energia total do sistema, antes e
depois de o processo começar, é a mesma.

Segundo princípio - Em qualquer transformação que se produza


em um sistema isolado, a entropia do sistema aumenta ou
permanece constante. Não há portanto qualquer sistema térmico
perfeito no qual todo o calor é transformado em trabalho. Existe
sempre uma determinada perda de energia.

Entropia - tendência natural da energia se dispersar e da ordem


evoluir invariavelmente para a desordem. O conceito foi
sistematizado pelo austríaco Ludwig Boltzmann ( 1844-1906) e
explica o desequilíbrio natural entre trabalho e calor.

Zero absoluto - 0 Kelvin (equivalente a -273,15º C ou -459,6º F)


ou "zero absoluto" não existe em estado natural. A esta temperatura
a atividade molecular (atômica) é nula.

Lord Kelvin - (1824- 1907) é como ficou conhecido o físico


irlandês William Thomson, barão Kelvin of Largs. Filho de
matemático, forma-se em Cambridge e depois se dedica à ciência
experimental. Em 1832 descobre que a descompressão dos gases
provoca esfriamento e cria uma escala de temperaturas absolutas.

ELETROMAGNETISMO

Em 1820, o dinamarquês Hans Oersted relaciona fenômenos


elétricos aos magnéticos ao observar como a corrente elétrica
alterava o movimento da agulha de uma bússola. Michel Faraday
História de Física F0201 47

inverte a experiência de Oersted e verifica que os magnetos


exercem ação mecânica sobre os condutores percoridos pela
corrente elétrica e descobre a indução eletromagnética, que terá
grande aplicação nas novas redes de distribuição de energia.

Indução eletromagnética - Um campo magnético (variável)


gerado por uma corrente elétrica (também variável) pode induzir
uma corrente elétrica em um circuito. A energia elétrica também
pode ser obtida a partir de uma ação mecânica: girando em torno de
um eixo, um enrolamento de fio colocado entre dois imãs provoca
uma diferença de potencial (princípio do dínamo).

Michael Faraday - (1791-1867) é um caso raro entre os grandes


nomes da ciência. Nasce em Newington, Inglaterra. Começa a
trabalhar aos 14 anos como aprendiz de encadernador. Aproxima-
se das ciências como autodidata e depois torna-se assistente do
químico Humphy Davy. Apesar de poucos conhecimentos teóricos,
o espírito de experimentação de Faraday o leva a importantes
descobertas para a química e Física. Consegue liquefazer
praticamente todos os gases conhecidos. Isola o benzeno. Elabora a
teoria da eletrólise, a indução eletromagnética e esclarece a noção
de energia eletrostática.

Raios catódicos - São feixes de partículas produzidos por um


eletrodo negativo (cátodo) de um tubo contendo gás comprimido.
São resultado da ionização do gás e provocam luminosidade. Os
raios catódicos são identificados no final do século passado por
Willian Crookes. O tubo de raios catódicos é usado em
osciloscópios e televisões.

Raios X - Em 1895 Wilhelm Konrad von Röntgen descobre


acidentalmente os raios X quando estudava válvulas de raios
catódicos. Verificou que algo acontecia fora da válvula e fazia
brilhar no escuro focos fluorescentes. Eram raios capazes de
impressionar chapas fotográficas através de papel preto. Produziam
fotografias que revelavam moedas nos bolsos e os ossos das mãos.
Estes raios desconhecidos são chamadas simplesmente de "x" .

Wilhelm Konrad von Röntgen - (1845-1923) nasce em Lennep,


Alemanha, e estuda Física na Holanda e na Suíça . Realiza estudos
História de Física F0201 48

sobre elasticidade, capilaridade, calores específicos de gases,


condução de calor em cristais e absorção do calor por diferentes
gases. Pela descoberta dos raios X recebe em 1901 o primeiro
prêmio Nobel de Física da História.

Radiatividade - É a desintegração espontânea do núcleo atômico


de alguns elementos (urânio, polônio e rádio), resultando em
emissão de radiação. Descoberta pelo francês Henri Becquerel (
1852 - 1909) poucos meses depois da descoberta dos raios X.
Becquerel verifica que, além de luminosidade, as radiações
emitidas pelo urânio são capazes de penetrar a matéria.

Dois anos depois, Pierre Curie e sua mulher, a polonesa Marie


Curie, encontram fontes radiativas muito mais fortes que o urânio.
Isolam o rádio e o polônio e verificam que o rádio era tão potente
que podia provocar ferimentos sérios e até fatais nas pessoas que
dele se aproximavam.

Tipos de radiação - Existem três tipos de radiação; alfa, beta e


gama. Á radiação alfa é uma partícula formada por um átomo de
hélio com carga positiva. Radiação beta é também uma partícula,
de carga negativa, o elétron. A radiação gama é uma onda
eletromagnética. As substâncias radiativas emitem continuamente
calor e têm a capacidade de ionizar o ar e torná-lo condutor de
corrente elétrica. São penetrantes e ao atravessarem uma substância
chocam-se com suas moléculas.

Estrutura do Átomo

Em 1803 , John Dalton começa a apresentar sua teoria de que a


cada elemento químico corresponde um tipo de átomo . Mas é só
em 1897, com a descoberta do elétron, que o átomo deixa de ser
uma unidade indivisível como se acreditava desde a Antiguidade.

Descoberta do elétron - Em 1897 Joseph John Thomson, ao


estudar os raios X e raios catódicos, identifica partículas de massa
muito pequena, cerca de 1.800 vezes menores que a do átomo mais
leve. Conclui que o átomo não é indivisível mas composto por
partículas menores.
História de Física F0201 49

Modelo pudim - Thomson diz que os átomos são formados por


uma nuvem de eletricidade positiva na qual flutuam, como ameixas
em volta de um pudim, partículas de carga negativa - os elétrons.

Modelo planetário - Em 1911 Ernest Rutherford bombardeia


uma lâmina de ouro com partículas em alta velocidade. Observa
que algumas partículas atravessam o anteparo e outras
ricocheteiam. Descobre que existem espaços vazios no átomo, por
isso algumas partículas passaram pela lâmina. Verifica também que
há algo consistente contra o que outras partículas se chocaram e
refletiram. Conclui que o átomo possui um núcleo (de carga
positiva) em volta do qual orbitam elétrons, como planetas girando
em torno do Sol. O modelo planetário é aperfeiçoado por Niels
Bohr com fundamentos da Física quântica.

Prótons - 1919 Rutherford desintegra o núcleo de nitrogênio e


detecta partículas nucleares de carga positiva. Elas seriam
chamadas de prótons. Segundo Rutherford, o núcleo é responsável
pela maior massa do átomo. Anuncia a hipótese de existência do
nêutron, confirmada apenas 13 anos depois.

Nêutrons - 1932 James Chadwick membro da equipe, de


Rutherford, descobre os nêutrons, partículas nucleares com a
mesma massa do próton mas com carga elétrica neutra.

Ernest Rutherford - (1871 - 1937) nasce em Nelson, na Nova


Zelândia, onde começa a estudar Física. Suas maiores contribuições
foram as pesquisas sobre radiatividade e teoria nuclear. Em 1908
cria um método para calcular a energia liberada nas transformações
radiativas e recebe o prêmio Nobel de química. Em 1919 realiza a
primeira transmutação induzida e transforma um núcleo de
nitrogênio em oxigênio através do bombardeamento com partículas
alfa. A partir daí dedica-se a realizar transmutações de vários tipos
de elementos. Em 1931 torna-se o primeiro barão Rutherford de
Nelson .

Sumário

ELETROMAGNETISMO

Em 1820, o dinamarquês Hans Oersted relaciona fenômenos


elétricos aos magnéticos ao observar como a corrente elétrica
História de Física F0201 50

alterava o movimento da agulha de uma bússola. Michel Faraday


inverte a experiência de Oersted e verifica que os magnetos
exercem ação mecânica sobre os condutores percoridos pela
corrente elétrica e descobre a indução eletromagnética, que terá
grande aplicação nas novas redes de distribuição de energia.

Exercícios

1.O que estuda a electrodinâmica.


2. Fale da magnetização.
História de Física F0201 51

Unidade 09
Tema: O Apogeu Do Progresso

Introdução

Galileu Galilei desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do


movimento e do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos e enunciou o
princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, ideias
precursoras da mecânica newtoniana. Galileu melhorou
significativamente o telescópio refrator e com ele descobriu as manchas
solares, as montanhas da Lua, as fases de Vénus, quatro dos satélites de
Júpiter[2], os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea. Estas
descobertas contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo.
Contudo a principal contribuição de Galileu foi para o método científico,
pois a ciência assentava numa metodologia aristotélica.

Objectivos
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
1- Conhecer o principio do referencial.
2- As leis do movimento uniforme.
3- Conhecer o movimento dos corpos

O físico desenvolveu ainda vários instrumentos como a balança


hidrostática, um tipo de compasso geométrico que permitia medir
ângulos e áreas, o termómetro de Galileu e o precursor do relógio
de pêndulo. O método empírico, defendido por Galileu, constitui
um corte com o método aristotélico mais abstrato utilizado nessa
época, devido a este Galileu é considerado como o "pai da ciência
moderna".
História de Física F0201 52

Galileu e a Cência do movimento

Na análise do problema dos graves, Galileu efectivou provas que


fundavam-se em deixar cair corpos de locais elevados, e
principalmente na sua juventude em Pisa, de uma torre. Conquanto
instituíssem outro golpe contra Aristóteles, as experiências da torre
seguramente não patentearam a Galileu uma lei nova e exacta sobre
a queda dos graves.

Galileu aceitou que outros antes dele haviam especulado que o


movimento natural da queda de um grave é ininterruptamente
acelerado. Porém asseverou que tinha sido obra sua descobrir a
“proporção na qual essa aceleração ocorre”. Envaidecia-se de ter
sido o primeiro a descobrir que “os espaços percorridos na queda
livre, em tempos iguais, por um móvel inicialmente em repouso,
estão entre si na mesma proporção que os números ímpares
consecutivos”.
Igualmente comprovou que os “mísseis ou projécteis” não
descrevem uma trajectória curva qualquer; a curva é de facto uma
parábola.

A obra publicada, Discursos e Demonstrações às Duas Novas


Ciências, compreende a sequência das ideias que Galileu pretendia
fazer crer ter seguido. Foi esta apresentação pública que, na
realidade, condicionou o avanço da ciência no domínio do
movimento, desde a nova cinemática revolucionária de Galileu à
moderna ciência da dinâmica.

Ainda que Galileu fosse erudito de que as acelerações resultam de


forças (a aceleração dos graves é produzida pelos respectivos
pesos), não se centralizou neste aspecto do problema. Uma vez que
Galileu tomou em ponderação as forças e os movimentos em
alguns casos particulares, mas relevantes, podemos descrever a sua
matéria como uma cinemática com alguma dinâmica.

Estudo De Galileu

Em primeiro lugar, Galileu apura as leis do movimento uniforme,


no qual a distância é proporcional ao tempo, e a velocidade é, por
consequência, imutável.
História de Física F0201 53

Posteriormente trata do movimento acelerado


Seguindo a premissa de que a natureza é elementar, e que, a
modificação mais simples é aquela na qual a própria mudança é
constante, Galileu constitui que, se há um crescimento igual de
velocidade em cada intervalo de tempo ininterrupto, este é
decididamente o movimento acelerado mais básico imaginavel.

Sumário

Galileu Galilei desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do


movimento do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos e enunciou o
princípio da inércia e o conceito de referencial inercial.

Exercícios

1-Fale das leis da inércia.


2-O que é um referencial
História de Física F0201 54

Unidade 10
Tema: Dificuldadese êxitos de
Galileu: A Lei da Inércia.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


Objectivos 1-Conhecer o movimento projectados num plano
horizontal.
2- Conhecer as leis da inércia.

Dificuldades e êxitos de galileu : a lei da inércia.

Perto do fim da obra Duas Novas Ciências, Galileu aborda o


assunto do movimento do projéctil como se segue:

Concebi mentalmente alguns móveis projectados num plano


horizontal, sendo removidos todos os impedimentos. Agora é
evidente, do que se disse algures com a maior convicção, que o
movimento igual, [isto é, uniforme] neste plano seria perpétuo se o
plano fosse de dimensão infinita.”

Mas no mundo da física de Galileu, poderá haver um plano de


extensão infinita? No mundo real ninguém encontrará tal plano.
Ao discutir o movimento num plano, Galileu admite alguns
obstáculos:
História de Física F0201 55

“Uma dessas dificuldades é que assumimos um plano inicial como


horizontal, sem subir nem descer, e como uma linha recta – como
se todas as partes de uma tal linha pudessem esta à mesma
distância do centro, o que não é verdade. Quando nos movemos do
seu ponto médio para as extremidades, esta linha afasta-se sempre
do centro da Terra pelo que está sempre subindo´´.

Tal como na controvérsia da resistência do ar, Galileu quer saber,


precisamente, qual pode ser o resultado de um factor que ele deseja
ignorar. Que erro sucede de se encarar que uma pequena porção do
globo é plana? Muito diminuto para muitos problemas.
O projéctil parecia explicar o princípio da inércia no plano
horizontal. Mas agora é-nos dito que, se o movimento horizontal
significa movimento ao longo de um plano tangente à Terra, este
movimento não pode ser verdadeiramente Inercial, uma vez que,
em qualquer direcção a partir do ponto de tangencia, o corpo,
embora ainda se mova ao longo do plano, subirá!

Evidentemente podemos adoptar a conclusão de que, se tal


movimento é inercial e contínuo com velocidade constante, sem
actuar uma força externa, o “plano” no qual o corpo se move, não é
um plano verdadeiramente geométrico, mas uma porção de
superfície da Terra, que pode ser tomada como plana, apenas em
virtude do seu raio relativamente grande.

Para Galileu pareceria que o princípio da inércia era circunscrito;


restringia-se a corpos em movimento descendente ao longo de
segmentos de uma recta e terminavam na superfície da Terra. Ou
então, ao longo de pequenas áreas na própria superfície do planeta.
Porque o último movimento não segue uma linha recta
verdadeiramente, o conceito de Galileu é muitas vezes referido
como uma espécie de inércia circular. Mas isto é injustificado, já
que atribui a Galileu um falso princípio; não há nenhuma espécie
História de Física F0201 56

de inércia, que, por si mesma, sem a mediação de qualquer coisa


mais, possa manter um corpo em constante movimento circular.

Sumário

Galileu Galilei desenvolveu os primeiros estudos


sistemáticos do movmento do pêndulo. Descobriu a lei
dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o
conceito de referencial inercial.

Exercícios

1-Quais foram as dificuldades e êxitos encontradas pelo Galileu?


História de Física F0201 57

Unidade 11
Tema:TEORIA DOS CAOS
Introdução
Estamos numa época de mudança em que se assistem a acentuadas
alterações que ocorrem a ritmo nunca antes visto. Como diz Carl
Sagan, nunca, ao longo da nossa história se assistiu a uma época com
tão profundas e variadas mudanças. As comunicações, o
armazenamento e processamento da informação, os métodos de
produção e distribuição de alimentos, a síntese de novos materiais e a
melhoria dos recursos médicos sofreram uma evolução abismal e,
provavelmente irrepetível.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


Objectivos 1- Conhecer a Tecnociência.
2- Conhecer os pproblemas da globalização.

A sociedade é muito diferente da de há milhões de anos e as


mudanças dão-se a uma velocidade tal que os conhecimentos e
técnicas aprendidos numa geração já se revelam obsoletos na
geração seguinte, os conhecimentos paternos já não têm
validade incontestada para a geração mais jovem, levando assim
a um afastamento de gerações.
Alvin Toffler, aplicou o conceito de vagas de mudança à
evolução da humanidade. Para ele existiram três grandes vagas.
A primeira vaga fixou os nossos antepassados à terra, ou seja,
tornou-os sedentários e agricultores.Com a agricultura, o
homem pôde ter maior controlo sobre o fornecimento de
alimentos, minimizando os efeitos de escassez de caça ou
colecta. Abandonou então a vida nómada e fixou-se em aldeias,
cidades e estados. A agricultura também permitiu o crescimento
populacional de maneira acentuada, que gerou novo problema:
produzir alimento para uma população maior. Surge então o
desenvolvimento técnico facilitado pelo maior número de
mentes pensante que permitiu que esse problema fosse
resolvido, o que por sua vez induziu novo aumento da
História de Física F0201 58

população. O aumento populacional é assim causa e


consequência do avanço cultural.
A segunda vaga prende-se com a invenção da máquina e a
formação de grandes centros populacionais. Esta segunda vaga é
marcada por características como a estandardização, a
sincronização, a especialização, a concentração e o culto do
grande. Os produtos, os edifícios, as medidas são uniformes,
existem horários para tudo que têm de ser cumpridos por todos,
as tarefas são divididas especializando-se para aumentar a
produtividade, as fábricas e as pessoas concentram-se nos
grandes centros, e aparecem as grandes fábricas, os grandes
edifícios e grandes barragens. A segunda vaga surge organizada,
uniformizada, sincronizada e permite ao homem usufruir de
tractores, máquinas, automóveis, medicamentos, e com eles uma
vida mais longa. No entanto, a segunda vaga está em declínio
trazendo consigo males como a poluição, o desemprego, os
cataclismos tecnológicos, a instabilidade social e outros.
Inicia-se assim, insidiosamente, uma terceira vaga como reacção
à segunda. As características desta terceira vaga serão a
individualização, a possibilidade de escolha, a cooperação e
comunicação social, as novas áreas científicas e um novo estilo
de vida. As pessoas passam a ter novas opções, enquanto as
máquinas garantem o salário, o homem ocupa o seu tempo em
actividades à sua escolha. A grande quantidade de informação
disponível permite a selecção daquilo que se prefere e o
computador permite ao homem ter uma memória adicional e
estar em constante contacto com o resto do mundo. A
biotecnologia e a electrónica serão decisivas no futuro próximo
com o desenvolvimento de novos recursos e medicamentos e os
estilos de vida modificam-se com a possibilidade de homem e
mulher trabalharem em casa com os computadores, passando o
trabalho a valer mais pela qualidade do que pela quantidade.
Mas nem este modelo está isento de perigos. Toffler aponta para
problemas como a manipulação genética, a invasão da
privacidade, a limitação da liberdade pelo uso do computador, o
desemprego como consequência da robotização e a incapacidade
de evitar tensões sociais e resolver conflitos políticos.

A tecnociência

Actualmente vivemos numa cultura dominada pela tecnociência,


em que a ciência é valorizada pela sua vertente prática ou
tecnológica. E esta tecnociência confere ao Homem um poder
História de Física F0201 59

quase ilimitado, para o bem e para o mal. Se na época do


Renascimento a ciência era vista apenas como potenciadora do
progresso e motor de novas descobertas, a partir da Revolução
Industrial com o desenvolvimento da máquina, o Homem vê
nela o meio para dominar e controlar a natureza. Porém, se
explorar sem controlo as possibilidades colocadas à sua
disposição pela tecnociência, esta poder-se-á virar contra si
pondo em risco o planeta e levando à sua autodestruição. A
tecnociência apresenta, por isso, alguns riscos ou problemas: os
problemas ecológicos, os problemas da globalização e, por
último, os problemas da biologia.

Problemas ecológicos
Este primeiro problema prende-se com o equilíbrio e
conservação da natureza. Industrializar implica explorar as
riquezas naturais, o esvaziamento dos recursos energéticos, a
destruição das florestas, a diminuição da actividade agrícola, o
comprometimento da oxigenação ambiental e,
consequentemente, a extinção da vida na Terra. A densidade
urbana já atingiu limites críticos e ameaça invadir o território de
outras espécies e modificar o ambiente de tal forma que o
tornará impróprio para a vida. A única solução será o Homem
inverter a sua tendência de explorar a Terra passando a cuidar
dela de forma a preservar a sua própria existência.

Problemas da globalização
A Internet e os recursos tecnológicos possibilitados pela
informática estão a causar uma revolução comparável à
revolução industrial. As novas tecnologias da informação
possibilitam-nos estar sempre actualizados, em todo o lado e ao
mesmo tempo. A isto está ligado o fenómeno da globalização
que poderá ser considerado um problema da tecnociência na
medida em que torna possível a perda da nossa autonomia e
identidade cultural. Este tema irá ser alvo de uma análise mais
aprofundada no capítulo seguinte deste trabalho.

Problemas da biologia
A vida é um bem precioso e a humanidade desde sempre se
preocupou em preservá-la. Nesta tendência inscrevem-se as
preocupações com a assistência médica, os cuidados com as
crianças e os velhos. As investigações a nível da medicina sob
História de Física F0201 60

as mais variadas formas de assistência são a prova disso


mesmo.
Porém, hoje as investigações científicas, favorecidas pela
revolução tecnológica, assumem outros contornos. Há mais de
cinquenta anos, Aldous Huxley previu algo que hoje se
concretiza, a possibilidade de criar seres humanos em
laboratório. Este autor chama a atenção das pessoas para a
possibilidade da perda da liberdade interior e do direito à sua
individualidade e singularidade. Ora esta questão vai dar
directamente a temas tão actuais como é o caso da clonagem
humana, da manipulação genética e da biotecnologia, entre
outros, que representam formas inéditas de lidar com
acontecimentos tão naturais como o nascimento, a vida e a
morte.
Mas toda esta evolução tem de ter algo que lhe imponha limites,
que não permita uma livre expansão destes métodos, sem
controlo. Surge então a bioética, que se define como sendo a
ciência da sobrevivência humana. A bioética impôs-se pela
necessidade de discutir os problemas colocados pela evolução
das novas tecnologias. O seu grande objectivo passa por
estipular limites ético que determinem se tudo aquilo que a
tecnologia permite fazer no contexto da vida deve ou não ser
feito. Esta é uma discussão que exige uma reflexão por parte de
todos no sentido de dar resposta a questões actuais como a
eutanásia, o aborto, o prolongamento artificial da vida e a
clonagem. Um dos assuntos mais controversos que exige
tomadas de decisão nesta área prende-se com a manipulação
genética que envolve a clonagem, a reprodução medicamente
assistida, a escolha do sexo e a alteração do genoma humano.

Sumário

Estamos numa época de mudança em que se assistem a


acentuadas alterações que ocorrem a ritmo nunca antes visto.
Como diz Carl Sagan, nunca, ao longo da nossa história se
assistiu a uma época com tão profundas e variadas mudanças.
As comunicações, o armazenamento e processamento da
informação, os métodos de produção e distribuição de
alimentos, a síntese de novos materiais e a melhoria dos
recursos médicos sofreram uma evolução abismal e,
provavelmente irrepetível.
História de Física F0201 61

Unidade 12
Tema: Década de Ouro
Introdução
Uma desregulamentação do sistema monetário internacional e dois choques
petrolíferos (em 1973 e 1979) estiveram na origem de uma crise económica que,
no início dos anos 70, travou o ritmo de crescimento nos países industrializados.
O dólar americano, que servia de referência a todas as economias ocidentais
desde a década de 40, foi desvalorizado a 15 de agosto de 1971 e perdeu a sua
paridade relativamente ao ouro. Dois anos depois, no final de 1973, os países
árabes membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo),
aumentaram quatro vezes o preço do petróleo no espaço de três meses, numa
altura em que estavam em guerra com Israel, e nacionalizaram as instalações
ocidentais. Entre 1979 e 1980, ocorre uma nova crise petrolífera. Com a queda
da oferta, os preços do barril sobem para cima de 30 dólares, e o aumento desta
fonte de energia tem graves repercussões nalguns setores industriais da Europa,
que denotam uma nítida dificuldade em acompanhar os tempos, em especial a
siderurgia, a construção naval e a química pesada.

Objectivos

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


1- Conhecer o desenvolvimento da ciência neste
periodo.

A subida de preços arrasta o déficit comercial, e as


atividades mais relacionadas com a utilização do
petróleo, como por exemplo a construção automóvel,
sentem mais de perto esta recessão económica. Deu-se
também um agravamento da inflação, e a Europa entra
numa fase denominada de estagnação, isto é, uma
combinação de uma recessão com o aumento da inflação.
História de Física F0201 62

Como resultado desta situação registam-se inúmeras


falências e a crise das indústrias tradicionais que haviam
estado na base do arranque da Revolução Industrial,
como a siderurgia, a metalurgia, os têxteis e derivados
destas.
O problema do desemprego, que no princípio dos anos
70 quase desaparecera, volta a afligir as economias
europeias, mas desta vez é um desemprego muito
focalizado: atinge essencialmente jovens sem formação
especializada, mulheres, trabalhadores imigrantes e os
operários das indústrias tradicionais. A taxa de
desemprego na CEE (Comunidade Económica Europeia)
chegou a atingir, em 1983, cerca de 10% da população
ativa, o que é uma fasquia bastante elevada. Afetou
principalmente o Reino Unido e a Itália.
Para agravar a crise, os trabalhadores imigrados, em luta
pelos seus postos de trabalho, são vítimas da
marginalização social e, em alguns países, são alvo de
movimentos xenófobos, num período em que ressurgem
as ideologias fascistas.
Analisando mais de perto, já no início da década de 70 se
faziam sentir os sinais desta crise à escala mundial: a
produção industrial estava a diminuir, verificava-se um
aumento generalizado dos preços dos produtos, as taxas
de desemprego estavam a subir e algumas indústrias
como a siderurgia, a construção naval, a indústria têxtil, a
construção automóvel e o setor dos transportes aéreos
ameaçavam falir.
Contrariamente à grave crise de 1929, a de 1970 estava
associada a uma alta de preços. Neste caso, houve a
conjugação de uma estagnação com a inflação, o que
provocou um aumento dos preços mas também uma
subida dos salários e levou a uma proteção dos sistemas
sociais nalguns países da Europa Ocidental; estes
conseguiram afastar uma parte dos efeitos negativos
desta crise através dos subsídios de desemprego e da
manutenção do poder de compra.
A uma queda inicial do comércio internacional, seguiu-se
um crescimento, compreensível porque o crash da bolsa
americana em 1973 não teve graves repercussões na
economia mundial como tivera o mesmo fenómeno no
final da década de 20. Pode até dizer-se que alguns países
ultrapassaram facilmente esta crise depois de 1973, pela
reconversão da indústria conseguida através da
transformação dos setores mais fragilizados por outros
que suscitassem uma maior procura.
É do consenso geral que dois fatores concorrem para a
História de Física F0201 63

explicação desta crise da década de 70. Por um lado, era


evidente a desvalorização do dólar americano, para além
da perda da sua paridade em relação ao ouro decretada
pelo presidente Nixon em 1971; por outro, as crises
petrolíferas de 1973 e 1979 conduziram a um aumento
muito acentuado do preço do petróleo e este,
consequentemente, dos bens de consumo.
A quebra da paridade do dólar americano e do ouro em
1971 alterou o sistema monetário internacional, que
estava assente nos acordos de Bretton-Woods de 1944, a
partir dos quais se fundou o FMI. A decisão tomada pelo
presidente americano conduziu a uma flutuação das
moedas mais significativas e a uma instabilidade no
comércio internacional.
A importância da subida repentina dos preços do
petróleo, e a sua descida de produção decretada pelos
países da OPEP, aparentemente motivada pela guerra
com Israel, foi exacerbada por alguns autores, mas não
há dúvida que teve um grande peso nesta crise a partir de
1973, embora não seja a sua principal causa. Houve um
aumento repentino do desemprego e da inflação, e os
países atingidos por estes acontecimentos tiveram de
diminuir o consumo de energia numa época de crise
petrolífera, o que fez diminuir a procura.
O choque petrolífero precipitou esta crise mas não foi o
seu motor, pois a debilidade deste setor já se vinha
fazendo sentir desde a década de 60. Por outro lado, a
tomada de posição da OPEP não se prendeu somente
com a guerra israelo-árabe, mas também com fatores
económicos: os países industrializados compravam esta
matéria prima muito barata para a transformarem depois
em produtos de elevado custo. Esta situação só podia ser
invertida com um aumento dos preços da matéria prima
e, consequentemente, das receitas da OPEP. Portanto, a
motivação política escondia propósitos económicos. O
aumento do preço do petróleo conduziu a um aumento da
inflação, que provocou a redefinição das políticas
económicas nos países industrializados.

A (Re)humanização
da Medicina
História de Física F0201 64

Em sua origem a Medicina Ocidental era uma ciência


essencialmente humanística. Segundo Werner Jaeger, “de todas as
ciências humanas então conhecidas, incluindo a Matemática e a
Física, é a Medicina a mais afim da ciência ética de Sócrates.”
(1995, p. 1001). Suas raízes se assentavam no solo da filosofia da
natureza e seu sistema teórico partia de uma visão holística que
entendia o homem como ser dotado de corpo e espírito. Neste
sentido, para médicos como Hipócrates (nascido em Cós,
aproximadamente no ano 460 a. C.) “as doenças não são
consideradas isoladamente e como um problema especial, mas é no
homem vítima da enfermidade, com toda a natureza que o rodeia,
com todas as leis universais que a regem e com a qualidade
individual dele, que [o médico] se fixa com segura visão.” (idem, p.
1007). As causas das doenças, portanto, deveriam ser buscadas não
apenas no órgão ou mesmo no organismo enfermo, mas também e
principalmente no que há de essencialmente humano no homem: a
alma; esse componente espiritual que distingue o homem dos
outros organismos vivos do planeta.

Mais do que um biólogo, mais do que um naturalista, o


médico deveria ser, fundamentalmente, um humanista. Um sábio
que, na formulação do seu diagnóstico, leva em conta não apenas
os dados biológicos, mas também os ambientais, culturais,
sociológicos, familiares, psicológicos e espirituais – pois não
podemos nos esquecer que, para o homem grego, os deuses não
deixam de ser sujeitos ativos na História e na vida das pessoas. O
médico clássico portanto é, antes de tudo, um filósofo; um
conhecedor das leis da natureza e da alma humana.

Este foi o modelo, a concepção de médico e de medicina


que se perpetuou historicamente – obviamente não sem mudanças,
rupturas e transformações - no Ocidente até há bem pouco tempo.
A Antigüidade Latina herdaria a medicina hipocrática e pouco lhe
acrescentaria – assim como ocorreu com boa parte do patrimônio
cultural helenístico absorvido pelos romanos. Na Idade Média,
apesar das grandes transformações causadas pelas invasões
bárbaras, pela difusão do Cristianismo e do Islamismo, todo o
pensamento filosófico e científico ocidental e oriental continuou,
essencialmente, fundamentado no patrimônio clássico. Avicena,
Averróis, Isidoro de Sevilha e tantos outros que escreveram ou
praticaram a medicina nesses tempos, tinham a Hipócrates e
Galeno como paradigmas incontestáveis. É certo que no
Renascimento, no alvorecer da Modernidade, muitos dos
postulados clássicos começaram a ser revistos, graças ao espírito
História de Física F0201 65

investigativo que caracterizou o período. Veremos então


Michelangelo revolucionando a anatomia ou, um pouco mais
adiante, Vessálio contestando a Hipócrates (Cf. Porter, 1999,
p.163). Isso entretanto, não afetou a concepção filosófica da
medicina, que, muito mais agora do que na Idade Média, se
afirmava como uma ciência essencialmente humanística.

Mesmo a “Nova Ciência” do século XVII, que concluiu a


obra de desconstrução do conhecimento médico clássico-
escolástico (Idem, p. 201) e o Iluminismo, que estabeleceu as bases
do método científico contemporâneo, não deixaram de reafirmar o
caráter amplamente humanístico da medicina, vista não apenas
como ciência, mas também como arte. Em 1796, Marie-François-
Xavier Bichat, um dos mais importantes precursores da nova
medicina que iria florescer no século XIX, afirmava no seu
manifesto de fundação da Societé Médical d’Emulation que a “arte
médica devia pagar um tributo a todas as ciências humanas.”(apud
Oliveira, p. 357) E, numa longa lista que inclui praticamente todas
as ciências consagradas da época aponta: às belles-lettres, “por
lançarem suas flores sobre uma ciência sublime e bela”; à moral,
“porque sem ela o homem chega a um conhecimento apenas
imperfeito, grosseiro e material”; à história natural e à filosofia,
“pois estamos convencidos – conclui Bichat - que uma teoria
médica será tanto mais sábia e melhor estabelecida quanto mais
intimamente se identificar com a ciência das relações, já que a
medicina não é mais que o seu corolário ou aplicação.”(idem,
p.358)

Apesar do rápido desenvolvimento do chamado método


experimental – ou simplesmente “método científico” – durante o
século XIX, a visão humanística da medicina continuou a dominar
diversas gerações de médicos em todo o mundo. Durante essa
época forjou-se a imagem romântica do médico sábio, conhecedor
dos avanços científicos no campo da clínica, da patologia, da
farmacologia mas também amante da literatura, da filosofia, da
história. Homem culto, o médico romântico aliava seus
conhecimentos científicos com os humanísticos e utilizava a ambos
na formulação dos seus diagnósticos e prognósticos. Conhecedor
da alma humana e da cultura em que se inseria, já que
invariavelmente andava muito próximo de seus pacientes – como
médico de família que era – este respeitável doutor sabia que curar
não era uma operação meramente técnica, mas fundamentalmente
humano-científica; uma operação que envolvia elementos de
caráter cultural e psicológico. Por outro lado, essa substancial
História de Física F0201 66

inserção do médico em seu meio sociocultural, fazia com que seu


papel não se restringisse ao de simplesmente curar ou não as
enfermidades. Ele era também aquele que, frente aos limites e
impossibilidades médicas, sabia acompanhar o enfermo e seus
familiares, ajudando-os no sofrimento, na preparação para a morte,
além de intervir como orientador nos assuntos mais diversos, tais
como o despertar da sexualidade nos adolescentes, os problemas de
relacionamento do casal e inúmeras outras questões da vida
familiar. Não se pode estranhar portanto que o médico acabasse
assumindo outras atividades além da medicina: as artes, as ciências,
a história, a literatura, a política, dentre outras. Paradoxalmente, o
mesmo século XIX, que assistiu a consagração da moderna
medicina humanística em sua versão romântica, marcou também o
início da sua crise. Principalmente a partir da segunda metade desse
século, as importantes descobertas em campos como o da
microbiologia, desencadearam uma verdadeira revolução no
terreno da patologia, gerando profundas transformações na ciência
médica como um todo. O desenvolvimento das análises
laboratoriais e outros métodos clínicos incrementaram
consideravelmente a formulação dos diagnósticos, assim como o
aparecimento de medicamentos como a penicilina, começaram a
propiciar aos médicos uma eficácia na cura e um domínio sobre as
doenças sem precedentes na história. Assistia-se a um verdadeiro
“milagre” e, ao se iniciar o século XX, tudo dava a entender que a
medicina estava prestes a atingir a sua idade de ouro, o seu estágio
de “ciência exata”.[1] Os enormes progressos alcançados garças às
ciências físicas, químicas e biológicas, aliados aos
desenvolvimentos tecnológicos, foram, cada vez mais,
redirecionando a formação e a atuação do médico, modificando
também sua escala de valores. Na medida em que o prestígio das
ciências experimentais foi crescendo, o das ciências humanas
esvanecia-se no meio médico. História, literatura, filosofia, não
deixavam de ser ciências importantes, mas para o médico pouco
podiam acrescentar agora que as novas descobertas e métodos
efetivamente científicos abriam novas dimensões. Estudar história
da medicina, por exemplo, poderia ser interessante e
"enriquecedor" do ponto de vista cultural, porém, em termos de
utilidade pouca coisa podia acrescentar à formação do médico
(Rosen, 1980, p.14), já que a chave do conhecimento não estava
mais na experiência do passado ou nas intuições artísticas ou
filosóficas, mas sim no estudo atento e sistemático do
comportamento físico-químico dos órgãos, tecidos e células.
História de Física F0201 67

A medicina deixava de se apoiar nas ciências humanas para


se sustentar essencialmente nas ciências exatas e biológicas. É
óbvio que desde as sua origens a medicina se fundamentou no
estudo dos componentes biológicos do corpo para construir suas
teorias, elaborar seus diagnósticos e determinar seus tratamentos,
entretanto, nunca em sua história como a partir desse período que
se inicia no século XIX e se estende até nossos dias, essa
fundamentação chegou a ser tão absoluta e dogmática. As
descobertas ainda mais surpreendentes que ocorreram nas últimas
décadas, principalmente no âmbito da biologia celular e molecular,
que ultimamente têm culminado nas pesquisas do genoma, parecem
ter definitivamente confirmado a idéia de que a chave de todo o
conhecimento médico está nas ciências experimentais. Anuncia-se
para dentro em breve o descobrimento das verdadeiras causas de
todas ou pelo menos quase todas as doenças que flagelam a
humanidade. E, desta forma, através de manipulações em nível
genético, assim como por meio de precisos e eficazes tratamentos
preventivos, poder-se-á prever, reverter e principalmente prevenir
grande parte das doenças que nos espreitam, como o câncer, as
deficiências imunológicas ou os distúrbios cardiovasculares.

Visto desta forma, as ciências humanas – a história, a


filosofia, a literatura – não têm mais nada a dizer à medicina, a não
ser louvar as suas lutas e conquistas e relatar a sua tremenda
evolução. Ainda que, obviamente, um verniz humanístico nunca
deixe de ser algo apetecível ao bom médico que zela pela sua
imagem de intelectual livre-pensador e, que em última análise,
deve se preocupar com as questões de relacionamento médico-
paciente. De fato, todo esse processo de supervalorização das
ciências biológicas, da super-especialização e dos meios
tecnológicos, que acompanharam o desenvolvimento da medicina
nestas últimas décadas, trouxe como conseqüência mais visível, a
“desumanização” do médico. Um sujeito que foi se transformando
cada vez mais em um técnico, um especialista, profundo
conhecedor de exames complexos, precisos e especializados,
porém, em muitos casos, ignorante dos aspectos humanos presentes
no paciente que assiste. E isso, não apenas por força das exigências
de uma formação cada vez mais especializada, mas também em
função das transformações nas condições sociais de trabalho que
tenderam a proletarizar o médico, restringindo barbaramente a
disponibilidade deste para o contato com o paciente, assim como
para a reflexão e formação mais abrangente. Estes dilemas éticos
de relação, entretanto, são apenas uma parte - importantíssima, sem
História de Física F0201 68

dúvida, porém não exclusiva – da questão. A desumanização da


medicina deve ser encarada não apenas do ponto de vista ético, de
relação entre médico-paciente, mas também do ponto de vista
epistemológico.

Será que, efetivamente, nas circunstâncias atuais, as


ciências humanas – a história, a filosofia, a literatura, a psicologia –
não têm mais nada a dizer no campo do diagnóstico e do
prognóstico médico? É óbvio que quando se pensa em termos de
saúde pública e, em certos casos, de epidemiologia, os aportes
sociológicos e antropológicos são vistos como essenciais e
indiscutíveis. Mas, quando adentramos o território da clínica e das
especialidades, no que poderia ajudar os conhecimentos históricos,
filosóficos ou literários que determinado médico ou cientista possa
ter? Certamente, ninguém discute que tais conhecimentos possam
ajudá-lo na questão do relacionamento com o paciente, mas seria só
isso? Será que o advento do conhecimento científico – entendido
aqui no sentido estrito das atuais ciências exatas e biológicas – terá
significado a superação definitiva da “medicina humanística”, uma
medicina que, carente de conhecimentos efetivamente científicos,
se viu obrigada historicamente a apelar para saberes pré-científicos
ou mesmo pseudo-científicos?

Dentro desta perspectiva que se poderia chamar de


cientificista-evolucionista - senão propriamente de positivista - a
história serviria apenas para trazer à luz do presente as carências,
erros e absurdos das teorias e procedimentos médicos do passado –
apesar da imensa boa vontade e esforço destes - e admirar a lenta e
difícil conquista da verdade científica no decurso do tempo. Tal
teoria da ciência, bastante em voga nos nossos dias, já vem sendo
combatida e criticada desde a virada do século por filósofos como
Gaston Bachelard e, mais recentemente, Thomas Kuhn, mas parece
não ter sido o suficientemente absorvida pela maioria dos médicos
e cientistas da saúde contemporâneos, que continuam
demasiadamente entusiasmados com as novas perspectivas da
ciência. Não que tais perspectivas não sejam de fato entusiasmantes
e benéficas, o problema, entretanto, é a falta de reflexão crítica
sobre elas; sobre as suas conseqüências éticas, sociais, culturais,
existenciais. Ainda que quase todo mundo concorde teoricamente,
na prática poucos são os que efetivamente estão conscientes de que
a ciência e a tecnologia não pode resolver todos os problemas da
humanidade. A crença na panacéia científico-tecnológica da
atualidade se por um lado impulsiona a evolução do conhecimento,
História de Física F0201 69

por outro o bloqueia, hipertrofiando certas dimensões da verdade


em detrimento de outras.

Certamente, mesmo depois de totalmente desvendado o


código genético e desenvolvidas as mais sofisticadas técnicas de
diagnóstico e prognóstico clínico, os médicos continuarão
enfrentando limitações e dificuldades que exigirão mais do que o
conhecimento científico-tecnológico para que possam ser
superadas. E isto é uma realidade que já se experimenta, muitas
vezes de forma traumática e desalentadora, nos dias de hoje. Sem
dúvida há uma grande necessidade de se “reumanizar” a medicina.
De se desenvolver e fornecer recursos humanísticos para o
processo de formação e de atuação do médico e dos cientistas da
saúde em geral. E isto, não apenas por uma questão de ética, como
já se afirmou acima, mas por uma exigência fundamentalmente
epistemológica; pela própria lógica do desenvolvimento do
conhecimento científico. Isso porque só se pode falar em
verdadeira evolução do conhecimento biológico-médico quando se
procura a integração dos saberes que extrapolam o campo
eminentemente físico-experimental. As ciências humanísticas têm
muito a contribuir para o desenvolvimento das ciências da saúde e
da medicina em particular. Mas tal contribuição só pode se efetivar
quando médicos, cientistas da saúde, historiadores, filósofos,
antropólogos, psicólogos, literatos, pedagogos e alunos, percebam a
necessidade de, sem pré-conceitos e com o espírito aberto, se
constituir canais comuns de estudo, discussão e troca de
experiências. Nunca como hoje se faz tão necessário a reflexão
histórico-filosófica para que se possa reumanizar a medicina e as
ciências da saúde em geral.

Sumário

Crise Mundial dos Anos 70

Exercícios

1-Fale da crise verificada na decada 70.


História de Física F0201 70

Unidade 13
Tema: A explosão do Universo

Introdução

Para quem ainda não conhece, esclarecemos que a teoria do Big-


Bang diz o seguinte: que antes de tudo o que está aí, constelações
de estrelas, planetas, cometas, satélites, etc.., havia um ponto
concentrando toda a matéria existente, e por isso mesmo com uma
densidade altíssima. Em um momento qualquer houve uma
explosão, fazendo com que a matéria existente neste ponto se
espalhasse e se misturasse, formando todas as coisas existentes e
com movimento de expansão em todo o universo. Este movimento
um dia irá parar devido a força gravitacional, e toda matéria
do universo voltará ao ponto original. Esta volta de todo o material
espalhado se chamará de Big-Crunch.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


Objectivos 1 - Conhecer as teorias do bing beng.
2- Conhecer as teorias no periodo pré-Socrates.

Para entender melhor o que descrevemos acima, basta


imaginar uma bala de canhão sendo lançada aqui da terra em
direção vertical para o céu.
A velocidade inicial de onde a bala partiu é sempre maior de
qualquer outro ponto do percurso. Isso porque após a a
explosão inicial que lançou a bala para cima, será exercida
uma força gravitacional que trará a bala de volta ao ponto
inicial.
Esta explosão inicial que lançou a bala em direção ao céu
seria o Big-Bang. A volta da bala em direção a terra seria o
Big-Crunch.
O nosso site baseia-se para suas respostas nos grandes
filósofos da humanidade, os verdadeiros descobridores de
História de Física F0201 71

todos os fenômenos universais. Entre eles todos os pré-


socráticos, como Pitágoras, Platão, Tales, Parmênides e
outros, que viveram por volta de dois mil e quinhentos anos
atrás. Alguns mais recentes como Descartes e Newton, e na
Teoria da Quantidade de Energia Absoluta dos Elementos,
citada no livro A Origem Divina de Todas as Coisas,
editora Thesaurus - DF, área de Filosofia, de William Fiel.
Vamos defender o verdadeiro conhecimento nesta área pela
Filosofia, demonstrando que a Teoria do Big-Bang, seria
apenas uma cópia fiel da Filosofia de Anaxágoras, pré-
socrático que nasceu por volta de 500 a. C.. Veja abaixo o que
dizia Anaxágoras:
"Todas as coisas estavam juntas, ilimitadas em número e
pequenez; pois o pequeno era ilimitado. E enquanto todas elas
estavam juntas, nenhuma delas podia ser reconhecida devido
sua pequenez. Pois o ar e o éter prevaleciam sobre todas as
coisas, ambos ilimitados. Pois no conjunto de todas as coisas,
estas são as maiores, tanto em quantidade como em
grandeza."
"Antes, contudo, de se separarem, quando todas as coisas
ainda estavam juntas, nenhuma cor se podia distinguir, nem
uma única. Após terem sido estas coisas assim separadas,
devemos reconhecer que todas as coisas juntas não são nem
menos nem mais (pois é impossível que sejam mais do que
todas), e que todas são sempre iguais."
Veja abaixo um pequeno erro da Teoria do Big-Bang:
Imagine toda a matéria do universo junta, como um único
elemento, como por exemplo, um átomo do tamanho de uma
bala de canhão.
Agora imagine você a explosão teórica do Big-Bang
fazendo a experiência do canhão que descrevemos acima.
Colocava a bala, provocaria uma explosão que faria com que
a bala saísse em direção ao céu, numa linha vertical.
A bala sairía numa velocidade inicial muito grande, mas aos
poucos iria perdendo esta velocidade por efeito da gravidade,
até parar e voltar ao ponto inicial, o Big-Crunch. Esta é a
Teoria do Big-Bang.
Você verificou pela experiência acima, que a velocidade
inicial da matéria, que em nosso caso era a bala de canhão era
maior que a final, e se não contássemos com a força
gravitacional, teríamos que contar com a inércia. A bala então
teria velocidade igual para sempre, na mesma direção, o que
já demonstrava um erro na teoria do Big-Bang.
História de Física F0201 72

Para piorar a situação da teoria do Big-Bang, foi descoberto


recentemente pelos próprios físicos, através de observação e
cálculos matemáticos, que o universo está em expansão
acelerada, ou seja, nem velocidade final da mátéria do
universo é menor que a inicial, nem constante, a inércia.
Tanto o Big-Bang quanto o Big-Crunch estão em crise, e os
físicos estão tentando solucionar o problema do por que a
velocidade final da expansão do universo ser maior que a
inicial, ou seja, acelerada.
Agora veja o que Anaxágoras dizia do período pós separação
das coisas que estavam juntas no período inicial do
movimento universal:
"Como estas coisas giram e são separadas pela força e pela
velocidade. E a força produz a velocidade. A sua velocidade,
contudo, não se compara à velocidade de nenhuma das coisas
que existem agora entre os homens, pois é muito mais rápida.
Também sobre toda a revolução tem o Espírito poder, foi ele
quem deu o impulso a esta revolução. E esta revolução
moveu-se em um pequeno começo; agora estende-se mais e
estender-se-á ainda mais."

Resposta ao enigma:
Além de declarar que no início todas as coisas estavam juntas,
há dois mil e quinhentos atrás antes dos físicos atuais,
Anaxágoras, pelo último texto de seus fragmentos que
escrevemos acima, já sabia que o universo estava em
aceleração constante, o que eles não sabiam.
O segredo de Anaxágoras era a de ser um viajante do tempo,
assim como outros que descreveremos futuramente e seu
segredos.
O nosso viajante do tempo dita um universo inicial inteiro
mas interminável, imarcescível, escuro e frio. Toda a matéria
reunida num único ponto
Se contarmos que a matéria estava toda reunida em um ponto,
e que no resto do universo não havia matéria, então não havia
atrito, nem explosões, portanto não havia calor. Para sentir o
universo inicial em sua mente imagine-se como uma maçã
depois de algumas horas num congelador.
Uma explosão inicial expandiu toda a matéria, formando o
universo que vemos hoje.
Um prêmio Nobel de Física para o Filósofo Anaxágoras que
elaborou a Teoria do Big-Bang e além disso sabia que o
universo se expande de forma acelerada.
História de Física F0201 73

Sumário

Para quem ainda não conhece, esclarecemos que a teoria do Big-


Bang diz o seguinte: que antes de tudo o que está aí, constelações
de estrelas, planetas, cometas, satélites, etc.., havia um ponto
concentrando toda a matéria existente, e por isso mesmo com uma
densidade altíssima. Em um momento qualquer houve uma
explosão, fazendo com que a matéria existente neste ponto se
espalhasse e se misturasse, formando todas as coisas existentes e
com movimento de expansão em todo o universo
História de Física F0201 74

Unidade 14
Tema: O Reencontro da Unidade
Introdução

Ao ouvirmos a palavra “filosofia” imaginamos, muitas vezes, estar


diante de um conjunto de teorias sem sentido, sem relação com o
cotidiano. Alguns dirão: “A filosofia é coisa de louco” ou “é coisa de
gente que não tem mais nada o que fazer”. Estaria mesmo a filosofia
distante do cotidiano? Seriam os filósofos seres lunáticos preocupados
com coisas absurdas? O que teríamos a ver com a filosofia?

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


Objectivos 1-Conhecer para quê estudar a filosofia.
2- Conhecer onde ir buscar o conhecimento.

Começaremos a examinar o cotidiano como nos propõe Marilena


Chauí, em seu livro “Convite à Filosofia”: Em nossa vida cotidiana,
afirmamos, negamos, aceitamos ou recusamos coisas, pessoas ou
situações. Fazemos perguntas como” que horas são ou que dia é
hoje?

Esta pergunta sustenta uma crença: a crença que o tempo existe e


pode ser medido. Assim como afirmações do tipo “A professora foi
injusta” traz em si a crença em nossa idéia de justiça. No entanto,
nunca paramos para indagar o que entendemos por “tempo” ou
“justiça”. Acostumados com o cotidiano, deixamos nossas idéias e
crenças sem fundamentação e vamos aceitando o mundo como se
ele fosse óbvio em si mesmo.

A Filosofia começa quando nos propomos a investigar o mundo, o


homem e seus valores. Assim, afirma Marilena Chauí, a primeira
resposta à pergunta “O que é Filosofia?”, poderia ser: A decisão de
não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, os
valores de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-las sem antes
haver investigado.
História de Física F0201 75

“O Pensador”, de Auguste Rodin.

Para que Filosofia?

Essa é uma pergunta bastante comum quando a Filosofia aparece


na escola. Mas não vemos ninguém perguntar para que
Matemática, Biologia ou Educação Física! A não ser quando não
atingimos o conceito desejado nestas disciplinas. Mas todo mundo
acha natural perguntar para que Filosofia!

Talvez porque achamos o Filósofo um ser estranho, com a cabeça


no mundo da lua, dizendo coisas que ninguém entende. “Papo
cabeça” demais que não serve para nada. “Não servir para nada” é
uma afirmação que merece ser analisada.

O que serve em nossa sociedade é aquilo que tem uma utilidade


imediata, visível e muito prática. Quando nos pedem para ler ou
pesquisar, logo perguntamos: o que vamos ganhar com isso? Por
isso ninguém duvida da utilidade das Ciências, pois aí estão os
computadores, os medicamentos, etc.

O trabalho das Ciências pressupõe, como condição, o trabalho com


a Filosofia. Não é à toa que os grandes cientistas se debruçaram
sobre as questões filosóficas. Por exemplo, se você já ouviu falar
em produto cartesiano, conhece também a relação da Matemática
Moderna com a Filosofia de Descartes? Se já ouviu falar em
Teorema de Pitágoras, sabe que para o Filósofo grego o mundo é
expressão dos números e que o triângulo representaria a harmonia
de todas as coisas?

Você estaria se perguntando: Que coisa doida é essa? Isso significa


que a culpa de eu ter que estudar o Teorema de Pitágoras é da tal
Filosofia? Calma aí... Você não é tão normal quanto parece...

Que tal viajar na aula de Filosofia e se imaginar diante de uma bela


cachoeira ou ainda estar sentado em seu sofá assistindo um desses
programas de ecologia. De repente, você se pergunta: como pode
tudo estar tão encaixado em seu devido lugar? Como tudo
começou? O que mantém as coisas em ordem e ao mesmo tempo
em mudança?

Onde buscar o conhecimento?


História de Física F0201 76

Essa era a pergunta que Pitágoras e outros filósofos fizeram e


obtiveram diferentes respostas. Algumas inusitadas, como a de
Demócrito que supunha uma partícula indivisível como princípio
de todas as coisas. A afirmação de Demócrito provocou a
curiosidade de muitas pessoas e estimulou pesquisas. Embora
saibamos, hoje, que o átomo é divisível, o que seria da energia
atômica sem Demócrito?

Algumas pessoas afirmam que a Filosofia é a Ciência com a qual e


sem a qual o mundo permanece tal e qual. Bobagem! A Filosofia
não é Ciência, pelo menos não como entendemos a Ciência hoje.
Mas, por exemplo, a Química, essa coisa fabulosa que permitiu
produzir sandalinhas de plástico e outras coisas mais, surge da
tentativa dos Filósofos Renascentistas de relacionar as partes ao
todo, utilizando-se da Astrologia e da Alquimia. E a Física,
responsável pelos motores potentes e pela aerodinâmica dos carros,
surge da busca de uma explicação para a phisis - palavra grega que
compreende a natureza em movimento e permanência.

As Ciências estão, de alguma forma, relacionadas à Filosofia


porque o objeto da Filosofia é a própria reflexão, o retorno do
pensamento a si mesmo para indagar o que são as coisas. O que é a
Ciência, a Arte, o mundo, o homem, enfim, o que somos nós, como
pensamos? Mas... para quê isso?

Sumário

O que nós não sabemos é que as Ciências pretendem ser


conhecimentos verdadeiros, baseados em procedimentos racionais
e rigorosos. Verdade, pensamento, procedimentos especiais para
conhecer os fatos, relação entre teoria e prática: tudo isso não é
Ciência, são questões filosóficas

Exercícios

1-Que comparacao fazes entre a ciencia e a filosofia.

2-Como e aonde adquirimos os conhecimentos.


História de Física F0201 77

Unidade 15
Tema: Especializações da Física
Introdução
Mito e ciência obedecem ao mesmo princípio

No esforço de cumprir a sua missão e encontrar uma ordem no caos do


mundo, mitos e teorias científicas operam segundo o mesmo princípio.
Trata-se sempre de explicar o mundo visível por forças invisíveis, de
articular o que se observa com o que se imagina. Pode considerar-se o
relâmpago como a cólera de Zeus ou como um fenômeno electrostático.
Pode ver-se numa doença o efeito da má sorte ou duma infecção
microbiana. Mas, de qualquer modo, explicar o fenômeno é sempre
considerá-lo o efeito visível duma causa escondida, ligada ao conjunto
de forças invisíveis que se julga regerem o mundo.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


Objectivos 1- Saber distinguir o mito da ciência.

2- fazer a reflexão da ciência e a filosofia.

Papel da teoria, da imaginação na actividade científica


História de Física F0201 78

Mítica ou científica, a representação do mundo que o homem


constrói tem sempre grande parte da sua imaginação. Porque, a
pesquisa científica, contrariamente ao que muitas vezes se julga,
não consiste em observar ou acumular dados experimentais para
deles deduzir uma teoria. Pode perfeitamente examinar-se um
objeto durante anos sem daí tirar jamais a menor observação de
interesse científico. Para se obter uma observação com algum
valor, é preciso, ter já, à partida, uma certa idéia do que há a
observar. É preciso ter já decidido o que é possível. Se a ciência
evolui, é muitas vezes porque um aspecto ainda desconhecido das
coisas se revela subitamente; nem sempre em conseqüência do
surgir de aparelhagem nova, mas graças a uma maneira diferente de
examinar os objectos, que passam a ser vistos sob um novo ângulo.
Esta observação é necessariamente guiada por uma certa idéia do
que pode bem ser a "realidade". Implica sempre uma certa
concepção do desconhecido, dessa zona situada precisamente para
além daquilo em que a lógica e a experiência nos levam a acreditar.
Segundo os termos de Peter Medawar, a investigação científica
começa sempre pela invenção dum mundo possível, ou dum
fragmento de mundo possível.

A experiência determina a validade dos mundos possíveis

Para o pensamento científico, a imaginação não é mais do que um


dos elementos do jogo. O pensamento científico tem de se expor,
em cada etapa, à crítica e à experiência para delimitar a parte de
sonho na imagem que elabora do mundo. Para a ciência há muitos
mundos possíveis, mas o único que lhe interessa é aquele que existe
e que já há muito tempo prestou as suas provas. O método
científico confronta sem descanso o que poderia ser e o que é. É
esse o meio de construir uma representação do mundo sempre mais
próxima daquilo que chamamos "a realidade".

A ciência pretende que as suas explicações sejam objetivas

O processo científico representa um esforço para libertar de toda a


emoção a pesquisa e o conhecimento. O cientista procura subtrair-
se ele próprio ao mundo que tenta compreender. Procura pôr-se de
fora, colocar-se na posição dum espectador que não faça parte do
mundo a estudar. Por este estratagema, o cientista espera analisar o
que considera ser "o mundo real à sua volta". Esse pretenso
"mundo objectivo" torna-se assim esvaziado de espírito e de alma,
de alegria e de tristeza, de desejo e de esperança. Em suma, este
mundo científico ou "objectivo" torna-se completamente dissociado
História de Física F0201 79

do mundo familiar da nossa experiência quotidiana. Esta atitude


está na base de toda a rede de conhecimentos desenvolvida desde a
Renascença pela ciência ocidental. Foi somente com o advento da
microfísica que a fronteira entre observador e observado se
esfumou um pouco. O mundo objectivo já não é tão objectivo como
parecia pouco tempo antes.

Nas especializações do saber cientifico serão descritos: A


especialização que visa incrementar a produtividade científica, as
vantagens da especialização e suas conseqüências nefastas.
Faremos um comentário geral sobre a ciência e mito e as
características da ciência, onde para a ciência o universo é
ordenado com leis acessíveis à razão; a ciência é menos ambiciosa
que o pensamento mítico, onde mito e ciência obedecem o mesmo
princípio.

Relacionados também os textos que tratam do papel da teoria, da


imaginação na atividade cientifica; a experiência determina a
validade dos mundos possíveis; a ciência pretende que as suas
explicações sejam objetivas.

Ciências ou ciência? Vamos pois tentar, em primeiro lugar,


compreender o que é o conhecimento científico, tendo em conta
que a ciência é hoje uma realidade complexa e multifacetada onde
dificilmente se descobre uma unidade. Citadas serão conseqüências
as características da ciência, suas unidades e diversidade. A ciência
pode ser descrita como um jogo a dois parceiros: trata-se de
adivinhações sobre o comportamento de uma unidade distinta de
nós.

No texto "ciência e reflexão filosófica" serão destacados os textos


sobre: ciência e sociedade, ciência e cultura, os limites de uma
cultura científico-tecnológica, a ciência e política, ética e ciência o
para encerar será descritos valor do espirito científico.

Na origem da filosofia

Os primeiros filósofos

Os gregos são os primeiros a colocar a questão da realidade numa


perspectiva não mítica. Embora revelando influências do
História de Física F0201 80

pensamento mítico anterior e contemporâneo, as explicações


produzidas pelos primeiros filósofos, por volta do século VI a. C.,
na colônia grega de Mileto, na Ásia Menor, são consideradas por
muitos o embrião da ciência e da filosofia, ou seja, do pensamento
racional (cf. texto de F. M. Cornford, A cosmogonia jônica).

Tales, Anaximandro, Pitágoras

Mais antigo filósofo de que se tem conhecimento que terá


encontrado uma resposta para esta questão foi Tales. Pensou ele
que o princípio único de todas as coisas era a água. Pela mesma
época outros filósofos tomaram posições mais ou menos parecidas
com a de Tales. Foi o caso de Anaximandro e de Pitágoras que
fizeram do indefinido e do número respectivamente o princípio
originário a partir do qual tudo proveio (cf. Fragmentos dos Pré-
Socráticos).

Heraclito e Parménides

As respostas irão progressivamente tornando-se mais elaboradas,


embora sempre centradas no problema da unidade ou da
multiplicidade, da mudança ou da permanência das coisas. Nesse
sentido, Heraclito (cf. texto de J. Brun, Uma filosofia do devir?) e
Parménides (cf. texto do próprio, A unidade e imutabilidade do
Ser) representam, historicamente, um radicalizar de posições: o
primeiro, aparece como o defensor da mudança: não se pode
penetrar duas vezes no mesmo rio; o segundo, como partidário
radical da unidade fundamental de todas as coisas. Esta oposição
não resiste, todavia, a um estudo aprofundado das posições dos dois
pensadores.

Ficaram célebres os argumentos ou paradoxos inventados por


Zenão de Eleia, discípulo de Parménides, com o objetivo de
mostrar o caráter contraditório do movimento, e assim defender as
teses do mestre sobre a imutabilidade do real (cf. texto de Kirk &
Raven, Paradoxos de Zenão). Para além de uma reflexão sobre a
natureza do espaço, do tempo, do conhecimento e da realidade, os

paradoxos de Zenão desencadearam uma crise na matemática da


Antigüidade, que só viria a ser resolvida nos séculos XVII e XVIII
d. C., com a criação da teoria das séries infinitas.
História de Física F0201 81

PAPEL DA TEORIA DE IMAGINACAO.

As filosofias da existência

Vejamos agora a que se opõem as filosofias da existência.

Podemos dizer que estas filosofias se opõem às concepções


clássicas da filosofia, tais como as encontramos quer em Platão,
quer em Espinosa, quer em Hegel; opõem-se de fato a toda a
tradição da filosofia clássica desde Platão.

A filosofia platônica, tal como a concebemos vulgarmente, é a


investigação da idéia, na medida em que a idéia é imutável.
Espinosa quer ter acesso a uma vida eterna que é beatitude. O
filósofo em geral quer encontrar uma verdade universal válida para
todos os tempos, quer elevar-se acima da corrente dos eventos, e
opera ou pensa operar só com a sua razão. Seria necessário
reescrever toda a história da filosofia para explicar contra o que se
insurgem as filosofias da existência.

A filosofia era concebida como o estudo das essências. A maneira


pela qual os filósofos da existência concebem a formação da teoria
das idéias em Platão é a seguinte: um escultor para esculpir uma
estátua, um operário para construir uma mesa, consultam idéias que
estão perante o seu espírito; qualquer coisa feita pelo homem é feita
porque ele contempla uma certa essência. Ora, é a partir da ação do
operário ou do artista que se conceberá qualquer ação. A
propriedade essencial destas essências ou destas idéias é
essencialmente serem estáveis. Segundo Heidegger, este
pensamento encontra-se fortalecido pela idéia de criação tal como a
concebemos na Idade Média. Tudo foi imaginado como por um
grande artista, a partir de idéias.

A essência do homem está na sua existência

Os filósofos da existência serão levados a opor-se à idéia de


essência considerada neste sentido. Heidegger diria: os objectos, os
instrumentos, têm talvez essências, as mesas e as estátuas de que há
pouco falamos têm mais essências, mas o criador da mesa ou da
estátua, isto é, o homem, não tem uma tal essência. Posso
perguntar-me o que é a estátua. É que ela tem uma essência. Mas,
em relação ao homem, não posso perguntar-me: o que é, só posso
perguntar-me: quem é? E neste sentido ele não tem essência, tem
História de Física F0201 82

uma existência. Ou então dizemos - é a fórmula de Heidegger -: a


sua essência está na sua existência.

Haveria aqui que mencionar uma diferença entre o pensamento de


Sartre e o pensamento de Heidegger. Sartre escreveu: "A essência
vem após a existência". Heidegger condena esta fórmula, porque,
na sua opinião, Sartre toma nesta fórmula a palavra "existência" e a
palavra "essência" no seu sentido clássico, inverte a sua ordem,
mas essa inversão não faz que ele não permaneça no interior da
esfera do pensamento clássico. Ele não deu devida conta do que,
para Heidegger, constitui um dos elementos fundamentais da sua
própria teoria. Esse elemento fundamental é que a existência para
ele deve ser considerada como sinônima de "ser no mundo": ex-
sistere, "ser fora de si". Se vemos que a existência é isso, e não a
simples realidade empírica, chegamos a uma fórmula que não é a
de Sartre: a essência vem após a existência, mas que é esta que
Heidegger adota: a essência do homem é a existência, a essência do
homem é ser fora de si. A luta contra a essência, contra a idéia,
contra Platão, continua-se por uma luta contra Descartes.
Kierkegaard disse que a fórmula de Descartes: "Penso, portanto
existo", não corresponde à realidade do homem existente, dado que
quanto menos penso, mais sou, e inversamente.

É necessário recordar, sem dúvida, que ele próprio recorre ao que


chama um pensamento existencial, ou seja um pensamento que está
simultaneamente em luta com a existência e de acordo com ela. Em
qualquer caso, é muito diferente do pensamento tal como o concebe
Descartes, isto é, tão universal e tão objectivo quanto possível.

Falamos de oposição a Platão, de oposição a Descartes; num e


noutro, a filosofia é a investigação do que é estável e universal.

A idéia de totalidade

Parece que houve um momento na história da filosofia em que a


filosofia abandonou a investigação de um dos elementos que
constituíam até então a sua essência; foi o momento de Hegel, no
qual a idéia de estabilidade foi substituída pela idéia de movimento
universal. Mas Hegel conserva as idéias de objetividade, de
necessidade, de universalidade, de totalidade, dos filósofos
clássicos: só é necessário mudar a idéia, também ela fundamental,
de estabilidade. E sucede que pelo seu gênio Hegel consegue
manter simultaneamente a idéia de movimento e as idéias de
objetividade, de necessidade, de universalidade, e fortalecer a idéia
História de Física F0201 83

de totalidade. A meditação sobre o movimento como essência,


introduzida por Nicolau de Cusa e Giordano Bruno no domínio do
pensamento, foi introduzida por Leibniz no próprio domínio de
uma filosofia racional. A obra de Hegel foi unir ainda mais
estreitamente movimento e razão. Foi principalmente por oposição
a Hegel que se formou, no espírito de Kierkegaard, a filosofia da
existência. Ele vê naquela o final da tradição filosófica que começa
com Platão e talvez com Pitágoras.

Que censura Kierkegaard em Hegel? Censura, em primeiro lugar,


que tenha feito um sistema, dado que não há, diz Kierkegaard,
sistema possível da existência. Kierkegaard recusa-se a ser
considerado como um momento no desenvolvimento da realidade.
Para Hegel, só há uma realidade verdadeira e plena, é a totalidade,
a totalidade racional, porque tudo o que é real é racional e tudo o
que é racional é real. Esta totalidade é a Idéia. Tudo o que existe só
existe pela sua relação com uma totalidade e finalmente com a
totalidade. Consideremos o mais fugidio dos nossos sentimentos.
Só tem existência porque faz parte dessa totalidade que é a minha
vida. Mas a minha própria vida, o meu próprio espírito, só existe,
dirá Hegel, porque está em relação com a cultura de que sou uma
parte, com a nação de que sou um cidadão, com a minha função e a
minha profissão. Estou profundamente unido ao Estado de que sou
membro, mas esse próprio Estado é apenas uma parte do vasto
desenvolvimento da história, isto é, da Idéia única que se explicita
em todo o curso deste desenvolvimento. E chegamos à idéia de um
universal concreto que compreende todas as coisas. Do mais
fugidio sentimento, vamos à idéia universal de que todos os
universais concretos, como as obras de arte, as pessoas, os Estados,
são apenas partes. E esta idéia universal existe no início das coisas
tanto como no fim, dado que, sendo a única realidade, ela é a
realidade eterna.

As coisas não devem ser explicadas, mas vividas

O hegelianismo comete o erro de querer explicar todas as coisas.


As coisas não devem ser explicadas, mas vividas. Assim, em vez de
querer apreender uma verdade objetiva, universal, necessária e
total, Kierkegaard dirá que a verdade é subjetiva, particular e
parcial. Não pode existir sistema da existência; as duas palavras
"existência" e "sistema", são contraditórias. Se escolhermos a
existência, devemos abandonar qualquer idéia de um sistema do
gênero do de Hegel. O pensamento nunca pode atingir senão a
existência passada ou a existência possível; mas a existência
História de Física F0201 84

passada ou a existência possível são radicalmente diferentes da


existência real. Se sabemos tão poucas coisas a respeito de Sócrates
é precisamente porque Sócrates é um existente; a nossa ignorância
a seu respeito é a prova de que existia em Sócrates algo que deve
necessariamente escapar à ciência histórica, uma espécie de lacuna
na história da filosofia, pela qual se manifesta que onde há
existência não pode haver realmente conhecimento. Sócrates é o
incomensurável, é sem relação predicado. Ora há mais verdade na
ignorância socrática que em todo o sistema hegeliano. Existir
objectivamente, ou, melhor, ser na categoria do objectivo, já não é
existir, é ser distraído da existência. A verdade objetiva tal como a
concebe Hegel é a morte da existência.

A oposição de Kierkegaard e Hegel continuará em todos os planos.


Por exemplo, para Hegel, o exterior e o interior são idênticos. O
segredo não tem lugar no mundo hegeliano. Mas Kierkegaard sabe
que há coisas nele que não podem ser exteriorizadas, que não
podem exprimir-se.

Além disso, o sentimento de pecado far-nos-á ultrapassar, segundo


Kierkegaard, todas as categorias filosóficas para entrar na vida
religiosa. O filósofo hegeliano dirá, sem dúvida, que ele também
chega à religião e mesmo àquilo a que chama a religião absoluta,
que se identifica com a filosofia no seu mais alto nível. Mas
também aqui se verifica uma oposição entre Hegel e Kierkegaard.
Dado que Hegel vê no Cristo o símbolo da humanidade em geral,
da própria razão: o cristianismo é a religião absoluta, porque nele
se exprime da maneira mais válida esta identificação de um
indivíduo com a humanidade considerada no seu conjunto. Mas,
para Kierkegaard, o Cristo é um indivíduo particular, não simboliza
o que quer que seja, e é este indivíduo particular que é o infinito e o
absoluto. O sistema de Hegel é um sistema de mediação universal,
mas há qualquer coisa que a filosofia não pode mediatizar, é o
absoluto, absoluto cristão, o Deus cristão para Kierkegaard, e, por
outro lado, o indivíduo como absoluto. Nos momentos
verdadeiramente religiosos, nós apreendemos uma relação entre
estes dois absolutos, o indivíduo e Deus, mas uma relação
completamente diferente das relações que o hegelianismo pode
conceber pela mediação.

Deste modo, existe uma oposição entre o mediador concebido no


sentido cristão e a mediação hegeliana.
História de Física F0201 85

Sumário

O processo científico representa um esforço para libertar de toda a


emoção a pesquisa e o conhecimento. O cientista procura subtrair-
se ele próprio ao mundo que tenta compreender.

Exercícios

1-As coisas nao devem ser explicadas mas sim vividas. Concordas
com esta afirmacao? Comente.
História de Física F0201 86

Unidade 16
Tema: Partículas Subatómicas
Introdução
Partícula corresponde ao termo geral, em Física e áreas semelhantes,
utilizado para designar uma concentração localizada de massa cujas
dimensões mostrem-se desprezíveis em relação às demais dimensões
espaciais envolvidas no problema em consideração. Embora um carro
não possa ser tratado como uma partícula quando se analisa a colisão
entre este e um ônibus, um carro se movendo em uma estrada que
conecta duas cidades distantes configura perfeitamente uma "partícula".

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


Objectivos

1-Conhecer as partícula subatomicas e atomicas.


2-Conhecer as partículas comuns.
3-Saber diferenciar as particulas as particulas
subatomicas de atomicas.

A expressão pode ser usada em sentido específico definindo nesta


situação uma classe de entes físicos específicos exibindo
comportamentos específicos. Tal acepção reduz o conceito de
"partícula" ao conjunto de "elementos fundamentais da matéria",
por vezes também chamadas de partículas subatômicas) ou
subatómicas É fácil perceber que esta acepção restringe mas não
invalida a acepção anterior visto que em sentido estrito as
"partículas" são as menores porções localizadas de matéria-energia
conhecidas, e por tal são entes de dimensões desprezíveis frente às
dimensões presentes na (quase?) totalidade de problemas que
exijam considerações sobre as mesmas. O termo "matéria-energia"
figura na definição devido à equivalência entre massa e energia
(E=mC²) e ao comportamento dual onda-corpúsculo facilmente
verificado para entes com tais dimensões.

O termo partícula deriva do latim particula e significa parte muito


pequena, corpo diminuto ou corpúsculo.
História de Física F0201 87

Seguindo-se o raciocínio reducionista, esses minúsculos elementos


ou "corpúsculos" (se assim podemos nos permitir a definir) estão
na base de tudo o que existe no Universo, sendo então entendidos
nas teorias associadas como estados específicos fundamentais da
matéria e energia.

Em física, partícula subatômica/subatómica, é a designação


genérica daquelas, cujas dimensões são muito menores que as de
um átomo. Entre as partículas subatômicas/subatómica, existem
determinadas denominações, que foram escolhidas para designar os
números quânticos. O conhecimento das propriedades dessas
partículas deu-se a partir do final do século XIX.

No decorrer do século XX, foi comprovada a existência de


aproximadamente 200 destes corpúsculos. Neste período, foram
descobertas muitas das leis que governam as inter-relações e
interações entre essas partículas, as forças e campos que regem o
Universo. Sua quantidade e complexidade levaram ao
desenvolvimento de formulações matemáticas cada vez mais
complexas, na tentativa de predizer seu comportamento.

Atualmente, os estudiosos, através de exercícios teóricos e


experimentos práticos, buscam teorias para unificar e simplificar o
estudo da estrutura universal, cujo tecido se desdobra a cada nova
descoberta.

Os Físicos que descobriram alguns desses pequenos elementos


utilizaram nomenclaturas que podem ser consideradas ou soar
estranhas. Porém, analisando mais profundamente, observaremos
que os quarks, por exemplo, chamados de: quark do topo; quark do
fundo; quark estranho, quark charmoso, têm razões para receberem
estes nomes. Estas nos dão uma ideia aproximada das propriedades
singulares desses corpúsculos, cujas dimensões são inferiores à do
átomo.

Histórico

No final do século XIX, em 1897, foi descoberta a primeira


partícula por Joseph John Thomson, o elétron.
História de Física F0201 88

Ernest Rutherford, bombardeando uma chapa metálica com


partículas alfa, descobriu que apenas uma pequena fração dessas
sofria desvio de trajetória. Com isso, concluiu que as partículas que
não se desviavam não encontravam, no metal, obstáculo que
causasse a deflexão de sua trajetória. Dessa forma, criou um
modelo, no qual os elétrons giravam em torno do núcleo atômico,
que considerou a região central do átomo, onde havia a maior parte
da massa atômica.

Órbitas

O modelo de Rutherford se baseava em órbitas eletrônicas, isto é,


comparáveis a um sistema planetário. O cientista chegou à
conclusão de que a maior parte do átomo se encontra vazia, estando
praticamente a totalidade de sua massa no núcleo, este sendo em
torno de dez mil vezes menor que o átomo.

Alguns tipos mais comuns

Partículas alfa que, resumidamente, assemelha-se com o núcleo de


hélio emitido em um processo radioativo; partícula beta, elétron ou
pósitron emitido num processo de desintegração nuclear, possuidor
de energia cinética; íons; elétrons, os prótons; etc.

Sumário

Depois da descoberta do núcleo em 1911, já foi comprovada a


existência de muitas partículas subatômicas. Desde aquela época,
foram estabelecidas leis fundamentais da matéria-energia que
governam suas inter-relações, predizendo o comportamento das
sub-partículas. Isso levou os cientistas a procurarem encontrar
soluções teóricas que unifiquem e simplifiquem o estudo da
estrutura básica do Universo.

Exercícios

1-Como e que sao caracterizadas as particulas elementares


constituintes fundamentais da materia?
História de Física F0201 89

Unidade 17
Tema: Leis da mecânica
Introdução

Uma das primeiras ciências exatas estabelecida como tal, a mecânica


tem um vastíssimo campo de aplicação: serve tanto para prever, com
milhares de anos de antecedência, o movimento dos corpos celestes --
estrelas, planetas e satélites -- como também para descrever o
comportamento das partículas atômicas.

Mecânica é o ramo da física que estuda a ação das forças sobre os


corpos e o comportamento dos sistemas materiais imersos nos campos de
atuação dessas forças.

Objectivos

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


1-Conhecer a definição da mecânica

2-Conhecer as leis da mecânica.

História da Mecânica

As primeiras questões sobre fenômenos mecânicos surgiram nas


civilizações antigas, em virtude da necessidade que esses povos
tinham de máquinas que os liberassem de certos esforços e que
aumentassem a potência dos recursos de que dispunham.

Na cultura grega, Heráclito e Aristóteles tentaram sem sucesso


encontrar explicações filosóficas para os fenômenos do movimento.
Foi Arquimedes quem enunciou os primeiros princípios realmente
científicos dessa disciplina. O principal continuador da doutrina de
História de Física F0201 90

Arquimedes foi o físico grego Heron de Alexandria, da florescente


escola alexandrina dos primeiros séculos da era cristã. Embora seu
livro Mecânica contivesse algumas afirmações errôneas (em
conseqüência, principalmente, da fragilidade de suas formulações
matemáticas), ele ali transmitia um profundo conhecimento dos
sistemas de roldanas e demais máquinas simples.

Após a queda do Império Romano, só no Renascimento os


cientistas voltaram a interessar-se pela mecânica. No final do
século XVI, o matemático e inventor holandês Simon Stevin
ampliou os trabalhos de Arquimedes e solucionou o problema dos
planos inclinados. Poucos anos depois surgiu o primeiro grande
nome da mecânica, Galileu Galilei, que descobriu as leis do
pêndulo e da queda livre e esboçou o princípio da inércia, um dos
três pilares fundamentais da mecânica. Galileu solucionou também
problemas de estatística, a partir de trabalhos de Stevin, e de
descrição da trajetória de projéteis.

No século XVII, uma revolução científica iniciada por Nicolau


Copérnico e continuada por Galileu questionou o geocentrismo e
afirmou o Sol como o centro do universo. No mesmo período, o
holandês Christian Huyghens deu importante contribuição à
dinâmica, com estudos sobre o movimento oscilatório dos
pêndulos. Em 1642, ano da morte de Galileu, nasceu, na Inglaterra,
Isaac Newton, que viria a estabelecer os princípios da mecânica
clássica. Integrado a uma sociedade científica avançada, na qual
sobressaíram personalidades como Edmond Halley e Robert
Hooke, Newton escreveu uma obra capital para a evolução da
física: Philosophiae naturalis principia mathematica (1687;
Princípios matemáticos da filosofia natural), na qual enunciou os
três axiomas básicos da mecânica e resolveu o problema do
equilíbrio dinâmico do universo por meio da teoria da gravitação
universal.

O prestígio conquistado por Newton, alicerçado no êxito teórico e


experimental de seus trabalhos, estendeu-se aos séculos seguintes.
A partir de seus postulados e do método sistemático por ele
elaborado, os irmãos Johann e Jakob Bernoulli solucionaram uma
série de questões físicas, Leonard Euler aperfeiçoou a aplicação do
cálculo infinitesimal às teorias mecânicas e d'Alembert reduziu as
questões dinâmicas a problemas de equilíbrio.

Apoiado nas idéias de Newton e d'Alembert, o matemático francês


Joseph-Louis Lagrange, em Mécanique analytique (1788;
História de Física F0201 91

Mecânica analítica), lançou as bases de uma concepção matemática


e abstrata da mecânica clássica que, num estágio mais avançado,
viria a ser utilizada pela física quântica, um século e meio depois.

As contribuições do século XIX à mecânica não conduziram a


alterações substanciais na teoria, mas permitiram obter importantes
inovações tecnológicas com base em estudos anteriores. A
aplicação do eletromagnetismo à mecânica deu origem às
inovadoras hipóteses atômico-quânticas. A concepção relativista
enunciada por Albert Einstein no início do século XX representou
um duro golpe para a mecânica newtoniana, que ficou reduzida à
particularização de um mundo físico muito mais complexo. Para a
solução de problemas mecânicos simples, que não envolvam
grandes velocidades nem altas temperaturas, no entanto, as
doutrinas de Newton mantiveram vigência e aplicabilidade.

Sumário

Mecânica é o ramo da física que estuda a ação das forças sobre os


corpos e o comportamento dos sistemas materiais imersos nos
campos de atuação dessas forças.
História de Física F0201 92

Unidade 18
Tema: Modelos e fenómenos
Introdução

A mecânica quântica é a teoria física que obtém sucesso no estudo dos


sistemas físicos cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala
atômica, tais como moléculas, átomos, elétrons, prótons e de outras
partículas subatômicas, muito embora também possa descrever
fenômenos macroscópicos em diversos casos. A Mecânica Quântica é um
ramo fundamental da física com vasta aplicação. A teoria quântica
fornece descrições precisas para muitos fenômenos previamente
inexplicados tais como a radiação de corpo negro e as órbitas estáveis
do elétron. Apesar de na maioria dos casos a Mecânica Quântica ser
relevante para descrever sistemas microscópicos, os seus efeitos
específicos não são somente perceptíveis em tal escala. Por exemplo, a
explicação de fenômenos macroscópicos como a super fluidez e a
supercondutividade só é possível se considerarmos que o comportamento
microscópico da matéria é quântico. A quantidade característica da
teoria, que determina quando ela é necessária para a descrição de um
fenômeno, é a chamada constante de Planck, que tem dimensão de
momento angular ou, equivalentemente, de ação.

Objectivos

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


1-Definir a mecânica quântica.
2-Conhecer as teorias da mecânica quântica.
3-Conhecer a representação dos estados.
História de Física F0201 93

A mecânica quântica recebe esse nome por prever um fenômeno


bastante conhecido dos físicos: a quantização. No caso dos estados
ligados (por exemplo, um elétron orbitando em torno de um núcleo
positivo) a Mecânica Quântica prevê que a energia (do elétron)
deve ser quantizada. Este fenômeno é completamente alheio ao que
prevê a teoria clássica.

Um panorama

A palavra “quântica” (do Latim, quantum) quer dizer quantidade.


Na mecânica quântica, esta palavra refere-se a uma unidade
discreta que a teoria quântica atribui a certas quantidades físicas,
como a energia de um elétron contido num átomo em repouso. A
descoberta de que as ondas eletromagnéticas podem ser explicadas
como uma emissão de pacotes de energia (chamados quanta)
conduziu ao ramo da ciência que lida com sistemas
moleculares,atômicos e subatômicos. Este ramo da ciência é
atualmente conhecido como mecânica quântica.

A mecânica quântica é a base teórica e experimental de vários


campos da Física e da Química, incluindo a física da matéria
condensada, física do estado sólido, física atômica, física
molecular, química computacional, química quântica, física de
partículas, e física nuclear. Os alicerces da mecânica quântica
foram estabelecidos durante a primeira metade do século XX por
Albert Einstein, Werner Heisenberg, Max Planck, Louis de Broglie,
Niels Bohr, Erwin Schrödinger, Max Born, John von Neumann,
Paul Dirac, Wolfgang Pauli, Richard Feynman e outros. Alguns
aspectos fundamentais da contribuição desses autores ainda são
alvo de investigação.

Normalmente é necessário utilizar a mecânica quântica para


compreender o comportamento de sistemas em escala atômica ou
molecular. Por exemplo, se a mecânica clássica governasse o
funcionamento de um átomo, o modelo planetário do átomo –
proposto pela primeira vez por Rutherford – seria um modelo
completamente instável. Segundo a teoria eletromagnética clássica,
História de Física F0201 94

toda a carga elétrica acelerada emite radiação. Por outro lado, o


processo de emissão de radiação consome a energia da partícula.
Dessa forma, o elétron, enquanto caminha na sua órbita, perderia
energia continuamente até colapsar contra o núcleo positivo!

O Conceito de Estado na mecânica Quântica

Em física, chama-se "sistema" um fragmento concreto da realidade


que foi separado para estudo. Dependendo do caso, a palavra
sistema refere-se a um elétron ou um próton, um pequeno átomo de
hidrogênio ou um grande átomo de urânio, uma molécula isolada
ou um conjunto de moléculas interagentes formando um sólido ou
um vapor. Em todos os casos, sistema é um fragmento da realidade
concreta para o qual deseja-se chamar atenção.

Dependendo da partícula pode-se inverter polarizações


subsequentes de aspecto neutro.

A especificação de um sistema físico não determina unicamente os


valores que experimentos fornecem para as suas propriedades (ou
as probabilidades de se medirem tais valores, em se tratando de
teorias probabilísticas). Além disso, os sistemas físicos não são
estáticos, eles evoluem com o tempo, de modo que o mesmo
sistema, preparado da mesma forma, pode dar origem a resultados
experimentais diferentes dependendo do tempo em que se realiza a
medida (ou a histogramas diferentes, no caso de teorias
probabilísticas). Essa idéia conduz a outro conceito-chave: o
conceito de "estado". Um estado é uma quantidade matemática
(que varia de acordo com a teoria) que determina completamente os
valores das propriedades físicas do sistema associadas a ele num
dado instante de tempo (ou as probabilidades de cada um de seus
valores possíveis serem medidos, quando se trata de uma teoria
probabilística). Em outras palavras, todas as informações possíveis
de se conhecer em um dado sistema constituem seu estado

Cada sistema ocupa um estado num instante no tempo e as leis da


física devem ser capazes de descrever como um dado sistema parte
de um estado e chega a outro. Em outras palavras, as leis da física
devem dizer como o sistema evolui (de estado em estado).

Muitas variáveis que ficam bem determinadas na mecânica clássica


são substituídas por distribuições de probabilidades na mecânica
quântica, que é uma teoria intrinsicamente probabilística (isto é,
dispõe-se apenas de probabilidades não por uma simplificação ou
História de Física F0201 95

ignorância, mas porque isso é tudo que a teoria é capaz de


fornecer).

A representação do estado

No formalismo da mecânica quântica, o estado de um sistema num


dado instante de tempo pode ser representado de duas formas
principais:

1. O estado é representado por uma função complexa das


posições ou dos momenta de cada partícula que compõe o
sistema. Essa representação é chamada função de onda.
2. Também é possível representar o estado por um vetor num
espaço vetorial complexo.[1] Esta representação do estado
quântico é chamada vetor de estado. Devido à notação
introduzida por Paul Dirac, tais vetores são usualmente
chamados kets (sing.: ket).

Em suma, tanto as "funções de onda" quanto os "vetores de estado"


(ou kets) representam os estados de um dado sistema físico de
forma completa e equivalente e as leis da mecânica quântica
descrevem como vetores de estado e funções de onda evoluem no
tempo.

Estes objetos matemáticos abstratos (kets e funções de onda)


permitem o cálculo da probabilidade de se obter resultados
específicos em um experimento concreto. Por exemplo, o
formalismo da mecânica quântica permite que se calcule a
probabilidade de encontrar um elétron em uma região particular em
torno do núcleo.

Para compreender seriamente o cálculo das probabilidades a partir


da informação representada nos vetores de estado e funções de
onda é preciso dominar alguns fundamentos de álgebra linear.

Primeiros fundamentos matemáticos

É impossível falar seriamente sobre mecânica quântica sem fazer


alguns apontamentos matemáticos. Isso porque muitos fenômenos
quânticos difíceis de se imaginar concretamente podem ser
representados sem mais complicações com um pouco de abstração
matemática.
História de Física F0201 96

Há três conceitos fundamentais da matemática - mais


especificamente da álgebra linear - que são empregados
constantemente pela mecânica quântica. São estes o conceito de
operadorde autovetor; e de autovalor.

Vectores e espaços vectoriais

Na álgebra linear, um espaço vetorial (ou o espaço linear) é uma


coleção dos objetos abstratos (chamados vetores) que possuem
algumas propriedades que não serão completamente detalhadas
aqui.

Por agora, importa saber que tais objetos (vetores) podem ser
adicionados uns aos outros e multiplicados por um número escalar.
O resultado dessas operações é sempre um vetor pertencente ao
mesmo espaço. Os espaços vetoriais são os objetos básicos do
estudo na álgebra linear, e têm várias aplicações na matemática, na
ciência, e na engenharia.

O espaço vetorial mais simples e familiar é o espaço Euclidiano


bidimensinal. Os vetores neste espaço são pares ordenados e são
representados graficamente como "setas" dotadas de módulo,
direção e sentido. No caso do espaço euclidiano bidimensional, a
soma de dois vetores quaisquer pode ser realizada utilizando a
regra do paralelogramo.

Todos os vetores também podem ser multiplicados por um escalar -


que no espaço Euclidiano é sempre um número real. Esta
multiplicação por escalar poderá alterar o módulo do vetor e seu
sentido, mas preservará sua direção. O comportamento de vetores
geométricos sob estas operações fornece um bom modelo intuitivo
para o comportamento dos vetores em espaços mais abstratos, que
não precisam de ter a mesma interpretação geométrica. Como
exemplo, é possível citar o espaço de Hilbert (onde "habitam" os
vetores da mecânica quântica). Sendo ele também um espaço
vetorial, é certo que possui propriedades análogas àquelas do
espaço Euclidiano.

Os operadores na mecânica quântica

Um operador é um ente matemático que estabelece uma relação


funcional entre dois espaços vetoriais. A relação funcional que um
operador estabelece pode ser chamada transformação linear. Os
detalhes mais formais não serão apontados aqui. Interessa, por
História de Física F0201 97

enquanto, desenvolver uma idéia mais intuitiva do que são esses


operadores.

Por exemplo, considere o Espaço Euclidiano. Para cada vetor nesse


espaço é possível executar uma rotação (de um certo ângulo) e
encontrar outro vetor no mesmo espaço. Como essa rotação é uma
relação funcional entre os vetores de um espaço, podemos definir
um operador que realize essa transformação. Assim, dois exemplos
bastante concretos de operadores são os de rotação e translação.

Do ponto de vista teórico, a semente da ruptura entre as física


quântica e clássica está no emprego dos operadores. Na mecânica
clássica, é usual descrever o movimento de uma partícula com uma
função escalar do tempo. Por exemplo, imagine que vemos um
vaso de flor caindo de uma janela. Em cada instante de tempo
podemos calcular a que altura se encontra o vaso. Em outras
palavras, descrevemos a grandeza posição com um número
(escalar) que varia em função do tempo.

Uma característica distintiva na mecânica quântica é o uso de


operadores para representar grandezas físicas. Ou seja, não são
somente as rotações e translações que podem ser representadas por
operadores. Na mecânica quântica grandezas como posição,
momento linear, momento angular e energia também são
representados por operadores.

Até este ponto já é possível perceber que a mecânica quântica


descreve a natureza de forma bastante abstrata. Em suma, os
estados que um sistema físico pode ocupar são representados por
vetores de estado (kets) ou funções de onda (que também são
vetores, só que no espaço das funções). As grandezas físicas não
são representadas diretamente por escalares (como 10 m, por
exemplo), mas por operadores.

Para compreender como essa forma abstrata de representar a


natureza fornece informações sobre experimentos reais é preciso
discutir um último tópico da álgebra linear: o problema de
autovalor e autovetor.

Sumário

A mecânica quântica recebe esse nome por prever um fenômeno


bastante conhecido dos físicos: a quantização. No caso dos estados
ligados (por exemplo, um elétron orbitando em torno de um núcleo
História de Física F0201 98

positivo) a Mecânica Quântica prevê que a energia (do elétron)


deve ser quantizada. Este fenômeno é completamente alheio ao que
prevê a teoria clássica.

Exercícios

1-O que ê um operador na mecanica quantica?


2- No formalismo da mecanica quantica, o estado de um sistema
num dado instante de tempo pode ser representado de duas formas
principais. Quais sao?
3-É impossivel falar seriamente sobre a mecanica quantica sem
fazer alguns apontamentos matematicos. Porquê ?
História de Física F0201 99

Unidade 19
Tema: A Revolução Científica
A revolução científica pode ser vista como o florescimento do
Renascimento e uma porta para a civilização moderna. Foi, em parte,
assentada devido à redescoberta de conhecimentos originários da Grécia
Antiga, Índia, China e da cultura Islâmica preservados e posteriormente
desenvolvidos pelo mundo Islâmico do século VIII até o século XV, e
traduzidos por monges cristãos para o latim, tais como o Almagestro.

Objectivos
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
1-Os periodos referentes a revolução científica.
2-Conhecer os cientistas que contribuiram para a revolução científica.
3-Conhecer as causas da revolução científica.

Isto se iniciou com somente uns poucos pesquisadores, evoluindo


em um empreendimento que continua até o dia de hoje. Iniciando-
se com a astronomia, os princípios da filosofia natural se
cristalizaram em leis da física fundamentais enunciadas e
melhoradas nos séculos seguintes. Durante o século XIX, a ciência
tinha se fragmentado em múltiplos campos com pesquisas
especializadas e campos da física.

Século XVI

No século XVI Nicolau Copérnico reviveu o modelo heliocêntrico


do sistema solar antevisto por Aristarco de Samos (o qual é
mencionado inicialmente em uma passagem de O arenário de
Arquimedes). Quando este modelo foi publicado no fim de sua
vida, ele tinha um prefácio de Andreas Osiander que humildemente
indicava que se tratava apenas de uma conveniência matemática
para calcular a posição dos planetas, e não uma explicação para a
natureza verdadeira das órbitas planetárias.
História de Física F0201 100

Na Inglaterra, William Gilbert (1544-1603) estudou o magnetismo


e publicou o trabalho seminal, De Magnete (1600), o qual trazia
presente seus numerosos resultados experimentais.

Século XVII

No início do século XVII Johannes Kepler formulou um modelo do


sistema solar baseado nos cinco sólidos platônicos, milenar
baseado na idéia de Ptolomeu de órbita circular "perfeita" para
corpos celestes "perfeitos". Kepler então formulou suas três leis de
movimento planetário. Ele também propôs o primeiro modelo
conhecido de movimento planetário no qual uma força emanada do
Sol deflete o planeta de seu movimento "natural", causando então
uma órbita curva.

Durante o início do século XVII, Galileu Galilei foi o pioneiro no


uso de experimentos para validar as teorias físicas, idéia chave do
método científico. O uso de experimentos por Galileu, e a
insistência de Galileu e Kepler de que resultados experimentais
devem ter precedência sobre resultados teóricos (o que segue os
preceitos de Aristóteles, mas não suas práticas), acabando com a
aceitação de dogmas, e dando início a uma era onde idéias
científicas eram abertamente discutidas e rigorosamente testadas.
Galileu formulou e testou com sucesso várias situações em
cinemática, incluindo a lei correta do movimento acelerado, a
trajetória parabólica, a relatividade do movimento não acelerado, e
uma forma inicial da lei da inércia.

Em 1687 Isaac Newton publicou o Principia Mathematica,


detalhando duas teorias físicas genéricas e bem sucedidas: as leis
do movimento de Newton, da qual surge a mecânica clássica; e a
lei da gravitação de Newton, a qual descreve a força fundamental
da gravidade. Ambas teorias concordam muito bem com os
experimentos.

A mecânica clássica foi exaustivamente estendida por Joseph-Louis


de Lagrange, William Rowan Hamilton, e outros, que produziram
novas formulações, princípios, e resultados. As leis da gravitação
iniciam o campo da astrofísica, o qual descreve fenômenos
astronômicos usando teorias físicas.
História de Física F0201 101

Século XVIII

A partir do século 18, o conceito de Termodinâmica seria


desenvolvido por Robert Boyle, Thomas Young, e muitos outros,
concorrentemente com o desenvolvimento da máquina a vapor,
dando prosseguimento no próximo século.

Em 1733, Daniel Bernoulli usou argumentos estatísticos


juntamente com mecânica clássica para deduzir resultados
termodinâmicos, iniciando o campo da mecânica estatística.

Benjamin Franklin conduziu pesquisas a respeito da natureza da


eletricidade em 1752. Em 1798, Benjamin Thompson demonstrou a
conversão ilimitada de trabalho mecânico em calor; isto foi
utilizado por James Prescott Joule para demonstrar a lei da
conservação de energia no século seguinte.

Século XIX

Em uma carta a Royal Society em 1800, Alessandro Volta


descreveu a sua invenção da bateria elétrica, proporcionando pela
primeira vez um meio para gerar uma corrente elétrica constante, e
abrindo um novo campo para investigação na física.

Em 1847 James Prescott Joule estabeleceu a lei da conservação de


energia, na forma do calor e da energia mecânica. Contudo, o
princípio da conservação da energia teria sido sugerido ou
enunciado em várias formas, por talvez, uma dúzia de alemães,
franceses, britânicos e outros cientistas durante a primeira metade
do século XIX.

O comportamento da eletricidade e magnetismo foi estudado por


Michael Faraday, Georg Ohm, e outros.

Faraday, que iniciou sua carreira como químico trabalhando para


Humphry Davy no Royal Institution, demonstrou que o fenômeno
eletrostático, a ação da recentemente descoberta pilha elétrica ou
bateria, o fenômeno eletroquímico, e o relâmpago são todos
manifestações diferentes do fenômeno elétrico. Faraday, além
disto, descobriu em 1821 que a eletricidade pode produzir
movimento mecânico rotacional, e em 1831 descobriu o princípio
da indução eletromagnética, pelo qual o movimento mecânico
pode ser convertido em eletricidade. Por este motivo foi Faraday
que estabeleceu as bases para o motor elétrico e o gerador elétrico.
História de Física F0201 102

Em 1855, James Clerk Maxwell unificou os dois fenômenos em


uma única teoria do eletromagnetismo, descrita pelas equações de
Maxwell. Uma predição de suas teorias era que a luz é uma onda
eletromagnética. Um tópico a parte das deduções de Maxwell foi
que a velocidade da luz não depende do observador, um aviso do
desenvolvimento da relatividade especial por Albert Einstein.

Em dois trabalhos em 1876 e 1878, Josiah Willard Gibbs


desenvolveu muito do formalismo teórico para a Termodinâmica, e
uma década depois estabeleceu as leis para a fundação da mecânica
estatística — esta também foi descoberta independentemente por
Ludwig Boltzmann.

Em 1887 o experimento Michelson-Morley é conduzido e é


interpretado como um ponto contra a teoria amplamente aceita na
época, que a Terra esta se movendo através de um "éter
luminífero".

Este desenvolvimento permitiu que mais tarde a teoria restrita da


relatividade de Einstein promovesse uma explicação completa que
não necessitava do éter, e fosse consistente com os resultado dos
experimentos.

Albert Abraham Michelson e Edward Morley não estavam


convencidos da não existência do éter. Morley partiu para conduzir
experimentos com Dayton Miller.

Em 1887, Nikola Tesla investigou o Raio-X usando seus próprios


aparelhos como também os tubos de Crookes.

Em 1895, Wilhelm Conrad Röntgen observou e analisou os Raios-


X, o qual o ajustou para ser uma radiação eletromagnética de alta-
frequência.

A radioatividade foi descoberta em 1896 por Henri Becquerel, e


depois foi estudada por Pierre e Marie Curie e outros. Isto iniciou o
campo da física nuclear.

Em 1897, J.J. Thomson estudou o elétron, a partícula elementar o


qual carrega corrente elétrica no circuito. Ele deduziu que raios
catódicos existiam e eram partículas "negativamente carregadas, o
qual ele chamou corpúsculos".
História de Física F0201 103

Século XX

O início do século XX inaugurou uma série de revoluções na física.


As teorias há muito aceitas de Newton não se mostraram
suficientes para todas as circunstâncias. Não somente a mecânica
quântica mostrava que as leis do movimento não se aplicam a
escalas pequenas, mas o mais perturbador, a relatividade geral
mostrou que o arcabouço do espaço-tempo, do qual a mecânica
newtoniana e relatividade especial dependem, poderia não existir.

Em 1904, Thomson propôs o primeiro modelo atômico, conhecido


como o modelo do pudim de passas. (A existência do átomo foi
proposta em 1808 por John Dalton).

Em 1905, Einstein formulou a teoria da relatividade especial,


unificando o espaço e tempo em uma única entidade, espaço-
tempo. A teoria da relatividade prescreve uma transformação entre
referenciais inerciais diferente da mecânica clássica, necessitando o
desenvolvimento da mecânica relativística como um substituto para
mecânica clássica. No regime de velocidade baixa (relativa), as
duas teorias concordam.

Em 1915, Einstein ampliou a relatividade restrita para explicar a


gravidade com a teoria da relatividade geral, a qual substitui as leis
de gravitação de Newton. Em situações de baixas massas e
energias, as duas teorias concordam. Um dos principais resultados
da relatividade geral é o colapso gravitacional em buracos negros, o
qual tinha sido antecipado dois séculos antes, mas elucidado por
Robert Oppenheimer. Oppenheimer foi o último diretor do Projeto
Manhattan no Los Alamos.

Importantes soluções exatas da equação de campo de Einstein


formam encontradas por Karl Schwarzschild em 1915 e Roy Kerr
somente em 1963.

David Hilbert veio a obter as mesmas equações de Einstein para a


relatividade geral em um período de poucas semanas, como
Einstein, em novembro de 1915. A dificuldade principal, no que
concerne a Hilbert, era que a lei de conservação da energia não
abrangia uma região sujeita a um campo gravitacional. (note que
algumas vezes os objetos que são necessários para definir uma
quantidade conservada não era um tensor, mas um pseudo-tensor.
Teorema de Noether permanece correto em alinhamento com os
desenvolvimentos atuais
História de Física F0201 104

Em 1911, Ernest Rutherford deduziu a partir do experimento de


deflexão a existência de um compacto núcleo atômico, com cargas
positivamente carregadas, denominado prótons. Nêutrons, o
constituinte neutro do núcleo, foram descoberto em 1932 por James
Chadwick.

No início de 1900, Max Planck, Albert Einstein, Niels Bohr, entre


outros, desenvolveram a teoria quântica para explicar várias
anomalias pela introdução de níveis de energia discretos.

Em 1925, Werner Heisenberg e Erwin Schrödinger formularam a


mecânica quântica, a qual esclarecia a teoria quântica precedente.
Na mecânica quântica, os resultados dos experimentos físicos eram
de origem probabilística. A teoria descreve o calculo destas
probabilidades. Ela foi bem sucedida em descrever o
comportamento da matéria em escala reduzida.

O ano de 1905, ano milagroso de Einstein, foram expostos os


trabalhos de Albert Einstein sobre a relatividade, que
revolucionaram os conceitos da física. Em 2005 comemorou-se o
centenário dos trabalhos de Einstein.

A mecânica quântica também proveu uma ferramenta teórica para


física da matéria condensada, a qual estuda o comportamento físico
de sólidos e líquidos, incluindo fenômenos tais como estruturas
cristalinas, semicondutores, e supercondutores. Os pioneiros da
física da matéria condensada incluem Feliz Bloch, que aplicaram a
mecânica quântica para descrever o comportamento dos elétrons
em uma estrutura cristalina em 1928.

Em 1929, Edwin Hubble publicou a sua descoberta de que a


velocidade na qual as galáxias se afastam correlaciona-se
diretamente com sua distância. Esta é a base para compreender que
o universo está expandindo. Portanto, o universo deve ter sido
muito menor e alem disto muito quente no seu passado.

Por volta de 1940, pesquisadores como George Gamov propuseram


a teoria do Big Bang, para a qual foram descobertas evidências em
1964; Enrico Fermi e Fred Hoyle estavam entre os que duvidavam
entre 1940 e 1950. Hoyle havia denominado a teoria de Gamov Big
Bang de forma a ridicularizá-la. No presente, ela é um dos
principais resultados da cosmologia.
História de Física F0201 105

Sumário

A revolução científica pode ser vista como o florescimento do


Renascimento e uma porta para a civilização moderna.
A redescoberta de conhecimentos originários da Grécia Antiga, Índia,
China e da cultura Islâmica.

Exercícios

1-Indique os periodos referentes a revolução científica.


2-Quem foram os cientistas que contribuiram para a revolução científica.
3-Quais foram as causas da revolução científica.
História de Física F0201 106

Unidade 20
Tema: A Revolução Científica.

Introdução
A institucionalização da ciência, refere-se a clareza e a
organização das estruturas formais e informais dos componentes
conceituais e sociais que são reconhecidos por sua comunidade e
por outras.
A institucionalização envolve operações e actividades consolidadas
internamente pela ciência, onde as outras ciências reconhecem sua
condição como tal e a convidam para se incorporar ao conjunto de
ciências.

Objectivos
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
1-Conhecer a concepção clássica da ciência.

Constituição da Ciência
Antes de se abordar o modo pelo qual uma ciência se contitui, é
importante destacar que existem diversas concepções sobre a
ciência. A mais antiga concepção que se tem a visão clássica, em
que todos os seus componentes são bem delimitados e objectivos.
Essa visão se apoio na na racionalidade das operações com os
objectivos e com os problemas de pesquisa, voltados para uma
abordagem sistemático de apreensão da realidade.

Sumário

Com o surgimento do renascimento, a concepção clássica de


ciência entra em crise paradigmática, proporcionando o florescer da
visão moderna do conhecimento científico.
História de Física F0201 107

Unidade 21
Tema: A especialização do saber científico
Não podemos negar que a ciência tem trazido no decorrer dos séculos,
inúmeros avanços tecnológicos para a humanidade, tornando-se, cada
vez mais poderosa. Instala-se aí um paradoxo da ciência: a mesma
ciência que salva, que promove a evolução (e tem isto muitas vezes como
princípio), também destrói, desfragmenta e aniquila.

Objectivos
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
1-Conhecer o que é o saber científico.
2-Conhecer a relação da interdisciplinaridade
3-Conhecer a diferença entre o conhecimento e aespecialização.

O saber científico é constantemente permeado por pequenas


questões que muitas vezes deixam de ser discutidas e refletidas,
como o que é e para quem serve a ciência. Esta falta de reflexão
gera problemas dentro da ciência que são refletidos na sociedade, já
que na modernidade, a sociedade é comandada pelo que é
produzido, proposto, imposto cientificamente, segundo princípios
lógicos e ideológicos aos quais aparentemente estamos alheios.
Analisemos a seguir, ainda que de maneira sucinta, como se
configura a ciência atual e como se apresentam estes problemas,
tomando para isto, as idéias e contribuições de alguns autores.
A fragmentação do conhecimento e especialização
Historicamente a ciência vem se configurando de maneira
disciplinar até culminar no alto nível de especialização do
conhecimento que encontramos atualmente.
Esta divisão de trabalho não traz somente vantagens, mas, como
propõe Edgar Morin (1999), traz também inconveniente como o
enclausuramento ou fragmentação do saber. “A tendência para a
fragmentação, para a disjunção, para a esoterização do saber
científico tem como conseqüência a tendência para o anonimato. A
especialização generaliza-se: atinge não somente as ciências
naturais como também as antropossociais, trazendo um vazio de
História de Física F0201 108

subjetividade inerente a estas áreas do conhecimento”. (MORIN,


1999: 17).
Vivemos segundo um modelo tecnocrático. No modelo
tecnocrático as decisões sempre cabem aos especialistas e há uma
distinção entre os que são tomadores de decisão e os que são
considerados técnicos (FOUREZ, 1995: 209).
Em nossa sociedade o modelo tecnocrático é bastante difundido: há
uma tendência a recorrer sempre à especialistas. Pressupõe-se que o
comum dos mortais não compreende nada e recorre-se então aos
que sabem. Ocorre até que se pretenda que as suas decisões sejam
neutras, puramente ditadas pela racionalidade científica (FOUREZ,
1995: 211).
Em nossa sociedade, portanto, o que impera é a especialização e a
fragmentação do saber e o sistema político pode ser considerado
uma tecnocracia à medida que se recorre sempre à especialistas
para as tomadas de decisões sociopolíticas.
Tomados por alto grau de alienação deixamos por conta apenas dos
especialistas que acreditamos ser mais sábios, o destino de todo o
nosso planeta. Os experts são homens aos quais confiamos à
responsabilidade de assegurar à humanidade uma sobrevivência
ainda que precária. O expert, portanto, nada mais é do que um
especialista e a seus olhos todos os problemas devem ter uma
solução desde que sejam tomadas medidas adequadas. Nós,
“enquanto aguardamos, depositamos nossa confiança nos experts,
muito embora nossa confiança neles mil vezes tenha sido
decepcionada”. (GUSDORF, 1976: 8).
Esses especialistas se utilizam de linguagem técnica não acessível à
sociedade, o que torna a ciência e a própria tomada de decisões
mais distantes de nossa realidade, e cada vez mais voltada a
interesses não comuns a todos.
E não nos importamos com isso porque também estamos
demasiadamente especializados, desfragmentados em nossa forma
de pensar, de entender e ver o mundo. “A história do mundo
humano continua, assim tão bem quanto mal, aguardando a
próxima crise e a nova conferência de experts convocada para
deliberar a seu respeito” (GUSDORF, 1976: 8) e nesse sentido
instaura nossa grande alienação. Morin completa esta idéia
afirmando que “o próprio especialista torna-se ignorante de tudo
aquilo que não concerne a sua disciplina e o não-especialista
renuncia prematuramente a toda possibilidade de refletir sobre o
História de Física F0201 109

mundo, a vida, a sociedade, deixando esse cuidado aos cientistas.”


(MORIN, 1999: 17).
Em sua crítica à ciência especializada Gusdorf vai além afirmando
que o “especialista é aquele que possui um conhecimento cada vez
mais extenso relativo a um domínio cada vez mais restrito e que o
triunfo da especialização consiste em saber tudo sobre nada”
(GUSDORF, 1976: 8).
Reunindo-se sempre um grupo de especialistas como objetivo da
tomada de decisões, subentende-se que estas se converterão na
decisão tomada pelo coletivo. Entretanto, esta coletividade
praticamente inexiste. As decisões tomadas apenas se revestem de
uma máscara de coletividade.
O que existe, na verdade, é uma “tecnocracia interdisciplinar”, ou
seja, “supõe-se que uma vez reunindo um número suficiente de
especialistas de diferentes disciplinas, pode-se determinar de
maneira puramente racional, e sem negociação humana, a melhor
política” (FOUREZ, 1995: 213). Fica claro, portanto, que esta
equipe irá privilegiar certa visão, pondo em cheque a questão da
neutralidade da ciência. Para Fourez, a especialidade não se liga
apenas às disciplinas científicas, mas à maneira pela qual o
especialista traduz o problema da vida cotidiana em seu paradigma
disciplinar: “de um modo paradoxal, poder-se-ia dizer que um
especialista é alguém a quem se pede que tome uma decisão, em
nome de sua disciplina, sobre algo que não diz respeito exatamente
à sua disciplina” (FOUREZ, 1995: 214).
Reunir certo grupo de diferentes especialistas acreditando-se com
isso contribuir para a busca da neutralidade da ciência é no mínimo
equivocado. Como pode ser a ciência e conhecimento científico de
tal maneira neutros se são fruto da própria humanidade? A
humanidade é formada por seres humanos, dotados de uma
subjetividade que não se perde no conjunto. Entramos aí numa
outra questão problemática e que deve ser discutida.
Subjetividade e responsabilidade
O alto nível de especialização e de racionalidade afasta a ciência da
subjetividade. E a falta de subjetividade afasta o saber científico do
real. A ciência, portanto, não consegue refletir sobre o real apesar
de considerar-se reflexo do mesmo. Na verdade, ela transforma o
real em técnica, em teoria, mas não reflete sobre ele.
Estamos nos aproximando de uma revolução na história do saber
em que este deixa de ser pensado, meditado, refletido e discutidos
por seres humanos e se destina a ser cada vez mais acumulado em
História de Física F0201 110

banco de dados, para ser depois computado por instâncias


manipuladoras, o Estado em primeiro lugar (MORIN, 1999: 17).
A mesma técnica que vem para nos auxiliar, vem para nos alienar,
subjugar.
O crescimento econômico destinado em princípio a melhorar as
condições de vida de todos e de cada um engendra uma asfixia
geral que ameaça o meio industrial em seu conjunto. Os
engenheiros, os técnicos, os economistas, multiplicaram as fábricas
umas ao lado das outras, pensando assim multiplicar a riqueza e o
poder das nações segundo o ensinamento dos gráficos e das
estatísticas. Todavia, a verdade econômica não se identifica com a
verdade humana. A verdade econômica é uma verdade sem o
homem, e o mais das vezes, é uma verdade contra o homem
(GUSDORF, 1976: 12).
O autor aponta como conseqüência dessa tecnicidade a separação
do crescimento científico do crescimento espiritual. Entretanto, a
humanidade é dotada de subjetividade, de uma história e de um
lado espiritual que não pode ser dissociado do das outras
atividades. Se isso ocorre, a ciência não pode ser então considerada
como reflexo do real, na medida em que nega o mesmo. “Prevalece
a impressão de um divórcio entre o pensamento e o universo
material e humano ao mesmo tempo. Quanto maior é o
desenvolvimento das disciplinas do conhecimento, mais estas
perdem contato com a realidade humana.” (GUSDORF, 1976: 14).
É nesse sentido que se fala em alienação humana, em que o
humano prende-se a um discurso que é tão rigoroso quanto
separado da realidade global: “a racionalidade científica desnatura
a natureza e desumaniza o homem.” (GUSDORF, 1976: 19).
Quando a racionalidade prevalece à subjetividade, colocamos o
cientista numa posição em que este se apresenta excluído de sua
própria ação, e, portanto, de sua própria responsabilidade. É o que
Morin chama da ciência sem consciência. A ciência não consegue
refletir sobre si mesma, que dirá pensar de maneira interdisciplinar,
considerando posições de outros especialistas, chegando a um
consenso que reúna não somente um interesse, mas interesses
comuns. Para auto explicar-se, a ciência adota apenas caráter
objetivo e teórico. Reflexo disso é o próprio método da
experimentação.
A ciência fragmenta-se cada vez mais, torna-se técnica. Não parece
levar em conta ser formada por seres humanos dotados de valores
História de Física F0201 111

tanto físicos, biológicos, como culturais, espirituais, históricos,


sociais.
É por isso que o cientista apresenta-se como um mero observador,
incapaz de refletir sobre sua prática e sobre a ciência. Ele analisa,
executa, opina, mas não reflete segundo um panorama mais amplo.
E é também por isso que a ciência não assume uma postura
considerada ética em relação a si mesma e à sociedade. Ela busca
verdades, mas não contesta sua própria verdade. Pela busca de
império de suas verdades é que a ciência cada vez mais se
fragmenta se dissocia do humano, do social.
A ciência divide para reinar. Dissocia as perspectivas
desmembrando assim a figura do homem.
tais verdades, desligadas de toda referência à figura humana, são
verdades que se enlouqueceram. Devemos considerar como
alienada e alienante toda ciência que se contenta em dissociar e em
desintegrar seu objeto. (GUSDORF, 1976: 20)
A ciência é, portanto, ao mesmo tempo dominadora (pois é
detentora do poder e busca “sempre a verdade”) e dominada (por
interesses econômicos que ocupam espaços bem mais amplos do
que sua dita neutralidade).
O conhecimento científico na modernidade configura-se como
fragmentado, superficial em sua complexidade, demasiadamente
objetivo e técnico, e realiza-se segundo interesses dominantes, mas
não da sociedade como um todo. Instala-se nesse contexto a
necessidade de reflexão sobre que caminhos cientistas e o próprio
conhecimento científico poderiam seguir para que se tornassem
mais significativos.
O problema é o de uma conversão de atenção científica, tornando-
se necessária uma revisão da epistemologia e consequentemente,
renovação da pedagogia do conhecimento científico (GUSDORF,
1976: 26).
Nesse sentido é que Hilton Japiassú (1976) trabalha a idéia de
patologia do saber, apontando que a ciência moderna, fragmentada,
“em migalhas” é o próprio reflexo de nossa sociedade esfacelada.
Portanto a patologia do saber é a patologia do mundo. O autor
ainda propõe uma discussão e crítica acerca dos conceitos sobre
interdisciplinaridade, transdisciplinaridade e multidisciplinaridade
levando-nos a rever tais conceitos demonstrando que o que
acreditamos ser interdisciplinaridade, ou seja, a reunião de
especialistas de diferentes áreas na tomada de decisões, na
realização de pesquisas, na formulação de leis e conceitos para a
História de Física F0201 112

humanidade, não está de acordo com a necessidade global e com o


próprio conceito de interdisciplinaridade.
Vale a pena trabalhar essa idéia de interdisciplinaridade na
tentativa de revermos a fragmentação do conhecimento como vem
sendo realizada na sociedade moderna, estendendo-se não somente
entre os cientistas especialistas, mas que acaba por dominar várias
esferas da política, da sociedade como um todo, levando-nos a
pensar na interdisciplinaridade como soluções para todos os
problemas e cometendo o viés de tornar essa idéia mais um mero
modismo, do que uma proposta que possa se efetivar.
A questão da interdisciplinaridade
Como foi discutido até aqui, a ciência moderna atualmente se
reveste de termos até como o de pluridisciplinaridade para
caracterizar as equipes de especialistas que se reúnem para o estudo
desta ou daquela questão. São os experts de especialidades
diversas, que permanecem, entretanto, por sua formação, estranhos
uns aos outros. Falam linguagens diferentes que, longe de se
comporem, se harmonizarem, se excluem e se negam
reciprocamente, levando a um fracasso inevitável. “A totalização
incoerente das palavras não compatíveis entre si deve suceder a
busca da palavra de unidade, expressão da reconciliação do ser
humano consigo mesmo e com o mundo”. (GUSDORF, 1976: 26).
Japiassú aponta para a necessidade, portanto, da
interdisciplinaridade como “uma exigência interna dessas ciências,
como uma necessidade para uma melhor inteligência da realidade
que elas nos fazem conhecer” enfatizando a importância do
interdisciplinar se impor tanto para a formação do homem quanto
para responder às necessidades da ação (JAPIASSÚ, 1976: 29).
O autor chama a atenção para a questão da forma de modismo que
o interdisciplinar parece estar assumindo atualmente,
negligenciando na maioria das vezes sua importância para a
reflexão que envolve a ciência moderna.
Devido aos preceitos positivistas, fundamentados na dissociação do
saber, durante muito tempo o conhecimento interdisciplinar foi
posto às margens das discussões, e atualmente assume importância
relevante ganhando caráter inclusive de cidadania.
o saber chegou a tal ponto de esmigalhamento, que a exigência
interdisciplinar mais parece em nossos dias a manifestação de um
lamentável estado de carência. (..) O interdisciplinar se apresenta
como o remédio mais adequado à cancerização ou à patologia geral
do saber. (JAPIASSÚ, 1976: 30).
História de Física F0201 113

Japiassú distingue a multidiscilplinaridade da interdisciplinaridade


quando coloca que o termo multidisciplinar diz respeito à “uma
simples justaposição, num trabalho determinado, de recursos de
várias disciplinas, sem implicar necessariamente um trabalho de
equipe coordenado”. Seria o mesmo que “estudar um objeto de
diferentes ângulos” (JAPIASSÚ, 1976: 73).
Dentro desta proposta, podemos inferir que muito do que é
considerado interdisciplinar dentro do trabalho científico, na
verdade caracteriza-se mais como ações multidisciplinares. Para
esse autor, tanto o multi como o pluridisciplinar realizam apenas o
agrupamento, a justaposição intencional ou não de certos módulos
disciplinares (disciplina aqui entendida no mesmo sentido que
‘ciências’ especializadas).
A interdisciplinaridade, entretanto, diz respeito mais à “intensidade
das trocas entre os especialistas” Caracteriza-se, portanto, pelo grau
de integração real das disciplinas, havendo uma integração
conceitual-metodológica (JAPIASSÚ, 1976: 74).
Esta situação nos remete a algo bem diferente do que a realidade do
simples “monólogo de especialistas” que temos hoje, da forma de
pensar fragmentada da sociedade, sem refletir, sem relacionar. A
própria estrutura escolar assim se configura e passa a usar
inadequadamente a idéia de interdisciplinaridade para as ações que
consistem em cada professor, especialista em sua área, tratar de um
assunto comum a todos, sob diferentes óticas, sem pensar de
maneira comum, buscar objetivos comuns.
Sobre a interdisciplinaridade, podemos afirmar que:
o espaço do interdisciplinar, quer dizer, seu verdadeiro horizonte
epistemológico, não pode ser outro senão o campo unitário do
conhecimento. Jamais esse espaço poderá ser constituído pela
simples adição de todas as especialidades nem tampouco por uma
síntese de ordem filosófica dos saberes especializados.
(JAPIASSÚ, 1976: 74)
Em um trabalho interdisciplinar deve haver ações de cooperação,
coordenação, sucessivas e crescentes. Interações, incorporações,
convergências e integrações que caracterizam ações e espaços
interdisciplinares.
A partir desta sucinta análise do termo, percebemos que o
conhecimento científico se distancia cada vez mais de uma postura
interdisciplinar e reforça seu sentido cada vez mais técnico,
racional e, portanto, fragmentado.
História de Física F0201 114

A característica central da interdisciplinaridade consiste no fato de


que ela incorpora os resultados de várias disciplinas, compara,
julga e promove a integração dos mesmos. Uma postura
interdisciplinar dentro das ciências levaria mais em consideração a
importância do indivíduo e das questões inerentes à sociedade
enquanto formada e pesquisada por seres humanos (JAPIASSÚ,
1976: 75).
A desfragmentação da sociedade, bem como a falta de reflexão
sobre sua condição e seus caminhos futuros, diante de posturas
realmente interdisciplinares e próximas do real no âmbito das
ciências, entre cientistas aos quais confiamos nossas decisões e
julgamos saber sempre mais, poderiam ser realidades passíveis de
modificações. Essa postura refletiria em outros níveis das
sociedades nos remetendo a uma maior reflexão, compreensão,
cooperação, na busca por ações mais significativas e condizentes
com o que realmente queremos como mundo, como seres humanos.
Longe de nós, porém a idéia de apresentar o interdisciplinar como
panacéia científica ou como empreendimento dissociado das
características sociais e intelectuais da comunidade dos pensadores.
Assim, os encontros entre especialistas não serão considerados
como simples trocas de dados, pois nossa intenção não é a de
chegar a um empirismo compósito, codificado para fins de ensino.
Pelo contrário, esses encontros serão considerados o lugar e a
ocasião em que se verificam verdadeiras trocas de formações e de
críticas em que explodem as “ilhas” epistemológicas mantidas pela
compartimentação das instituições ainda às voltas com as fatias do
saber em que as comunicações entre especialistas reduzem os
obstáculos ao enriquecimento recíproco, em que os conflitos, o
espírito de concorrência e de propriedade epistemológica entre os
pesquisadores devem ceder o lugar ao trabalho em comum de
busca, de interação entre duas ou mais disciplinas, de seus
conceitos, diretrizes, de sua metodologia, de sua epistemologia, de
seus procedimentos, de seus dados, bem como da organização, da
pesquisa e do ensino que dela possam recorrer.

Vantagens da especialização.
Especialização permite que uma pessoa tornar-se hábil e eficiente
em uma tarefa específica, ele ou ela irá então ser capaz de produzir
muito mais de um bem (ou serviço) em uma maior qualidade por si
mesmo do que muitos outros trabalhadores não qualificados
tentando fazer a mesma coisa. Isso permite que outras a se
História de Física F0201 115

especializar em outra tarefa.

Por exemplo, uma pessoa poderia estar especializados em fazer


uma roda, outro em fazer a moldura de um carro, o outro motor,
etc. Pela especialização podem fazer de forma eficiente suas
tarefas individuais e em conjunto, produzem mais carros do que se
cada um tenta-se criar cada parte do carro por si só.

Sumário

O saber científico é constantemente permeado por pequenas


questões que muitas vezes deixam de ser discutidas e refletidas,
como o que é e para quem serve a ciência

Exercícios

1-Qual é a vantagem da especialização?


2-O que é o saber ciêntifico?
3-Qual a diferença entre o conhecimento e aespecialização.
História de Física F0201 116

Unidade 22
Tema: Cosmologia
Cosmologia e astroFísica - Tratam da natureza do universo físico, sua
origem, evolução e possíveis extensões espaço-temporais.

Objectivos

Ao completar esta unidade, você será capaz de:


1- Saber o que é a cosmologia.
2- Conhecer a física nuclear.

Física atômica, molecular e de polímeros - Dedicam-se à


descrição da estrutura e das propriedades de sistemas de muitos
elétrons, como os átomos complexos, ou como moléculas e
compostos orgânicos.

Física da matéria condensada e do estado sólido - Ocupa-se das


propriedades gerais dos materiais, como cristais, vidros ou
cerâmicas. Tem como subespecializações a Física de
semicondutores e a Física de superfícies.

Física nuclear - Estuda a estrutura nuclear e os mecanismos de


reação, emissão de radiatividade natural, de fissão e fusão nuclear.

Física dos plasmas - Estuda a matéria a centenas de milhares de


graus ou mesmo a milhões de graus de temperatura, estado em que
a estrutura atômica regular é desfeita em íons e elétrons ou em que
ocorrem fusões nucleares, como no Sol e nas demais estrelas.

Física das partículas elementares - Trata dos constituintes


fundamentais da matéria.

Física das radiações - Estuda os efeitos produzidos pela absorção


da energia da radiação eletromagnética em geral ou da radiação
ionizante em particular.
História de Física F0201 117

Gravitação e relatividade geral - Tratam das propriedades


geométricas do espaço/tempo, como decorrentes das concentrações
de massa no Universo.

Mecânica dos fluídos - Estuda as propriedades gerais e as leis de


movimento dos gases e dos líquidos.

Óptica - Estuda propriedades e efeitos de fontes de luz (como


os raios laser), de transmissores de luz (como as fibras ópticas) e de
fenômenos e instrumentos ópticos (como o arco-íris e os
microscópios).

Sumário

Cosmologia e astroFísica - Tratam da natureza do universo físico,


sua origem, evolução e possíveis extensões espaço-temporais.

Exercícios

1-Fale da Bomba atomica.


2-Fale da física nuclear.
História de Física F0201 118

Unidade 23
Tema: ERA QUÂNTICA

Introdução

Max Planck é quem define o conceito fundamental da nova teoria - o


quanta. Mas a teoria geral é de autoria de um grupo internacional de
físicos, entre os quais: Niels Bohr (Dinamarca), Louis De Broglie
(França), Erwin, Shrödinger e Wolfgang , Pauli (Áustria), Werner
Heisenberg (Alemanha), e Paul Dirac (Inglaterra).

Objectivos
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
1-Conhecer a física quântica.
2- Conhecer a teoria de relatividade.
3-Conhecer a dualidade quantica.
4-Conhecer a teoria geral de relatividade.
5-Conhecer o princípio de incerteza de Heisenberg.

FISICA QUANTICA E TEORIA DA RELATIVIDADE

Quanta - Em 1900 o físico alemão Max Planck afirma que as


trocas de energia não acontecem de forma continua e sim em doses,
ou pacotes de energia, que ele chama de quanta. A introdução do
conceito de descontinuidade subverte o princípio do filósofo
alemão Wilhelm Leibniz (1646-1716), "natura non facit saltus"( a
natureza não dá saltos), que dominava todos os ramos da ciência na
época.
História de Física F0201 119

Max Planck - (1858-1947) nasce em Kiel, Alemanha. Filho de


juristas, chega a oscilar entre a carreira musical e os estudos
científicos. Decide-se pela Física e se dedica à carreira acadêmica
até o fim da vida. Em 14 de dezembro de 1900, durante uma
reunião da Sociedade Alemã de Física, apresenta a noção de
"quanta elementar de ação". Em sua autobiografia Planck diz que
na época não previa os efeitos revolucionários dos quanta. Em
1918 recebe o prêmio Nobel de Física.

Modelo quântico do átomo - Surge em 1913, elaborado por Niels


Bohr (1885-1962). Segundo ele, os elétrons estão distribuídos em
níveis de energia característicos de cada átomo. Ao absorver um
quanta de energia, um elétron pode pular para outro nível e depois
voltar a seu nível original, emitindo um quanta idêntico.

Dualidade Quântica

A grande marca da mecânica quântica é a introdução do conceito


de dualidade e depois, com Werner Heisenberg, do princípio de
incerteza. Para a mecânica quântica, o universo é essencialmente
não-deterministico. O que a teoria oferece é um conjunto de
prováveis respostas. No lugar do modelo planetário de átomo, com
elétrons orbitando em volta de um núcleo, a quântica propõe um
gráfico que indica zonas onde eles têm maior ou menor
probabilidade de existir. Toda matéria passa a ser entendida
segundo uma ótica dual: pode se comportar como onda ou como
partícula. É o rompimento definitivo com a mecânica clássica, que
previa um universo determinístico.

Princípio da incerteza - Em 1927 Werner Heisenberg formula


um método para interpretar a dualidade da quântica, o princípio da
incerteza. Segundo ele, pares de variáveis interdependentes como
tempo e energia, velocidade e posição, não podem ser medidos com
precisão absoluta. Quanto mais precisa for a medida de uma
variável, mais imprecisa será a segunda. "Deus não joga dados",
dizia Albert Einstein, negando os princípios na nova mecânica.

Relatividade
História de Física F0201 120

A teoria da relatividade surge em duas etapas e altera


profundamente as noções de espaço e tempo. Enquanto a mecânica
quântica é resultado do trabalho de vários físicos e matemáticos, a
relatividade é fruto exclusivo das pesquisas de Albert Einstein.

Relatividade Restrita - Em 1905 ele formula a Teoria da


Relatividade Restrita (ou especial), segundo a qual a distância e o
tempo podem ter diferentes medidas segundo diferentes
observadores. Não existe portanto tempo e espaço absolutos como
afirmara Newton no Principia, mas grandezas relativas ao sistema
de referência segundo o qual elas são descritas.

Raios simultâneos - Einstein dá o exemplo dos raios e o trem.


Dois indivíduos observam dois raios que atingem simultaneamente
as extremidades de um trem (que anda em velocidade constante em
linha reta) e chamuscam o chão. Um homem está dentro do trem,
exatamente na metade dele. O segundo indivíduo está fora, bem no
meio do trecho entre as marcas do raio. Para o observador que está
no chão, os raios caem simultaneamente. Mas o homem no trem
dirá que os raios caíram em momentos sucessivos, porque ele, ao
mesmo tempo que se desloca em direção ao relâmpago da frente, se
afasta do relâmpago que cai na parte traseira. Este último
relâmpago deve percorrer uma distância maior do que o primeiro
para chegar até o observador. Como a velocidade da luz é
constante, o relâmpago da frente "chega" antes que o de trás.

Relatividade Geral

Dez anos depois, Einstein estende a noção de tempo-espaço à


força da gravidade. A Teoria Geral da Relatividade (1916),
classificada pelo próprio Einstein como "bonita esteticamente", é
também uma teoria da gravidade capaz de explicar a força de
atração pela geometria tempo-espaço .

A fórmula relativa - A "revolução" de Einstein Torna popular a


fórmula Física E= mc2 (energia é igual a massa vezes o quadrado
História de Física F0201 121

da velocidade da luz). A equivalência entre massa e energia (uma


pequena quantidade de massa pode ser transformada em uma
grande quantidade de energia) permite explicar a combustão das
estrelas e dar ao homem maior conhecimento sobre a matéria. É a
expressão teórica das enormes reservas de energia armazenadas no
átomo na qual se baseiam os artefatos nucleares.

Bomba atômica - Artefato nuclear explosivo que atinge seu


efeito destrutivo através da energia liberada na quebra de átomos
pesados (urânio 235 ou plutônio 239). Armas atômicas foram
superadas pelas bombas termonucleares, que têm maior poder
destrutivo. As bombas termonucleares (bomba H e bomba de
nêutrons) agem por meio de ondas de pressão ou ondas térmicas.
Produzem essencialmente radiação, mortal para os seres vivos, sem
destruir bens materiais. São bombas de fusão detonadas por uma
bomba atômica e podem ter o tamanho de um paralelepídedo.

Velocidade relativa - A relatividade também revoluciona a noção


de velocidade. Ao demostrar que todas as velocidades são relativas,
explica que, apesar do movimento, nenhuma partícula poderia se
deslocar a uma velocidade superior à da luz ( 299.792.458 metros
por segundo). À medida que se aproximasse dessa velocidade, a
energia e a massa da partícula também aumentariam, tomando cada
vez mais difícil a aceleração.

Geometria espaço-tempo - Enquanto Newton descrevera a


gravitação como uma queda, para Einstein é uma questão espacial.
Quando um corpo está livre, isto é, sem influência de qualquer
força, seus movimentos apenas exprimem a qualidade de espaço-
tempo. A presença de um corpo em determinado local causa uma
distorção no espaço próximo.

Espaço curvo - Um raio de luz proveniente de uma estrela


distante parece sofrer uma alteração de trajetória ao passar perto do
Sol. Isto não é causado por qualquer força de atração, diz Einstein.
Em função da enorme massa do Sol, o espaço a sua volta está
História de Física F0201 122

deformado. É como se ele estivesse " afundado". O raio apenas


acompanha esta curvatura, mas segue sua rota natural. E se a
matéria encurva o espaço, é possível admitir que todo o Universo é
curvo. A confirmação experimental do espaço curvo só acontece
em 1987, com a observação de galáxias muito distantes.

Albert Einstein ( 1879-1955) nasce um Ulm, Alemanha, em


1879. Chega a ser considerado deficiente mental porque até 4 anos
não fala fluentemente. Durante o secundário, é considerado pelos
professores um estudante medíocre. Mas, fora da escola, Einstein
mostra desde jovem interesse pela matemática. Começa seus
estudos de matemática e Física na Alemanha e depois assume
nacionalidade suíça. Em 1921 recebe o prêmio Nobel. No apogeu
do nazismo vai para os EUA e se naturaliza norte-americano.
Depois da 2a guerra, passa a defender o controle internacional de
armas nucleares. Morre em Princeton, EUA.

Sumário

A grande revolução que leva a Física à modernidade e a teoria


quântica, que começa a se definir no fimdo século XIX . É a
inauguração de uma nova "lógica" resultante das várias pesquisas
sobre a estrutura do átomo, radiatividade e ondulatória.

Exercícios

1-O que e a dualidade quantica?


2-Fale da teoria geral de relatividade.
3-Fale do princípio de incerteza de Heisenberg.
História de Física F0201 123

Unidade 24
Tema: Desenvolvimento desde 2000

Introdução

O Grande Colisor de Hádrons que começará a funcionar no final de


2007 tem como missão principal encontrar esta particula. Em 2001 o
Observatório de Neutrinos de Sudbury (Canadá) confirma a existência de
oscilações de neutrinos. Em 2003 observações do espectro de anisotropia
da radiação cósmica de fundo pelo satélite WMAP da NASA apresentam
resultados importantes relacionados com a idade e a composição do
universo.

Objectivos

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

1-Conhecer o desenvolvimento desde 2000.

2-Conhecer algumas invenções desde 2000

Desenvolvimento desde 2000

Segundo estas observações o universo tem 13.7 mil milhões de


anos e apenas 4% da sua composição é matéria comum (96% será a
chamada matéria escura de natureza desconhecida). Além disso
estes resultados vêm a dar mais força ao modelo da inflação do
universo, implicando que o universo continuará em expansão para
sempre. Em 2005 é descoberto Éris na Cintura de Kuiper, este é um
objecto astronómico maior que Plutão.

Como consequência desta descoberta e de outras semelhantes surge


um grande debate na comunidade de astrónomos a respeito da
definição de planeta. Em 2006 os astrónomos redefinem este
História de Física F0201 124

conceito e criam o novo conceito de planeta-anão. Além de Plutão


(que deixa de ser um planeta), também Éris e Ceres são planetas-
anões do sistema solar. Os planetas do sistema solar reduzem-se,
segundo a nova definição, a oito: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte,
Saturno, Júpiter, Urano e Neptuno.

Sumário

Em 2000 o fermila b descobre o neutrino TAU. A única particula


do modelo padrão que ainda não foi descoberta é o bosão de Higgs.

Exercícios

0-Identifique algumas invenções verificadas no desenvolvimento


desde 2000.

1. Alguns dizem que fisicos estão interessados em determinar a


natureza do espaço, do tempo, da mateéria, da energia e das
suas interacções.

a) Concordas com a afirmação? Comente.

3. O homem e o seu pensamento e os animais nasceram da terra,


alias o homem é um microcosmos.

b) Comente o trecho acima.

4. A fisica e uma ciencia de propriedades da matéria e de forças


naturais. Suas formulações são em geral expressas em linguagem
matematica.

a) concordas com a afirmacao? comente.

5. Em que consistiu a revolução cientifica?


6. Identifique alguns dos progressos cientificos registados nos
seculos XVII e XVIII e os seus autores.

7. Quais são os principios da teoria de relatidade?


História de Física F0201 125

Bibliografia Básica

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