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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Módulo de Didáctica das Ciências Sociais

Formação de Professores do Ensino Primário

“Construindo competências profissionais para um ensino de qualidade”

INDE
INSTITUTO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

Testagem 2012
2

MÓDULO DE DIDÁCTICA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

DIDÁCTICA DE CIÊNCIAS SOCIAIS

Duração do Módulo: 80 HORAS


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Índice: do módulo

Introdução ao Módulo:.............................................................................................................................6

Competências a Desenvolver no Módulo:................................................................................................6

Resultados de aprendizagem do módulo:.................................................................................................7

Visão Geral dos Temas do Módulo...........................................................................................................7

1ª - Unidade Temática: Didáctica de Ensino das Ciências Sociais.............................................................8

Introdução da Unidade Temática:.............................................................................................................8

Conceito de Didáctica de Ensino de Ciências Sociais................................................................................8

Importância do estudo da disciplina de DECS...........................................................................................8

Relação da DECS com outras disciplinas...................................................................................................9

2ª - Unidade Temática: O programa do ensino das Ciências Sociais (4ª a 7ª..........................................11

Introdução da Unidade Temática............................................................................................................11

3ª - Unidade Temática: Os problemas específicos de ensino das Ciências Sociais..................................15

Introdução da Unidade Temática:...........................................................................................................15

Entendendo as convenções para contagem de tempo......................................................................17

Conceito em Ciências Sociais..................................................................................................................23

Conceito em história...........................................................................................................................23

O conceito concreto............................................................................................................................23

O conceito de abstracto......................................................................................................................23

Como ensinar conceitos......................................................................................................................24

Os conceitos concretos.......................................................................................................................24

Os conceitos abstractos......................................................................................................................24

O desenvolvimento de capacidades com base nos conceitos.............................................................25

Os factos em Ciências Socais...............................................................................................................25

Facto Geográfico.................................................................................................................................25

Factos Históricos.................................................................................................................................25

Princípios especiais em Ciências Sociais..................................................................................................26


4

1º - Principio da inter relação entre o estudo do território e o estudo dos componentes.................26

2º - Principio da inter relação das Ciências Naturais e as Ciências Sociais.........................................26

3º - Princípio da inter relação da estrutura e o desenvolvimento territorial......................................26

4º - Princípio da variação de escala.....................................................................................................27

5. Principio da comparação permanente com a realidade próxima do aluno.........................................27

4ª - Unidade Temática: Os métodos de ensino/ aprendizagem das Ciências Sociais..............................29

Introdução da Unidade Temática:...........................................................................................................29

Evidências Requeridas da Unidade Temática:.........................................................................................29

Métodos de ensino.................................................................................................................................29

Conceito de método.......................................................................................................................29

Importância dos métodos de ensino...................................................................................................29

Tipos de métodos................................................................................................................................30

Métodos gerais...................................................................................................................................30

Método expositivo..............................................................................................................................30

Trabalho independente......................................................................................................................30

Método de elaboração conjunta.........................................................................................................31

Método de trabalho em grupo...........................................................................................................31

Métodos específicos...........................................................................................................................31

Procedimentos de ensino em Ciências Sociais........................................................................................32

Dramatização......................................................................................................................................32

Excursão ou visita de estudo...............................................................................................................33

5ª - Unidade Temática: Os meios de ensino...........................................................................................36

Introdução da Unidade Temática:...........................................................................................................36

Evidências Requeridas da Unidade Temática:.........................................................................................36

Mapa...................................................................................................................................................36

Classificação dos mapas......................................................................................................................36

Elementos de um mapa......................................................................................................................37

Esboços Geográficos...........................................................................................................................38
5

Globo terrestre.......................................................................................................................................40

Atlas geográfico..................................................................................................................................41

Material fotográfico (fotografia).........................................................................................................42

Livro do aluno.....................................................................................................................................43

6ª - Unidade Temática: Planificação.......................................................................................................47

Introdução da Unidade Temática:...........................................................................................................47

Evidências Requeridas da Unidade Temática:.........................................................................................47

Planificação de uma aula de Ciências Sociais..........................................................................................47

Funções didácticas (revisão)...................................................................................................................49

Modelo de plano.....................................................................................................................................50

Hierarquia dos objectivos.......................................................................................................................50

Regras para a definição dos objectivos...................................................................................................51

Normas para uma correcta divinação dos objectivos.............................................................................51

Vantagens da formulação dos objectivos...............................................................................................52

7ª - Unidade Temática: A avaliação........................................................................................................54

Introdução da Unidade Temática:...........................................................................................................54

Evidências Requeridas da Unidade Temática:.........................................................................................54

Avaliação.............................................................................................................................................54

Funções da avaliação..........................................................................................................................56

8ª - Unidade Temática: Actividades Práticas...........................................................................................62

Introdução da Unidade Temática:...........................................................................................................62


6

Introdução ao Módulo:
O módulo Didáctica das Ciências Sociais pretende que o futuro professor conheça com maior
profundidade alguns aspectos inerentes ao ensino das Ciências Sociais, familiarizando-se com
diferentes metodologias que lhe permitirá fazer uma análise exaustiva e crítica do Programa do
Ensino Primário para esta área do saber.
Neste módulo é também solicitado aos futuros professores a adopção de uma postura crítica e
reflexiva face à singularidade dos vários temas a trabalhar nesta área.

Competências a Desenvolver no Módulo:


O módulo Ensinar Ciências Sociais visa levar o formando a aplicar os princípios e
metodologias de ensino da Ciências Sociais; planificar e dar aulas de acordo com programa de
ensino demonstrando segurança no domínio da matéria disciplinar e capacidade de gestão do
plano de lição, dos meios de ensino, da participação activa dos alunos e da disciplina na turma;
avaliar as competência e a utilizar a análise e a reflecção permanente sobre a sua prática
pedagógica e dos colegas como base para a solução dos problemas do PEA.
As competências a serem materializadas neste módulo provém do plano curricular do curso de
Formação de Professores Primários e são operacionalizadas em todas as áreas curriculares e de
forma específica nos módulos tendo sempre em conta os elementos de competências, critérios
de desempenho e evidências requeridas. Assim, no fim deste módulo o formando deverá
desenvolver as seguintes competências:

(1) Promove o espírito patriótico e de cidadania, regras de convivência democrática e valores


universais;

(2) Comunica adequadamente em vários contextos;

(3) Age de acordo com os princípios éticos e deontológicos associados à profissão professor;

(4) Demonstra os conhecimentos científicos do ensino primário;

(5) Demonstra domínio dos conhecimentos das ciências da Educação relacionadas com o ensino
primário;

(6) Promove o auto - desenvolvimento profissional e envolve-se num trabalho cooperativo,


colaborativo e articulado;
7

(7) Planifica e medeia o processo de ensino aprendizagem;

(8) Avalia necessidades, interesses e progressos dos alunos, adaptando o processo de ensino –
aprendizagem à sua individualidade e ao contexto;

(9) Desenvolve e utiliza estratégias e recursos didácticos estimulantes de sucesso para situações
concretas de aprendizagem.

Resultados de aprendizagem do módulo:


Agir como facilitador do PEA demonstando capacidade de gestão do plano de lição, dos meios
de apoio ao PEA (particularmente do livro escolar), da participação activa dos alunos, da
disciplina na turma e de auto-avaliação da prática pedagógica;

Avaliar o progresso dos alunos, analisar os resultados e usá-los para melhorar o seu
desempenho e dos alunos;

Produzir ou adaptar avaliar recursos didácticos que estimulam a aprendizagem;

Utilizar a análise e reflecção permanente sobre a sua prática pedagógica e dos colegas como
base para a solução dos problemas do PEA;

Analisar criticamente manuais escolares do Ensino Primário actualmente utilizados em


contexto escolar;
Avaliar as suas necessidades e dificuldades profissionais de modo a administrar a sua
aprendizagem e formação contínua;
Dominar o uso do programa das ciências sociais.

Visão Geral dos Temas do Módulo

UNIDADE TEMATICA TEMPO (HORAS)


I - Didáctica de Ensino das Ciências Sociais 5
II- O programa do ensino das ciências sociais (4ª a 7ª classe) 5

III- Os problemas específicos de ensino das ciências sociais 10


I- Os métodos de ensino/ aprendizagem das ciências sociais 6
V- Os meios de ensino 10
VI- A planificação 14
VII – Avaliação 6
VIII- Actividades práticas 24
8

1ª - Unidade Temática: Didáctica de Ensino das Ciências Sociais

Duração da Unidade: 5 Horas

Introdução da Unidade Temática:


Esta é a primeira unidade do Modulo de Didáctica de Ciências Sociais. Nela o formando vai
adquitir noções básica da Didáctica do Ensino de Ciências Sociais e munir-se de ferramentas
que o possibilitará gerir o PEA. Conhecrá o objecto, a importancia e a relação da DECS, com
outras Ciências. Esta unidade vai levar o futuro professor ao conhecimento de noções básicas
da didáctica.
Será nesta unidade que os formandos irão munir-se de ferramentas para compreenderem as
restantes unidades.
Evidências Requeridas da Unidade Temática:

Esboça um esquema ilustrativo da relação da Didáctica de Ciências Sociais com outras


Ciências.

Recursos de Aprendizagem:

Conceito de Didáctica de Ensino de Ciências Sociais


a Didáctica de ensino diz respeito a disciplinas específicas, dedicam-se ao estudo dos
conteúdos e métodos próprios de cada matéria de ensino; define-se como sendo o conjunto de
procedimentos didácticos reflectidos nos seus métodos e técnicas de ensino que tem em vista
alcançar objectivos definidos. A Didáctica de Ensino de Ciências Sócias (DECS) reflecte num
conjunto de procedimentos referentes as disciplinas de História e Geografia.
Conceito de Ciências Sociais – é uma disciplina que faz parte do curriculum do ensino
primário e engloba as cadeiras de História e Geografia.
Objecto de estudo da DECS – é aquilo que se vai tratar na disciplina. Deste modo o objecto
de estudo é os procedimentos do ensino de Ciências Sociais, no processo de ensino
aprendizagem.
Importância do estudo da disciplina de DECS
esta disciplina é importante pois ajuda ao futuro professor no seguinte:
 Na investigação do essencial para o estudo das Ciências Sociais;
 Na utilização dos procedimentos adequados no processo de ensino aprendizagem;
9

 Na investigação das condições e particularidades de assimilação dos conhecimentos das


Ciências Sociais;
 Na selecção aperfeiçoada dos métodos e meios ensino aprendizagem;
 Leva o futuro professor a adquirir um sistema de conhecimentos, habilidades desenvolvendo as
sua capacidades intelectuais e valores morais
 Importante salientar que esta disciplina não limitara iniciativa do futuro professor, antes pelo
contrário, dá-lhe bases para o seu trabalho activo e criador.
Relação da DECS com outras disciplinas
As ciências devem completar o seu estudo com a contribuição de outras ciências. Nenhuma
ciência pode trabalhar sem a colaboração de outra. Se as ciências não tivessem a colaboração
de outras apenas atingiriam uma imagem parcial e, portanto incompleta da realidade a que se
proporiam estudar. A disciplina de DECS estabelece relação com outras ciências como por
exemplo:
 As Ciências Sociais – esta e uma disciplina escolar, e estabelece uma profunda relação, pois
transmite ao aluno os seus princípios fundamentais com o objectivo de os formar e educar.
Para leccionação desta disciplina a DECS, utiliza os objectivos definidos no programa da
disciplina de Ciências Sociais e dai selecciona o material de estudo, métodos e procedimentos
de ensino adequados.
 Psico-Pedagogia – esta estabelece profundas relações, pois a Psico-Pedagogia fornece
particularidades de idade e o nível de preparação do aluno, para determinar o volume e
sobretudo, a profundidade e ordenamento dos conteúdos das Ciências Sociais, como também
para a escolha dos métodos e meios de ensino aprendizagem.
 Apoia-se ainda na Matemática, economia, Ciências Naturais, etc.

Actividades: .
Ao terminar esta unidade o formando poderá realizar a seguinte actividades:
1. Elabora um esquema que ilustra a relação da Didáctica de Ciȇncias Sociais com outras
Ciȇncias.
2. Sistematiza num quadro as disciplinas do ensino básico e as respectivas Didácticas.
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Autoavaliação:
1. O que entende por Didáctica?
2. Elabore um conceito de Didáctica de Ciências Sociais.
3. Explica a relação da didáctica de Ciencias Sociais com:
a) Didáctica geral.
b) Psicopedagogia.
c) Didáctica de Ciências Naturais.
4. Que importância tem a Didáctica de Ciências Sociais para o futuro professor.

Chave de Correcção: .
1. Didactica é uma disciplina científico pedagogica cujo objecto de estudo são os processos e os
elementos que existem na aprendizagem. É um ramo da pedagogia que se ocupa dos sistemas
e dos métodos práticos de ensino, destinados a colocar em prática as directizes das teorias
pedagógicas.
2. Didáctica de Ciências Sociais é a disicplina que se didica ao estudo dos sistemas, métodos e
práticas de ensino da disiciplina de Ciencias Sociais.
3. A Didáctica de Ciências Sociais é muito importante para o futuro professor porque: ajuda-o na
investigação, na seleção do métodos, meios e procedimentos de ensino, oferece ao futuro
professor um leque de ferramentas para a planificação, leccionção e avaliação pedagógica.

Bibliografia Complementar:
1. NERICI, Imídeo; Introdução à Didáctica Geral; 15ª Edição; Editora Atlas; São Paulo;1985.
2. Diccionário Pedagógico.
3. Penteado, Heloisa Dupas; Metodologia do Ensino de História e Geografia, Cortez Editora;
1990.
11

2ª - Unidade Temática: O programa do ensino das Ciências Sociais (4ª a 7ª classe)

Duração da Unidade: 5 Horas

Introdução da Unidade Temática:


A segunda unidade temática levará o formando a familiarizar - se com os programas de ensino
de Ciências sociais do Ensino Primário.
Para que este formando compreenda os conteúdos que irá leccionar, a unidade comporta uma
reflexão sobre os objectivos das Ciências Sociais no período colonial e no pós independência
da disciplina no Ensino Primário.
Evidências Requeridas da Unidade Temática:

Esquematiza a estrutura do programa das Ciências Sociais;

Elabora uma tabela comparativa dos objectivos do Ensino das Ciências Sociais nos períodos
colonial e pós independência.
Extrai nos documentos oficiais (programas do ensino), os conteudo do ensino de cada periodo

Recursos de Aprendizagem:
Objectivo da disciplina de Ciências Sociais (História e Geografia) em Moçambique
Os objectivos de ensino em Moçambique, assim como em qualquer outro país, sempre
estiveram condicionados ao sistema de educação vigente, que por sua vez, se submete ao
sistema político. A definição dos objectivos e feita pelo poder político neste caso de
Moçambique seria a Assembleia da República.
Neste contexto os objectivos da disciplina de Ciências Sociais (História e Geografia),
aparecem dentro do contexto histórico. Nesta perspectiva destacam-se:
 Objectivos do ensino das Ciências Sociais no período colonial
 Objectivos do ensino das Ciências Sociais no pós independência
 Objectivos do ensino das Ciências Sociais segundo o Sistema Nacional de Educação (SNE)
 Objectivos do ensino das Ciências Sociais segundo o novo curriculum
Objectivos das Ciências Sociais (Historia e Geografia) no período colonial
Os objectivos da educação em Moçambique eram para atingir a população nativa para os
ensinar a ler, escrever e contar e não para fazer deles doutores.
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Educa-los de modo a fazer deles prisioneiros da terra e protege-los da atracção das cidades.
O aluno indígena assim chamado era proibido de desenvolver a nação espacial e cultural. Por
essa razão os assuntos tratados na sala de aulas estavam ligados a Historia e geografia de
Portugal.
Não se tomava em conta a realidade próxima do aluno e a observação dos factos.
A utilização dos mapas de grande escala de Portugal, permitia incutir nos alunos a ideia de que
Portugal era maior que Moçambique.
Segundo Mondlane “ a análise do conteúdo dos livros indica em que tudo se focava a cultura,
Historia e Geografia de Portugal”. O ensino jogou um papel relevante, sobretudo para a
manutenção dos ideais coloniais que se traduziam, por um lado, na demonstração da
grandiosidade da mãe – pátria.
Objectivos do ensino das Ciências Sociais no pós independência
Objectivos políticos formação do homem novo, armado ideologicamente e engajado de forma
activa na luta contra a exploração do homem pelo homem.
Objectivos económicos referiam-se a integração do aluno num plano geral da reconstrução
nacional e no seu empenho no desenvolvimento progressivo, constante e planificado da
economia do país.
Objectivos científicos – pretendiam a formação do homem novo armado de conhecimentos
científicos, os quais serviam para atingir os objectivos anteriormente referidos e, sobretudo,
para uma correcta interpretação dos fenómenos do meio em que se encontra inserido o aluno.
Objectivos do ensino das Ciências Sociais segundo o Sistema Nacional de Educação
(SNE)
Formar o aluno para que possa encarar com abertura diferentes ideias e opiniões, abordando
cientificamente aspectos históricos e geográficos, do seu meio ambiente, em particular, e na
perspectiva de tomada de soluções adequadas.
Desenvolver capacidades e habilidades no aluno, para que possa assumir, sempre, atitudes
activas e conscientes sobre questões relacionadas com a Natureza e a Sociedade.
Desenvolver espírito de solidariedade.
Conhecerem conteúdos desde o mais próximo, localidade a mais distante Continente

Actividades:
1. Faça um estudo dos programas de ensino da disciplina de Ciências Sociais.
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2. Analiza os objectivos que a disciplina de Ciencias Sociais desde o periodo colonial até aos
nossos dias.
3. Recolha alguns documentos ou livros que relatam a história do período colonial.
4. Faça uma entrevista a um antigo professor do posto ou primários sobre os temas de C.S.
tratados no periodo colonial.

Autoavaliação:
1. Elabore um quadro e estabeleça a comparação entre os objectivos do ensino no período colonial
e no pós independência.
2. Quais os conteúdos tratados com profundidade nas Ciências Sociais no período colonial?
3. Destaca as inovações no âmbito dos conteúdo, ocorridas no pós independência.
4. Explica a importancia dessas inovações no contexto do ensino em Moçambique.

Chave de Correcção: .
1.

No Objetcivos do Objetcivos do Objetcivos do ensino Objetcivos do


ensino no ensino pós Sistema nacional de ensino do novo
período colonial Independência educação curriculo

2. Ver pagina 8
3. Ver pagina 9
4.

Bibliografia Complementar:
1. MONDLANE, Eduardo; Lutar por Moçambique; Livraria Sá da Costa; Editora; Lisboa; 1975
2. Programa de Ensino de Ciências Sociais; ( de 4ª a 7ª classe)
14

3ª - Unidade Temática: Os problemas específicos de ensino das Ciências Sociais

Duração da Unidade: 10 Horas

Introdução da Unidade Temática:


Esta é a terceira unidade, onde o formando vai aprender quais os problemas específicos do
ensino das Ciências Sociais. Nesta unidade para além do que vai aprender o formando deve ser
fornecido técnicas e tácticas para melhor leccionar as Ciências Sociais.
Esta unidade deve dotar ao formando de muita criatividade pois enquadra as noções de tempo,
e espaço, a forma de como trabalhar os conceitos, os factos geográficos e históricos, os
princípios em Ciências Sociais.
Evidências Requeridas da Unidade Temática:

Esquematiza as etapas do desenvolvimento da noção do tempo em função das faixas etárias;

Selecciona os recursos adequados;

Constrói o gráfico do tempo;

Promove os jogos locais que permitem concretizar a noção de espaço e fronteira (neca e
tchuva e outros)

Elabora um esquema demonstrando

Recursos de Aprendizagem:

Abstracção da noção de tempo

O tempo em História

Conceito de tempo
Segundo Piaget o “tempo não é mais do que uma relacionamento dos enventos que o
preenchem”.
Para Freenchem caracteriza o tempo como “ sendo uma cadeia de mudanças constituídas
simultaneamente por momentos sucessivas e por intervalos entre estes”.
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O tempo como conduta cognitiva, implica a integração temporal significativa e a


representação, conciliando o tempo objectivo com o tempo vivido.

Tempo histórico -O tempo histórico tem como agentes os grupos humanos, os quais
provocam as mudanças sociais, ao mesmo tempo em que são modificados por elas. O tempo
histórico revela e esclarece o processo pelo qual passou ou passa a realidade em estudo. Isto é
o tempo histórico: traçamos um limite de tempo para estudar os seus acontecimentos
característicos, levando em conta que, naquele momento escolhido, muitos seres humanos
viveram, sonharam, trabalharam e agiram sobre a natureza e sobre as outras pessoas, de um
jeito específico.

O tempo histórico - compreende uma série de níveis e noções que contribuem para a sua
formação. São eles a estrutura e a conjuntura. A estrutura situa-se no tempo longo e aplica-se
em âmbitos como cultura, geografia, sociedade, economia, politica, ecologia e psicologia entre
outros, a conjuntura e o evento localiza se no tempo curto e corresponde a uma ocorrência
singular, excepcional e passageira que parece independente de outras ocorrências. Segundo
Fernand Braudel historiador francês, no estudo da História, considera três tipos de tempo,
como o tempo curto duração (acontecimentos) de breve duração como as ocorrências casuais,
a história de eventos, da vida quotidiana e individual, o do tempo de média duração as
pequenas variações cíclicas, de rápida cadência e localização intermédia entre o tempo curto e
o longo, que abrange as correntes e retrocessos no âmbito material e os ciclos económicos
(entre outros) na história conjuntural - e do tempo longo ou longa duração que abarca a
história estrutural, que contém componentes caracterizadas pela sua estabilidade e longevidade
e que por estas mesmas razões não são de percepção directa e imediata, ou seja, podem passar
desapercebidos na fase de percepção, necessitando da ajuda de fontes de cariz diverso.

A noção de tempo e o nível de desenvolvimento etário da criança

A criança não tem o mesmo sentido do tempo e espaço como os adultos. Esta vai tomando
estas noções gradualmente. Assim foram estabelecida as seguintes etapas:

1ª etapa: cerca dos 05/06 anos- a criança é capaz de organizar os acontecimentos em “antes e
depois”, a sua compreensão do tempo neste estádio, é ainda muito elementar, e mesmo noções
tão simples como “ontem e amanhã” podem levantar dificuldades. Esta é uma das razões
porque o ensino de Ciências não começa nesta fase.
16

2ª etapa: Cerca dos 8 (oito) anos a criança adquire a noção do passado.

3ª Etapa: Por volta dos 11 (onze)- é capaz de ter a compreensão correcta do nosso sistema de
contagem do tempo. E consegue compreender as implicações das datas e dos espaços.

4ª etapa: Aos 12 (dozes)/ 13 treze anos, o aluno percebe a dinâmica de algumas linhas de
evolução cronológica.

5ª etapa: aos 14 (catorze) anos, o aluno começa a passar do conceito fluido do tempo em
movimento para o tempo mais estático. Concebe o tempo em acção, pode realizar a inevitável
relação existente entre o tempo e o espaço.

6ª etapa: aos 16 (dezasseis) anos adquire a maturidade na compreensão do conceito de tempo


em História.

Recursos para apoiar a abstracção da noção do tempo

O ponto de partida de cada povo ao escrever ou contar a sua história é o acontecimento que é
considerado o mais importante. O uso do calendário facilita a vida das pessoas. Muitas vezes,
contar um determinado acontecimento exige o uso de medidas de tempo tais como século, ano,
mês, dia e até mesmo a hora em que o fato ocorreu. Algumas medidas de tempo muito
utilizadas são:

 Milénio: período de 1.000 anos;


 Século: período de 100 anos;

 Década: período de 10 anos;

 Quinquénio: período de 5 anos;´

 Triénio: período de 3 anos;

 Biénio: período de 2 anos (por isso, falamos em bienal).

Entendendo as convenções para contagem de tempo

Para identificar um século a partir de uma data qualquer, podemos utilizar operações
matemáticas simples. Observe.
17

Se o ano terminar em dois zeros, o século corresponderá ao (s) primeiro (s)algarismo (s) à esquerda
desses zeros. Veja os exemplos:

Ano Século
800 VIII
1700 XVII
2000 XX

Se o ano não terminar em dois zeros, desconsidere a unidade e a dezena, se houver, e adicione 1 ao
restante do número, Veja:

Ano Soma Século

80 0+1 I

324 3=1 IV

1830 18+1 XIX

1998 19+1 XX

2001 20+1 XXI

Outro recursos para apoiar a abstracção da noção do tempo é o grafico de tempo ou bara
cronológica.
O grafico permite a representação sequenciada dos factos segundo a ordem cronológica. Isto
ajuda o aluno a entender a sucessão dos mesmo e o período da sua duração.
Na construção do grafico o aluno deve obedecer os seguintes passos:
1- Traçar duas linhas paralelas e no fim o sinal de continuidade

2- Em seguida, estabelecer uma escala; a partir da qual proceder-se-á a consrtução do grafico


(gradução);
Exemplo: 1,2,4, 5…cm= 1ano, década, século ou milénio
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Acontecimentos

tempo

3- Na parte superior do gráfico colocam-se os acontecimentos ou factos e na parte inferior as datas


ou o tempo.
4- Legenda ela permite a leitura do gráfico e entender quanto vale cada espaço representado no
gráfico

Algumas actividades a realizar para desenvolver a noção de tempo


Primeira actividade
No início do ano lectivo, o professor deve registar no quadro o dia da semana, do mês, o mês e
o ano. Nos dias seguintes, esta actividade deve ser executada pelos alunos até ao fim do ano.
A realização desta actividade, ajuda o aluno no controlo do tempo, a conhecer, sem maior
esforço, os dias da semana, do mês, os meses e o ano.
Segunda actividade
Usando o punho da mão, ensina o aluno a identificar os meses com 28, 30 e 31 dias.
Esta actividade auxilia o alino a descobrir quais os meses com mais dias e os meses com
menos dias.
Terceira actividade
O professr conversa com as crianças, colhendo as idades de cada uma e as regista. Confere
com os documentos, dá informação correcta aos alunos que estiverem enganados, conversa
com a turma sobre a importancia da contagem e registo do tempo.
Mostra ao aluno que a contagem do tempo permite saber a quanto tempo existe a pessoa, a
coisa, a casa, o objecto, o animal etc. e quando começa a história do objecto, da pessoa, do
animal etc.
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Abstracção da noção de espaço

O espaço geográfico é aquele que foi modificado pelo homem ao longo da história. Que
contém um passado histórico e foi transformado pela organização social, técnica e económica
daqueles que habitaram ou habitam os diferentes lugares.

O espaço geografico é o palco das realizações humanas, no entanto abriga todas as partes do
planeta passiveis de serem analisadas, catalogadas e classificadas pelas inumeras
especialidades da ciencia geografica.

Conceito de espaço: é uma extensão superficial limitada, uma extensão indefinida, uma
distância entre dois pontos ou dois corpos. É o conhecimento que cada sociedade possui do
seu espaço, ou seja a forma como a frequentam, ou ainda a ideia que se tem da sua
organização em espaço de vida, espaço social e espaço vivido.

Espaço de vida – conjunto dos locais frequentados por uma pessoa ou grupo social, os quais
se junta um conjunto das interacções.

Espaço vivido – conjunto dos locais do espaço de vida e do espaço social os quais se juntam
valores físico Do espaço de vida e do espaço social os quais se juntam valores físico lógicos
que se ligam aos locais e que se unem os homens por laços maternos.

O jogo e a passagem do concreto para abstracção


A formação do noção de espaço e de fronteira poder-se-á desenvolver a partir de uma série de
actividades e jogos. Uma das actividade, consiste em identicar algumas referencias do espaço
escolar, a fim de que o aluno possa se encaminhar para algo mais do que a mera circulação
utilitária.
Assim o professor deve conduzir a turma para fora da sala de aula. Em seguida pedir que os
mesmo observem atentamento a disposição das salas e representem graficamente, isto é, façam
o desenho no chão. Este desenho deve passar para uma folha de A4; em seguida explicar os
alunos que da mesma maneira que representamos as salas de aula graficamente, também o
espaço onde residimos podemos representá-lo.
Jogo: jogo de domínio
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Dispõem-se circulos de diferentes tamanhos pelo chão. Pede-se as crianças que se distribuam
algumas dentro dos circulos e outras fora deles. Em seguida pergunta-se à turma, "se é
possível o Pedro visitar o domínio da Josefa sem atrvessar nenhuma fronteira?"
Quem é visinho do Abel?
O domínio da Elisa faz fronteira com que dominio?
Observa que niguem definiu teoricamente fronteira e domínio, mas a palavra é introduzida na
actividade de tal maneira que a criança por meio de experiência, interiorize a sua ideia e os
conceitos. Isso porque sua fase de operações mentais é a das operações concretas.
Depois de cada jogo, é necessário pedir as crianças que desenhem em seus cadernos as
fronteiras e domínios, tal como estavam dispostos no chão, pintando-os com cores diferentes.
O registo do jogo do espaço por meio do desenho inicia os alunos no trabalho com as
representações espaciais. A cada reprodução gráfica do jogo, o professor dever’a perguntar à
turma "Este é o jogo que fizemos?"
O passo seguinte consiste em explicar ao alunos que da mesma maneira que representamos o
jogo por meio do desenho, também podemos representar o espaço da nossa localidade, distrito,
província, país e continente. A representação gráfica do espaço faz-se com base na planta
topográfica, mapa, maquete, esquema, fotografia etc.

Luis Inê espaço


a s
limite ou fronteira
Elis
José pedr
o a

Abel Josef
a

Para a representação do espaço os mapas são instrumentos auxiliares. O professor utiliza o


mapa como recurso visual com o objectivo de representar graficamente a realidade. No
entanto o mapa é uma representação e uma abstracção em alto grau do mundo real.
A representação no mapa deve ter em conta o desenvolvimento mental da criança
especialmente em termos de construção do espaço.
O uso do mapa deve ser planificado em função de certos objectivos.
O conceito espaço nos primeiros anos de escolaridade deve ser tratado num nível exploratório.
O tratamento consiste em identificar algumas referências do espaço mais próximo do aluno.
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Por exemplo: o espaço escolar, a localização da escola, a sala de aula, a proximidades das
salas, etc.
Um outro exemplo: para explicar o conceito fronteira poderá partir da sala de aula e
proximidade com as outras.
Nota :O espaço e o tempo estão ligados entre si o tempo existe desde que exista espaço, pois
que tempo é a sucessão de coisas criadas, que só podem existir no espaço universal. A
seqüenciação dos acontecimentos sugere ainda que toda a humanidade seguiu ou deveria
seguir o mesmo percurso, criando assim a idéia de povos “atrasados” e “civilizados” e ainda
limitando as ações humanas a uma ordem evolutiva, representando o tempo presente um
estágio mais avançado da história da humanidade.
22

Actividades:
1. Numa cartolina ou cartão, elabore o gráfico de tempo com as príncipais datas que fazem parte
da tua vida.
2. Faça um levantamento dos jogos locais que ajudam a concretizar o conceito de espaço.
3. Com base num jogo mais praticado explica como desenvolveria a noção de espaço e de
fronteira.

Conceito em Ciências Sociais


Conceito em história - são ideias expressas para descrever grupos de coisas, pessoas,
sentimentos, acções tendo algumas coisas em comum.
Exemplo: classes sociais, revolta, guerra, clã, etc.
O conceito pode aparecer em forma de verbo.
Exemplo: resistir, revoltar, etc.
Conceitos em geografia- são importantes instrumentos de analise do espaco geografica,
constituido a partir das relacoes humanas com natureza, servem como instrumentos para
clarificar as ideias do que esta sendo dito e evitar ambiguidades em realacao ao espaco
geografico estudado.os principais conceitos utilizados pela geografia são lugares,
territorio,regiao e paisagem.
Em história podemos encontrar conceitos concretos e abstractos.

O conceito concreto – são aqueles que se podem caracterizar com mais facilidade, isto é, são
observaveis.É chamado de concreto tudo aquilo que é imutável no sentido de não ser relativo
em relação as circunstancias ou meio envolvente , por exemplo, uma seta , uma azagaia, uma
moeda, um objecto, restos osseos, etc.

O conceito de abstracto - procede do termo latim abstractus e significa uma certa qualidade à
exclusão do sujeito (isto é, daquilo que é caracterizado). Quando a palavra é aplicada à arte ou
a um artista, relaciona-se com o facto de não se pretender representar nem seres nem coisas
concretas sendo dado preferência a elementos de forma, cor, estrutura ou proporção, por
23

exemplo. Como tal, a arte abstracta é o estilo artístico que enfatiza os aspectos cromáticos,
formais e estruturais, acentuando-os, reforçando assim o seu valor e a respectiva força
expressiva. São aqueles de dificil caracterizacao, isto é, não são observaveis.

Importância dos conceitos - Os conceitos são importantes porque desenvolvem capacidades


intelectuais. São basicos para a compreensão de certos periodos historicos e são importantes
para a construção do estudo da historia nas classes seguintes. Criam interesses cognitivos nos
alunos.

Como ensinar conceitos

Ensinar conceitos em história não é tarefa facíl e nem amena. Um professor deve se preocupar
com os métodos que vai adoptar ao trabalhar os conceitos mais propriamente os abstractos.

Os conceitos concretos pode-se mostrar aos aluno através de um objecto dependendo do que
se quer explicar. Por exemplo uma seta, uma azagaia, uma moeda, etc.

Os conceitos abstractos são de dificil aprendizagem. Para que os alunos tenham uma ponte
do abstracto ao real, deve-se ter em consideração a realidade próxima do aluno. Ao trabalhar
na sala de aula o professor deve dar ênfase a história da familia de cada aluno o que o ajudará
a saber a origem de um determinado estudante. Uma outra forma de trabalhar os conceitos
abstracto seria a utilização de filmes históricos em sala de aula é outra grande estratégia do
professor para a construção de conhecimento.

Para a explicação dos conceitos abstractos é necessária a utilização de


exemplos concretos como:

1º - Pode-se utilizar as imagens do texto ou outros objectos trazidas pelo professor,


relacionados com o tema da aula.

2º - Pode-se utilizar a explicação partindo do campo de experiência do aluno. Aqui deve se dar
a oportunidade ao aluno de demonstrar o que conhece, deve levar o aluno a responder partindo
de um jogo, uma brincadeira.

3º - Pode-se utilizar o procedimento de dramatização


24

O texto do livro do aluno e os conceitos

O livro do aluno possui textos e cada texto contém informações e vários conceitos. No livro há
ilustrações que permitem concretizar alguns conceitos.

Deve ser preocupação do professor assegurar que os alunos entendam o significado das
palavras que leêm, ouvem ou utilizam quando se expressam. Muito dos conceitos são novos
para os alunos e sobre alguns dos conceitos os alunos têm apenas ideias vagas.

Muitos destes conceitos são básicos para a compreensão de certos períodos históricos e são
importantes para a continuação do estudo das Ciências Sociais nas classes seguintes.

É necessário decidir sobre conceitos a ensinar sublinhando com os alunos os termos difíceis de
entender pela turma, explicar os conceitos abstractos utilizando exemplos concretos, evitando
tanto quanto poss’ivel as abstrações.

O desenvolvimento de capacidades com base nos conceitos


O desenvolvimento de capacidades dos alunos através das aulas de história, incidem na
capacidade do Homem de formular e resolver os problemas cognitivos, tendo em conta as suas
próprias forças.

Existem traços essências para o desenvolvimento de capacidades com base em conceitos


como:

1ª – Formação de um sistema de habilidades para o trabalho independente.

2ª – Criação de motivos ou interesses cognitivos motivação;

3ª - Desenvolvimento intelectual dos alunos que é o resultado das actividades práticas


diversificadas.

Os factos em Ciências Socais


Facto Geográfico - O facto geográfico é algo que possui uma estrutura extremamente
complexa e resulta da combinação de elementos e factores sólidos. Os factos são
interdependentes e se combinam entre si de formas diversas. Existem factos naturais e
humanos.
Exemplo: por incluir
Factos Históricos – são os acontecimentos que se desenvolveram num determinado lugar
num certo período de tempo. podem ser traduzidos como sendo aqueles relacionados aos
25

enventos políticos, às festas cívicas e às acções de heróis nacionais, factos esses apresentados
de modo isolodo do contexto histórico em que viveram os personagens e dos movimentos de
que participaram. O facto historico pode ainda ser entendido como acções humanas
significativas. Podem ser também enventos mais próximos ou distantes de caracter material ou
mental, que destacam mudanças ou permanencias. ocorridas na vida coletiva.
Assim, por exemplo, dependendo das escolhas didáticas, podem se constituir em factos
históricos as ações realizadas pelos homens e pelas coletividades que envolvem diferentes
níveis da vida em sociedade: criações artísticas, ritos religiosos, técnicas de produção, formas
de desenho, actos de governantes, comportamentos de crianças ou mulheres, independências
políticas de povos.

Princípios especiais em Ciências Sociais

Em Ciências Sociais pode-se consirerar cinco princípios como:

1º - Principio da inter relação entre o estudo do território e o estudo dos componentes

Este principio tem como base o objecto de estudo das Ciências Sociais. Ele difine que o ensino
das Ciências Sociais o estudo dos componentes está directamente ligado ao estudo do
território, assim como o estudo do território esta ligado ao estudo dos componentes.

Esta inter relação torna-se imprescendível no estudo das Ciências Sociais na medida em que se
aplicam princípios importantes para a compreensão e interpretação correcta dos factos e
fenomenos.

2º - Principio da inter relação das Ciências Naturais e as Ciências Sociais

Este princípio tem tambem como base o objecto de estudo das Ciências Sociais e prossupõe
que se o programa exige que um determinado assunto seja tratado do ponto de vista histórico
geográfico, é necessario que o professor o inter relacione com a área das ciências económica.

3º - Princípio da inter relação da estrutura e o desenvolvimento territorial

Como os outros princípios têm a mesma base e prossupõe que no ensino das Ciências Sociais
o estudo da estrutura e o desenvolvimento do território devem ser tratados de modo
interdependente. Estrutura é a organização dum determinado sistema, como por exemplo a
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cidade, sua estrutura interna, estrutura do complexo produtivo. O professor deve ainda ter em
consideração a origem e evolução ou genese de um território.

4º - Princípio da variação de escala

Este princípio prossupoe que a escolha da escala determina o grau de concretização do assunto
a tratar.

Escala significa a relação entre as distâncias medidas no mapa e as distâncias que lhes
corresponde no terreno. No ensino das Ciências Sociaisdeve utilizar-se escalas com dimensoes
diferentes de acordo com os objectivos que se pretende atingir e considerando que a maior
escala permite maior concretização do objecto de estudo e a menor utiliza-se para generalizar,
exigindo maior abstração

5. Principio da comparação permanente com a realidade próxima do aluno

Este princípio difene que a experiência do conhecimento dos alunos sobre o seu próprio país é
a base de aquisição e compreensão de conhecimentos das Ciências Sociais, no geral e, para o
desenvolvimento de capacidades, habilidades, hábitos e valores morais.

Desta forma o professor deve procurar que o aluno desenvolva o pensamento em Ciências
Sociais partindo sempre que possível da sua própria vivência.

A aplicação deste princípio exige do professor uma acção permanente no estudo e observação
dos aspectos históricos geográficos do meio do aluno e que se relacionam com conteúdos do
ensino. Tal procedimento ajuda ao professor a encontrar exemplos concretos conhecidos pelos
alunos que podem servir de base para a concretização do principio enuciado.

Actividades: .
1. Fazer uma dramatização de como trabalhar conceitos abstracto.
2. Identifica alguns factos ou fenómenos geográficos locais que fundamentam os princípios
especiais.
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Autoavaliação:

1. Constrói o gráfico do tempo com as datas mais importantes da sua vida.


2. Elabore o mapa da tua província e localiza o teu distrito.
3. Com base em exemplos concretos demonstre como trabalharia os conceitos fronteiros,
resistência, etc.
4. Utilizando o texto da (4ª, 5ª, 6ª ou 7ª classe), faça a aplicação dos princípios em ciências
sociais.

Chave de Correcção: .
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Bibliografia Complementar:

Duarte, Stela e Lingua, Januario;


28

4ª - Unidade Temática: Os métodos de ensino/ aprendizagem das Ciências Sociais

Duração da Unidade: 6 Horas

Introdução da Unidade Temática:


Esta unidade ira abordar um assunto já visto por vos no Modulo de Psicopedagogia. Por essa
razão em primeiro lugar faremos a revisão dos métodos gerais e depois entraremos nos
métodos específicos em Ciências Sociais.

Evidências Requeridas da Unidade Temática:


Alipca correctamente os métodos específicos;

Combina os diferentes métodos do ensino durante a aula;

Recursos de Aprendizagem:

Métodos de ensino
Conceito de método – caminho a percorrer para a concretização de um determinado
objectivo; meio ou via através da qual se concretiza os objectivos de uma aula.
Conceito de método de ensino – é o conjunto de momentos e técnicas logicamente
coordenadas tendo com vista dirigir a aprendizagem do educando para determinados
objectivos.

Importância dos métodos de ensino


Ajuda a educador a criticar, pesquisar, julgar, concluir, correlacionar, reflectir, etc.
Ajuda o educador a ter criatividade e flexibilidade para escolher os melhores procedimentos,
combina-los, tendo em vista sempre o desenvolvimento das capacidades cognitivas dos
alunos;
Facilita o professor na sua tarefa dinamizadora da aprendizagem dos seus alunos;
Desenvolve as capacidades, aptidões e potencialidades de acordo com os objectivos desejados;
Permite a efectivação eficaz dos objectivos.
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Tipos de métodos
Os métodos são determinados pela relação objectivos e conteúdos. Estes dependem dos
objectivos imediatos da aula como: a introdução da nova matéria, a explicação de conceitos, o
desenvolvimento de habilidades, a consolidação dos conhecimentos, entre outros.
Para se escolher um método deve se ter em consideração os conteúdos específicos e os
métodos peculiares de cada disciplina. A escolha dos métodos deve se ter em conta a
capacidade de assimilação dos alunos, o seu nível de desenvolvimento mental e as
características sócio culturais e individuais. Deste modo temos métodos gerais e os específicos
de cada disciplina.

Métodos gerais
Método expositivo: consiste na explanação da matéria pelo professor, enquanto os alunos
ouvem ou tiram apontamento. Tem sido o método de ensino mais praticado desde a
antiguidade aos nossos dias. Pois entendia-se que aprender era, essencialmente memorizar,
para repetir os conhecimentos transmitidos oralmente pelo professor.
Quando que se deve usar o método expositivo?

Usa-se o método expositivo quando se pretende:

1- Fornecer um conjunto de informações que podem ser facilmente obtidas pelos alunos;

2- Introduzir ou concluir um tema;

3- Recapitular um tema ou sintetizar;

4- Clarificar algumas ideias que não ficaram explicita para todos os alunos

Neste método a actividade dos alunos é receptiva, embora não necessariamente passiva,
cabendo ao professor a apresentação dos conhecimentos e habilidades, que podem ser
expostas.

Trabalho independente
Este método consiste na aplicação de tarefas para serem resolvidos de forma independente
pelos alunos, porém dirigidas e orientadas pelo professor. Este método é empregue quando os
alunos podem realizar correctamente as tarefas dadas, sem que o professor tenha intervenção
directa do professor A maior importância do trabalho independente é a actividade mental dos
alunos para que isso ocorra de forma adequada é necessário que as tarefas sejam claras,
compreensivas e à altura dos conhecimentos e da capacidade de raciocínio dos alunos, tendo o
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professor que assegurar condições para que o trabalho seja realizado e este deve fazer o
acompanhamento de perto.

Método de elaboração conjunta


A forma mais típica desse método é a conversa didáctica, entre o aluno e o professor. Neste
método o professor através dos conhecimentos e experiências que possui, leva os alunos a se
aproximarem gradativamente da organização lógica dos conhecimentos. A forma mais usual
de aplicação da conversa didáctica é a pergunta que pode ser feita pelo professor ao aluno,
como do aluno para o professor. Ao fazer a pergunta o professor deve ter muito cuidado de
forma a levar o aluno a compreender

Método de trabalho em grupo


Este consiste em distribuir temas de estudo aos alunos. Para a realização deste método os
alunos devem organizar-se em grupos. Para o sucesso deste método é fundamental que haja
uma ligação entre a fase de preparação, a organização dos conteúdos e a comunicação dos
resultados

Métodos específicos
Os métodos específicos dependem de disciplina por disciplina.
Na Disciplina de História temos os seguintes métodos específicos:
Progressivo – baseia-se na sequência cronológica dos acontecimentos históricos, desde os
mais antigos aos mais recentes. Geralmente os programas do ensino baseiam-se na
representação cronológica progressiva dos factos históricos por isso, é o mais usado. O
método progressivo está relacionado com a periodização, isto é, num tema de história
começamos do período mais antigo ao mais próximo.
Regressivo – consiste no estudo da história partindo do período mais recente ao mais antigo.
O programa da 4ª classe é o exemplo deste método. Possui vantagens para a iniciação histórica
de crianças por partir do conhecido ao desconhecido, do próximo ao distante e do presente ao
passado.
Genético – este método está relacionado com os acontecimentos ou seja com os factos
históricos onde deve-se ter em conta a relação causa efeito.

Na disciplina de Geografia temos os seguintes métodos específicos:


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Método de observação directa – este método está relacionado com uma aula de Ciências
Sociais quando podemos levar o aluno a observar uma paisagem, um fenómeno, etc. É o
método que permite ver facilmente o que nos rodeia, implica o deslocamento do observador ao
local a observar. Ao aplicar –se este método o aluno deve compreender que a actividade que
ele está a realizar leva-o a relacionar com a sua realidade.
A observação directa pode ser feita de várias maneiras como: através da janela da sala de aula
observando por exemplo a nebulosidade, a chuva, o vento, entre outros aspectos; uma outra
forma seria a realização de uma excursão geográfica; mas o professor pode ainda levar os
alunos a fazerem uma observação directa ao redor da escola.
Método de observação indirecta – este método está relacionado com uma aula de geografia
quando não podemos levar o aluno a observar, dai utilizamos mapas, cartazes, fotos, etc.

Procedimentos de ensino em Ciências Sociais


Os procedimentos de ensino . Estes podem ser: dramatização, visita de estudo

Dramatização
Conceito de dramatização é a acção ou efeito de dramatizçãao. É uma representação de uma
determinada sitiação ou de um facto. É a teatrolização de uma situação real inspirada na
realidade e que pode ser explorada pedagogicamente.

Importância da dramatização
As dramatizações ajudam a criatividade; ajuda a associar a representação aos factos reais;
ajuda a compreeder a realidade, tendo em conta que representam uma reprodução específica
de situações verídicas; ajuda a criar uma situação empatica; ajuda a trazer a realidade social
para a sala de aula; desenvolve as capacidades de exprimir-se com liberdade e com segurança;
ajuda a resolver problemas num grupo; leva o aluno a aprender tecnicas de comunicação.
A dramatização na escola tem como finalidade buscar a participação, o estimulo, o convivio
social, o crescimento cultural. Este tipo de actividade pode ser usada em todas as etapas do
ensino e disciplinas curriculares.
A dramatização é de grande valia, isso porque possibilita uma melhor compreensão dos
conteúdos, promove a socialização, aumenta a criatividade. Ao recorrer a esse tipo de trabalho
o professor terá a oportunidade de avaliar a postura de cada aluno, especialmente ligados ao
comportamento desenvolvido colectivamente ou individual.
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Planeamento de uma dramatização na sala de aula


O professor deve ter em primeiro lugar uma unidade, um tema ou um assunto. A dramatização
pode ser feita no início de uma unidade ou no fim. Quando se faz no início tem por objectivo
levar o aluno a acompanhar com maior atençõo os conteúdos que serão leccionados, desta
forma o aluno terá uma maior capacidade de análise. A realização da dramatização no fim da
unidade levará o aluno a tirar conclusões e procurar soluções. Depois de definir se a
dramatizacao será no inicio ou no fim, o professor deve definir os objectivos a alcançar.
Tendo os objectviovs definidos o professor prepara os papeis de cada aluno a participar na
dramatização; prever os critérios de observação e elabarar uma grelha.
O professor com a ajuda da turma escolher os alunos que irão desempenhar os papeis e o
grupo que ira observar.
O professor explica sucitamente como cada aluno deve fazer o seu papel e os restantes deve
ficar atentos para a análise

Preparação a apresentação da acção


Os alunos combinam entre si como apresentar à cena aos restantes colegas. Durante a
apresentação o grupo de análise vai registando as observações para depois fazer-se a análise.
No momento da análise os alunos fazem comentários e o professor da uma sintese, conclusões
e soluções.

Aspectos positivos da dramatização


Motiva os alunos para formas de expressão; Leva os alunos a conhecimentos entre si; Gera
climas afectivos e pode conduzir a mudanças nos comportamentos;

Excursão ou visita de estudo


A excursão tem um papel importante no ensino das Ciências Sociais pois ela permite que os
alunos: estudem a sua região e adquiram noções gerais; desenvolvam a capacidade de
observação, a curiosidade, o interesse pela natureza, pelo passado histórico, pela vida da
sociedade e outros aspectos que os rodeiam.
Ao realizarem a excursão os alunos desenvolvem habilidades e hábitos de observarem, de
apreciar os que os rodeia, de defender o que é importante para a sociedade.
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A excursão pode ser realizada tendo em conta vários factores como: quando estivermos para
iniciar uma unidade, ou no final da unidade, ou ainda durante a unidade no tratamento de um
assunto.
A excursão é uma actividade didáctica dai que ela deve ser preparada com o mesmo cuidado
de uma aula. Deve se elaborar um plano e o mesmo deve reflectir a preparação, a realização, o
resumo e os resultados da mesma.
A preparação de uma excursão é feita pelo professor e pelos alunos. O professor deve
consultar tudo o que existe sobre o assunto da excursão como por exemplo fazer uma visita
prévia ao local onde se pretende fazer a vista; explorar antecipadamente a região caso trata se
de uma visita ao campo.
Com base na visita feita previamente e nas consultas feitas ao local, o professor elabora um
plano da excursão, um itinerário, o conteúdo do trabalho entre outros dados.
Na realização da excursão e de acordo com o itinerário o professor pode organizar a turma de
várias maneiras: pode dividir os alunos por grupos e ele vai dando a explicação sobre cada
sector a área, esta variante torna se fácil quando o objecto da excursão for de pequenas
dimensões; uma outra variante seria dos alunos seguirem o mesmo itinerário e o professor ou
guia em cada paragem vão explicando o que os alunos observam.
Antes da realização da excursão o professor deve fornecer aos alunos um questionário
referente ao assunto a tratar na excursão.
No final da excursão o professor faz uma breve conclusão e orientam os alunos para
realizarem o resumo.
No resumo dos resultados da excursão o professor organiza uma conversa conclusiva na qual
os alunos intervêm com informes sobre o trabalho realizado e mostram o material obtido.

Actividades:
1. Pesquisa nos vários livros de Didáctica os métodos de ensino adquados para o Ensino das
Ciȇncias Sociais.
2. Após a excursão geográfica, elabora um relatório seguindo o guião fornecido pelo formador.
3. Selecciona alguns métodos de ensino e indica as vatntagens e desvantagens.
4. Faça uma pesquisa sobre os métodos tradicionais.
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Autoavaliação:
1. Com base numa texto da (4ª,5ª,6ª e 7ª classe), faça a aplicação dos métodos específicos em
ciências sociais.
2. Utilizando um texto da (4ª,5ª,6ª e 7ª classe), prepare uma dramatização.
3. Elabore um guião para uma visita de estudo.

Chave de Correcção:
????

Bibliografia Complementar:
Compilaccion; Didactica de la Geografía; Seleccion de temas; Editorial Pueblo y Educacion
Manual da UNESCO para o ensino da Geografia; Biblioteca das Ciências Pedagógicas;
Editorial Estampa; Lisboa; 1978.
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5ª - Unidade Temática: Os meios de ensino

Duração da Unidade: 10 Horas

Introdução da Unidade Temática:


Nesta unidade os formandos vão conhecer os meios de ensino em ciências sociais ao mesmo
tempo que vão poder elaborar os meios.
O formando ao elaborar os meios de ensino terá uma ligação com o módulo de Educação
visual ou mesmo com a comunidade dependendo do tipo de meio. A elaboração dos meios de
ensino devera ser feita através de material local.

Evidências Requeridas da Unidade Temática:


Selecciona correctamente os meios de Ensino;

Constrói alguns meios de ensino, tais como mapas, maquetes, globos, usando material local;

Explora correctamente o livro do aluno durante as aulas.

Recursos de Aprendizagem:
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Mapa é uma representacao visual de uma região. Os mais conhecidos sao representacoes
bidimensionais de um espaco tridimensional.

Os mapas representam e sintetizam informações históricas, políticas, económicas, físicas e


biológicas de diferentes lugares do mundo.

A ciência da concepção e fabricação de mapas designa-se cartografia.

Classificação dos mapas

Podemos encontrar na classificação dos mapas duas classificações os mapas físicos e os mapas
humanos.
Mapas físicos podem ser: geomorfologicos, climáticos, hidrográficos, biogeográficos.
Os mapas geomorfológicos representam as características de relevo de uma região; os mapas
climáticos indicam os tipos de clima que actuam sobre uma região; os mapas hidrográficos
mostram os rios e bacias que cortam uma região e por último os mapas biogeograficos
apontam os tipos de vegetação que cobrem uma determinada localização.
Mapas humanos podem ser político, económico, demográfico e histórico.
Os mapas políticos apontam a divisão do território em países, estados, regiões, municípios,
etc; mapas económicos indicam as actividades produtivas do homem em determinadas regiões;
mapas demográficos apresentam a distribuição da população em determinada região e mapas
históricos apresentam as mudanças históricas ocorridas em determinadas regiões.

Elementos de um mapa

Titulo: nome que indica o que o mapa esta representando, contendo informações como o
recorte espacial, o periodo de tempo e a temática em geral;
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Escala: informação de quantas vezes o terreno real foi reduzido em relação ao mapa;

Legenda: indentifica os simbolos e as cores usadas no mapa;

Orientação: aponta no mapa o rumo da rosa dos ventos;

Fonte: entidade responsavel pela realizacao do mapa.

O mapa constitui um meio de ensino imprescindivel no estudo das Ciências Sociais, uma vez
que representa total ou parcialmente a Terra e a localizacao dos factos Históricos geográficos.

O mapa deve ter algumas características como:

Deve ser claro, com cores bem definidas, tracado nitido, poucas palavras imprensas;

Deve ser preciso, representando exactamente o facto a que se refere.

Ao utilizar o mapa o professor deve ter em conta o seu tamanho de modo a permitir que os
alunos que se sentem no fundo da sala possam ver.

Mapas Murais

O seu valor é puramente didáctico, mas podem ser tão expressivos que um professor
experiênte é capaz de dar uma aula inteira sobre um continente ou região, limitando-se a
comentar, duma maneira inteligente, o mapa mural. A missão da cartografia mural é pôr em
evidência, com clareza, factos fundamentais que é impossível fazer sobressair devidamente
nos mapas do atlas.

Esboços Geográficos

Os esboços geográficos que o professor desenha no quadro e aqueles que o aluno deve fazer
por si mesmo, no seu caderno diário, constituem um instrumento excelente de aprendizagem
geográfica.

Caracteristicas que devem reunir:

Simplicidade – devem ser mais simples que o mapa, mostrando apenas o essencial
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Não empregar sinais irracionais, falhos de sentido geograficos, tais como série de picos para o
relevo, linhas paralelas ao litoral para representar o mar etc.

Traços vigorosos. Os traços vacilantes produzem muito mau efeito

Uma certa precisão no desenho. Nunca reproduzir mapas de memórias

Todo o mapa que se desenha na aula deve ter a sua pr’opria significação. Deverá sempre
obedecer a um fim concreto. É aconselhável o uso ou emprego do escantilhão.

Passos a observar no emprego do esboço geográfico:

1- Introduzir o seu uso nos primeiros anos, precisamente na fase que vai dos 11 aos 14 anos, os
nesta fase existe o gosto especial para desenhar mapas. Convem aproveitar esta circunstância
para resumir o maior número possível de factos em mapas diferentes e variados. Á medida que
os alunos das clsses iniciais vão compreendendo o significado dos esboços, realizarão este
trabalho com gosto e os factos gravar-se-ão muito melhor na memória.
2- Introduzir o seu uso de maneira gradual. Que os alunos se habituem, antes de mais, a reproduzir
contornos com facilidade, fazendo sobressair as linhas fundamentais. Uma vez aprendido isto,
poderão elaborar pouco a pouco mapas regionais com mais detalhes.

3- Não permitir que os alunos copiem ou decalquem os esboços a partir do atlas

Maquete geográfica ou modelo topográfico reduzido - é uma miniatura de qualquer parte


da superfície terrestre vista em três dimensões, construída conforme os preceitos cartográficos
e geográficos.

A maquete pode ser usada para diversos fins como: para mostrar onde estão os lugares,
mostrar a relação sociedade natureza que é o meio ambiente.

A maquete é um recurso didáctico que permite a visualização tridimensional do relevo,


apresentando de forma clara a noção de espaço.
As maquetes são modelos que reproduzem de forma reduzida e esquemática factos e acidentes
geográficos. Pode se fazer maquetes para representar montanhas, planatos, planicies, vale,
depressões,diferentes tipos de costa, ilhas, penínsulas, baías, cabos, entre outros.
Estas moldagem pode ser feita de argila, gesso, barro, plasticina.
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Os passos para a construção da maquete seriam:

- desenhar em folha fina o contorno geral do mapa;

-desenhar no mesmo tipo de folha toda curva de nível de menor altitude

-desenhar em folhas separadas cada uma das curvas de nível mapeadas

-cole cada uma dessas folhas sobre isopor de meio centímetro;

-recorte as curvas do isopor, usando agulha quente

-cole as peças (as curvas), montando o relevo: as curvas de maior altitude sobre as de menor,
até o topo das montanhas mais altas;

- cobrir com papel “marchê” (papel toalha ou higiênico aplicados com pincel embebido de
mistura cola branca-água) para facilitar a aplicação da massa corrida, que eventualmente pode
até ser desnecessária;

-caso ache necessário, passar massa corrida para eliminar os degraus que restarem e depois
pintar.

- o trabalho pode ser feito em EVA, papelão ou outro material, o essencial é manter a
equidistância e o mesma espessura do material para cada curva.

- calcular o exagero vertical como veremos a seguir.

Tento ilustrar abaixo: Crie uma paisagem da sua imaginação, abaixo criei uma colina em
curvas de nível e vou fazer uma maquete com ela.
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Globo terrestre

O Globo terrestre é um modelo a escala tridimensional da Terra sendo a única representação


geográfica que não sofre distorção.

O Globo terrestre pode montar-se em um ângulo, o que o faz mais fácil de usar representando
ao mesmo tempo o ângulo do planeta em relação ao sol a seu próprio giro. Isto permite
visualizar facilmente como alteram os dias e as estacões.

O globo é um modelo em miniatura da terra, possuindo uma serie de vantagens em relacao ao


mapa. No globo não se alteram as distâncias entre os diferentes pontos e conservam-se as
proporções correctas das superficies representadas. As formas e contornos neles com são
semelhantes aos que existem realmente na terra.

O uso do globo é muito geográfico e, para certos assuntos, é mais útil que o atlas. Vejamos em
que ocasiões pode usar-se o globo com vantagem sobre o mapa:

1- Temas que tratem de direcções, localizações, etc.


2- Relações entre os continentes, distribuição de terras e mares etc.

3- Ligações entre fenómenos na totalidade da superfície do plano. O globo constitui o único meio
para que os alunos cheguem, muitas vezes, a aperceber-se da unidade física da terra, reduzida
a fragmentos nos mapas, e inclusivamente nos planisférios, que se deixam ver alguma relação
deste tipo, dão-na completamente falseada.
41

Podemos encontrar os seguintes tipos de globo: globos de superficie lisa, globos moldados que
permitem observar as altitudes e as profundidades, e existem globos mudos que permitem que
se façam representações.

Atlas geográfico – alguns pedagogos consideram o atlas geografico ou mesmo historico como
um “ dicionário” cuja a sua utilização é indispensavel no estudo das Ciências Sociais. O altas
traz uma diversidade de mapas com temas diferentes o que possibilita ao aluno realizar
diferentes actividades em pouco tempo. É importante a confrontação de mapas entre si, este
procedimento possibilita descobrir as relações recíprocas entre os diferentes factos e
estabelecer as leis mais simples da natureza.

Entre as principais serviços que o Atlas escolar proporciona no ensino de Ciências


Sociais, podem enumerar-se os seguintes:

É um livro de referencia. Por isso o aluno deve conhecê-lo a fundo, tanto ou mais que o
próprio livro;

É dicionário geográfico. Todo o bom atlas deve estar provido do correspondente índice;

É um instrumento de coordenação excelente; nada melhor do que as leituras no atlas para ligar
conhecimentos que poderiam ficar desconexos.

É um meio eficaz para efectuar revisões rápidas e sintéticas sem o perigo do memorismo.

É um meio insubstituível para pôr em evidencia as ligações entre as três categorias de factores:
físicos, biológicos e humanos. Para isso os alunos terão de comparar os diferentes tipos de
mapas que todo o atlas costuma incluir (climáticos, de relevo, económicos, demográficos, etc.)
e tirar daí as relações existentes entre os mesmos.
42

Material fotográfico (fotografia)

Vejamos a utilidade das fotografias como materiais de ensino:

 Constituem um magnífico instrumento para dar realismo ao ensino das ciências Sociais,
particularmente para os conteúdos geográficos. Na impossibilidade de observar o local, a
fotografia ajuda o aluno a imaginar, dum modo mais ou menos exacto, as paisagens que se
descrevem. Daí que a exposição oral deve ser apoiada pela análise de fotografias.
 Implica um exercício grande das faculdades de observação, reflexão e análise. O diálogo, bem
orientado pelo professor, facilitará que os alunos cheguem às conclusões pretendidas.

 São uma excelente ajuda para fixar e associar ideias. Convém obrigar os alunos a aplicar, por si
próprio, os conhecimento tirados da análise duma fotografia

 São meios de estudo e revisão da matéria

 Convenientemente utilizadas, podem ser um recurso de que o professor dispõe para examinar o
gau de solidez dos conhecimentos adquiridos

 Para os alunos são sempre uma boa fonte de interesse


43

Livro do aluno

Livro do aluno – é um material principal para os alunos, constituindo a sua fonte mais
importante

Elementos do livro do aluno

Elementos verbais: textos com elementos descritivos; outros elementos integrantes do texto
(tabelas, quadros e frases em destaques) e (resumo, tarefas, exercícios, indice e glossário)

Elementos não verbais: imagens (fotos, desenhos e esquemas); gráficos (barra,


circular,tempo); elementos cartográficos (mapas) e elementos estatísticos.

Como trabalhar com o livro do aluno

O trabalho como o livro do aluno, realiza-se através do estudo independente. Para o sucesso é
necessário utilizá-lo durante as aulas. Daí que a tarefa do professor será de oreientar os alunos,
ensinando-lhes o que deve ser objecto de atenção, ajudando-lhes a distinguir o essencial do
secundário.

No inicio do ano escolar o professor deve familiarizar os alunos com o livro, explicando-lhes
as caracteristicas do mesmo; apontando a importancia dos mapas, das ilustrações; dos quadros;
dos questionários e das tarefas constantes no livro. Na marcação do trabalho independente o
professor deve:

Indicar a página;

Elaborar perguntas de acordo com o texto que os alunos deverão ler

Deve elaborar perguntas de resposta directa de acordo com o texto, alternando com outras que
não são de resposta directa.

A função da imagem no livro do aluno

A imagem do livro escolar não pretende ser um mero substituto da palavra do professor, mas
ajudar o aluno e o professor na exploração dos conteudos das Ciências Sociais. Portanto são
várias as funções que ela desempenha:
44

Função Motivadora- implica uma minima interação texto imagem, visa despertar o interrese
do aluno para a descoberta daquilo que o documento contem.

Função vicarial- pressupõem a substituição de uma realidade pela imagem. É mais para o
caso de realidades que resistem à tentativas de apresentação verbal. A informação oferecida
pela imagem é insubstituivel.

Função catalizadora de experiências- visa despertar as experiência acumuladas pelo aluno;


estimulando a participação do aluno na aula, trazendo as sua vivencias e associá-las aos
conteúdos da aula.

Função informativa- para levar o aluno a obter informação

Função explicativa- visar dar explicação de um determinado fenómeno ou facto


histórico/geografico

Função estética- limita-se a alegrar a capa, uma página do livro ou a preencher espaços
vazios.

Função redundante- visa dar enfase um determinado facto ou fenómenos.

Actividades:
1. Recolha algumas imagens que ajudam o estudo de certos conceitos.
2. Elabora um mapa de relevo da sua zona.
3. Com base nos materiais locais construa uma maquete e um globo.
4. Usando o escantilhão elabora um esboço do mapa de Moçambique.

Autoavaliação:
1- Como se classificam os mapas?
2- Menciona os elementos de um mapa.
3- Explica a importancia da legenda no mapa.
4- Descreva as caracteristicas de um esboço geográfico.
5- Quais os passos a observar no uso do esboço geográfico?
45

6- Explica a importancia do maquete.


7- Indica três passos a observar na construção do maquete.
8- Identtifica o momento em que devemos usar o globo.
9- Explica a imortancia do atlas nas aulas de Ciências Sociais.
10- Explica o papel da fotografia como material de ensino.
11- Como trabalhar com o livro do aluno?
12- Explica três funções da imagem no livro do aluno.

Chave de Correcção: .
1. Ver pagina 30
2. Ver pagina 31
3. Ver pagina 32
4. Ver pagina 32
5. Ver pagina 32
6. Ver pagina 32
7. Ver pagina 33
8. Ver pagina 34
9. Ver pagina 35
10. Ver paginas 35 e 36
11. Ver pagina 37
12. Ver pagina 37 e 38.

Bibliografia Complementar:
PLANS, Pedro: Didáctica da Geografia, Companhia Editora do Minho,1969
BARCA,Isabel e M. Schmidt, Educação Histórica, Centro de Investigação em Educação,
Instituto de Educação e Psicologia, Universidade de Minho, Braga,2009
Manual da UNESCO para o ensino da Geografia; Biblioteca das Ciências Pedagógicas;
Editorial Estampa; Lisboa; 1978.
46

6ª - Unidade Temática: Planificação

Duração da Unidade: 14 Horas

Introdução da Unidade Temática:


Esta é a sexta unidade. Nesta unidade vamos trabalhar com conteúdos que fomos aprendendo
ao longo do módulo. Pode se dizer que esta unidade é a síntese de tudo o que fomos
aprendendo, pois aqui se enquadram desde os objectivos, funções didácticas, métodos, meios,
princípios em ciências sociais, conceito em ciências sociais. Esta unidade vai nos levar as
actividades práticas de leccionação.

Evidências Requeridas da Unidade Temática:


Constrói um plano de aula;

Reconhece o valor da planificação

Aplica o domínio dos objectivos

Separa os objectivos de acordo com os domínios

Obedece as normas que orientam a definição dos objectivos;

Formula correctamente os objectivos

Esquematiza a aula de acordo com as funções didácticas;

Determina os conteúdos a desenvolver em cada função didáctica.

Recursos de Aprendizagem
Planificação de uma aula de Ciências Sociais

A aula é uma forma básica de organização do processo de ensino aprendizagem. Ela pode ser
considerada como um periodo determinado de tempo, num determinado espaço e condições
em que o professor estimula o processo de ensino aprendizagem com o proposito de alcançar
objectivos previamente estabelecidos, tendo como aspecto importante a assimilação consciente
e activa dos conteúdos de ensino por parte do aluno. Para que isso aconteça, a aula deve ser
cuidadosamente planificada.
47

Para a planificação de uma aula é necessário que antes os grupos de disciplina ou de classe,
façam primeiro uma planificação trimestral ou semestral e ainda uma planificação temática.

A planificação trimestral ou semestral deve ser feita de acordo com o plano de estudo
fornecido pelo Ministério. A planificação temática consiste em distribuir racionalmente por
horas cada tema do programa, com uma indicação sobre os métodos e meios de ensino
aprendizagem.

Ao planificar uma aula de Ciências Sociais o professor deve considerar dois aspectos
fundamentais que são os aspectos das Ciências Sociais e o aspectos pedagógico. Deste modo,
o professor deve estudar e conhecer o programa de ensino, o manual do professor,o livro do
aluno, entre outros.

Ao seleccionar a bibliografia deve se ter em consideração à mais actualizada em relação ao


conteudo da aula. É necessario verificar se o material tem relação com o programa de ensino e
corresponde ao desenvolvimento intelectual d os alunos.

Pré- requisitos para uma boa planificação

Os pré –requisitos para uma boa planificação refere-se a um conjunto de informações e de


conhecimentos prévios, considerados necessários para que os alunos possam compreender os
contúdos dos programas. Os pré- requisitos são o conhecimento, as atitudes e aptidões
indispensaveis à aquisição de outros.

Na planificação de uma aula deve-se ter em conta os seguintes elementos:

1º - Funções didácticas

2º Tempo de cada função de didáctica

3º Os conteúdos

4º A definição dos objectivos

5º - Princípios específicos em Ciências Sosciais

6º Competências básicas

7º Actividades do aluno e professor

8º - Os métodos de ensino( gerais e específicos)

9º - Os meios de ensino
48

9º - Um cabeçalho onde deve constar a Unidade temática, o tema, o subtema caso tenha ou o
assunto, a duração total da aula, o nome da Escola e do professor.

Importância da Planificação de uma Aula

A planificação de uma aula é importante pois ela ajuda o professor na selacção das
actividades de ensino e aprendizagem, ás quais se associam aos objectivos, conteúdos,
metodologia e técnicas de avaliação.

A planificação de uma aula ajuda o professor na organização, execução, controlo e utilização


correcta do tempo disponível.

A planificação da aula é importante pois ajuda o professor a fazer uma auto avaliaçãono final
da aula.

A importância da planificação encontra-se no acto de planear não apenas no nosso dia-a-dia,


mas principalmente, no dia-a-dia da sala de aula.
É importante planear pois facilita o trabalho tanto do professor como do aluno. A planificação
reveste-se de grande importância, poi é um instrumento direcional de todo o processo
educacional.
A planificação estabelece e determina as grandes urgências, indica as prioridades básicas,
ordena e determina todos os recursos e meios necessários para a consecução de grandes
finalidades, metas e objectivos da educação.

Funções Didácticas (Revisão)


Temos quatro funções didácticas nomeadamente: Introdução e Motivação; Mediação e
Assimilação; Domínio e consolidação e Controle e Avaliação.

A primeira função didáctica ou seja Introdução e Motivação - refere-se no início da aula


onde o professor deve iniciar a aula preparado o aluno para tal. O professor deve criar um
clima de acordo com que o aluno assista a aula num bom ambiente.

A segunda função didáctica ou seja a Mediação e Assimilação – o professor transmite os


conteúdos da aula e os alunos por sua vez vão assimilando os conteúdos transmitidos.

A terceira função didáctica ou seja Domínio e consolidação – o professor procura verificar


até que ponto os alunos têm o domínio dos conteúdos adquiridos e procura consolidar os que
não foram dominados.
49

A quarta função didáctica ou seja Controle e Avaliação – aqui o professor faz um controle
dos conteúdos leccionados durante a aula e por fim a sua avaliação.

Modelo de plano
Unidade Tematica: Disciplina:

Tema: Data:

Tipo de aula: Nome do professor:

Duração da aula:

Função Conteúdos Objectivos Principios Competências Actividades Métodos Meios


didactica/ Específicos Específicos Básicas Gerais e de
Tempo Prof. aluno Específicos Ensino

Introdução e
Motivação
Mediação e
assimilação
Dominio e
consolidação

Controle e
avaliação

A definição dos objectivos descreve os resultados da aprendizagem dos alunos (revisão )


Os objectivos educacionais descrevem o saber, saber fazer e saber ser do aluno, isto é, os
resultados da aprendizagem e da formação dos jovens. Os objectivos educacionais ao
descrevem aquilo que o aluno deverá atingir indicam também a experiência educacional
necessária para que o objectivo seja atingido.

Os objectivos antecipam os resultados esperados do trabalho conjunto do professor e dos


alunos, expressando, conhecimento, habilidades e hábitos a serem adquiridos, de acordo com
as exigências metodológicas.

Hierarquia dos objectivos


De uma maneira geral, pode-se dizer que, para além dos objectivos estabelecidos ao nível da
política educativa pelos órgãos do poder, é fundamental que se definam os objectivos
educacionais a três níveis:

- Ao nível do ministério da educação, propostos pelas autoridades pedagógicas, definem-se os


objectivos de cada nível;
50

- Ao nível das equipas que elaboram o programa de cada disciplina ou dos professores
quando faltam objectivos explícitos formulados nos programas, definem-se objectivos gerais
da disciplina;
- Ao nível do professor, quando na sua actividade quotidiana clarifica os objectivos gerais
expressando-os de forma a traduzirem um comportamento observável objectivos operacionais,
específicos ou compartimentais.

Regras para a definição dos objectivos


1ª - Os objectivos devem estar de acordo com o nível de desenvolvimento mental dos alunos;

2ª Deve-se partir dos objectivos gerais para os específicos;

3ª - Deve-se partir ainda dos conceitos ou noções mas simples para as mais complexas;

4ª Os objectivos devem ser estruturados numa sequência gradativa e inter-relacionada.

Normas para uma correcta divinação dos objectivos


1ª Os objectivos devem exprimir o resultado da aprendizagem a ser atingido pelo aluno.

a) Um objectivo de ensino deve exprimir o resultado que pretendemos atingir;


b) O objectivo não deve exprimir o que o professor vai fazer, mas sim os resultados que se espera
do aluno;
c) O objectivo deve expressar a actividade do aluno em termos de conduta.
2ª Definição dos objectivos / orientação do ensino

Os objectivos podem ser definidos de duas maneiras:

a) Enumeração das condutas especificas a demonstrar pelos alunos;


b) Definindo primeiro o objectivo de carácter mas geral e determinando em seguida através de
uma amostra a conduta especifica.
3ª Definição dos objectivos geraiS

a ) os objectivos gerais devem definir-se com um verbo que exprime o nível de generalidade
de que se pretende;

Exemplo: verbos conhecer, compreender, reconhecer, analisar, aplicar, resolver, julgar,


integrar, etc.

b) Só se deve incluir em cada objectivo um resultado de aprendizagem.


51

4ª Definição de objectivos específicos

a) Colocar, sob cada objectivo geral uma lista de resultados específicos;


b) Enunciar os objectivos específicos com verbos que indiquem comportamento observável;
c) Convém seleccionar condutas específicas que sejam importantes e adequadas ao objectivo
geral que descrevem.

Vantagens da formulação dos objectivos


1ª - É um princípio básico duma correcta planificação;

2ª - É uma forma de racionalizar o processo de ensino- aprendizagem;

3ª - É a forma mais adequada para consciencializar os valores e fins da educação;

4ª - Torna transparente a prática pedagógica;

5ª - Torna possível comunicar com os alunos, pais ou encarregados de educação;

6ª - É a base necessária para seleccionar os métodos e meios de ensino- aprendizagem;

7ª - Constitui a base para um auto – aperfeiçoamento contínuo;

8ª - É essencial para o direccionamento do processo de ensino – aprendizagem.

Actividades:
1. Recolha algumas dosificações das escolas próximas e faça o estudo sobre: a estuturação dos
conteúdos e a definição da competências requeridas.
2. Elabore um plano de aula utilizando o modelo proposto.
.

Autoavaliação:
1. Indica os pré-requisitos para uma boa planificação.
2. Menciona alguns elemento a ter em conta na planificação de uma aula.
3. Quais as funções didácticas a ter em conta na estruturação do plano de lição?
52

4. Explica em que momento ocorre a mediação/assimilação.


5. Explica a importancia da última etapa da aula.
6. Menciona duas normas a observar para uma correcta definição dos objectivos.
7. Quais as vantagens da definição dos objectivo?
8. Quais as vantagens do ensino por competências?

Chave de Correcção: .
1. Ver pagina 41
2. Ver pagina 41
3. Ver pagina 42
4. Ver pagina 43
5. Ver pagina 43
6. Ver pagina 44
7.
8. Ver pagina

Bibliografia Complementar:
Penteado, Heloísa Dupas; Metodlogia de Ensino de História e Geografia;
Complilacción; Didáctica de la geografía; Selección de Temas; Editorial Pueblo y Educacción.
53

7ª - Unidade Temática: A avaliação

Duração da Unidade: 6 Horas

Introdução da Unidade Temática:


A avaliação está presente em todos os aspectos da nossa vida e orienta-nos para a tomada de
decisões colectivas ou individuais. Neste sentido é essencial desmistificar o processo de
avaliação e motivar as crianças para o desempenho da sua actividade envolvendo-as mais no
processo de ensino e aprendizagem.
A presente Unidade didáctica aborda aspectos importantes da avaliação como são o conceito,
objectivos, funções e tipos de avaliação.

Evidências Requeridas da Unidade Temática:


Elabora uma avaliação
Sistematiza as perguntas de acordo com os níveis de conhecimento

Recursos de Aprendizagem:
Avaliação - o conceito esta ligado ao acto de avaliar. A avaliação é uma função didáctica do
processo de ensino aprendizagem necessariamente presente em cada momento da aula, e que
constitui um guia importante da actividade docente.
Com a avaliação o professor tem um controlo do rendimento da aprendizagem e das
modificações do comportamento do aluno, obtém informações sobre a correspondênciados
objectivos defenidos e os resultados.
Deste modo pode se entender que a avaliação é um processo sistemático e planificado de
recolha de informação destinada a formular juízo de valor com base nos quais se tomam
determinadas decisões. Também pode ser definida como um processo de recolha e
interpretação sistem”atica de informações que implicam juízo de valor com vista a tomar
decisões.
54

Em suma avaliar é:

 Reflectir sobre o processo de ensino-aprendizagem;

 Reflectir sobre acção do professor na sala de aula, sobre actividade do aluno, do encarregado de
educação e da comunidade escolar;

 Determinar a extensão em os objectivos educacionais foram alcançados, incluindo descrições


qualitativas e julgamentos de valor sobre os comportamentos dos alunos;

 Verificar o grau de aplicação dos objectivos que permite a localização das dificuldades do
progresso do aluno;

 Identificar a causa das falhas e até mesmo a análise do processo individual de aprendizagem de
cada aluno;

 Testar os próprios programas de ensino e sua adequação ao trabalho do professor.

Finalidades da avaliação
A avaliação tem as segintes finalidades:
Recolher a informação que seja válida tanto para o professor, assim como, para o aluno, para a
tomada de decisões adequadas;
Proporcionar o apoio a um processo a decorrer, contribuindo para a obtenção de resultados da
aprendizagem;
Auxiliar o professor e o aluno na busca de soluções para sanar algumas dificuldades;
Determinar a selecção de métodos eficazes para uma situação específica da aula;
Dar a conhecer ao aluno e ao professor se os objectivos estão a ser ou não alcançados.

Ver o que os alunos aprenderam ou não


aprenderam

Ver as áreas de fácil ou difícil compreensão

Objectivos da
Ver as mudanças necessárias ao processo de
avaliação
ensino-aprendizagem

Estimular a aprendizagem dos alunos


55

Funções da avaliação
As funções da avaliação são várias e estão estreitamente ligadas aos tipos de avaliação, na
medida em que estas operacionalizam os últimos, onde se distinguem as seguintes:
Função Diagnóstica
Tem como finalidade, esclarecer condições e possibilidades de aprendizagem ou de execução
de uma determinada tarefa por parte do aluno, ou seja, pretende averiguar em que medida são
relevantes ou não os pré-requisitos que o aluno possui no início do ano lectivo ou de uma
unidade temática.
Por tanto, a função diagnóstica tem lugar tanto no início do ano lectivo como no início de cada
unidade temática ou mesmo durante uma aula, ela visa:
 Saber se os alunos possuem as capacidades necessárias e básicas para o início de uma certa
aprendizagem;
 Permitir ao professor decidir se pode voltar a abordar parcila ou totalmente a matéria ou iniciar
a unidade seguinte;
 Determinar as áreas de fácil ou de difícial compreensão;
 Melhorar o processo de ensino.
Função Formativa
Ela ocorre no decurso de cada etapa de aprendizagem, onde o professor de tempo a tempo
propõe pequenos exercícios para colher informações não só para si como para o aluno, que
incluem pequenas perguntas relactivas a todos os objectivos que se estão a procurar atingir.
Deste modo a função formativa é, portanto, contínua e sistemática, ela visa:
 Acompanhar a evolução de cada aluno;
 Registar os progressos e os retrocessos do processo de ensino-aprendizagem;
 Garantir a homogeneidade dos alunos no que diz respeito as possibilidades de aprendizagem;
 Inteirar-se dos objectivos de ensino, verificar se estão sendo ou não alcançados e determinar o
que é necessário fazer para melhorar o desempenho do aluno individual ou colectivamente;
 Orientar o aluno quanto ao trabalho escolar, procurando identificar as suas dificuldades de
modo a ajudá-lo a descobrir caminhos que lhe permitirào um progresso na sua aprendizagem.
Função Sumativa
A função sumativa visa:
 Realizar um balanço final do conjunto que resulta, parcialmente, de uma série de avaliações
contínuas;
56

 Permitir a tomada de uma decisão sobre a progressão ou retenção e atribuição do diploma ou


não
 Hierarquizar os alunos atrvés dos seus resultados.
Tipos de avaliação
No processo de Ensino-Aprendizagem destacam-se três tipos de avaliação:
Avaliação diagnóstica
Visa verificar se o aluno está ou não na posse de certas aprendizagens anteriores que servem
de base a unidade que se vai iniciar, isto é, se possui os pré-requisitos ou pressupostos básicos
para novas aprendizagens.
Avaliação formativa
Orienta o aluno e o professor no trabalho escolar ou pedagógico, procurando localizar as
dificuldades para ajudar o aluno a descobrir os processos que lhe permitirão progredir na sua
aprendizagem.
Avaliação sumativa
A avaliação sumativa pretende ajuizar o progresso realizado pelo aluno no final de uma
unidade de aprendizagem. Esta avaliação corresponde a um balanço final, a uma visão de
conjunto de um todo, e só tem sentido efectivar-se quando o professor tem matéria que
justifique tal avaliação.
A avaliação sumativa é importante no final de uma ou mais unidades didácticas ou partes de
um programa ou o programa de todo o ano escolar até de um ciclo.

O que se deve ter em conta na elaboração de uma avaliação


O processo de ensino-aprendizagem visa a formação da personalidade. Assim é importante
que a avaliação incida sobre todos os aspectos da sua formação, onde se deve destacar
perguntas de:
Memorização, Apreensão, Aplicação, Análise, Sintese, Avaliação.
57

Níveis de Aprendizagem

Nível ou categoria Objectivos Capacidades a adquirir

Memorização ou de Lembrar informações sobre: Definir, descrever, identificar,


ordenar, memorizar,
Conhecimento/Lembrar Factos; datas; palavras; teorias; reconhecer, reproduzir, listar,
métodos; lugares; regras; …
procedimentos; classificações etc.

Classificar, descrever, discutir,


converter, explicar, generalizar,
Compreensão/Entender Entender a informação ou facto, identificar, inferir, reconhecer,
captar o seu significado, utilizá-la redefinir, seleccionar, traduzir,
em contextos diferentes situar, ….

Interpretar, aplicar, construir,


demonstrar, empregar, esboçar,
Aplicação/Aplicar Aplicar o conhecimento em ilustrar, operar, praticar,
situações concretas. resolver, preparar, programar,
usar, …

Analisar, calcular, comparar,


discriminar, distinguir,
Análise/Analisar Identificar as partes e suas inter- examinar, experimentar, testar,
relações esquematizar, questionar, ….

Compor, construir, criar,


desenvolver, estruturar,
Síntese/sintetizar Combinar partes não organizadas formular, modificar, montar,
para formar um todo organizar, planejar, projectar,
etc.

Avaliar, criticar, comparar,


defender, detectar. Escolher,
Avaliação/avaliar Julgar o valor do conhecimento estimar, explicar, julgar,
seleccionar etc

Fonte: Taxonomia de Bloom (Bloom:1956)

Princípios a observar na elaboração das avaliações


A elaboração de perguntas apropriadas de uma avaliação requer bastante atenção e deve
obedecer a certos critérios:
 Ter presente os objectivos e conteúdos mais tratados na sala de aula;
58

 Conceber mais perguntas do que as necessárias para depois se seleccionarem as mais


adequadas;
 Identificar correctamente as pergunta
 As perguntas devem ser completamente independentes uma das outras, ou seja, a resposta a
uma não deve depender de uma resposta dada anteriormente;
 O tempo para a realização da avaliação deve ser calculado em função da velocidade média da
realização da turma;
 As perguntas não devem incidir no mesmo nível de aprendizagem. Para tal o professor deve
elaborar a grelha de avaliação;
 A cotação e correcção da avaliação deve ser planificada pelo professor tendo em conta o
seguinte:
 Distribuição dos pontos pelas alíneas das perguntas de maneira a só se operar em números;
 Distribuição das cotações de acordo com o grau de dificuldades das perguntas.

 A formulação do teste de avaliação.

(Grelha de avaliação)

Unidade Nível de Cotação


Temática Aprendizage
Conteú Objectivo Pergunta m Possível Resposta Parc Total Obs
do ial

Identificar Identifica Conhecimen Núcleo, manto e crosta 0,5 1,5 val


as camadas as to x2
A da terra camadas
Terra da terra

// Caracteriza Caracteriz Crusta ou crosta –


r a mais a a zona mais superficial,
superficial camada compreensã que representa a zona
mais o menos espessa (é
superficial comparável com a
película delgada de
uma casca de cebola).
Pode atingir a
profundidade média
aproximada de 40km
sob os continentes
59

Actividades: .
1. Recolha as avaliações ealaboradas nas escolas próximas do seu Instituto, e verifica:
a) Se obedeceram as normas exigidas.
b) Refaça-as seguindo os passos estudados nas aulas.
2. Faça uma pesquisa nos livros de Didáctica, sobre os passos a seguir na elaboração de uma
avaliação.
3. Pesquisa no programa de ensino ou nos regulamentos de avaliação quantas avaliações
sumativas o aluno do ensino básico deve ser submetido durante um ciclo.

Autoavaliação:
1. Defina avaliação
2. Quais as finalidades da avaliação
3. Explica as funções da avaliação diagnóstica e formativa
4. Menciona o papel da avaliação sumativa
5. Quais os aspectos a ter em conta na elaboração da avaliação?

Chave de Correcção:
1. Ver pagina 47
2. Ver pagina 48
3. Ver pagina 49
4. Ver pagina 50
5. Ver pagina 51 e 52

Bibliografia Complementar:

Landsheere, Gilbert de, Avaliação Contínua e Exames, Livraria almedina, Coimbra, 1979
60

Ribeiro, Lucie Carrilo, Avaliação da aprendizagem,Col. Educação hoje, Texto Editora,


Lisboa,1994
61

8ª - Unidade Temática: Actividades Práticas

Duração da Unidade: 24 Horas

Introdução da Unidade Temática:


Esta unidade tem como objectivo principal apoiar os formando e o formador, em estratégias
metodológicas para a realização de actividades práticas, no processo de ensino-aprendizagem.
Espera-se que a realização destas actividades contribua para o desenvolvimento de habilidades
nos formandos, que sejam relevantes para a produção dos meios de ensino e na diversificação
de actividades durante as aulas.
Com a unidade, pretende-se dotar o formando de competencias que lhe permitam resolver os
problemas básico da falte de meios de ensino, produzindo ao nível local, melhorar a sua vida
profissional e reduzindo, deste modo, o ensino mais teórico.
Evidências Requeridas da Unidade Temática:
Produz os meios de ensino
Constroi os mapa da sua provícia/localidade
Interpreta as imagens (fotografia)
Elabora os planos de aula

Recursos de Aprendizagem:

1. Vamos apreender a analisar uma fotografia

Considera as fotografias 1, 2, 3 e 4

1
2
62

1.1. Analisa as fotografias.


Para analisar uma fotografia é importante observar a sua parte iferior – primeiro plano -, onde
se veêm os elementos da paisagem que estão mais próximo e que são mais visíveis.
A parte intermédia – segundo plano – estabelece a ligação entre primeiro e o terceiro plano da
fotografia.
A parte superior da fotografia – terceiro plano – mostra menos nitidamente os elementos da
paisagem, pois estes estão mais distantes do observador.

1.2. Com base na análise das fotografias preencha o seguinte quadro.

fotografias

1 2 3 4

Elementos
naturais
63

Elementos
humanos

Elementos
dominantes

Tipos de
paisagem

2. Vamos apreender a utilizar uma planta

Pede ao chefe do posto administrativo, localidade ou bairro, uma planta da região onde se
situa a tua escola ou IFP que frequentas. Se não for possivel, utiliza a planta do IFP.
1.1. Assinala na planta, com lápis de cor, onde se situa a escola que frequentas (ou o IFP);
1.2. Desenha o trajecto que faz todos os dia da tua casa à escola. Se a área da casa onde
vives não constar do mapa, desenha o percurso da paragem do autocarro/chapa à escola.
1.3. Mede, em linha recta, a distancia entre os lugares que uniste no exercício anterior.
Calcula a distancia real que separa esses lugares.
1.4. Indica o espaço verde mais próximo (se não existe, escolhe outro local de que gostes) do
teu IFP.
1.5. Destaca, na planta, os serviços de interesse social e cultural mais próximos do IFP que
frequentas: igreja ou mesquita, infantário, centro cultural, grupo desportivo, auditório
municipal e casa da cultura.
1.6. Discute com os teus colegas os equipamentos que deveriam existir perto de todas
escolas. Podemos apresentar as sugestões que consideres importante, relactivamente ao IFP
que frequentas.

3. Vamos apreender a construir um mapa temático

1.1. decalca o mapa de Moçambique ou utiliza um escantilhão.


1.2. escolhe uma cor a teu gosto, para pintares cada zona climática na legenda
1.3. pinta o mapa de acordo com a tua escolha.
1.4. procura obter uma fotografia (caso não consiga, faz um desenho) da vegetação natural que
podes encontrar em cada um dos climas apresentados
1.5. cola cada fotografia (ou desenho) junto do clima respectivo.
64

1.6. identifica cada uma das fotografias (ou desenhos) com um título
1.7. completa o teu trabalho com fotografias, ou desenhos, e o nome do produto agrícola que
melhor se adapta aos climas tropicais.

4. Vamos apreender a elaborar um plano de aula

Unidade Tematica: Disciplina:

Tema: Data:

Assunto: Nome do Formador:

Competência basica: Duração da aula:

Objectivos especificos:

Tipo de aula:

Tempo Função Evidências Conteúdos Principios Conceito Actividades Métodos e


didactica básicos s meios
básicos Prof. aluno De
ensino
Introdução e
Motivação
Mediação e
assimilação
Dominio e
consolidação

Controle e
avaliação

Bibliografia Complementar:

Carama, Ana Cristina e Outros. Meio Natural, Geografia 3º ciclo, Porto Editora, 2002

Proença, Manuela and Martins Matilde. A Terra: Estudos e Representações, Geografia 3º


ciclo, Plantano Editora, Lisboa 2002

Proença, manuela and Martins Matilde. O Meio Natural, Geografia 3º ciclo, Plantano Editora,
Lisboa 2002
65

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