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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INDE
INSTITUTO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
Testagem 2012
V BLOCO
DURAÇÃO 12 SEMANAS
ii
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO AO MÓDULO...................................................................................1
2. COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER.....................................................................2
3. RESULTADOS DE APRENDIZAGEM DO MÓDULO...........................................4
4. VISÃO GERAL DOS TEMAS DO MÓDULO...........................................................5
UNIDADE TEMÁTICA I - IMPORTÂNCIA DE EDUCAÇÃO VISUAL E DOS
OFÍCIOS NA FORMAÇÃO INTEGRAL DO INDIVÍDUO........................................6
UNIDADE TEMÁTICA II - ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO GRÁFICO DA
CRIANÇA........................................................................................................................12
UNIDADE TEMÁTICA III - PLANIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO............................30
UNIDADE TEMÁTICA IV - MOLDAGEM................................................................48
UNIDADE TEMÁTICA V - MODELAGEM...............................................................58
UNIDADE TEMÁTICA VI - PAPEL............................................................................68
UNIDADE TEMÁTICA VII - TÊXTEIS......................................................................74
UNIDADE TEMÁTICA VIII - MADEIRAS................................................................84
UNIDADE TEMÁTICA IX - METAIS.........................................................................91
UNIDADE TEMÁTICA X - AGRO-PECUÁRIA........................................................97
UNIDADE TEMÁTICA XI - CULINÁRIA................................................................105
UNIDADE TEMÁTICA XII – COSTURA.................................................................114
UNIDADE TEMÁTICA XIII - CARTAZ...................................................................122
UNIDADE TEMÁTICA XIV – COR/PINTURA.......................................................129
UNIDADE TEMÁTICA XV - DESENHO GEOMÉTRICO.....................................139
UNIDADE TEMÁTICA XVI - IMPRESSÃO E ESTAMPAGEM................................149
iii
1. Introdução ao Módulo
1
2. Competências a Desenvolver
2.1.Competências Gerais
2
2.2.Competências Específicas a desenvolver no Módulo
6. Faz trabalhos de tecelagem com diversos materiais naturais como algodão, sisal,
palha, folhas de palmeiras, entre outros;
8. Prepara e usa equipamento agrícola básico para produção e colheita, assim como
construções básicas para pequenas criações de animais;
11. Cria cartazes ilustrando temas de outras áreas disciplinares e questões transversais;
3
3. Resultados de aprendizagem do módulo
8. Fazer objectos simples lúdicos, utilitários e decorativos com madeira e com metais;
12. Usar o cartaz para comunicar ideias e mensagens visuais num quadro disciplinar
transversal;
Utilizar a cor de diferentes classificações e tons (matizes/ s. m. combinação de cores diversas num tecido,
pintura, paisagem, etc., gradação de cores.
na pintura em telas individuais e em painéis colectivos;
13. Fazer composições geométricas com base nos conhecimentos elementares da recta,
dos ângulos, dos polígonos, dos arcos e das espirais;
4
4. Visão Geral dos Temas do Módulo
TEMPO
UNIDADE TEMA
(HORAS)
Importância de Educação Visual e dos Ofícios e a na 2
I
formação integral do indivíduo
IV Moldagem 6
V Modelagem 6
VI Papel 4
VII Têxteis 6
VIII Madeiras 4
IX Metais 4
X Agro-pecuária 6
XI Culinária 8
XII Costura 8
XIII Cartaz 6
XIV Cor/Pintura 8
XV Desenho Geométrico 10
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Unidade Temática I - Importância de Educação Visual e dos Ofícios na
formação integral do indivíduo
6
3. Recursos de Aprendizagem
No contexto da vida, os ofícios e a educação visual não são as únicas plataformas sobre
as quais se aprende. "Cabe à educação fornecer [ao aprendente] as bases culturais que
lhes permitam distinguir e permear sobre as mudanças que se operam na sociedade. Tal
leva a que o aprendente, como indivíduo, adquira competências para a leitura,
interpretação de informação (cf. UNESCO, 1996).
Qualquer educador procura realizar estas metas fundamentais que justificam os meios e
objectivos a atingir.
Nesta fase em que o domínio das TIC’s na educação é inegável, devemos reconhecer a
importância da utilização das ferramentas de comunicação, da Internet, e outros suportes
digitais, para proporcionar a construção de materiais de apoio aos professores na sua
planificação das unidades de trabalho a incluir nos seus Projectos Curriculares,
particularmente deste grupo disciplinar (OEV), como a outros das áreas de artes e ofícios.
É, enfim, na troca de ideias, e inovando criativamente, que se avança para uma prática de
aprendizagem mais activa e centrada nos alunos, procurando ir de encontro aos seus
interesses, da sua criatividade, e necessidades de expressão e da apreciação do belo e da
estética no meio a volta.
4. Actividades
A actividade consiste na leitura individual do texto “a importância na disciplina de
Ofícios e Educação Visual”. Os formandos poderão fazer uma pequena visita de
estudo na escola anexa para entre outros confrontar o que leram no texto acima
mencionado. Os formandos depois organizam um pequeno seminário de reflexão e
reflexão sobre o que observaram na escola.
5. Autoavaliação
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c) Justifique a razão da criança não ser considerada artista nem profissional
porque ela é vista pelos adultos como um ser que está a aprender. Dê dois
exemplos da prática escolar.
d) Os professores de ofícios e educação visual devem dar aos alunos
possibilidade de se expressarem livremente e de trabalharem com prazer.
Como discutirias estas ideias tomando em consideração os recursos e meios
de ensino e aprendizagem.
e) Debruce-se sobre a necessidade do professor a necessidade de levar o aluno
desenvolver o seu potencial de criação e de produção de artefactos,
confrontando essa ideia com as etapas de desenvolvimento da criança.
f) Fale uma prática de aprendizagem mais activa centrada nos alunos. Apresente
quatro exemplos dessa abordagem pedagógica.
6. Chave de Correcção
Os formandos deverão responder a autoavaliação proposta a partir do texto sugerido e na
base das experiências tidas durante a visita e reflexão durante o seminário.
7. Bibliografia Complementar
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Rosa, I. (2004). O ensino de Arte. Consultado em 2007, Julho, 18 disponível em Retirado de
http://www.projetopresente.com.br/revista/rev6_ensino_arte.pdf.
8. Resumo da Unidade
A presente unidade levou o futuro professor a compreender a importância do ensino e
aprendizagem dos Ofícios e da Educação Visual no ensino básico. A unidade ajudou-o a
reflectir sobre as (boas-)práticas com a (i) leitura de uma texto, (ii) realização de uma
visita de estudo e a (iii) participação numa reflexão sobre Ofícios e da Educação Visual
em seminário.
9. Glossário
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Unidade Temática II - Etapas do desenvolvimento gráfico da criança
No entanto, inúmeros trabalhos teóricos concordam num ponto que é : “todas as crianças
de todas as culturas em que os pais desenham, desenham também, e é interessante
observar como todas elas passam pelas mesmas etapas na evolução dos seus desenhos”
(Salvador, 1988) e que a missão do formador seja de (...) entender os desenhos das
[nossas crianças] se, cairmos em erros que podem levá-los a não desfrutar deste meio de
expressão (Luquet, 1974).
Afirme-se ainda que, muito embora as crianças possam passar de uma etapa a outra de
desenvolvimento gráfico por idade biológicas semelhantes, essa similitude não ocorrem
em simultâneo e da mesma maneira nelas. É por isso que essas etapas não sejam
rigidamente estanques, dependendo o meio e a personalidade da criança; ou seja, “variam
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no momento de aparecimento, na duração e inclusivamente na clareza com que se
manifestam” (Salvador, 1988).
Garatuja
Pré-Esquemático
Esquemático
Pseudo-Realismo
Início do realismo
Realismo
Interpretação da arte infantil
Formas de trabalho com alunos com necessidades educativas especiais.
3. Recursos de Aprendizagem
Texto 1: Etápas gráficas
Vários estudiosos observaram e procuraram identificar e descrever as etapas gráficas do
desenvolvimento do desenho, entre os mais conhecidos estão Luquet, Piaget e
Lowenfeld.
Luquet, por exemplo, dividiu as etapas gráficas em Realismo Fortuito, Realismo Falhado,
Realismo intelectual e realismo visual.
no Realismo Fortuito, a criança começa a fazer traços sem qualquer objectivo (não há
intenção para uma representação gráfica), mesmo sabendo que os traços realizados por
outrem podem querer determinar um objecto determinado e representa-lo efectivamente,
a criança não considera a ideia de também possuir a mesma habilidade. É nesta fase
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também que podemos identificar as famosas "garatujas", e de acordo com as definições
de Piaget, este é o período sensório-motor.
A princípio, para a criança, o desenho não é um traçado executado para fazer uma
imagem mas um traçado executado simplesmente para fazer linhas (Luquet, 1969
pg.145). Em certo ponto, a criança produzirá mesmo acidentalmente uma parecença não
procurada. A partir daí ela passará por uma série de transições até adquirir a totalidade
das faculdades gráficas (intenção, execução e a interpretação correspondente à intenção)
chegando consequentemente ao realismo intencional.
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Fig. 2.2 e 2.3- (Desenhos de V. com 8 anos) "mamâe que joga capoeira" e "mamãe
lutando e ouvindo os ‘apoiantes’"
Fig. 2.4 - Desenho de V. com 8 anos " colorado indo para o Japão"
Enfim, aos quatro anos, a criança chega ao realismo visual cuja principal manifestação é
a submissão mais ou menos infeliz na execução à perspectiva. (Luquet, p.212).
De acordo com Piaget, é neste ponto que a criança se encontra no estágio pré-
esquemático, que inicia-se por volta dos 4 anos e se estende até os 7 anos mais ou menos.
Após esta fase a criança com idade entre 7 e 9 anos entra no estágio esquemático, e após
os 9 anos passa para o estágio do realismo nascente, vale ressaltar que estes estágios
compreendidos entre os 7 e 11 anos estão dentro do período das operações concretas.
É claro que estes estágios não são estáticos, imutáveis, existem crianças que pulam
alguns estágios de desenvolvimento, e existe crianças que param de se desenvolver
devido a vários factores que influenciam em sua vida, como família, situação social e
económica, distúrbios psicológicos e gosto particular.
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POR QUE PARAMOS DE DESENHAR?
A medida que a criança cresce, desenvolve seu espírito crítico em relação aos seus
trabalhos. Muitas vezes essa consciência crítica supera seu desejo de expressar-se
criativamente; principalmente nos casos em que a criança passa com rapidez da infância
para a adolescência em um prazo demasiado curto, não podendo ajustar-se com suficiente
brevidade à sua nova consciência crítica e ficando assim, insatisfeita com suas
realizações. Acha tudo “infantil e mal feito”.
Quando isto sucede com muita frequência e nada se faz para remediar, a criança perde
interesse pela arte e suspende completamente, as suas actividades artísticas. Já não pode
desenhar coisa alguma, porque devido à sua repentina “tomada de consciência” crítica
passa a perceber a pobreza dos seus meios infantis de expressão. Seus desenhos lhe
parecem até ridículos, da mesma maneira como certos folguedos infantis, por exemplo, o
“esconde-esconde”, lhe parecem indignos da sua actual “maturidade”.(Lowenfeld, 203).
Também Luquet exemplifica como se dá o abandono da criança pela actividade do
desenho. Conforme sua teoria, esse desinteresse é produzido na idade em que a criança
chega à concepção do realismo visual – com a sua consequência fundamental: a
perspectiva; os desenhos que executava anteriormente de acordo com o realismo
intelectual já não satisfazem o seu espírito crítico desenvolvido, e sente-se incapaz de
fazer desenhos como quereria fazer.
Fonte: http://fases-do-desenho.pbworks.com/w/page/7482183/etapas%20gr
%C3%A1ficas
“A criança mobiliza todo o seu ser quando se entrega espontaneamente a uma actividade
criadora. É um verdadeiro meio de disciplina interior que envolve processos de formas
superiores de vida mental e que traz à criança, no plano geral, equilíbrio e harmonia,
preparando-a ainda para a aprendizagem formal da escola.
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Por que desenham as crianças? Desenham para apreender, compreender-se a si mesmas e
as coisas que as rodeiam. Desenham a sua experiência de vida. Desenham os objectos que
conhecem, as pessoas que conhecem, os personagens dos seus desejos e medos. São
representações gráficas que denotam os recursos da sua educação e cultura.” Mahylda
Bessa
“Os primeiros estudos sobre a produção gráfica das crianças datam do final do século
passado e estão fundados nas concepções psicológicas e estéticas de então. É a psicologia
genética que impõe o estudo científico do desenvolvimento mental da criança” (Rioux,
1951).
As concepções de arte que permearam os primeiros estudos estavam baseadas numa
produção estética idealista e naturalista de representação da realidade. Sendo a habilidade
técnica, portanto, um factor prioritário.
São os psicólogos que no final do século XIX descobrem a originalidade dos desenhos
infantis, publicam as primeiras notas e observações sobre o assunto. As concepções
relativas à infância modificaram-se progressivamente. A descoberta de leis próprias da
psique infantil, a demonstração da originalidade do seu desenvolvimento, levaram a
admitir a especificidade desse universo. A maneira de encarar o desenho infantil evolui
paralelamente.
Ao final do seu primeiro ano de vida, a criança já é capaz de manter ritmos regulares e
produzir os seus primeiros traços gráficos, fase conhecida como dos rabiscos ou garatuja
(termo utilizado por Viktor Lowenfeld para nomear os rabiscos produzidos pela criança).
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que o desenho serve para imprimir o que se vê. É assim que, por meio do desenho, a
criança cria e recria individualmente formas expressivas, integrando percepção,
imaginação, reflexão e sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras
simbólicas de outras crianças e adultos”.
No entanto, mesmo com os inúmeros estudos sobre essa questão, realizados por teóricos
como Read (1958), Lowenfeld (1977) e Dewey (1934), entre outros, na maioria das
vezes, a criança não é respeitada nas suas especificidades e na sua forma própria de
perceber o mundo. Fazem-se prementes, portanto, pesquisas sobre a produção gráfica da
criança, uma vez que esse meio de expressão é, para ela, um dos mais significativos,
envolvendo o seu mundo real e imaginário. O mundo real construído e apropriado pela
observação e imitação de seus pares, e o imaginário, aquele que ela constrói a partir da
sua absorção da realidade. Quando a criança brinca, e nesse ato representa situações e
personagens do mundo adulto, ela apreende o mundo, manifestando-se simbolicamente.
Rabiscar, desenhar e escrever são formas construídas pelo ser humano, ao longo dos
anos, para manifestar-se expressivamente e comunicar-se, objectiva e subjectivamente.
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Para a criança, entretanto, a intenção de transmitir algo a alguém nem sempre está
presente, uma vez que, ao desenvolver suas capacidades sensoriais e motoras, ela
descobre no lápis, no giz, na tinta ou em qualquer outro objecto que tenha estas
propriedades, a possibilidade de deixar as suas marcas. Com o passar do tempo, essas
marcas passam a ter uma intenção, ou seja, a criança passa a ter necessidade de ser
compreendida pelo grupo do qual faz parte. Deixar mensagens é primordial desde épocas
remotas, pois os seres humanos sempre procuraram deixar registada a sua história,
simbolizando seus desejos, conflitos e pensamentos aos outros da sua espécie. A criança
também utiliza o desenho para comunicar-se. Através dele, transmite a sua experiência
subjectiva e o que está activo em sua mente, registando aquilo que é significativo para
ela. Todo ser humano externaliza seus conflitos, suas emoções, entre tantos outros
sentimentos, de uma maneira particular. Essas expressões podem ser percebidas através
da leitura dos desenhos infantis que, quando analisados sob critérios profissionais,
possibilitam a compreensão das relações existentes no contexto infantil, pois suas
produções materializam dados reais e subjectivos. Nesse sentido, é possível nos
remetermos ao contexto da educação infantil, espaço entendido por nós como
possibilidade de apropriação das linguagens (visual, sonora, corporal) e manifestações
expressivas.
No contexto da educação infantil, o educador que percebe a criança como um ser em
desenvolvimento e transformação pode contribuir significativamente no seu processo de
desenvolvimento, uma vez que compreende a criança em seu tempo histórico,
respeitando as suas várias formas de manifestações expressivas. Autores como
Lowenfeld (1977) e Novaes (1972) trazem em seus estudos a reflexão sobre a relevância
de pais e educadores compreenderem as fases e transformações do grafismo infantil a fim
de contribuírem nos processos de criação da criança. Lowenfeld (1977, p. 53) a respeito
das fases do desenvolvimento infantil, afirma que “o conhecimento das mudanças, nos
trabalhos que aparecem em vários níveis de desenvolvimento e das relações subjectivas
entre a criança e seu meio, é necessário ao entendimento da evolução das actividades
criadoras”.
Novaes (1972) considera que o ser humano cria, quando expressa novas formas
existenciais, tanto para ele como para o mundo. Em se tratando da criança, isso se
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observa no momento em que ela ultrapassa o ato de rabiscar, substituindo-o por outros
grafismos que ampliam significados, culminando na comunicação com outras pessoas em
seu entorno. Para a autora, todas as crianças são únicas nas suas formas de percepção e
expressão, nas suas experiências de vida e nas suas fantasias. A variação do potencial
criador dependerá das oportunidades que terão para expressá-lo. Toda criança é capaz de
criar, basta dar-lhe oportunidades para que isso aconteça. A liberdade de acção, no que
concerne à busca da expressão através do desenho, favorece os processos de criação do
ser humano.
Os símbolos representam o mundo a partir das relações que a criança estabelece com as
pessoas que fazem parte do seu contexto social e cultural, e consigo mesma. A sua
imaginação desenha objectos significativos, sejam eles reais ou frutos da sua fantasia,
expressando uma grande gama de emoção, criação e significados. A linguagem do
desenho permite às crianças inventarem e experimentarem suas idéias, suas ações, seus
desejos e seus sentimentos expressos de formas variadas, deixando transparecer as suas
emoções e o seu imaginário.
Lowenfeld (1977, p. 51) afirma que: “[...] através da compreensão da forma, como o
jovem desenha, e dos métodos que usa para retratar seu meio, podemos penetrar em seu
comportamento e desenvolver a apreciação dos vários complexos modos como ele cresce
e se desenvolve”. Sobre os diferentes estágios do desenvolvimento gráfico, o autor
considera difícil perceber onde uma etapa termina e a outra tem início, já que o
desenvolvimento desse processo é contínuo. Também as diferenças individuais da criança
devem ser levadas em conta, isto é, nem todas passam de uma fase para outra na mesma
época e da mesma forma.
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riscos às formas controladas. Nesse estágio, a criança passa por várias fases de
desenvolvimento, explorando seu corpo e espaço. A segunda etapa, Estágio Pré-
Esquemático, tem início por volta dos quatro anos e estende-se até sete,
aproximadamente. Apresenta as primeiras tentativas de representação do real. A criança
desenvolve a consciência da forma e transmite isso pelas imagens dos seus desenhos,
embora as figuras ou objectos apareçam, ainda, de forma desordenada, podendo haver
variações consideráveis nos seus tamanhos. O Estágio Esquemático começa por volta dos
sete anos, estendendo-se até os nove. Nesse estágio, a criança desenvolve o conceito da
forma e seus desenhos simbolizam o que pertence ao seu meio, de maneira descritiva.
O Estágio do Realismo perfaz um caminho dos nove aos doze anos, aproximadamente.
Ainda existe muita simbolização nos desenhos, mas a criança tem maior consciência a
seu respeito, projectando-os em suas produções. Se, antes, ela tinha prazer em realizar
desenhos livres, mostrá-los e explicá-los aos outros, nesse estágio, prefere ocultá-los da
observação dos adultos, justamente pela consciência que tem de si e do seu ambiente
natural, gerando uma autocrítica que não se manifestava antes. Luquet (1969) foi um dos
primeiros estudiosos sobre o desenho da criança do ponto de vista de sua evolução
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cognitiva, procurando compreender o que e como a criança desenha. A partir dessas
concepções, Pillar (1996, p. 40) afirma que “o desenho é a reprodução de um modelo
interno que a criança possui do objecto”. Ao utilizar a expressão “modelo interno”, busca
fazer referência à realidade psíquica que existe no pensamento da criança, o que, por sua
vez, dá origem ao ato criador, pois o ser humano possui uma representação mental do
objecto e uma maneira de representá-lo através de desenhos.
Os quatro estágios do desenvolvimento gráfico, definidos por Luquet (1969), podem
contribuir para a compreensão do educador e da família sobre os processos de
desenvolvimento da criança. O primeiro é denominado de realismo fortuito, estágio esse
que tem início por volta dos dois anos e subdivide-se em desenho involuntário e
voluntário. No primeiro, a criança desenha linhas, uma vez que ainda não tem
consciência de que o conjunto delas passa a representar objectos e não atribui significado
a seus grafismos, mas o faz pelo prazer em repetir os gestos em função da actividade
motora adquirida. No segundo, a criança desenha sem intenção, porém, percebe
semelhanças entre seus traçados e um objecto real, considerando-o de acordo com sua
semelhança. Em seguida surge a intenção, o desejo consciente de desenhar alguma coisa.
Entretanto, a interpretação do desenho para a criança pode modificar-se de acordo com os
significantes atribuídos por ela.
O segundo estágio denomina-se de realismo falhado ou incapacidade sintética– nesse
estágio a criança se preocupa em representar cada objecto de forma diferenciada, não
integra o que desenha num conjunto coerente e exagera ou omite partes, por considerar,
apenas, o seu ponto de vista. Nessa etapa de vida, “a criança não tem a simultaneidade
das acções em pensamento, ela as considera como independentes umas das outras, sem
estarem coordenadas num todo que as reúna.” (PILLAR, 1996, p. 46).
É possível observar que as ações e os pensamentos da criança não se encontram
coordenados, o que lhe impossibilita agrupar as partes de um desenho. Mèredieu (1995)
refere-se à evolução do espaço, afirmando que não existe nenhuma constância de
grandeza ou tentativa para apresentar a profundidade (perspectiva) na produção gráfica
infantil. Embora exista a compreensão de uma relação entre os elementos de um desenho,
esses são representados justapostos, ao invés de coordenados. Esse estágio começa por
volta dos 4 anos e tende a estender-se até os 10 ou 12 anos de idade.
23
O terceiro estágio, chamado de Realismo intelectual, é a representação dos objectos pelo
conhecimento intelectual. A criança, de forma deliberada e consciente, procura
reproduzir o objecto, representando o que vê e também o que não está presente, isto é,
torna transparentes partes de objectos que, a princípio, estariam encobertos, como órgãos
sob a pele e móveis através da parede.
Outra particularidade desse nível é o uso de “legendas nos desenhos para nomear os
objectos, o que faz com que o nome passe a ser uma característica essencial do objecto,
tal como as suas partes”. (PILLAR, 1996, p. 49). A criança procura desenhar a partir da
noção que tem do objecto, iniciando a construção das relações projectivas, isto é, a
projecção dos objectos no espaço, dando a noção de diferentes planos e de profundidade.
Observa-se, também, nessa etapa que a criança coordena os objectos no espaço,
considerando suas posições, distâncias e proporções a partir de uma base de referência.
O quarto e último estágio é denominado de realismo visual, trata-se da representação
visual que a criança tem do objecto. Diferente da etapa anterior, a criança representa os
elementos visíveis, abandonando a transparência. Pillar (1996, p. 50) afirma que os
objectos passam:
4. Actividades
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b) Fazer a recolha, na escola anexa, de desenhos sobre as etapas de
desenvolvimento de crianças
c) Em seminário, os micro-grupos apresentam o relatório e defendem-no através de
debate.
5. Autoavaliação
a) Explique, por tuas próprias palavras o conceito de ‘etapas de
desenvolvimento gráfico da criança’.
b) Como se pode compreender que não hajam pelo menos dois indivíduos
que façam sua evolução idêntica, de uma etapa a outra no seu grafismo?
c) Argumente, apresentado quatro situações do fenómeno da propensão da
criança imitar adultos, de fazer ‘como os grandes’ na fase da garatuja.
d) Confronte os teóricos Luquet, Piaget e Lowenfeld quanto às etapas da
evolução da arte da criança.
e) Caracterize o realismo fortuito, recolhendo e analisando quatro desenhos
desta etapa na sua escola anexa.
f) Há uma etapa da evolução do grafismo da criança em que ela tem a
tendência de usar a ‘transparência’ nos seus desenhos, qual é? Encontre pelo menos
3 desenhos caracterizadores, descrevendo-os.
g) Como discutirias o seguinte trecho: “a transparência é substituída pela
opacidade, suprimindo-se os pormenores visíveis dos objectos. A criança é sujeita à
perspectiva visual…”
h) Justifique a importância do conhecimento das etapas da evolução gráfica
da criança durante a planificação e aprendizagem dos alunos.
i) Como usar o conhecimento das etapas da evolução gráfica da criança no
seu valor catártico e terapêutico (sobretudo em crianças com necessidades
educativas especiais).
6. Chave de Correcção
O grosso das respostas são obtidas através da leitura atenciosa os três textos apresentados
acima. Por outro lado, ao formando se lhe exige a busca ‘in situ’ (na escola anexa) de
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desenhos que os analisa confrontando-os com as teorias sobre a evolução de Luquet,
Piaget e Lowenfeld e outros.
7. Bibliografia Complementar
DEWEY, J. Art as experience. Londres, 1934.
GARDNER, H. O verdadeiro, o belo e o bom: os princípios básicos para uma nova
educação. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.
LUQUET, G. H. O desenho infantil. Porto: Editora do Minho, 1969.
LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da capacidade criadora.
São Paulo: Mestre Jou,1977.
MAY, R. A coragem do ato de criar. Tradução Aulyde Soares Rodrigues. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
MÈREDIEU, F. O desenho infantil. São Paulo: Cultrix, 1995.
NOVAES, M. H. Psicologia da criatividade. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1972.
Núcleo de Pesquisa em arte na Educação – NUPA, Grafismo infantil: linguagem do
desenho, encontrado em:
http://revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/viewFile/1219/1033, acessado em
26/Nov/2011
PERONDI, D. Processo de alfabetização e desenvolvimento do grafismo infantil.
Caxias do Sul: EDUCS, 2001.
PILLAR, A. D. Desenho e escrita como sistemas de representação. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1996.
READ, H. A educação pela arte. Trad. Ana Maria Rabaça e Luis Filipe Silva
Teixeira.
São Paulo : Martins Fontes, 1958.
REVIÈRE, A. Origem e desenvolvimento da função simbólica na criança. In: COLL,
C. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. Tradução
Francisco Franke Settineri e Marcos A.G. Domingues. Porto Alegre: Artes Médicas,
1995.
SALVADOR, A. Conhecer a criança através do desenho. Porto. Porto Editora, 1988
27
TELES, M. L. S. Socorro! É proibido brincar! Petrópolis: Vozes, 1999.
8. Resumo da Unidade
9. Glossário
Etapa Esquemática – ou de realismo lógico surge dos 7 aos 9 anos. A criança esta
nas primeiras séries do ensino fundamental. Descobre que é membro da sociedade e
gosta de ter responsabilidade. Desenha não aquilo que vê do objeto, mas aquilo que
sabe. Algumas das características que surgem com maior freqüência nesta fase são:
(i) Rebatimento (plano deitado e casas deitadas de cada lado da rua); (ii)
Transparência (casa representada de dentro e de fora ao mesmo tempo; (iii)
Descontinuidade ; (representação dos objetos fora de ordem); (iv) Sincretismo de
tempo e espaço (vários tempos em uma cena ou vários espaços em um mesmo plano);
(v) Automatismo (persistência em esquemas representativos); e (vi) Pormenores
funcionais (exagero nas minúcias)
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Unidade Temática III - Planificação e Avaliação
3. Recursos de Aprendizagem
Texto 1: Planificação
Uma boa aula de ofícios e de educação visual deve, entre outros, ser caracterizada
por:
Os objectivos de uma aula de ofícios e de educação visual devem estar de harmonia com
os objectivos de ensino do SNE. Estes objectivos devem situar-se num grau de
compreensão escrita apropriada para o nível dos alunos; ou seja relevantes e que não
suscitem interpretações variadas. A formulação dos objectivos do ensino de ofícios e de
educação visual é essencial dado que melhora a planificação, a orientação e avaliação das
actividades inerentes ao processo de ensino e aprendizagem.
31
Por outro lado, a planificação duma aula tem em conta a questão dos meios e formas de
avaliação. A avaliação compreende um processo de identificar, obter e proporcionar
informação útil e descritiva acerca do valor e do mérito das metas da planificação, da
realização e do impacto de um objectivo determinado com o fim de servir de guia para a
tomada de decisões para solucionar os problemas de responsabilidade e para
compreensão dos fenómenos implicados. Essencialmente, o plano deve procurar que o
professor faça:
Avaliação formativa (tida como sendo qualitativa que se traduz pela verificação
pontual da aquisição da aprendizagem através de perguntas orais, trabalhos de
casa e sua correcção conjunta, trabalho em grupo, trabalho independente durante a
aula)
Texto 2: Avaliação
1. O que é avaliação?
Avaliar não é simplesmente medir. Pode-se medir o comprimento da sala de aula [os
ângulos de uma porta, o perímetro de uma estante, etc.]. Mas não se pode medir
objectivamente o comportamento de uma pessoa, a aprendizagem de um aluno. Como
pode o professor medir objectivamente as mudanças produzidas por um processo de
aprendizagem sobre a personalidade de uma criança [na execução de um desenho ou uma
pintura decorativa]?
Então, o que [será] avaliar? É muito mais do que medir, embora possa inc1uir a medida.
Mas, a medida não pode constituir "julgamento final". Se um professor avalia um aluno
pelo acerto ou pelo erro numa conta de somar, por exemplo, ele estará usando a medida
“errou ou acertou” como a avaliação final: João errou e está mais atrasado que Justina,
que acertou; Justina sabe [desenhar] e João não sabe. No entanto, quem garante que João
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não sabe [desenhar]? Quem garante que ele não [fez bem o desenho] apenas porque se
atrapalhou na hora, porque estava nervoso, porque não ligou muito para a [composição
estava a executar]? Além disso, o facto de João não ter [feito bem o desenho] não
significa que esta mais atrasado que Justina, pois João pode saber muitas outras coisas
que Justina não sabe. Além disso, apesar de ter errado [o desenho], João pode ter
aprendido, pois muitas vezes o erro também ajuda a pessoa a aprender.
Estamos falando de avaliação escolar e avaliação escolar refere-se à aprendizagem. Isto
é: o aluno aprendeu ou não aprendeu? Aprendeu do jeito que foi ensinado ou não? Sabe
fazer sozinho o que aprendeu? Como se vê, a avaliação escolar é muito limitada,
restringe-se aos objectivos da escola ligados à cada uma das matérias. Entretanto, muitas
vezes, a questão da avaliação vai muito longe: a partir de uma nota baixa em [Ofícios e
Educação Visual], o aluno passa a ser considerado incapaz de aprender, passa a ser
discriminado, marginalizado pelo professor e pelos colegas e, muitas vezes, e obrigado a
deixar a escola. As vezes, a partir de algo tão limitado quanto o rendimento numa matéria
escolar, atinge-se toda a vida do estudante: suas emoções, seus divertimentos, suas
relações com os amigos, com os pais, etc.
Uma avaliação escolar, [e sobretudo em Ofícios e Educação Visual] mais adequada deve
ser limitada ao que o aluno faz num caso específico, numa matéria específica, e não
produzir efeitos sobre outros aspectos da vida. E mesmo a avaliação específica e limitada
pode ter sua utilidade posta em dúvida, Para que serve? Ajuda o aluno a aprender mais?
Não poderia ele mesmo, individualmente e em silêncio, verificar se fez ou não bem o
desenho? Para que todos devem ficar sabendo? Para que registar em numerosos papéis
que este sabe [desenhar] e aquele não sabe? Por que convocar os pais para dizer-lhes que
seu filho não sabe [desenhar]? Tudo isso cria uma situação constrangedora para o aluno,
torna a escola algo desagradável. E tudo isso mata a vontade de aprender.
Mas, como até hoje a avaliação não foi abolida das escolas, vejamos algumas
informações sobre como se pode fazer a avaliação escolar e interpretar seus resultados da
forma menos prejudicial à aprendizagem livre e criativa [em Ofícios e Educação Visual].
2. Etapas da avaliação.
A avaliação não é um momento, no final do processo de aprendizagem. A avaliação, na
realidade, começa na planificação: no estabelecimento dos objectivos a serem atingidos
33
pelos alunos, ao final do processo, e na escolha das actividades que poderão levar os
alunos a atingir esses objectivos. Duas perguntas devem ser respondidas pela
planificação: O que devem saber fazer os alunos no final do processo? Que actividades
podem levá-los a aprender?
O segundo passo é a realização das actividades planificadas. Se, ao final do processo, o
aluno deve saber [desenhar], durante o processo de aprendizagem deve realizar as
actividades que podem levá-lo a esse objectivo: ouvir uma explicação do professor,
acompanhar um exemplo feito pelo professor, conversar com os colegas à respeito, tentar
fazer [um desenho], etc.
34
preciso, caso não tenham alcançado os objectivos, e a continuar o processo de
aprendizagem.
3. Instrumentos de avaliação
Entre os vários instrumentos que podem ser utilizados para a verificação da
aprendizagem, os mais empregados são os testes objectivos, as provas orais, as
dissertações e os trabalhos livres.
Testes objectivos
Os chamados testes objectivos, na verdade não são tão objectivos. Na formulação das
perguntas, na escolha da matéria que vai ser incluída ou que vai ficar de fora e na própria
selecção da resposta correcta entra muito da subjectividade do professor que elabora os
testes. Veja a opinião de Brownell sobre os testes:
"Bem, em primeiro lugar alguém decide aplicar um teste. A decisão não é, naturalmente,
baseada em considerações puramente objectivas. Segundo, a pessoa determina se vai
elaborar ou comprar um teste. "Terceiro, deve decidir-se à respeito do tipo do teste-se vai
ser do tipo tradicional, do tipo mais modemo ou uma combinação dos dois - julgamento
subjectivo, novamente. Quarto, fixa o objectivo do teste - mais uma vez, julgamento
subjectivo. Quinto, selecciona os itens a serem incluídos - pequena objectividade, aqui.
Sexto, escolhe a forma a ser empregada - verdadeiro-falso, múltipla escolha ou qualquer
outra - novamente pequena objectividade. Sétimo, constrói os itens tão cuidadosamente
quanto possível - e mais uma vez tem apenas seu próprio tirocínio como guia. Oitavo,
prepara uma chave de correcção, colocando numa lista as respostas certas - um
julgamento que pode não ser aceite por outros professores, mesmo os da mesma matéria.
Nono, através de sua opinião, define as condições de aplicação do teste. Décimo, corrige
as provas - finalmente, objectividade. Mas, décimo primeiro, dá as notas -mais um
julgamento bastante subjectivo". (Apud: LINDGREN. Op. cit., p. 440)
Os testes objectivos mais conhecidos são os seguintes: falso-verdadeiro, múltipla
escolha, complemento ou lacunas, e acasalamento.
A elaboração de testes objectivos é demorada, mas sua correcção e tão simples que pode
ser feita por qualquer pessoa, desde que tenha a lista das respostas. Estas não permitem
variação e, por isso, afirma-se que a avaliação é mais objectiva, mais neutra. A correcção
pode ser feita, inclusive, por computador, o que aumenta a rapidez, fazendo com que tais
testes sejam os preferidos quando o número de examinandos e muito grande, como, por
exemplo, nos concursos vestibulares.
Entretanto, na medida em que estimulam principalmente a memorização, esses tipos de
teste tendem a limitar o desenvolvimento do pensamento e do raciocínio, Limitam,
também, o desenvolvimento da linguagem, pois, normalmente, o aluno se restringe a
assinalar a resposta correcta, sem precisar escrever nada. Além disso, o acerto pode estar
baseado no acaso e não no conhecimento da matéria, pois, muitas vezes, quando não
sabe, o aluno "chuta" qualquer resposta e tem certa probabilidade de acertar. No teste tipo
36
falso-verdadeiro, a probabilidade de acerto por acaso e de 50% e no teste de múltipla
escolha, com quatro alternativas, essa probabilidade e de 25%.
Provas orais
Essas provas foram muito utilizadas no passado. Actualmente foram praticamente
abandonadas, por várias razoes: O exame de todos os alunos é muito demorado; O aluno
tímido, com dificuldade de falar em público, leva desvantagem; a variação da dificuldade
das questões apresentadas aos diversos alunos pode ocasionar graves injustiças na
avaliação, etc.
Todavia, apesar das desvantagens apontadas, quando conduzidas com seriedade, as
provas orais podem trazer resultados positivos: O aluno adquire maior domínio da
matéria, desenvolve sua habilidade para falar em público, treina sua expressão oral,
promove-se a convivência social na sala de aula, etc. Além disso, as provas orais
possibilitam ao professor um maior conhecimento do aluno e, também, uma interacção
saudável entre professor e alunos.
Dissertações
Dissertações são provas escritas, que podem assumir a forma de perguntas a serem
respondidas ou de um tema sobre o qual o aluno deve fazer uma redacção. Na verdade, as
provas dissertativas permitem um trabalho mais criativo do aluno, pois ele tem maior
liberdade para responder ou escrever sobre o tema proposto. Estimulam o pensamento, a
elaboração pessoal e desenvolvem a linguagem. Ninguém aprende a escrever a não ser
escrevendo. É importante que o professor encontre tempo para comentar as dissertações
dos alunos, valorizando os progressos que vão alcançando.
Os que são contrárias as provas dissertativas alegam que elas não permitem objectividade
na correcção, já que cada professor pode usar critérios diferentes. Observou-se, em
pesquisas, que a mesma prova dissertativa, corrigida por diferentes professores, obteve
notas muito diferentes, Entretanto, entre uma prova que e subjectiva na preparação - O
teste - e outra que e subjectiva na correcção -a dissertação - devemos escolher aquela que
contribui mais para o desenvolvimento da criatividade e para a realização pessoal. Parece
ser o caso da dissertação, que permite uma certa liberdade no desenvolvimento das
questões ou do tema proposto. As questões a serem resolvidas, como as de [ofícios e
37
educação visual], podem ser propostas de forma aberta, para que os alunos as resolvam, e
não com algumas respostas fechadas, entre as quais deve ser indicada a correcta.
Trabalhos livres
Quando o aluno pode escolher o tema de sua dissertação, o assunto de sua pesquisa ou o
tipo de trabalho que vai fazer, certamente seu grau de liberdade e bem mais amplo. Com
maior liberdade de trabalho, crescem a participação pessoal, o interesse, o entusiasmo. E
os resultados, em termos de rendimento escolar e de realização pessoal, serão muito mais
significativos.
O resultado de uma prova não deve permitir formulação de juízos de valor sobre um
aluno nem comparações entre alunos.
5.°) Por fim, mais uma palavra sobre a nota. A nota é tão valorizada nas escolas que cria
traumas, medos, e ate sintomas físicos, como tremedeira, transpiração excessiva,
diarreias, etc. É evidente que o pavor de tirar nota baixa, o medo diante de uma prova
prejudicam a aprendizagem e o rendimento do aluno. Se as notas não podem ser abolidas,
como seria desejável, sua importância deve ser reduzida ao mínimo indispensável, de
forma que não interfiram negativamente na aprendizagem, sem qualquer proveito para o
aluno.
5. O problema da reprovação
De maneira geral, a reprovação é prejudicial, tanto para o desenvolvimento emocional e
social do aluno, quanto para seu desenvolvimento intelectual. O que ocorre, geralmente, e
que a escola, o currículo, a própria maneira de trabalhar e de ensinar, podem ser
inadequadas para as crianças, Nesse caso, convém mudar o currículo e a escola ao invés
de reprovar as crianças. Se apenas 10% dos que começam o primeiro grau chegam ao
início do segundo grau, isso e sinal mais do que evidente de que a escola e que deve
mudar para atender as necessidades da população.
39
termos das competências descritas no plano curricular e, por outro, servir como
mecanismo de retro alimentação ao processo de ensino-aprendizagem.
Objectivos da avaliação:
Formas de avaliação
O formador de cada módulo deve prever as formas de avaliação que deverão ser
utilizadas e como se traduzirão os dados recolhidos para a classificação a atribuir. Para
um processo avaliativo, espera-se que o formador dê a conhecer antecipadamente alguns
destes princípios1:
1
Piletti, 1986: 194-5.
41
Ao nível das IFP, a avaliação deverá decorrer a três níveis em termos de quem avalia, a
saber:
dentro da sala de aula, os formadores responsáveis pela leccionação do módulo
avaliam o processo da sua aprendizagem;
ao nível interno, o IFP’s deverá identificar um grupo de formadores para avaliar
alguns formandos seleccionados aleatoriamente para legitimar a avaliação feita
pelo formador do módulo já leccionado (concluído).
4. Actividades
Acerca da planificação
1) Busque da literatura conceitos sobre planificação e em micro-grupos partilhe com os
teus colegas, cuidando dos aspectos comuns, diferentes. Sob ponto de vista do grupo
o que deve ser a planificação no âmbito dos ofícios e educação visual.
3) Fale dos elementos que compõem um plano de aulas. Discuta pelo menos quatro
deles.
42
Sobre avaliação
2) Converse com alguns colegas sobre as avaliações escolares em sua escola e relate
dois exemplos: um que mostre a influência negativa da avaliação sobre o desempenho
de algum aluno, e outro que mostre uma influência positiva em ofícios e educação
visual.
3) Escreva algumas linhas sobre o seguinte assunto: Minha experiência com provas e
notas.
4) Escreva o maior número possível de sugestões que, em seu entender, podem melhorar
o sistema de avaliação em sua escola.
6) Debate. A turma pode ser dividida em dois grupos para debater a seguinte questão:
Reprovação: prós e contras. Inicialmente. Cada grupo pode apresentar argumentos
favoráveis a uma das posições: em seguida, se possível, a turma pode chegar a
algumas conclusões gerais.
5. Autoavaliação
6. Chave de Correcção
Respostas as perguntas da auto-avaliação são em parte encontradas nos textos 1 e 2 e, por
vezes, se buscam das experiências.
7. Bibliografia Complementar
Perrenoud, Ph., Gather T, M., De Macedo, L., Machado, N.J. e Allessandrini, C.D. As
Competências para Ensinar no Século XXI. A Formação dos Professores e o Désafio da
Avaliação. Porto Alegre: Artmed Editora. 2002;
8. Resumo da Unidade
45
planificarmos a nossa lição de ofícios e de educação visual é também importante
considerarmos os objectivos, métodos de ensino, conteúdos e a avaliação. Por sua vez,
Avaliar e muito mais do que medir. Avaliar envolve sempre, a partir dos dados
observados, um juízo de quem avalia, influenciado por sua subjectividade. Na escola,
procura-se avaliar a aprendizagem, mas, muitas vezes, a partir da avaliação da
aprendizagem atinge-se, de forma negativa, a pessoa do aluno.
A reprovação em geral e prejudicial, pois não serve para motivar os alunos nem para
manter o nível elevado, nem para tornar a turma mais homogénea, Se os alunos vão mal,
provavelmente e a escola que deve mudar.
9. Glossário
46
Competência - é a capacidade de enfrentar com sucesso ou levar a cabo uma tarefa.
Neste âmbito, um desempenho competente corresponde a combinação de habilidades
cognitivas e práticas inter-relacionadas, conhecimento (incluindo o conhecimento tácito),
motivação, valores e ética, atitudes, emoções e outros componentes sociais e
comportamentais e o contexto. UNESCO (2004) apup INDE, 2004.
47
Unidade Temática IV - Moldagem
Assim, farão parte desta Unidade, a noção de moldagem, os materiais e utensílios para
moldagem, o molde, os acabamentos nas peças, os fornos e a secagem e cozedura das
peças.
48
3. Recursos de Aprendizagem
49
Utensílios que usará para o enchimento dos moldes (colheres, pás, púcaros,
chávenas, etc.);
3.3. Molde
Já se disse atrás que o processo de moldagem tem como base o molde. Este trata-se de
um objecto previamente preparado (em madeira, metal, cimento ou outro material
consistente) e adequado à forma das peças que nele se pretendem produzir.
50
3.4. Acabamentos
Igualmente, as peças em gesso podem ser decoradas a verniz ou por pintura a guache.
51
Por sua vez, o acabamento das peças em barro pode ser feito recorrendo a vários
processos, dentre eles, a pintura com tinta acrílica ou com engobes, a aplicação do vidro,
a aplicação da grafite, realizando incrustações ou encaixes, incisões e gravações, por
polimento, por modelação ou plasticização, etc.
Fig. 4.6c – Pintura com tinta acrílica Fig. 4.6d – Aplicação do vidro
3.5. Fornos
Os fornos são os locais em que se faz a cozedura das peças de cerâmica. Existe uma
variedade de fornos, como se pode mostrar pelas imagens que se seguem.
52
Como forma de minimizar a falta de fornos em muitas escolas, são construídos os fornos
descartáveis, envolvendo alunos. Estes fornos, após horas sob altas temperaturas,
permitem uma boa cozedura. São basicamente constituídos por uma abertura feita no solo
para colocação da lenha e do fogo, outra abertura na parte superior com função de
chaminé, uma cobertura composta por sucessivas camadas alternadas de papel/jornal e
barro húmido (todo este conjunto coberto finalmente por terra).
Para garantir que todas faces sequem em simultâneo, deve-se eliminar lenta e
controladamente a água, ao abrigo da luz solar e das correntes de ar, por 2 a 5 semanas
(dependendo da grandeza e da espessura das peças). Assim, deverá colocar as peças em
sacos plásticos com orifícios que permitam a evaporação lenta da água, evitando ainda o
encoste das peças durante a secagem.
53
Fig. 4.9 – Secagem das peças de barro (ao abrigo do sol e dentro do saco plástico).
4. Actividades
Após a retirada dos moldes, faça o acabamento e decoração das peças moldadas ao seu
gosto, procurando contudo, variar as técnicas de peça em peça.
54
5. Autoavaliação
O que entende por moldagem? Como é que ela ocorre?
Que materiais são necessários?
O que é um molde? Como se utiliza o molde?
Defina os conceitos e importância dos acabamentos, decoração, secagem e cozedura.
Explique os procedimentos a seguir e os cuidados a ter em conta em cada aspecto
mencionado.
Visite uma fábrica de cerâmica (ou de peças moldadas para construção) e produza um
relatório descritivo dos instrumentos, técnicas, matéria-prima, peças, etc. que
observou.
6. Chave de Correcção
Precisará de tempo e cuidados especiais para deixar secar as peças. As que irão ao forno,
não precisam levar a tinta antes da queima pois, o fogo pode estragar as tintas.
55
7. Bibliografia Complementar
Andrade, P. S., Educação Visual, ComuniCarte, 3º Ciclo do Ensino Básico, 1.ed. Lisboa.
Plátano Editora, 2002, pp. 74-75;
Azevedo, M. M., Vamos lá VER, Educação Visual e Tecnológica 5º ano, 4.ed. Lisboa.
Texto Editora, 1995, pp. 144-165;
Brito, C., Trabalhos Manuais 5º ano de escolaridade, 4.ed. Lisboa. Texto Editora, 1991,
pp. 41-60;
Marques, L., Maravilhas, J. e Aires, A., Aprender para fazer, Trabalhos Manuais 5º ano
de escolaridade, Educação Manual e Tecnológica. 2.ed. Portugal. Porto Editora,
1991, pp. 23-61;
URL:http://livroevt2.no.sapo.pt/central/materiais_materias_primas/argilas/argilas.htm
Vaz, Ma J. e Gomes, C., Construir Ideias, Educação Visual e Tecnológica 6º ano, 3.ed.
Lisboa. Texto Editora, 1995, pp.145-160.
8. Resumo da Unidade
As peças moldadas devem ser colocadas a secar com cuidados especiais para garantir a
sua resistência. Depois podem ser decoradas para adquirirem aspectos mais interessantes
ou queimadas em vários tipos de fornos para consolidar a sua resistência e garantir a
impermeabilidade.
9. Glossário
56
Engobe – pasta colorida obtida pela mistura de um óxido (que é o agente colorante
diversificado: branco, vermelho, cinzento) com a barbotina.
Polimento - processo que consiste em friccionar um pedregulho ou uma lixa sobre partes
da superfície do objecto cerâmico seco até apresentar um brilho.
57
Unidade Temática V - Modelagem.
Esta unidade temática fará uma abordagem em torno do processo da modelagem, na qual
serão abordados a noção de modelagem, os materiais e ferramentas, as técnicas de
modelagem (do rolo, da bola e da placa), a secagem e a cozedura das peças.
58
3. Recursos de Aprendizagem
Os materiais modeláveis mais usados são a argila/barro, o gesso, a pasta de papel, a pasta
de madeira, a cera, a pasta de farinha e sal, o cimento e a plasticina.
59
plásticos, aventais ou batas, pincéis, tintas, armários ou outros locais para armazenar os
materiais e os trabalhos em construção, prateleiras ou outros locais para secagem e para
colocação das peças acabadas e forno para cozedura das peças de barro.
Os materiais apresentados podem ser adquiridos em ferragens e noutros locais
disponíveis ou fabricados localmente pelos alunos, usando material reciclado.
Os seus trabalhos, estarão baseados nas técnicas da bola, do rolo e da placa que a seguir
serão apresentadas. Se a pasta se colar aos seus dedos significa que ainda tem água a mais
(amasse até evaporar a água em excesso), e se apresentar fendas significa que está
demasiado seca (misture barro mais húmido ou adicione água).
a) Técnica da bola
60
É uma técnica simples que lhe possibilita o levantamento de pequenas peças de formas
arredondadas, tais como vasos, taças, canecas, etc.
Inicie fazendo uma bola de barro sobre. Pressione com os polegares de forma a abrir uma
cavidade. Role a bola para aperfeiçoar e aumentar a cavidade. Ao finalizar, alongue as
paredes da peça com os dedos, acautele que elas tenham aproximadamente a mesma
espessura, nivele a superfície com esponja húmida ou teque e decore ao seu gosto.
Fig. 5.3a – Preparação da bola Fig. 5.3b – Objectos feitos pela técnica da bola
b) Técnica do rolo
Trata-se de uma técnica identicamente fácil que lhe possibilita o levantamento de
pequenas peças de formas arredondadas.
Comece por criar rolos/cilindros com espessura aproximada à de um dedo e com eles,
faça primeiro uma espiral correspondente à base que deseja. De seguida, justaponha
circularmente os rolos para a subida das paredes, una-os com barbotina e pressionando-os
com os dedos. No final realize os acabamentos e decorações ao seu gosto.
Fig. 5.4a – Preparação do rolo Fig. 5.4b – Objectos feitos pela técnica do rolo
c) Técnica da placa
É uma técnica abundantemente aplicada na construção de objectos com faces, como
caixas. No seu trabalho, comece por fazer as placas necessárias para a construção da
peça. A placa é feita colocando barro suficiente sobre a mesa de trabalho e pressionando
61
com o rolo de massa até uniformizar a espessura da placa. Depois, corte as partes que
necessita para compor a peça usando uma faca. A seguir, ligue as placas utilizando a
barbotina e efectue os acabamentos com esponja húmida ou teque. No final realize
decorações ao seu gosto.
4. Actividades
62
Materiais:
Procedimento:
Materiais básicos:
Gesso, barro, teques, papel, alfinetes, palitos, sisal, esquadros e réguas, sólidos
geométricos em gesso maciço, superfície de assentamento (madeira ou contraplacado).
Procedimento:
63
3º - Demarquem as alturas desejadas e coloquem o barro ou gesso até ao local indicado.
Ao representar os edifícios, podem fazê-lo usando sólidos geométricos tais como cubos,
paralelepípedos, esferas para o caso de árvores, cilindros para o caso de tanques de água,
em gesso maciço. Ao colocarem estes volumes no terreno/base, façam-no com gesso,
raspem ligeiramente e com cuidado as duas zonas de contacto para aderirem com mais
facilidade.
5. Autoavaliação
Avance exemplo de peças para o uso decorativo e utilitário feitos com base na
modelagem;
6. Chave de Correcção
64
Depois da aprendizagem da cada técnica, exercite e produza trabalhos diversos para seu
aperfeiçoamento. Comece por produzir peças simples de formato circular como vasos ou
reproduzindo alguns recipientes domésticos com aplicação da técnica da bola e do rolo e,
de forma gradual passe para peças mais rigorosas com aplicação da técnica da placa.
Num estágio mais avançado, crie verdadeiras obras de arte combinado as técnicas e
produzindo peças utilitárias e de decoração realísticas ou imaginárias.
65
a) Encher pequenas embalagens com gesso líquido, cujas medidas estejam de acordo com
o que pretendem representar e convenientemente bem atadas. Verão que a embalagem
sairá facilmente após a secagem do gesso;
b) Escavar algumas cavidades no barro (moldes) com a forma dos sólidos a representar e
encher com gesso líquido. Após a secagem, solta-se o barro à volta;
c) Modelar as peças em barro e passar em gesso. Neste procedimento, é melhor modelar
numa só peça um grupo de volumes que se encontram adjacentes.
7. Bibliografia Complementar
Andrade, P. S., Educação Visual, ComuniCarte, 3º Ciclo do Ensino Básico, 1.ed. Lisboa.
Plátano Editora, 2002, pp. 74-75;
Azevedo, M. M., Vamos lá VER, Educação Visual e Tecnológica 5º ano, 4.ed. Lisboa.
Texto Editora, 1995, pp. 144-165;
Brito, C., Trabalhos Manuais 5º ano de escolaridade, 4.ed. Lisboa. Texto Editora, 1991,
pp. 41-60;
Marques, L., Maravilhas, J. e Aires, A., Aprender para fazer, Trabalhos Manuais 5º ano
de escolaridade, Educação Manual e Tecnológica. 2.ed. Portugal. Porto Editora,
1991, pp. 23-61;
URL:http://livroevt2.no.sapo.pt/central/materiais_materias_primas/argilas/argilas.htm
Vaz, Ma J. e Gomes, C., Construir Ideias, Educação Visual e Tecnológica 6º ano, 3.ed.
Lisboa. Texto Editora, 1995, pp.145-160.
66
8. Resumo da Unidade
À semelhança das peças moldadas, os objectos modelados devem ser colocados a secar
com cuidados especiais para garantir a sua resistência. Depois são decorados para
adquirirem aspectos mais interessantes (algumas decorações podem ser feitas antes da
secagem) ou queimados em vários tipos de fornos para consolidar a sua resistência e
garantir a impermeabilidade (caso seja necessária).
9. Glossário
Garrote – utensílio usado para o corte do barro, constituído geralmente por duas pegas
de madeira ligadas por um fio fino de cerca de 30 a 50 cm.
Materiais modeláveis – são aquelas substâncias que podem manter as diversas formas
que lhes são dadas ao trabalhar sobre elas.
Pasta homogénea e plástica – produto alcançado após retirada das impurezas do barro,
seguida de mistura com água e finalmente amassado.
67
Sonoridade – propriedade dos objectos de emissão de sons mediante batimentos com
ligeira força.
68
Unidade Temática VI - Papel.
3. Recursos de Aprendizagem
Mais tarde, com a invenção da imprensa, o aumento de consumo fez com que
aumentassem o número de moinhos papeleiros. Muitos países começaram a produzir
papel e proibiam a exportação de trapos, para que a sua indústria do papel elevasse a
produção para atender o consumo, sempre crescente. Nos Estados Unidos, por exemplo,
por volta de 1800, existiam mais de 180 fábricas de papel, e os trapos de tecido
tornavam-se escassos (e caros). O primeiro jornal dos Estados Unidos em papel de polpa
de madeira foi impresso 1863, em Boston, Massachusets (Boston Weekly Journal). A
madeira, matéria-prima utilizada até hoje, passa por processamento industrial,
mecanizado e controlado por computador.
Com a produção industrial do papel, é possível a obtenção de vários tipos de papel como,
o de máquina (80g/m2), o cavalinho, o kraft, o de fantasia, o de lustro, o vegetal, o de
seda, o veludo, o metalizado, o crepe, o de fumar, o sanitário, para além das cartolinas e
cartões. Com esta vasta gama de papéis, pode-se as propriedades físicas (espessura e
resistência) das propriedades ópticas (diferentes aspectos observáveis nos diferentes tipos
de papeis).
Para obter uma superfície mais macia e um acabamento mais perfeito nos seus trabalhos
com pasta de papel, depois de moldada, mas ainda húmida, cubra a pasta de papel com
71
um pouco de pó de gesso. Não se esqueça de manter o seu local de trabalho sempre limpo
e organizado, usando panos, aventais, jornais, vassouras, baldes, bacias e outros
utensílios.
4. Actividades
1. Recolha e seleccione papel de jornal ou revistas, papel de cartão, etc.
2. Produza a pasta de papel seguindo os passos aprendidos;
3. Construa material didáctico como globo terrestre, colares para contagem de números
naturais e outros que achar pertinentes, e decore ao seu gosto;
4. Construa objectos decorativos como bonecos, bolinhas, animais, máscaras,
composições imaginárias, etc. e decore ao seu gosto.
5. Autoavaliação
1. Faça uma resenha histórica sobre a origem do papel.
2. Aponte a matéria-prima hoje usada no fabrico do papel.
3. O que entende por reciclagem do papel? Que importância tem isso?
4. Que cuidados deverão ser observados ao seleccionar papel para reciclagem?
5. Descreva as etapas de produção da pasta de papel e de construção de objectos.
6. Chave de Correcção
Actividade 1: Procure acautelar a selecção do papel para a pasta. Evite misturar papel
com acabamentos em plástico ou aluminizados e indissociavelmente ligados a outros
materiais que possam interferir no processo da produção da pasta;
Actividade 2: Quanto mais moído estiver o papel, conseguirá obter uma pasta mais
homogénea que facilitará o seu trabalho.
72
Actividades 3 e 4: Na construção dos objectos pode optar pela modelagem (com as
mãos) ou pela moldagem (usando um molde com a forma que pretende moldar). A
colocação da cola de madeira (branca) e do gesso não pode superar as proporções do
papel. A decoração é feita após a secagem das peças e pode ser feita aplicando tintas que
procuram sugerir os elementos a destacar. Tenha o cuidado de reunir o material na mesa
de serviço antes de iniciar os trabalhos.
Fig. 6.1 – Objectos feitos com pasta de papel (moldagem, modelação e acabamentos)
7. Bibliografia Complementar
Andrade, P. S., Educação Visual, ComuniCarte, 3º Ciclo do Ensino Básico, 1.ed. Lisboa.
Plátano Editora, 2002, pp. 46-49 e pp. 142-145;
Azevedo, M. M., Vamos lá VER, Educação Visual e Tecnológica 5º ano, 4.ed. Lisboa.
Texto Editora, 1995, pp. 120-133;
Brito, C., Trabalhos Manuais 5º ano de escolaridade, 4.ed. Lisboa. Texto Editora, 1991,
pp. 25-38;
73
Marques, L., Maravilhas, J. e Aires, A., Aprender para fazer, Trabalhos Manuais 5º ano
de escolaridade, Educação Manual e Tecnológica. 2.ed. Portugal. Porto Editora,
1991, pp. 63-94.
URL:http://livroevt2.no.sapo.pt/central/materiais_materias_primas/papeis/papeis.htm
8. Resumo da Unidade
Na unidade temática que termina, fizemos uma visão resumida da história da origem do
papel em países como China, Índia, Egipto e mais tarde da Espanha e Américas. Vimos a
evolução da produção e dos materiais usados ate aos dias de hoje. Esta crescente
produção, levanta um novo problema, relacionado com a conservação do meio ambiente,
o que emerge a reciclagem do papel como uma das formas inteligentes de minimizar este
problema.
O trabalho com a pasta de papel foi o principal aspecto tratado. Este, requer uma série de
etapas: a selecção do papel, a produção da pasta e a criação dos objectos. São necessários
uma série de cuidados no trabalho, como, a selecção criteriosa do papel a reciclar, a
trituração completa do papel, a adição da cola de madeira, a secagem e a decoração das
peças.
9. Glossário
Aluminizados – com cobertura de alumínio, que confere resistência e brilho metálico.
Fibra – filamentos, pequenos fios.
Lustro – que brilha, que resplandece.
Pasta – massa húmida conseguida através da mistura de certa substância (gesso, papel,
barro, cimento, etc.) em pó ou em pequenos pedaços com água.
Propriedade aderente – possibilidade que as fibras (e outros materiais) têm de colarem-
se umas às outras.
Reciclagem – processo de reutilização (geralmente para outros fins) de materiais
(incluindo o papel) já considerados inúteis.
Trituração – processo de despedaçamento do papel (ou outro material) tornando-o em
pedaços minúsculos que possibilitam a obtenção da pasta.
74
75
Unidade Temática VII - Têxteis.
Desde o século XVIII que a industria têxtil tem vindo e evoluir bastante, com a
introdução de novas tecnologias e avanços científicos que culminaram com a descoberta
de novas fibras (artificiais e sintéticas).
Nesta unidade temática, falaremos dos têxteis, na qual abordaremos as propriedades dos
materiais têxteis, as actividades da tecelagem, da tapeçaria e da cestaria e, o curtume.
Faz trabalhos de reciclagem com diversos materiais naturais como algodão, sisal,
palha, folhas de palmeiras, etc;
Faz teares;
Faz batuques;
76
3. Recursos de Aprendizagem
77
à 6000 anos a.C., e era colocado na posição vertical, no qual os fios eram esticados por
pesos. Mais tarde, o tear foi usado na Grécia e no Egipto.
Os teares podem ser feitos com formato rectangular assim como circular, dependendo do
formato de tecido que se pretende obter no final da tecelagem.
78
Fig. 7.3a – Esquema de um padrão Fig. 7.3b – Os fios da trama e da urdidura
b) Tapeçaria
A tapeçaria é um objecto têxtil que data de há mais de 2000 anos, desenvolvida pelas
tribos do Oriente. Mais tarde se espalhou pelo Norte de África e pela Península Ibérica, e
depois pelo resto do Mundo. Ela pode ser dividida em bordada e tecida.
Os bordados podem ser: de fios contados (pontos de tamanho uniforme), com relevos
(enchimento de espuma de nylon) e trapologia (aplicação de pedaços de pano com cores
diferentes e contornados à mão ou à máquina com ponto de zig-zag). Os pontos do
79
bordado podem ser: meio ponto, alinhavo, ponto cruz, ponto cadeia, ponto pé de flor,
ponto lançado, ponto de recorte, ponto Bolonha e ponto de nó.
Fig 7.4 – Variedades de bordados (em fios contados, com relevo e em trapologia).
c) Cestaria
A cestaria é uma actividade que acompanha o Homem desde a antiguidade, no fabrico de
objectos para responder a funções práticas exigidas no dia-a-dia das suas actividades. Os
materiais usados variam desde palha, folhas de palmeira e outras árvores. Com o decorrer
dos tempos, as formas criadas (inicialmente simples) ganharam notável evolução da sua
complexidade para responder a novas funções.
Em Moçambique, os artesãos enveredarem por manifestações mistas, nas quais tentam
manter os traços característicos do local, ao mesmo tempo que tentam satisfazer os
variadíssimos gostos da clientela. Isto faz com que a cestaria produza peças com formas,
tamanhos e funções diferentes das originais, embora continuem algumas linhas
características de um conservadorismo.
80
À semelhança da tecelagem, a cestaria tem como base o entrelaçamento de tiras (neste
caso de palha, de folhas de palmeira ou outro material preparado para o efeito).
Geralmente, enquanto se faz a tecelagem, simultaneamente se vai dando a configuração
desejada do objecto final. Contudo, um olhar atento à superfície do objecto, pode dar a
ideia da malha básica usada na construção do objecto.
3.3. Curtume
Em geral, curtume é o processo de tratamento de peles de animais para obtenção do
couro cru de modo a torná-lo ajustável e utilizável na indústria. Os curtumes podem ser
também vegetais ou minerais. Os processos de um curtume, vão além do curtimento
propriamente dito, e em geral seguem as seguintes etapas:
1ª - Salga: momento de colocação do sal, que permite a conservação do couro;
2ª - Remolho: etapa de retirada do sal para dar início à transformação de pele em couro;
3ª - Depilação: momento em que se dissolvem os pelos utilizando derivados de enxofre;
4ª - Caleiro: momento de adição de cal hidratada para provocar o intumescimento das
peles, a fim de promover a limpeza entre as fibras, permitindo que os próximos processos
tenham maior eficácia;
5ª - Desencalagem: etapa em que se retira a cal hidratada;
6ª - Acidificação e Curtimento: momento em que se adicionam aos couros uma
quantidade de ácidos inorgânicos para acertar o pH das peles e iniciar o curtimento.
81
Fig. 7.8 – O couro
O couro pode apresentar alguns defeitos, que podem ter diferentes origens: uns são
formados durante a vida do animal, outros durante a esfola e a conservação ou ainda no
processamento das peles em couros. Quando pronto, este produto pode ser usado para o
fabrico de muitos produtos, como cintos, pastas, calçado, carteiras, etc.
4. Actividades
1. Com base em simples teares da sua autoria, de formato rectangular, quadrangular e
circular, efectue pequenos trabalhos de tecelagem com fins ornamentais e utilitários,
como bolsas, carteiras, cestos, gorros, etc.
2. Aplicando os conhecimentos sobre a tapeçaria, faz um levantamento de tecidos e
elabore composições decorativas, procurando explorar o potencial dos diversos tipos
de tapeçaria.
3. Tendo como base os conhecimentos sobre a tecelagem, realize trabalhos diversos
como chapéus, chinelas, bolsas, carteiras, cestos, pastas escolares, vassouras, etc. e
decore-os ao seu gosto.
82
Lembre-se sempre de verificar os cuidados básicos de higiene nos seus trabalhos. A mesa
de trabalho sempre limpa, manusear correctamente fogo e objectos cortantes, trabalhar
em locais suficientemente espaçosos e iluminados, usar de luvas e aventais, etc.
5. Autoavaliação
1. Indique duas fibras de origem animal, vegetal e não naturais.
2. Explique o conceito e o procedimento básico da tecelagem.
3. Aponte os materiais básicos usados na tecelagem.
4. Explique o conceito de tapeçaria.
5. Indique e diferencie os tipos de tapeçaria que conhece.
6. Explique o conceito de cestaria.
7. Indique as diferentes aplicações da cestaria.
8. Explique o conceito de curtume.
9. Identifique e explique as etapas de curtume.
10. Aponte exemplos de aplicação de couro.
11. Faça uma pesquisa de actividades de tecelagem e cestaria na comunidade e redija um
relatório descritivo dos materiais usados, técnicas aplicadas, instrumentos utilizados,
objectos produzidos e outros elementos de interesse particular.
6. Chave de Correcção
Actividade 1: Os teares da autoria do formando podem ser feitos em bases de cartão
(caixa), contraplacado, chapa “unitex”, ou outro material plano e de fácil manuseamento.
É importante a exploração de linhas diversas cores nos teares para obter composições
variadas.
Actividade 2: No levantamento de tecidos para tapeçaria bordada deve se procurar
aqueles que apresentam uma malha que facilite a passagem da linha do bordado. Quanto
aos trabalhos de tapeçaria tecida, poderá aproveitar os teares usados para a exercitação da
83
tecelagem. Em ambos os trabalhos, é importante ter um desenho prévio da composição
que deseja produzir na tapeçaria.
Actividade 3: Os trabalhos em tecelagem devem ser de complexidade crescente. Os
materiais a usar podem ser naturais ou reciclados. Se por acaso não haver palha ou sisal
para tecelagem na zona, os formandos poderão usar como alternativa as fibras de papel e
de desperdício (fibras de sacos). As tintas para decoração podem ser naturais (obtidas
através de folhas, frutos e flores) ou artificiais (corantes à venda em ferragens e outros
estabelecimentos comerciais).
7. Bibliografia Complementar
Azevedo, M. M., Vamos lá VER, Educação Visual e Tecnológica 5º ano, 4.ed. Lisboa.
Texto Editora, 1995, pp. 198-209;
Brito, C., Trabalhos Manuais 5º ano de escolaridade, 4.ed. Lisboa. Texto Editora, 1991,
pp. 77-99;
Marques, L., Maravilhas, J. e Aires, A., Aprender para fazer, Trabalhos Manuais 5º ano
de escolaridade, Educação Manual e Tecnológica. 2.ed. Portugal. Porto Editora,
1991, pp. 97-144;
84
Vaz, Ma J. e Gomes, C., Construir Ideias, Educação Visual e Tecnológica 6º ano, 3.ed.
Lisboa. Texto Editora, 1995, pp.183-196.
URL:http://livroevt2.no.sapo.pt/central/materiais_materias_primas/texteis/texteis.htm
8. Resumo da Unidade
Na unidade temática que termina, abordamos os têxteis. Foi avançado um conceito de
têxteis como materiais e como procedimentos/técnicas que consistem em entrelaçar tiras
para produção de tecidos. Foram ainda apontadas diferentes origens das fibras têxteis.
As técnicas arroladas durante a unidade foram a tecelagem, a tapeçaria e a cestaria. Em
cada técnica, foram explicados os procedimentos e avançados alguns exemplos
ilustrativos dos produtos resultantes.
Por fim, abordou-se o curtume, um processo de transformação das peles e outros
produtos (vegetais e minerais) em couro cru. Foram arroladas as etapas de produção e a
aplicação do couro nos dias de hoje.
9. Glossário
Cetim – padrão obtido através do cruzamento de cada fio da trama sobre ou sob dois a
cinco fios da urdidura;
Padrão – desenho ou sequência que se obtém cruzando os fios da trama com os da teia;
Sarja – padrão obtido através do cruzamento de cada fio da trama sobre ou sob dois fios
da urdidura;
Tafetá – padrão obtido através do cruzamento alternado dos fios da trama e da urdidura,
um por um, por cima e por baixo;
Tapeçaria bordada – técnica que consiste em cobrir com pontos bordados, tecidos ou
telas já confeccionadas;
85
Tapeçaria tecida – técnica que consiste em cruzar os fios da trama com os da teia, de
acordo com um desenho determinado;
86
Unidade Temática VIII - Madeiras.
87
3. Recursos de Aprendizagem
As árvores mais usadas para o fabrico da madeira são: o pinho, a umbila, a chafuta, o
jambirre e o eucalipto. Porém, existem outras árvores que igualmente produzem madeira
de boa qualidade, tais como o pau-preto, o pau-rosa, o carvalho, o plátano, a faia, o
sobreiro, a nogueira, o mogno, dentre outras. O abate das árvores é geralmente feito
usando a moto-serra e a parte do tronco que se aproveita é o interior, de forma a
responder aos vários fins a que ela se destina: tábuas, ripas ou barrotes.
No processo de transformação das árvores em madeiras, para além das tábuas, ripas,
barrotes, podem ser outros produtos derivados, como as chapas “unitex”, o contraplacado
o cartão prensado, o carvão vegetal, a serradura, etc.
89
3.3. Ferramentas
Na aplicação das diversas técnicas de transformação da madeira, são usadas muitas
ferramentas e utensílios na execução de peças e objectos. Vejamos alguns utensílios e
ferramentas:
Utensílios para medir e traçar: escala, metro articulado, fita métrica, esquadro,
graminho metro articulado, suta, compassos (de pontas e de volta), etc;
Ferramentas de corte: serrotes (de espada ou universal, de ponta, de costas, de traçar,
de rodear, de ferro, de cabelo ou ourives), serra braçal, etc;
Ferramentas de furar: berbequins eléctricos e manuais, arco de pua, verruma, brocas,
etc;
Ferramentas de desbastar e alisar: limatão triangular, grosa, limas (bastarda, paralela
e quadrada) limatão redondo, grosa redonda, plaina, Guilherme, formão, goivas,
escova para limpar limas, etc;
Ferramentas de percussão: martelos de orelhas e de pena, maço de madeira, etc;
Ferramentas auxiliares: pedra de afiar, esmeril, alicates diversos, chaves (de fendas,
de estrela, de bocas e inglesa), grampo de esquadria, grampo simples, etc.
4. Actividades
1. Faça uma lista dos tipos de árvores que produzem madeira existentes da sua
comunidade.
90
2. Faça um levantamento e traga para a sua aula exemplos de objectos utilitários e
decorativos fabricados pela madeira e seus derivados.
3. Faça uma ou várias visitas a carpintarias e realize um levantamento (ilustrado e
legendado) das ferramentas utilizadas.
4. Com base no aproveitamento de desperdícios de madeira, construa objectos lúdicos
simples (jogo de damas, dominó, xadrez, brinquedos) e utilitários (bases para panelas,
bancos, cadeiras, carteiras e material didáctico). No final decore-os ao seu gosto
(pode usar tintas, verniz ou um pirogravador).
Nos seus trabalhos, não se esqueça de observar as regras básicas de organização, higiene
e segurança no trabalho. Por ser um momento em que trabalhará com ferramentas
cortantes, exigirá maior cuidado no seu manuseamento. Prefira trabalhar de pé, junto à
bancada apropriada e verifique o posicionamento dos objectos em seu redor. Como nas
outras unidades temáticas, poderá precisar de usar luvas, aventais ou batas, etc e ter o
cuidado de deixar a sala de trabalhos limpa antes e depois dos trabalhos.
5. Autoavaliação
1. Que utilidade tem a madeira e seus derivados nos dias de hoje?
2. Quais são as propriedades da madeira?
3. Indique pelo menos três árvores que conhece, que são usadas na produção da madeira
em Moçambique.
4. Qual a parte dos troncos que se aproveita para fazer madeira? Porque?
5. Enumere e explique as técnicas de transformação da madeira.
6. Indique os derivados da madeira e fale a sua aplicação do dia-a-dia.
7. No trabalho com madeira, as ferramentas são agrupadas segundo suas funções. Para
cada função aprendida aponte pelo menos três ferramentas usadas.
91
6. Chave de Correcção
Actividades 1, 2 e 3: Os levantamentos a serem feitos (dos tipos de árvores locais que
produzem madeira, dos objectos utilitários e decorativos fabricados pela madeira e seus
derivados, e das ferramentas utilizadas em carpintarias), poderão surtir um bom efeito
capitalizando o contacto com populares e carpinteiros locais. As questões poderão ser
sobre qualidade da madeira, manuseamento das ferramentas, entre outros É importante
estar munido de um bloco de notas e de uma câmara fotográfica para os registos.
7. Bibliografia Complementar
92
Azevedo, M. M., Vamos lá VER, Educação Visual e Tecnológica 5º ano, 4.ed. Lisboa.
Texto Editora, 1995, pp. 166-181;
Brito, C., Trabalhos Manuais 5º ano de escolaridade, 4.ed. Lisboa. Texto Editora, 1991,
pp. 103-124;
Marques, L., Maravilhas, J. e Aires, A., Aprender para fazer, Trabalhos Manuais 5º ano
de escolaridade, Educação Manual e Tecnológica. 2.ed. Portugal. Porto Editora,
1991, pp. 151-172.
URL:http://livroevt2.no.sapo.pt/central/materiais_materias_primas/madeiras/
madeiras.htm
8. Resumo da Unidade
Nesta unidade temática, foi abordada a madeira e, igualmente tratados a origem e
propriedades da madeira, as técnicas de transformação da madeira e as principais
ferramentas usadas no trabalho com a madeira. Vimos que a madeira é originária de
várias árvores que podem ser agrupadas em folhosas ou de folha caduca e resinosas ou
coníferas, e apresenta propriedades físicas, mecânicas e químicas.
No processo de transformação das árvores em madeiras, são obtidas tábuas, ripas,
barrotes e outros produtos derivados. Na produção dos objectos de madeira aplicando
diversas técnicas, são usadas muitas ferramentas e utensílios, tais como ferramentas para
medir e traçar, de desbastar e alisar, de percussão, de furar, de corte e auxiliares.
9. Glossário
Desbastar – o mesmo que desengrossar, tornar uma porção da madeira mais delgada
ou fina que a outra.
Durabilidade – resistência que as madeiras apresentam à acção dos organismos
destruidores (fungos, bolores, insectos) e depende do tratamento a que forem
sujeitas, do grau de humidade e da aplicação adequada.
Dureza – resistência que a madeira oferece à penetração de um prego ou outros
materiais.
Grau de humidade – percentagem de água contida numa substância (madeira).
Conforme diminui o teor de humidade, também diminuem as suas dimensões.
93
Percussão – pancada, neste caso refere-se às batidas do martelo sobre a cabeça do
prego.
Peso específico – peso da unidade de volume da substância.
94
Unidade Temática IX - Metais.
95
3. Recursos de Aprendizagem
Os metais mais comuns são o ferro, o chumbo, o alumínio, o cobre e o zinco, o ouro e a
prata. O ferro puro não tem aplicação industrial, pelo que, se utiliza como componente
principal de ligas metálicas. O alumínio é um metal de cor branca-prateada muito usado
no fabrico de loiça. O zinco um metal macio de cor branca-azulada muito usado no
fabrico de chapas de cobertura e tubos de canalização (em forma de ligas metálicas). O
cobre é um metal de cor castanho muito usado no fabrico de condutores de electricidade,
caldeiras e peças decorativas.
96
Fig. 9.1 – Instrumentos de traçagem e verificação (compasso, suta, punção e riscador).
Para dobrar, cortar e serrar, são usados alicates, tesoura corta-chapa, escopro, serra de
rodear, serrotes ou através da quinadeira.
Para furar as chapas metálicas é usada a broca. Para unir pode ser aplicada a soldadura
(de estanho ou de chumbo), a quinagem e a rebitagem.
97
Fig. 9.4 – O martelo de bola, a lima e os cinzéis.
4. Actividades
98
3. Explorando metais em várias configurações (chapas, arames, etc), produza de forma
individual ou em grupos de trabalho, vários tipos de objectos decorativos e utilitários
(baldes, tampas de panelas, panelas, latas para água, carrinhos de arame, etc.).
O trabalho com metais implica lidar com muito equipamento cortante e de pontas
aguçadas. É importante ter-se muita atenção na manipulação destes objectos. Procure
segurar as chapas, os arames, os alicates, etc com luvas, e vista material protector sempre
que necessário.
5. Autoavaliação
1. Identifique alguns metais mais comuns e fale das suas características e aplicações.
6. Chave de Correcção
99
Fig. 9.6 – Objectos de metais/reciclagem (trabalhos de alunos)
7. Bibliografia Complementar
Azevedo, M. M., Vamos lá VER, Educação Visual e Tecnológica 5º ano, 4.ed. Lisboa.
Texto Editora, 1995, pp. 184-197;
Brito, C., Trabalhos Manuais 5º ano de escolaridade, 4.ed. Lisboa. Texto Editora, 1991,
pp. 127-142;
Marques, L., Maravilhas, J. e Aires, A., Aprender para fazer, Trabalhos Manuais 5º ano
de escolaridade, Educação Manual e Tecnológica. 2.ed. Portugal. Porto Editora,
1991, pp. 179-198.
URL: http://livroevt2.no.sapo.pt/central/materiais_materias_primas/metais/metais.htm
8. Resumo da Unidade
Nesta unidade, foram abordados os metais. Originários de rochas naturais com minérios,
os metais precisam de passar por um momento de fundição para limpeza de impurezas,
constituição de ligas metálicas e posterior aplicação. Perante a variedade de metais e suas
propriedades, estes recebem diferentes aplicações.
100
Foram ainda abordadas as principais técnicas de transformação dos metais, entre elas
medir e traçar, cortar, dobrar, furar, unir, repuxar, limar e polir, bem como os respectivos
instrumentos aplicados.
9. Glossário
Condutibilidade – propriedade que os metais tem de conduzir calor e electricidade.
Ductibilidade – propriedade que os metais possuem de poder ser reduzidos a fios.
Fusibilidade – propriedade que os metais possuem de poder se fundir ou derreter.
Maleabilidade – é a propriedade que os metais possuem de se poderem reduzir a
lâminas.
Tenacidade – propriedade que os metais possuem de poder resistir à ruptura por tracção.
101
Unidade Temática X - Agro-pecuária
102
3. Recursos de Aprendizagem
a) Indicações prévias
b) Benefícios
Torna o solo solto
Permite a entrada de ar e de água
Encoraja o desenvolvimento de raízes
Enterra as ervas daninhas, restos de plantas e incorpora estrume no
solo
Cria reserva de água no solo
Melhora a fertilidade no solo.
c) Lavoura
A lavoura deve ser feita sempre perpendicularmente à inclinação e a profundidade do
cultivo deve ser considerada entre 20-30 cm. Depois da lavoura, a terra deve ser feita em
camalhões. A distância entre os camalhões depende do tipo de cultura a ser plantada. O
camalhão e a cobertura morta servem para a colheita de água e como método de controle
de erosão. Os camalhões são formados quer pelo amontoador quer pela enxada ao longo
das curvas de nível. Os camalhoões devem ser compactados para conversar a água e
controlar a erosão. A compactação poderá quebrar-se durante o período de excesso de
chuva.
103
Ademais, poderemos precisar de cavar linhas de plantação (20 cm) para controlar as
ervas daninhas.
d) Cuidados especiais
A compactação poderá sofrer o efeito do excesso de água durante o período chuvoso. Se
usamos a enxada e a cobertura morta, devemos controlar o capim. Para maximizar o
rendimento do solo, controlar e eliminar possíveis pestes. É preciso ainda que saibamos
que a humidade pode ser retida no solo se os resíduos das plantas permanecerem.
e) A lavoura atempada
Para uma boa colheita, nós devemos ser capazes de saber seleccionar a melhor altura para
fazer a lavoura. Com efeito, é preciso conhecer e perceber as vantagens da lavoura
atempada. A lavoura atempada faz com que poupemos o nosso tempo e melhore o
aproveitamento das primeiras chuvas para a plantação. As vantagens da lavoura atempada
são entre outros as seguintes:
A qualidade da lavoura desejada será alcançada
As culturas serão plantadas atempadamente
O solo continuará húmido e suave, portanto, fácil para a lavoura no fim do
crescimento da planta
Permite a decomposição das ervas daninhas antes do estabelecimento das culturas
A fim de garantir e atingir bons resultados com a lavoura, recomenda-se que lavremos no
inverno ou no início do verão ou ainda logo depois das primeiras chuvas. Nesse contexto,
para bons resultados, dever-se-á aplicar a seguinte ordem:
104
f) Vantagens da lavoura no inverno sobre a lavoura no início de verão
Solo está húmido e mole, portanto, fácil de Solo torna-se duro e seco portanto difícil de
trabalhar lavrar
105
Guardar muita quantidade de restos vegetais ou preparar feno para os animais
(guardar em lugar com protecção contra o sol e a chuva)
Alimentar os animais através do comedouro para mantê-los bem na época seca
quando houver pouco pasto disponível.
Obedecer horários regulares para introdução do restos vegetais ou feno no curral
ou pocilga.
e) Conclusão
É portanto, muito importante manter, meter restos vegetais, feno no buraco e manter o
curral/pocilga em condições de forma a obter os benefícios acima indicados.
f) Cobertura do curral
A razão que nos leva a cobrir o curral ou pocilga prende-se com o facto de animais mais
jovens necessitarem de protecção contra condições climáticas adversas (sol e chuva). Por
isso precisamos do material seguinte para a cobertura:
Estacas de 2 x 520 x 7,5-10 cm
Estacas de 270 x 7,5-10 cm
Colmos ou caniços
Arame para amarrar.
Depois de obter o material, fixa as estacas ao longo da metade final do curral dos topos
dos postes e assegura que o caimento/inclinação seja do centro da pocilga/curral para
fora. É necessário que faça uma cobertura de colmo ou caniços. O comedouro deve estar
especialmente protegido das adversidades acima mencionadas. Recomenda-se que se use
um curral/pocilga de pernoita de 4 m2/animal adulto, como a imagem abaixo ilustra.
106
4. Actividades
5. Autoavaliação
1. Qual é a importância de conservação dos instrumentos e utensílios agrícolas?
2. Como construir uma pequena capoeira para aves (indicar os materiais e
instrumentos)?
3. Como fazer a preparação de solo para lavoura?
107
4. Quais são as vantagens da lavoura atempada?
5. Com fazer a manutenção de currais e pocilgas?
6. Quais são os materiais necessários para a cobertura de currais e pocilgas?
6. Chave de Correcção
Para responder as questões da auto-avaliação, ler o textos 1 e 2 acima.
7. Bibliografia Complementar
Gaspar, J. A (2010), (editor). Manual do extensionista, Maputo: Ministério da
Agricultura.
8. Resumo da Unidade
Aprendeu nesta unidade temáticas sobre as funções, limpeza e arrumação dos
instrumentos e utensílios agrícolas, construção de capoeiras para criação de aves, o solo e
as técnicas de sementeira, plantio, sacha, colheita e conservação de produtos agrícolas. É
nesta unidade que também falámos da criação dos animais domésticos e construção de
currais e pocilgas. Por último criação de peixes e os métodos de conservação de produtos
perecíveis foram destacados.
108
9. Glossário
109
Unidade Temática XI - Culinária
3. Recursos de Aprendizagem
Texto I: Culinária
110
próprios utensílios. Por exemplo, a cataplana é um recipiente para cozinhar alimentos
típico do Algarve, equivalente à tajine de Marrocos. A alheira de Mirandela é um dos
alimentos mais exclusivos da cozinha portuguesa, enquanto no Brasil, os pratos típicos
incluem a feijoada brasileira e o churrasco.
História da Culinária
No início da história humana, os alimentos eram vegetais ou animais caçados para esse
fim e consumidos crus; com a descoberta do fogo, os alimentos passam a ser cozinhados,
o que aumentou a sua digestibilidade, possibilitando o desenvolvimento orgânico do
homem. Também era comum bater os alimentos contra o pênis do homem primitivo,
ritual esse praticado pelas fêmeas, de modo que acreditava-se garantir mais força para
quem fosse comer.
Ingredientes
Com a descoberta do fogo, o homem teve que inventar utensílios para preparar a comida
– pensa-se que isso foi possível com a descoberta da cerâmica, apareceram as
primeiras panelas e recipientes para a água. Provavelmente a cozedura simples dos
alimentos em água mostrou a existência de gordura animal que foi, mais tarde, refinada e
usada para os refogados e guisados e depois para a fritura.
Entretanto, outros utensílios primitivos de cozinha foram pedras para cortar ou triturar os
alimentos e paus para os mexer no fogo. Com a descoberta da metalurgia, devem ter
112
aparecido as primeiras facas e garfos – as colheres devem ter continuado por muito tempo
a ser feitas de madeira, como ainda se usam hoje.
Culinária industrial
113
factor que levou grande número de pessoas a procurarem alimentos produzidos em série,
primeiro por trabalharem muitas vezes longe de casa, depois por ter promovido o
crescimento duma classe média que “inventou” o campismo como forma
de entretenimento.
Culinárias regionais
Cada país e região tem a sua culinária própria que depende, não só da mistura de culturas,
mas principalmente dos ingredientes disponíveis. Além disso, a globalização fez com que
as técnicas e tradições culinárias se mudassem de continente para continente,
levando receitas, ingredientes e utensílios e fazendo com que os hábitos alimentares, e
logo culinários, se fossem evoluindo até às culinárias regionais que existem no mundo.
a) Frango à Cafreal
Ingredientes:
Frangos, azeite, piripiri, manteiga, sal e pimenta
Preparação:
Abrem-se os frangos pelas costas e espalmam-se (ficando o peito inteiro) e batem-se as
articulações com um maço. Untam-se com um pouco de azeite, temperando com sal e
pimenta e assim se deixam umas horas até se grelharem. Num pilão esmaga-se uma boa
porção de piripiri com um pedaço de manteiga e com esta massa se vão untando os
frangos enquanto grelham no carvão.
b) Caril de Caranguejo
Ingredientes:
2 kg de caranguejo, 4 tomates médios pelados, 2 cebolas médias picadas, 4 dentes de alho
picados, 2 folhas de louro, 6 cravinhos da Índia, 1 porção de gengibre, 3 colheres de sopa
cheias de óleo de amendoim, 1 coco ralado misturado com uma colher cheia de
tamarindo esmigalhado que se junta a um litro e meio de água a ferver, coando-se num
pano para uma tigela, 2 colheres de sopa bem cheias de pó de caril sal q.b., e 1 colher de
chá cheia de tamarindo.
114
Preparação:
Lava-se, limpa-se e parte-se o caranguejo. Numa panela juntam-se o tomate, a cebola,
alho, louro, cravinho, gengibre e óleo. Põe-se tudo a refogar muito bem, juntamente com
pequenas porções de água a ferver. Depois de cozido, junta-se a têmpera e um pouco de
leite de coco. Deixa-se cozer muito bem a têmpera, acrescentando-se leite de coco
sempre que necessário. Depois deita-se o caranguejo, e deixa-se ferver em lume brando,
acrescentando-se o resto do leite de coco até ficar um molho grosso e bem apurado.
Serve-se com arroz branco solto ou com arroz cozido em água do leite de coco.
c) Doce de Manga
Ingredientes:
Mangas e Açúcar.
Preparação:
Lavar as mangas, descascar e cortar aos bocados. Passar por uma peneira. Fica um polme
bastante fino e sem fios. Medir igual quantidade de açúcar. Leva-se ao lume e deixa-se
ferver até tomar ponto. Mexer com colher de pau, de vez em quando para não pegar.
Leva algum tempo a fazer.
d) Bolo de Mandioca
Ingredientes:
1/2 Kg de açúcar, 1 copo de água (200 ml), 120g de margarina ou manteiga, 8 gemas, 1/2
kg de mandioca ralada e 200ml de leite de coco.
Preparação:
Faça uma calda com o açúcar e a água. Deixe ferver até o ponto de calda. Desligue o
lume e adicione a margarina. À parte, misture a mandioca ralada com as gemas e o leite
de coco. Adicione a mistura à calda de açúcar. Untar uma forma com margarina
polvilhada com açúcar e despejar a mistura. Deixar em forno quente durante 50 minutos.
115
Confecção:
Limpe bem o frango e deixe escorrer num passador.
Rale o coco para dentro de uma bacia plástica e, depois de ralado deite meia chávena de
chá de água quente e meia de água fria, mexa muito bem com as mão até ficar um leite
mais ao menos cremoso, deixe arrefecer, enquanto pila-se o alho e o sal.
Para temperar o frango, ponha-o num tabuleiro e tempere com o preparado e a folha de
louro. Uns minutos depois deite meia quantidade do leite do coco e fica a marinar por
meia hora. À parte, numa tigelinha junte o resto do leite de coco e um pouco de azeite.
Este frango é assado na brasa e de vez em quando, com uma pena de galinha vá
borrifando o preparado de leite e azeite sobre o frango até estar pronto para servir.
Nota: O preparado de leite de coco e azeite é para que na altura de assar o frango na brasa
a pele fique mais estaladiça.
4. Actividades
Os futuros professores devem ser conduzidos a fazer a leitura individual do texto I e II.
De seguida o docente orientará um debate para aprofundar os conhecimentos sobre a
culinária. É nesta unidade que os futuros professores são orientados a fazer a recolha das
receitas alimentares locais e nacionais e, por vezes, fazer visitas às cantinas escolares,
refeitórios escolares e dos hospitais entre outros locais para ver como se faz a preparação
de alimentos nesses locais. O formador deve, com apoio, de um/a cozinheira/o local
convidado, orientar uma sessão de preparação de alimentos (Fazer bolos, salgadinhos e
alimentos em água e óleo). Com o produto dessa preparação dos alimentos, os futuros
professores podem ser orientados a organizar pequenas feiras gastronómicas localmente.
5. Autoavaliação
a) O que é uma receita? Para que serve?
b) Identifique e apresente quatro receitas locais.
116
c) Como pesar e medir alimentos? Fale de duas receitas específicas demonstrando o
uso dos instrumentos de medição.
d) Quais os instrumentos de medição dos alimentos? Pode propor uma balança da
sua autoria?
e) Como preparar alimentos na base de água e óleos? Dê dois exemplos de cada tipo.
f) Como promover uma pequena feira de gastronomia
g) Qual é a diferença entre a culinária industrial e culinária familiar?
6. Chave de Correcção
As respostas da autoavaliação podem ser encontradas nos textos 1 e II. Algumas das
perguntas são destinadas a extrair as experiências dos formandos no campo da culinária.
7. Bibliografia Complementar
8. Resumo da Unidade
Esta unidade tinha por objectivo habilitar o futuro professor no domínio das técnicas de
culinária local e nacional. Pretendia-se que o formando aprendesse os conceitos básicos,
recolhesse as receitas locais, preparasse alimentos com base em água e óleos, visitar
locais públicos ou privados de confecção de alimentos, e organizasse uma pequena feira
de gastronomia local.
9. Glossário
117
Técnicas de culinária – modo típico de preparação dos alimentos. Algumas técnicas de
cozimento básicas podem ser utilizadas na culinária saudável. Ao utilizar estas técnicas
de culinária saudável, você pode efectivamente reduzir a gordura e calorias, mas você
ainda pode reter os nutrientes.
O cozimento é uma das técnicas de culinária saudável. você pode queimar a carne
magra, aves, peixe, legumes e frutas, etc. Estufado é outra técnica culinária saudável.
Grelhar grelhada e pode ser usado para reduzir significativamente a gordura dos
alimentos. Torrefacção também pode ser usada para escorrer a gordura do alimento.
Você pode assado de frutos do mar, carnes, aves, mas você precisa saber que, torrefação
tendem a fazer comida para secar. Cozinhar e agitar-fritura como técnicas de cozinha
também são bons.
Receita culinária – é um conjunto ou sequência de passos para a preparação
de alimentos que podem ser escritas n um livro ou caderno, etc.
118
Unidade Temática XII – Costura
Costura é uma arte milenar que evoluiu com as transformações ocorridas no mundo. Da
forma arcaica como os nossos antepassados costuravam o seu vestuário, hoje o processo
de costura é apoiado e dinamizado pelo avanço tecnológico, com a existência de
máquinas de costura quer manual quer industrial.
Nesta unidade vamos aprender sobre o processo da costura de roupas e outros objectos na
base de retalhos localmente encontrados, desde do algodão, linho, seda entre outros para
lhe habilitar a confeccionar peças do vestuário (calça, camisa, vestido, etc.). Com base
nesses tipos de peças podemos permear tópicos como:
Produção de moldes
Medidas
Alinhavo antes da cosedura
Distinção da roupa masculina da feminina e da criança
Simples pregas de zipe e de botões
Costura de roupa simples para criança, grupo teatral entre outros fins.
3. Recursos de Aprendizagem
Moldagem
O primeiro passo para a modelagem é definir as medidas do corpo. Em seguida serão
executados os Moldes Básicos que servirão como ponto de partida para interpretação de
diversos modelos.
Listamos a seguir o material necessário para execução dos moldes: Papel Manilha ou
papel Pardo; Lapiseira 0,7mm ou 0,9mm; Régua curva pequena; Régua curva grande;
Esquadro; Fita Métrica; Tesoura para papel; Fita adesiva e cola; Carretilha; Borracha;
Papel carbono para tecido nas cores branco, amarelo e vermelho.
120
- Para todas as bases, os traços serão orientados através
de letras ou números.
Para o traçado dos moldes é de grande ajuda um conjunto
de réguas como o da figura 12.3, mas não é
indispensável.
Fig. 12.3: Réguas
Sobre a Malha: Diferente do Tecido Plano, as malhas são
produzidas por laçadas interligadas que resultam em uma estrutura flexível. Dependendo
do fio e da estrutura utilizada é determinado o grau de elasticidade da malha.
Tipos de Malha
121
crianças incluindo folgas ou costuras podem ser obtidos junto de um costureiro/a que o
professor poder convidar ou consultar as normas.
Molde Básico para uma Blusa
Medidas Necessárias: Tórax, Busto, Cintura, Altura da cava, Comprimento da blusa na
frente, Separação do busto, Altura do busto, Largura do braço e Largura das costas.
Cortando no tecido
Distribui-se o molde no tecido de forma que na frente fique uma
margem de 2cm para o abotoamento; nas costas encosta-se o molde
na dobra do tecido. Usam-se alfinetes para prender os moldes ao
tecido. O processo que se segue é do traçado do molde da frente
(cava de frente, linha de cintura, linha lateral), costas (decote das
costas, cova das costas, linha lateral das costas). Seguidamente se
colocam a pence de frente, horizontal e vertical assim como as Fig. 12. 4: Medição
pences vertical das costas e fechada. da cintura ao joelho
122
Quantidade de tecido: Se o tecido tiver 1,40m de largura compre uma altura mais as
folgas para costura. Se o tecido tive 90 cm de largura compre duas alturas mais as folgas
para costura.
Camisa Masculina
123
Abotoamento da Camisa
Lado Esquerdo
4. Actividades
124
Nesta unidade temática, você estudante junto do seu professor e um possível convidado
costureiro/a da comunidade ajudar-vos-á a executar de costura das seguintes actividades:
a) Produzir de moldes simples
b) Costurar de uma camisa
c) Costurar de uma blusa
d) Costurar de uma saia
e) Costurar de uma calça
f) Abotoar uma camisa/Prega de botões;
g) O docente e o costureiro convidado poderão realizar um debate sobre as medidas
para adultos e crianças de ambos os sexos.
h) A turma deve ser levada a aprender a cozer as costuras em ponto de máquina;
i) Sob orientação do docente, você estudante deve experimentar passajar buracos de
uma roupa qualquer;
j) Usando o seu poder criativo e experiência, fazer uma colchas, lençóis ou
cobertores, juntando pedaços de tecidos
k) Experimente, a seguir, colocar elástico numa saia ou num calção
l) Vai tentar com linha ou à máquina fazer a prega de zipes em pequenas bolsas,
saias ou calções.
m) Faça uma peça uma simples de vestuário (camisa, saia ou calção) para crianças;
n) Buscando a sua iniciativa criadora, em micro-grupos, fazer vestuário para o grupo
teatral da escola.
o) Faça uma experiência com o molde básico, use um tecido baratinho, costure e
verifique se ficou de acordo com seu corpo.
5. Autoavaliação
1. O que é um molde?
2. Como fazer uma moldagem em costura?
3. Qual é o material necessário para execução dos moldes
4. Como distingue a costura de roupa masculina da feminina?
5. Qual é a importância das medidas na costura?
6. Chave de Correcção
O estudante obterá as respostas da auto-avaliação ao longo do texto proposto e na base da
sua própria experiência.
125
7. Bibliografia Complementar
BASES LYCRAS (2008). Blusas, vestidos, calzas e ciclistas. Disponível em:
https://picasaweb.google.com/100604136123723599837/Baseslycras; acessado
12/Dez/2011.
CORTANDO E COSTURANDO (2009). Corte e Costura. Disponível em
http://cortandoecosturando.com/index.html, acessado a 11/Dez/2011
8. Resumo da Unidade
A presente unidade foi para, primeiro, fornece-lhe noções sobre costura procurando
distinguir como costurar roupa masculina e feminina, do adulto e da criança. A unidade
temática também o conduziu a pequenas experiências do pregar de um zipe e de botões.
Sugerimos nesta unidade que, com base em tecido localmente adquirido ou trapos que
restam de uma costura se pudesse criativamente produzir colchas, lençóis, vestidos,
calças, camisas para entre outros fins vestir o grupo teatral e/ou exposições.
9. Glossário
Colchas – tecido, geralmente, que se sobrepõe ao cobertor e o lençol. Coberta de cama,
trabalhada ou não, também usada para enfeitar janelas, sacadas e paredes.
Colcha de retalhos, a que é feita pela união de pequenas partes de diferentes tecidos.
Moldes – forma que se produz com intenção de dar o feitio ao que pretende coser.
126
Unidade Temática XIII - Cartaz.
127
3. Recursos de Aprendizagem
a) Comercial
Este tipo de cartaz destina-se essencialmente a publicitar ou promover produtos e
serviços de empresas ou outro tipo de organizações com fins lucrativos ou económicos.
b) Social
Sem fins económicos, o cartaz social destina-se a publicitar às massas eventos de
interesse social como campanhas de saúde pública, prevenção e combate às calamidades
naturais, cuidados com as minas e outros objectos explosivos, etc.
c) Cultural
Este tipo de cartaz, está virado à publicitação de eventos e informações culturais, tais
como, cinema, festivais de dança tradicional, concursos de talentos musicais, bienais ou
exposições de artes plásticas, etc.
d) Político
Como sugere o próprio nome, o cartaz político destina-se essencialmente a publicitar ou
promover eventos ou imagens políticas. É comum encontrar este tipo de cartazes em
momentos eleitorais, usados nas campanhas eleitorais de partidos e candidatos políticos e
nas campanhas de educação cívico-eleitoral.
128
Fig. 13.1 – Exemplos de cartazes (comercial, social, cultural e político).
a) Imagem
A imagem de um cartaz é o desenho, a pintura, a colagem, a fotografia, etc existente no
cartaz. Esta situa-se geralmente na zona centro óptico do cartaz, e é o principal elemento
que contem a mensagem a transmitir, pelo que, é preciso muita atenção para se conseguir
elaborar uma imagem atractiva que fale por si e consiga transmitir a mensagem desejada
mesmo para receptores que não saibam ler. Por vezes, a imagem pode ser constituída por
um sinal, uma cor ou pela distribuição tipográfica do texto.
b) Texto
O texto de um cartaz deve ser reduzido ao importante ou essencial, não deve repetir nem
estar desfasado da imagem, mas sim deverá existir uma complementaridade entre o texto
e a imagem. As letras que constituem o texto deverão ser de um tamanho suficientemente
129
grande de modo que ao ser afixado a uma distância considerável possa permitir a leitura
fácil e compreensão imediata pelo receptor. Geralmente o texto é colocado no topo ou no
rodapé do cartaz.
c) Cor
As cores devem ser atraentes e complementares ou contrastantes. Assim, a cor do fundo
não deve inutilizar a imagem nem o texto. É necessário criar uma distinção fácil entre as
cores do texto, da imagem e do fundo. Para tal, o fundo recebe geralmente tonalidades
mais claras, enquanto que a imagem e o texto recebem tonalidades mais escuras.
d) Forma
Habitualmente os cartazes são de forma rectangular. Contudo, segundo a finalidade e a
criatividade do autor, o cartaz pode tomar outras formas.
e) Tamanho
O tamanho ou grandeza do cartaz deverá variar conforme o local a ser afixado. Por
exemplo, um cartaz para uma sala tem dimensões reduzidas pois será lido a curta
distância, enquanto que um cartaz de rua, para poder ser lido a maiores distâncias, deverá
ter um tamanho maior. Para exteriores é mais prático a utilização de painéis ou outdoor.
130
f) Composição
A composição refere-se à forma como organizamos os diversos elementos do cartaz. Este
acabamento deverá ter em conta o espaço disponível (área do cartaz), o tamanho do texto,
a harmonia das cores e a imagem a colocar.
4. Actividades
4- De acordo com os requisitos que cada elemento do cartaz deve apresentar, elabore
uma grelha de avaliação que usaria para avaliar cartazes elaborados pelos seus alunos.
5. Autoavaliação
1- O que entende por cartaz? Qual a sua utilidade?
2- Mencione os tipos de cartazes que conhece e explique a finalidade de cada um.
131
3- Indique os elementos constituintes do cartaz e fale das qualidades que deverão
apresentar.
6. Chave de Correcção
7. Bibliografia Complementar
Andrade, P. S., Educação Visual, ComuniCarte, 3º Ciclo do Ensino Básico, 1.ed. Lisboa.
Plátano Editora, 2002, pp. 205-207;
Azevedo, M. M., Vamos lá VER, Educação Visual e Tecnológica 5º ano, 4.ed. Lisboa.
Texto Editora, 1995, pp. 24-26;
Gândara M. e Knapic, M., Educação Visual 8º Ano, 1.ed. Lisboa. Texto Editora, 1989,
pp.25-26;
8. Resumo da Unidade
132
Nesta unidade temática vimos que uma das preocupações importantes de todos os tempos
é a comunicação. Vários formas de comunicação são usadas, dentre elas o cartaz, um
meio de comunicar rapidamente com as massas em pouco tempo.
Nesta unidade tratamos os tipos de cartaz de acordo com a finalidade para a qual são
elaborados (comercial, social, cultural e político) assim como os elementos do cartaz
(imagem, texto, cor, forma, tamanho e composição) e as características que estes deverão
ter. Salientamos a complementaridade entre o texto e a imagem, o contraste de cor entre o
fundo e a imagem e texto, o tamanho das letras, a composição dos elementos, tudo tendo
em conta a necessidade de uma fácil leitura e percepção imediata da mensagem.
9. Glossário
Centro óptico – ponto onde centramos a visão quando olhamos para uma imagem visual
e localiza-se um pouco acima do centro geométrico do cartaz.
Composição – organização harmoniosa dos vários elementos constituintes do cartaz, de
moda a torná-lo funcional (atractivo, claro, perceptível)
Comunicação visual – comunicação que acontece através da visão (impulsos visuais). A
mensagem é contida na imagem, cor e texto.
Massas – grande número de pessoas
Outdoor – tela gigante (incluindo painéis electrónicos ou ecrãs gigantes) capaz de passar
inúmeras informações em pouco tempo sem desperdício de suporte (papel, chapa, etc.).
133
Unidade Temática XIV – Cor/Pintura.
134
3. Recursos de Aprendizagem
A pintura a aguarela, consiste em diluir as tintas com bastante água, de modo a torná-las
transparentes. Ao executar a pintura, deve-se iniciar por aplicar as tonalidades mais claras
e depois colocar as mais escuras. Sendo uma técnica de muita transparência das cores e
predomínio de tonalidades claras, o branco do papel deverá jogar o papel da tonalidade
mais clara, que representa as zonas de maior ou total incidência da luz. É importante
trabalhar em próprio papel para aguarela disponível no mercado.
Por sua vez, a pintura a guache consiste em diluir suficientemente o guache em pequenas
quantidades de água até atingir uma consistência apropriada, que permita o trabalhar com
135
pincéis variados e manter as tintas opacas (não transparentes como no caso anterior). As
misturas podem ser feitas em godés, azulejo branco ou em paletas brancas. Na excussão,
tenha sempre um papel branco de lado para realizar as experimentações das misturas, e só
aplique sobre a tela quando tiver obtido a mistura desejada.
Para realizar pinturas a lápis de cor é preciso verificar o grau de dureza que apresenta ou
a suavidade com a qual aderem ao suporte. Este material é igualmente da fácil acesso e
maneio, facilitando também a obtenção de várias misturas de cores por não ser totalmente
transparente nem totalmente opaco.
Por sua vez, o lápis de cera permite-nos cobrir grandes superfícies e utilizar uma grande
variedade de suportes (papel, cartolina, cartão, madeira, metal, vidro, plástico, tecido,
etc.) com mais facilidade do que o lápis de cor. Sendo uns solúveis e outros não, o seu
traço é grosso, admite sobreposição de camadas e tonalidades, e o seu uso pode ser feito
igualmente deitando o lápis rente á superfície.
136
c) Pintura usando tintas artesanais
Com recurso a diversos frutos, flores, raízes, folhas de plantas e outras misturas, podem
ser obtidas artesanalmente cores naturais. Por exemplo da casca de cebola pode se obter o
castanho ou laranja, das amoras se obtém o azul púrpura, das folhas de eucalipto se
obtém o cinzento, das folhas da mandioqueira se obtém o verde, das folhas de chá se
obtém o creme escuro, etc. Esta actividade pode ser acompanhada pelo fabrico de pincéis
artesanais usando penas leves de aves, palha fina, fibra da casca de coco, ou
experimentando o potencial de outros materiais.
Por sua vez, as cores terciárias serão o resultado da mistura de uma cor secundária
primária que a produziu. Isto significa que, por exemplo, que o verde poderá ser
misturado apenas com o amarelo e o azul.
138
Falar de gradação da cor é referir-se a uma escala crescente ou decrescente de tonalidades
das cores. Isto significa que a gradação pode ser realizada de tonalidades mais claras para
as menos claras (escuras) e vice-versa.
Com as tonalidades da cor, é possível usar a cor para representar objectos com zonas
iluminadas e com sombra, como a segui se pode observar.
139
Verde – associado ao vigor, à juventude, ao frescor, à esperança e calma.
4. Actividades
a. Aplicando diferentes técnicas e materiais de pintura, desenhe o círculo cromático e
realize pinturas basicamente sobre papéis apropriados e cartolinas.
140
b. Numa fase posterior passe à pintura em telas, abordando temáticas de interesse
actual e transversal que, deverá culminar com a realização de uma exposição
conjunta.
c. Para terminar, escolhe-se uma parede ou muro para a realização de um painel
colectivo.
O trabalho com tintas, embora não envolva objectos potencialmente cortantes, também
requer certos cuidados de higiene e segurança no trabalho. Mantenha o espaço de
trabalho limpo, os trabalhos arrumados, os materiais (tintas, pincéis, telas, godés, etc.)
bem organizados. Se achar conveniente use um avental ou bata para protecção.
5. Autoavaliação
1- Quais são as técnicas de pintura que conhece? Explica em consiste cada uma delas.
2- O que entende por cores primárias e terciárias? Explique o procedimento para sua
obtenção.
3- O que são cores frias, quentes e complementares? Como as pode identificar no círculo
cromático?
4- No contexto social, a cor pode ter vários significados e aplicações. Indique os
significados e aplicações das cores mais usadas na sua comunidade.
6. Chave de Correcção
Actividade 1: Em seus trabalhos, é importante que o formando exercite inicialmente a
mistura de cores, testar as potencialidades de cada material de pintura, pois estes
conhecimentos serão úteis para a realização dos seus quadros de pintura.
141
Actividade 2: O formando deve desenvolver as suas potencialidades de comunicar
através das artes. Os temas retratados nas pinturas (a serem exibidas em exposição
conjunta) deverão criar reflexões e instigar a tomada de consciência e mudança de atitude
em torno de temas de interesse da comunidade e da sociedade em geral.
Actividade 3: Na ausência de um muro ou parede livre/disponível, este trabalho pode ser
realizado igualmente numa tela gigante. É importante a participação de todos e a
planificação/esboço atempado do espaço a ocupar.
7. Bibliografia Complementar
Andrade, P. S., Educação Visual, ComuniCarte, 3º Ciclo do Ensino Básico, 1.ed. Lisboa.
Plátano Editora, 2002, pp. 24-29, 40-43, 70-71, 82-86 e pp.90-93;
Azevedo, M. M., Vamos lá VER, Educação Visual e Tecnológica 5º ano, 4.ed. Lisboa.
Texto Editora, 1995, pp. 62-67 e pp.110-119;
Genro, O., Luz e Sombra, 1.ed. Portugal. Plátano Editora, 2002, pp.29-49 e pp. 63-95;
Instituto Brasileiro de Cultura, Revista “Passo-a-passo do Desenho & Pintura”, Ano 1,
No5, São Paulo. Editora OnLine, s/d;
Martins, R., Lápis de cor, 1.ed. Portugal. Plátano Editora, 2003;
Vaz, Ma J. e Gomes, C., Construir Ideias, Educação Visual e Tecnológica 6º ano, 3.ed.
Lisboa. Texto Editora, 1995, pp.170-172.
8. Resumo da Unidade
Nesta unidade foi abordada a cor, um elemento que acompanha as formas naturais e
fabricadas pelo Homem. Vimos a cor do ponto de vista de luz e de pigmento e a vasta
aplicação que hoje ocupa em várias áreas de actividade humana.
142
Foram igualmente arroladas as técnicas de pintura com diferentes materiais (aguarela e
guaches, lápis de cor e cera e tintas artesanais), a mistura de cores para obtenção de cores
secundárias e terciárias, o círculo cromático (no qual estão patentes as cores quentes, frias
e complementares), a gradação da cor e a definição do volume/luz-sombra, os
significados que a cor pode transmitir (a simbologia da cor) e a pintura colectiva como
forma interventiva em grupo.
9. Glossário
Cor-luz – refere-se á luz reflectida pelos objectos iluminados e captada pela nossa vista.
As restantes cores são absorvidas.
Cor-pigmento – refere-se à cor produzida (em forma de tintas ou outros materiais)
através da aplicação de pigmentos (minúsculas partículas químicas) sólidos ou
dissolvidas.
143
Unidade Temática XV - Desenho Geométrico.
144
3. Recursos de Aprendizagem
As formas da natureza e os objectos fabricados pelo Homem têm em geral uma forma
geométrica envolvente. As formas geométricas básicas são o triângulo equilátero, o
quadrado e o círculo.
145
Derivadas destas formas surgem as formas mais complexas como piramidal, prismática,
cilíndrica, cónica e esférica.
Este método permite a divisão do segmento de recta em 2, 4, 8, 16, 32, etc partes iguais.
Dado um segmento AB, com abertura do compasso maior que a metade, traçam-se dois
arcos de circunferência de centros em A e B. Unindo as intersecções destes arcos, tem-se
a linha mediatriz do segmento dado. Para mais divisões repete-se o procedimento.
3.4. Concordâncias
Os aspectos particulares de concordância que serão abordados são as espirais, as
concordâncias de arcos e destes com resctas.
a) Espirais
As espirais são linhas curvas abertas que nos lembras um fio que vai de desenrolando. As
espirais podem ser de 2, 3, 4 ou mais centros.
146
Para o traçado da espiral de dois centros, são marcados os centros C1 e C2 sobre uma
linha. Com abertura de C1 a C2 traça-se o primeiro arco (de meia volta) até à linha.
Fazendo centro em C2 traça-se a outro arco de meia volta. Este processo é repetitivo até
obter um tamanho desejado.
b) Concordância de arcos
147
c) Concordância de arcos com rectas
A concordância de arcos com rectas é obtida quando se consegue fazer uma continuidade
ou transição harmoniosa de um arco para uma recta ou vice-versa. Assim, a sua
construção estará baseada na tangência entre circunferências e rectas.
3.5. Ângulos
O ângulo é o espaço plano existente entre duas linhas rectas cruzadas. O ponto em que
acontece o cruzamento recebe o nome de vértice, enquanto que as semi-rectas que
limitam o espaço recebem o nome de lados do ângulo. As medições dos ângulos são
feitas com ajuda do transferidor e medem-se em graus ( o). Conforme as suas aberturas, os
ângulos pode ser nulo (0o), agudo (entre 0o e 90o), recto (90o), obtuso (entre 90o e 180o),
raso (180o) e giro (360o).
a) Adição de ângulos
Dados dois ângulos, traça-se um arco de circunferência em cada ângulo fazendo centro
em V e obtendo os pontos AB e CD. Com a mesma abertura, traça-se outro arco numa
nova linha fazendo centro na sua extremidade. Neste arco, são marcadas as aberturas AB
e CD resultando no ângulo AVD fruto do somatório dos ângulos anteriores. Este
procedimento é válido para somar igualmente mais de dois ângulos.
148
Fig. 15.8 – Adição de Ângulos
b) Subtracção de ângulos
A subtracção de ângulos segue o processo inverso da adição. Para tal, é dado um ângulo
maior do qual serão subtraídos ângulos menores. O ângulo resultante será deste modo,
menor que o ângulo inicial.
c) Divisão de ângulos
149
d) Multiplicação de ângulos
Os polígonos podem ser regulares (lados todos iguais) e os irregulares (lados diferentes).
Para o nosso estudo consideraremos apenas os polígonos regulares, para os quais o
método geral consiste em:
150
Por outro lado, o método específico consiste na divisão da circunferência em partes
iguais, segundo o número de lados do polígono. Por exemplo, para a construção do
triângulo equilátero, quadrado, pentágono, hexágono, etc, dividimos a circunferência em
3, 4, 5, 6, etc partes iguais.
4. Actividades
151
1 - No nosso meio envolvente é possível encontrar objectos com as mais variadas formas.
Faça um levantamento das formas dos objectos (triangular, quadrangular, circular,
esférica, cilíndrica, cónica, prismática e piramidal) que podem ser identificados no seu
meio envolvente.
2- Utilizando os conhecimentos sobre as construções geométricas elabore composições
decorativas. No final decore ao seu gosto. Faça igualmente recortes de composições
decorativas em cartolinas.
5. Autoavaliação
6. Chave de Correcção
Actividade 1: O formando deverá fazer uma catalogação de formas naturais e artificiais
que se assemelhem às formas geométricas aprendidas. É útil fazer o registo fotográfico de
tais formas e fazer correspondência com as formas geométricas.
152
Actividade 2: O formando deverá exercitar a construção dos diferentes polígonos e
concordâncias, primeiro em separado e mais tarde explorando o potencial destes
elementos na elaboração de composições decorativas. No final são decorados e
recortados para criar mais interesse às composições.
7. Bibliografia Complementar
Andrade, P. S., Educação Visual, ComuniCarte, 3º Ciclo do Ensino Básico, 1.ed. Lisboa.
Plátano Editora, 2002, pp. 155-161, 164-165 e pp.170-171;
Azevedo, M. M., Vamos lá VER, Educação Visual e Tecnológica 5º ano, 4.ed. Lisboa.
Texto Editora, 1995, pp.80-83 e pp.98-99;
Lopes, M., Desenho Técnico, Ensino Secundário, Portugal, Edições ASA, s/d, pp.16-17,
42-43, 52-59 e pp. 62-75.
8. Resumo da Unidade
Na unidade temática que termina, falamos do Desenho Geométrico e nele abordamos os
materiais de rigor usados, e as formas geométricas (básicas e complexas envolventes) dos
objectos. Abordamos igualmente construções geométricas que vão desde o método geral
da divisão de segmentos em partes iguais, as concordâncias (espirais de vários centros,
concordâncias de arcos, concordâncias de arcos com rectas), ângulos (classificação,
adição, subtracção, divisão e multiplicação de ângulos) até a construção de polígonos
(pelo método geral, especifico) e estrelados.
9. Glossário
Ângulo – Espaço plano que fica limitado por duas linhas rectas cruzadas. No caso de
ângulo volumétrico formado por dois planos recebe o nome de ângulo diedro.
Bissectriz – Linha recta com origem no vértice do ângulo e que o divide em dois iguais.
Concordância – Fenómeno de perfeita ligação e continuidade entre arcos ou entre estes
com rectas, sem no entanto se notar um ponto de quebra ou descontinuidade.
Formas geométricas básicas – São as formas geométricas mais elementares, cuja
combinação nos permite a construção de outras formas mais complexas.
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Mediatriz – Linha perpendicular que divide um segmento de recta em duas partes iguais.
Polígonos – São figuras planas limitadas por linhas rectas poligonais (fechadas).
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Unidade Temática XVI - Impressão e Estampagem.
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3. Recursos de Aprendizagem
Na actividade da impressão podem ser usadas várias técnicas dentre elas a Monotipia, a
Impressão a linóleo, a linogravura, a Impressão serigráfica, os Fotogramas e os Batiques.
Neste manual dar-se-á destaque para a serigrafia, a monotipia e o decalque. Caso haja
dificuldades na concretização destas técnicas de impressão, explore aquelas que, pelas
características da sua região, sejam mais exequíveis ou que os materiais para a sua
execução estejam facilmente disponíveis.
a) Serigrafia ou Silk-Screen
A serigrafia é um procedimento de impressão plana que funciona com “máscaras”
(conjunto de partes reservadas e outras que deixam passar a tinta), muito usada em
tecidos, papéis, cartazes, etc. A base de trabalho é a matriz, e a mais utilizada é feita de
nylon na qual a imagem plana é gravada através de vernizes, cola, emulsões fotográficas,
filmes serigráficos dentre outros processos.
O processo de impressão na serigrafia é feito espalhando a tinta (geralmente com um
rodo que faz pressão entre a tela e a cópia), fazendo com que a tinta seja chupada através
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das áreas furadas da imagem que se pretende reproduzir. Trata-se de um procedimento
muito usado na indústria de tecidos para a estampagem de imagens.
b) Monotipia
Trata-se de uma técnica conhecida por “técnica de uma só reprodução”, resultado da
aplicação de tinta espessa ou diluída sobre um suporte não absorvente. No final, as
imagens resultantes (positiva e negativa) são simétricas ou inversas às do suporte. Por
vezes, esta técnica pode não imitar fielmente a obra, uma vez que na passagem ao papel,
as tintas podem se misturar criando resultados imprevisíveis (daí o interesse desta
técnica). A impressão é única quando a pintura for feita directamente sobre a superfície
lisa e transferida para papel ou tecido mas, a Monotipia permite que se crie mais de uma
impressão (processo pouco usado e que exige uma nova montagem dos materiais usados
na impressão mas com baixa probabilidade de obter cópias idênticas).
c) Decalque
O decalque é a cópia de uma imagem em determinada superfície que passa a ser
reproduzida em outro papel, aplicando materiais transparentes. Por sua vez, a técnica de
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impressão por decalque consiste em reproduzir uma imagem duma superfície, através da
aplicação de uma suave pressão sobre o papel a imprimir (colocado por cima da imagem
ou do objecto), usando um meio riscador (como lápis de cor ou de cera) que permite
buscar todas as linhas do contorno e texturas da imagem.
3.4. Composições
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Fig. 16.5 – Composições por sobreposição, variação de tamanhos e combinação da
repetição (na horizontal) e alternância (na vertical)
As composições mistas são aquelas que resultam da mistura de técnicas. Por exemplo,
das várias misturas ou combinações possíveis, podemos encontrar com maior facilidade a
combinação desenho/impressão, desenho/decalque e colagem/impressão, como a seguir
se pode observar.
4. Actividades
1- Com o seu grupo de estudo, prepare uma proposta de logótipo da sua instituição de
formação como projecto de impressão para uma empresa de impressão em têxteis.
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Realizem o estudo/experimentação das cores e os respectivos efeitos em preto-e-
branco.
2- Usando tintas naturais (disponíveis no meio envolvente), artesanais ou convencionais
(adquiridas em estabelecimentos comerciais), efectue composições decorativas em
papel, cartolina e tecido aplicando as diferentes formas de impressão.
3- Aplicando as várias técnicas de impressão aprendidas, efectue composições mistas
em papel, cartolina e tecido através da combinação de tais técnicas.
5. Autoavaliação
1. O que entende por impressão? Fale um pouco sobre a sua história.
2. Quais os tipos de impressão que conhece? Explique em que consiste cada tipo.
3. Existem várias técnicas de optimizar as composições, das quais se destacam a
sobreposição, a variação de tamanhos, a repetição e a alternância. Explique em que
consiste cada técnica.
4. Explique o conceito de composições mistas e avance alguns exemplos.
5. Visite uma empresa de impressão serigráfica e faça um relatório detalhado dos
procedimentos, equipamentos e produtos realizados.
6. Chave de Correcção
Actividade 1: O estudo das cores permitirá que o formando tenha consciência das
tonalidades de cada cor a usar, o contraste que isso cria e a visibilidade que o conjunto
garante em caso de impressão em tecidos de diferentes cores e em preto-e-branco.
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Actividade 2: Os formandos deverão procurar explorar o potencial e as possibilidades em
cada tipo de impressão, desde a variação dos materiais, a densidade e transparência das
cores até à mistura das tintas. Muitos materiais naturais e algumas texturas artificiais
podem ser usados como motivos interessantes para decalque, enquanto que a carimbagem
pode ser feita por relevos recortados em batatas, cartões, esferovite, etc. daí poderão
resultar composições por repetição, alternância, sobreposição e variações de tamanhos.
Actividade 3: A combinação das técnicas de impressão deverá espelhar o grau de
criatividade do formando. Durante a exercitação, decidirá a ordem de combinação das
técnicas conforme o resultado que disso se pretende.
7. Bibliografia Complementar
Andrade, P. S., Educação Visual, ComuniCarte, 3º Ciclo do Ensino Básico, 1.ed. Lisboa.
Plátano Editora, 2002, pp. 242-245;
Azevedo, M. M., Vamos lá VER, Educação Visual e Tecnológica 5º ano, 4.ed. Lisboa.
Texto Editora, 1995, pp. 100-109;
Vaz, Ma J. e Gomes, C., Construir Ideias, Educação Visual e Tecnológica 6º ano, 3.ed.
Lisboa. Texto Editora, 1995, pp.120-130.
8. Resumo da Unidade
Na unidade temática que termina, abordamos a impressão e estampagem, uma actividade
de produção de imagens que teve as suas primeiras manifestações por volta do século
VIII (a. C.), na China. Hoje existem variadíssimas formas de transferência de imagens,
umas mais simples e outras mais complexas. Arrolamos igualmente a origem e o conceito
de impressão, os tipos de impressão (nos quis mereceram maior destaque a serigrafia, a
monotipia e o decalque), a produção de carimbos a partir de vegetais, cartão e esferovite,
a criação de composições por sobreposição, repetição, variações de dimensões e
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alternância bem como a criação de composições mistas (desenho/impressão,
desenho/decalque e colagem/impressão).
9. Glossário
Colagem – é o processo que consiste em colar sobre uma dada superfície, imagens
recortadas (em revistas, jornais, etc) ou em preencher espaços de um desenho por outro
material (por exemplo tiras de papel de diversas cores e tamanhos) resultando numa
espécie de mosaico de papel.
Esferovite (ou EPS) - é a espuma rígida de poliestireno, depois de expandido. É um
produto leve, branco, robusto, que resiste ao envelhecimento, mais do que qualquer outro
material moderno para isolamento térmico. É largamente usado em embalagens (caixas)
para protecção de electrodomésticos, loiça e outros objectos quebráveis.
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