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Disciplina: Língua de Sinais de Moçambique (LSM I)

Docentes: Augusto Nélio Jamine & Henrique Mateus


Tema: A presentação dos docentes aos estudantes e vice-versa

 História da educação dos surdos no Mundo e em Moçambique

 Importância da Língua de Sinais de Moçambique

1. História da educação dos surdos no Mundo


Nas civilizações greco-romanos os surdos eram considerados incapazes, sem fé,
discriminados, sem direito cívicos (votos) e sem acesso a educação.

De acordo com Salles, Fraulstich, Carvalho & Ramos (2004), os surdos na antiguidade
passaram por muitas dificuldades ao logo das suas vidas.

No Egipto nos anos 300 a.c. os surdos eram adorados como Deuses porque acreditava-
se que as pessoas surdas tinham uma ligação com Deus; na Grécia os eram lançados aos
rios e mares, isto é, eles não tinham direito a vida.

Segundo Pereira et al. (2011), afirma que o Pedro Ponce de León (1520-1584) foi um
dos primeiros tutores que destacou-se no ensino de surdos da nobreza Espanhola, que
ensinavam as crianças surdos de filhos de aristocratas ricos, e ele utilizava o alfabeto
manual com duas mãos e fazia uma junção dos sinais.

Em 1620 Juan Pablo Bonet publicou o alfabeto Bimanual, para ensinar o surdo a
soletrar as palavras.

O francês Abade Charles Michel de Lʼ Pée em 1755 foi o fundador da primeira escola
pública no mundo para a educação dos surdos, e essa escola encontrava-se em Paris,
França, em 1880 houve a conferência de Milão, Itália onde foi declarado o modelo oral
para a educação dos surdos e em 1864 foi criada a primeira universidade no mundo para
a educação de surdos.

Brasil

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No Brasil o ensino para os surdos começa em 1857, quando foi fundada a primeira
escola no Rio de Janeiro por D. Pedro II, que convidou o francês Huet que usou a língua
de sinais francesa no ensino dos surdos do Brasil (Salles et al, 2004).

Moçambique

Em Moçambique a educação das pessoas surdas começou em 1962 apenas com duas (2)
escolas, uma na cidade de Maputo (Escola Especial nº1) e outra na Beira (Escola
Espacial nº 3).

Em Quelimane foram criadas turmas para surdos, e depois da independência fundaram a


Escola Comunitária da Malhangalene (Ademo), que atende as crianças com
necessidades educativas especiais.

O desenvolvimento da língua de sinais de Moçambique inicia na década de 1990 na


vinda dos Finlandeses que desenvolveram a língua de sinais.

O programa de atendimento para os surdos começa através de um programa chamado


ABC, em 1992, um dos pilares que desenvolveu as actividades na área da língua de
sinais, com os seguintes objectivos:

 Capacitação de líderes surdos para a recolha, investigação e sistematização dos


sinais;
 Criação de grupos de surdos a nível nacional para produção do primeiro
dicionário de língua de sinais de Moçambique;
 Formação de professores e técnicos em línguas de sinais de Moçambique.

A criação do centro de recursos em Maputo foi em 1992, e depois alastrou-se para


Beira, e o objectivo era de identificar, sensibilizar os surdos e as suas famílias e a
inserção dos surdos no acesso a educação, nas actividades económicas, políticas e
culturais. E em 1995 houve a produção do primeiro dicionário de língua de sinais de
Moçambique.

Segundo a Mined (2014), com a realização da declaração de Salamanca em 1994 sobre


a educação para todos e do processo da educação inclusiva e que todos têm direito e o
acesso a educação básica, no ano 1998 criou-se os CREI (centro de recursos de

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educação inclusiva), na zona sul (Gaza-Macia), zona centro (Tete-Matundo) e
(Nampula-Anchilo).

Em 2005 a publicação do segundo dicionário, o terceiro dicionário publicado pelo


centro dos estudos Africanos da UEM em 2013.

O curso de licenciatura em Língua de Sinais de Moçambique, foi introduzida em 2014,


na Universidade Eduardo Modlane (UEM), Faculdade de Educação (FACED) para a
formação de adolescentes, jovens e adultos surdos e ouvintes, na área de interpretação e
ensino em língua de sinais para melhorar o processo de ensino e aprendizagem das
pessoas surdas (Tembe, Baptista, Sitoe, Zamora, Langa, Zandamela & Filimone, 2013).

Importância da língua de sinais de Moçambique

A língua de sinais de Moçambique é importante porque:

 A língua de comunicação de pessoas surdas;


 O meio de transmissão de conhecimento, da identidade e da cultura surda;
 A língua de trocas comerciais e de criação de amizades para pessoas surdas e
ouvintes, e de cooperação com outros Países.

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Referências Bibliográficas

Salles, R. M.L., Faulstich, E., Carvalho, O. L. & Ramos, A. A. (2004). Ensino de língua
portuguesa para surdos: Caminhos para a pratica pedagógica. Brasília:
MEC,SEESP Editora.

Pereira, M. C. C., Choi, D., Viera, M. I., Gaspar & Nakasato, R. (2011). Libras:
Conhecimentos além dos sinais. São Paulo: Vinícius Souza Editora.

MINED. (2014). Plano Estratégico de Educação 2012-2016 Combater a Exclusão,


Renovar a Escola. Maputo.

Tembe, C., Baptista, M.M., Sitoe,A.A., Zamora,R. Langa, J. Zandamela, I. &


Filimone,E. (2013). Currículo do Curso de Licenciatura em Língua de
Sinais Moçambicana. Maputo: UEM.

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