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Universidade Púnguè

Licenciatura em Ensino Básico com Habilitações em Supervisão e inspecção


Pedagógica da Escola Básica

Disciplina: Politicas Publicas de Educação, 4º Ano, 2021

Nome: José Honório Manuel Perdigão

Assunto: Síntese da educação Moçambicana

A caracterização da educação em Moçambique pode ser dividida em dois grandes


períodos: o período antes da Independência e o período pós-Independência.

A Educação antes da Independência

A história da educação em Moçambique antes da Independência pode ser dividida em


duas etapas relevantes: a educação no período colonial e a educação no governo de
transição.

A Educação no período colonial (1845 – 1974)

A educação neste período foi caracterizada pela dominação, alienação e cristianização.


Foi o período em que surgiu a primeira regulamentação do ensino nas colónias, período
da Monarquia em Portugal, a 2 de Abril de 1845. A 14 de Agosto do mesmo ano, foi
estabelecido um decreto que diferenciava o ensino nas colónias e na Metrópole e criava
as escolas públicas nas colónias.

Em 1846 foi publicada a primeira providência legal para a organização da instrução


primária no ultramar português; depois de 1854 foram criadas, por decreto, as primeiras
escolas primárias na Ilha de Moçambique, no Ibo, Quelimane, Sena, Tete, Inhambane e
Lourenço Marques. Em 1912 foi criada, em Lourenço Marques, a primeira escola
secundária em Moçambique

Dois subsistemas de ensino do sistema de educação colonial

Um dos maiores marcos da educação colonial em Moçambique é a vigência de dois


subsistemas de ensino, nomeadamente:
Ensino Oficial – para os filhos dos colonos ou assimilados; transmissão de valores e
padrões aristocráticos.

Ensino rudimentar – para os chamados “indígenas”- os nativos. reduzido apenas a


aprender a ler, escrever e a domesticação.

Características do ensino colonial em Moçambique

Carácter discriminatório

Estabelecimento de dois tipos de educação, um destinado à população negra e dirigido


pelas missões, e outro reservado às crianças brancas e aos assimilados, confiado ao
estado e às instituições privadas; Limitação de ingresso na escola primária oficial e nos
níveis superiores de escolarização

Carácter urbano da rede escolar

As escolas oficiais localizavam-se nos centros urbanos e eram melhor equipadas,


enquanto que os postos escolares eram construídos em zonas rurais para a maioria da
população moçambicana; As escolas para indígenas eram mal equipadas.

Unidade entre a religião e o ensino

A organização, direcção e controlo do “ensino para indígenas” estavam confiadas aos


missionários

Carácter fictício da escolarização obrigatória

A limitação dos ingressos na escola na base da idade, a existência de uma rede escolar
insuficiente e inadequada; Outros factores inibidores foram: i) carências familiares e
individuais de natureza económica; ii) elevadas taxas de escolarização; iii)
discriminação no recenseamento escolar; iv) proibição de inscrição e matrícula nas
escolas oficiais de crianças não recenseadas

Carácter paternalista

Complexo de superioridade do branco em relação ao “negro” era bem patente em alguns


livros de leitura em uso nas escolas primárias para indígenas;

A educação no Governo de Transição (1974-1975)


Este período é consequência dos acontecimentos destacados nos anos anteriores. Por
exemplo, a fundação da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), em 1962,
permitiu o desencadeamento da luta armada para a libertação nacional, na sequência da
qual, com os Acordos de Luzaka em 1974, condicionou o surgimento do Governo de
Transição. Assim, uma das razões que leva à consideração deste período prende-se com
o facto de que grande parte das transformações no campo educacional aplicadas a nível
nacional teve como origem as experiências levadas a cabo pela FRELIMO e resultam da
visão deste movimento sobre o modelo de sociedade pretendido e os princípios
defendidos durante a Luta Armada.

A educação pós - Independência

Ao longo deste período, o sistema educativo sofreu várias reformas que tinham em vista
adequar a formação dos moçambicanos aos contextos sócio-políticos, económicos e
culturais, marcado pelo alcance da Independência, em 1975. Neste período, destacam-se
como principais marcos: o surgimento da lei 4/83; da lei 6/92; e da Lei 18/2028.

O surgimento da lei 4/83 (1983 – 1991)

Em 1983, procedeu-se à introdução do Sistema Nacional de Educação (SNE), através da


Lei nº 4/83.

O surgimento da Lei nº 6/92 (1992 - 2018)

A lei nº 6/92 surgiu para reajustar a lei 4/83. Em 2004 é introduzido o Plano Curricular
do Ensino Básico, ora em vigor, em consequência da reforma do currículo escolar
anterior (vide REGEB 2008).

O surgimento da Lei nº 18/2018. Esta lei traz as seguintes alterações ao SNE:

Introdução da educação pré-escolar; O ensino primário em seis classes; O ensino


bilingue como modalidade do ensino primário; O ensino básico obrigatório gratuito de
nove classes; O ensino secundário de seis classes; O ensino à distância como
modalidade do ensino secundário e superior; O perfil de ingresso para formação de
professores; A Educação Inclusiva em todos os níveis de ensino; A educação
vocacional.

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