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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Importância da Indústria Extrativa para o Desenvolvimento local em


Moçambique

Juvêncio Morais Subuhana: 71210304

Quelimane, Março de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em ensino de Geografia

Importância da Indústria Extrativa para o Desenvolvimento local em Moçambique

Trabalho de campo a ser submetido


a coordenação de curso de
licenciatura em ensino de Geografia
da UniSCED

Tutor: MSC: Edson Huo

Juvêncio Morais Subuhana: 71210304

Quelimane, Março de 2023


Índice
1. Introdução ............................................................................................................................. 3
1.1. Objectivos ..................................................................................................................... 3
1.1.1. Objetivo geral ............................................................................................................ 3
1.1.1.1. Objectivos específicos ............................................................................................... 3
2. Breve Contextualização da Indústria Extrativa em Moçambique ......................................... 4
3. Importância da Indústria Extrativa para o Desenvolvimento local em Moçambique ........... 5
4. Conclusão .............................................................................................................................. 8
5. Referência bibliográfica ........................................................................................................ 9
1. Introdução

Nos últimos quinze anos Moçambique tem registado um desenvolvimento


considerável. Um dos grandes contribuintes desta mudança é a descoberta de vários
recursos minerais. Pressupõe-se que a indústria extractiva constitui uma força motriz para
o Investimento Estrangeiro Directo e desenvolvimento da economia moçambicana.
Porém, investimento neste sector está sujeito a vários riscos, associados ao grau de
cometimento da responsabilidade social das grandes corporações multinacionais e o
impacto negativo que podem criar sobre a vida das comunidades locais, as condições de
trabalho e o meio ambiente.

O presente trabalho debruça-se em torno da Importância da Indústria Extrativa


para o Desenvolvimento local em Moçambique, que serve de trabalho de campo na
cadeira de Geografia Económica de Moçambique, no curso de Licenciatura em ensino de
Geografia, 3º Ano. Em concernente a elaboração do mesmo, usaram-se vários artigos
publicados na internet, livros, e entre outros, no que culminou a uma pesquisa
bibliográfica.

1.1.Objectivos
1.1.1. Objetivo geral
 Avaliar a importância da indústria extrativa para o desenvolvimento local
em Moçambique
1.1.1.1.Objectivos específicos
 Conceituar Industria Extrativa;
 Falar da breve contextualização da indústria extrativa em Moçambique;
 Descrever a importância da indústria extrativa para o desenvolvimento
local em Moçambique.

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2. Breve Contextualização da Indústria Extrativa em Moçambique

Segundo Nuno (2010, p. 78), afirma que “A indústria extractiva são “actividades
de extracção de recursos naturais, sem ou com pouco processamento que adicione valor
ao recurso em si, antes de este recurso ser posto a disposição de outro utilizador”.

Nuno (2010, p. 80), estabelece que “Indústria extractiva propriamente dita” refere-
se a actividades de extracção de recursos naturais, sem ou com pouco processamento
(semi-processamento) que adicione valor ao recurso em si, antes de este recurso ser posto
à disposição de outro utilizador”.

Na perspectiva de Nuno (2010, p. 82), afirma que:

“As indústrias extractivas são as que extraem os recursos e os fornecem a outros


utilizadores que eventualmente os processam. Classicamente, as indústrias de
extracção de recursos minerais (minerais ferrosos e não ferrosos, hidrocarbonetos
e outros), florestais e marinhos (incluindo a pesca) são constituintes das chamadas
“indústrias extractivas propriamente ditas”.

Segundo Mosca (2011, p. 112), afirma que:

“Entre os recursos naturais existentes em Moçambique destaca-se o carvão


mineral, gás natural, areias pesadas, ferro, ferro vanádio, titânio, tantalite,
turmalinas, bentonite, pegmatitos, mármores, bauxite, grafite, diamantes, ouro,
fosfatos, calcário, pedrasp e semi- preciosas, riolitos, urânio platinóides, cobalto,
crómio, níquel, cobre, granito, flúor, diatomite, esmeraldas e apatite”.

O ouro, cobre, ferro, bauxite e recursos similares ocorrem com maior frequência
em Manica no oeste de Moçambique. Os campos de Pande/Temane, na província de
Inhambane possuem reservas de gás natural estimados em mais de 5 milhões de toneladas
joules.

Segundo Mosca (2011, p. 115), afirma que “O sector extrativo em Moçambique


se divide entre a produção industrial, dominada por grandes corporações multinacionais
e produção artesanal exercida por garimpeiros quer individuais quer associados. Calcula-
se que existam mais de 57 associações artesanais em todo o país”.

Mosca (2011, p 115), afirma que “Os debates sobre a indústria extractiva em
Moçambique centram-se em volta de actividades industriais exercidas por corporações
multinacionais”.

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Mosca (2011), enfatiza que:

“Em 2006, a indústria extractiva contribuiu com 1,5% para produto interno bruto
(PIB); em 2009 a contribuição situou-se em 2,25% das receitas totais do Estado;
em 2010 o contributo foi de cerca de 1,1%. Em 2011, o peso da indústria
extractiva sobre o PIB foi de cerca de 2%, mesmo número registado em 2014”.

3. Importância da Indústria Extrativa para o Desenvolvimento local em


Moçambique

Segundo Correia (2010, p. 32), estabelece que “Moçambique é um país onde a


maior parte da população vive nas zonas rurais. A pratica da agricultura serve de
subsistência para a população que a pratica. A actividade depende das condições
climatéricas que a torna vulnerável”.

“Associado a esta vulnerabilidade estão as limitações impostas pela despesa


pública que não tem ultrapassado os 3% das despesas totais. Portanto, com um sector
agrário quase que estagnado, indústria extractiva tem aparecido como forte alternativa da
promoção do crescimento” (Correia, 2010, p. 32).

Correia (2010, p. 34), afirma que:

“O crescimento acelerado, que se tem verificado desde 2000, foi impulsionado


pela indústria extrativa. Estes Investimentos Diretos Estrangeiros, no sector da
indústria extrativa, vieram contribuir para o acréscimo das receitas fiscais
provenientes dos recursos naturais. As receitas destes recursos representam um
potencial elevado para o alcance da sustentabilidade orçamental”.

Porém, são incertos, pois dependem da situação dos mercados consumidores


dessas matérias e de políticas que criem incentivos para atração de cada vez mais
investimentos, numa óptica de desenvolvimento inclusivo.

Correia (2010), enfatiza que “O país continua a registar um fluxo de entradas de


Investimento Directo Estrangeiro associado aos recursos naturais e respectivos serviços.
Durante o ano de 2012-2014, o investimento cresceu em cerca de 15%”.

Correia (2010), afins que “Estas entradas representam ganhos para o país, pois
melhoram o desempenho económico deste, no que concerne à criação do emprego de
mão-de-obra qualificada e no aumento da produção nacional

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Por outro lado, pela via de cobrança dos impostos, aumenta a proporção de
recursos internos em relação aos externos”.

Segundo Selemane (2009, p. 345), afirma que:

“O crescimento das receitas internas para a contribuição no orçamento do Estado


nos últimos anos, é reflexo directo de uma maior capacidade do Estado na
captação de receitas fiscais e não fiscais, com destaque para as receitas de
recursos provenientes do Investimento Directo Estrangeiro”.

A Autoridade Tributária fez alterações à legislação fiscal com vista a arrecadação


de maiores receitas, por via do alargamento da base tributaria, e o devido tratamento das
mais-valias do sector de recursos naturais. As receitas, provenientes de recursos, tem
ajudado a manter as reservas internacionais, mesmo com as pressões nas importações.

Selemane (2009), afirma que:

“Contudo, pode-se dizer que o esforço das autoridades fiscais tem surtido efeitos
e as receitas provenientes da indústria extrativa tem desempenhado um papel
fundamental. Ainda se está longe de encontrar a sustentabilidade orçamental. Mas
a evolução das receitas tem contribuído para a melhoria na gestão das finanças
públicas em Moçambique”.

Selemane (2009, p. 347), afirma que “O sector da Indústria Extrativa em


Moçambique divide-se entre a produção industrial, dominada por grandes corporações
multinacionais e produção artesanal exercida por garimpeiros quer individuais quer
associados”.

Selemane (2009, p. 350), enfatiza que:

“Moçambique tem um grande potencial em recursos naturais, dos quais se


destacam o carvão mineral, gás natural, áreas pesadas, ferro, ferro vanádio,
titânio, tantalite, turmalinas, bentonite, pegmatitos, mármores, bauxite, grafite,
diamantes, ouro, fosfatos, calcário, pedras preciosas e semi- preciosas, riolitos,
urânio platinóides, cobalto, crómio, níquel, cobre, granito, flúor, diatomite,
esmeraldas e apatite”.

Segundo Mário (2015, p. 10), afirma que “Destes recursos, o carvão mineral, gás
natural, áreas pesadas, ferro, ferro vanádio, titânio, tantalite, turmalinas, bentonite,

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pegmatitos, mármores, bauxite, grafite, diamantes, ouro, fosfatos, calcário, pedras
preciosas e semi-preciosas, riolitos estão em exploração”.

Mário (2015, p. 12), estabelece que:

“Moçambique tem testemunhado uma expansão significativa do interesse e


investimento nas suas indústrias extractivas. Novas descobertas de gás natural
nos últimos dez anos levaram a expectativas de que essas indústrias irão
contribuir de maneira muito significativa para o futuro desenvolvimento
económico do país e para a sua mudança estrutural a longo prazo”.

Na perspectiva de Mario (2015, p. 14), afirma que:

A Indústria Extractiva em Moçambique pode criar oportunidades para o


crescimento e o desenvolvimento através do reforço de receitas derivadas dos
impostos e das royalties, da criação de emprego, do maior conhecimento, das
novas competências e da transferência de tecnologia, da criação de infra-
estruturas e serviços sociais (incluindo a saúde, o abastecimento de água e a
educação), do fomento de clusters de indústrias laterais de apoio e indústrias de
transformação a jusante e o desenvolvimento de PME locais para fornecer bens e
serviços para a indústria extractiva.

Os recursos minerais têm já uma contribuição relevante para a economia do país


e tal contribuição crescerá consideravelmente, a curto prazo, com os no projectos agora
em curso.

Segundo Mário (2015), estabelece que “Existem oportunidades de, a médio prazo,
surgirem novos desenvolvimentos na Industria Extractiva. É provável a ocorrência de
jazidas para o crescimento da indústria extractiva de gás natural em Moçambique.
Verifica-se grande procura pelo gás natural quer em Moçambique, quer na África do Sul”.

“Existe potencial para o desenvolvimento de novos projectos mineiros como


resultado da ocorrência de novos jazigos minerais. A actual actividade de pesquisa de
petróleo em Moçambique é a maior de todos os tempos. Existe, portanto, a possibilidade
de, a curto prazo, se verificar a sua descoberta” (Mario, 2015).

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4. Conclusão

No que concerne ao término do trabalho, conclui-se que apesar de a agricultura


continuar a deter um peso elevado no PIB, a descoberta de recursos naturais tem estado
na base da atracção de investimento e tem possibilitado um desenvolvimento
extraordinário do sector da indústria extrativa.

Moçambique encontra-se na lista dos países com maiores taxas de crescimento na


última década (cerca de 7% ao ano). O papel que o recurso natural tem desempenhado
para o crescimento de Moçambique não deixa muitas dúvidas. As perspetivas de
crescimento são favoráveis, não obstante os riscos associados à exploração desses
recursos.

Entretanto, a melhoria dos indicadores sociais tem acompanhado em proporções


diferentes estes crescimentos económicos. O crescimento acelerado tem sido conduzido
pela indústria extractiva que emprega capital intensivo, o que limita os benefícios
tipicamente relacionados a este tipo de crescimento. Apesar desse crescimento acelerado,
grande parte da população vive nas zonas rurais praticando agricultura e vivendo abaixo
da linha de pobreza.

As receitas dos recursos naturais representam um potencial elevado para o alcance


da sustentabilidade orçamental. Porem, ainda é necessário continuar a investir num
crescimento inclusivo para que Moçambique se torne num país rico em recursos, mas, ao
mesmo tempo, que estes possam beneficiar a maioria da população moçambicana.

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5. Referência bibliográfica
1. Corrêia, C. . (2010). Crescimento econômico impulsionado por recursos
naturais: uma nota sobre a experiência de Botsuana. São Paulo
2. Mosca, J. (2011). os mega-projectos de mineração. Maputo
3. Mário, T. (2015). Indústria Extractiva e Comunidades Locais. Maputo
4. Nuno, C. (2010). Economia extractiva e desafios de industrialização em
Moçambique. Maputo
5. Selemane, T. (2009). Alguns Desafios na Indústria Extractiva em
Moçambique. Maputo

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