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Identificação de problemas especificos de aprendizagem na leitura e escrita

(dislexia e disgrafia)

Conceito

As DAE provêm, maioritariamente, de desordens neurológicas


que colocam em causa a receção ou a expressão de informações e criam alterações na
aprendizagem da leitura, da escrita e do cálculo, implicando também “problemas de
memória, percetivos, motores, de linguagem, de pensamento e/ou metacognitivos”
(Ferreira & Horta, 2014). Estes autores sublinham que as dificuldades de aprendizagens
mais específicas, pertencentes ao aluno,
tais como os impedimentos mais específicos estão no plano cognitivo e
neurológico.

Segundo Rebelo (1993), citado por Ferreira & Horta (2014) as dificuldades
de aprendizagem da leitura podem não só se manifestar na fase de descodificação,
mas também na fase de compreensão e interpretação dos textos. Os problemas de
leitura são uma preocupação para os professores, uma vez que são vistos como parte
do insucesso escolar.

Para melhor compreendermos os possíveis quadros de Dificuldades de Aprendizagem


ou Transtornos/ Distúrbios de Aprendizagem, abordaremos alguns dos transtornos mais
comentados nos meios educacionais (Dislexia, Discalculia, Disgrafia, Transtorno do
Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH e Transtorno Opositor Desafiador - TOD)
e apontaremos sugestões para atendê-los na sala comum, ou seja, junto com todas as
crianças.

DISLEXIA

A palavra dislexia, etimologicamente, é composta pelo prefixo dys (um mau)


e -lexis (tratamento das palavras), que Ribeiro & Baptista (2006) definem como
“dificuldades de aprendizagem”. Torres & Fernández (2001) referem que,
etimologicamente, dislexia significa “dificuldade da fala ou da dicção”.

Assim, pode ser compreendida como uma grande dificuldade em aprender a ler e a
escrever, fazendo com que a criança não consiga relacionar os sons da fala com a grafia
da escrita, realize troca de letras que possuem aspectos espaciais semelhantes como o p,
b, q e d. Também é muito comum que invertam letras nas palavras ou palavras nas
frases, ou ainda aglutinem palavras ou separem as sílabas de forma inadequada quando
escrevem (IANHEZ & NICO, 2002; ALVES, MOUSINHO & CAPELLINI, 2011).
Sinais de dislexia em diferentes idades
- desorientação de perceções;
Dos 3 meses aos dois anos
- ritmo de palavras acelerado;
- dislalias;
- omissão de fonemas;
- confusão de fonemas;
Dos 2 aos 6 anos - inversão de fonemas;
- vocabulário pobre;
- dificuldades na expressão;
- baixo nível de compreensão;
- inversão de letras;
- cópia de um texto com erros ortográficos;
- omissão de letras ou palavras;
- leitura hesitante;
- produção em espelho;
Dos 6 aos 8 anos
- confusão entre letras semelhantes em forma e em som;
-omissões de letras;
- conhecimento deficiente do léxico;
- vocabulário fraco;
- problemas de memória;
- consciência das suas dificuldades;
- incapacidade na escrita;
- erros ortográficos, semânticos e sintáticos;
- dificuldades na estruturação de frases;
9 anos
- adequação e aplicação de tempos verbais;
- falta de concordância;
- dificuldades de expressão
- dificuldades de compreensão.

A dislexia pode ser de três tipos: visual, auditiva ou mista (JARDINI, 2003).

A dislexia do tipo visual tem como principal característica dificuldades na percepção e


discriminação devido a um possível déficit nas magnocélulas da visão (SHAYWITZ,
2006). O trabalho pedagógico com disléxicos visuais requer o emprego de recursos
auditivos, observar os contrastes e evitar excesso de informações nas imagens, observar
maior espaçamento entre linhas, verificar a posição do aluno na sala em relação à fonte
de luz, além de consulta-lo sobre suas necessidades e o que lhe parece mais confortável
(IANHEZ & NICO, 2003; JARDINI, 2003; SHAYWITZ, 2006; ALVES, MOUSINHO
& CAPELLINI, 2011).

A dislexia do tipo auditiva tem como principal característica a dificuldade em


relacionar o som (fonema) com o símbolo (grafema) e tem como causa um possível
déficit no processamento fonológico ou no processamento auditivo central. O trabalho
pedagógico com estes alunos requer o investimento em recursos visuais, evitar o uso de
palavras que não são do cotidiano da criança, introduzir novos vocabulários aos poucos,
observar a propagação do som na sala e a posição do aluno nela, e consulta-lo sobre
suas necessidades a fim de atende-las (IANHEZ & NICO, 2003; JARDINI, 2003;
SHAYWITZ, 2006; ALVES, MOUSINHO & CAPELLINI, 2011).

Já a dislexia mista apresenta características do tipo visual e do tipo auditivo ao mesmo


tempo, fazendo com que o trabalho pedagógico ora se apoie em recursos visuais, ora em
recursos auditivos (IANHEZ & NICO, 2003; JARDINI, 2003; SHAYWITZ, 2006).

Jardini (2003) desenvolveu e propôs o Método das Boquinhas –método que reúne
reflexões sobre o som, observação da articulação orofacial, exercícios de traçado com
dedos sob diferentes superfícies, entre outras propostas de caráter lúdico, com a
finalidade de promover o desenvolvimento do processamento fonológico. O Método das
Boquinhas, desenvolvido para atender crianças com Transtornos/ Distúrbios de
Aprendizagem, também pode atender crianças com Dificuldades de Aprendizagem e
crianças com desenvolvimento típico.

DISGRAFIA

Etimologicamente, disgrafia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “grafia” (escrita), ou


seja, é “uma perturbação de tipo funcional que afeta a qualidade da escrita do sujeito,
no que se refere ao seu traçado ou à grafia.” (Torres & Fernández, 2001); prende-se
com a “codificação escrita com problemas de execução gráfica e de escrita das
palavras”(Cruz,2009).
A criança com disgrafia apresenta uma escrita desviante em relação à norma/padrão,
isto é, uma “caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e
mal proporcionadas” (A.P.P.D.A.E., 2011); a chamada “letra feia”.

A DAE é conhecido como “letra feia”, ou transtorno de aprendizagem, se caracteriza


como uma grande dificuldade em escrever, levando o aluno a exceder o uso de força
sobre o papel durante a escrita, apresentando grafias diferentes para a mesma letra ou
fragmentações incorretas nas palavras.

Segundo Hudson (2019), a disgrafia pode ser de três tipos:

 disgrafia espacial – ocorre quando o processamento visual e a compreensão do


espaço estão comprometidos, causando dificuldade para escrever em linha reta,
desenhar e colorir;
 disgrafia motora – quando não há controle dos músculos da mão e do punho
bem desenvolvidos, tornando a caligrafia desalinhada; e
 disgrafia de processamento (ou disgrafia disléxica) – quando há dificuldade
em visualizar a aparência das letras, levando a uma caligrafia malformada e na
ordem errada das palavras.

Intervenção na disgrafia
A experiência diz-nos que, para ajudar um aluno com disgrafia – assim como com
qualquer outro distúrbio – o educador deve, primeiramente, estabelecer uma boa
relação com a criança e fazê-la perceber que a sua presença é importante para a
apoiar quando mais
precisa.
É fundamental saber quando e qual a ajuda que deve providenciar a cada
momento, não deixando de elogiar a criança pelo seu esforço, mesmo que os
resultados nem sempre estejam de acordo com o expectável; no entanto, deve
também ter a
capacidade de perceber quando o aluno revela desmotivação e desinteresse e, se
necessário, alterar a intervenção, adequando procedimentos visando estimular a
criança, pois, na maior parte das ocasiões, a má prestação é sobretudo nossa,
consequência da utilização de estratégias/métodos insuficientemente atrativos e
interessantes.Por este
motivo, deve evitar-se aplicar métodos “chapa 5”, generalizados e inflexíveis.
Outro aspeto bastante importante é o reforço positivo da caligrafia da criança.
Lembre-se que ela se esforça bastante por escrever corretamente e, mesmo que não
observe grandes progressos, vá elogiando os (escassos) resultados. Afirmações
como “Esse «p» ficou mesmo perfeito!”; “Tiveste o cuidado de não ultrapassar a
margem, muito bem!”;
ou “Hoje a tua letra está mesmo bonita! Andas a esforçar-te muito!”, poderão surtir
efeitos extraordinários! O processo de aprendizagem da escrita é lento e longo e a
criança é a
primeira a achar a sua letra horrível. Deve evitar-se, por isso mesmo, forçá-la a
modificar abruptamente a sua caligrafia.
Devem, também, contemplar-se os aspetos psicomotores, que determinam a
capacidade gráfica do indivíduo.
Para Camargo (2008) a reeducação do grafismo está relacionada com três fatores
fundamentais: desenvolvimento psicomotor, desenvolvimento do grafismo em si e
especificidade do grafismo da criança. Para o desenvolvimento psicomotor, deverão
treinarse aspetos relacionados com a postura, controle corporal, dissociação de
movimentos,
representação mental do gesto necessário para o traço, perceção espácio-temporal,
lateralização e coordenação visomotora. Quanto aos aspetos relacionados com o
grafismo, o
educador deve preocupar-se com o aperfeiçoamento das habilidades relacionadas
com a escrita, distinguindo atividades pictográficas (pintura, desenho, modelagem) e
escriptográficas (utilização do lápis e papel – melhorar os movimentos e posição
gráfica).
Deverá, também, corrigir erros específicos do grafismo, como a
forma/tamanho/inclinação das letras, o aspeto do texto, a inclinação da folha e a
manutenção das margens/linhas.

É importante lembrar que a “letra feia” também pode ser reflexo de questões culturais,
socioeconômicas e emocionais.
Portanto, conversar com a criança e conhece-la melhor pode ser parte importante para
que ela supere suas dificuldades.
Para um atendimento educacional de qualidade e que vá ao encontro das necessidades
da criança, evite o emprego de exercícios de caligrafia – os quais podem ser
torturadores para o aluno, adapte os materiais utilizados na aula conforme as habilidades
motoras apresentadas, permita que a criança faça uso do tipo de letra que se sentir mais
e confortável (letra bastão, cursiva ou ), faça o uso de tecnologias assistivas se precisar.

Hudson (2019) também pontuou a necessidade de se flexibilizar o tempo para o


exercício de escrita, permitir que os trabalhos sejam apresentados de formas diferentes.

Intervenção na disortografia
A intervenção junto de alunos com disortografia não deve obedecer a um único
modelo em concreto, mas sim a uma variedade de técnicas que tenham em conta não
apenas a correção dos erros ortográficos, mas também a perceção auditiva, visual e
espáciotemporal, bem como a memória auditiva e visual.
Torres & Fernández (2001) salientam duas áreas importantes na reeducação da
disortografia: a intervenção sobre os fatores associados ao fracasso ortográfico e a
correção dos erros ortográficos específicos. No que diz respeito à primeira, são
importantes os aspetos relacionados com a perceção, discriminação e memória auditiva
(exercícios de
discriminação de ruídos, reconhecimento e memorização de ritmos, tons e melodias) ou
visual (exercícios de reconhecimento de formas gráficas, identificação de erros,
perceção figura-fundo); as características de organização e estruturação espacial
(exercícios de distinção de noções espaciais básicas, como direita/esquerda, cima/baixo,
frente/trás); a
perceção linguístico-auditiva (exercícios de consciencialização do fonema isolado,
sílaba, soletração, formação de famílias de palavras, análise de frases); e também
exercícios que enriqueçam o léxico e vocabulário da criança. Quanto à intervenção
específica sobre os erros
ortográficos, atente-se particularmente nos de ortografia natural (exercícios de
substituição de um fonema por outro, letras semelhantes, omissões/adições,
inversões/rotações, uniões/separações); de ortografia visual (exercícios de fonemas com
dupla grafia,
diferenciação de sílabas, reforço da aprendizagem); e de omissão/adição do “h” e das
regras de ortografia (letras maiúsculas/minúsculas, “m” antes de “b”/“p”, “r”/“rr”).
Por outro lado, é importante, também, que se diferenciem os erros de ortografia das
falhas na compreensão e, consequentemente, da possibilidade de elaboração de
respostas.
No momento da avaliação, é importante dar-lhe mais tempo para responder às questões
e/ou certificar-se de que os enunciados/questões foram compreendidos; privilegiar a
expressão oral também poderá ser uma boa estratégia.
Para finalizar, importa acrescentar que qualquer que seja o procedimento a adotar, é
importante que o educador (seja ele o professor, o psicólogo, o pai, o tio ou o irmão)
tenha em conta as reais habilidades e dificuldades da criança e seja capaz de planear um
conjunto de atividades que vão ao encontro dessas (in)capacidades específicas. Tal
como afirma Micaelo (2005, p. 59) “o trabalho a desenvolver (…) passa, acima de
tudo, por conhecer as
características individuais de cada aluno e o seu modo de funcionamento, de forma a
encontrar as respostas pedagógicas adequadas.

pos de Dificuldades
de A
A palavra discalculia refere-se à dificuldade de realizar operações
matemáticas, algum dos sintomas são a organização, classificação, confusão da
linguagem matemática e dos símbolos matemáticos.
Discalculia Farrel (2008) refere que na discalculia a criança tem dificuldades em fazer
cálculos simples e problemas matemáticos; a fazer a substituição de um número por
outro; na inversão dos números (por exemplo, 6 por 9); a alinhar os símbolos e
,também na leitura e escrita símbolos matemáticos.
Disgrafia O conceito de disgrafia refere-se a uma dificuldade de aprendizagem
específica em relação à fluência da escrita. Alguns dos sintomas prendem-se com a
formação e desenho das letras, isto é, espaçamentos inconsistentes, dificuldades na
pressão e preensão da escrita.
Segundo Rodrigues (2015, p.41) citando Almeida (2005) “a disgrafia é uma
perturbação de tipo funcional na componente motora do ato de escrever, que afeta a
qualidade da escrita, sendo caracterizada por dificuldade na grafia, no traçado e na
forma das letras, surgindo estas de forma irregular e disforme e rasurada”.
Fernández (1978) citado por Torres e Fernández (2001, p.134) refere que
existem dois tipos de disgrafia, disgrafia do tipo disléxica, com características
idênticas às da dislexia e disgrafia motora, “descoordenação ou alterações
psicomotoras”, como movimentos gráficos dissociados, falta de tonicidade, “sinais
gráficos dissociados” e manipulação incorreta do instrumento de escrita.
“A disortografia é um transtorno específico da composição escrita devido a
uma perturbação na aquisição de ortografia e sintaxe, caraterizada por um conjunto
de erros na escrita e pela dificuldade persistente e recorrente de organizar, estruturar
Disortografia e compor textos escritos (Casal, 2013, p. 34).”
Disortografia é a dificuldade de aprender e desenvolver a escrita. É
caracterizada pelos erros ortográficos e pontuação, dificuldade em planificar textos e
pouca clareza na produção dos mesmos.
apresentam dificuldades no desenvolvimento da leitura e da escrita; problemas na
memorização de palavras; distraem-se facilmente e pot curtos períodos de atenção.
Assim, segundo a International Dyslexia Association (s.d):
“Dyslexia is a specific learning disability that is neurobiological in origin. It is
characterized by difficulties with accurate and/or fluent word recognition and by
poor spelling and decoding abilities. These difficulties typically result from a deficit
Dislexia in the phonological component of language that is often unexpected in relation to
other cognitive abilities and the provision of effective classroom instruction.
Secondary consequences may include problems in reading comprehension and
reduced reading experience that can impede growth of vocabulary and background
knowledge.”
(International Dyslexia Association: https://dyslexiaida.org/definition-of-dyslexia/)
(site consultado no dia 2 de outubro de 2018 )

Identificação de problemas especificos de aprendizagem na Matemática


(discalculia)

DISCALCULIA

Etimologicamente, discalculia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “calculare


(calcular, contar), ou seja, é “um distúrbio de aprendizagem que interfere
negativamente com as competências de matemática de alunos que, noutros aspetos, são
normais.” (Rebelo,
1998a,). Assim, trata-se de “uma desordem neurológica específica que afeta a
habilidade de uma pessoa compreender e manipular números.” (Filho, 2007).
Indicadores estatísticos dizem-nos que a maior parte dos alunos revela problemas na
aprendizagem desta disciplina. Muitos deles não compreendem os enunciados dos
problemas, outros demoram muito tempo a perceber se precisam de
somar/dividir/multiplicar e alguns não conseguem concluir uma operação
aparentemente simples. É importante referir, no entanto, que estas dificuldades podem
não estar associadas
a fatores como a preguiça/desmotivação/desinteresse (como alguns pais/professores
julgam), mas relacionadas com a discalculia

DSM-V ( 2013) associa este transtorno/distúrbio com a dislexia, trata-se de um


fenômeno que acomete habilidades matemáticas. Segundo Hudson (2019), a criança
com discalculia pode apresentar dificuldades com números (não saber qual é maior ou
menor, dificuldades em compreender o sentido de “arredondar” números, inverte
números na escrita de valores com muitos algarismos, dificuldade em reconhecer
padrões numéricos e em estimar resultados, entre outros), dificuldades em compreender
questões escritas (dificuldade em compreender o que a questão lhe pede, confunde
símbolos das questões, entra em pânico, “chuta” ou “tem um branco” quando está sobre
pressão), problemas de memória de curto prazo (dificuldade para se lembrar dos
números com os quais está trabalhando, dos processos e instruções, de sequências
numéricas), dificuldades com representações gráficas (dificuldade em compreender e
lidar com gráficos, escalas, linhas e pontos).

García (1998) apontou que a discalculia pode ser de seis tipos diferentes:

 discalculia verbal – com dificuldades de nomear quantidades, números, termos,


símbolos e as relações;
 discalculia practognóstica – dificuldade para enumerar e comparar
matematicamente;
 discalculia léxica – dificuldade na leitura dos símbolos matemáticos;
 discalculia gráfica – dificuldades para escrever símbolos matemáticos;
 discalculia ideognóstica – dificuldades com operações mentais;
 discalculia operacional – dificuldade para executar operações e cálculos.

Intervenção na discalculia
A matemática é uma disciplina extremamente importante para o dia-a-dia, uma vez
que se lida com números e realizam-se cálculos em inúmeras situações do quotidiano.
Deste modo, o primeiro aspeto a ter em conta na intervenção com uma criança com
discalculia é, precisamente, fazê-la perceber o quão importante é dominar esse pretenso
“bicho-de-setecabeças” fornecendo-lhe exemplos das vantagens obtidas no seu dia-a-
dia: a ver televisão
(reconhecimento dos canais televisivos); a jogar computador (número de níveis
concluídos/alvos abatidos); a jogar à bola (contar o número de golos/analisar distâncias
para
a marcação dos penaltis); a brincar às casas das bonecas (dimensões dos
quartos/cozinha).
O educador deve, sempre que possível, planear atividades que facilitem o sucesso do
aluno e que o ajudem a melhorar o seu autoconceito e a sua autoestima. Pode, por
exemplo, recorrer à utilização de jogos e outros materiais concretos que promovam a
manipulação por parte da criança: é importante que a criança possa observar, tocar,
mexer num cubo
quando está, por exemplo, a aprender os sólidos geométricos, caso contrário será difícil
compreender as noções de lado, vértice e aresta.
O uso da calculadora deve ser permitido, bem como a consulta da tabuada, pois estas
crianças têm, tal como já foi referido, dificuldades ao nível da memória; assim, podem
ser capazes de resolver um exercício (raciocínio correto), mas incapazes de realizar as
operações matemáticas necessárias para a sua conclusão.
Para finalizar, e recorrendo às palavras de Sacramento (2008), resta acrescentar o
facto de que o diagnóstico de discalculia é sempre (e apenas) uma descrição do atual
período de desenvolvimento, aplicável por um período máximo de um ano. Como a
criança está em constante desenvolvimento, as dificuldades que existem no ano anterior
podem ser
minimizadas no ano seguinte. Se o aluno receber a intervenção adequada, a
possibilidade de desenvolvimento das capacidades matemáticas é grande. No entanto,
muitas vezes, algumas
destas dificuldades permanecem de uma forma suave (recordar dados numéricos, por
exemplo) por toda a sua vida.

Hudson (2019) propôs várias sugestões para o atendimento do aluno com discalculia,
tais como fazer uso de instruções breves e claras, observar o vocabulário usado,
observar os contrastes nas figuras,não apresentar muitos exemplos de uma única vez,
fazer uso de folhas coloridas ao utilizar material impresso, não colocar muitas
atividades na mesma folha impressa, usar cores e desenhos para ajudar os
processamentos da memória de curto e de longo , fazer uso de canções para ajudar a
memorizar regras, entre outros.

Educação especial

Conceito e diferença entre educação inclusive com a educação especial

É o ramo da educação voltado para o atendimento e educação de pessoas com alguma


deficiência em instituições de ensino regulares ou ambientes especializados (como por
exemplo, escolas para surdos, cegos ou escolas que atendem a pessoas com deficiência
Intelectual). Estudam tambem nessas escolas as pessoas com transtornos globais de
desenvolvimento ou com altas habilidades/superdotados.

O ensino especial, conta com professores especializados, enquanto o Sistema regular ou


inclusivo de ensino ainda precisa ser adaptado e pedagogicamente, tranformado para
atender de forma inclusive.

O ensino inclusive não pode ser confundido com a educação especial, eles se diferem
em formas que incluem , orientam, e integram as crianças que precisam de apoio
especializado de acordo com o nivel de gravidade da nacessidade educative especial.

A educação especial foi desde muito , um Sistema separado de educação das crianças
com deficiência fora do ensino regular, baseando -se no principio de exclusão, tomando
como basa legal o direito a educação e considerando que este grupo alvo não podia
encontrar resposta de aprendizagem em ambiente normal. Esta prática, veio a melhorar
com a integração de turmas especiais dentro das escolas regulares – inicio da inclusao.

A educação inclusive é uma modalidade de educação que inclui alunos com qualquer
tipo de deficiência ou transtorno, ou com altas habilidades em escolas de ensino regular.

A escola especial, ainda não foi extinta, é nela que os alunos dispoem do AEE como
complemento e apoio ao ensino regular sempre que as deficiencias dos alunos assim o
exigir.

Diferenças existentes entre deficiencia, impedimento e incapacidade

Dediciência é algo inerente ao corpo, a condição fisica ou intellectual, ou sensorial da


pessoa. A incapacidade é o resultado da relação entre a deficiência e as eventuais
barreiras do meio. Impedimento é o acto ou efeito de impeder, aquilo que impede a
realização de algo, estorvo, obstaculo, ou circunstância ou conjunto de circunstâncias
que criam barreiras na execução de algo por um certo individuo.

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