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Aprendizagem: Dislexia
2016
1, JUSTIFICATIVA
O número de crianças com dificuldades de aprendizagem é cada vez maior, portanto são
necessárias medidas pedagógicas adequadas para atendê-las. Os professores devem ter
formação profissional que os habilite a esses atendimentos, utilizando metodologias de
ensino adequadas. Entre essas dificuldades um problema detectado é a dificuldade de
leitura, a Dislexia. Pretende-se com este plano, apresentar uma breve fundamentação da
literatura especializada na área, descrição do conceito de dislexia, estudos de
pesquisadores sobre a dificuldade específica de aprendizagem, sinais e características da
dislexia, estratégias para auxiliar o aluno com dislexia, visando à compreensão de questões
fundamentais sobre este transtorno e para melhor compreendê-la. Finalizamos com a
apresentação de algumas alternativas de procedimentos pedagógicos para lidar com tal
dificuldade.
2. METODOLOGIA
O trabalho foi realizado a partir da pesquisa qualitativa,a partir de um levantamento
bibliográfico nas bibliotecas virtuais (GOOGLE ACADÊMICO) usando descritores conceito
de dislexia, estudos de pesquisadores sobre as dificuldades específica de aprendizagem,
sinais e características da dislexia, estratégias para auxiliar o aluno com dislexia e artigos
da Associação Brasileira de Dislexia – ABD, fundada em 1983.Foi possível perceber que
existe um número elevado de material que aborda o assunto sobre dislexia.
3. OBJETIVOS
3.1 GERAIS
Identificar os sinais da dislexia na intenção de auxiliar os alunos disléxicos;
Intervir para que os alunos com esse distúrbios consigam dominar a leitura e a
escrita;
Reconhecer o papel do professor na identificação da dislexia.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Pesquisar sobre o que é dislexia;
Verificar como ocorre a identificação da dislexia em sala da aula;
Conhecer as causas e consequências que a dislexia pode trazer para a
aprendizagem;
Analisar a ação do professor como intermediátio na construção da aprendizagem
do aluno com dislexia.
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
É uma palavra de origem grega. Dys= disfunção, quer dizer, dificuldade. Lexia = palavra,
leitura. O primeiro relato de dislexia data de 1896, a partir de uma queixa de um jovem de 14
anos que vai a um médico oftalmologista relatar sua dificuldade específica de ler e escrever,
Alunos disléxicos, além do baixo rendimento escolar sofrem com problemas sociais e
emocionais. Tem dificuldades em lembrar o nome de letras, números e cores, trocam os
fonemas, se confundem na hora de fazer cálculos entre outros fatores que contribuem para o
baixo rendimento na sala de aula.
As causas da dislexia são neurobiológicas e genéticas, pode ser herdada de um pai, avô, tio ou
primo que seja disléxico. Para entender melhor a causa da dislexia é preciso compreender
como funciona o cérebro, pois diferentes partes do cérebro exercem funções específicas. A
área esquerda do cérebro está mais diretamente relacionada à linguagem, nela foram
identificadas três subáreas distintas. Uma delas processa fonemas, outra analisa palavras e a
última reconhece palavras. Essas três subdivisões trabalham em conjunto, possibilitando que o
indivíduo aprenda a ler e escrever.
Notas muito baixas, problemas com indisciplina e isolamento podem ser alguns sinais de
problemas relacionados à dislexia. Muitos alunos com o transtorno podem ser taxados como
preguiçosos ou indisciplinados o que se sentem desmotivados a se esforçarem e o deixam
dentro de um ciclo que envolve baixa autoestima.
Outros sintomas, ainda, devem ser observados como: falta de interesse por livros, dificuldades
de montar quebra-cabeças, dificuldades em apresentar rimas e canções, dificuldade em
manusear mapas e dicionários; desatenção dispersão, desorganização geral e atrasos na
entrega de tarefas; problemas de conduta – retração, timidez excessiva e depressão Segundo
Vilanova (2000), chefe do setor de Neurologia Infantil da Universidade Federal de São Paulo,
para identificar um disléxico é preciso observar se ele tem um aprendizado normal nas demais
disciplinas.
4.4 Cuidados para não confundir os sintomas!
Para a suspeita de dislexia deve ser excluída a presença de outros distúrbios como:
- Atraso Geral do Desenvolvimento;
- Distúrbios Auditivos;
- Lesões Neurológicas;
- Distúrbios Emocionais.
O diagnóstico precisa ser realizado por uma equipe multidisciplinar formada por
psicopedagogo, um fonoaudiólogo e um neurologista. Esta equipe tem a função básica de
eliminar outras responsáveis pelas trocas de letras e outras alterações de linguagem.
Se for de origem genética, não. E por isso, será considerada uma síndrome, uma dislexia
desenvolvimento, evolutiva ou genética. Embora os estudantes com transtornos de
aprendizagem fiquem com a autoestima baixa, eles precisam saber que podem melhorar, diz
Quézia Bombonato, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPP). “A criança
não está condenada ao fracasso. O cérebro possui plasticidade, ou seja, tem a capacidade de
se adaptar. É como se fosse pegando atalhos para cumprir uma função”, diz a psicopedagoga.
Estudantes diagnosticados com transtornos de aprendizagem de origem genética e
neurobiológica não precisam sair da escola comum. Em geral, faz acompanhamento em
clínicas especializadas alguns dias por semana, no horário livre. “É importante que as crianças
sejam incluídas e possam conviver bem com todo mundo, como na vida afirma Quézia.
5. O PROFESSOR E O TRABALHO COM O ALUNO DISLÉXICO
Depois de detectada a dislexia, cabe à escola, juntamente com o professor, incluir este aluno na sala
de aula, trabalhando para com que este aluno consiga amenizar seu distúrbio de aprendizagem.
Assim, para trabalhar com a criança disléxica, o professor necessita ser capacitado e ter
conhecimento a respeito do problema. “Muitos professores, preocupados com o ensino das
primeiras letras, e não sabendo como resolver as dificuldades apresentadas por seus alunos, várias
vezes os encaminham para as diversas clínicas especializadas que os rotulam como ”doentes”,
incapazes ou preguiçosos. Na realidade, muitas dessas dificuldades poderiam ser resolvidas dentro
da própria escola. ” (OLIVEIRA 1997, p. 9) ´
Pesquisar sempre
atividades para trabalhar
com crianças disléxicas.
Vocabulário a Disléxicos Métodos multissensoriais, ou 1. Entregue a cada Professor da
Aprender novas palavras seja, aprender utilizando aluno uma ou duas classe
escritas é uma tarefa todos os sentidos em sala de palavras Dependendo do SOE
desafiante para alunos com aula número de aluno na sala Pedagogo
dislexia de aula entregue uma ou Coordenador
Exposição de imagens e mais palavras. Na sala Pedagógico
palavra asso em sala de aula de aula ou como trabalho Psicopedagog
Assim, quando os alunos de casa peça para que o
começarem a ler irão cada aluno apresente as
associar a imagem ao palavras da forma que
significado da palavra. preferir. Poderá ser uma
lista de sinónimos, fazer
Ecrever as palavras com um desenho que
areia ou tinta para usar com represente a palavra,
os dedos ou colorir a palavra em
. formato gigante.
Afixe as novas palavras num Promova a criatividade
local visível e habilidade individual
de cada aluno. Cada
Jogos da mímica e do aluno apresenta a
desenho em local agradável palavra a todos utilizando
na escola. o seu próprio método.
2. Ensine novas
palavras de forma
multissensorial
Da primeira vez que
introduzir novas palavras,
utilize imagens ou gestos
para que os alunos
percebam melhor. Assim,
quando os alunos
começarem a ler irão
associar a imagem ao
significado da palavra.
Os alunos poderão
escrever as palavras com
areia ou tinta para usar
com os dedos. Motive os
alunos a escrever as
palavras no ar ou dizer
as novas palavras em
vários tons de voz
(susurrar, a sorrir…).
Quanto mais sentidos
associar às novas
palavras, melhor os
alunos vão aprender.
3. Afixe as novas
palavras num local
visível
Se as palavras estiverem
visíveis é mais fácil para
os alunos lembrarem-se
das mesmas e usarem-
nas na sua escrita e
discurso. Também pode
motivar os alunos a
criarem cartões com
as palavras aprendidas.
4. Ensine sinónimos
Por exemplo, se a nova
palavra é
aterrorizado ensine o
sinónimo assustado.
Explique que ambos
significam ter medo, mas
aterrorizado é estar muito
assustado. Para
dinamizar mais peça que
os alunos falem sobre os
diversos graus de medo.
5. Faça o jogo da
mímica
O jogo da mímica é uma
excelente forma de rever
vocabulário adquirido.
Escreva cada palavra
num pequeno pedaço de
papel e à vez peça para
cada aluno mime a
palavra.
6. Faça o jogo do
desenho
Use o desenho como
uma forma de consolidar
palavras aprendidas.
Faça dois grupos ou mais
e peça para que os
alunos adivinhem o que o
outro grupo está a
desenhar.
8. Permita que os
alunos escolham as
palavras
Ao ler um novo texto ou
história permita que os
alunos encontrem
palavras que não
conhecem e aponte-as.
Utilize essas listas de
palavras quando ensinar
novo vocabulário. Os
alunos terão mais
motivação para aprender
novas palavras que eles
próprios escolheram.
Momentos de Leitura e Aulas Expositivas Evitar que leia em voz Professor da
Escrita - Ensino da Colocar cartazes com a letra alta na frente dos classe e SOE
linguagem - presente em Cursiva e caixa alta para permitir quecolegas
o para que eles Pedagogo
todas as disciplinas e é aluno com dislexia minimize a não sejam Família
usada em quase todos dificuldade.
constrangidos diante de
Trabalhar com rimas, trava línguas e
os momentos de nossa todos.
usando a música
vida. Ocorre diariamente Evitar dar instruções
orais e escritas ao
mesmo tempo.
Relacionar, sempre que
possível oralidade e
imagem nas aulas
expositivas.
Utilizar letra caixa alta e
permitir que o aluno com
dislexia utilize também,
até que suas dificuldades
estejam minimizadas,
eles necessitam apenas
de reconhecer a letra
cursiva para uso de
leitura.
Trabalhar com rimas,
trava línguas e música é
um ótimo início, levando
em consideração que
crianças com dislexia
têm muita dificuldade
para rimar, com a prática
evoluirão.
Avisar antecipadamente
quando houver trabalho
que envolva leitura para
que a aluno encontre
outras formas de realizá-
lo
Correção das produções Circular as palavras e pedir para
Professor da
de texto que identifiquem os próprios erros,
classe
para isso deixar que utilize os Família
exercícios, pois os erros que
aparecerão e que eles conseguirão
corrigir serão de trocas de letras,
com relação a segmentação de
palavras precisarão de auxílio
Avaliações de acordo Respostas orais são as Professor da
com seus avanços, com melhores indicações de classe
o seu conhecimento e sua habilidade do que o SOE
não com suas trabalho escrito. SOP
dificuldades e seus erros
ortográficos, enfim, Fazer revisões com
reconhecer passo a tempo suficiente para
passo esses progressos. que o aluno tire suas
dúvidas do assunto
abordado;
Autorizar o uso de
tabuadas, calculadoras e
dicionários durante as
atividades e avaliações.
Aumentar o tempo para
atividade escrita, ler
enunciados em voz alta e
verificar se todos
entendem o que está
sendo pedido.
Em provas práticas,
como de português
diferenciar da de outros
colegas, com a mesma
cobrança, mas com
menos questões, pois
eles demoram mais
tempo para se organizar.
Em provas dissertativas,
realizar paralelamente a
escrita uma prova oral,
que deverá contar como
forma de avaliação.
Os pais devem ficar atentos sobre o desempenho leitor de seus filhos. As baixas notas em
língua portuguesa e a falta de interesse em ler textos podem ser sinais de alerta importante
para um pedido de ajuda profissional. Os alunos que são disléxicos tendem a se afastar de
atividades que envolvem a leitura ou texto escrito, temendo as dificuldades inerentes ao
sistema escrito da língua e caminha para atividades outras como atividades de lazer, esporte,
liderança escolar, entre tantas em que possa revelar seu potencial de criação e inteligência.
O papel dos pais de identificar esse distúrbio e buscar entender a maneira como eles
aprendem, pois, a dislexia precisa de um tratamento apropriado. Em todo tratamento é
importante destacar a identificação dos sons, lendo em voz alta com o auxílio de um adulto
para corrigi-los repetidas vezes.
Segundo a ABD (Informativo 002 – Fev. 09), os pais também podem ajudar, como:
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É preciso buscar conhecimento a respeito da dislexia para prestar atendimento ao aluno com
dislexia, para que dessa forma o seu aprendizado seja bem guiado por profissionais
capacitados na área da educação e também da saúde juntamente com o apoio familiar.
O professor deve desenvolver ações pedagógicas para que os alunos disléxicos aprimorem
seu desenvolvimento educacional e pessoal. É preciso desenvolver estratégias para que esses
alunos consigam compreender o conteúdo através de jogos, materiais que estimulem o seu
interesse.
É um trabalho que merece muito amor e dedicação por parte do professor, mas é preciso
perceber no decorrer do caminho o avanço na construção do seu aprendizado, sob orientação,
é claro, da prática pedagógica do docente que entenda a dislexia.
Cada pessoa tem suas características próprias e possui suas capacidades específicas. Ter
esse problema não impede ninguém de crescer profissionalmente e isso todo mundo precisa
saber. Agindo dessa forma, pais e educadores estarão ajudando os disléxicos a amenizar e
superar este transtorno.
REFERÊNCIAS
American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders: DSM-
IV. Washington, DC: American Psychiatric Association; 2000.
CIASCA, S.M. Distúrbios de Aprendizagem: Proposta de Avaliação Interdisciplinar. Campinas:
Casa do Psicólogo, 2003.
LIMA, R. F.; SALGADO. C. A; CIASCA, S. M Atualidades na dislexia do desenvolvimento,
disponível em http://portalcienciaevida.uol.com.br/esps/edicoes/38 acessado em 12 de agosto
de 2014 às 13h30min.
TAVARES, H. V. Apoio pedagógico às crianças com necessidades educacionais especiais, São
Paulo, 2008, disponível em http://www.crda.com.br/tccdoc/43.pdf acessado em 11 de agosto
de 2014 às 16h00min.
ÂNGELA MARIA – Revista Nova Escola -2005. Dificuldades de Aprendizagem: Detecção e
Estratégias de Ajuda, Equipe Cultural S.A.
www.jornal.coc.com.br/noticias.aspx?IdMateria=29114&idsite=95
www espacoeducarecriar.blogspot.com/.../dislexia-disturbio-de-aprendizagem
https://www.facebook.com/AssociacaoBrasileiraDeDislexia/
www astercoc.com.br
ANEXOS
Visite o site
http://espacoaprendente.blogspot.com.br/2013/03/atividade
s-para-trabalhar-dislexia-para.html Tem muitas atividades
para imprimir e trabalhar com crianças disléxicas, Alguns
exemplos
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