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Avaliação e Intervenção
Pedagógica
Tema 04 – Intervenção Pedagógica
para crianças com Dislexia
Bloco 1

Tatiana dos Santos


Intervenção pedagógica para
crianças com dislexia
Atualmente, a dislexia é um dos transtornos
funcionais específicos que mais atinge
crianças em idade escolar.
Na história da educação especial,
dependendo da época, pode-se perceber
que por muito tempo crianças com este
transtorno foram rotuladas como incapazes
e até mesmo como deficientes mentais.
Fatores que podem estar envolvidos
no prejuízo da leitura e da escrita

Imaturidade

Carência cultural Saúde deficiente

Métodos de
Problemas
aprendizagem
emocionais
defeituosos
Distúrbio específico de aprendizado que
tem origem neurológica caracterizada
por dificuldade na fluência da leitura,
além de pobreza na soletração e
decodificação de palavras, oriundo de
déficit nas habilidades fonológicas,
resultando em problemas de
compreensão da leitura e aquisição do
vocabulário, implicando em efeitos
adversos no sistema educacional.
(Associação Internacionational
Dyslexia, 2004)
Processo típico de leitura e escrita no
cérebro humano, ativamos duas vias:
Visuoespacial

a) Utiliza-se de movimentos em sequência dos olhos da esquerda


para a direita – movimento sacádicos da esquerda para a direita
com base na linearidade da escrita e o reconhecimento grafêmico.

Reconhecimento fonológico

No qual se processa a decodificação e codificação, a associação


semântica (sentido/significado) e a memorização rápida do
processo verbal do que está sendo lido.
O leitor utiliza dois mecanismos para ter
acesso à rede de informações no texto:
• A via lexical ou direta, que supõe um
reconhecimento das palavras, estratégia
que implica ter acesso à pronúncia
armazenada na memória lexical de nosso
dicionário mental quando se acumularam
diversos padrões ou sequência
ortográficas.
• A via indireta ou fonológica, pela qual se
ativam as regras de correspondência
grafema-fonema necessárias para a
leitura de palavras novas e de
pseudopalavras (SEPÚLVEDA;
TEBEROSKY, 2011, p. 605).
O sujeito disléxico...

Tem um déficit de reconhecimento fonológico,


de decodificação e de reconhecimento
visuoespacial do processo de leitura e escrita.
Por essa razão, há sujeitos disléxicos que são
mais visuais (visuoespacial), mais auditivos
(reconhecimento fonológico) ou mistos.
História familiar
SINAIS DE SUSPEITA

Professor
Sinais precoces de alto risco
para a dislexia deve estar
atento
Dificuldades significativas nos
processos de alfabetização

Problemas de ordem motora


e visuoespaciais

Atraso de fala e de expressão


de linguagem
Avaliação e Intervenção
Pedagógica
Tema 04 – Intervenção Pedagógica
para crianças com Dislexia
Bloco 2

Tatiana dos Santos


Atraso na fala.
Trocas fonêmicas e dificuldades sintáticas na fala.
Dificuldades de coordenação motora.

Sequenciação.
Dificuldade com memorização de histórias, canções e parlendas.
Dificuldades com o aprendizado de atos práxicos.

Dificuldades com quebra-cabeças e percepção visual.


Esquece fácil tudo o que envolve material impresso.
Disnomia e desinteresse por leitura e escrita.
Dificuldades espaciais/tempo.
O diagnóstico da dislexia tem
quatro eixos de investigação
EIXOS DE INVESTIGAÇÃO

História familiar Diagnóstico clínico pautado


essencialmente em
observação do sujeito em
Sinais precoces situação de leitura e escrita.
De abordagem terapêutica
de risco do sujeito com dislexia
(com diagnóstico fechado
por equipe multidisciplinar)
Sinais escolares

Avaliação
interdisciplinar
Uma criança que apresente os sinais de
risco deve ser submetida a ações
terapêuticas especializadas (fonológica,
psicopedagógica e pedagógica).
Primeiramente vamos pensar no
processo de alfabetização
Processo complexo de
leitura e escrita

Diagnósticos
Crianças encontram
precipitados podem
desafios nesse processo
rotular alunos

Criança nesse período


O professor precisa ter que saiba identificar
claro o que espera das letras, os fonemas, a
crianças nesta fase quantidade de sílabas
em uma palavra
A criança com dislexia apresenta
inteligência preservada ou até
acima da média. Sua maior
dificuldade reside em identificar
símbolos gráficos (letras/números),
com consequências diretas na
leitura e escrita.
Marcas mais destacadas das dificuldades dos disléxicos
em processo de alfabetização, de acordo com
Condermarin (1989):
Confusão de letras, sílabas ou palavras que se parecem graficamente
: a-o, e-c, f-t, m-n, v-u, i-j.

Inversão de letras com grafia similar, mas com diferente orientação


no espaço: b/p, d/p, p/d, d/q, b/q, b/d, n/u, a/e, w/m.

Confusão de letras, cujos sons são parecidos: d-t, j-x, c-g, m-b, v-f.

Inversões de sílabas em: em- me, sol-los, las-sal, par-pra, es-se.

Adições ou omissões de sons: casa por casaco, prato por pato.


Ao ler, pula linha ou volta para a anterior.
Soletração defeituosa: lê palavra por palavra, sílaba por sílaba,
ou reconhece letras isoladamente, sem poder ler.
Leitura atenta para a idade.
Ao ler, move os lábios murmurando.
Frequentemente, não consegue se orientar no espaço, sendo
incapaz de distinguir direita de esquerda. Isso traz dificuldades
para se orientar com mapas, globos e o próprio ambiente.
Usa os dedos para contar.
Possui dificuldades em lembrar-se de sequências: letras do
alfabeto, dias da semana, meses do ano, lê as horas.
Alguns possuem dificuldades em lembrar de objetos, nomes,
sons, palavras, ou mesmo letras.
Muitos conseguem copiar, mas na escrita espontânea (ditado
e/ou redação) mostram severas complicações.
Afeta mais meninos do que meninas.
Proporcionar um ambiente alfabetizador.

O tratamento deve contar com uma abordagem clínica,


com profissionais especializados e atendimento individual e
contínuo.

O material didático deve ser interessante e bem elaborado.


Dispor frequentemente de jogos de linguagem e materiais lúdicos
que envolvam a leitura e a escrita.

Desenvolver atividades vinculadas à consciência fonológica com


frequência regular e sistematicamente.

Expor o aluno a estímulos visuais possibilitando o reconhecimento


visual das letras (alto relevo, com diferentes texturas).
Organizar o processo didático com atividades mais simples para,
progressivamente, alcançar as mais complexas.

Nunca exigir que a criança faça a avaliação em outra língua.

Evitar qualquer atividade competitiva com os colegas e nem


mesmo exigir que o aluno responda prontamente no mesmo
ritmo que os demais.
Orientar o aluno a escrever em linhas alternadas para que ele e o
professor possam ser capazes de entender o que foi escrito.

Nunca forçar o aluno a escrever ou ler.

Nunca criticar ou expor negativamente os seus erros.


Orientar os pais a ler as agendas e materiais do aluno para
ajudá-lo a organizar as informações, pois o próprio aluno pode
esquecer do que foi solicitado.

Evitar expor o aluno em situações de leitura em voz alta frente aos


colegas da turma.

Preferencialmente, organizar a avaliação por meio de diferentes


estratégias, inclusive, oralmente.

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