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CONTABILIDADE E FINANÇAS PÚBLICAS I

Normalização da Contabilidade Pública


Harmonização vs. Normalização Contabilística

 A informação contabilística e financeira é


deveras importante:

 tem de ser relevante, compreensível, fiável e


comparável;

 destinando-se a diversos utilizadores, com interesses


antagónicos, na maior parte das vezes.

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Harmonização vs. Normalização Contabilística

 Para isso é necessário que a Contabilidade


utilize um conjunto de princípios, processos
e regras conhecidas, aceites e iguais.

 Resumindo, existe a necessidade de uma


Harmonização e de uma Normalização
Contabilística.

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Harmonização vs. Normalização Contabilística

 Harmonização Contabilística: A harmonização é um


processo gradual de compatibilização de práticas
contabilísticas e de definição do seu grau de variação.

 Normalização Contabilística: A normalização é um


processo que pressupõem a total uniformização das
regras.

Nota! A uniformização ou standardização implica a imposição de


um conjunto de regras mais rígido, ou seja, menos flexível do
que encontramos no processo de harmonização

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Harmonização vs. Normalização Contabilística

 A harmonização contabilística é um processo


que visa a aproximação das práticas ou
sistemas contabilísticos dos diferentes países,
atendendo, no entanto, às especificidades
económicas, sociais e culturais de cada país.

A necessidade de aumentar a
comparabilidade da informação, a nível
internacional, está, pois, na base da
harmonização contabilística
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Harmonização vs. Normalização Contabilística

 A normalização contabilística é um processo que visa a


uniformidade das práticas contabilísticas e consiste na
definição de um conjunto de princípios e critérios que devam
ser seguidos pelas organizações, com vista à:

 elaboração de um quadro de contas e respetiva nomenclatura;

 definição do conteúdo, regras de movimentação e relações entre


as contas;

 conceção de modelos de mapas para as demonstrações


financeiras;

 definição de regras uniformes sobre mensuração dos elementos


patrimoniais e determinação dos resultados de cada período.

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Harmonização vs. Normalização Contabilística

 O principal objetivo da normalização


contabilística é a comparabilidade:

 no tempo – utilização pela empresa dos mesmos


procedimentos adotados ao longo dos vários
exercícios económicos.

 no espaço – utilização pelas diversas empresas (do


mesmo setor ou setores diferentes) de métodos e
terminologias comuns.
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Organismos Normalizadores

 Para se atingir a harmonização contabilística e de


relato financeiro a nível internacional, existem vários
organismos, de profissionais e não profissionais,
que se debruçam sobre este assunto.

 Maior facilidade numa harmonização a nível regional


e/ou agrupamentos de sistemas contabilísticos de
classificação idêntica.

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Organismos Normalizadores

 Organismos mundiais
IOSCO – International Organization of
Securities Commissions
ONU
Organismos Públicos OCDE
de alcance
mundial International Federation of Accountants
(IFAC)
Privados

International Accounting Standards


Board (IASB)

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The International Public Sector Accounting
Standards Board (IPSASB)

 O IPSASB - órgão independente do IFAC (International Federation


of Accountants) – desenvolve as Normas Internacionais de
Contabilidade do Setor Público de alta qualidade (International
Public Sector Accounting Standards – IPSAS)

 As IPSAS proporcionam orientações e recursos valiosos para


entidades do setor público de todo o mundo:

Preparação e elaboração das demonstrações financeiras por parte


das organizações públicas

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The International Public Sector Accounting
Standards Board (IPSASB)

 Objetivos do IPSASB:

 emitir e promover uma orientação de referência,


o que facilita a troca de informações entre os
contabilistas e aqueles que trabalham no setor
público.

 promover a aceitação e a convergência


internacional para as IPSAS.

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The International Public Sector Accounting
Standards Board (IPSASB)

 Objetivos das IPSAS:

 melhorar a qualidade das demonstrações financeiras


preparadas por entidades do setor público,

 proporcionar uma melhor (e mais informada)


avaliação das decisões de alocação dos recursos
realizadas pelos governos e demais entidades
públicas.

Aumenta, dessa forma, a transparência e a


accountability no sector público

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The International Public Sector Accounting
Standards Board (IPSASB)

 As IPSAS são baseadas nas International


Financial Reporting Standards (IFRS) emitidas
pelo IASB.

 As IFRS são adaptadas a um contexto de


sector público sempre que apropriado.

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The International Public Sector Accounting
Standards Board (IPSASB)

 As IPSAS’s estabelecem os requisitos de:


 Reconhecimento;
 Mensuração;
 Apresentação;
 Divulgação;

que tratem de transações e acontecimentos nas


demonstrações financeiras com finalidade geral.

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The International Public Sector Accounting
Standards Board (IPSASB)

 IPSAS 1 - Apresentação de Demonstrações Financeiras

 IPSAS 2 - Demonstrações de Fluxos de Caixa

 IPSAS 3 - Excedente ou Défice Líquido do Período, Erros


Fundamentais e Alterações em Políticas Contabilísticas

 IPSAS 4 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio

 IPSAS 5 - Custos de Empréstimos Obtidos

 Etc….

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Normalização Contabilística em Portugal
Organismos Normalizadores

 Banco de Portugal

 Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)

 Instituto de Seguros de Portugal (ISP)

 A Comissão de Normalização Contabilística


(CNC)

(Foi extinta a Comissão de Normalização


Contabilística da Administração Pública – CNCAP)

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Normalização Contabilística em Portugal
Organismos Normalizadores : CNC

 Missão:
 Contribuir para a melhoria da qualidade da
informação financeira

 Objetivos:
 Emitir normas contabilísticas e normas
interpretativas, que sejam de efeito obrigatório;

 Estabelecimento de procedimentos contabilísticos


harmonizados com as normas comunitárias e
internacionais da mesma natureza;

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Normalização Contabilística em Portugal
Organismos Normalizadores : CNC

 Foi publicado no dia 29 de junho de 2012, o Decreto-Lei nº


134/2012, o qual veio proceder à revisão da estrutura e
composição da Comissão de Normalização Contabilística
(CNC), criada pelo Decreto-Lei nº 160/2009, de 13 de julho
(agora revogado).

 Integra na CNC as atribuições e competências da Comissão


de Normalização Contabilística da Administração Pública
(CNCAP)

novas competências de normalização para o setor público.

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Normalização Contabilística em Portugal
Organismos Normalizadores : CNC

 Objetivo da extinção da CNCAP:

 início de uma nova fase de reforma da Administração


Pública (torna-la eficiente e racional na utilização dos
recursos públicos);

 cumprimento dos objetivos de redução da despesa pública:

não fazia qualquer sentido a existência de duas comissões


uniformemente semelhantes no tratamento de temas de
igual reciprocidade.

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Normalização Contabilística em Portugal
Organismos Normalizadores : CNC

 A integração da CNCAP na CNC assegura:

 uma maior coerência e capacidade de resposta no


desempenho de funções;

 elimina redundâncias e reduz substancialmente os custos


de funcionamento;

 novas competências de normalização para o setor público.

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Normalização Contabilística em Portugal

 Num contexto da Normalização


Contabilística em Portugal surge, no ano de
1977, o Plano Oficial de Contabilidade (POC)

(aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47/77, de 7 de Fevereiro)

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Normalização Contabilística em Portugal

 Depois do POC/77, foi publicado em 1989,


através do Decreto-Lei n.º 410/89, de 21 de
Novembro, o último Plano Oficial de
Contabilidade: o POC/89.

 Foi alvo de várias modificações, a última das


quais em 2005, através do Decreto-Lei n.º
35/2005, de 17 de Fevereiro.

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Normalização Contabilística em Portugal

 O POC era obrigatoriamente aplicável a:

- sociedades comerciais
- empresas individuais
- EIRL
- empresas públicas
- cooperativas
- outras entidades

 Não se aplicava a:

 Bancos, seguradoras e outras empresas financeiras

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O quadro de contas do POC/77 era o seguinte:

1 — Meios monetários
2 — Terceiros e antecipações
3 — Existências
4 — Imobilizações
5 — Capital, reservas e resultados transitados
6 — Custos por natureza
7 — Proveitos por natureza
8 — Resultados
9 — Contabilidade de custos
0 — Livre

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 O quadro de contas do POC/89 era o seguinte:

 1 — Disponibilidades
 2 — Terceiros
 3 — Existências
 4 — Imobilizações
 5 — Capital, reservas e resultados transitados
 6 — Custos e perdas
 7 — Proveitos e ganhos
 8 — Resultados

 9 — Contabilidade de custos
 0 — Livre

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Normalização Contabilística em Portugal
Início da aplicação das NIC’s

 O Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro, veio


permitir a adoção das Normas Internacionais de
Contabilidade (NIC), em Portugal, nos seguintes
casos:

 Elaboração das contas consolidadas dos grupos não


cotados;

 Na elaboração das contas individuais das entidades incluídas


na consolidação dos grupos (cotados e não cotados)

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Normalização Contabilística em Portugal
SNC

 O POC foi substituído pelo Sistema de


Normalização Contabilística, desde 1 de
Janeiro de 2010.

 Em termos legais, o SNC começa a tomar


forma com a publicação do Decreto-Lei n.º
158/2009, de 13 de Julho que o aprova, para
além de indicar os seus elementos
fundamentais.
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Normalização Contabilística em Portugal
SNC

 Com o SNC, as classes têm as seguintes designações:

1 – Meios Financeiros Líquidos


2 – Contas a receber e a pagar
3 – Inventários e Activos Biológicos
4 – Investimentos
5 – Capital, Reservas e Resultados transitados
6 – Gastos
7 – Rendimentos
8 – Resultados

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 As últimas décadas foram ricas em desenvolvimento ao nível da


contabilidade pública, nomeadamente, por via da evolução do
panorama internacional e consequentes necessidades de
modernização:

 implementação na Administração Pública portuguesa de um novo


sistema de informação contabilística;

 implementou-se um processo de reforma da Administração Pública, com


o intuito de aproximar o sistema utilizado pelas entidades públicas ao
utilizado pelas entidades privadas.

 maior informação de caráter orçamental, patrimonial e analítica, por


forma a dar resposta às necessidades;

 Estas modificações permitiram a introdução de novos sistemas


contabilísticos nas diferentes entidades públicas.

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 Até 1974

 Contabilidade orçamental, também designada de


“Contabilidade Administrativa”:
 baseada nos Códigos Administrativos, e nas regras da Lei do
Orçamento de Estado;
 Sistema contabilístico - base de caixa (modificada);
 Método de registo unigráfico

 Principal propósito:
 servir o Governo no que respeitava ao controlo
orçamental e o cumprimento da lei
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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal
 Após 1974

 Grandes mudanças no Sector Público

 Porém, a Contabilidade Pública permaneceu sensivelmente igual

 Após entrada para a CEE (atual UE), mais estímulos às reformas

 De 1990 a 1997

 Processo de transformação radical da Contabilidade Pública


enquadrado na Reforma da Administração Financeira do Estado
(RAFE)

 aproximação à Contabilidade Empresarial

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A Reforma da Administração Financeira do Estado
(RAFE)

 A RAFE procurava adequar a Administração


Pública à evolução da sociedade, da economia
e da cultura.

Era necessária uma gestão que rentabilizasse


os meios afetos ao sector público português

 Razão: o que estava em vigor já estava muito


datado e não se adequava ao funcionamento
de um Estado moderno! 32
A Reforma da Administração Financeira do Estado
(RAFE)

Reforma da
Contabilidade Pública
Reforma da
Gestão Orçamental
Reforma do Tesouro

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A Reforma da Administração Financeira do Estado
(RAFE)

 Fatores e condições necessárias à realização


desta reforma:

 Inadequação do regime vigente;

 O desenvolvimento tecnológico e o ambiente de


mudança por ele gerado;

 A crise do Estado Providência em Portugal:


 mudança social e económica;

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A Reforma da Administração Financeira do Estado
(RAFE)

 Fatores e condições necessárias à realização


desta reforma:

 Acentuado desequilíbrio orçamental

 Integração de Portugal na Comunidade Económica


Europeia (1/1/1986):
 implementação de uma disciplina de gestão orçamental;

 Reforma do Tribunal de Contas entre 1986 e 1990:


 Desenvolvimento gradual de novos meios de controlo da
despesa pública.

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A Reforma da Administração Financeira do Estado
(RAFE)

 A reforma da gestão financeira/orçamental


teve como ponto de partida:

 Unidade orçamental

 Unidade de tesouraria

 Um sistema de informação adequado tendo como


objetivo a gestão económica e financeira do
orçamento.
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A Reforma da Administração Financeira do Estado
(RAFE)
 Revisão em 1989 das bases contidas nos artigos 108º a 110º da CRP,
actuais 105.º a 107.º: alteração da estrutura do OE (passa a incluir os
fundos e serviços autónomos; pode ser estruturado por programas);

 Lei nº 8/90, de 20 de Fevereiro (Lei da Bases da Contabilidade


Pública) – (a desenvolver mais à frente; está disponível no vosso
“livro amarelo” do SNC-AP)

 Lei nº 6/91, de 20 de Fevereiro (Lei de Enquadramento do Orçamento


do Estado) – Revogado pela Lei 91/2001, de 20 de Agosto;

 Decreto-lei nº 155/92, de 28 de Julho – Regime de Administração


Financeira do Estado – (a desenvolver mais à frente; está disponível
no vosso “livro amarelo” do SNC-AP)

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A Reforma da Administração Financeira do Estado
(RAFE)

 Outros diplomas inseridos no contexto da RAFE:

 Resolução nº 1/93, de 21 de Janeiro do T.C. – “Instruções e


requisitos a observar na organização e documentação das
contas pelos organismos autónomos e fundos públicos e
demais serviços com contabilidade patrimonial”;

 Instruções nº 2/97, de 3 de Março do T.C. – “Instruções


para a organização e documentação das contas dos serviços
e organismos da Administração Pública”;

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Objetivos da RAFE
 Melhor gestão orçamental

 Maior economia, eficiência e eficácia

 Melhor gestão da tesouraria do Estado

 Maior rapidez na arrecadação das receitas


do Estado e no seu controlo
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Objetivos da RAFE
 Melhor gestão orçamental

 Unidade orçamental / integração dos Fundos e


Serviços Autónomos (FSA);

 Centralização e integração da informação: POCP e


classificação económica; permite uma articulação
entre o OE e a Conta Geral do Estado.

 Gestão do orçamento por programas;


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Objetivos da RAFE
 Melhor gestão orçamental

 Auditoria orçamental;

 Conhecimento mais atempado das despesas e das


receitas: o que possibilita o melhor controlo da
despesa e a melhor gestão da dívida pública;

 Informação mais atempada: através do Sistema de


Informação para a Gestão Orçamental (SIGO)
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Objetivos da RAFE
 Maior economia, eficiência e eficácia

 Descentralização da gestão / diminuição da burocracia;

 Maior autonomia / responsabilização dos serviços: deixa de


existir a autorização prévia da DGCP (controlo à priori) e os
serviços é que passam a ter competência para executar qualquer
fase da realização das despesas;

 Gestão por objectivos e controlo por projetos/atividades:


possibilita a elaboração de indicadores para medir a economia,
eficiência e eficácia;

 Novo papel do gestor público;


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Objetivos da RAFE
 Maior economia, eficiência e eficácia

 Novas bases da Contabilidade


 Contabilidade de compromissos;
 Contabilidade de Caixa;
 Contabilidade Analítica;

 Pagamento mais atempado;

 Controlo a posteriori / auditoria.

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Objetivos da RAFE
 Melhor gestão da tesouraria do Estado

 Unidade de tesouraria;

 Informação mais atempada sobre as necessidades de


tesouraria e de arrecadação das receitas;

 O Tesouro, como entidade bancária centralizadora da


emissão dos meios de pagamento.

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Objetivos da RAFE
 Maior rapidez na arrecadação das receitas do
Estado e no seu controlo

 Uniformização do processo de cobrança e da


informação;

 Documento único de cobrança;

 Centralização da informação num único cofre – o


Tesouro;
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Objetivos da RAFE
 Maior rapidez na arrecadação das receitas do
Estado e no seu controlo

 Maiores facilidades de pagamento para os


devedores;

 Informação mais atempada sobre as dívidas ao


Estado e sua cobrança.

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RAFE
 Para implementação da RAFE nos Serviços foi
necessária a existência de meios informáticos,
designadamente o Sistema de Informação para a
Gestão Orçamental (SIGO).

 Este foi concebido com diferentes formas de


preocupação gestionária:
 O SIC – Sistema de Informação Contabilística;
 O SGRH – Sistema de Gestão de Recursos Humanos;
 O SGP – Sistema de Gestão Patrimonial;
 O SGR – Sistema de Gestão de Receitas,
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RESUMO

 Descentralização da Gestão.

 Centralização da informação.

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 Com a publicação da lei de bases da


contabilidade pública através da Lei nº
8/90, de 20 de Fevereiro:

Estabeleceram-se as bases para o surgimento de


um novo regime da administração financeira
do Estado.

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 O novo Regime da Administração


Financeira do Estado (DL 155/92) exige
para a autorização das despesas:

 condições de eficiência, eficácia e economia;

 conformidade legal e orçamental;

 regularidade financeira

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal
 O novo Regime da Administração Financeira do Estado (1992)
define regimes de contabilidade para organismos da
Administração Central:

 Serviços com Autonomia Administrativa - regime geral:


 Contabilidade Orçamental em base de caixa modificada
 Contabilidade compromissos
 Unigrafia
 Devem também organizar uma Contabilidade de Custos

 Serviços Autónomos (com Autonomia Administrativa e Financeira)


– regime excecional (e.g. universidades, hospitais...)
 Contabilidade Orçamental como no regime geral
 Contabilidade Financeira, usando um sistema contabilístico
próximo do usado pelas empresas privadas (base de acréscimo
e digrafia): aproximação ao POC

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal
 1993 a 1997

 Existência de planos sectoriais que seguiam o modelo


do POC de 1989 (Saúde e Segurança Social);

 Proposta para um plano oficial de contabilidade para as


Instituições do Ensino Superior e para as Autarquias
Locais;

 Alguns organismos autónomos usavam diretamente o


POC das empresas;

 Outros não cumpriam a lei.

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 1993 a 1997

 Entidades com autonomia administrativa: contabilidade


orçamental unigráfica

 Dentro das Autarquias Locais:


 Aprovação de um plano de contas para os Serviços
Municipalizados (autónomos e com orientação empresarial)
e Federações de Municípios (Decreto-lei 226/93)

 Câmaras e outras autarquias locais: contabilidade


orçamental unigráfica

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 1993 a 1997

Grande diversidade: muita planificação mas pouca


harmonização

 HAVIA:
 Dificuldades de comparação;

 Falta de uniformidade;

 Impossível obter informação financeira consolidada


para todo o Sector Público, em particular para o SPA.

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 1993 a 1997

 Até à criação do POCP, as principais preocupações das


entidades da Administração Pública e dos utilizadores da
contabilidade pública prendiam-se essencialmente com a
prestação de contas e os formalismos legais a que estavam
obrigadas.

 URGENTE:

definir uma estrutura de base que servisse de referência a toda a


Contabilidade Pública preenchendo, ao mesmo tempo, as
lacunas do sistema anterior – complementar e não substituir

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 Criação de uma Estrutura de Missão em 1995, pela


Resolução nº 23/95, destinada a elaborar o Plano Oficial de
Contabilidade Pública (POCP).

 Resulta:
 Necessidade de um plano de contas;
 Necessidade de consolidar a informação financeira;
 Maior rigor nas contas públicas;
 Melhor acompanhamento da execução orçamental.

Este processo levou à aprovação do POCP


(aprovado em 1997)

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 POCP

 Conjunto de princípios, regras e critérios visando a


integração e a consolidação das contas do SPA, quer na
perspetiva de Contabilidade Pública (micro), quer na da
Contabilidade Nacional (macro);

 As fontes principais na elaboração e aprovação do POCP


foram o Plano Oficial de Contabilidade (POC) português e o
Plan General de Contabilidad Pública Espanhol.

 Influência da tradição da Europa Continental,


designadamente França – centralização, codificação e
Planos de Contas

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 Com a introdução e aprovação do POCP, a


contabilidade pública passou a ter novos
paradigmas:

 o seu principal objetivo passou a ser a facilitação


e auxilio na tomada de decisões, ao fornecer
informação de âmbito económico, financeiro e de
gestão.

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 O POCP inclui, pela primeira vez num único sistema


contabilístico, três subsistemas que, embora
independentes, estão integrados:

 Contabilidade Orçamental
 Base de caixa modificada (compromissos para despesas) e
digrafia
 Ligada à Contabilidade Patrimonial pela conta “Devedores e
Credores pela Execução do Orçamento”

 Contabilidade Patrimonial:
 base de acréscimo e digrafia

 Contabilidade de Custos
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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

Com o POCP deu-se início ao processo de


normalização contabilística na
Contabilidade Pública em Portugal.

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 Importa referir que dentro do sector público a


implementação do POCP colheu alguns
insucessos dada:

 a estrutura bastante dissemelhante dos


organismos;

 a dificuldade que representa a implementação da


consolidação de contas a nível do setor público.

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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 Aprovação dos planos sectoriais:

 Plano Oficial de Contabilidade Pública para o Sector da


Educação (POC — Educação): Portaria 794/2000, de 20 de
Setembro;

 Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais


(POCAL): Decreto-Lei n.º 54-A/99, de 22 de fevereiro;

 Plano Oficial de Contabilidade do Ministério da Saúde


(POCMS): Portaria n.º 898/2000, de 28 de Setembro;

 Plano Oficial de Contabilidade das Instituições do Sistema de


Solidariedade e de Segurança Social (POCISSSS): Decreto-Lei
n.º 12/2002, de 25 de Janeiro.
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Normalização da Contabilidade Pública em Portugal

 Sector Público Empresarial (Empresas Públicas


e Municipais):

 Aplicam o SNC

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SNC-AP

Foi incumbido à CNC realizar os trabalhos técnicos


com vista à aprovação do

Sistema de Normalização Contabilística para as


Administrações Públicas (SNC –AP)

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SNC -AP

 O Decreto-Lei n.º 192/2015, publicado no Diário


da República n.º 178/2015, Série I, de
11/09/2015:

Aprova o Sistema de Normalização Contabilística


para as Administrações Públicas.

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Fonte: Professor Doutor João Carvalho


Caracterização do SNC-AP
 Cinco pilares:
1. Estrutura conceptual para a informação financeira
pública

2. Normas de contabilidade pública

3. Plano de contas multidimensional

4. Modelos de demonstrações orçamentais

5. Modelos de demonstrações financeiras

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