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Introdução ...................................................................................................................................................... 2
Teoria de Integração Económica ................................................................................................................... 3
Conceito ......................................................................................................................................................... 4
Características especiais das organizações económicas de integração económica........................................ 5
Zona de comércio livre .................................................................................................................................. 6
Relações entre Estados e Integração Económica ........................................................................................... 6
Factores de Integração Económica ................................................................................................................ 7
Aspectos particulares da integração Económica............................................................................................ 8
Vantagens e desvantagens da criação de espaços de integração económica ................................................. 9
Alguns problemas fundamentais de integração ........................................................................................... 11
O Plano de Acção de Lagos ......................................................................................................................... 12
O objectivo da SADC .................................................................................................................................. 15
Instrumentos de orientação da SADC.......................................................................................................... 15
Necessidade de Integração Económica na SADC ....................................................................................... 16
Constrangimentos da SADC no processo de integração económica regional ............................................. 16
Desafios da SADC no processo de integração económica regional ............................................................ 18
Integração Económica Regional e desenvolvimento industrial de Moçambique ........................................ 19
Caracterização da Industria Moçambicana .................................................................................................. 19
Situação antes do PRE ................................................................................................................................. 19
Situação Pós-PRE ........................................................................................................................................ 20
Impacto da Integração regional na SADC para Moçambique ..................................................................... 22
Desafios para Moçambique no processo integração económica regional na SADC ................................... 23
Conclusão .................................................................................................................................................... 24
Referências Bibliográficas ........................................................................................................................... 25
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Introdução
O processo de integração na África Austral foi realizado com características específicas dos países
da região tendo, como principal alicerce, a proximidade geográfica dos países que iriam integrar o
bloco e devido às questões culturais que os uniam, o que implicaria numa manutenção dos laços
económicos entre os países africanos. Em termos concretos, os principais objectivos da zona de
Livre Comércio da Comunidade para o Desenvolvimento da África (SADC) baseiam-se em
protocolos de desenvolvimento e crescimento económico. Além do crescimento e
desenvolvimento, o bloco visa outras metas como a de defesa nacional e a protecção da cultura e
dos recursos ambientais. Alguns dos princípios estipulados na SADC são voltados às necessidades
da comunidade, como direitos humanos, democracia, paz e segurança, solidariedade e igualdade a
todos os Estados-membros.
Posto isto, ao presente trabalho importa reflectir sobre os desafios do processo de Integração
Económica Regional no desenvolvimento Económico dos Estados membros da SADC. O tema
abordado neste trabalho torna-se relevante por gerar um ambiente económico positivo que permite
o desenvolvimento dos Estados membros da SADC.
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Teoria de Integração Económica
Na visão de Hine (1994) citado por Chichava (2011: 17) a teoria de Integração Económica pode
ser entendida como uma política comercial que consiste em reduzir ou eliminar as barreiras
comerciais entre os países que se juntam para tal como forma de, através de intensificação das
trocas comerciais, se permitir uma maior especialização dos países membros.
Por seu turno, Wache (2012: 6) define a teoria de Integração Económica como a descrição das
políticas comerciais que, de forma discriminada, reduzem ou eliminam as barreiras do comércio
apenas nos países do mesmo bloco económico.
A teoria de Integração Económica surge após a Segunda Guerra Mundial, e teve Jacob Viner como
o seu principal percursor, com a sua obra The Customs Union Issue, publicada em 1950 que deu
uma nova dimensão á Integração Económica ao defender que a União Aduaneira pode criar como
pode desviar o comércio.
Para Ferreira (1997:18 a Integração Económica pode ser analisada de acordo com duas
perspectivas distintas:
Bela Balassa (1982: 13) analisa a Integração Económica como um processo que reveste várias
formas, traduzindo diferentes graus de integração, nomeadamente:
i. Zona de comércio livre, onde os direitos (e as restrições quantitativas) entre os países são
abolidos, mas cada país membro mantém as suas pautas próprias em relação aos países
membros.
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ii. União aduaneira, que implica além de supressão das discriminações no que se refere aos
movimentos de mercadoria no interior da união, a igualização dos direitos em relação ao
comércio com os países não membros.
iii. Mercado comum, no qual atinge-se uma forma mais elevada de integração económica, em
que são abolidas não só as restrições comerciais mas também as restrições aos movimentos
de factores produtivos.
v. Finalmente a integração total, que pressupõe a unificação das políticas monetárias, fiscais,
sociais e anti-cíclicas, e exige o estabelecimento de uma autoridade supranacional cujas
decisões são obrigatórias para os estados membros.
Conceito
Ao conjunto dos esforços que os Estados realizam para realizarem os seus objectivos através de
uma união entre eles se designam na linguagem corrente de integração.
No entanto o termo integração pode ser entendido no âmbito de diversos contextos sejam eles
económicos socias, políticos. Contudo o mais certo é que se trata de um processo e uma situação
em que os integrantes desse processo ou situação se propõe a realizar e levar avante uma dada
missão ou actividade. Considerando a integração como processo, os integrantes do mesmo devem
decidir com muito cuidado o que pretende realizar, a forma como pretendem realizar bem como
os objectivos a obter com o mesmo. A integração além do processo é uma forma de cooperação
entre Estados.
Enquanto cooperação, constitui uma forma de relacionamento entre os membros que pretendem
levar avante uma acção onde se opera a diminuição de uma descriminação.
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Organizações Económicas Internacionais e integração económica
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v. A existência de recursos próprios (no caso da União Europeia temos as receitas
provenientes dos direitos aduaneiros, das multas, dos direitos niveladores e uma certa
percentagem do IVA cobrado pelos Estados membros).
Um exemplo de zona de comércio livre é a EFTA, esta limitada em princípio aos produtos
industriais.
As relações conflituosas são as relações inter-estatais que revestem um aspecto mais problemático
resultante de dificuldades de vária ordem e que dão origem a desacordos, a diferendos, ou mesmo
a litígios de carácter mais ou menos grave que podem por em causa o princípio da responsabilidade
internacional dos Estados.
Consideramos a relações pacíficas por estas revestirem a normalidade das relações entre os
Estados. Por definição as relações pacíficas são as relações amigáveis que se desenrolam de acordo
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com a normalidade internacional reconhecida e aceite pelos Estados e expressas em convenções e
tratados baseados no direito consuetudinário. Dentro desta categoria distinguem-se:
i. Relações de reciprocidade;
ii. Relações de cooperação e coordenação;
iii. Relações de integridade;
As relações de reciprocidade – são as que caracterizam as relações diplomáticas, dentro das quais
o interesse de um Estado é satisfeito pela consulta de outro Estado e satisfeito pela consulta de
outro Estado vice-versa.
As relações de integração – os Estados aceitam perder uma certa parcela das suas prerrogativas de
soberania, naquelas áreas que são abrangidas pelo processo de integração a favor de uma entidade
política internacional, que assume a responsabilidade de promover as relações de integração
obrigatórias nos domínios abrangidos pelo Tratado constitutivo da organização.
Regra geral, os mercados são alargados pela via de aplicação de tarifas preferenciais para os
membros participantes e barreiras tarifárias comuns para os não membros. Os mercados são
alargados e protegidos, estimulam o desenvolvimento económico interno por fornecer uma saída
assegurada e tratamento preferencial para os produtos produzidos dentro da região. Os
consumidores beneficiam também das baixas tarifas praticadas entre os países participantes.
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Um clima politico amemo entre os Estados é um requisito básico para o desenvolvimento de um
mercado supra-nacional, os países participantes, devem ter aspirações e uma compatibilidade geral
antes de se decidirem a perder a sua prerrogativa de soberania externa.
c) Factores geográficos
Apesar de não ser absolutamente imperativo que os membros de uma união económica tenham
proximidade geográfica, tal proximidade facilita no entanto, o funcionamento do mercado comum.
As redes básicas de transportes em qualquer sistema de mercado permitem a interligação e melhor
desenvolvimento quando os países são próximos uns dos outros.
d) Factores culturais
Sendo certo, a conjugação destes factores constitui pressuposto para o sucesso de uma região no
âmbito da integração económica, que tem nem sempre é possível reuni-los. No caso específico da
Africa Austral, por exemplo, os factores de ordem económica só alongo termo se poderão alcançar,
pelo menos nos termos em que teoricamente estes são definidos, é que, neste caso, não existe
complementaridade das estruturas de produção, resultando dai, o baixo volume de negócios de
produtos industriais. Intra-região.
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Referencia quase obrigatória nesta matéria é o caso da União Europeia por constituir a experiencia
mas sucedida, e que tem servido de modelo para alguns Estados e regiões em matéria de integração.
A experiencia Europeia de integração económica, ofereceu uma base conceptual importantíssima
para a criação da teoria de integração económica, tal experiencia foi transportada com sucesso,
para outras regiões do globo, como é o caso da América Latina onde se formaram blocos regionais
económicos também bem-sucedidos, como é o caso da MERCOSUL de que fazem parte a
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Teoricamente, cada fase de integração é uma extensão da anterior, com alguns aspectos novos que
vão aprofundar mas o processo de integração conforme já tivemos a oportunidade de fazer
referência. Todavia, nada obsta a que os países criem um bloco regional iniciando o processo, por
exemplo, por uma União Monetária. Este é o caso da UMAO (União Monetária Da África
Ocidental), que tem uma moeda única (o Franco CFA), mas não criaram entre si uma união
aduaneira.
i. Numa zona de comércio livre, por exemplo, são enfatizadas medidas negativas de
integração, onde apenas um afastamento das barreiras ao comércio livre e aos movimentos
de factores esperando-se que com a abertura da economia, os Estados se beneficiem das
virtualidades proporcionadas pela dinâmica do mercado. É o caso já referido que permite
a criação de blocos informais de integração económica.
ii. Para os produtores, oferece-se a vantagem de poderem alargar os seus mercados para os
restantes estados membros, o que favorece a concorrência e os consumidores passam a
beneficiar de uma maior oferta de bens que chegam aos mercados e ainda a oportunidade
de poderem adquirir bens a preços mais baixos e de melhor qualidade.
iii. Na União Aduaneira, encontramos a formulação de uma política comercial comum, esta
pode resultar em desvios de comércio com efeitos de criação de produto de um pais
membro ao preço mas elevado, pela eliminação dos impostos Aduaneiros em detrimento
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da sua importação de um terceiro onde o bem é produzido a preço mais baixo. Haverá
efeito de concorrência favorável por via de integração, se puder dispor do mesmo bem a
preços mais baixos que anteriormente.
iv. Quanto ao mercado comum, regista-se um amento do bem-estar, pelo facto de haver uma
livre-circulação dos factores. Como exemplo, temos a livre circulação mão-de-traço
podendo esta deslocar-se para onde haja remunerações mais elevadas. As desvantagens
nesta fase de integração podem ocorrer quando haja desequilíbrios de desenvolvimento
económico entre os Estados membros. A tendência nesta situação, será a de mão-de-obra
se deslocar para os países se ofereça mais oportunidades de empregos e de melhores
remunerações.
No caso da SADC, por exemplo, o mercado comum, das actuais condições de desenvolvimento de
Moçambique obriga o país a rever as suas políticas económicas com realce para a produção. O
país continua a registar elevados índices de desemprego (cerca de 50% da população activa de
cerca de 3.8 milhões de pessoas), ocasionadas em parte pelo redimensionamento das empresas
privatizadas e pelo encerramento de alguns sectores. A tendência é a de essa mão-de-obra se
deslocar e concentrar-se por ex: na África do Sul, com graves prejuízos para Moçambique.
Entretanto, os índices desemprego na África do Sul atingem cerca de 30% da população activa que
é de 15 milhões facto que também cria uma crise social grave.
A União Monetária permite a eliminação dos custos de transacção, que são as margens de
intermediação cambial, e as condições pagas aos bancos. Com o desaparecimento do risco cambial,
facilita-se o desenvolvimento económico, atendendo a que desaparece um dos grandes factores de
incerteza, nomeadamente pela possibilidade de previsão dos agentes económicos. Todavia, é nesta
fase que o País perde um dos instrumentos mais importantes de política cambial e monetária. Para
os países em desenvolvimento, este instrumento é de importância capital por constituir via de
resolução de problemas de índole conjuntural, por exemplo de inflação.
Além das vantagens e desvantagens já enumeradas, acrescentam-se a seguir as que as são inerentes
a todo e qualquer processo de integração, sendo elas:
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A especialização surge pelo facto de que com a integração regional, os países só passam a produzir
aqueles produtos para os quais tem maior vantagem cooperativa, deixando de produzir aqueles a
que não a têm, para tal exige-se maior especialização.
As formas de organização económica regional variam entre os Estados, mas a orientação universal
de tal cooperação multinacional visa o benefício económico dos participantes. Os benefícios
políticos e socias acompanham este movimento, mas o motivo dominante é o económico. O mundo
está submerso em acordos de cooperação económica, e os países procuram estabelecer alianças
económicas para expandir o seu acesso ao mercado livre. O Plano de Acção de Lagos constitui a
base de orientação para as diferentes regiões do continente se organizem em blocos económicos.
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Vários são os constrangimentos que se operam no âmbito da integração económica ao nível do
continente africano e com realce para a região sub-sahariana.
Com base nos princípios directores preconizados na Declaração de Monróvia, os Chefes de Estado
e de Governo de África, reunidos na Segunda Sessão extraordinário da OUA, em Abril, decidiram
adoptar o Plano de Acção de Lagos e a Acta Final de Lagos para o Desenvolvimento Económico
de África, que tinha como objectivo, de entre outros:
O processo de Integração na África Austral surge inicialmente no início da década 70, por meio
de consultas ou reuniões realizadas entre os líderes Seretse Khama (Botswana), Kenneth Kaunda
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(Zâmbia) e Julius Nyerere (Republica Unida da Tanzânia), que ficaram conhecidos como Estados
da Linha da Frente.
Segundo Zeca (2013:205), o Estados da Linha da Frente fizeram conjuntamente esforços para a
libertação de Estados da região que ainda se encontravam sob o jugo colonial e do sistema do
apartheid.
Na visão de Jamine (2011: 63) o objectivo principal da Linha da Frente era, pois, coordenar e
apoiar os movimentos de libertação da África Austral, de modo a alcançar a independência do
regime colonial, no caso de Moçambique e Angola, e do domínio das minorias brancas, no caso
da Rodésia do Sul. Mais tarde acabaram se aliando a linha da Frente, os líderes Samora Machel
(Moçambique) e Agostinho Neto (Angola). Posto isso, entre 1977 á 1979, os Estados da Linha da
Frente consultaram entre si com vista a fortalecer a cooperação.
Neste contexto, com base nas conclusões emanadas da conferência de Arusha, de Julho de 1979,
na qual ficou acordado uma estratégia de lançamento da SADCC, os então nove países
independentes da África Austral: Angola, Botswana, Lesoto, Malawi, Moçambique, Suazilândia,
Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe, reuniram-se em Abril de 1980, em Lusaka, e manifestaram o seu
compromisso á criação prossecução de políticas, cujo objectivo era a libertação económica
alicerçada num desenvolvimento integrado e sustentado das economias (SADC: 2003). Foi assim
que se estabeleceu a SADCC, com base em consultas, sob a égide dos Estados da Linha da Frente.
Para Zeca (2013: 205) a SADCC era um organismo de coordenação para o desenvolvimento da
África Austral, com vista a reduzir a dependência em relação a Republica da África do Sul e ao
resto do mundo.
Por seu turno, Stephens (1986: 130) afirma que a SADCC é uma associação económica de nove
países cujo objectivo era a coordenação de estratégias de desenvolvimento dentro da região de
forma a reduzir a dependência em relação á África do Sul.
Portanto, a SADCC herdou um forte cariz politico da Linha da Frente, tendo surgido das
experiencias positivas da cooperação entre os Estados da África Austral que viram no trabalho em
conjunto um imperativo para superar os problemas como a pobreza em massa, atraso económico
e a ameaça de desestabilização da África do Sul na região.
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Para Abrahamsson e Nilson (1994: 191), apesar de um grande número de reuniões regionais de
coordenação a nível político nacional e de investimentos consideráveis, a dependência da região
tanto em relação ao Ocidente, como á África do Sul aumentou durante os anos 80.
Segundo (Murapa, 2002: 159) o objectivo desse tratado era melhorar as habilidades técnicas e
administrativas dentro da região e estipulava uma serie de protocolos voltados para uma maior
integração regional.
Neste sentido, foram estabelecidos vários protocolos com enfoque para o protocolo Comercial
adoptado em 1996, tido como o pilar da Integração, que só entrou em vigor em 2000. Como
resultado da implementação do Protocolo Comercial, foram estabelecidas metas de liberalização
do comércio com destaque para a criação da zona de comércio livre (2008), a criação da união
aduaneira (2010); mercado comum (2015); união monetária a concluir em 2016, com o
estabelecimento da moeda única em 2018.
Importa referir que essa trajectória linear completaria o processo de criação da união económica
da SADC.
Todavia, esta trajectória ira depender da implementação bem sucedida do Protocolo Comercial
que prevê a eliminação gradual das taxas ou tarifas aduaneiras e barreiras não-tarifárias ao
comércio (SADC Today, 2005:1).
São membros da SADC África do Sul, Angola, Botswana, Republica Democrática do Congo
(RDC), Lesoto, Madagáscar (suspenso desde Março de 2009), Malawi, Moçambique, Maurícias,
Namíbia, Seychelles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. Os Estados membros
visionaram a África Austral como uma região caracterizada pela paz, boa vizinhança e
tranquilidade, onde os Estados teriam maior crescimento económico e seus cidadãos gozariam de
prosperidade duradoura como um direito fundamental.
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O objectivo da SADC
Nestes termos, segundo Murapa (2002: 159) os objectivos da SADC contemplam: alcançar um
desenvolvimento e crescimento económico, aliviar a pobreza, aumentar o padrão e a qualidade de
vida dos países da África Austral e dar apoio aos socialmente desamparados, por meio da
integração regional; desenvolver valores, sistemas e instituições políticas comuns; promover e
defender a paz e segurança; alcançar a complementaridade entre estratégias e programas nacionais
e regionais; alcançar o uso sustentável dos recursos naturais e a efectiva protecção do meio
ambiente; promover e maximizar o produtivo emprego e a utilização dos recursos da região;
fortalecer e consolidar as antigas afinidades históricas, sociais e culturais e os elos entre os povos
da região.
O finance and Investment Protocol (FIP), assinado pelos chefes de Estado e de Governo, em
Agosto de 2006, com vista a melhorar o ambiente económico na região e promover o investimento
publico e privado. O FIP contém as bases principais para a harmonização dos objectivos gerais de
política na região (Ibid.).
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Necessidade de Integração Económica na SADC
Desde a sua criação, a SADC tem formulado politicas e estratégias para a integração regional
visando apoiar o crescimento e desenvolvimento económico, que incluem o aumento da dimensão
do mercado, e os fluxos do comércio e investimento intra-regional.
Para atingir o desenvolvimento económico que se propõe alcançar, a SADC traçou um conjunto
de planos integrativos que através da coordenação e cooperação constitui constituiriam a força
motriz ao crescimento e desenvolvimento económico equitativo da região. Este esforço traduz-se
na elaboração do RISDIP, através do qual se delinearam as modalidades de implementação das
disposições previstas no protocolo comercial.
Dos 11 membros da SADC que estão implementando o Protocolo Comercial, cinco são também
membros do COMESA (Madagáscar, Malawi, Maurícias, Suazilândia, Zâmbia e Zimbabwe). A
Tanzânia pertence á East Africa Community “Comunidade da África Oriental” (EAC), que
consiste numa União Aduaneira e possui uma tarifa externa comum. Botswana, Lesoto, Namíbia,
África do Sul e Suazilândia pertencem á União Aduaneira da SACU. Para além disso, a maior
parte desses países tem ou entraram em acordos preferenciais de comércio bilaterais intra-regionais
ou com Estados terceiros, fora da região, com a excepção do Lesoto e da Zâmbia (Ibid.).
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A vigência destes acordos bilaterais e com terceiros, bem com a múltipla associação de estados da
SADC em outros organismos regionais com objectivos similares aos da SADC levantam uma certa
conflitualidade com os objectivos da SADC. Além disso, há sobreposições dos mandatos e
objectivos da SADC e da SACU, o que tem revelado uma duplicação de programas e actividades
(Ibid.).
Para o Dr. Mhulongo, citado no relatório da Conferência do grupo de reflexão sobre a Integração
Regional (2012:6), um dos constrangimentos é a disparidade no desenvolvimento económico, que
obstaculiza a integração regional porque as diferenças nos fundamentos económicos dos países
membros comprometem uma coordenação estável.
Os países membros da SADC apresentam fragilidades frutos dos acordos políticos e das
desigualdades em termos de níveis e ritmos de desenvolvimento desde dificuldades naturais ate
problemas de saúde pública, constituindo um dos problemas susceptíveis de dificultar o processo
de integração da SADC.
Por sua vez, Murapa (2002:162) argumenta que não existe suficiente vontade política por parte da
liderança da SADC para impor as obrigações da integração, uma vez que alguns estados não
aderem a alguns compromissos, levando á falta de credibilidade e, as vezes á instabilidade na
região.
Por falta de vontade política, alguns estados membros manifestam reservas em aderir
compromissos obrigatórios para o cumprimento de várias etapas da integração e, por outro lado a
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ausência de um poder legal para impor o cumprimento das obrigações da SADC no processo de
integração regional, constitui um entrave para o processo de integração económica regional.
Gastrow (2001:139) afirma que a questão das redes de crime organizado na região representa uma
das múltiplas barreiras não-tarifárias ao desenvolvimento das trocas comerciais, visto que
aumentam significativamente os custos de transição (riscos humanos, perdas de investimento,
etc.).
Na visão de Badi (2001: 87), o futuro da SADC passará por uma etapa de coordenação de políticas
nacionais de desenvolvimento, centrados em infra-estruturas, no abandono de uma regra de
unanimidade e de soberanias e na adopção de uma política monetária Africana, que só será possível
mediante o fim da crise económica e financeira interna dos estados.
Por sua vez Murapa (2002:163), argumenta que a condição ideal para a integração regional seria
uma situação em que todos os estados tenham iguais níveis relativos de desenvolvimento e um
grau significativo de diferenças na natureza e composição de seus recursos, o que forneceria um
ambiente condizente para a complementaridade entre os países membros da SADC, já que os
membros caracterizam-se por imensas disparidades no desenvolvimento económico.
Para Chichava (2011:21), as economias da SADC precisam de continuar a apostar e lutar pela
diversificação, para além de produção mais modernizadas e dinâmicas, no qual só será conseguido
através do aprofundamento e consolidação das reformas económicas que levem á integração das
respectivas economias. Este processo inclui a harmonização e racionalização de políticas que
privilegiem o desenvolvimento do protocolo comercial da SADC.
Pode-se inferir que a SADC adopta um modelo de integração guiado pelo estado, na qual alguns
estados optam pela construção nacional em detrimento da integração regional. Apesar de ser uma
região rica em matéria-prima, não possui um sector industrial sólido e transversal, capaz de
alavancar as economias dos estados membros. Devido a pertença de alguns estados a múltiplas
organizações, qualquer consideração de implementação de uma fase, como por exemplo da união
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aduaneira, a SADC deve tomar em consideração a evolução de outras organizações, uma vez que
possuem incompatibilidades das estratégias e os estados divididos podem ter complicações na
administração das suas pautas aduaneiras.
Apesar de Moçambique ser um país rico em recursos naturais, não houve por parte do Estado
colonial Português a preocupação de desenvolver indústrias transformadoras desses recursos, por
razoes diversas. Na verdade, se pode depreender que deve ter havido, entre as potências
colonizadoras, uma política concertada no concernente ao desenvolvimento das suas colonias uma
vez que, quase sem excepção, em todos países Africanos e o seu potencial exportador reside nas
matérias-primas, que alimentavam as indústrias nos países colonizadores.
O parque industrial de Moçambique e constituído na sua maioria, por Industrias que dependem
grandemente de matérias-primas importadas.
Apos a sua independência, grandes esforços foram feitos para que o país pudesse tirar maior
vantagem no seu potencial agrícola. Com este objectivo foram considerados dentro daquele que
foi um dos maiores programas de Industrialização pois independência, o plano Prospectivo
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Indicativo, alguns projectos virados para o aproveitamento dos recursos agrícolas. Este programa
foi preparada e aprovado em 1981 e um dos seus objectivos era a realização de novos e grandes
investimentos de raiz, especialmente na indústria pesada e química, tendo em vista o
desenvolvimento da indústria básica, bem como o racional aproveitamento dos recursos nacionais.
Assim foram concebidos de entre outros projectos têxtil de Mocuba, o complexo Agro-Industrial
de Limpopo, que se localizava nas fontes produtoras de matérias-primas.
Na época a boa vontade não foi suficiente para reverter a situação. Uma das razoes foi a opção
pelo sistema de economia... Sistema de Economia Centralizada, que não deixou espaço para a
iniciativa privada a legislação sobre o investimento atribuía poucos incentivos aos agentes
económicos, o que tornou pouco atractivo investir em Moçambique, agravado ainda pela situação
da guerra civil que deflagrou no país. O estado assumia-se como principal Investidor e Principal
produtor de bens e serviços, e não podia de forma alguma garantir um bom desempenho da
economia do país.
i. Falta de matérias-primas
ii. Dificuldades na obtenção de diversas;
iii. Guerra que era motivada pelo exterior do pais, usando-se no entanto Moçambicanos
descontentes;
iv. Falta de mão-de-obra qualificada para digerir as unidades Industrias.
Situação Pós-PRE
O programa de reabilitação económica, (PRE), teve o seu inicio em 1987 e com ele foi revitalizada
e economia do país. A libertação da economia teve como efeitos positivos sobre a indústria, e,
consequentemente alívio a restrição de divisas para importação de matérias-primas melhorou o
acesso das empresas aos factores de produção necessário.
A adopção da nova constituição em 1990 e que mais tarde foi revista em 2003, significou uma
alteração profunda na estrutura de produção. Nos termos do art. 41 da Constituição de 1990, ao
sector privado foi atribuído um papel preponderante de agente económico principal e o Estado
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passou a assumir o papel de regulador e promotor do crescimento e desenvolvimento económico
e social.
Programa de Privatizações do sector empresarial Estatal que entretanto se iniciou, Veio também
dar uma mais-valia ao sector, Merce da adopção de um conjunto de dispositivos legais que
conferiram a maior transparência ao processo de alienação do património do Estado. Neste âmbito
foram aprovados os seguintes diplomas legais:
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A alternativa que se oferecia para as indústrias era a recuperação de mercados de exportação.
Contudo, esta possibilidade se apresentava de certa forma remota, devido ao longo período de
estagnação, obsolescência das tecnologias em uso e a fraca qualidade dos seus produtos. Entretanto
hoje já se notam alguns sinais no âmbito da produção para exportação de destacar o slogan "Made
in Mozambique"
Por um lado, implicam a entrada massiva de bens alimentares, não tendo os produtores nacionais
capacidades para competir nos preços. Por outro lado, a indústria de bebidas e algumas indústrias
alimentares de capital sul-africano implantado em Moçambique resultam, principalmente, das
vantagens dos elevados custos de transporte de bens pesados (Ibid.).
Para Haffner e Mampava (2010:82), a integração da África Austral tem se tornado um instrumento
fundamental para o crescimento económico em Moçambique. O primeiro efeito do processo de
integração regional começou pela necessidade de Moçambique fazer grandes esforços no sentido
de cumprir com as metas de convergência. Como tal, o país teve que estabelecer estratégias que
levassem ao cumprimento das referidas metas, que directa ou indirectamente tiveram impacto na
economia.
Ainda segundo o mesmo autor, a taxa de crescimento da economia de cerca de 7% em média ao
ano, nos últimos 10 anos, foi atingida graças aos grandes investimentos realizados desde a área de
agricultura, infra-estrutura, estradas e pontes, energia eléctrica e a electrificação do país,
melhoramento dos ambientes de negócios, políticos e sociais.
A falta de capacidade empresarial associado a uma visão de curto, médio e longo prazo, assim
como a falta de empreendedores arrojados, são entre muitos factores aqueles que mais contribuem
para aquela que é a grande desvantagem do país, o atraso da sua indústria.
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Em termos sumários, pode-se afirmar que a integração regional potencializa o desenvolvimento e
crescimento económico de Moçambique, garantindo a melhoria das condições e qualidade de vida,
reforçando a capacidade de fazer frente aos desafios impostos pela globalização, por meio da
melhoria da eficiência produtiva e incentivo ao investimento privado num ambiente de paz e
competitivo. Porem, esta abertura da economia nacional e a sua integração no espaço regional
coloca problemas à economia, uma vez que a indústria moçambicana é pouco diversificada e não
competitiva.
Para Passo (2011:49), uma das opções do país seria tirar partido da sua situação geográfica
privilegiada, dos seus abundantes recursos naturais e de outras vantagens competitivas e
comparativas que possui, de modo a beneficiar do acesso de forma competitiva no mercado
regional.
Chichava (2011:28), afirma que o principal desafio de Moçambique, como país de democracia
recente, é manter a paz, a estabilidade política, segurança, democratização e continuidade dos
esforços tendentes a redução dos níveis de pobreza absoluta. A estabilidade política e segurança
de Moçambique dependem também da região.
Neste contexto é urgente que no país sejam tomadas medidas políticas e implementada acções
concretas que apostem na valorização e incentivo do trabalho, no apoio às iniciativas dos agentes
económicos e na regulação das forças do mercado pelo Governo (Ibid.).
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Paralelamente, torna-se necessário consolidar a criação e funcionamento das instituições
democráticas, implantando a governação descentralizada e participativa, a transparência na tomada
de decisões e a introdução de mecanismos de prestação regular de contas (Ibid.).
Só agindo desta forma será possível, reduzir as percepções sobre a corrupção e melhorar o
ambiente de negócios no país, o que por sua vez galvanizará o investimento nacional e estrangeiro
que com a participação de todos os Moçambicanos contribuirá para a redução da pobreza e
aumento do bem-estar, ingredientes necessários para um processo de convergência e integração
económica regional bem-sucedida (Ibid.).
Por seu turno Haffner e Mapava (2010:74) afirmam que Moçambique deve continuar a manter a
estabilidade macroeconómica, sobretudo cumprir com as metas de convergência traçadas pelo
bloco económico.
Nesse contexto, o governo moçambicano tem o desafio de criar um ambiente de negócio favorável
como forma de incentivar e atrair investimentos nacionais e estrangeiros e maximizar a utilização
do seu potencial económico (Ibid.).
Conclusão
No seguinte trabalho concluímos que ao conjunto dos esforços que os Estados realizam para
realizarem os seus objectivos através de uma união entre eles se designam na linguagem corrente
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de integração. E este pode ser entendido no âmbito de diversos contextos sejam eles económicos
socias, políticos. Contudo o mais certo é que se trata de um processo e uma situação em que os
integrantes desse processo ou situação se propõe a realizar e levar avante uma dada missão ou
actividade. Considerando a integração como processo, os integrantes do mesmo devem decidir
com muito cuidado o que pretende realizar, a forma como pretendem realizar bem como os
objectivos a obter com o mesmo. A integração além do processo é uma forma de cooperação entre
Estados.
Referências Bibliográficas
ALFREDO, Beijamim, noções gerais do Direito Internacional económico, 2010
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CHICHAVA José, As vantagens e desvantagens competitivas de Moçambique na integração
econômica regional. Maputo, 2007
Legislação:
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