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1.

Definição

Garantias graciosas – são mecanismos criados a nivel da administração para derimir


conflitos e problemas, com os particulares ( são o recurso hierárquico são G. graciosas)

As garantias graciosas podem ser usadas antes da violação para evitar a violação dos
direitos dos particulares, ou a pos a violação, impugnando elas, sendo as primeiras que o
particular pode lancar a mao, caso não funcionem, pode lancar mao as garantias contenciosas,
recorrendo ao tribunal administrativo.

2. Modelos de justiça administrativa

2.1. Justiça administrativa

Justiça administrativa – pode ser definida como um sistema de mecanismos de formas


ou processos, destinados a resolução judicial nas controvérsias nascidas de relações jurídicas
administrativas.

2.2. Relações jurídico administrativas

2.2.1. Três correntes que defendem o que seria uma relação jurídico-administrativa

1- Sentido subjetivo – para identificar que uma relação é jurídico administrativas devemos
olhar para os sujeitos da relação, se um dos intervenientes for da administração pública
essa relação é jurídico administrativa. Criticas do sentido subjetivo, a vezes que os
órgãos da administração pública tratam relações com o particular despidos de seus ius
imperi, e em nenhum momento será jurídico administrativa, vai ser uma relação normal
reguladas por normas normais, que em caso de conflito vão ser resolvidos no tribunal
comum.
2- Sentido objetivo – para descobrir se é uma relação jurídico administrativa, deve olhar
para a relação, e ver se um dos sujeitos de um ente publico, porem para além de olhar
ao sujeito, é necessário verificar qual é o direito que regula essa relação, se essa relação
esta a ser regulada, por normas de direito administrativo, logo é uma relação jurídico
administrativa.
3- Sentido funcional – defendem para determinar que uma relação e jurídico
administrativa devemos olhar se o ente publico que esta a travar essa relação com o
particular esta ali para desempenhar uma função jurídico administrativa, o fim, se
procura desempenhar uma função jurídico administrativa, logo é uma relação jurídico
administrativa (satisfação das necessidades publicas).
Definição relação jurídico administrativa (segundo o Dr Viera de Andrade) é toda relação
jurídica de direito administrativo, e devemos excluir todas as relações de direito privado que os
entes públicos intervém, devemos ver quais as normas que estão a regular esta relação.

2.3. Principais modelos de justiça administrativa

2.3.1. Três elementos para distinguir os tipos de modelos de justiça administrativa que
esta ser praticado num determinado ordenamento jurídico:

1- É preciso analisar a vinculação da administração a lei e ao direito;


2- Como se entende a divisão dos poderes entre o legislador, administração e o juiz,
3- Como se encara a sujeição da administração, ao interesse publico, e a garantia da
proteccao dos direitos, e interesses dos administrados.

Em direito existem duas situações que é necessário entender, no qual uma pessoa pode ter
direitos, mas também pode ter interesse, sendo necessário saber distinguir essa duas situações

 Quando alguém tem direitos nos, nos encontramos numa situação activa, com relação
a outra pessoa e podemos exigir da outra pessoa um determinado comportamento
positivo ou negativo.
 Quando temos interesse não podemos exigir da pessoa um comportamento apenas,
podemos exigir da outra parte, a não violação da lei, e das normas que estão em volta
daquele interesse. Ex: um concurso publico em concreto o interesse de passar no
concurso.

2.3.2. Três modelos de justiça administrativa

2.3.2.1. Modelo administrativista ou administrador juiz ou ainda de auto-tutela, ou de


jurisdição reservada ou conservada, características principais deste modelo

Os Estados os ordenamentos jurídicos que adoptam o modelo administrativista, é que a


decisão final dos litígios que emergem das relações jurídico administrativas são solucionados
pelos órgãos superiores da administração publica, ou seja esse litigio vai ser resolvido a nível
da própria administração publica.

2.3.2.2. Modelo judicialista características principais deste modelo

Neste modelo, questões jurídico administrativas são resolvidos por tribunais adequados,
numa ordem judicial, neste modelo vigora o principio de julgar a administração, é
verdadeiramente julgar, trate de tribunais comuns, ou tribunais especializados, sendo um
modelo actual que parte do principio, de que toda actividade administrativa, mesmo nos
momentos discricionários, esta subordinado ao direito, por isso os tribunais é que devem
solucionar, os litígios das relações jurídico administrativas.

2.3.2.3. Modelo judicialista ou quase judicialista ou modelo de jurisdição delegada ou


transferida características principais deste modelo

A resolução dos litígios das relações jurídico-administrativas, cabe a autoridades


judiciárias, que são órgãos administrativos independentes, alheios, a orgânica dos tribunais, e
que tomam a designação de tribunais administrativos, são órgãos com funções específicas de
controlo, que actuam segundo um procedimento contraditório de tipo jurisdicional, embora sem
autoridade executiva. É o modelo utilizado em moçambique. Ex: casos de litígios de demissão
sem justa causa de alguém, no qual o funcionário do estado ficou sem trabalhar por um anos e
o mesmo ganhou o litígio.

Nb: no contencioso so se resolve problemas que surgem das relações jurídico


administrativas.

2.4. Evolução histórica da juridicao administrativa em mocambique

2.4.1. Organização da jurisdição administrativa moçambicana

A jurisdiao administrativa é prevista pela CRM no artigo 222 alinea b) do numero 1, é


necessário distinguir que sempre que na lei esta escrito tribunal administrativo com mauscula
ta, a se referir ao tribunal administrativo central, e em minúscula ao tribunal administrativo
provincial.

2.4.2. Breve resenha histórica da existência do tribunal administrativo

O tribunal administrativo foi criando em quando Moçambique ainda era colonizado de


Portugal, sendo criado o tribunal Ad..criando em 1926, tendo sido mantido em funcionamento
ate a data da independência, em 25 de junho de 1975, sendo um tribunal que funcionava com
técnicos português, ouve um declínio do mesmo, com a independência, visto que em
moçambique não existiam técnicos no âmbito jurídico para desempenhar a actividade
administrativa, o mesmo deve o seu funcionamento reduzido a um funcionamento precário,
tendo como principal atividade apos a independência fazer auditoria ou seja fazer contas para
o Estado, não dirimia litígios, ele controlava as receitas e controlava as despesas.
Muda alguma coisa com a constituição de 1990, no capítulo III, no artigo 167 inerente
a existência, 173 inerente a função, a primeira lei organiza do tribunal Ad. A lei 5/92 de 6 de
Maio, a primeira lei orgânica do tribunal Ad. Era dividido em secções, no qual tinha a cessão
do contencioso administrativo, contencioso aduaneiro fiscal e a cessão da fiscalização das
despesas publicas e do visto.

Com a introdução de 2004, abriu a possibilidade de implementação do tribunal Ad. Nas


províncias, segundo o que esta estabelecido no numero 2 do art 223, sendo os tribunais Ad. Das
províncias órgãos de primeira estancia, foi introduzida a partir desta CRM, no qual as decisões
os recurso decididos pelo mesmo podem ser recorridos no Tribunal Administrativo Central,
importante expor que esse tribunal, é também um tribunal de recursos de litígios aduaneiros e
fiscais.

É importante frisar que a competência do tribunal Ad. Provincial, esta limitada a


circunscrição territorial a que pertence, dentro do território nacional, surgindo a nova lei
orgânica o Tribunal Ad. A lei 25/2009 de 28 de setembro, que substituiu a anterior, sendo
revogada pela lei 24/2013 de 1 de novembro, tendo sofrido algumas alterações em 2015 pela
lei 7/2015 de 6 de outubro.

2.5. Garantias

Garantias são meios jurídicos de defesa dos particulares contra a administração pública.

Existem varias espécies de garantias: garantias políticas, garantias administrativas ou


graciosas e garantias contenciosas.

As garantias graciosas podem ser de legalidade, de mérito e mistas. Numa outra


perspectiva, existem garantias administrativas petitórias e impugnatórias.

2.5.1. Garantias petitórias

As garantias petitórias, que não pressupõem a previa prática de um actos administrativo,


incluem:

 O direito de petição, faculdade de solicitar aos órgãos da Administração


Publica providencias que se consideram necessárias;
 O direito de representação, faculdade de alertar um órgão da Administração
Pública responsável por uma determinada decisão administrativa para as
consequências prováveis desta;
 O direito de denúncia, faculdade de chamar a atenção de um órgão da
Administração Publica para um facto ou situação que este tenha a obrigação de
averiguar; quando o objectos da denúncia é o comportamento de um funcionário
ou agente da Administração Publica, com o objetivo de que se proceda ao
apuramento da responsabilidade disciplinar deste, encontramo-nos perante uma
forma peculiar de denuncia, o direito de queixa;
 O direito de oposição administrativa, faculdade de contestar decisões que um
órgão da administração Publica projecta tomar, seja por sua iniciativa, seja
dando satisfação a pedidos que lhe tenham sido dirigidos por particulares;
 O direito de queixa ao provedor de justiça, consiste em receber queixas
apresentadas por qualquer cidadão de um Estado pessoa singular ou colectiva
com residência no Estado.

2.5.2. Garantia impugnatórias: a reclamação

As garantias impugnatórias pressupõem sempre um comportamento administrativo;


consubstanciam-se em meios de ataque a tal comportamento.

 Reclamação consiste no pedido de reapreciação do acto administrativo dirigido


ao seu autor. A reclamação pode ser fundar-se na ilegalidade ou no demérito do
comportamento administrativo; apresenta sempre caracter facultativo, isto é, a
sua não utilizacao não preclude o uso de outros meios de impugnação.
 O recurso hierárquico consiste no pedido de reapreciação do acto
administrativo dirigido ao superior hierárquico do seu autor. O recurso
hierárquico pode fundar-se na ilegalidade ou no demérito do comportamento
administrativo.

Distinguiam-se tradicionalmente duas espécies de recurso hierárquico: o chamado


recurso necessário, assim designado quando a acto administrativo impugnado por via
administrativa o não podia ser também por via jurisdicional (circunstancias que obstava a esta
impugnação, sempre que tivesse faltado a outra) e o recurso dito facultativo, quando a
impugnação judicial era possível, constituindo a impugnação administrativa, não uma
diligência indispensável á posterior impugnação ante os tribunais administrativos, mas uma
simples tentativa de levar a própria Administração a satisfazer a pretensão do interessado.

Quanto á tramitação do recurso hierárquico, o aspecto mais relevante é a previsão da


intervenção dos contra-interessados, isto é, daqueles que são titulares de um interesse oposto
ao do recorrente e da intervenção do autor do actos recorrido, podendo mesmo recurso ser
decidido, em sentido favorável ao recorrente.

 O recurso hierárquico improprio, é o pedido de reapreciação de um acto


administrativo dirigido a um órgão da mesma entidade pública a que pertence o
autor do acto recorrido e que exerce sobre este um poder de supervisão.
 O recurso tutelar, consiste no pedido de reapreciação de um actos
administrativo praticado por um órgãos de uma entidade pública dirigido a um
órgão de outra entidade pública, que exerce sobre aquela um poder de
superintendência ou de tutela.

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