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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO EMPRESARIAL

PRINCÍPIOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO

Os princípios constitucionais tributários, foram trazidos pela Constituição de 1988.


Esses princípios devem ser respeitados pelos legisladores em todos os níveis: federal,
estaduais, distrito federal e municipais.
Encontramos, principalmente, na Constituição Federal os princípios que normatiza o
dia a dia das pessoas, que define a organização administrativa, financeira e política do
Estado. Tais princípios garantem que as relações de todos os ramos do direito
aconteçam de forma harmônica
Os Princípios Constitucionais são fundamentos normativos que indicam o primeiro
passo na direção a ser tomada pelos intérpretes e aplicadores do Direito. Entre eles
estão:

 Princípio da Legalidade;
 Princípio da Isonomia;
 Princípio da Irretroatividade;
 Princípio da Anterioridade;
 Princípio do Não-Confisco;
 Capacidade Contributiva.
Podemos considerá-los como fundamentos normativos que nos indicam a direção a ser
tomada, um primeiro passo. Assim, os princípios tributários nos guiam na
interpretação e aplicação dos dispositivos normativos na relação obrigacional
tributária, entre sujeitos ativos e sujeitos passivos.
De acordo com Humberto Ávila, baseando-se em Aristóteles, princípios, “São vigas
mestras do ordenamento, assim como os pilares para um edifício, o leme para o barco,
os pais para os filhos e o poder para o Estado”.
Os princípios seriam os fundamentos, sem os quais o “edifício desmorona, o barco
perde o rumo, e o Estado se torna arbitrário”.
Os princípios, diferentemente das regras, não descrevem condutas, pois estabelecem
um estado de coisas com pretensão de complementaridade e parcialidade.
Os princípios do direito tributário, conforme sustentado acima, apenas determinam
um rumo aos intérpretes e aplicadores do Direito.

Direito Tributário
O Direito tributário é o conjunto das leis que regulam a arrecadação e fiscalização dos
tributos, e também rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares,
decorrentes da atividade financeira do Estado, no que se refere à obtenção de
receitas.

Importância dos Princípios do Direito tributários


São os Princípios do Direito Tributários que regula a arrecadação dos tributos pelo
Estado. Ou seja, são eles que regulamentam a relação entre Fisco, sujeito ativo, e
contribuintes e/ou responsáveis, sujeitos passivos. Os tributos são um dos principais
instrumentos para a obtenção dos objetivos políticos, econômicos e sociais do Estado.
Equilibrar interesses do Estado e do cidadão
O interesse do Poder Público na arrecadação dos tributos é e sempre deverá ser
grande. Por meio das receitas tributárias, entre outro, o Estado capta recursos para
aplicá-los na concretização dos direitos fundamentais da população, como saúde,
educação, segurança etc. Não existe países que sobrevivam sem a arrecadação dos
tributos.
Por outro lado, não existem pessoas que paguem os tributos de forma espontânea.
Seu pagamento se dá de maneira compulsoriedade, conforme previsto nessa relação
jurídica. E elas incidem independentemente da vontade dos destinatários, regulando
as suas condutas.
Nessa relação tributária, de um lado temos o Fisco com desejo de arrecadar cada vez
mais, e do outro os sujeitos passivos tentando pagar cada vez menos tributos. É o
conflito permanente do “dever fundamental de pagar tributos x direito fundamental
de não pagar tributos”
Em um ponto intermediário, entre o direito/dever de arrecadação do Fisco e
direito/dever de pagamento de tributos pelos contribuintes, encontram-se os
princípios do direito tributário. Eles servem para guiar e estabelecer os vetores a fim
de que sejam alcançadas as finalidades almejadas pelo ordenamento.
Garantir o que prevê a Constituição Federal
Pela importância atribuída aos princípios do direito tributário, não é de se estranhar
que a maioria deles esteja prevista na Constituição.
A constitucionalidade de um tributo deve seguir todos os princípios elencados na
Constituição, sob pena de serem considerados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal
Federal.

Princípios Tributário
1. Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade encontra fundamento no art. 5º, II, da Constituição Federal e
o princípio da legalidade tributária no art. 150, I, também na CF. Sem dúvida, um dos
mais importantes princípios do ordenamento jurídico brasileiro
Devemos lembrar que as regras, diferentemente dos princípios, são normas
prescritivas, as quais regulam as condutas dos destinatários.
O art. 5º, II, CF prescreve que:
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei”
Já o art. 150, I, CF:
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”
Esses dispositivos, além de determinarem antecipadamente as condutas dos
destinatários, estabelecem verdadeira vedação.
Dessa forma, o tributo que for criado ou majorado sem lei será flagrantemente
inconstitucional. Para tirar eventuais dúvidas que possam surgir quanto a redução dos
tributos, podemos recorrer ao art. 97, II, do Código Tributário Nacional. Ele prevê
expressamente que somente a lei poderá estabelecer majoração ou redução de
tributos, ressalvadas algumas hipóteses.
2. Princípio da Isonomia ou Igualdade Tributária
O segundo dos princípios do direito tributário é o da isonomia (ou igualdade).
Previsto no art. 150, II, Constituição Federal, trata da regra que veda à União, Estados,
Distrito Federal e Municípios instituírem “tratamento desigual entre contribuintes que
se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de
ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos”.
O princípio da isonomia deve ser analisado em seu duplo aspecto: de um lado, a
proibição de distinguir entre os iguais; de outro lado, o dever de discriminar os
desiguais.
A proibição de distinguir entre os iguais ou o dever de não distinguir significa que a lei
deve tratar igualmente todas as pessoas ou determinado grupo de pessoas,
indiferentes às particularidades de cada pessoa.
A outra face do princípio da isonomia é o dever de distinguir entre os desiguais.
A graduação do imposto segundo a capacidade contributiva de cada um é uma
imposição dos tempos modernos incorporada na nossa Constituição (§ 1º, do art. 145
da CF), objetivando uma ordem jurídico-tributária justa. Cada um contribui para o
cumprimento da finalidade do Estado na medida de sua capacidade contributiva.
3. Princípio da Irretroatividade
O terceiro da lista de princípios do direito tributário tem fundamentação legal no art.
150, III, ‘a’, da Carta Magna, que diz:
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[…]
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que
os houver instituído ou aumentado”;
O trecho versa sobre a vedação de uma nova lei (que houver instituído ou majorado
tributos) retroagir a fim de alcançar fatos geradores ocorridos antes do início de sua
vigência. Ou seja, a nova lei se aplicará aos fatos geradores ocorridos no futuro apenas,
jamais para aqueles ocorridos antes de sua edição.
O princípio da irretroatividade se caracteriza como um dos pilares da segurança
jurídica, entendida como a previsibilidade, estabilidade e compreensão do Direito.
4. Princípio da Anterioridade
Outro pilar da segurança jurídica, o princípio da anterioridade impede que uma lei
nova venha a ser aplicada de imediato.
Subdivide-se em dois tipos de anterioridade, sendo a clássica prevista no art. 150, III,
‘b’, da Constituição:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou”;
E a anterioridade nonagesimal (ou noventena) com previsão no art. 150, III, ‘c’, do
mesmo Diploma:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;”
A primeira determina que é vedado aos Entes Federativos cobrarem tributos no
mesmo exercício financeiro em que tenham sido editadas as respectivas leis. Já a
segunda anterioridade, estabelece que a cobrança dos tributos não poderá ser
exercida antes de transcorridos noventa dias da data da lei que os instituiu ou
majorou.
5. Princípio do Não-Confisco
Tendo em vista o direito de propriedade e da liberdade, a Constituição prevê,
expressamente, que os tributos não sejam utilizados com efeito confiscatório (art. 150,
IV, CF/88). Em que pese o problema de materializar o que vem a ser um efeito de
confisco, podemos sustentar que a preocupação do constituinte, nesse caso, foi de
preservar a eficácia mínima dos princípios da proteção da propriedade e da liberdade
em favor da tributação.
Caberá ao Judiciário dizer quando um tributo será ou não confiscatório. Cumpre
destacar que há autores que defendem que a vedação ao confisco diz respeito apenas
aos tributos e outros que sustentam que as penalidades pecuniárias (multas) também
estão abrangidas por esse princípio.
6. Capacidade Contributiva
Nossa Constituição Federal prevê, no art. 145, §1º, que, sempre que possível, os
impostos terão caráter pessoal e serão graduados de acordo com a capacidade
econômica do contribuinte.
Retornando ao início do texto, esse enunciado normativo configura um dos
verdadeiros princípios do direito tributário. Isso porque, tem caráter finalístico, com
pretensão de complementariedade e parcialidade, almejando um estado de coisas a
ser alcançado.
Ter caráter pessoal significa ser calculado, ou ter o seu montante determinado,
conforme as peculiaridades e características inerentes a cada contribuinte”.
Logo, podemos perceber que o ponto principal é o respeito às circunstâncias da vida
de cada indivíduo. Por fim, importante destacar que a finalidade desse princípio é a de
evitar que exista uma carga tributária exacerbada sobre os menos favorecidos e
favorável aos mais fartos de recursos.
Conforme exposto acima, é importante destacar a importância dos princípios do
direito tributário. Isso porque são eles que orientam a tributação e as relações dela
decorrentes.

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