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PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS – ART.

150 CF/88

Legalidade (art. 150, I, CF)


Um dos mais importantes princípios do ordenamento jurídico brasileiro, o
Principio da Legalidade é um dos fundamentos do Estado Democrático de
Direito. Consagra o inciso II do artigo 5º da Constituição Federal, que
ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei. Sendo assim, impede que toda e qualquer divergência, os
conflitos, as lides se resolvam pela força, mas, sim, pelo império da lei. E
prescreve que apenas as situações descritas em lei são tributáveis, ou seja,
nenhum tributo pode ser criado, aumentado, reduzido ou extinto sem que seja
por lei. Ressalta-se, que a lei deve ser editada pela pessoa política
competente.
Isonomia ou Igualdade Tributária (art. 150, II, CF)
O Princípio da Isonomia Tributária em si, o artigo 150, inciso II,
da Constituição, traz o aludido princípio, vedando “tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos”.
O princípio da isonomia deve ser analisado em seu duplo aspecto: de um
lado, a proibição de distinguir entre os iguais; de outro lado, o dever de
discriminar os desiguais.

A proibição de distinguir entre os iguais ou o dever de não distinguir significa


que a lei deve tratar igualmente todas as pessoas ou determinado grupo de
pessoas, indiferentes às particularidades de cada pessoa.

A outra face do princípio da isonomia é o dever de distinguir entre os


desiguais.

Irretroatividade Tributária (art. 150, III, ‘a’, CF)


O princípio da irretroatividade tributária estabelece que não haverá cobrança
de tributo sobre fatos que aconteceram antes da entrada em vigor da lei que o
instituiu. A irretroatividade é, na realidade, uma limitação ao poder de tributar ,
e que confere ao sujeito passivo um direito à imunidade tributária em face do
Estado.
O princípio da irretroatividade da lei tributária nasce da necessidade de
assegurar às pessoas segurança e certeza quanto a seus atos pretéritos em
face da lei. Assim, toda vez que a lei pretender agravar, ou criar encargos,
ônus, dever ou obrigação, só poderá atingir situações futuras.
Anterioridade (art. 150, III, ‘b’, CF)
Este princípio estabelece que os entes tributantes não podem exigir tributos
no mesmo exercício financeiro em que estes foram criados ou majorados. Ou
seja, o princípio da anterioridade tributária estabelece uma imposição
constitucional de se manter uma distância temporal mínima entre a publicação
e a força vinculante da lei instituidora ou majoradora de tributos.
O princípio da anterioridade reafirma o princípio da segurança jurídica,
abrigando a ideia de que o contribuinte não deve ser tomado de surpresa pelo
fisco e, por outro lado, visa à possibilidade de preparação do ente tributante
para a correta cobrança do pretendido tributo.
Porém, existem algumas exceções em se tratando de tal princípio. A
anterioridade não é respeitada, nos seguintes casos: Imposto de importação,
Imposto de exportação, Imposto sobre produtos industrializados, Imposto
sobre operações financeiras, CIDE petróleo, Empréstimo compulsório para
casos de calamidade pública ou guerra externa, Imposto extraordinário de
guerra, e as Contribuições sociais, que obedecem à anterioridade
nonagesimal ou mitigada.
Vedação ao Confisco (art. 150, IV, CF)

O art. 150, inciso IV da Constituição veda a utilização de “tributo com efeito de


confisco”. O tributo deve ser razoável, não podendo ser tão oneroso que
chegue a representar um verdadeiro confisco. O tributo não pode ser oneroso
a tal ponto que prejudique a realização das atividades econômicas. Este tipo
de vedação evita que o Estado utilize a tributação como mecanismo para se
apropriar dos meios de produção. Qualquer tributação que leve à apropriação
de parcela elevada do patrimônio do contribuinte ou inviabilize uma
determinada atividade econômica ofende ao princípio da vedação ao confisco.
Por imposto confiscatório devemos entender aquele que absorve grande parte
do valor da propriedade ou de sua renda, havendo uma diferença apenas
entre o imposto constitucional e o confiscatório.

Liberdade de Tráfego de Bens ou Pessoas (art. 150, V, CF)

Tal princípio defende que o tráfego de pessoas ou de bens não pode ser
limitado pela cobrança de tributos, quando estas ultrapassam as fronteiras
dos Estados ou Municípios.

Essa norma tem como principal objetivo impedir que o legislador crie tributos
com a intenção de limitar a passagem de pessoas e bens entre Municípios ou
entre Estados. Esse princípio veda que o fato gerador de um tributo seja
simplesmente a passagem de bens ou pessoas de um Estado ao outro ou de
um Município ao outro, preservando assim a liberdade de ir e vir.
Este princípio também comporta algumas exceções, sendo elas o Imposto
sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS) entre os estados e a
cobrança de pedágios.

PRINCIPIO DA IMUNIDADE RECÍPROCA VI

De acordo com o Art. 150, VI, alínea a da Constituição Federal, a imunidade


recíproca, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
impede que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituam,
criem impostos sobre o patrimônio, a renda ou serviços, uns dos outros.

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