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Por sua vez, os princípios jurídicos tributários representam diretrizes fundamentais que
orientam a interpretação e aplicação das normas tributárias. Esses princípios refletem valores
constitucionais e buscam assegurar a justiça fiscal, a equidade na tributação, a segurança
jurídica e a observância dos direitos fundamentais dos contribuintes. A noção de princípios
jurídicos possui uma evolução histórica que reflete não apenas a mutabilidade das relações
sociais, mas também a complexidade e a dinâmica dos sistemas jurídicos. No âmbito
tributário, esses princípios evoluíram em resposta às demandas sociais, econômicas e
políticas, buscando assegurar a eficiência do sistema tributário em conformidade com os
valores constitucionais vigentes.
III. Isonomia Tributária (Art. 150, II) e Capacidade Contributiva (Art. 145, § 1º):
a. Anterioridade Comum: Refere-se à regra que estipula que um tributo só pode ser
cobrado no exercício financeiro seguinte àquele em que foi publicada a lei que o
instituiu ou aumentou. Isso garante um intervalo de tempo entre a criação ou aumento
do tributo e sua efetiva cobrança, proporcionando previsibilidade aos contribuintes;
Exceções à Anterioridade:
Caso IPI - ADI 4661 MC: A ADI 4661 MC refere-se a uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade que discute a aplicação do princípio da anterioridade no caso do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre bebidas frias. Essa ação questiona se a
majoração do IPI sobre tais produtos deveria respeitar a anterioridade nonagesimal.
O princípio da anterioridade tributária visa garantir segurança jurídica aos
contribuintes, estabelecendo prazos para a cobrança de novos tributos ou aumento de
alíquotas. Suas regras são fundamentais para a previsibilidade e planejamento dos
contribuintes, salvo nas exceções previstas na própria Constituição, as quais permitem a
cobrança imediata em determinadas situações específicas. O caso da ADI 4661 MC ilustra a
complexidade e os debates que envolvem a aplicação desse princípio em casos específicos.
Não Incidência: Refere-se à situação em que a lei tributária não prevê a ocorrência do
fato gerador, ou seja, não há previsão legal para a tributação em determinada situação.
Diferencia-se da isenção, pois enquanto esta é uma dispensa legal de pagamento do
tributo, na não incidência não há previsão legal do fato gerador que desencadearia a
obrigação tributária.
a. Imunidade Recíproca (CF, art. 150, VI, “a”): O artigo 150, VI, “a” da Constituição
Federal estabelece a imunidade recíproca, proibindo a União, Estados, Distrito Federal
e Municípios de instituírem impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos
outros. Isso significa que nenhum ente federativo pode ser tributado por outro,
assegurando a autonomia tributária de cada um;
c. Imunidade dos Templos (CF, art. 150, VI, “b” c/c § 4º): O artigo 150, VI, “b” da
Constituição Federal concede imunidade aos templos de qualquer culto, garantindo
que estes não sejam tributados sobre patrimônio, renda ou serviços relacionados com
suas finalidades essenciais. O parágrafo 4º do mesmo artigo estende essa imunidade a
edifícios ou parte deles destinados exclusivamente à realização dos cultos religiosos e
à sua administração.
f. Imunidade de Imposto sobre Serviços (ISS) para a exportação de serviços (CF, art.
156, § 3º, III);
h. Isenção de taxas judiciárias (custas judiciais) para ações específicas, como ação
popular, habeas corpus e habeas data (CF, art. 5º, LXXIII, LXXVII).
X. BIBLIOGRAFIA:
CÔELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 18ª Ed.
Forense, 2022.
COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 11ª Ed. Saraiva Jur, 2021.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 42ª Ed. JusPodivm, 2022.