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Jónatas E. M. Machado
QUAL A ESTRUTURA
PROCESSUAL DA AÇÃO
ADMINISTRATIVA?
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Marcha do processo – 37.º/1, 78º a 96º CPTA
AA
TA
TU
MARCHA DO PROCESSO
DA AÇÃO ADMINISTRATIVA
(78º a 96º CPTA)
ARTICULADOS
(78.º a 86.º CPTA)
ARTICULADOS E TUTELA
JURISDICIONAL EFETIVA
“Estando nos autos todos os
elementos necessários para que o
Tribunal possa cumprir o imperativo
constitucional de tutela jurisdicional
efetiva, o não cumprimento de um
despacho judicial de correção da
petição inicial relativamente a
irregularidades meramente formais
e sem implicação suficientemente
grave no andamento do processo,
não pode levar à absolvição da
instância.”
TCA Norte, CA, 00444/13.8BEMDL,
26.05.2017
SANEAMENTO DO PROCESSO
(87º a 88.º CPTA)
EXCEÇÕES
89.º CPTA
INSTRUÇÃO
(90.ºCPTA, 410.º ss. CPC)
INSTRUÇÃO
(arts. 423.º ss CPC)
AUDIÊNCIA FINAL
(91.º CPTA)
• Depoimentos de parte
• Inquirição de testemunhas
• Esclarecimentos periciais
• “Cross examination”
• Princípios
– Resolução amigável da lide
– Plenitude da assistência do juiz
– Publicidade
– Continuidade
– Eficácia: utilidade e brevidade
– Flexibilidade
– Processo equitativo
– Verdade material
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Sentença 94º CPTA
Partes e objeto
Relatório:
Descrição dos factos e
das questões de mérito
Fundamentação:
Factos provados
Questões de direito
Argumentação
Decisão
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Objeto e limites da decisão – 95º CPTA
defeito de objecto do
processo
pronúncia
A, B, C
TA
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Objeto e limites da decisão – 95º CPTA
objecto do
processo
A, B, C
TA
excesso de D
pronúncia
SENTENÇA
• “I - Nos termos dos art.ºs 94.º, n.ºs 2, 3, 95.º, n.º 1, do CPTA, 153.º,
154.º, 607.º, n.ºs 2 a 4 e 608º, n.º 2, do CPC, ex vi art.º 1.º do CPTA,
na sentença o juiz deve pronunciar-se sobre todas as questões que
lhe forem submetidas e que não se encontrem prejudicadas pela
solução dada a outras. Deve o juiz apreciar as questões respeitantes
ao pedido e à causa de pedir, e ainda, os argumentos, as razões ou os
fundamentos invocados pelas partes para sustentarem a sua causa de
pedir. O juiz terá, igualmente, que discriminar os factos que considera
provados e em que faz assentar o seu raciocínio decisório e deve
indicar, interpretar e aplicar as normas jurídicas que conduzem à
decisão final;
• II - Só o incumprimento absoluto do dever de fundamentação conduz
à nulidade decisória;” TCA S CA, 2552/14.9BELSB, 04.07.2019
CAUSAS DE INVALIDADE
• Artigo 95.º
Objeto e limites da decisão
• 3 - Nos processos impugnatórios, o tribunal deve
pronunciar-se sobre todas as causas de invalidade que
tenham sido invocadas contra o ato impugnado, exceto
quando não possa dispor dos elementos indispensáveis
para o efeito, assim como deve identificar a existência
de causas de invalidade diversas das que tenham sido
alegadas, ouvidas as partes para alegações
complementares pelo prazo comum de 10 dias, quando
o exija o respeito pelo princípio do contraditório.
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Objeto e limites da decisão – 95º/2 CPTA
processo
impugnatório
AA / R
CI1
CI1
CI2
TA
novas causas
de invalidade
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Objeto e limites da decisão – 95º/3/4 CPTA
1) anulação
2) restauração da TA 1) especificação do
situação actual hipotética conteúdo dos atos
2) explicitação
de vinculações
P administração
Em que consiste a
modificação objetiva do
processo?
MODIFICAÇÃO OBJETIVA DO
PROCESSO
Artigo 45.º
Modificação do objeto do processo
1 - Quando se verifique que a pretensão do autor é fundada, mas que à
satisfação dos seus interesses obsta, no todo ou em parte, a existência de
uma situação de impossibilidade absoluta, ou a entidade demandada
demonstre que o cumprimento dos deveres a que seria condenada
originaria um excecional prejuízo para o interesse público, o tribunal profere
decisão na qual:
a) Reconhece o bem fundado da pretensão do autor;
b) Reconhece a existência da circunstância que obsta, no todo ou em parte,
à emissão da pronúncia solicitada;
c) Reconhece o direito do autor a ser indemnizado por esse facto; e
d) Convida as partes a acordarem no montante da indemnização devida no
prazo de 30 dias, que pode ser prorrogado até 60 dias, caso seja previsível
que o acordo venha a concretizar-se dentro daquele prazo.
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Modificação objetiva do processo – 45º CPTA
fixação de
indemnização
TA na falta de acordo
(diligências instrutórias)
condenação
Particular Administração
convite a acordo sobre indemnização
Impossibilidade absoluta
Excecional prejuízo
MODIFICAÇÃO OBJETIVA DO
PROCESSO
• Artigo 45.º
Modificação do objeto do processo
• Artigo 3.º
• Poderes dos tribunais administrativos
TA
Fixação de prazo Art. 169º
administração
a) Identificação do titular
c) 5% a 10% do SMN
d) Liquidação trimestral
d) a favor do CSTAF
SANÇÃO PECUNIÁRIA COMPULSÓRIA
SANÇÃO PECUNIÁRIA COMPULSÓRIA
I - De acordo com o disposto nos arts. 3º n.º 2, 108º n.º 2 e 169º, todos do CPTA, a sanção pecuniária
compulsória não é um fim em si mesmo, pois através da sua aplicação visa-se estimular o cumprimento
voluntário da sentença, ou seja, através da ameaça do pagamento de uma quantia pecuniária por cada dia de
atraso que se verifique na execução da sentença visa-se exercer pressão sobre o devedor e determiná-lo a
cumprir.
II – Assim, a sanção pecuniária compulsória só pode ser aplicada se, no momento da prolação da decisão
sancionatória, a sentença de intimação (para prestação de informações, consulta de processos ou passagem
de certidões) não se mostrar cumprida (sem justificação aceitável).
III – Do art. 169º n.º 1, do CPTA, resulta que o termo inicial da obrigação de pagar a sanção pecuniária
compulsória conta-se da notificação ao(s) órgão(s) incumbido(s) da execução da aplicação de tal sanção.
IV – Do estatuído nos arts. 5º (“informação sobre a sua existência”) e 14º n.º 1, al. d) (“Informar que não
possui o documento”), da Lei 46/2007, de 24 de Agosto, decorre que o pedido de acesso a um documento
administrativo encontra-se satisfeito caso a entidade administrativa informe que não o possui, cabendo ao
interessado alegar factualidade que infirme tal informação e comprová-la.
V - Se essa informação fornecida pela entidade administrativa não for exata ou verdadeira, poderão os
titulares dos seus órgãos incorrer em responsabilidade civil, disciplinar e criminal, nos termos legais (cfr. art.
159º, do CPTA).
TCA S, CA, 2J, 12695/15, 16-12-2015
SANÇÃO PECUNIÁRIA
COMPULSÓRIA
“A presidente da Câmara Municipal de Tomar, Anabela
Freitas, está a braços com um processo em Tribunal em
que é acusada de ter pago uma sanção com dinheiro do
município. A autarca confirmou ao mediotejo.net ter
recebido em abril a notificação para apresentar defesa,
tendo referido estar de “consciência tranquila” e de ter
provas que efetuou o pagamento da sua conta pessoal.”
omissões
Quando é que há lugar a
cumulação de pedidos?
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Cumulação de pedidos 4º, 10/6/7, 21º, 28, 48º 99º CPTA
Tutela jurisdicional
efectiva
Cumulação de
Plena jurisdição
Pedidos
Economia
processual
Exemplos de
Cumulação
Impugnação de
Ato administrativo
4º CPTA
Relação
Restauração de situação atual hipotética
material
de conexão
Invalidação de contrato
Execução de contrato
TA
+ 10 processos P1 P2 Pn
ANDAMENTO PRIORTÁRIO
(art. 48º CPTA)
ANDAMENTO PRIORITÁRIO E
PROCESSO EQUITATIVO
Artigo 48.º
Seleção de processos com andamento prioritário
3 - No exercício dos poderes conferidos nos números
anteriores, o tribunal deve certificar-se de que no
processo ao qual seja dado andamento prioritário a
questão é debatida em todos os seus aspetos de facto
e de direito e que a suspensão da tramitação dos
demais processos não tem o alcance de limitar o
âmbito de instrução, afastando a apreciação de factos
ou a realização de diligências de prova necessárias
para o completo apuramento da verdade.
4 - Quando a verificação dos pressupostos requeridos
no número anterior apenas possa ser alcançada
através da seleção conjugada, para efeito de decisão
prioritária, de mais do que um processo, os processos
selecionados devem ser apensados num único
processo.
Decisão do processo piloto
(art. 48.º/9 a 11)
ANDAMENTO PRIORITÁRIO
III - O mecanismo previsto no art.º 48.º do CPTA, de processos com
andamento prioritário, visa, sobretudo, a uniformidade jurisprudencial;
IV - O uso do mecanismo do art.º 48.º do CPTA é um poder-dever do
Presidente do Tribunal;
V - Verificados que estejam os indicados pressupostos para o uso do
mecanismo de agilização processual do art.º 48.º, n.º 1, do CPTA, tal
mecanismo deve ser utilizado;
VI – O uso do indicado mecanismo não depende da vontade das partes;
VII – A identidade que se exige para o uso do referido mecanismo deve
reportar-se à questão a resolver e não aos circunstancialismos factuais
analisados isoladamente;
TCA S CA, 2552/14.9BELSB, 04.07.2019
ANDAMENTO PRIORITÁRIO
VIII – O Presidente do Tribunal de 1.ª instância tem competências de gestão geral dos
processos a correr no Tribunal (de “court management”), ou de “gestão do tribunal e
gestão processual” e de “simplificação e agilização processual” do Tribunal e não
competências judiciais relativas à gestão interna de cada um dos processos e
correspondente conhecimento e julgamento dos pressupostos processuais (de “case
management”);
IX – As competências jurisdicionais do Presidente do Tribunal no âmbito do mecanismo
do art.º 48.º do CPTA, restringem-se às que vêm previstas nesse preceito, relativas ao
acionamento do mecanismo de processos com andamento prioritário, à verificação dos
seus pressupostos, à determinação da audição das partes para efeitos da efetivação do
contraditório e à escolha dos processos-piloto e dos processos suspensos;
X – Os poderes do Presidente do TAC para decidir acerca dos processos escolhidos
como processos-piloto ou dos processos que ficarão suspensos encerram uma certa
margem de discricionariedade judicial.”
TCA S CA, 2552/14.9BELSB, 04.07.2019
LEGALIDADE DA
ADMINISTRAÇÃO
Const Jurisdição
Jurisdição
Constitucional
Administrativa
Lei
Regulamentos
Atos administrativos
tipicidade
Prevalência legalidade negativa
de Lei
legalidade positiva
absoluta
Reserva
de Lei
relativa
LEGALIDADE DA ADMINISTRAÇÃO
(112ºCRP)
Precedência de lei
Dever de citação
Prevalência de lei
Tipicidade
Precisão, clareza e determinabilidade
Legalidade negativa e positiva
Lei Congelamento do grau hierárquico
Regulamento
Reserva de lei
SEPARAÇÃO DE PODERES
Normação Legislativo
Administração Executivo
Julgamento Judicial
AÇÃO ADMINISTRATIVA
TA
Impugnação
Particular Administração
AA
Procedimento administrativo AA
Eficácia
AA Externa
Exclusão do interessado
51º/3 CPTA
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Impugnação de atos administrativos 52º/1 CPTA
Artigo 51.º
Atos impugnáveis
•4 - Se contra um ato de indeferimento ou de
recusa de apreciação de requerimento não tiver
sido deduzido o adequado pedido de
condenação à prática de ato devido, o tribunal
convida o autor a substituir a petição, para o
efeito de deduzir o referido pedido.
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Anulação de ato de indeferimento 51º/4
ação de
anulação
P AAI administração
LEI/regulamento AA
AAExc. impugnação
Ato de execução
P
AÇÃO ADMINISTRATIVA
(CPTA)
• Artigo 52.º
Irrelevância da forma do ato
• 3 - O não exercício do direito de impugnar
um ato que não individualize os seus
destinatários não obsta à impugnação dos
seus atos de execução ou aplicação cujos
destinatários sejam individualmente
identificados.
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Irrelevância da forma do ato - 52º/3 CPTA
AASD
AAEID impugnação
AA sem destinatários P
AA de execução que identifique destinatário
ATO ADMINISTRATIVO DE EXECUÇÃO
1) impugnação
P
2) notificação
ATO CONFIRMATIVO
• 1 – Será ato meramente confirmativo aquele, de entre os atos confirmativos,
que tenha por objeto ato potencialmente lesivo anteriormente praticado,
sendo que para a sua verificação importa que se verifiquem cumulativamente
os seguintes requisitos:
a) Que o ato confirmado fosse lesivo;
b) Que tal ato fosse do conhecimento do interessado;
c) Que entre o ato confirmado e o ato confirmativo haja identidade de
sujeitos, de objeto e de decisão.
Da análise do art. 53.º do CPTA em conjugação com o demais ordenamento
vigente resulta que o ato meramente confirmativo não é impugnável se o ato
anterior foi objeto de impugnação pelo autor [cfr. al. a)], ou se foi objeto
notificação ou publicação (sem que tivesse de haver notificação) [cfr. als. b) e
c)] e o particular não o impugnou tempestivamente nos prazos legais que
dispunha para o efeito (cfr. arts. 58.º e 59.º do CPTA).
TCA N, CA, 1S, 00043/14.7BEVIS, 04.11.2016
ATO CONFIRMATIVO
2 – Assim, estar-se-á perante um ato confirmativo de outro quando há
um ato emanado da mesma entidade e dirigido ao mesmo destinatário,
que repete o conteúdo de um ato anterior, perante pressupostos de
facto e de direito idênticos e sem que o reexame desses pressupostos
decorra de revisão imposta por lei.
2)
eficácia
AAI provável
impugnação
1) execução P
TA
1) erro
nulo 2) atraso desculpável
3) justo impedimento
AA
anulável
3 meses alargamento
not
1 ano para o
MP
PUBLICAÇÃO DEFICIENTE (1)
1. O n.º1 artigo 60.º do Código de Processo nos Tribunais Administrativos prevê o
caso mais grave de notificação ou publicação “deficiente”, a que não dá sequer a
conhecer o sentido da decisão, caso em que não produz quaisquer efeitos em relação
ao notificado, o que se compreende, pois este não sabe se deve ou não reagir, dado
que não sabe sequer o sentido, favorável ou desfavorável, da decisão.
2. O n.º2 do mesmo preceito prevê depois situações menos graves mas ainda assim
graves o suficiente para interromperem, nos termos do n.º3, o prazo de impugnação:
quando não é dado a conhecer o autor, a data ou os fundamentos da decisão; neste
caso o visado já tem uma noção se vai reagir ou não, pois conhece o sentido,
favorável ou desfavorável, da decisão, mas não tem elementos para aquilatar quanto
tempo tem para o fazer, quais os fundamentos em concreto que pode invocar e
contra quem a vai dirigir; não está por isso ainda em condições de deduzir uma
impugnação em concreto e daí a interrupção do prazo para impugnar.
TCA N, 1S, CA, 00298/07.3BEMDL, 26.05.2017
PUBLICAÇÃO DEFICIENTE (2)
3. Para a omissão dos elementos essenciais (pressupondo que foi indicado o
sentido da decisão) o legislador previu a faculdade de o interessado requerer a
notificação dos elementos em falta bem como, se necessário, requerer a
intimação para o efeito, interrompendo-se nesse caso o prazo de impugnação
contenciosa – n.ºs 2 e 3 do artigo em análise.
4. No que diz respeito aos atos de processamento de vencimento, tais atos, para
se consolidarem na ordem jurídica, devem preencher dois requisitos 1º- devem
constituir uma definição inovatória e voluntária relativamente ao processamento
do vencimento, em determinado sentido e com determinado conteúdo; 2º - o
ato de processamento inovatório deve ser notificado ao interessado tal como os
demais atos administrativos, ou seja, em obediência ao disposto no artigo 68º do
Código de Procedimento Administrativo.
TCA N, 1S, CA, 00298/07.3BEMDL, 26.05.2017
PUBLICAÇÃO DEFICIENTE (3)
5. Se, com a notificação feita pela Direcção-Geral dos Recursos Humanos da
Educação, através de ofício de 07.12.2006, o visado ficou a saber com
exatidão o sentido e alcance do seu posicionamento na escala salarial e os
respetivos fundamentos, embora desconhecendo qual o autor do ato,
dispunha a faculdade de solicitar os elementos em falta, com a consequente
interrupção do prazo para impugnação, nos termos do disposto nos n.ºs 2 e
3 do artigo 60º do Código de Processo nos Tribunais Administrativos.
6. Não o tendo feito e não se tendo interrompido o prazo de caducidade do
direito a impugnar o ato que não padece de vícios conducentes à nulidade
mas à mera anulabilidade, é intempestiva a ação interposta em 10.09.2007,
face ao disposto no artigo 58º, n.º 2, alínea b), do Código de Processo nos
Tribunais Administrativos.
TCA N, 1S, CA, 00298/07.3BEMDL, 26.05.2017
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Prossecução pelo MP – 62º CPTA
TA vista ao processo
P MP
TA
impugnação
impugnação
NAA
efeitos produzidos
AA
ex nunc
ex tunc
1) 2)
análise da
pretensão
pedido de
condenação TA
sanção pecuniária
(1 ano ou 3 meses)
compulsória
condenação
explicitação
à prática de
de vinculações
ato devido
administração
P pedido
(pretensão)
PC
contrainteressados
MP/AP
IMPUGNAÇÃO
DE NORMAS
LEIS E REGULAMENTOS
CRP art. 112.º
5. Nenhuma lei pode criar outras categorias de atos
legislativos ou conferir a atos de outra natureza o poder
de, com eficácia externa, interpretar, integrar, modificar,
suspender ou revogar qualquer dos seus preceitos.
6. Os regulamentos do Governo revestem a forma de
decreto regulamentar quando tal seja determinado pela
lei que regulamentam, bem como no caso de
regulamentos independentes.
7. Os regulamentos devem indicar expressamente as
leis que visam regulamentar ou que definem a
competência subjetiva e objeciva para a sua emissão;
LEGALIDADE DA ADMINISTRAÇÃO
Leis Regulamentos
Fins/Meios
executivos
Fins/
/Meios
complementares
Sub/Objec.
Fins/Meios
independentes/autónomos
PARÂMETRO DE CONTROLO
Direito internacional
Direito da UE
parâmetro
lei
regulamentos
objeto regulamentos
OBJETO DE CONTROLO
regulamentos
estatutos
regulamentos
regimentos
regulamentos fiscais
convenções jurídicas
regulamentos de privados
com poderes públicos
OBJETO DE CONTROLO
Hierarquia de regulamentos
Entidade tutelar
Entidade tutelada
Órgão superior
Órgão Inferior
Atribuições amplas
Atribuições restritas
Valor superior
à alçada do TCA
Recursos de
apelação e revista
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Tutela cautelar e regulamentos - 112º/2/a) CPTA
Regulamento
Providência cautelar
de
suspensão da eficácia
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Impugnação de normas 73º - CPTA
Exemplos de
Cumulação
Pedido de declaração
de Ilegalidade de normas
Relação
Restauração de situação actual hipotética
material
de conexão
Reparação de danos causados
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Impugnação de normas 72º e 73º
normas de direito
administrativo
procedimento regulamento
vícios do
procedimento vícios
próprios
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Incidente de inconstitucionalidade
recurso
TC
STA
MP
TCA
incidente de
inconstitucionalidade TAF
ARTIGO 281º DA CRP
TA
MP
P1 P2 P3
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Declaração de ilegalidade – 73º/4/5 CPTA
TCA
deve recorrer
Declaração de ilegalidade TAC
erga omnes
MP
P1
PROCESSO MISTO DE CONTROLO
DA CONSTITUCIONALIDADE
(281º/3 CRP)
TC MP
desaplicação
nova apreciação
N1 Declaração de
inconstitucionalidade
C1 C2 C2 N1
NORMA MEDIATAMENTE
OPERATIVA
1 - Resulta do regime de impugnação de normas estabelecido pelo art.º 73.º, do
CPTA, na redação introduzida pelo DL n.º 214-G/2015, de 2/10, que, na ausência de
recusa de aplicação da norma em três casos concretos, a declaração de ilegalidade
com força obrigatória geral só pode ser pedida em relação a normas
imediatamente operativas.
II - O pedido de declaração de ilegalidade com efeitos circunscritos ao caso
concreto também se cinge a esse tipo de normas, para as situações em que o
fundamento da sua impugnação é algum dos indicados no art.º 281.º, n.º 1, da
CRP.
III - A norma mediatamente operativa não é diretamente impugnável em processo
de impugnação de normas, tendo a sua ilegalidade de ser suscitada, a título
incidental, em processo dirigido contra o respetivo ato administrativo de aplicação.
STA 1 SEC, 0268/17.3BEALM 0572/18, 30-05-2019
NORMA MEDIATAMENTE
OPERATIVA
V - É uma norma mediatamente operativa que, por isso, não pode ser
impugnada a título principal, a do art.º 12.º, n.º 1, do Regulamento
Municipal n.º 124/2017, publicado no DR, II Série, de 13/3/2017, que, no
âmbito de um procedimento administrativo que inclui a audição do
interessado e a solicitação de pareceres a entidades cuja consulta se
mostre legalmente necessária, ou conveniente em face das
circunstâncias, permite que a Câmara Municipal reduza o horário de
funcionamento dos estabelecimentos quando “as autoridades
denunciem situações de grave perturbação da tranquilidade, do sossego
e da qualidade de vida dos cidadãos”.
STA 1 SEC, 0268/17.3BEALM 0572/18, 30-05-2019
NORMA IMEDIATAMENTE
OPERATIVA
“IV. A norma em questão ao delimitar os candidatos ao concurso projeta direta e
imediatamente os seus efeitos na esfera jurídica dos interessados. «Nos termos do n.º 2 do
Aviso do concurso fica delimitado o universo dos candidatos ao concurso, sendo apenas
admissíveis os licenciados habilitados com o título de notário, nos termos da Portaria n.º
398/2004, de 21 de Abril. Significa que quem não se encontrar nesse universo de candidatos,
quer porque não seja licenciado habilitado com o título de notário, quer porque não o seja nos
termos da Portaria n.º 398/2004, de 21/04, não se poderá candidatar por falta de requisitos ou,
candidatando-se, não poderá ser admitido ao concurso, devendo ser excluído por falta das
condições exigidas. Tal acarreta que a norma em questão ao delimitar os candidatos ao
concurso projeta direta e imediatamente os seus efeitos na esfera jurídica dos interessados a
apresentar candidatura ao concurso, de entre os quais, o ora Autor e Recorrente. Não carece o
Autor da intermediação da prática de um ato administrativo para ficar a saber se pode ou não
pode apresentar a sua candidatura ao concurso, porque de imediato a norma impugnada define
essa matéria, produzindo efeitos imediatos e diretamente lesivos na esfera jurídica de quem
pretenda candidatar-se mas não reúne algum dos requisitos do concurso.” TCA S, CA,
273/06.5BEFUN, 24-05-2018
Quais os vícios que uma
norma pode ter?
OPERAÇÕES DE
CONTROLO E VÍCIOS
Ilegalidade material
R1
Segurança jurídica e
proteção da confiança
em sede de limitação
impugnação
de efeitos
a todo o tempo, salvo
ilegalidade orgânica e
formal leve (6 meses)
Quais os efeitos da declaração
de ilegalidade de normas com
força obrigatória geral?
FISCALIZAÇÃO ABSTRATA DE
INCONSTITUCIONALIDADE
Tribunal Erga
Constitucional
omnes
LPA
Declaração de
inconstitucionalidade
Lei 1
ex tunc
2016 Repristinação / salvaguarda do caso julgado 2018
EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE
ILEGALIDADE
CPTA
Artigo 76.º
Efeitos da declaração de ilegalidade com força obrigatória geral
1 - A declaração com força obrigatória geral da ilegalidade de uma
norma, nos termos previstos neste Código, produz efeitos desde a
data da entrada em vigor da norma, salvo no caso de ilegalidade
superveniente.
2 - O tribunal pode, no entanto, determinar que os efeitos da
decisão se produzam apenas a partir da data do trânsito em
julgado da sentença quando razões de segurança jurídica, de
equidade ou de interesse público de excecional relevo,
devidamente fundamentadas, o justifiquem.
EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE
ILEGALIDADE
CPTA
Artigo 76.º
Efeitos da declaração de ilegalidade com força obrigatória geral
3 - Nos processos intentados por quem tenha sido diretamente
prejudicado pela vigência de norma imediatamente operativa, a aplicação
do disposto no número anterior não prejudica a eliminação dos efeitos
lesivos causados pela norma na esfera jurídica do autor.
4 - A retroatividade da declaração de ilegalidade não afeta os casos
julgados nem os atos administrativos que entretanto se tenham tornado
inimpugnáveis, salvo decisão em contrário do tribunal, quando a norma
respeite a matéria sancionatória e seja de conteúdo menos favorável ao
particular.
5 - A declaração a que se refere o presente artigo implica a repristinação
das normas revogadas, salvo quando estas sejam ilegais ou tenham
deixado por outro motivo de vigorar.
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Declaração de ilegalidade - 76º CPTA
TA
erga omnes
Declaração de
ilegalidade
CJ AAI ex nunc
Reg. 1
ex tunc
entidade demandada
citação
contrainteressados
ILEGALIDADE POR
OMISSÃO
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Ilegalidade por omissão – 77º CPTA
TA
pedido fixação
de prazo
MP
lei
9º/2 administração
omissão
PoC
L
RESPONSABILIDADE
CIVIL
AÇÃO ADMINISTRATIVA
Responsabilidade Civil – 37º/1/k) do CPTA e art. 4º/1/f)/g)/h)
ETAF
Administração/
Entidades Privadas ação e omissão
Prerrogativas Publicas
Artigo 38.º
Ato administrativo inimpugnável
•1 - Nos casos em que a lei substantiva o admita, designadamente
no domínio da responsabilidade civil da Administração por atos
administrativos ilegais, o tribunal pode conhecer, a título incidental,
da ilegalidade de um ato administrativo que já não possa ser
impugnado.
•2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, não pode ser
obtido por outros meios processuais o efeito que resultaria da
anulação do ato inimpugnável.
AÇÃO ADMINISTRATIVA
incidente
sem efeito
equivalente
à
impugnação
AA
• TCA(N) 6-4-2006
CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
– CPA
Artigo 200.º
Espécies de contratos
contratos prerrogativas
administrativos típicos de autoridade
objeto passível de
ato administrativo
contratos
administrativos atípicos objeto passível de
art.200º CPA contrato privado
conceito genérico submetidos a regime de
direito público
200º e 202º CPA
AÇÃO ADMINISTRATIVA
CONTRATOS
procedimento
validade execução
pré-contratual
Contratos atípicos:
CA a)
b)
Art. 178º/1 do CPA
Submetidos pelas partes
AA’s, típicos e atípicos
a regime substantivo de direito público
CONTRATOS PÚBLICOS
“O Tribunal Central Administrativo (TCA) mandou
o Turismo de Portugal anular o contrato
adjudicado à Multilem para a aquisição de
serviços relativos à participação do instituto
público em feiras internacionais.
O TCA considerou que o Turismo de
Portugal violou vários princípios de “contratação
pública”, nomeadamente “da imparcialidade, da
isenção, da concorrência, da boa-fé, da confiança,
da transparência e da não-discriminação”, d
ando assim razão à Expomundo, que apresentou
um recurso
contra a decisão da primeira instância
do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa.”,
M & P, 18-11-2019
INVALIDADE CONSEQUENTE
art. 4º/2/d) CPTA
AA CA
invalidade invalidade
Procedimentos de
massa
PROCESSOS URGENTES
(art. 36º, 97º a 111º CPTA)
informações, documentos
contencioso eleitoral e certidões
proteção de direitos,
procedimentos de massa liberdades e garantias
Providências cautelares
contencioso pré-contratual
(112.º a 127º)
Intimações (tutela urgente)
(Art. 97ss. CPTA)
AÇÃO ADMINISTRATIVA
URGENTE
AÇÃO ADMINISTRATIVA
URGENTE
AÇÃO ADMINISTRATIVA URGENTE
Marcha do processo – 36.º/1/2/3/4 e 97º ss. CPTA
AA
TA
Providências cautelares
do CPTA
Providências cautelares
do CPC
Providências cautelares
não especificadas
PROVIDÊNCIAS CAUTELARES
112º ss CPTA
Legitimidade processual ativa
• A providência cautelar apresentada pelo Chega,
relativa às restrições na circulação entre concelhos do
dia 30 de outubro a 3 de novembro, foi rejeitada pelo
Supremo Tribunal Administrativo (STA). As
magistradas não se pronunciaram sobre a legalidade
das medidas aplicadas pelo Governo, apenas sobre a
validade da iniciativa do Chega. O acórdão, a que a
Renascença teve acesso, lembra que “a ideia de ser
parte de uma relação controvertida está intimamente
associada à ideia da existência de um interesse
pessoal”. Maria Benedita Urbano, a relatora do
documento, admite que em certas circunstâncias se
prescinda da ideia do "interesse pessoal, mas
entende que não é o caso da iniciativa processual
apresentada pelo Chega. A juíza do STA defende que
da lei dos Partidos Políticos não se retira qualquer
conclusão no sentido da existência de uma
legitimidade ativa da parte do Chega.
– Renascença, 30.10.2020
PROCESSO PRINCIPAL E CAUTELAR
113.º e 114º CPTA
Processo acessório:
providência cautelar
Providências cautelares
• I - O periculum in mora constitui
verdadeiro leitmotiv da tutela cautelar,
pois é o fundado receio de que a demora
na obtenção de decisão no processo
principal cause danos de difícil ou
impossível reparação aos interesses
perseguidos nesse processo que motiva
ou justifica este tipo de tutela urgente;
III - A nível do fumus boni iuris não basta
constatar que não é manifesta a falta de
fundamento da pretensão vertida ou a
verter na ação principal, antes é
necessário poder-se concluir, a partir da
análise perfunctória das ilegalidades
invocadas, pela «probabilidade de
procedência da mesma»;
• STA, 0371/18, CA; 24/05/2018
PROVIDÊNCIAS CAUTELARES
120º CPTA
Legitimidade Legitimidade
Adequação
Providência Necessidade Tutela de
cautelar Proporcionalidade direito
Juiz
Proporcionalidade em sentido amplo
PROVIDÊNCIA CAUTELAR
“O Tribunal Administrativo e Fiscal de
Aveiro (TAFA) considerou improcedente a
providência cautelar interposta por David
Iguaz, do movimento Juntos pelo Rossio,
contra a revisão Plano Diretor Municipal
(PDM), anunciou hoje a Câmara de Aveiro.
Segundo um comunicado da Câmara, o
TAFA deu-lhe conhecimento quarta-feira da
sentença, em que a juíza titular do processo
“considerou como válidos um conjunto de
argumentos apresentados de forma
extensa e clara pela Câmara Municipal de
Aveiro sobre a validade dos processos de
Revisão do PDM e da Carta Educativa,
aguardando-se agora que a sentença
proferida transite em julgado”. Jornal das
Beiras, 27-2-2020
PROVIDENCIAS CAUTELARES
“O Tribunal Administrativo e Fiscal de
Penafiel rejeitou as três providências
cautelares interpostas pela empresa
Parque VE, dando razão ao Município
de Valongo no resgate das concessões
de estacionamento em Ermesinde e
Valongo. Para além de dar razão ao
município na questão do resgate que
este realizou “para defender o
interesse público”, o tribunal
confirmou também que a Parque VE
não tem poderes para fiscalizar o
estacionamento nas cidades de
Ermesinde e de Valongo.”
Jornal Novo Regional, 9-9-2019
RECURSOS
RECURSOS
(Arts. 140.º ss. CPTA)
LEGITIMIDADE PARA RECORRER
RECURSOS ORDINÁRIOS
(149º a 151º CPTA)
revista
revista
TCA’s
per saltum (ad quem) questões de facto e direito
• Uniformização de
jurisprudência
• Partes e MP
• Contradição sobre a
mesma questão
fundamental de direito
• Anulação e substituição
do acórdão recorrido
Uniformização de Jurisprudência
Artigo 158.º
Obrigatoriedade das decisões judiciais
1 - As decisões dos tribunais administrativos são obrigatórias
para todas as entidades públicas e privadas e prevalecem
sobre as de quaisquer autoridades administrativas.
2 - A prevalência das decisões dos tribunais administrativos
sobre as das autoridades administrativas implica a nulidade
de qualquer ato administrativo que desrespeite uma decisão
judicial e faz incorrer os seus autores em responsabilidade
civil, criminal e disciplinar, nos termos previstos no artigo
seguinte.
OBRIGATORIEDADE
DAS DECISÕES JUDICIAS
Artigo 159.º
Inexecução ilícita das decisões judiciais
1 - Para além dos casos em que, por acordo do interessado ou declaração judicial, nos
termos previstos no presente título, seja considerada justificada por causa legítima, a
inexecução, por parte da Administração, de sentença proferida por um tribunal
administrativo envolve:
a) Responsabilidade civil, nos termos gerais, quer da Administração quer das pessoas
que nela desempenhem funções;
b) Responsabilidade disciplinar, também nos termos gerais, dessas mesmas pessoas.
2 - A inexecução também constitui crime de desobediência qualificada, sem prejuízo de
outro procedimento especialmente fixado na lei, quando, tendo a Administração sido
notificada para o efeito, o órgão administrativo competente:
a) Manifeste a inequívoca intenção de não dar execução à sentença, sem invocar a
existência de causa legítima de inexecução;
b) Não proceda à execução nos termos que a sentença tinha estabelecido ou que o
tribunal venha a definir no âmbito do processo de execução.