Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
administrativo
Artigos 104º a 111º do CPTA
• (i) A intimação para a prestação de informações, consulta de processos
ou passagem de certidões;
• Concretização do art. 268º nº1 e 2 da CRP (que tem natureza análoga aos direitos, liberdades e
garantias, art. 17º da CRP)
A administração tem o dever de responder no prazo de 10 dias, art. nºs 82º nº3, 84º nº1 e 86º nº1 do CPA.
Assim, o interessado pode recorrer a este meio no prazo de 20 dias contados a partir:
(1) do término do prazo fixado para a Administração responder;
(2) ou do indeferimento do pedido;
(3) ou da satisfação parcial do pedido.
Se o interessado optar por não deduzir pedido de intimação 20 dias após a ausência de resposta da
administração (1), este ainda poderá aguardar pela resposta e caso o seu pedido seja indeferido (2) ou
parcialmente satisfeito (3), colocar a ação no prazo de 20 dias.
• Meio facultativo;
O juiz determina o prazo para cumprimento da intimação que não pode ultrapassar os 10
dias, art. 108º nº1 do CPTA;
O juiz pode aplicar sanção pecuniária compulsória em caso de incumprimento, art. 108º
nº2 do CPTA.
Intimação para a proteção de direitos liberdades e
garantias, artigos 109º a 111º do CPTA
• Não só o cumprimento da tutela do artigo 20º nº5 da CRP, mas todos os direitos liberdades e
garantias
(P2) celeridade da necessidade de tutela impõe uma decisão de mérito que se revela
indispensável para assegurar o exercício de um direito, liberdade ou garantia, sob pena da
lesão irreversível desse direito;
(P3) indispensabilidade do meio processual, por não ser possível assegurar o exercício do
direito através de providência cautelar.
Mário Aroso de Almeida: “Não bastará a mera invocação genérica de um direito, liberdade
ou garantia, impondo-se a descrição factual da sua ofensa ou preterição que possa assim
justificar a atuação do tribunal através de um processo célere na condenação da
Administração à adoção ou abstenção de uma conduta que permita ao requerente o
exercício desse direito.”
• Tempestividade
A intimação pode ser colocada a todo o tempo, não estando sujeita a prazo de
caducidade.
Mas, o que dizer de situações que se prolongam no tempo? Em que há uma lesão
continuada de um direito fundamental?
Mário Aroso de Almeida e Carlos Cadilha: “o recurso à intimação só se justifica se
for o único meio útil que permita evitar a lesão do direito, pelo que está
relacionada com uma situação de urgência”
Não faz sentido que possa ser utilizada perante uma situação continuada ou
concretizada de um direito fundamental.
Muito menos poderá ser interposta como forma de contornar a lei, devendo
respeitar os prazos respetivos da correspondente ação, conforme estejamos
perante os casos do artigo 58º ou 69º do CPTA.
Acórdão do STA, de 10/09/2020
• Processo 01798/18.5BELSB
• Relator: Maria Benedita Urbano
“Não há dúvida que, em abstracto, se pode afirmar que o decurso do tempo prejudica a satisfação
de um direito ameaçado e que a busca tardia da via judicial e, mais especificamente, da tutela
urgente, pode ser sintomática da falta de urgência dessa mesma tutela. Ocorre, no entanto, que, ao
decidir como decidiu, o acórdão recorrido erigiu a “urgência” como pressuposto autónomo das
intimações para protecção de direitos, liberdades e garantias e, mais do que isso, concebeu-o de
acordo com uma visão puramente cronológica, capaz de, per se, afastar a aplicação desta via
processual. Ora, atentando no teor do artigo 109.º do CPTA, e não obstante se reconhecer que se
trata de um meio de tutela urgente, constata-se que essa orientação nele não encontra
correspondência. Erigir a urgência como pressuposto autónomo do meio processual em apreço
implica ignorar as “circunstâncias do caso”, designadamente, o tipo de direito ameaçado por um
prejuízo irreparável, o tipo de ameaça (iminente actual ou iminente latente), a ocorrência de factos
lesivos supervenientes; ignorar, ainda, se a lesão do direito causa prejuízo apenas a esse direito ou
se produz consequências danosas em outros direitos (ou seja, a lesão de um direito pode ocasionar a
lesão de outros direitos, o que também terá repercussão numa “contagem de tempo” entre o acto
lesivo e a propositura da acção). Acresce a isso que concluir que um recurso “tardio” à via judicial e
à tutela urgente significa necessariamente que, afinal, não se coloca a condição de urgência implica
especular sobre os motivos que levaram o A. da acção a não procurar a via judicial imediatamente
após a lesão do direito.”
(P3) Subsidiariedade da intimação – pressuposto negativo, art.
109º nº1, 2ª parte
Acórdão do TC 5/2006
Processo n.º 912/05
Relator: Conselheiro Mário Torres
Não julgou inconstitucional a subsidiariedade da intimação face à tutela cautelar à luz do
princípio da tutela jurisdicional efetiva. Concluindo que a relação de subsidiariedade e a
forma como estava configurada, ao abrigo da margem de conformação conferida ao
legislador, não configurava uma limitação excessiva no acesso à tutela jurisdicional efetiva,
que se justifica pela necessidade de racionalização do sistema e dos meios processuais, antes
visa a efetiva concretização daquele princípio. O critério do artigo 109º radica na adequação
do meio processual.
Legitimidade
• No despacho liminar o juiz deve definir qual o modelo de tramitação irá adotar,
art.111º nº1;
• Nº3 e 36º nº2: na decisão o juiz determina o comportamento concreto a adotar e seu
responsável e fixa o prazo para o seu cumprimento, veja-se o nº2 do artigo 111º do CPTA.
Esta notificação da decisão é feita de imediato, 111º nº3 e 36º nº2 do CPTA;
• Afasta a regra geral da execução para a prestação de facto do artigo 162º nº1 do CPTA;
• Nº4: pode ainda o juiz determinar uma sanção pecuniária compulsória ou até mesmo vir a
ser determinada, oficiosamente ou a requerimento da parte, o apuramento de
responsabilidade civil, disciplinar e / ou criminal;
• 109º nº3: regra geral a sentença é condenatória mas pode ser substitutiva, quando o
particular pretenda a emissão de um ato estritamente vinculado, designadamente a
execução de um ato administrativo já praticado.
Recurso (processos urgentes) 147º CPTA
• 142º nº3 a): é sempre admissível recurso dos pedidos de intimação; efeito
meramente devolutivo;