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Assistente Técnico I
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados,
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até
cinco dias úteis para respondê-lo (a).
Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe
faça às vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, transferir, modificar ou extinguir
direitos e obrigações.
Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja em nome dele.
Logo, pode-se concluir que os atos administrativos não são definidos pela condição da pessoa que os
realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público.
Deve-se diferenciar o conceito de ato administrativo do conceito de ato da Administração. Este último
é ato praticado por órgão vinculado à estrutura do Poder Executivo.
Nem todo ato praticado pela Administração será ato administrativo, ou seja, há circunstâncias em que
a Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular.
O que qualifica o ato como administrativo é o fato que sua repercussão jurídica produz efeitos a uma
determinada sociedade, devendo existir uma regulação pelo direito público. Para que esse ato seja
caracterizado, é necessário que ele seja emanado por um agente público, quer dizer, alguém que esteja
investido de múnus público, podendo atuar em nome da Administração.
Esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde serão definidas prerrogativas, que diz respeito à
supremacia do interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade do interesse público.
Embora existam divergências, a doutrina mais moderna entende que os atos administrativos podem
ser delegados, assim os particulares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos referidos
atos.
Questões
Os atos administrativos:
(A) decorrem de manifestação bilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou
impor obrigações aos administrados, apenas.
(B) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública no exercício da função
administrativa típica.
(C) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou
impor obrigações aos administrados ou a si própria.
(D) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, portanto são de
exclusividade do Poder Executivo no exercício da função típica. Contudo, os demais poderes (Judiciário
e Legislativo) também podem exercê-los, atipicamente.
Gabarito
01.A / 02.E
01. Resposta: A
Os atos administrativos enquadram-se na categoria dos atos jurídicos. Logo, são manifestações
humanas, e não meros fenômenos da natureza. Ademais, são sempre manifestações unilaterais de
vontade (as bilaterais compõem os chamados contratos administrativos).
02. Resposta: E
Para Hely Lopes.
Ato Administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo
nessa qualidade, tenha por fim IMEDIATO adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.
Para Maria Sylvia.
É a declaração de vontade do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos,
com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e se sujeita a controle do Poder Judiciário.
Para Celso Antônio.
É a declaração de vontade do Estado ou de lhe faça as vezes, no exercício de prerrogativas Públicas,
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e
sujeitas a controle de legitimidade dos órgãos jurisdicionais.
Requisitos / Elementos
São as condições necessárias para a existência válida do ato. Do ponto de vista da doutrina tradicional
(e majoritária nos concursos públicos), os requisitos dos atos administrativos são cinco:
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
No Direito Administrativo quem define as competências de cada agente é a lei, que deverá limitar sua
atuação e fazer as atribuições de cada agente.
O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado todo aquele que atue em nome do
Estado, podendo ser de qualquer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo determinado ou
vínculo de natureza permanente.
Podem ser englobados como agentes, os agentes políticos, que são os detentores de mandatos
eletivos, secretários e ministros de Estado, considerando ainda os membros da magistratura e do
Ministério Público. Os atos ainda poderão ser praticados por particulares em colaboração com o poder
público, podendo se considerar aqueles que exercem função estatal, sem vínculo definido, como acontece
com jurados e mesários, por exemplo.
Além da competência para a prática do ato, se faz necessário que não exista impedimento e suspeição
para o exercício da atividade.
Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não sendo possível um agente ter
competência ilimitada, tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios de legitimação.
Objeto lícito: É o conteúdo do ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e
qualquer ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas
referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública.
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo.
A forma específica se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um processo
administrativo prévio, que se caracterize por uma série de atos concatenados, com um propósito certo. A
exigência de forma para a prática dos atos da Administração Pública decorre do Princípio da Solenidade,
que pertence à atuação estatal, como forma de garantia de que os cidadãos serão contemplados com
essa ação.
Motivo: este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes;
O motivo será válido, sem irregularidades na prática do ato administrativo, exigindo-se que o fato
narrado no ato praticado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na conduta estatal.
Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das razões que levaram à prática do ato.
Questão
Gabarito
01.D
Comentário
01. Resposta: D
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
Finalidade: O ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder;
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo.
Motivo: Este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes;
Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e qualquer
ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas referentes
a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública.
Atributos ou Características
São prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração representa, são as
qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros atos jurídicos. São eles:
Presunção de legitimidade: é a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados
válidos, até que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos.
Questão
01. (DPE/RS - Defensor Público Sobre atos administrativos - FCC) É correto afirmar:
(A) A autoexecutoriedade é um atributo de alguns atos administrativos que autoriza a execução
coercitiva, independente da concorrência da função jurisdicional.
(B) A autoexecutoriedade constitui atributo dos atos administrativos negociais, que, como contratos,
dependem da concorrência de vontade do administrado.
(C) A arguição de invalidade de ato administrativo por vícios ou defeitos impede a imediata execução
e afasta a imperatividade.
(D) Todos os atos administrativos possuem como atributos a presunção de legitimidade, a
imperatividade e a autoexecutoriedade.
(E) A administração deverá fazer prova da legalidade do ato administrativo quando sobrevier
impugnação pelo destinatário.
Gabarito
01.A
Comentário
01. Resposta: A
A assertiva está plenamente correta já que a autoexecutoriedade autoriza a execução do administrativo
sem o aval do Poder Judiciário.
Elementos
O elemento quer dizer a parte que compõe um todo, e desta maneira é o que é externo ou antecedente
ao ato, não pode ser parte dele.
Desta maneira podemos considerar que elemento é o conteúdo e a forma.
1
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/Carlos_Barbosa_Atos_administrativos_Parte_1.pdf
Pressupostos
OBS: o ato imperfeito será aquele que ainda está em formação, sem que se tenha concluído as
etapas estabelecidas em lei para que exista no ordenamento jurídico.
O destino natural do ato administrativo é ser praticado com a finalidade de criar, declarar, modificar,
preservar e extinguir direitos e obrigações.
Os atos administrativos produzem efeitos próprios efeitos próprios e impróprios.
Os efeitos próprios são aqueles típicos do ato, configurando o objeto ou o conteúdo da conduta
estatal. Desta forma, o efeito principal ou próprio de um ato de desapropriação é a perda do bem público
pelo particular.
Os efeitos impróprios ou atípicos são os que decorrem, de forma indireta, da prática do ato
administrativo, e se dividem em duas espécies, quais sejam: efeito reflexo e efeito prodrômico.
Vinculação e discricionariedade
No ato vinculado, o administrador não tem liberdade para decidir quanto à atuação. A lei previamente
estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador no caso concreto; não
2
MAZZA, Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, 2014.
3
CARVALHO, Mateus. Manual de Direito Administrativo. Editora Jus Podivm, 2ª edição, 2015.
Questões
01. (TRT/14ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Sobre atos administrativos, considere:
I. Os atos administrativos vinculados comportam anulação e revogação.
II. Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser revogados.
III. A competência para revogar é intransferível, salvo por força de lei.
02. (PC/CE - Inspetor de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP) Diz-se que os atos administrativos
são vinculados quando
(A) observam corretamente os princípios constitucionais da moralidade administrativa.
(B) a lei estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administração deve agir de forma
determinada.
(C) o administrador público os pratica ultrapassando os limites regrados pelo sistema jurídico vigente.
(D) a autoridade competente deixa de observar dispositivo constitucional obrigatório, quando deveria
fazê-lo.
(E) a lei estabelece várias situações passíveis de apreciação subjetiva pela autoridade competente.
Gabarito
01.A / 02.B
Comentários
01. Resposta: A
I. Errado. Os atos administrativos vinculados não podem ser revogados, devem ser anulados quando
eivados de vícios. A revogação apenas é possível nos atos discricionários.
II. Errado. Os atos que INTEGRAM UM PROCEDIMENTO são atos vinculados, pois devem obedecer
a aquilo que está previsto em Lei. Logo, não podem ser revogados. Veja, cada ato novo ocorre a preclusão
do ato anterior.
Vou exemplificar:
Um procedimento administrativo é uma sequência de atos com objetivo de um ato final (Ex. as fases
da Licitação, é uma sequência de atos, com o objetivo de licitar compras ou execução de serviços
públicos).
Cada ato praticado passa para uma nova etapa do procedimento, o que ocorre a preclusão
administrativa do ato (ou da etapa) anterior.
Preclusão administrativa quer dizer que é impossível voltar a etapa anterior de um procedimento com
a finalidade de “rediscutir” as decisões lá tomadas.
4
MELLO, Celso Antonio Bandeira de – Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 26ª edição, 2009.
02. Resposta: B
Alexandre Mazza narra:
“Fala-se em poder vinculado ou poder regrado quando a lei atribui determinada competência definindo
todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir margem de liberdade para o agente público
escolher a melhor forma de agir. Onde houver vinculação, o agente público é um simples executor da
vontade legal. O ato resultante do exercício dessa competência é denominado de ato vinculado. Exemplo
de poder vinculado é o de realização do lançamento tributário (art. 3º do CTN).”
Classificação
Quanto ao regramento
a) Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo possibilidade
de apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao
administrador apenas a verificação da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática
do ato. Caso todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a praticar o ato
administrativo; caso contrário, ele estará proibido da prática do ato.
b) Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder
judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os
motivos e o conteúdo ou objeto do ato.
Quanto à formação
Os atos se dividem em simples, complexo e compostos.
a) Simples: depende de uma única manifestação. Assim, a manifestação de vontade de um único
órgão, mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portanto, a vontade para manifestação
do ato deve ser unitária, obtida através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um agente
em órgãos singulares.
b) Complexo: decorre da manifestação de dois ou mais órgãos; de duas ou mais vontades que se
unem para formar um único ato. Neste tipo, somam-se as vontades dos órgãos públicos independentes,
em mesmo nível de hierarquia, de modo que tenham a mesma força, não se falando em dependência de
uma relação com a outra. Aqui, os atos que formarão o ato complexo serão expedidos por órgãos públicos
distintos.
Exemplo: Decreto do prefeito referendado pelo secretário.
c) Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um edita o ato principal e o outro será
acessório. Como se nota, é composto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão público,
em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato deve contar com o que ocorrer com o primeiro.
Exemplo: nomeação de ministro do Superior Tribunal feito pelo Presidente da República e que
depende de aprovação do Senado. A nomeação é o ato principal e a aprovação o acessório.
Quanto à validade
a) Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
Pode estar perfeito, pronto para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.
b) Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não pode ser corrigido. Não
produz qualquer efeito entre as partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos, ele
deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa, seja judicial, declarando sua nulidade, que
terá efeito retroativo, ex tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os direitos de
terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato nulo.
Cite-se a nomeação de um candidato que não tenha nível superior para um cargo que o exija. A partir
do reconhecimento do erro, o ato é anulado desde sua origem. Porém, as ações legais eventualmente
praticadas por ele, durante o período em que atuou, permanecerão válidas.
c) Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser sanados, convalidados. Ressalte-se
que, se mantido o defeito, o ato será nulo; se corrigido, poderá ser "salvo" e passar a ser válido. Atente-
se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles expressamente previstos em lei.
d) Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato administrativo, mas falta a manifestação de
vontade da Administração Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente público, sem
sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impossível.
Os atos inexistentes não podem ser convalidados, sendo que os seus efeitos que já foram produzidos,
não poderão ser ressalvados, mesmo que em relação aos destinatários de boa-fé.
Exemplo do primeiro caso é a multa emitida por falso policial; do segundo, a ordem para matar alguém.
Quanto à exequibilidade
a) Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação, estando apto a produzir seus efeitos.
Perfeição não se confunde com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se às etapas
de sua formação.
b) Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portanto, não está apto a produzir seus
efeitos, faltando, por exemplo, a homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
c) Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou termo, mas já completou seu ciclo
de formação, estando apenas aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confunde com
o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o casamento. Termo é evento futuro e certo, como
uma data específica.
d) Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para realizar.
Exemplifique-se com a exoneração ou a concessão de licença para doar sangue.
Quanto à forma, os atos administrativos podem ser classificados em decreto, resolução e portaria,
circular, despacho, alvará.
Decretos: São atos emanados pelos chefes do Poder Executivo, tais como, prefeitos, governadores e
o Presidente da República. Podem ser dirigidos abstratamente às pessoas em geral (decreto geral), ou a
pessoas, ou a um grupo de pessoas determinadas. (decreto individual). O decreto geral é ato normativo,
apresentado efeitos e conteúdos semelhantes à lei.
Resoluções e Portarias: São atos emanados por autoridades superiores, mas não os chefes do Poder
Executivo. Ou seja, é a forma pelo qual as autoridades de nível inferior aos Chefes do Poder Executivo
fixam normas gerais para disciplinar conduta de seus subordinados. Embora possam produzir efeitos
externos, as resoluções e portarias não podem contrariar os regulamentos e os regimentos, limitando-se
a explicá-los.
Circular: É o instrumento usado para a transmissão de ordens internas uniformes, incumbindo de
certos serviços ou atribuições a certos funcionários. É o ato que envolve a decisão da Administração
sobre assuntos de interesse individual ou coletivo submetido a sua apreciação.
Despacho: Quando a administração, por meio de um despacho, aprova parecer proferido por órgão
técnico sobre determinado assunto de interesse geral, este despacho é denominado de despacho
normativo. O despacho normativo deverá ser observado por toda administração, valendo como solução
para todos os casos que se encontram na mesma situação.
Alvará: é instrumento pelo qual a Administração se vale para conferir ao administrado uma licença ou
autorização. Ou seja, é o formato pelo qual são emitidas as licenças e autorizações. Como se pode notar,
enquanto as licenças e autorizações representam o conteúdo, o alvará representa a forma.
03. (IF-BA - Assistente em Administração - FUNRIO) O ato administrativo pelo qual os órgãos
consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência é
(A) a homologação.
(B) o visto.
(C) o parecer.
(D) o relatório.
(E) a declaração.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D
- Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo possibilidade de
apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao administrador
apenas a verificação da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática do ato. Caso
todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a praticar o ato administrativo; caso
contrário, ele estará proibido da prática do ato.
- Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder
judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os
motivos e o conteúdo ou objeto do ato.
02. Resposta: B
Atos Gerais - São aqueles expedidos sem destinatários determinados, possuem finalidade normativa,
atingindo todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato, abrangida por seus preceitos.
Apresenta cunho normativo, não se sabe quem o ato vai atingir por não ter individualização. Ex.: Ato que
concede promoção a uma categoria profissional.
Atos Individuais – São aqueles voltados a destinatários certos. Apresenta cunho ordinário e
enunciativo, sem caráter normativo.
Ex: Secretaria de Esportes convoca seus diretores para participarem de reunião.
a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando geral do Executivo visando o cumprimento
de uma lei. Podem apresentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto geral que
regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de nomeação de um servidor).
Os atos normativos se subdividem em:
Regulamentos – São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as disposições
de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis independem de
regulamentos para produzir efeitos.
- Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execução da lei, é um ato administrativo que
não tem o foto de inovar o ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o texto legal. Os
regulamentos executivos são atos normativos que complementam os dispositivos legais, sem que ivovem
a ordem jurídica, com a criação de direitos e obrigações.
-Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e visam inovar o ordenamento jurídico,
determinando normas sobre matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem ser
considerados atos expedidos como substitutos da lei e não facilitadores de sua aplicação, já que são
editados sem contemplar qualquer previsão anterior.
Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não de serem expedidos regulamentos
autônomos, em decorrência do princípio da legalidade.
Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87,
inciso II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado.
Regimentos – São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo ou
da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta maneira, se
destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.
Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimentos e regulamentos, expedidos pelas
autoridades do executivo.
Deliberações – São atos normativos ou decisórios que emanam de órgãos colegiados provenientes
de acordo com os regulamentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos para seus
beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Administração.
São eles:
Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierárquico em desempenhar determinada
função;
Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determinados funcionários ou agentes;
Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Ministério;
Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos aos seus subalternos que determinam a
realização de atos especiais ou gerais;
Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços
públicos;
Provimentos – atos administrativos intermos, com determinações e instruções em que a Corregedoria
ou os Tribunais expedem para regularização ou uniformização dos serviços;
Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Administração a terceiros;
Despachos administrativos – são decisões tomadas pela autoridade executiva (ou legislativa e
judiciária, quando no exercício da função administrativa) em requerimentos e processos administrativos
sujeitos à sua administração.
5
http://domtotal.com/direito/pagina/detalhe/31774/especies-de-atos-administrativos-em-relacao-ao-conteudo
d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar
um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos
públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo.
Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública comprova um fato ou uma situação de que
tenha conhecimento por meio dos órgãos competentes;
Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos existentes em
processos, livros ou documentos que estejam na repartição pública;
Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a assuntos submetidos à sua
consideração.
e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela lei e aplicada pela
Administração, visando punir as infrações administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de
particulares perante a Administração.
Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as disposições legais, regulamentares ou
ordinatórias dos bens ou serviços.
Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação externa e interna. Quando for interna,
compete à Administração punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que contenham
defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos, fazendo com que se respeite as normas
administrativas.
Questões
01. (PC/CE - Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP) São atos administrativos
ordinatórios, entre outros,
(A) os Decretos, os Despachos, os Regimentos e as Resoluções.
(B) os Despachos, os Avisos, as Portarias e as Ordens de Serviço.
(C) os Decretos, as Instruções, os Provimentos e os Regimentos.
(D) as Instruções, as Deliberações, as Portarias e os Regulamentos.
(E) os Regulamentos, as Instruções, os Regimentos e as Deliberações.
02. (TCE/GO - Analista de Controle Externo - FCC) Enzo, servidor público e chefe de determinada
repartição pública, na mesma data, editou dois atos administrativos distintos, quais sejam, uma certidão
e uma licença. No que concerne às espécies de atos administrativos, tais atos são classificados em
(A) ordinatórios e negociais, respectivamente.
(B) enunciativos.
(C) negociais.
(D) enunciativos e negociais, respectivamente.
(E) normativos e ordinatórios, respectivamente.
01.B/ 02.D.
Comentários
01. Resposta: B
Atos ordinatórios são aqueles que tem por objetivo disciplinar o funcionamento da Administração e a
conduta funcional dos seus agentes, representando exercício do poder hierárquico do Estado. São
espécies de atos ordinatórios: as portarias, as instruções, os avisos, as circulares, as ordens de serviço,
os ofícios e os despachos.
02. Resposta: D
Os atos praticados pelo servidor são atos enunciativos e negociais. Atos enunciativos: São todos
aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre
determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos públicos, sendo sempre, por isso,
vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo. Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma
declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir
certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público.
Cassação Ocorre a extinção do ato administrativo quando o administrado deixa de preencher condição
necessária para permanência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição indispensável
para manutenção do ato administrativo.
Exemplo: habilitação cassada porque o condutor ficou cego.6
Anulação ou invalidação (desfazimento) É a retirada, o desfazimento do ato administrativo em
decorrência de sua invalidade, ou seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração ou
pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc.
A anulação pode acontecer por via judicial ou por via administrativa. Ocorrerá por via judicial quando
alguém solicita ao Judiciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando a própria
Administração expede um ato anulando o antecedente, utilizando-se do princípio da autotutela, ou seja,
a Administração tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem ilegais ou inconvenientes. Quando
a anulação é feita por via administrativa, pode ser realizada de ofício ou por provocação de terceiros.
A anulação de um ato não pode prejudicar terceiro de boa-fé.
SÚMULA 346
A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
SÚMULA 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Um ponto muito discutido pela doutrina diz respeito ao caráter vinculado ou discricionário da anulação.
Os que defendem que deve-se anular (caráter vinculado), embasam esse entendimento no princípio da
legalidade e os que defendem como uma faculdade (caráter discricionário) invocam o princípio da
predominância do interesse público sobre o particular.
O entendimento por nós defendido é de que, em regra, a Administração, tem o dever de anular os atos
ilegais.
Revogação É a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade
em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo com a lei. A
revogação somente poderá ser feita por via administrativa.
6
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição. 2014.
Convalidação ou sanatória É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato
antecedente, de modo a torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que sana um
vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde o momento em que foi praticado. Alguns
autores, ao se referir à convalidação, utilizam a expressão sanatória.
O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majoritária), constitutiva, secundária, e eficácia
ex tunc.
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, sustentando que os atos administrativos
somente podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos anuláveis.
Existem três formas de convalidação:
a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato;
b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior àquela que praticou o ato;
c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou seja, não é feita nem por quem praticou
o ato nem por autoridade superior.
ANULAÇÃO REVOGAÇÃO
Quando houver INTERESSE
Quando cabe? Quando houver DEFEITO
PÚBLICO
Por quem pode Pela ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA OU Somente pela ADMINISTRAÇÃO
Extinguir? PELO JUDICIÁRIO PÚBLICA
Retroage? Efeitos Ex Tunc (retroage) Efeitos Ex Nunc (não retroage)
Prazo para extinção 5 anos Sem prazo
Questões
01. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017) Sobre a revogação dos atos administrativos,
assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Nem todos os atos administrativos podem ser revogados.
(B) A revogação de ato administrativo é realizada, ordinariamente, pelo Poder Judiciário, cabendo-lhe
ainda examinar os aspectos de validade do ato revogador.
(C) Considerando que a revogação atinge um ato que foi praticado em conformidade com a lei, seus
efeitos são ex nunc.
(D) Pode a Administração Pública se arrepender da revogação de determinado ato.
(E) O fundamento jurídico da revogação reside no poder discricionário da Administração Pública
03. (TJ/RS - Juiz de Direito Substituto – FAURGS) No que se refere aos atos administrativos,
assinale a alternativa correta.
(A) Em face de sua competência para apreciar a legalidade de quaisquer atos administrativos para fins
de registro, a declaração de invalidade ou anulação por vícios legais desses atos é exclusiva do Poder
Legislativo respectivo.
(B) O direito da Administração de anular seus próprios atos de que decorram efeitos favoráveis aos
destinatários prescreve em 3 (três) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé.
(C) A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
(D) Têm natureza política e são excluídos de apreciação pelo Poder Judiciário os atos administrativos
dotados de vinculação resultantes do exercício do poder de polícia administrativa que limitam ou
disciplinam direito, interesse ou liberdade dos administrados.
(E) Os atos administrativos eivados de vício que os tornem ilegais somente podem ser declarados
inválidos ou revogados pelo Poder Judiciário.
04. (DPE/MA - Defensor Público – FCC) No que tange à competência para revogar atos
administrativos, é correto afirmar que
(A) a revogação de atos que se sabem eivados de nulidade é possível, desde que devidamente
motivada por razões de interesse público.
(B) a competência para revogar é sempre delegável.
Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01
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(C) atos já exauridos podem ser revogados, desde seja expressamente atribuído efeito retroativo ao
ato revocatório.
(D) atos ineficazes, porque ainda não implementada condição deflagradora de sua eficácia, estão
sujeitos à revogação.
(E) é possível revogar atos vinculados, desde que sua edição seja de competência autoridade que
editará o ato revocatório
05. (TRT - 18ª Região (GO)Prova: Juiz do Trabalho – FCC) No que tange à validade dos atos
administrativos
(A) é possível convalidar ato administrativo praticado com vício de finalidade, desde que se evidencie
que tal decisão não acarrete prejuízo a terceiros.
(B) todos os atos administrativos praticados com vício de competência devem ser anulados, pois se
trata de elemento essencial à validade dos atos administrativos.
(C) o descumprimento, pelo administrado, dos requisitos referentes ao desfrute de uma dada situação
jurídica, justifica a anulação do ato administrativo que gerou referida situação.
(D) a caducidade é a extinção de ato administrativo em razão da superveniência de legislação que
tornou inadmissível situação anteriormente consentida, com base na legislação então aplicável.
(E) os atos praticados por agente incompetente estão sujeitos à revogação pela autoridade que detém
a competência legal para sua prática.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
Revogação é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade
em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo com a lei.
02. Resposta: C
A anulação do ato administrativo pode acontecer por via judicial ou por via administrativa. Ocorrerá por
via judicial quando alguém solicita ao Judiciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando
a própria Administração expede um ato anulando o antecedente, utilizando-se do princípio da autotutela.
03. Resposta: C
Súmula 473 STF
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
04. Resposta: D
Um ato administrativo pode ser ineficaz por algumas razões, ou não está formado ou foi extinto. Dessa
forma, os atos que apresentam condição deflagadora de eficácia, estão sujeitos à revogação.
05. Resposta: D
O Prof. José dos Santos Carvalho Filho cita o seguinte exemplo: "uma permissão para uso de um bem
público; se, supervenientemente, é editada lei que proíbe tal uso privativo por particular, o ato anterior, de
natureza precária, sofre caducidade, extinguindo-se."
Outro exemplo é apresentado pela Prof. Maria Sylvia Di Pietro: "a caducidade de permissão para
explorar parque de diversões em local que, em face da nova lei de zoneamento, tornou-se incompatível
com aquele tipo de uso".
REDAÇÃO OFICIAL
Comunicação Oficial
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são
necessários:
a) Alguém que comunique;
b) Algo a ser comunicado;
c) Alguém que receba essa comunicação.
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aquela
Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum
assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; e o destinatário dessa comunicação é o público,
uma instituição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Executivo ou dos outros Poderes.
Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a finalidade do documento, para que o texto
esteja adequado à situação comunicativa.
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e nos expedientes oficiais
decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade.
Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado se,
em sua elaboração, for empregada a linguagem adequada.
O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e
objetividade.
Redação Oficial
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige
comunicações oficiais e atos normativos. Neste Manual, interessa-nos tratá-la do ponto de vista da
administração pública federal.
A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução da língua. É que sua finalidade
básica - comunicar com objetividade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular etc.
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise
pormenorizada de cada um de seus atributos.
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Manual de Redação da Presidência - 3° edição: http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-
republica/manual-de-redacao.pdf
Clareza e Precisão
Clareza: deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir como claro aquele texto
que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se concebe que um documento oficial ou um ato
normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua
compreensão.
A transparência é requisito do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um ato
normativo não seja entendido pelos cidadãos. O princípio constitucional da publicidade não se esgota na
mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à necessidade de que o texto seja claro.
Objetividade
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para
conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia principal e quais são as
secundárias.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade: as
fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las,
exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao
texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas, o que também
Concisão
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que
consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma
entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto
com o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis,
redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva. A seguir, um exemplo1 de período mal construído,
prolixo:
Exemplo: Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naquela tarde de 2009, o resultado da
consulta à população acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria da população daquele
distante estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da alteração realizada pela Lei no
11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e indignada, com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso,
a maioria da população do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando
cinco horas a menos que em Greenwich.
Coesão e Coerência
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação,
a harmonia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se
lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando
continuidade uns aos outros.
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são: referência, substituição,
elipse e uso de conjunção.
A referência diz respeito aos termos que se relacionam a outros necessários à sua interpretação. Esse
mecanismo pode dar-se por retomada de um termo, relação com o que é precedente no texto, ou por
antecipação de um termo cuja interpretação dependa do que se segue.
Exemplo: O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção. Ele aguardou a decisão do Plenário.
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assinatura e de identificação no documento.
Exemplo: O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder Executivo federal propôs reduzir as
alíquotas. O ofício está pronto. O documento trata da exoneração do servidor. Os governadores decidiram
acatar a decisão. Em seguida, os prefeitos fizeram o mesmo.
Exemplo: O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (Na segunda oração,
houve a omissão do verbo “regulamenta”).
Outra estratégia para proporcionar coesão e coerência ao texto é utilizar conjunção para estabelecer
ligação entre orações, períodos ou parágrafos.
Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01
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Exemplo: O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou o interesse de seu Governo pelo
assunto.
Impessoalidade
Decorre de princípio constitucional (Constituição, art. 37), e seu significado remete a dois aspectos: o
primeiro é a obrigatoriedade de que a administração pública proceda de modo a não privilegiar ou
prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da
pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a ação administrativa ser exercida por intermédio
de seus servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal.
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao
interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não devem ser
tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das
comunicações oficiais decorre:
b) da Impessoalidade de quem Recebe a Comunicação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
concebido como público, ou a uma instituição privada, a outro órgão ou a outra entidade pública. Em
todos os casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; e
Não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de
uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação
oficial deve ser isenta da interferência da individualidade de quem a elabora. A concisão, a clareza, a
objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda,
para que seja alcançada a necessária impessoalidade.
Formalidade e Padronização
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma
(BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as comunicações feitas em meio eletrônico (por exemplo, o e-
mail , o documento gerado no SEI!, o documento em html etc.), quanto para os eventuais documentos
impressos.
É imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente do correto emprego deste
ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível, mais do que isso: a formalidade
diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uniformidade das comunicações. Ora,
se a administração pública federal é una, é natural que as comunicações que expeça sigam o mesmo
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente para todas
as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos.
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo, nas exceções em que se fizer
necessária a impressão, e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização.
Consulte o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito de normas específicas para cada tipo de
expediente.
Em razão de seu caráter público e de sua finalidade, os atos normativos e os expedientes oficiais
requerem o uso do padrão culto do idioma, que acata os preceitos da gramática formal e emprega um
léxico compartilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do padrão culto é, portanto,
imprescindível na redação oficial por estar acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas,
regionais; dos modismos vocabulares e das particularidades linguísticas.
Recomendações:
- A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;
- O uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de
Pode-se concluir que não existe propriamente um padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da
norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de
determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso
não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O
jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados
anteriormente e além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que serão tratadas
em detalhe.
Pronomes de Tratamento
Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tratamento adota a segunda pessoa do plural, de
maneira indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário
atenção para o uso dos pronomes de tratamento em três momentos distintos: no endereçamento, no
vocativo e no corpo do texto.
No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no início do documento. No corpo do texto, pode-se
empregar os pronomes de tratamento em sua forma abreviada ou por extenso. O endereçamento é o
texto utilizado no envelope que contém a correspondência oficial.
Art. 2º O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é
“senhor”, independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
Art. 3º É vedado na comunicação com agentes públicos federais o uso das formas de tratamento,
ainda que abreviadas:
I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
II - Vossa Senhoria;
III - Vossa Magnificência;
IV - doutor;
V - ilustre ou ilustríssimo;
VI - digno ou digníssimo; e
VII - respeitável.
§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de que trata o caput ,
mediante invocação de normas especiais referentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do
mesmo modo.
Exemplo: Vossa Senhoria designará seu substituto. (E não “Vossa Senhoria designará vosso
substituto”)
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo
da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.
Exemplo: Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa Excelência está atarefado. Se o interlocutor
for mulher: Vossa Excelência está atarefada.
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer referência a alguma autoridade (indiretamente).
Exemplo: A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil (por exemplo, no endereçamento
do expediente)
Signatário
Cargos Interino e Substituto: na identificação do signatário, depois do nome do cargo, é possível utilizar
os termos interino e substituto, conforme situações a seguir: interino é aquele nomeado para ocupar
transitoriamente cargo público durante a vacância; substituto é aquele designado para exercer as
atribuições de cargo público vago ou no caso de afastamento e impedimentos legais ou regulamentares
do titular.
Esses termos devem ser utilizados depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgula e em minúsculo.
Signatárias do Sexo Feminino: na identificação do signatário, o cargo ocupado por pessoa do sexo
feminino deve ser flexionado no gênero feminino.
O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso de iniciais maiúsculas em palavras usadas
reverencialmente, por exemplo para cargos e títulos (exemplo: o Presidente francês ou o presidente
francês).
Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter
a escolha para a grafia de todos os elementos hifenizados: pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-
presidente”, mas não “Vice-presidente”.
Vocativo
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas comunicações oficiais, o vocativo será sempre
seguido de vírgula. Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, utiliza-se a expressão
Excelentíssimo Senhor ou Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula.
As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor
ou Senhora seguido do cargo respectivo.
Na hipótese de comunicação com particular, pode-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora e a forma
utilizada pela instituição para referir-se ao interlocutor: beneficiário, usuário, contribuinte, eleitor etc.
Ainda, quando o destinatário for um particular, no vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora seguido
do nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo “Prezado Senhor” ou “Prezada Senhora”.
Em comunicações oficiais, está abolido o uso de Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.). Evite-se o
uso de “doutor” indiscriminadamente. O tratamento por meio de Senhor confere a formalidade desejada.
O Padrão Ofício
Havia apenas três tipos de expedientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela forma:
a) O ofício;
b) O aviso
c) Memorando.
Importante: Ficou abolida esta distinção e passou-se a utilizar o termo Padrão Ofício nas três
hipóteses.
Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o
que chamamos de padrão ofício. A distinção básica anterior entre os três eram:
- Aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
- Ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e
- Memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.
A seguir, será apresentada a estrutura do padrão ofício, de acordo com a ordem com que cada
elemento aparece no documento oficial.
Exemplo:
Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico
oficial da instituição, podem ser informados no rodapé do documento, centralizados.
Identificação do Expediente
Os documentos oficiais devem ser identificados da seguinte maneira:
a) Nome do documento: tipo de expediente por extenso, com todas as letras maiúsculas;
b) Indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, padronizada como No;
c) Informações do documento: número, ano (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que expede
o d) Documento, da menor para a maior hierarquia, separados por barra (/);
e) Alinhamento: à margem esquerda da página.
Endereçamento
É a parte do documento que informa quem receberá o expediente.
Nele deverão constar os seguintes elementos:
- Vocativo: na forma de tratamento adequada para quem receberá o expediente (ver subitem “4.1
Pronomes de tratamento”);
- Nome: nome do destinatário do expediente;
Exemplo:
A Sua Excelência o Senhor
[Nome]
Ministro de Estado da Justiça
Esplanada dos Ministérios Bloco T
70064-900 Brasília/DF
À Senhora
[Nome]
Diretora de Gestão de Pessoas
SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I
70070-030 Brasília. DF
Ao Senhor
[Nome]
Chefe da Seção de Compras
Diretoria de Material, Seção
Brasília — DF
Assunto
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado
da seguinte maneira:
- Título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento, seguida de
dois-pontos;
- Descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial
maiúscula, não se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
- Destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
- Pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e
- Alinhamento: à margem esquerda da página.
Texto do Documentos
Deve seguir a seguinte padronização de estrutura:
I - Nos casos em que não seja usado para encaminhamento de documentos, o expediente deve conter
a seguinte estrutura:
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a
honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a forma direta: Informo, Solicito,
Comunico;
b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o
assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; e
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto.
III - tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do documento deve ser formatado da seguinte
maneira:
a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos:
- Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo;
- Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
- Numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o
primeiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
d) fonte: Calibri ou Carlito;
- Corpo do texto: tamanho 12 pontos;
- Citações recuadas: tamanho 11 pontos;
- Notas de Rodapé: tamanho 10 pontos;
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, pode-se utilizar as fontes
Symbol e Wingdings;
Exemplo:
Em resposta ao Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de
abril de 2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que trata da requisição do servidor Fulano
de Tal.
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do
Presidente da Confederação Nacional da Indústria, a respeito de projeto de modernização de técnicas
agrícolas na região Nordeste.
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a
rito e tradição próprios. O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte maneira:
a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da página;
b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
c) espaçamento entre linhas: simples;
d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; e
e) não deve ser numerado.
Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações
oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:
- Nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa
linha acima do nome do signatário;
- Cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas.
Exemplo:
(espaço para assinatura) NOME
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República
Numeração de Páginas
É obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser centralizada na página
e obedecer à seguinte formatação:
-Posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e
- Fonte: Calibri ou Carlito.
Formatação e Apresentação
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:
- Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
- Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
- Margem lateral direita: 1,5 cm;
- Margens superior e inferior: 2 cm;
- Área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
- Área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
- Impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse
caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
- Cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário,
a impressão colorida para gráficos e ilustrações;
- Destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso
de itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de
formatação que afete a sobriedade e a padronização do documento;
- Palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
- Arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto
preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado,
preferencialmente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto
utilizados no serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
- Nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte
maneira:
Tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves
do conteúdo.
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais
de um órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé
as siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente.
Exposição de Motivos
Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente
para:
- Propor alguma medida;
- Submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
- Informá-lo de determinado assunto.
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos
em que o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos
os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência
numérica das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano
civil.
Forma e estrutura
As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:
- Indicar, no Desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal
para se solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais
detalhes sobre o assunto informado, quando for esse o caso; e
- Na Conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para
solucionar o problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.
Mensagem
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da
administração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para
submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar
veto; enfim, fazer comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas
assessorias caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
g) Mensagem de Abertura da Sessão Legislativa: deve conter o plano de governo, exposição sobre
a situação do País e a solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição, art. 84, inciso XI).
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere
das demais, porque vai encadernada e é distribuída a todos os congressistas em forma de livro.
i) Comunicação de Veto: dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a
mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as
Forma e Estrutura
As mensagens contêm:
- Brasão: timbre em relevo branco
- Identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
- Vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do
destinatário, com o recuo de parágrafo dado ao texto;
- Texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e
- Local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de
seu signatário.
A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas
também na administração pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo
do contexto, pode significar gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem
eletrônica.
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim como o ofício.
Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a
extensão “.gov.br”, por exemplo.
Como sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade,
transformou-se na principal forma de envio e recebimento de documentos na administração pública.
Forma e Estrutura
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir
padronização da mensagem comunicada. No entanto, devem-se observar algumas orientações quanto à
sua estrutura.
Campo “Assunto”
O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem.
Assim, quem irá receber a mensagem identificará rapidamente do que se trata; quem a envia poderá,
posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio eletrônico.
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o conteúdo completo da mensagem para que não
pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um
assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião sobre a Reforma da Previdência”.
Local e Data
São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez que o próprio sistema apresenta essa
informação.
Saudação Inicial/Vocativo
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras
instituições, para receptores desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os
demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado
Senhor”, “Prezada Senhora”.
Fecho
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o
uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de
amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser utilizados em e-mails
profissionais.
O correio eletrônico, em algumas situações, aceita uma saudação inicial e um fecho menos formais.
No entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos deve ser formal, como a que se usaria em
qualquer outro documento oficial.
Exemplo:
Maria da Silva Assessora
Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil (61)XXXX-XXXX
Anexos
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens
do e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo
do anexo.
Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele é realmente indispensável e se seria possível
Recomendações
- Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não esteja
disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento;
- Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos computadores, mantêm-se a recomendação de tipo
de fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri ou Carlito, tamanho 12, cor preta;
- Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados
para mensagens profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;
- A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se revisam
outros documentos oficiais;
- O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emoticons não devem
ser utilizados;
- Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”,
usuais das conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
- Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois
denota agressividade de parte do emissor da comunicação.
- Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil
e de logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.
- Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor
do destinatário.
Questões
(A) Encaminhamos a Vossa Senhoria todos os documentos relativos ao processo, para vossa análise
das principais questões ali presente.
(B) A maioria dos documentos encaminhado já foram protocoladas na semana passada, mas ainda
existem alguns que fogem a essa condição.
(C). Em relação às cópias anexas, cumpre frisar que se trata de uma amostra representativa, adequada
para esse primeiro momento de análise.
(D) Todos os documentos solicitados foram encaminhados, embora tenha faltado dois que seriam
básicos para consolidar o relatório do departamento.
(E) Por haverem questões ainda controversas quanto aos documentos, deixamos eles sob os
cuidados dos advogados do setor para que sejam melhor analisados.
03. (UFSC - Assistente em Administração – UFSC/2019). Acerca dos aspectos gerais da redação
oficial, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. As comunicações oficiais requerem o uso do padrão culto da língua, o que implica o emprego de
linguagem rebuscada.
II. Os textos oficiais devem ser isentos de interferências pessoais em sua elaboração.
III. A concisão é uma qualidade dos textos oficiais e um texto conciso é aquele que transmite o máximo
de informações com o mínimo de palavras.
05. (Prefeitura de Porto de Moz/PA - Agente Administrativo – FUNRIO/2019). Em uma frase, pode-
se dizer que Redação Oficial é:
(A) A maneira pela qual o Poder Jurídico redige atos jurisprudências e comunicações interpessoais.
(B) A maneira pela qual o Poder Autônomo redige atos públicos e comunicações contemporâneas.
(C) A maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
(D) A maneira pela qual o Poder Complementar redige jurisprudências privadas e comunicações
interpessoais.
(E) A maneira pela qual o Poder Privado redige atos públicos e comunicações interpessoais.
1. Objetividade
2. Impessoalidade
3. Clareza
4. Concisão
5. Coesão
( ) Condição que propicia na redação oficial a ausência de impressões individuais de quem elabora.
( ) Predicado do texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras.
( ) Singularidade que conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações, sem
subterfúgios, sem excesso de palavras e de ideias.
( ) Condição que propicia imediata compreensão pelo leitor, bem como percepção da ideia transmitida
num texto por meio da articulação da linguagem comum ou técnica.
( ) Atributo que favorece a conexão, a ligação, a harmonia entre as partes de um texto.
(A) 1, 3, 2, 5, 4
(B) 2, 4, 1, 3, 5
(C) 4, 5, 3, 2, 1
(D) 5, 2, 4, 1, 3
Considerando-se as regras da redação oficial para este gênero, é correto afirmar que:
(A) o correio eletrônico oficial deve seguir uma estrutura padrão que o diferencia fundamentalmente
daquele utilizado nas trocas pessoais e cotidianas.
(B) pelo fato de apresentar uma estrutura mais flexível, é possível ignorar os pronomes de tratamento
característicos da comunicação oficial e utilizar, em sua escrita, as variantes não cultas da língua
portuguesa.
(C)em função de sua ampla utilização, a legislação vigente permite considerar como documento oficial
os correios eletrônicos sem certificação digital.
(D) apesar de sua flexibilidade estrutural, o correio eletrônico oficial deve respeitar algumas
características próprias da comunicação oficial, como os pronomes de tratamento e a norma culta da
língua portuguesa.
(A) O nome da cidade onde foi expedido o documento não precisa ser redigido, somente a data, por
se tratar de uma comunicação interna.
(B) O tipo de documento a ser redigido é o memorando.
(C) A logomarca da Universidade deve constar, obrigatoriamente, no cabeçalho do expediente.
(D) O termo “doutor” deve ser usado indiscriminadamente, já que o texto é dirigido a uma autoridade
acadêmica.
(E) O texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira: alinhamento justificado, fonte
Calibri ou Carlito e corpo do texto com tamanho 12.
Gabarito
01.Errado / 02.C / 03.B / 04.A / 05.C / 06.B / 07.C / 08.B / 09.A / 10.D / 11. E
Comentários
03.Resposta: B
As comunicações oficiais requerem o uso do padrão culto da língua, o que NÃO implica o emprego de
linguagem rebuscada. Deve -se preocupar com as palavras do texto ( mais simples possível). Não
podemos usar linguagem rebuscada com muitos termos técnicos, que demonstra um vocabulário refinado
e amplo. O texto deve ser simples, completo e entendido por todos.
04.Resposta A
A redação oficial tem por sua finalidade básica comunicar com objetividade e máxima clareza, impondo
certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto
jornalístico, da correspondência particular etc.
A redação oficial deve caracterizar-se por: clareza e precisão; objetividade; concisão; coesão e
coerência; impessoalidade; formalidade e padronização; e uso da norma padrão da língua portuguesa.
05. Resposta C
É todo ato normativo e toda comunicação do Poder Público. Deve caracterizar-se pela impessoalidade,
uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
06. Resposta B
2. Impessoalidade: Condição que propicia na redação oficial a ausência de impressões individuais de
quem elabora.
4. Concisão: Predicado do texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de
palavras.
1. Objetividade: Singularidade que conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as
informações, sem subterfúgios, sem excesso de palavras e de ideias.
3. Clareza: Condição que propicia imediata compreensão pelo leitor, bem como percepção da ideia
transmitida num texto por meio da articulação da linguagem comum ou técnica.
5. Coesão: Atributo que favorece a conexão, a ligação, a harmonia entre as partes de um texto.
07. Resposta: C
Os documentos que seguem o padrão oficio são:
a) o ofício
b) o aviso
c) memorando
08. Resposta: B
O Memorando é utilizado para comunicação entre órgãos de uma mesma instituição.
09. Resposta: A
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais, já no uso do e-mail, popularizou-se o uso
de abreviações como “Att.”
10. Resposta: D
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa
definir padronização da mensagem comunicada. No entanto, devem-se observar algumas orientações
quanto à sua estrutura evitando o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. É preciso
respeitar as regras gramaticais
DIGITAÇÃO QUALITATIVA
Normas e Recomendações8
1 – Numeração de artigos – Devem ser numerados por intermédio de algarismos ordinais do primeiros
ao nono, e por intermédio de cardinais do décimo em diante.
Observação: Do mesmo modo, os artigos de um ato oficial devem ser numerados por meio de
algarismos ordinais do primeiro ao nono, e por meio de algarismos cardinais do décimo em diante.
2 – Grafia dos parágrafos – A expressão parágrafo único, quando citada ou escrita, deve ser escrita
por extenso. Par parágrafos numerados, usa-se o sí
mbolo apropriado
(Lei no. 5.692, de 11-8-1971)
Art. 41. A educação constitui dever ...
Parágrafo único. Respondem, na forma da lei,
b) É preferível usar hífen para separar os elementos de uma data (dia, mês, ano) ao ponto ou à
diagonal: 26-12-2003.
c) Para resguardar a data contra possíveis fraudes, por questões estéticas, por exigências
burocráticas, ou por características da linguagem eletrônica, antepõe-se um zero ao número indicativo do
dia e do mês: 02-01- 2004.
d) Em atos normativos, os nomes dos meses devem ser escritas por extenso, o algarismo indicativo
do dia sem zero, o primeiro dia do mês deve ser indicado pelo número ordinal correspondente: 2 de
janeiro de 2004, 1º de janeiro de 2004. Em outros casos, pode-se empregar o numeral cardinal: 1 (ou 01)
de janeiro de 2004.
8
KASPARY, Adalberto J. Redação Oficial: normas e modelos. 16. Ed. Porto Alegre: EDITA, 2003.
Por questão de estética, não se deixa isolada uma vogal de palavra translineada no fim ou no início de
linha: i-/deia ou idei-/a.
Deve-se evitar a translineação em que parte da palavra dividida lembre palavra obscena ou ridícula:
cô-/mico, de-/putada.
Deve-se, ao translinear palavras compostas hifenizadas, repetir o hífen na nova linha: segunda-/-feira.
O hífen da separação silábica deve ser colocado exatamente ao lado da última letra escrita, nunca
embaixo dessa letra, e também não se deve dar espaço entre a última letra e o hífen (nem para
emparelhar a margem direita do papel): importante.
Não se deve dar espaços entre as letra de uma palavra com a finalidade de emparelhar a margem
direita: m a r g e m (errado) – margem (correto).
É errado usar determinados sinais (tapa-margem) para emparelhar a margem direita do papel: falou
em / você.
5 – Espaços entre palavras – O espaço máximo permitido entre palavras e após sinais de pontuação
é de dois toques: “Até a morte, tudo é vida.” (CERVANTES)
7 – Sublinha e sinais de pontuação – Os sinais de pontuação não são sublinhados, com exceção do
hífen de palavras compostas: alto-falante, mercadoria.
8 – Sublinha espaço entre palavras – Os espaços entre as palavras não são sublinhados: REDAÇÃO
OFICIAL
14 – Caixa postal e telefone – Nunca são precedidos de vírgula, mesmo que omitida a abreviatura
no. (número): telefone no. 3333-3333, telefone 3333-3333. Caixa postal no. 100, caixa postal 100.
15 – Nome e número de rua – Põe-se vírgula depois do nome da rua, avenida, etc. Rua das Rosas,
23.
26 – Assinatura por dois chefes de serviço – O chefe superior assina à esquerda do documento. À
direita, assina o responsável pelo teor do documento.
27 –Grafia dos numerais em atos normativos – Os numerais devem ser escritos por extenso quando
apresentarem uma só palavra: (dez, onze, vinte, etc.). Quando formados por mais de uma palavra,
escrevem-se em algarismos (21, 174, 1001 etc.).
Os numerais indicativos de porcentagem seguem a mesma regra: dez por cento e 22%. Não se usa a
indicação em algarismo acompanhada da expressão por extenso.
29 – Ponto abreviativo em final de frase – Uma frase terminada em ponto abreviativo não recebe
ponto-final, uma vez que o ponto da abreviação tem dupla função: abreviativo e final: A tarefa foi confiada
à Engenharia Vila Nova Ltda.
30 – Pontuação com etc. – A abreviatura etc. (e outras coisas) pode ser precedida de vírgula.
Questões
Gabarito
Respostas
01. Resposta: C
A cor deverá ser uniforme. O que é correto é que a impressão dos textos deve ser feita na cor preta
em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações.
02. Resposta: A
Como visto, os artigos de um ato oficial devem ser numerados por meio de algarismos ordinais do
primeiro ao nono, e por meio de algarismos cardinais do décimo em diante.
03. Resposta: B
A primeira afirmativa está correta enquanto que as duas últimas estão erradas. Veja o erro delas: As
palavras escritas em letras maiúsculas permanecem subordinadas às regras de acentuação gráfica
(diferente do que foi exposto na afirmativa da questão). E os sinais de pontuação não são sublinhados,
com exceção do hífen de palavras compostas: alto-falante, mercadoria (distinto da última afirmativa da
questão).
A redação oficial deve observar o padrão culto do idioma quanto ao léxico (seleção vocabular), à
sintaxe (estrutura gramatical das orações) e à morfologia (ortografia, acentuação gráfica e outros).
Por padrão culto do idioma deve-se entender a língua referendada pelos bons gramáticos e pelo uso
nas situações formais de comunicação. Devem-se excluir da Redagão Oficial a erudição minuciosa e os
preciosismos vocabulares que criam entraves inúteis à compreensão do significado. Não faz sentido usar
“perfunctório” em lugar de "superficial" ou "doesto" em vez de "acusação" ou "calúnia".
São descabidos também as citações em língua estrangeira e os latinismos, tão ao gosto da linguagem
forense. Mas, ressalta-se que caso as expressões ou termos latinos sejam de fato utilizados, deve-se ter
o uso itálico nestas expressões estrangeiras e latinas.
Observe a seguir uma lista com expressões latinas recorrentes, seguidas de breves definições:
Ab initio: Desde o princípio.
A contrário sensu: Em sentido contrário, pela razão contrária.
A posteriori - Pelo que segue, depois de um fato. Diz-se do raciocínio que se remonta do efeito à
causa.
A priori: Segundo um princípio anterior, admitido como evidente; antes de argumentar, sem prévio
conhecimento.
Apud: Em, junto a, junto em. Emprega-se em citações indiretas, isto é, citações colhidas numa obra.
Carpe Diem: "Aproveita o dia". (Aviso para que não desperdicemos o tempo). Horácio dirigia este
conselho aos epicuristas e gozadores.
Curriculum Vitae: Conjuntos de dados relativos ao estado civil, ao preparo profissional e às atividades
anteriores de quem se candidata a um emprego.
Data vênia: Concedida a licença, com a devida vênia. É uma expressão respeitosa com que se inicia
uma argumentação discordante da de outrem.
Et cetera: (ou Et caetera) (abrev.: etc.) - E as outras coisas, e os outros, e assim por diante. Apesar
de seu sentido etimológico (= e outras coisas), emprega-se, atualmente, não somente após nomes de
coisas, mas também de pessoas, como expressão continuativa.
Questões
01. (FUNARTE - Assistente Administrativo - FGV) A redação oficial apela seguidamente para
expressões latinas, já que elas fazem parte de um glossário desse tipo de comunicação. Entre as
alternativas abaixo, aquela que traz uma explicação INADEQUADA da expressão dada é:
(A) AD HOC - Substituto ocasional designado no impedimento do titular efetivo de um cargo;
(B) AD NUTUM - Indica o ato ou contrato que pode ser anulado pela vontade de uma das partes;
(C) AD REFERENDUM - Indica ato praticado por alguém e que, para ser válido, necessita da
aprovação da autoridade superior;
(D) CAPUT - Diz-se do começo ou da primeira parte de um artigo em texto legal;
(E) EX OFFICIO - Ato em função não oficial, por iniciativa própria.
1. Ibiden
2. sic
3. iden
4. op cit
5. apud
( ) Mesmo autor
( ) Citado por
( ) Na mesma obra
( ) Assim
( ) Obra citada
(A) 3 – 5 – 1 – 2 – 4.
(B) 4 – 5 – 1 – 2 – 3.
(C) 3 – 4 – 5 – 1 – 2.
04. Padrão culto do idioma é entendido pelo uso nas situações formais de comunicação
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
Comentários
01. Resposta: E
EX OFFICIO - Por obrigação, por dever do cargo. Diz-se do ato realizado sem provocação das partes.
02. Resposta: A
Ibidem é a forma de referenciar uma obra já citada antes naquela página do texto.
Sic - Assim, assim mesmo, exatamente
Idem é uma palavra com origem no latim e significa "o mesmo", "igual" ou "da mesma maneira
op. cit. (opere citado, obra citada) – utilizada quando uma obra é citada anteriormente, na mesma
página, quando houver intercalação de outras obras.
Apud (do latim junto a; em; perto de) citado por, conforme, segundo – pode, também, ser usada no
texto e em nota de rodapé.
03. Resposta: C
Sic quer dizer: Assim, assim mesmo, exatamente. Pospõe-se a uma citação, ou nela se intercala, entre
parênteses ou entre colchetes, para indicar que o texto original é da forma que aparece.
A comunicação é a principal forma de se transmitir informações, sejam elas verbalizadas ou não, além
disso, ela tem a finalidade de promover interações sociais mais compreensíveis. A ação de se comunicar
é essencial para a vida humana, principalmente nas relações da sociedade.
Existem diversas formas de comunicação que fortalecem essa ligação e garantem a sobrevivência
humana, levando em conta todas as necessidades e fortalecendo o canal de interação entre emissores e
receptores.
Sendo assim, a comunicação é o processo de troca de informações entre um emissor e um receptor,
e um dos aspectos que pode interferir nesse processo é o código a ser utilizado, que deve ser
compreensível para ambos.
Os Tipos de Comunicação
A comunicação divide-se em dois tipos, verbal e não-verbal. A linguagem utilizada é a forma que o ser
humano encontrou para se relacionar com seus pares e com o mundo à sua volta. Este conjunto de
Neste sentido, destacam-se a comunicação verbal e não verbal, as quais veremos mais
detalhadamente a seguir:
Tipos de
O que é Vantagens Desvantagens
Comunicação
As palestras, os debates formais
entre duas pessoas ou em grupo
Comunicação Distorções da
e a rede informal de rumores são Rapidez e feedback.
Oral mensagem.
algumas formas comuns de
comunicação oral.
Engloba memorandos, cartas, e-
mails, transmissões de fax,
jornais internos, informativos em
Comunicação Consumo de tempo e
murais e qualquer outro meio Tangível e verificável.
Escrita ausência de feedback.
que use a linguagem escrita ou
simbólica para comunicar as
informações.
Complementa outras
É a linguagem corporal, que O erro de
formas de
inclui os movimentos do corpo, a interpretação da
Comunicação comunicação,
entonação ou ênfase dada às linguagem corporal e
Não oferecendo expressões
palavras e o distanciamento dos gestos pode
Verbal observáveis de
físico entre o emissor e o prejudicar a
emoções e
receptor. comunicação.
sentimentos.
Comunicação Verbal
Existem inúmeras formas de se trocar informações, ou seja, de se comunicar. Uma das mais eficazes
para o ser humano é a comunicação verbal, que ocorre quando um grupo de indivíduos com interesses
comuns ou correlatos se reúne.
A comunicação verbal é composta pela palavra, e tem duas formas de se realizar: a comunicação oral
onde predominam as ordens, os pedidos, as conversas, entre outras., e a comunicação escrita, como é
o caso das cartas, dos telegramas, dos cartazes, dos livros, jornais ou revistas.
Portanto, a comunicação verbal compreende qualquer forma de expressão falada ou escrita. Esta
manifestação, feita por meio de palavras, se dá em todos os ambientes em que estamos inseridos e é
fundamental para as relações humanas. Seja no trabalho, em família ou na sociedade, manifestamos
nossos pensamentos e interesses por meio da forma como nos expressamos verbalmente, e isso diz
muito sobre a nossa personalidade.
Esse tipo de comunicação exterioriza o ser social e a não verbal o ser psicológico, sendo sua principal
função a demonstração dos sentimentos. Em geral, é atribuída maior relevância à comunicação verbal,
expressa pela linguagem falada ou escrita, entretanto, o homo sapiens sempre se comunicou mesmo que
através de grunhidos e gesticulações.
A Comunicação Oral
Em reuniões sociais, sejam elas formais ou informais, as informações são trocadas através da
comunicação oral, a mais importante para a transmissão das ideias. Existe a oportunidade de aprofundar
os detalhes de maior interesse relacionados à informação oferecida, bem como a possibilidade de se
obter a repetição ou o detalhamento de uma informação não completamente entendida. Podem também
ser apresentadas observações ou pontos de vista capazes de enriquecer a informação inicial, tornando-
a mais clara, concisa e completa.
O desembaraço na conversa informal do dia a dia, pouco tem a ver com o desempenho na
comunicação verbal, como forma de intercambiar informações. É difícil para a maioria dos profissionais
de qualquer área, utilizar adequadamente essa potente modalidade de comunicação. Isto é consequência
do simples fato de que a formação e o treinamento das pessoas são incompletos. Nós não somos
ensinados a organizar e registrar o nosso trabalho diário, analisá-lo criticamente, tirar conclusões e discuti-
las de forma ordenada.
De um modo geral, as pessoas evitam falar em público, por uma série de razões, como vergonha,
medo de enfrentar a audiência, medo de não saber responder a alguma pergunta, receio de parecer
ridículo ou de dizer besteiras, etc.
Essas razões, contudo, não tem o menor fundamento, elas apenas servem para esconder a única e
real razão que é a falta de treino ou de familiaridade com a comunicação oral. É perfeitamente normal
que algumas pessoas pareçam mais naturais ou à vontade do que outras, ao falar em grupo. A diferença,
nisso reside apenas no quanto uns conseguem desligar dos falsos e infundados receios e concentrar-se
na comunicação.
A Comunicação Escrita
A leitura, por mais atenta que possa ser, não tem o poder de transmissão da informação que a
comunicação verbal tem. Na leitura, o autor é desconhecido ou distante, a sua ideia nem sempre é
claramente entendida e, mais importante, não existe a possibilidade do diálogo. A transmissão da
informação é passiva. A comunicação verbal oral, ao contrário é mais poderosa e versátil.
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje predomina, nas organizações burocráticas que
seguem os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max Weber.
9 BIRDWHISTELL, R.L. Kinesics and context: essays on body motion communication. 4.ed. Philadelphia: UPP (University of Pensylvania Press), 1985.
10 Efêmera é uma matéria impressa ou escrita, que não é feita com a intencionalidade de ser guardada ou preservada por longo período. A palavra deriva do
grego, significando coisas que não duram mais do que um dia.
A comunicação verbal serve para transmitir informações entre indivíduos, tendo estas informações um
caráter informativo, ela exerce fascínio sobre a humanidade desde seus primórdios, pois envolve todas
as manifestações de comportamento não expressas por palavras.
Ao contrário da comunicação verbal, na comunicação não verbal não se utiliza do vocábulo, das
palavras para se comunicar, o objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se quer dizer ou o
que se está pensando, mas se utilizar de outros meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos,
objetos, cores, ou seja, dos signos visuais.
Assim sendo, o semáforo, o apito do juiz numa partida de futebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo,
uma dança, o aviso de “não fume” ou de “silêncio” (por figuras), o bocejo, a identificação de “feminino” e
“masculino” através de figuras na porta do banheiro, as placas de trânsito, tudo isso representa exemplos
de comunicação não verbal.
Organização Espacial: é a distância que separa o emissor do receptor e se acha determinada por um
conjunto de regras que refletem a mensagem e as interações dos interlocutores. O espaço é
convencionado por todo um sistema de sinais que varia conforme os grupos sociais e culturais. A distância
é um grau regulador de intimidade na relação dos interlocutores, ela exerce influência na transmissão da
informação pela utilização de diversos canais.
Localização: a localização é um indicador do tipo de relação que a pessoa deseja ter com seu
interlocutor, ela também modula a mensagem transmitida e indica status privilegiado, e também que estas
pessoas gostariam ou detém um certo prazer no grupo.
A mímica: as mímicas são os “gestos do rosto”. Um observador pode ver no rosto informações sobre
a personalidade e a história de seu interlocutor, mas isso gera também muitos erros. As mímicas são
específicas do meio social, da região em que a pessoa foi educada. Por exemplo, é comum o japonês
sorrir quando está embaraçado, enquanto no brasileiro o sorrir é uma manifestação comum de alegria.
O olhar: a expressão do olhar é tão variada e difícil de controlar que é também difícil dominar as
intenções mais ocultas. O olhar parece ter dupla função:
1. Indica a quem se dirige a comunicação.
2. Constitui um indício da atenção dada.
Não existe interação na comunicação sem troca de olhar, o contato com os olhos marca a interação
intensa. Um exemplo de interação feito com o do olhar é o do vendedor frente a seus clientes. Ele fixa o
olhar no seu cliente submetendo a este uma condição de submissão na comunicação.
O código verbal possui o objetivo de transmitir um conteúdo de valor informativo, já o código não verbal
é quase sempre utilizado para manter a relação interpessoal.
Se houver concordância entre elas, o impacto da mensagem é mais forte e a recepção é melhor.
Se houver discordância entre elas, ocorre uma desorientação do receptor, o sentido da mensagem é
alterado e o conteúdo se torna preponderante.
Exemplo: uma pessoa ao dar um abraço numa criança demonstrando afeto por ela ao mesmo tempo
que a chama de querida e meiga, fortalece a mensagem. O mesmo não ocorre se, ao dar o abraço, a
pessoa chama a criança de chata. Para a criança, o abraço será mais significativo e ela fará uma distorção
da palavra chata.
Classificação 2: segundo o órgão sensorial usado pelo receptor para capturar a mensagem, existe,
naturalmente, 5 categorias de comunicação humana:
- Comunicação visual: sinalização de trânsito, rodoviária, ferroviária, marítima, aeroviária, escrita,
gestos, desenho, propaganda, fotografia, pintura, escultura.
- Comunicação sonora (ou auditiva): fala, música, cornetas, apitos, sinos, buzinas, alarmes,
aplausos, gritos, vaias.
- Comunicação tátil: escrita braile, aperto de mãos, abraços, beijos.
- Comunicação olfativa: odores (perfume) na função de mensagens. É mais usada pelos animais.
- Comunicação gustativa: sabores como mensagens (oferecer à namorada bombons de chocolate
prediletos).
A sonora é a mais prática, econômica e fácil. Especialmente por meio da fala, que não requer
instrumento artificial algum, utiliza apenas o aparelho vocal humano. Mais vantajosa mesmo, no entanto,
é a combinação da comunicação visual com a sonora, para forma a poderosa comunicação audiovisual
(cinema, TV, show).
Classificação 5: para que haja comunicação, evidentemente não é preciso que o receptor responda
ao emissor, ou seja, que exista uma troca de mensagens. Você pode mandar uma carta, um e-mail, e
não obter resposta.
Quando a comunicação é de mão única, ou pelo menos quando o emissor emite muito mais do que
recebe (um general falando à tropa) temos a comunicação unidirecional. Pelo contrário, a comunicação
bidirecional é aquela de mão dupla, em que a participação do emissor e do receptor é mais ou menos
equivalente (conversa, reunião, debate).
Questões
01. (CORE/BA - Auxiliar Administrativo III - Dédalus Concursos/2018) A comunicação pode dar-se
de modo verbal ou não verbal. Assinale a alternativa que indica um exemplo de comunicação verbal:
(A) Tom da voz.
(B) Gestos.
(C) Transmissão de mensagens.
(D)Ritmo da fala.
02. (IPT/SP - Secretária - VUNESP) Para realizar um ato comunicativo, o ser humano pode empregar
duas formas de comunicação: verbal ou não verbal. A verbal compreende a comunicação
(A) analógica e digital.
(B) visual e organizacional.
(C) gestual e pictórica.
(D) oral e escrita.
(E) oficial e empresarial.
04. (PC/MG - Técnico Assistente da Polícia Civil - FUMARC) São exemplos de meios de
comunicação, EXCETO:
(A) oral.
(B) escrita.
(C) linguagem corporal.
(D) impressões assertivas.
05. (Prefeitura de Canavieira/PI - Auxiliar de Serviços Gerais - IMA) O uso de gestos, expressões
faciais, movimentos das mãos caracterizam o tipo de comunicação:
(A) Verbal.
(B) Não-verbal.
06. (SERGAS - Assistente Administrativo – FCC) São facilitadores da comunicação NÃO verbal
eficaz:
(A) Sorrir espontaneamente, falar e escutar olhando para o outro.
(B) Apontar o dedo indicador e manter os braços cruzados.
(C) Bocejar e sorrir espontaneamente.
(D) Apoiar a cabeça nas mãos e falar e escutar sem olhar para o outro.
(E) Olhar constantemente para o relógio e bocejar
07. (UFMT - Assistente em Administração - UFMT) Os debates formais, em congressos, entre duas
pessoas ou grupos caracterizam-se como comunicação
(A) escrita.
(B) não verbal.
(C) oral.
(D) organizacional.
08. (Colégio Pedro II - Auxiliar de Administração - INSTITUTO AOCP) Existem dois tipos de
comunicação, a “verbal” e não “verbal”. Assinale a alternativa que apresenta aqueles que representam
comunicação “verbal”.
(A) Cartas, jornais, impressos.
(B) Revistas, cartazes, entre outros.
(C) Realiza-se por meio de gestos e expressões faciais e corporais.
(D) Realiza-se por meio de gestos e expressões corporais e ordens.
(E) Ordens, pedidos, debates, discussões, tanto face a face quanto por telefone.
Sobre comunicação verbal e não verbal, assinale a alternativa em que todas as afirmativas estão
CORRETAS:
I. Uma conversa por telefone é considerada uma forma de comunicação verbal.
II. A mímica é uma forma de comunicação não verbal.
III. Uma discussão, quando vista pela televisão, é considerada uma forma de comunicação não verbal.
IV. Em revistas, não há formas de comunicação não verbal.
V. Um ato como coçar a cabeça não pode ser considerado uma forma de comunicação nem verbal
nem não verbal.
10. (IF/GO - Auxiliar em Administração - CS-UFG) A comunicação não verbal, conhecida como
linguagem por atos, consiste
(A) na utilização de itens físicos que transmitem mensagens.
(B) em movimentos corporais que não são especificamente destinados a substituir palavras, mas
transmitem significados.
(C) no tom de voz utilizado para se fazer ser ouvido.
(D) na forma como o receptor transmite ao emissor a resposta à mensagem enviada.
Gabarito
01.C / 02.D / 03.A / 04.D / 05.B / 06.A / 07.C / 08.E / 09.C / 10.B
02. Resposta: D
A comunicação verbal compreende qualquer forma de expressão falada ou escrita.
03. Resposta: A
A paralinguagem é um conceito que se aplica às modalidades da voz (modificações de altura,
intensidade, ritmo, pausas na fala) que fornecem informações sobre o estado afetivo do locutor e ainda
outras emissões vocais tais como o bocejo, o riso, o grito, a tosse. Assim, o tom de voz e a maneira de
falar é uma paralinguagem.
04. Resposta: D
Esta é simples, basta ir por eliminação, mesmo que não sabe o que é impressão assertiva. Até por
que a linguagem oral e escrita são chamadas de linguagem verbal e a linguagem corporal está inclusa
nos tipos de linguagem não-verbal.
05. Resposta: B
A comunicação não verbal realiza-se por meio de gestos, mímicas, olhar, expressão facial e corporal,
que podem reforçar ou contradizer o que está sendo dito.
06. Resposta: A
Aqui ele diz que tanto ao falar quanto ao escutar, facilita a comunicação olhar nos olhos do outro. É
necessário prestar atenção ao outro. Dá para eliminar as demais alternativas por exclusão óbvia também.
07. Resposta: C
As palestras, os debates formais entre duas pessoas ou em grupo e a rede informal de rumores são
algumas formas comuns de comunicação oral.
08. Resposta: E
Os itens citados na alternativa “E” tratam-se da comunicação verbal (mais especificamente da oral) as
quais permitem que as informações sejam tendo a oportunidade de aprofundar os detalhes de maior
interesse relacionados à informação oferecida, bem como a possibilidade de se obter a repetição ou o
detalhamento de uma informação não completamente entendida.
09. Resposta: C
Vamos explicar a seguir as alternativas erradas:
III - Imagine que esteja assistindo uma novela na televisão. Você verá um festival de representações
de comunicação verbal e não verbal
IV - Em revistas pode haver formas de comunicação não verbal. Uma charge, uma foto ou figura utiliza-
se de comunicação não verbal.
V - Coçar a cabeça pode representar um gesto não verbal quando expressa algo. Ex: A pessoa não
está entendendo algo, então coça a cabeça. A linguagem corporal (gestos) é uma comunicação não
verbal.
10. Resposta: B
A comunicação não-verbal exerce fascínio sobre a humanidade desde seus primórdios, pois envolve
todas as manifestações de comportamento não expressas por palavras, como os gestos, expressões
faciais, orientações do corpo, as posturas, a relação de distância entre os indivíduos e, ainda, organização
dos objetos no espaço. Pode ser observada na pintura, literatura, escultura, entre outras formas de
expressão humana.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou, simplesmente, Correios11, é uma empresa
pública federal responsável pela execução do sistema de envio e entrega de correspondências no Brasil.
O serviço postal brasileiro é regulado pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1998,
pelo Decreto-lei nº 509, de 1969 e pela Lei nº 6.538, de 1978.
São considerados serviços postais básicos o recebimento e a entrega de carta e cartão postal, simples
ou registrados, sem valor declarado; impresso simples ou registrado, sem valor declarado; e encomenda
não urgente, sem valor declarado. Considera-se, ainda, serviço postal básico a ser prestado pela ECT, o
serviço de telegrama, onde houver infraestrutura de telecomunicações requerida à sua execução.
Nos anos que se seguiram, vários serviços foram sendo incorporados ao portfólio da empresa. Além
dos tradicionais serviços de cartas, malotes, selos e telegramas, entre os novos serviços podem ser
destacados os pertencentes à família SEDEX, serviço de encomendas expressas. Ao todo são mais de
cem produtos e serviços oferecidos pela maior empregadora do Brasil.
A ECT é a única empresa a estar presente em todos os municípios do país, com uma vasta rede de
unidades próprias e franqueadas.
Carta nacional via internet: é o serviço por meio do qual você pode remeter diretamente através da
web, de seu desktop, cartas registradas. Próprio para mensagens em texto, o serviço poderá ser utilizado
em qualquer dia e a qualquer hora. Disponível em todo o território nacional tanto para pessoas físicas
quanto para pessoas jurídicas com ou sem contrato.
Como funciona: você envia sua mensagem via internet. No Centro de Digitalização e Produção de
Objetos Postais-CDIP, a ECT recebe a mensagem, imprime e envelopa. Após devidamente
acondicionado, a carta será entregue pelo Carteiro ao destinatário, obedecendo os mesmos padrões do
serviço convencional de carta dos Correios. Tudo será automático, sem a intermediação humana durante
o processo de recepção, o que confere total confidencialidade ao conteúdo da mensagem.
Prazo previsto de entrega: as cartas postadas via Internet possuem os mesmos prazos de entrega de
cartas registradas postadas nas agências dos Correios das capitais do País. Para entrega de Cartas Via
Internet encaminhadas após as 16 horas, será acrescentado 1 dia ao prazo de entrega.
Carta não comercial: é o serviço de correspondência, postado especialmente por pessoas físicas em
todo o território nacional.
Carta social: serviço Postal prestado pelos Correios com o objetivo de facilitar o acesso da população
aos serviços postais. O serviço está regulamentado pela Portaria nº 469, de 16 de novembro de 2012, do
Ministério das Comunicações. É voltada para pessoa física participante do Programa Bolsa Família ou
seu dependente (s). E, ainda, pessoa presa, brasileira ou estrangeira, custodiada em qualquer parte do
11
http://www.correios.com.br/sobre-correios
12
http://www.correios.com.br/para-voce
Carta comercial: é o serviço de correspondência postado por pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos. A Carta Comercial é o serviço mais difundido entre os Órgãos de governo, muito utilizado na
postagem de documentos importantes, que possuem urgência na entrega, com sigilo, integridade e
confiabilidade, benefícios garantidos em Lei e assegurados exclusivamente pelos Correios.
Carta registrada: as cartas registradas são aquelas que nos garantem a sua chegada ao destinatário
e são muito úteis quando precisamos mandar algo muito importante. Além disso, este tipo de envio
acelera a entrega da carta registrada e permite-nos saber sempre qual é o estado do envio. Caso não
seja possível entregar a carta à pessoa que deve recebê-la, ela será devolvida ao remetente.
Carta mundial via internet: é o serviço internacional para envio de mensagem de texto por meio de
um computador que esteja conectado à internet. O Correio brasileiro faz a impressão, o envelopamento
e o encaminhamento por via postal para o país de destino.
Mão Própria (MP): é o serviço opcional pelo qual o remetente recebe a garantia de que o objeto, por
ele postado sob registro, será entregue somente ao próprio destinatário, através da confirmação de sua
identidade.
Valor Declarado (VD): é o serviço adicional pelo qual o cliente declara o valor de um objeto postado
sob registro, para fins de ressarcimento, em caso de extravio ou espoliação.
O serviço prevê a indenização no montante declarado, proporcional ao dano (parcial ou total) do
conteúdo. O seguro é oferecido mediante o recolhimento de 1% do valor declarado.
Telegramas: os telegramas são mensagens urgentes e confidenciais transmitidas pela internet ou por
outro meio eletrônico para o local em que a mensagem será impressa e auto envelopada para entrega no
endereço do destinatário. Entre as formas de envio, tem-se:
- Via internet;
- Via SPE (O Sistema de Postagem Eletrônica - ferramenta que tem como objetivo oferecer a você
cliente dos correios comodidade e agilidade na elaboração e postagem de telegramas e cartas nacionais
e internacionais por meio da Internet);
- Em uma agência;
- Na Central de Atendimento ao Cliente (CAC).
Todo Impresso deverá ser acondicionado e fechado, pelo remetente, em embalagem que resista ao
peso, à forma e à natureza do conteúdo, bem como às condições de transporte.
O cliente poderá utilizar as caixas comercializadas pelos Correios ou suas próprias caixas, pacotes e
rolos, desde que estejam embrulhados com papel liso e resistente e sejam confeccionadas em um dos
seguintes materiais: papel, plástico, isopor, madeira ou metal.
Quando o Impresso for postado fechado, na embalagem deverá constar a seguinte informação:
“Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT”.
SEDEX 10: é o serviço de remessa expressa de documentos e mercadorias com entrega garantida
até às 10 horas do dia útil seguinte ao da postagem.
SEDEX hoje: é o serviço de remessa expressa de documentos e mercadorias com entrega garantida
no mesmo dia da postagem.
O serviço SEDEX Hoje possui os mesmos serviços adicionais do SEDEX 10, com exceção do serviço
de “Logística Reversa”.
SEDEX a cobrar: é uma modalidade de serviço de Encomenda Expressa dos Correios. O SEDEX a
cobrar tem as seguintes características:
a) o remetente paga toda a despesa postal e serviços adicionais que queira agregar (AR, MP, Valor
Declarado), no ato da postagem;
b) é preenchido um Vale Postal referente ao valor que será restituído. O destinatário pagará esse valor
à vista para retirar o SEDEX e, então, o vale postal retorna ao remetente.
SEDEX internacional (EMS): é o serviço internacional para envio de mercadorias com prioridade
máxima de tratamento, encaminhamento e entrega.
SEDEX mundi: é o serviço internacional expresso para o envio de documentos com prioridade no
tratamento, encaminhamento superior ao do EMS e garantia do prazo de entrega.
SEDEX 12: tem garantia de entrega até às 12h do dia útil seguinte ao da postagem. Esses serviços
estão disponíveis para localidades específicas.
Coleta com frequência programada: serviço de coleta domiciliar, realizada em dias e horários
previamente estabelecidos com as unidades operacionais de relacionamento do cliente e nas localidades
que apresentam viabilidade operacional. Serviço oferecido exclusivamente aos clientes de contrato;
Disque coleta: serviço de coleta domiciliar não programada, solicitada eventualmente via internet ou
via CAC – Central de Atendimento dos Correios. As localidades atendidas pelo serviço podem ser
consultadas no site dos Correios;
Mão Própria (MP): serviço que garante a entrega da encomenda exclusivamente à pessoa indicada
pelo remetente;
Valor Declarado (VD): serviço que garante o valor real do objeto postado sob registro em caso
eventual de avaria ou extravio. O serviço prevê a indenização no valor declarado, proporcional ao dano
(parcial ou total) do conteúdo.
Malote
É o serviço de coleta, transporte e entrega de correspondência agrupada exclusivo dos Correios.
Correspondência agrupada é a reunião, em volume, de objetos da mesma ou de diversas naturezas,
quando, pelo menos, um deles for sujeito ao monopólio postal, remetidos a pessoas jurídicas de direito
público ou privado e/ou suas agências, filiais ou representantes (Artigo 47, Lei 6.538/78).
PAC
PAC é o serviço de encomenda da linha econômica para o envio exclusivo de mercadoria. O serviço
de Encomenda PAC possui cobertura nacional.
A postagem pode ser realizada em dias úteis de segunda-feira a sábado, nas agências credenciadas
ou através de coleta domiciliar.
a) Cliente avulso: pagamento à vista;
b) Cliente com contrato: com faturamento mensal.
O horário limite de postagem para encaminhamento no mesmo dia varia de acordo com a localidade
e a agência, devendo sempre ser confirmado na própria unidade no momento da postagem.
Para remessas efetuadas após o horário limite de postagem da agência, o prazo previsto de entrega
será acrescido em 1 (um) dia útil.
O cliente de contrato pode postar suas encomendas de forma individualizada ou agrupada. Já o cliente
sem contrato somente pode postar suas encomendas de forma individualizada.
Reembolso Postal
Serviço de encomenda da linha econômica para o envio de mercadorias em que o remetente estipula
o valor a ser cobrado do destinatário.
O serviço público postal vinha sendo explorado pela ECT sem maiores questionamentos quando as
mudanças decorrentes do progresso tecnológico acerca de conexões digitais globais com uso de novas
tecnologias de informação e comunicação mudaram o comportamento dos consumidores e da própria
sociedade que produziram um cenário econômico do setor muito diferente do tradicional serviço público
postal.
Os fatores tecnológicos e de internacionalização da sociedade induziram forte crescimento econômico
e do comércio internacional mudando a estrutura das operações postais principalmente quanto ao declínio
das correspondências em suporte de papel e o aumento do número do transporte de encomendas
acompanhando o desenvolvimento do e-commerce.
Houve um aumento considerado de transportadores que realizam o envio e entrega de bens de
consumo comprados por meio digital, surgindo assim novos meios de entrega e de serviços ligados ao
serviço público postal, sobretudo nos segmentos de encomenda, logística e financeiro, que começaram
a ser explorados pelo setor privado da economia. Esta nova condição do setor começou a gerar pressões
sobre o marco constitucional do serviço postal brasileiro dentro de um contexto mais amplo do sistema
de acumulação.
A principal contestação era acerca dos limites do monopólio estatal sobre o serviço público postal para
que pudessem ser explorados outras atividades econômicas correlatas, ou mesmo sobre a perpetuação
do interesse público de atribuir tal tarefa exclusivamente ao Estado.
Questões
02. (SAAE/SP - Auxiliar Administrativo - VUNESP) O trabalho diário com correspondências obriga
o profissional responsável a reconhecer a denominação das siglas pertinentes, tais como SEDEX, que
significa
(A) Serviço de Despacho Expresso.
(B) Serviço de Encomenda Externa.
(C) Serviço de Envio para o Exterior.
(D) Serviço de Encomenda Expressa.
(E) Serviço de Documentos Exclusivos.
05. (SAAE/SP - Auxiliar Administrativo - VUNESP) O trabalho diário com correspondências obriga
o profissional responsável a reconhecer a denominação das siglas pertinentes, tais como SEDEX, que
significa
(A) Serviço de Despacho Expresso.
(B) Serviço de Encomenda Externa.
(C) Serviço de Envio para o Exterior.
(D) Serviço de Encomenda Expressa.
(E) Serviço de Documentos Exclusivos.
Gabarito
01. Resposta: C
MÃO PRÓPRIA: É o serviço adicional pelo qual o remetente recebe a garantia de que o objeto, por ele
postado sob Registro, será entregue somente ao próprio destinatário, através da confirmação de sua
identidade.
REGISTRO: Cadastro dos dados básicos do documento em um sistema de controle ou ficha de
protocolo. O registro dos documentos que chegam a um órgão público deve ser feito no setor de protocolo
e consiste na reprodução dos dados do documento destinada a controlar a movimentação e fornecer
dados de suas características fundamentais aos interessados.
MALOTE: A forma de envio de documentos, processos e/ou correspondências de um protocolo para
o protocolo central de outra unidade.
02. Resposta: D
O SEDEX (Serviço de Encomenda Expressa Nacional) é um serviço da Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos de despacho expresso de documentos e encomendas.
03. Resposta: D
Trata-se do serviço de transferências financeiras Nacionais e Internacionais.
04. Resposta: D
O SEDEX não é um serviço econômico, assim eliminamos “a”, “b” e “c”. Então, sobram duas
alternativas. O PAC também é um serviço de linha econômica, porém não oferece reembolso ao
destinatário. Sobra então o Reembolso Postal, o qual possui a exata definição trazida pelo enunciado da
questão.
05. Resposta: D
O SEDEX (Serviço de Encomenda Expressa Nacional) é um serviço da Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos de despacho expresso de documentos e encomendas.
Recebimento
Importante: Não será recebido o documento que desatenta a qualquer dos requisitos enumerados
anteriormente. Aquele que indevidamente o for, será devolvido ao remetente.
A seguir, há um modelo de envelope padrão, que possui todas as informações necessárias à sua
completa identificação quanto à origem e destino.
No caso de não localização do destinatário, o envelope receberá o carimbo "devolução de
correspondência”, devendo ser devolvido ao remetente.
Atenção: Toda documentação que der entrada no protocolo deve ser registrada no relógio-datador
antes de sua inserção no Sistema para comprovar o momento de seu recebimento e possibilitar uma
posterior conferência.
É importante ressaltar que documentos oficiais estão destinados ao cargo do destinatário e não à
pessoa que o ocupa. Portanto, quando um documento oficial for encaminhado a um destinatário que não
ocupe mais o cargo, deverá ser aberto para as providências cabíveis.
Recibo
Triagem
A triagem consiste na verificação prévia de toda documentação que será protocolada (já registrada no
relógio-datador, conforme orientação anterior), separada e cadastrada.
Após verificação das informações nos envelopes, verifica-se a possibilidade de abertura dos
mesmos.
Lembre-se que NÃO podem ser abertos:
Correspondência particular;
Correspondência, processo ou documento confidencial;
Correspondência, processo ou documento de caráter licitatório.
Prazos
Verificar os documentos e processos que possuem prazos e são urgentes. Os documentos e
processos de caráter urgente terão tratamento preferencial, com encaminhamento imediato.
No caso de Protocolo Central Unificado – PCU, separar os documentos e processos por Unidade
Protocolizadora – (NUP).
Por medida de segurança e para fins comprobatórios, os envelopes devem ser guardados agrupados
por data de recebimento e guardados por um período de trinta dias.
Após o recebimento da documentação, independente da forma de entrega, deve ser feito o registro de
seu conteúdo no Sistema, caso exista um. O cadastramento consiste na inserção dos dados do
documento, com o objetivo de controlar a movimentação de documentos e processos, fornecer dados de
suas características fundamentais aos interessados e permitir sua localização quando necessário.
O cadastramento é primordial para viabilizar todas as ações e decisões que deverão ser tomadas a
partir das informações contidas no documento. Por isso, deve ser feito com atenção de maneira a extrair,
de forma clara e precisa, os elementos necessários à sua identificação inequívoca. Deve ser dada espe-
cial atenção aos documentos recebidos que não contenham NUP, realizando pesquisa de antecedentes
antes de proceder ao registro no Sistema, para evitar a duplicidade de informações e transtornos advindos
de tramitações equivocadas.
De acordo com a Portaria Normativa nº 3/2003 do MPOG, deve ser atribuída numeração única de
processos aos órgãos da Presidência da República, Ministérios, autarquias e fundações federais.
O NUP visa à integridade do número conferido ao documento ou processo, sendo atribuído aos
documentos e processos na unidade protocolizadora de origem. O NUP é constituído de quinze dígitos,
acrescidos mais dois dígitos de verificação (DV). Todos os documentos e processos recebidos e
expedidos pelas unidades protocolizadoras devem receber uma numeração.
0 0 0 0 0 . 0 0 0 0 0 0 / 0 0 0 0 - 0 0
1º grupo 2º grupo 3º grupo 4º grupo
Refere-se ao código numérico Determina o registro Indica o ano de Digito verificador
atribuído a cada unidade sequencial dos processos formação do que garante
protocolizadora; identifica o e documentos processo ou unicidade ao
órgão de origem do processo. cadastrados. É reiniciado documento. número gerado.
a cada ano.
Quadro: Estrutura do número único de processo e documento.
Tabela de Unidades
Para utilização da sistemática de numeração única de processo, os órgãos integrantes do Sistema de
Serviços Gerais (SISG) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG devem obedecer
às faixas numéricas de codificação de unidades protocolizadoras definidas pela Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação do MPOG. As unidades da AGU receberão numeração entre as faixas
numéricas de 00400 a 00599.
Cadastramento de Unidades
Quando uma nova unidade inicia suas atividades, é necessário atribuir um código de unidade
protocolizadora (cinco dígitos iniciais da NUP). A solicitação de criação de NUP, bem como a inserção da
nova unidade no Sistema deve ser feita formalmente pelo chefe da unidade à Coordenação-Geral de
Documentação e Informação. A atribuição é feita pelo SISG do MPOG.
NUP Externo
Os processos oriundos de órgãos da Administração Federal Direta, Autarquias e Fundações, manterão
em seu cadastramento e sua tramitação, o mesmo número recebido no órgão de origem, vedada assim,
atribuição de nova numeração. No caso de retorno de documentos ou processos já cadastrados, será
atribuída numeração ao novo documento que encaminha o documento ou processo (Portaria Normativa
nº 03/ 2003, do MPOG), fazendo a referência a qual documento anterior se refere a resposta ou
consideração.
NUP Interno
O NUP gerado pelo Sistema no ato do cadastramento deve ser transcrito na parte superior direita da
primeira folha de cada documento ou peça de processo, por meio de carimbo ou transcrição manual com
letra legível. Cada unidade deve providenciar a confecção de carimbo próprio, identificando sua Unidade.
Exemplo de carimbo:
Os espaços reservados para o NUP, data e hora deverão ser preenchidos à caneta esferográfica, com
letra legível.
Expedição
Mensageria Interna
A distribuição de documentos e processos no âmbito das Unidades é de responsabilidade de cada
apoio dos setores.
Os documentos e processos a serem expedidos via mensageria interna não necessitam estar
envelopados, apenas encaminhados com a identificação da unidade, setor ou autoridade a que se
destinam.
Atenção: O uso de envelopes para distribuição interna de documentos e processos não é obrigatório.
Recomenda-se a utilização de envelopes quando for necessária a guarda e proteção de documentos e
processos.
Mensageria Externa
Os documentos a serem expedidos via mensageria externa necessitam estar envelopados, e
encaminhados com o respectivo recibo para identificação da unidade, setor ou órgão a que se destinam.
No caso de processos, caso sejam sigilosos devem estar envelopados.
Malote
Tal como no serviço de mensageria, os documentos e processos a serem expedidos via malote não
necessitam estar envelopados.
Atenção: O uso de envelopes para expedição de documentos e processos via malote não é
obrigatório. Recomenda-se a utilização de envelopes quando for necessária a guarda e proteção de
documentos e processos.
Os documentos e processos, ao serem encaminhados para expedição via Malote, deverão informar
(no próprio documento ou em lista a parte):
Identificação da unidade/setor e Estado a que se destina;
Espécie e número do documento;
Assunto do documento;
Remetente e destinatário do documento;
Os documentos, processos e correspondências a serem expedidos por Malote, deverão ser entregues
ao Setor de Expedição até 14hs do dia da coleta, para que sejam encaminhados no mesmo dia. A coleta
de malotes pelos Correios é realizada a partir das 15hs. Os documentos e processos que forem
encaminhados após este horário serão expedidos na remessa seguinte.
Expedição de malotes
Os malotes deverão ser expedidos SEMPRE, mesmo vazios, evitando-se, dessa forma, que a troca
de malotes sofra solução de continuidade.
Atenção: Com o objetivo de se evitar a falta de malote quando do seu envio, deve-se enviá-lo sempre,
mesmo que vazio.
Atenção: O conteúdo no malote não pode exceder 10 Kg para o malote pequeno e 30 Kg para o
grande.
Caso seja necessário o envio de objetos que excedam a capacidade do malote, deve-se utilizar a
modalidade encomenda PAC ou Sedex, tomando-se o cuidado de embalar e identificar devidamente a
encomenda para evitar danos ou extravios.
As unidades emitentes devem informar ao setor de expedição qual a modalidade de encaminhamento,
pelo serviço dos Correios, para correspondências, documentos ou processos. Caso não seja informado,
o serviço de expedição definirá qual a modalidade de envio.
Questões
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
O Número Único de Protocolo (NUP) é o padrão oficial de numeração utilizada para controle dos
documentos, avulsos ou processos, produzidos ou recebidos pelos órgãos e entidades da Administração
Pública Federal. O NUP tem uma função de grande relevância, pois viabiliza a padronização na gestão
documental, desde a produção ao arquivamento dos documentos, assim como facilita as comunicações
entre as unidades administrativas dos órgãos e entidades ou destas com a sociedade, promovendo a
simplificação do acesso às informações sobre os documentos públicos federais.
02. Resposta: B
L6538 Art. 47 - Para os efeitos desta Lei, são adotadas as seguintes definições:
CARTA - objeto de correspondência, com ou sem envoltório, sob a forma de comunicação escrita, de
natureza administrativa, social, comercial, ou qualquer outra, que contenha informação de interesse
específico do destinatário.
CARTÃO-POSTAL - objeto de correspondência, de material consistente, sem envoltório, contendo
mensagem e endereço.
IMPRESSO - reprodução obtida sobre material de uso corrente na imprensa, editado em vários
exemplares idênticos.
CECOGRAMA - objeto de correspondência impresso em relevo, para uso dos cegos. Considera-se
também cecograma o material impresso para uso dos cegos.
PEQUENA ENCOMENDA - objeto de correspondência, com ou sem valor mercantil, com peso
limitado, remetido sem fins comerciais.
Contabilidade13 é a ciência que tem por objetivo o estudo das variações quantitativas e qualitativas
ocorridas no Patrimônio, no qual se traduz ao conjunto de bens, direitos e obrigações das entidades.
Através dele é fornecido o máximo de informações uteis para as tomadas de decisões, tanto dentro
quanto fora da empresa, estudando, interpretando, registrando e controlando o Patrimônio.
Todas as movimentações existentes no patrimônio de uma entidade são registradas pela
Contabilidade, que resume os fatos em forma de relatórios e entrega-os aos interessados em saber como
está indo a situação da empresa. É através destes relatórios que são analisados os resultados alcançados
e a partir daí são tomadas decisões em relação aos acontecimentos futuros. Sendo assim, a contabilidade
é a responsável pela escrituração (registro em livros próprios) e apuração destes resultados e é só através
dela que há condições para se apurar o lucro ou prejuízo em determinado período.
Posto isso, apresentaremos a seguir um resumo sobre a Contabilidade Geral e suas principais
ferramentas.
Livros Contábeis
Os livros contábeis obrigatórios em forma digital, como o Livro Diário e o Livro Razão, devem possuir
as seguintes formalidades extrínsecas:
- Devem ser assinados digitalmente pela entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente
habilitado;
- Devem ser autenticados no registro público competente (exemplo: Juntas Comerciais).
Livro Diário
No Livro Diário devem ser registradas, em ordem cronológica rigorosa, com individualização, clareza
e referência ao documento comprobatório do lançamento, todas as operações ocorridas na entidade e
quaisquer outros fatos que provoquem variação patrimoniais.
As principais características do livro Diário são: obrigatório (exigido pelo Código Civil); principal
(registra todos os fatos contábeis); comum (para todas as empresas) e cronológico (fatos contábeis
registrados em ordem cronológica).
As demonstrações contábeis devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as
assinaturas do titular ou de representante legal da entidade e do profissional da contabilidade legalmente
habilitado.
Livro Razão
O Livro Razão registra, também, todos os fatos, só que dando ênfase às contas que compõem o
patrimônio. É esse livro que permite conhecer a movimentação de débito e crédito de cada elemento que
compõe o patrimônio da empresa
13
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/duvida1.php
Livro Caixa14
Esse é opcional para as empresas, com exceção daquelas tributadas pelo Simples Nacional. Mesmo
para as companhias não obrigadas, porém, o livro caixa pode ser uma boa e útil ferramenta de negócio,
principalmente na gestão do fluxo de caixa.
Isso porque ele registra entradas e saídas de forma simples, em ordem cronológica e sem a
consideração de partidas ou débito e crédito. Pelas informações que abrange, da forma como as organiza,
ele pode ser usado como auxiliar para o livro diário.
Para os empreendimentos obrigados, o livro caixa deve ser elaborado com os termos de abertura e
encerramento munidos das mesmas informações, assinaturas e autenticação referentes ao livro diário.
Livros Auxiliares
Livro Inventário: tem a finalidade de registrar os bens de consumo, as mercadorias, as matérias-
primas e outros materiais que se achem estocados nas datas em que forem levantados os balanços.
No Livro de Inventário deverão ser arrolados, com especificações que facilitem sua identificação, as
mercadorias, os produtos manufaturados, as matérias-primas, os produtos em fabricação e os bens em
almoxarifado existentes na data do balanço patrimonial levantado ao fim da cada período de apuração
(Lei 154/47, artigo 2°, § 2°, e Lei 6.404/1976, artigo 183, inciso II, e 8.541/1992, artigo 3°).
Livro Registro de Duplicatas: foi estabelecido pelo artigo 19 da Lei 5.474/1968, sendo obrigatório
para o vendedor que efetuar vendas com prazo de pagamento igual ou superior a 30 (trinta) dias.
No Registro de Duplicatas serão escrituradas, cronologicamente, todas as duplicatas emitidas, com o
número de ordem, data e valor das faturas originárias e data de sua expedição; nome e domicílio do
comprador; anotações das reformas; prorrogações e outras circunstâncias necessárias.
Livro de Registro de Prestação de Serviços: esse livro é obrigatório perante o fisco municipal,
podendo ser utilizado como auxiliar do Diário, pois nele registram-se todas as operações de serviços,
individualizando as respectivas Notas Fiscais em ordem cronológica.
14
https://blog.sage.com.br/livros-contabeis-o-que-sao-e-para-que-servem-2/
15
Idem 2.
Lançamento contábil16 é a forma como a Contabilidade registra os fatos que afetam (ou que possam
vir a afetar) o patrimônio da empresa.
A estrutura do lançamento tem por alicerce o secular método das "partidas dobradas", segundo o qual
todo débito corresponde a um crédito de mesmo valor, ou seja: em todo lançamento contábil são utilizadas
no mínimo duas contas - uma para débito, outra para crédito do mesmo valor.
Dissemos "no mínimo" porque há inúmeros casos em que o lançamento contém, por exemplo, uma
conta a débito e duas a crédito.
Mas, nesse caso, a soma das duas contas creditadas será sempre exatamente igual ao valor lançado
na conta debitada. O método das partidas dobradas é a razão pela qual, na Contabilidade, a soma de
todos os valores debitados é sempre igual à soma de todos os valores creditados.
E é também por isso que, no Balanço Patrimonial, o total do Ativo é sempre igual ao total do Passivo.
No dia-a-dia das empresas ocorrem operações17 simples (como o pagamento de uma conta de
consumo de energia elétrica no prazo) e outras bem mais complexas, que envolvem lançamentos mais
sofisticados (por exemplo: pagamento, com juros, de duplicata, parte em dinheiro e parte mediante
emissão de cheque).
Para registrar qualquer fato contábil existem quatro fórmulas (ou modalidades) de lançamentos, a
saber:
1ª fórmula: caracteriza-se pela simplicidade. Requer uma conta devedora e uma conta credora e pode
ser assim representada (pagamento de duplicata de fornecedor, no prazo)
2ª fórmula: modalidade de lançamento de complexidade intermediária, que requer uma conta devedora
e duas ou mais contas credoras.
3ª fórmula: igualmente de complexidade intermediária, esta fórmula requer duas ou mais contas
devedoras e apenas uma credora.
4ª fórmula: menos usual e mais complexa do que as anteriores, requer duas ou mais contas devedoras
e duas ou mais contas credoras
Débito e Crédito18
As palavras Débito e Crédito, na linguagem contábil, têm significados muito diferentes daqueles da
linguagem cotidiana.
É errado associar o débito e o crédito da contabilidade, com “subtração” e “adição” do financeiro. O
correto é associá-los aos termos Destino e Origem, respectivamente, pois:
- Debitar: significa anotar na coluna do Débito de uma conta, para aumentar o seu valor (se a conta
representa um Bem ou um Direito), ou para diminuir seu valor (se a conta representa uma obrigação).
- Creditar: significa registrar uma importância na coluna de Crédito de uma conta, para aumentar seu
valor (se a conta representa uma obrigação), ou para diminuir seu valor (se a conta representa um Bem
ou Direito).
2ª
Estoques
á Bancos
No primeiro caso, "D" e "C" significam débito e crédito, respectivamente. Já no segundo caso, o "a"
sinaliza crédito, sem a necessidade de colocar a letra "D" antes da conta Estoque. Tem-se por mais usada
a primeira opção.
Débito é a aplicação de recurso, enquanto Crédito é a origem do recurso aplicado. Ou seja, quando
um contador faz um lançamento a débito em uma conta, significa que o dinheiro, o bem ou o serviço
destina-se àquela conta. Agora, quando ele faz um lançamento a crédito em uma conta, significa que o
dinheiro, o bem ou o serviço teve origem naquela conta.
16
http://www.iob.com.br/noticiadb.asp?area=contabil¬icia=37114
17
http://teoriascontabeis.blogspot.com.br/2009/09/o-lancamento-contabil-e-forma-como.html
18
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/deb_cred.php
Se uma conta recebe algo ou assume o compromisso de entregar algo, é debitada. Se uma conta
entrega algo ou adquire o direito de receber algo, é creditada.
CONTAS NATUREZA AUMENTOS DIMINUIÇÕES
Ativo Devedora D C
Passivo Credora C D
Despesa Devedora D C
Receita Credora C D
Patrimônio Líquido Credora C D
Correção de Lançamentos19
A escrituração feita nos livros contábeis não deve conter intervalos em branco, entrelinhas, borrões,
rasuras, emendas ou transportes para as margens.
Entretanto, ao desenvolver suas atividades profissionais, o ser humano pode cometer enganos durante
o processo de escrituração. Estes erros podem ocorrer de diversas formas:
- Lançamento de valor incorreto;
- Borrões ou rasuras na escrituração;
- Espaço em branco;
- Lançamentos em duplicidade de valor;
- Inversão das contas;
- Erro na redação de histórico;
- Etc.
Quando os erros acontecem, eles devem ser declarados na escrituração mediante retificação através
de estorno, lançamento retificativo, lançamento complementar, lançamento de transferência ou ressalva
(por profissional qualificado).
Exemplo: A empresa Alfa adquiriu uma mesa para escritório do fornecedor ModelOffice no valor de
$4.000,00 e a pagará a prazo.
Lançamento efetuado:
D- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
C- Banco - $4.000,00
H.: Vlr referente aquisição de mesa p/ escritório, conforme NF nº589 do Fornecedor Model Office.
Estorno total:
D- Banco - $4.000,00
C- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
H.: Vlr referente estorno do lançamento feito em xx/xx/20x1, referente compra de uma mesa para
escritório.
Lançamento correto:
D- Móveis e utensílios - $4.000,00
C- Fornecedores - $4.000,00
19
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/erros_escrit.php
b) Lançamento Retificativo: serve para retificar as contas lançadas erradamente e para estornar
parte do lançamento, corrigindo registros feitos por importância maior. No caso de o valor ser
lançado maior do que é, a correção pode ser feita estornando todo o lançamento e depois
fazendo o lançamento no valor correto, ou então estornando apenas a diferença dos valores.
Exemplo: A empresa Alfa adquiriu um veículo do fornecedor AutoCar no valor de $60.000,00 à vista
em dinheiro.
Lançamento efetuado:
D- Veículos - $80.000,00
C- Caixa - $80.000,00
H.: Vlr referente compra de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.
Estorno da diferença:
D- Caixa - $20.000,00
C- Veículos - $20.000,00
H.: Vlr referente estorno de parte do lançamento lançado à maior no dia xx/xx/20x1, referente compra
de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.
Exemplo: A empresa Alfa adquiriu um veículo do fornecedor AutoCar no valor de $60.000,00 à vista
em dinheiro.
Lançamento efetuado:
D- Veículos - $6.000,00
C- Caixa - $6.000,00
H.: Vlr referente compra de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.
Lançamento complementar:
D- Veículos - $54.000,00
C- Caixa - $54.000,00
H.: Vlr referente complemento da importância lançada à menor no dia xx/xx/20x1, referente compra de
veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.
Exemplo: A empresa Alfa adquiriu uma mesa para escritório do fornecedor Model Office no valor de
$4.000,00 e a pagará a prazo.
Lançamento efetuado:
D- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
C- Fornecedores - $4.000,00
H.: Vlr referente aquisição de mesa p/ escritório, conforme NF nº589 do Fornecedor Model Office.
Lançamento de transferência:
D- Móveis e utensílios - $4.000,00
C- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
D – Veículos R$20.000,00
C – Caixa R$ 20.000,00
H.: Referente à compra de um computador, digo, de um automóvel conforme nota fiscal nº 00053.
Nos casos de borrões, rasuras, lacunas, saltos de linhas ou de páginas, a ressalva deve ser assinada
por profissional registrado no CRC (Conselho Regional de Contabilidade). Os borrões, falhas de
impressão e outros erros que comprometam a autenticidade do Livro Diário, poderão ser sanados através
de declaração, assinada pelo contador, tornando sem efeito aquela folha e refazendo, a seguir, os
lançamentos ali contidos.
Ativo20
O Ativo faz parte das Contas Patrimoniais e compreende o conjunto de Bens e Direitos da organização
(entidade, empresa), possuindo valores econômicos e podendo ser convertido em dinheiro
(proporcionando ganho para a empresa).
É a parte positiva da posição patrimonial e identifica onde os recursos foram aplicados. Representa os
benefícios presentes e futuros para a empresa.
As contas do Ativo são classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez (de acordo com a
rapidez com que podem ser convertidas em dinheiro).
É um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que
resultem, no futuro, benefícios econômicos para a entidade. Ou seja, deve ser compreendido como o
conjunto de recursos financeiros e econômicos que são administrados de forma a gerarem mais recursos
financeiros e econômicos. A finalidade de uma empresa é o lucro, e o Ativo é a aplicação de bens e
direitos de modo a produzir lucro.
Para que algo possa ser considerado um ativo, é necessário que ele cumpra quatro requisitos:
constituir bem ou direito para a empresa, ser de propriedade, posse ou controle da sociedade, ser
mensurável monetariamente e trazer benefícios (ou expectativa de benefícios) para a empresa. O dinheiro
é o ativo por excelência, pois é o meio de troca da economia e sua liquidez é plena.
As contas deste grupo não se encerram com a apuração do resultado do exercício e podem ser
debitadas ou creditadas, sendo o saldo sempre devedor (com exceção das Contas redutoras do ativo).
O Ativo se divide em duas partes: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante.
a) Ativo Circulante: agrupa dinheiro e tudo o que será transformado em dinheiro rapidamente. São
contas que estão constantemente em giro, movimento e circulação.
Neste grupo são registrados os bens e direitos que a empresa consegue realizar (transformar) em
dinheiro até o final do exercício seguinte, ou seja, no curto prazo.
Abaixo algumas contas do Ativo Circulante:
- Disponibilidades: compreendem valores existentes em Caixa e Bancos, assim como as aplicações
de curtíssimo prazo e liquidez absoluta. Significa o que está disponível para a empresa, podendo ser
20
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/BP_ativo8.php
b) Ativo não Circulante: são registrados os direitos que serão realizados (transformados em dinheiro)
após o final do exercício seguinte (longo prazo), assim como os bens de uso (veículos, máquinas, etc.)
e de renda da empresa (aluguéis, imóveis para vendas, etc.).
Ou seja, no Não Circulante são incluídos todos os bens de natureza duradoura destinados ao
funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com
essa finalidade. Algumas das contas do Ativo não Circulante:
- Realizável a Longo Prazo: são classificados neste grupo as contas de bens e direitos da empresa
cujas realizações se darão no longo prazo (após o término do exercício seguinte). Também estão
inseridas neste grupo as contas de direitos sem prazo de vencimento. Ou seja, quando não se determina
o prazo de vencimento do direito, em contabilidade, entende-se como de longo prazo. São contas de
natureza devedora, assim como as do Ativo Circulante, como por exemplo Aplicações Financeiras de
Longo Prazo, Duplicatas a Receber de Longo Prazo, entre outras.
- Investimentos: no grupo Investimentos são classificadas as participações e aplicações financeiras de
caráter permanente, com o objetivo de gerar rendimentos para a empresa de forma que esses bens e
direitos não sejam destinados à manutenção das atividades normais da companhia, como por exemplo
Obras de Arte, Ouro, Participações Societárias, entre outras.
- Imobilizado: no Imobilizado são classificados os bens e direitos de natureza permanente que serão
utilizados para a manutenção das atividades normais da empresa, servindo a sua estrutura. A
empresa não pretende vender os seus bens e direitos, ou seja, não há intenção de transformá-los em
dinheiro. Caracterizam-se por se apresentarem na forma tangível (bens corpóreos), como por exemplo
Imóveis, Máquinas e Equipamentos, Veículos, entre outros.
- Intangível: são Intangíveis os bens que não podem ser tocados ou vistos, já que são incorpóreos (não
tem corpo). Eles possuem valor econômico mas carecem de substância física (material), tendo o valor
patrimonial nos direitos de propriedade imaterial que são conferidos a seus possuidores, como por
exemplo Softwares, Marcas e Patentes, Licenças, Direitos Autorais, entre outros.
Passivo21
O Passivo faz parte das Contas Patrimoniais e compreende as obrigações da organização, entidade
ou empresa para com terceiros, por sua natureza e por sua expressão monetária.
É a parte negativa do Patrimônio e identifica a origem dos recursos aplicados. As contas representam
os recursos de terceiros que foram usados e são classificadas segundo a ordem decrescente de
exigibilidade (são classificadas de acordo com o seu vencimento, através do curto e longo prazo).
Ou seja, o Passivo se classifica de acordo com o prazo de realização das obrigações.
As contas do Passivo podem ser debitadas ou creditadas, mas o seu saldo será sempre credor, com
exceção das contas redutoras do Passivo. Essas contas não se encerram com a apuração do resultado
do exercício.
O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros,
resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação.
Já o passivo, simplificadamente, evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros,
por exemplo: contas a pagar, fornecedores de matéria-prima à prazo, impostos a pagar, financiamentos,
empréstimos, etc.
O Passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer, será exigida
(reclamada) a liquidação da mesma. Por isso é mais adequado chamá-lo Passivo Exigível.
21
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/BP_passivo.php
a) Passivo não Circulante: neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem após o exercício
seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, a
concepção terá por base o prazo desse ciclo, como por exemplo Fornecedores, Obrigações Trabalhistas,
Empréstimos e Financiamentos, Obrigações Tributárias, entre outras.
b) Exigível a Longo Prazo: são escriturados as obrigações a longo prazo, como por exemplo,
Fornecedores a longo prazo, Financiamentos a longo prazo, entre outros
Patrimônio Líquido22
O Patrimônio Líquido é formado pelo grupo de contas que registra o valor contábil pertencente aos
acionistas ou quotistas.
A partir de 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, para as sociedades por ações, a divisão do
patrimônio líquido será realizada da seguinte maneira:
Capital Social: o capital social representa os valores recebidos pela empresa, em forma de subscrição
ou por ela gerados. A integralização do capital poderá ser feita por meio de moeda corrente ou bens e
direitos.
Reservas de Capital: a reserva de capital abrange as seguintes subcontas:
- Reserva de Correção Monetária do Capital Realizado;
- Reserva de Ágio na Emissão de Ações;
- Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias;
- Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição;
- Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures; (excluída desde 01.01.2008, por força da Lei
11.638/2007);
- Reserva de Doações e Subvenções para Investimento; (excluída desde 01.01.2008, por força da Lei
11.638/2007);
- Até 31.12.2007, a Reserva de Incentivo Fiscal. A partir de 01.01.2008, respectiva reserva passa a
fazer parte do grupo de Reservas de Lucros.
Ajustes de Avaliação Patrimonial: é o resultado do valor da avaliação dos bens em relação ao seu
valor justo. O valor justo é a quantia pela qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, por
duas partes dispostas a isso e independentes entre si
Reservas de Lucros: as reservas de lucros são constituídas pelos lucros obtidos pela empresa,
retidos com finalidade específica. Os lucros retidos com finalidade específica e classificados nesta conta
são transferidos da conta de "Lucros ou Prejuízos Acumulados".
Ações em Tesouraria: as ações ou quotas adquiridas pela companhia ou sociedade limitada serão
registradas em conta específica redutora do Patrimônio Líquido, intitulada "ações ou quotas
em tesouraria"
Prejuízos Acumulados: os lucros ou prejuízos representam resultados acumulados obtidos, que
foram retidos sem finalidade específica (quando lucros) ou estão à espera de absorção futura (quando
prejuízos).
Demonstrações Contábeis
Balanço Patrimonial24
O Balanço Patrimonial, dentre todas as demonstrações contábeis é uma das mais importantes para
desvendar e evidenciar, quantitativa e qualitativamente o patrimônio, haja vista, todas as informações que
são reveladas e as decisões estratégicas que eventualmente são tomadas. Contudo, trata-se de uma
informação estática e que pode ser modificada no dia seguinte de sua divulgação.
A legislação preconiza a elaboração e fechamento do balanço patrimonial no último dia do exercício,
entretanto, para atender a legislação fiscal ou até mesmo terceiros, instituição financeira, o balanço
patrimonial poderá ser elaborado mensalmente ou semestralmente.
Quando, em circunstâncias excepcionais, a data do exercício social de uma entidade mudar e as
demonstrações contábeis forem apresentadas por uma período mais longo ou mais curto que um ano,
deve-se divulgar, além do período abrangido pelas demonstrações contábeis, as seguintes informações:
- Razão para um período diferente de um ano;
- E o fato de que os valores comparativos entre os períodos apresentados para as demonstrações do
resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa (ou das origens e aplicações de
recursos), bem com as notas explicativas relacionadas a essas demonstrações, não são comparáveis.
Ações em Tesouraria
Prejuízos Acumulados
DICA: O Balanço Patrimonial e sua estrutura está discriminado na Lei das S.A. - Lei 6404/76 Artigo
178 SEÇÃO III
24
RODRIGUES, Adenir Ortiz; PROENÇA, André Eduardo de; BUSCH, Cleber Marcel; GARCIA, Edino Ribeiro; TODA, William Haruo – Planejamento Contábil e
Reorganização Societária – 2ª ed. São Paulo: IOB, 2013
DICA: o resultado do período é o total das receitas deduzido das despesas, exceto os itens
reconhecidos como outros resultados abrangentes ao patrimônio líquido.
Operação descontinuada corresponde ao componente da entidade que foi baixado ou está classificado
como mantido para venda e:
- Representa uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações;
- É parte integrante de um único plano coordenado para venda de uma importante linha separada de
negócios ou área geográfica de operações;
- É uma controlada adquirida exclusivamente com objetivo de revenda.
Ou seja, são ativos imobilizados que a empresa de uma linha separada de negócios ou área geográfica
de operações que ficaram obsoletos ou descontinuados e foram colocados à venda ou um investimento
em controlada adquirido com o objetivo de revenda.
Receita operacional bruta: é a somatória de todas as vendas ou serviços que foram efetuados e que
tenham sido faturados, ou seja, que tenham gerado a emissão de uma nota fiscal em determinado
período, obedecendo ao princípio da competência.
Dedução da receita bruta: são representadas pelas contas de devolução (vendas canceladas),
abatimentos, descontos comerciais e impostos incidentes sobre venda de produtos ou serviços. Para
efeito de análise, as receitas não são demonstradas de forma líquida, ou seja, registram-se as receitas
na forma bruta e, em separado, suas respectivas deduções.
25
MORAES, Júnior, José Jayme – Contabilidade Geral, Contabilidade Avançada e Análise das Demonstrações Contábeis – 5ª ed – Rio de Janeiro – Impetus :
2016
Abatimentos: também conhecidos como descontos incondicionais, são concedidos aos clientes
quando, após a entrega do produto, este apresenta defeitos de qualidade, caracterizados por quebras ou
avarias, por exemplo. Esses descontos não podem ser confundidos com descontos financeiros, nem
tampouco com descontos de preço de venda (promoções).
Impostos incidentes sobre vendas de produtos e prestação de serviços: também serão deduzidos
da receita bruta, pois são os que guardam proporcionalidade com o preço da venda efetuada ou do serviço
prestado. São exemplos de impostos incidentes sobre o faturamento:
IPI: Imposto sobre produtos Industrializados (União);
PIS: Programa de Integração Social (União);
COFINS: Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (União);
ICMS: Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços
de Transporte Interestadual e Intermunicipal, de Comunicação e Energia Elétrica (Estado);
ISSQN: Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (Município).
Receita operacional líquida: constitui a base de cálculo para a análise das receitas efetivamente
realizadas pela empresa em determinado período. Evidencia o valor da venda líquida de bens e serviços,
oriundos da atividade da empresa, subtraindo as deduções incidentes sobre a receita bruta (faturamento).
Custos: os custos a serem atribuídos como CMV, CSP ou CPV no exercício devem ser
correspondentes às receitas de vendas dos produtos e serviços reconhecidos como tal no mesmo
período, obedecendo ao princípio da competência.
CMV= EI + C – EF
Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final (inventário final)
Onde:
CSV = Custo dos Serviços Vendidos
Sin = Saldo Inicial dos Serviços em Andamento
MO = Mão de Obra Direta aplicada nos serviços vendidos
GDS = Gastos Diretos (locação de equipamentos, subcontratações, etc.) aplicados nos serviços
vendidos
GIS = Gastos Indiretos (luz, mão de obra indireta, depreciações de equipamentos, etc.) aplicados nos
serviços vendidos
Sfi = Saldo Final dos Serviços em Andamento
Onde:
CPV = Custo dos Produtos Vendidos
EI = Estoque Inicial
Lucro bruto ou resultado bruto: de acordo com o artigo 187, item II, da Lei nº 6.404/76, deve ser
computado na DRE o custo das mercadorias e serviços vendidos ou prestados no exercício, que deduzido
das receitas correspondentes, gera o Lucro Bruto.
Despesas operacionais: segundo a Lei das S.A. – Lei 6.404/76, as despesas operacionais
correspondem ao esforço financeiro necessário para que a empresa possa funcionar, ou seja, financiar
suas atividades de vendas, produção e prestação de serviços. Constituem as despesas pagas ou
incorridas no período (princípio da competência). Não estão relacionadas a elas aquelas alocadas na
fabricação de produtos ou na prestação dos serviços, pois estas compõem os custos das mercadorias ou
dos serviços.
Despesas de Vendas: têm a função de registrar as despesas com a comercialização dos produtos,
mercadorias ou serviços para atender aos objetivos da empresa.
São alguns exemplos de despesas com vendas:
- Despesas com pessoal de vendas;
- Marketing;
- Distribuição;
- Administrativo interno de vendas;
- Comissões sobre vendas;
- Propaganda e publicidade;
- Garantia de produtos;
- Despesas com estimativas de perdas com duplicatas derivadas de vendas a prazo (provisão para
devedores duvidosos), etc.
Despesas administrativas: representam os gastos pagos ou incorridos necessários para arcar com
despesas para a gestão ou direção da empresa. Sua função é registrar, em cada conta específica, as
despesas com a administração do negócio para atender aos objetivos da empresa.
Dentre as despesas administrativas mais comuns, temos;
- Honorários da administração;
- Salários e encargos do pessoal administrativo;
- Despesas legais e judiciais;
- Material de escritório;
- Depreciação de móveis e utensílios;
- Seguro do escritório;
- Energia elétrica;
- Telefone, etc.
Resultados financeiros líquidos: o art. 187 da Lei das S.A. – Lei nº 6.404/76 define como despesas
operacionais as despesas financeiras deduzidas das receitas, ou seja, as receitas financeiras deverão
ser compensadas das despesas financeiras.
(=) Resultados Financeiros Líquidos
(+) Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras
Resultado operacional antes do Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) - lucro ou prejuízo: o resultado obtido até este ponto na DRE constitui base de cálculo
da Provisão para Imposto de Renda e da Provisão para Contribuição Social. Caso o resultado obtido seja
negativo, caracterizando prejuízo em sua movimentação, não haverá incidência de IR e CSLL.
Para o cálculo do imposto de renda a pagar, que deverá ser recolhido pela empresa, a base de cálculo
(lucro tributável) é denominada Lucro Real, que será obtido mediante a escrituração do livro fiscal
denominado LALUR - Livro de apuração do Lucro Real. Nesse livro, registram-se os ajustes necessários
(adições e exclusões ou compensações) de acordo com a legislação vigente.
Exemplo de DRE
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Vendas de Produtos
Vendas de Mercadorias
Prestação de Serviços
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Devoluções de Vendas
Abatimentos
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos Vendidos
Custo das Mercadorias
Custo dos Serviços Prestados
(=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Com Vendas
Despesas Administrativas
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS
Despesas Financeiras
(-) Receitas Financeiras
Variações Monetárias e Cambiais Passivas
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS
Resultado da Equivalência Patrimonial
Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01
83
(=) RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL E SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro
(=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Beneficiárias, Fundos de
Assistência e Previdência para Empregados
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Questões
01. (TRE/BA - Técnico Judiciário - CESPE) No que se refere à escrituração, o lançamento que
consiste na regularização da conta indevidamente debitada ou creditada com a transposição do registro
para a conta adequada é denominado
(A) transferência.
(B) estorno.
(C) retificação.
(D) complementação.
(E) ressalva.
03. (Câmara de Boa Vista das Missões/RS - Contabilista do Legislativo Municipal - IOPLAN)
Determinado contador, enquanto efetuava um lançamento no livro diário, escreveu erroneamente o
número da nota fiscal. Tal fato foi por ele percebido de imediato. Nesse caso, é correto afirmar que o
contador deverá:
(A) Realizar um lançamento de estorno.
(B) Fazer uma transferência numérica da nota fiscal.
(C) Estabelecer uma ressalva, caso não concluído o lançamento.
(D) Estabelecer uma complementação.
04. (TRT 10° Região - Analista Judiciário - CESPE) O balanço patrimonial e o de resultado
econômico devem ser lançados no livro razão. Ambos têm de ser assinados por técnico em ciências
contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária.
( ) Certo ( ) Errado
05. (TRE/BA - Técnico Judiciário - CESPE) A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá
manter o livro razão ou fichas utilizadas para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos
efetuados no livro diário. Com relação ao livro razão, assinale a opção correta.
(A) É obrigatória a escrituração do livro razão por qualquer pessoa jurídica.
(B) A escrituração do livro razão deverá ser individualizada, obedecendo-se à ordem cronológica das
operações.
(C) O livro razão, com escrituração sintética, é auxiliar do livro diário.
(D) São dispensados no livro razão os termos de abertura e de encerramento.
(E) As entidades comerciais que adotem escrituração completa estão obrigadas a autenticar o livro
razão.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
Transferência: consiste no estorno parcial. É aquele que promove a regularização de conta
indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposição do registro para a conta adequada.
A transferência permite a correção do erro mediante um único lançamento
02. Resposta: A
Ativo: aumenta a débito, diminui a crédito
Passivo: aumenta a crédito, diminui a débito
Patrimônio Líquido: aumenta a crédito, diminui a débito
Receita: aumenta a crédito, diminui a débito
Despesa: aumenta a débito, diminui a crédito
03. Resposta: C
Quando se tratar de um erro de redação observado antes mesmo do encerramento do respectivo
lançamento, a retificação ocorre no próprio histórico
05. Resposta: B
A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem
cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras emendas ou
transportes para as margens
06. Resposta: C
O Livro Razão registra, também, todos os fatos, só que dando ênfase às contas que compõem o
patrimônio. É esse livro que permite conhecer a movimentação de débito e crédito de cada elemento que
compõe o patrimônio da empresa
Profissional Arquivista
Algumas atribuições do profissional são:
- Gerenciar as informações;
- Realizar atividades de conservação;
- Preservação de documentos
- Gestão documental;
Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01
85
- Disseminação da informação que se encontra nos documentos;
- Atuar em prol da preservação do patrimônio documental de uma pessoa física ou pessoa jurídica,
entre outras.
O arquivista pode atuar tanto em instituições públicas como privadas, agindo na manutenção dos seus
arquivos, centros de documentação, instituições culturais entre outras. Outras atividades realizadas pelo
profissional arquivista é a elaboração de instrumentos de pesquisa e recuperação da informação.
O gerenciamento da informação, o desenvolvimento das teorias, e as práticas de gestão foram
extremamente importantes, intensamente revolucionárias e fundamentais para o desenvolvimento da
arquivologia. Esse gerenciamento da informação conta ainda com desenvolvimento de projetos,
planejamentos, estudos e técnicas de organização sistemática e implantação de instituições e sistemas
arquivísticas.
Embora existam muitas técnicas, ferramentas, estudos que buscam a conservação de arquivos, um
grande desafio encontrado nesta área é que muitas empresas/organizações não tem uma preocupação
específica pelos seus arquivos.
Princípios Arquivísticos
Constituem o marco principal da diferença entre a arquivística e as outras ciências documentárias. São
eles:
Princípio da Proveniência: fixa a identidade do documento, relativamente a seu produtor. Por este
princípio, os arquivos devem ser organizados em obediência à competência e às atividades da instituição
ou pessoa legitimamente responsável pela produção, acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos
originários de uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva individualidade, dentro de
seu contexto orgânico de produção, não devendo ser mesclados a outros de origem distinta.
Princípio da Unicidade: não obstante, forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo
conservam seu caráter único, em função do contexto em que foram produzidos.
Princípio do Respeito pela Ordem Original: princípio segundo o qual os arquivos de uma mesma
proveniência devem conservar a organização estabelecida pela entidade produtora, a fim de se preservar
as relações entre os documentos como testemunho do funcionamento daquela entidade. Em outras
palavras, princípio segundo o qual o arquivo deveria conservar o arranjo dado pela entidade coletiva,
pessoa ou família que o produziu.
Princípio da Pertinência (ou Temático): os documentos deveriam ser reclassificados por assunto,
sem levar em consideração a proveniência e a classificação original.
Princípio da Proveniência Funcional: com a transferência de funções de uma autoridade para outra
como resultado de mudança política ou administrativa, documentos relevantes ou cópias são também
transferidos para assegurar a continuidade administrativa. Também chamado Pertinência Funcional.
O nível de importância dos arquivos está relacionado com a maneira como são geridos. Para que os
arquivos alcancem um nível de importância ainda maior, é necessário que sejam geridos da forma correta,
a fim de evitar o acúmulo de massas documentais desnecessárias, de agilizarem ações dentro de uma
instituição, enfim, que cumpram a sua função, seja desde o valor probatório até o cultural.
Sendo assim, ter seus documentos arquivados corretamente e devidamente organizados é uma
iniciativa que precisa ser cultivada sempre, e os motivos vão desde agilidade na hora de encontrar o que
procura, até a praticidade de dividir o espaço com outras pessoas e trazer eficiência ao trabalho.
É extremamente importante que os documentos de arquivos estejam sempre organizados por datas,
colocados em pastas separadas e devidamente identificados com etiquetas ou marcações nas caixa-
arquivos, de modo que sua localização seja rápida caso necessária.
Dica: Entidade Produtora é Pessoa Física ou Jurídica identificada como geradora de arquivo. Pode
ser chamada também de Produtor.
Documentos
Arquivo
O Arquivo26 é um conjunto de documentos criados ou recebidos por uma organização, firma ou
indivíduo. Esses documentos são fontes das informações utilizadas para a execução de
tarefas/atividades, reunidos por acumulação ao longo das atividades e isso ocorre independentemente
do suporte ou da natureza, sejam em atividades que envolvem pessoas físicas ou empresas em geral.
O arquivo é: a reunião de documentos conservados, visando à oportunidade que poderão oferecer
futuramente. Para ser funcional um arquivo deve ser planejado, instalado, organizado e mantido de acordo
com as necessidades inerentes aos setores.
Os arquivos são mantidos por entidades públicas federais, estaduais e municipais, assim como
institucionais comerciais. Para Martins27 o arquivo também pode ser definido como “a entidade ou órgão
administrativo responsável pela custódia, pelo tratamento documental e pela utilização dos arquivos sob
sua jurisdição”.
Os conjuntos de atas de reuniões da Diretoria, de projetos de pesquisa e de relatórios de atividades,
mais os conjuntos de dossiês de empregados, prontuários médicos, de boletins de notas, de fotografias
etc., constituem-se o Arquivo de uma Unidade por exemplo, e devem naturalmente refletir as suas
atividades.
O termo arquivo pode também ser usado para designar:
a) um documento de arquivo ou um documento digital (Ex.: Word, Excel);
b) um conjunto de documentos;
c) um móvel para guarda de documentos;
26
VALENTINI, Renato. Arquivologia para concursos / Renato Valentini. – [4. ed.]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
27
Martins, N.R. Noções básicas para organização de arquivos ativos e semiativados. Rio de Janeiro: 1998.
Arquivo central: Arquivo responsável pela normalização dos procedimentos técnicos aplicados aos
arquivos de uma administração, podendo ou não assumir a centralização do armazenamento. Também
chamado arquivo geral. Em alguns países, a expressão designa o arquivo nacional.
Fundo: Conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Termo que equivale a um arquivo.
Quanto ao conceito de fundos, concebido como o conjunto de documentos provenientes de um órgão,
deve-se atentar para duas classificações constantes da Teoria Arquivística:
a) Fundo Fechado: quando o órgão gerador da documentação não mais produz ou acumula
documentos em virtude geralmente da cessação de suas atividades. Por exemplo, uma instituição
governamental que deixou de funcionar e foi extinta ou uma pessoa física que faleceu.
A principal finalidade dos arquivos é servir à administração, constituindo-se, com o decorrer do tempo,
em base do conhecimento da história. Além disso, deve-se considerar que a função básica do arquivo é
tornar disponíveis as informações contidas do acervo documental sob sua guarda.
Suas principais funções:
• Guarda
• Conservação
• Disponibilização
Logo, deve facilitar o acesso aos documentos pelos consulentes. Pode se perceber que o setor de
arquivo auxilia a empresa nos seus processos de tomada de decisão, além de ser importante também
para provar fatos organizacionais. Seu papel objetiva também salvaguardar a documentação histórica
relevante para a constituição da memória institucional.
Conceitos Complementares
3. Arquivo de Terceira Idade ou Permanente: constituído de documentos que perderam todo valor
de natureza administrativa e que se conservam em razão de seu valor histórico ou documental e que
constituem os meios de conhecer o passado e a sua evolução. Estes são os arquivos históricos
propriamente ditos, pois é nessa fase que os documentos são arquivados de forma definitiva.
Protocolo
Há vários tipos de arquivos, tudo depende dos objetivos e competências das entidades que os
produzem e podem ser classificados segundo as entidades criador-mantenedoras:
- Públicas: federal, estadual, municipal.
- Privadas: institucionais (empresas, escolas, igrejas, sociedades, clubes, associações).
- Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc.
Temos também os arquivos que guardam e organizam documentos cujas informações são registradas
em suportes diferentes do papel como discos, filmes, fitas, dvd’s, cartões de memória, etc., e são
chamados de Especiais. Estes podem fazer parte de um arquivo mais completo.
Existem aqueles que guardam documentos gerados por atividades muito especializadas como os
arquivos médicos, de imprensa, de engenharia, literários e que muitas vezes precisam ser organizados
com técnicas e com materiais específicos. São denominados como arquivos Especializados.
Tipos de Pastas
Os tipos de pastas mais comuns são:
Pastas Intercaladoras: essas pastas não utilizam varões nem visores, e destina-se à guarda de
pequenos volumes de papéis.
Pasta A/Z: ideal para o arquivamento de documentos em tamanhos oficio ou A4. Os documentos são
arquivados na posição vertical e ordenadas de A a Z. Possibilita a colocação de guias indicando nome ou
nº do documento ou pasta. É muito utilizado em arquivo corrente.
Pasta Sanfonada: confeccionada em diversos tamanhos. Possuem divisórias e guias para indicar o
assunto. É ideal para o arquivamento de documentos utilizados em atividades externas, pois há maior
mobilidade do usuário para o arquivamento de documentos em tamanho oficio ou A4.
Fichário: se classifica como arquivo permanente. O fichário é um móvel de aço próprio para fichas,
que pode ter uma, duas, três ou quatro gavetas ou estar conjugado com gavetas para fichas e
documentos.
No fichário horizontal, as fichas são guardadas em posição horizontal, uma sobre as outras (modelo
KARDEX). As fichas são fixadas por meio de bastões metálicos presos às gavetas, desta disposição das
hastes resulta que a primeira ficha presa, a partir do fundo, ficará inteiramente visível, deixando que a
imediatamente inferior apareça uma faixa correspondente à dimensão da barra, e assim sucessivamente,
lembrando o aspecto de uma esteira. As faixas que aparecem funcionam como verdadeiras projeções,
nas quais são feitas anotações.
O fichário vertical é aquele em que as fichas são guardadas em posição vertical, uma atrás das outras,
geralmente separadas por guias. É o modelo mais usado por ser mais econômico. As gavetas ou bandejas
podem comportar um grande número de fichas.
Conceito dado pelo Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, revela que métodos de
arquivamento é = Sequência de operações que determina a disposição dos documentos de um arquivo
ou coleção, uns em relação aos outros, e a identificação de cada unidade.
a) Básicos
• Alfabético (principal elemento a ser considerado em um documento: nome);
• Geográfico (principal elemento a ser considerado: local ou procedência);
• Numérico (principal elemento a ser considerado: número);
• Ideográfico (principal elemento a ser considerado: assunto).
Dica:
- Os métodos numéricos podem ser: simples/cronológico/dígito-terminal;
- Os métodos ideográficos podem ser: alfabético (enciclopédico/dicionário) e numérico (duplex/decimal
/uni termo ou indexação coordenada).
• Automático - usa-se para arquivar nomes, evitando acumular pastas de sobrenomes iguais. Combina
letras, números e cores.
• Soundex - usa-se para arquivar nomes, reunindo-os pela semelhança da pronúncia, apesar de a
grafia ser diferente.
b) Sistema Indireto: para recuperar o documento é necessário recorrer a um índice alfabético remissivo
ou a um determinado código.
• Método Alfabético: é o sistema mais simples, fácil, lógico e prático, porque obedecendo à ordem
alfabética pode-se logo imaginar que não apresentará grandes dificuldades nem para a execução do
trabalho de arquivamento, nem para a procura do documento desejado, pois a consulta é direta.
• Método Alfabético Numérico: como se pode deduzir pelo seu nome, é um método que procurou
reunir as vantagens dos métodos alfabéticos simples e numérico simples, tendo alcançado seu objetivo,
pois desta combinação resultou um método que apresenta ao mesmo tempo a simplicidade de um e a
exatidão e rapidez, no arquivamento, do outro. É conhecido também pelo nome de numeralfa e
alfanumérico.
• Método Decimal: foi inspirado no Sistema Decimal de Melvil Dewey que organizou um sistema de
classificação para bibliotecas, dividido por conhecimentos humanos em dez classes, as quais, por sua
vez, se subdividiram em outras dez, e assim por diante, sendo infinita essa possibilidade de subdivisão,
graças à sua base decimal.
• Método Simplificado: este a rigor não deveria ser considerado propriamente um método, pois, na
realidade, nada mais é do que a utilização de vários métodos ao mesmo tempo, com a finalidade de reunir
num só móvel as vantagens de todos eles.
Preservação
Os documentos arquivísticos têm que se manter acessíveis e utilizáveis por todo o tempo que se fizer
necessário, garantindo-se sua longevidade, funcionalidade e acesso contínuo. Deverão ser asseguradas
as características dos documentos – tais como autenticidade e acessibilidade - pela adoção de estratégias
institucionais e técnicas proativas de criação e de preservação, que garantam a sua perenidade. Essas
estratégias são estabelecidas por uma política de preservação.
Tradicionalmente a preservação de documentos arquivísticos se concentra na obtenção da
estabilidade do suporte da informação. Nos documentos convencionais, o conteúdo e o suporte estão
intrinsecamente ligados, dessa forma a manutenção do suporte garante a preservação do documento.
De forma distinta, nos documentos digitais, o foco da preservação é a manutenção do acesso, que
pode implicar na mudança de suporte e formatos, bem como na atualização do ambiente tecnológico. A
fragilidade do suporte digital e a obsolescência tecnológica de hardware, software e formato exigem essas
intervenções periódicas.
As estratégias de preservação para os documentos arquivísticos devem ser selecionadas com base
na sua capacidade de manter as características dos documentos e na avaliação custo-benefício. Podem
incluir monitoramento e controle ambiental, restrições de acesso, cuidados no seu manuseio direto e
obtenção de suportes e materiais mais duráveis (papel, tinta, disco óptico, fita magnética, etc.).
No caso específico dos documentos digitais, essas estratégias incluem a prevenção da obsolescência
tecnológica e de danos físicos ao suporte, por meio de procedimentos de migração como
rejuvenescimento (refreshing) e conversão.
Outras técnicas utilizadas na preservação de documentos digitais são: emulação, encapsulamento e
preservação da tecnologia. A adoção de formatos digitais abertos se configura adicionalmente como
medida de preservação recomendável e necessária.
Os instrumentos
Guia
“Instrumento de pesquisa que oferece informações gerais sobre fundos e coleções existentes em um
ou mais arquivos” (Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, 2005, p.102).
“...tem por finalidade dar uma visão de conjunto dos serviços de arquivo de modo a permitir ao
pesquisador saber quais são seus recursos, a natureza e o interesse dos fundos que ele abriga, os
instrumentos de pesquisa de que dispõe, quais as fontes complementares”. (Bellotto, 1991).
Inventário
“Instrumento de pesquisa em que a descrição exaustiva ou parcial de um fundo ou de uma ou mais de
suas subdivisões toma por unidade a série, respeitada ou não a ordem da classificação” (Dicionário de
Terminologia Arquivística, 1996).
28
NOÇÕES DE ARQUIVÍSTICA E ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS HISTÓRICOS. AULA IV - DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA. Universidade Sem fronteiras.
Catálogo
“Instrumento de pesquisa em que a descrição exaustiva ou parcial de um fundo ou de uma ou mais de
suas subdivisões toma por unidade a peça documental, respeitada ou não a ordem de classificação”.
(Dicionário de Terminologia Arquivística, 1996).
Catálogo Seletivo
“Catálogo que toma por unidade documentos previamente selecionados, pertencentes a um ou mais
fundos ou arquivos, segundo um critério temático”.
(Dicionário de Terminologia Arquivística, 1996).
Índice
“Relação sistemática de nomes de pessoas, lugares, assuntos ou datas contidos em documentos ou
em instrumentos de pesquisa, acompanhados das referências para sua localização”.
(Dicionário de Terminologia Arquivística, 1996)
Catálogos e índices
“... Constituem-se em instrumentos voltados para a localização específica de unidades documentais.
O catálogo dará continuidade à descrição da série iniciada com o inventário, detendo-se, agora, em cada
documento, respeitando ou não a ordenação destes dentro da série.” (Ancona Lopes, 2000).
Questões
09. (Câmara Municipal de Jaboticabal - Assistente Administrativo Jurídico - VUNESP) Para que
os documentos de arquivo estejam acessíveis, é necessário que eles sejam bem ordenados e arquivados.
O arquivamento é feito por meio de técnicas ou métodos específicos que chamamos de métodos de
arquivamento. Para o arquivamento dos documentos públicos ou privados, o método de arquivamento
variadex é aquele que utiliza a combinação de
(A) números e letras.
(B) nomes e cores.
(C) cores e números.
11. (UFC - Assistente em Administração - CCV-UF) Princípio da arquivologia que se refere ao fato
de que os arquivos constituem uma formação progressiva e natural decorrente das funções e atividades
de um organismo (pessoa, empresa, etc.):
(A) unicidade.
(B) proveniência.
(C) organicidade.
(D) cumulatividade.
(E) indivisibilidade.
12. (Telebrás - Analista Administrativo - CESPE) Com relação aos princípios da arquivística, julgue
o item a seguir.
O princípio da territorialidade defende que os arquivos sejam mantidos, guardados e conservados nos
locais onde foram acumulados.
( ) Certo ( )Errado
13. (GDF - Analista de Atividades Culturais - IADES) Com relação ao campo teórico da arquivologia,
assinale a alternativa correta.
(A) A arquivologia estuda as funções dos serviços ou instituições de arquivo e os princípios e as
técnicas a serem observados no tratamento e na disponibilidade dos acervos arquivísticos.
(B) As três idades documentais podem ser denominadas de corrente, semiativa e informativa.
(C) O ramo da arquivologia que estuda acervos de documentos ancestrais é adjetivado de
arqueológico.
(D) A arquivística é a técnica e a arquivologia, a ciência, segundo a visão difundida pelo Arquivo
Nacional.
(E) O triplo objeto da arquivologia é o fundo arquivístico, o arquivista e a instituição arquivística.
Gabarito
01.B / 02.A / 03.B / 04.B / 05.D / 06.E / 07.E / 08.C / 09.E / 10.A / 11.D / 12.Certo / 13.A / 14.Certo /
15.CERTO / 16.B
Comentários
01. Resposta: B
Os métodos mais utilizados são:
Alfabético - nome
Geográfico - o local
Numérico Simples - número a cada correspondente ou cliente
Ideográfico - o assunto
02. Resposta: A
Método alfabético é o sistema mais simples, fácil, lógico e prático, porque obedecendo à ordem
alfabética pode-se logo imaginar que não apresentará grandes dificuldades nem para a execução do
trabalho de arquivamento, nem para a procura do documento desejado, pois a consulta é direta.
03. Resposta: B
O método numérico simples é adotado quando a organização é feita pelo número do documento ou
da pasta em que este foi arquivado. É um método muito utilizado na organização de prontuários médicos,
pastas de funcionários, processos e filmes.
04. Resposta: B
Sistema direto é aquele em que a busca é feita diretamente sem a necessidade de se consultar um
índice. É uma característica dos métodos que organizam documentos por nome (alfabético, geográfico,
05. Resposta: D
Conceito dado pelo Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística = Sequência de operações que
determina a disposição dos documentos de um arquivo(1) ou coleção, uns em relação aos outros, e a
identificação de cada unidade.
06. Resposta: E
Métodos de Arquivamento:
-alfabético: quando o elemento principal para a recuperação da informação for o nome;
-geográfico: quando o elemento principal para a recuperação da informação for o local (cidade, estado
e país);
- numérico simples: quando o elemento principal para a recuperação da informação for o número do
documento;
-numérico-cronológico: quando ao número do documento vier associado a data;
-ideográfico: quando o elemento principal para a recuperação da informação for o assunto. A
ordenação dos assuntos deverá seguir a modalidade alfabética (dicionária ou enciclopédica) ou numérica
(decimal ou duplex).
07. Resposta: E
O Método alfabético é quando o elemento principal para a recuperação da informação for o nome,
como visto anteriormente.
08. Resposta: C
Não confunda:
Os métodos básicos e padronizados fazem parte de dois grandes sistemas:
• direto
• indireto
Os métodos de arquivamento são divididos em duas grandes classes:
• básicos
• padronizados.
09. Resposta: E
É o método alfabético, acrescentando cores às letras. Trabalha-se com 5 cores diferentes. As cores
são atribuídas em função da 2ª letra do nome de entrada no arquivo. As guias são coloridas e as notações
alfabéticas.
10. Resposta: A
Princípio da Organicidade
As relações administrativas orgânicas se refletem nos conjuntos documentais. A organicidade é a
qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, funções e atividades da entidade
produtora/acumuladora em suas relações internas e externas.
Princípio da Proveniência
Fixa a identidade do documento, relativamente a seu produtor. Por este princípio, os arquivos devem
ser organizados em obediência à competência e às atividades da instituição ou pessoa legitimamente
responsável pela produção, acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos originários de uma
instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva individualidade, dentro de seu contexto orgânico
de produção, não devendo ser mesclados a outros de origem distinta.
11. Resposta: D
Princípio da Cumulatividade
O arquivo é uma formação progressiva, natural e orgânica.
16. Resposta: B
A preservação dos documentos é importante para que o documento esteja sempre em perfeito estado
para ser consultado e as informações perpetuadas.
Caro (a) candidato (a) o conceito de “Oficio” foi abordado no tópico 2. Redação oficial: 2.1.
Correspondência oficial; 2.2. Digitação qualitativa, abreviações e formas de tratamento; 2.3. Expressões
e vocábulos latinos de uso frequente nas comunicações administrativas oficiais; 2.4. Documentos e
modelos.
Os órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário emitem documentos oficiais com decisões
ou normas, que oficializam como vigente determinada ordem, por exemplo. Estes documentos são
Requerimento
Se algum dia você precisar se dirigir a uma autoridade para fazer um pedido para o qual necessite ter
amparo na lei, deve fazê-lo através de um requerimento.
É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma autoridade administrativa um direito do
qual se julga detentor. Estrutura:
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja, da autoridade competente.
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente (grafado em letras maiúsculas) e
respectiva qualificação: nacionalidade, estado civil, profissão, documento de identidade, idade (se maior
de 60 anos, para fins de preferência na tramitação do processo, segundo a Lei 10.741/03), e domicílio
(caso o requerente seja servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação civil deve ser
colocado o número do registro funcional e a lotação); Exposição do pedido, de preferência indicando os
fundamentos legais do requerimento e os elementos probatórios de natureza fática.
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
- Local e data.
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.
Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, reivindicação ou manifestação, o documento
utilizado será um abaixo-assinado, com estrutura semelhante à do requerimento, devendo haver
identificação das assinaturas.
A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 51,
XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse direito se instrumentaliza por meio de requerimento.
No que concerne especificamente aos servidores públicos, a lei que institui o Regime único estabelece
que o requerimento deve ser dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por
intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente (Lei nº 8.112/90, art. 105).
- Para um bom requerimento, basta esquematizá-lo, segundo os passos:
(Destinatário/invocação)
Requerente
Identificação
O que requer
Justificativa
(Amparo legal, se houver)
(Localidade e data)
(Assinatura)
c) FECHO: cerca de 3 linhas abaixo do texto. Pode ocupar uma ou duas linhas. Não é obrigatório.
Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01
100
Termos em que pede deferimento.
Nesses termos, pede deferimento.
d) Data: cerca de 2 linhas do fecho (se houver), ou do texto. Deve ser completa. Rio de Janeiro, 12 de
abril de 2002.
e) ASSINATURA: cerca de 2 linhas da data. Não se coloca nome, pois os dados já constam no texto,
nem há necessidade de linha.
Modelo de Requerimento
CORRESPONDÊNCIA
Neste material estudaremos o modo pelo qual devemos classificar a correspondência29. A maioria das
decisões administrativas ocorre por intermédio de documentos, e saber classificar a correspondência é
um diferencial competitivo, quando tratamos de organizar um departamento ou setor.
Dentro do gênero de documentos escritos, a correspondência merece tratamento especial por se
constituir numa parte considerável dos acervos arquivísticos, uma vez que as ações administrativas são,
em geral, desencadeadas por seu intermédio, conforme Paes30.
29
Gestão de Documentos e Arquivística - Zélia Freiberger.
http://ftp.comprasnet.se.gov.br/sead/licitacoes/Pregoes2011/PE091/Anexos/servi%E7o_publico_modulo_I/gest%E3o%20de%20documentos/Aula_6.pdf
30
PAES, M. L. Arquivo: Teoria e Prática. 3 Ed revisão e ampliada. Rio de Janeiro: FGV, 2005
Classificação da Correspondência
Por possuírem normas fixas de elaboração, as correspondências empresarial e oficial não apresentam
grandes dificuldades para quem precisa redigi-las.
Existem mesmo alguns modelos impressos prontos para serem preenchidos. É claro, então, que se
trata de redações formais, que seguem normas predeterminadas. Alguns aspectos, contudo, podem ser
modificados e as organizações podem inovar, segundo suas necessidades, ou mesmo características
particulares.
Os documentos redigidos serão a imagem de sua organização. Assim, a correspondência bem
elaborada, além de utilizar linguagem concisa e direta, deverá seguir a estética moderna, mais agradável
e facilitadora da leitura.
Ao longo do tempo, várias tentativas de uniformização foram buscadas, quer pelos órgãos isolados,
quer em conjunto, sem que se verificasse a concretização dessas medidas.
Porém, em 1991, foi criada pela Presidência da República uma comissão que visava a essa
uniformização. E, em 1992, foi elaborado o Manual de Redação da Presidência da República, com a
finalidade de racionalizar e padronizar a redação das comunicações oficiais.
Classificação
31
Idem 2
c) Envelope dirigido a servidor de uma instituição, contendo, em segundo plano, o cargo que
exerce, mesmo que o nome do servidor não corresponda ao atual ou real titular do cargo.
Dr. Hugo Figueiredo (titular atual)
Presidente da Companhia de Flores Tropicais
Rua Violeta, 213
23500 – Rio de Janeiro - RJ
d) Envelope dirigido aos titulares dos cargos, mesmo quando, em segundo plano, conste um
nome que não seja o do real ou atual ocupante do cargo:
Presidente da Companhia de Flores Tropicais
Dr. Hugo Figueiredo (titular atual)
Rua Violeta, 213 23500 – Rio de Janeiro - RJ
É importante observar que a correspondência oficial, mesmo quando enquadrada em qualquer dos
itens descritos, não deverá ser aberta quando o envelope contiver as indicações de “confidencial”,
“reservado”, “particular” ou equivalente.
Quando a correspondência é recebida, a maioria das pessoas junta o envelope à carta e assim coloca-
a no arquivo. Saiba que esta é uma forma errada, pois o grampo irá enferrujar e agredir o papel da carta
que ficará amarelado. O correto é transcrever “a lápis” no verso da correspondência todas as informações
julgadas importantes, e eliminar o envelope.
Questões
01. (UFCG - Auxiliar em Administração - UFCG) Com relação às correspondências é correto afirmar
que:
(A) Ofício é um tipo de correspondência externa.
(B) Ofício é um tipo de correspondência interna.
(C) Circular é um tipo de correspondência externa.
(D) Correspondência Oficial é um tipo de correspondência que trata de assuntos de interesse pessoal
de servidores públicos.
(E) Correspondência Particular trata de interesse específico das atividades de uma instituição.
32
Idem 2
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
Oficio é considerado uma correspondência externa porque, correspondência trocada entre uma
instituição e outras entidades e/ou pessoas físicas
02. Resposta: A
Correspondência, pois é toda e qualquer forma de comunicação escrita, produzida e destinada a
pessoas jurídicas ou físicas
03. Resposta: B
Pode ser classificada como Interna quando é trocada entre os órgãos de uma mesma instituição e
Externa quando é trocada entre uma instituição e outras entidades, ou também com pessoas físicas
Abreviatura
bras. (brasileiro)
num. (numeral)
33 http://www.soportugues.com.br/secoes/abrev/index.php
b) O acento gráfico ou hífen existente na palavra original deve ser mantido na abreviatura.
Exemplos:
séc. (século)
dec.-lei (decreto-lei)
adm.-financ. (Administrativo-financeiro)
c) Algumas palavras apresentam abreviatura por contração, ou seja, pela supressão de letras no meio
da palavra.
Exemplos:
bel. (bacharel)
cel. (coronel)
cia. (companhia)
dr. (doutor)
Ilmo. (Ilustríssimo)
ltda. (limitada)
Siglas34
Sigla é o nome dado ao conjunto de letras iniciais dos vocábulos (normalmente os principais) que
compõem o nome de uma organização, uma instituição, um programa, um tratado, entre outros.
b) Quando mencionadas pela primeira vez no texto, deve-se escrever primeiramente a forma por
extenso, seguida da sigla entre parênteses, ou separada por hífen. Ex.:
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é a universidade mais antiga do Brasil.
34 http://www.soportugues.com.br/secoes/abrev/index.php
c) Não são colocados pontos intermediários e ponto final nas siglas. Ex.:
Associação Paranaense de Reabilitação – APR (e não A.P.R.)
d) Siglas com até três letras são escritas com todas as letras maiúsculas. Ex.:
ONU – Organização das Nações Unidas
IML – Instituto Médico Legal
e) Siglas com quatro letras ou mais devem ser escritas com todas as letras maiúsculas quando cada
uma de suas letras ou parte delas é pronunciada separadamente, ou somente com a inicial maiúscula,
quando formam uma palavra pronunciável. Ex.:
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Masp – Museu de Arte de São Paulo
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
f) Deve-se manter com maiúsculas e minúsculas as siglas que originalmente foram criadas com essa
estrutura para se diferenciarem de outras, independentemente de seu tamanho. Ex.:
CNPq – Conselho Nacional de Pesquisa (para diferenciá-lo de CNP – Conselho Nacional do Petróleo).
g) No caso de siglas de origem estrangeira, deve-se adotar a sigla e seu nome em português quando
houver forma traduzida, ou adotar a forma original da sigla estrangeira quando esta não tiver
correspondente em português, mesmo que o seu nome por extenso em português não corresponda
perfeitamente à sigla. Ex.:
ONU – Organização das Nações Unidas
FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.
h) Deve-se adicionar a letra s (sempre minúscula) para indicar o plural das siglas somente quando a
concordância gramatical assim o exigir. Ex.:
O trabalho das ONGs vem repercutindo cada vez mais na sociedade.
Observe a lista de siglas abaixo:
A - Adjetivo
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
AC - Acre
AL - Alagoas
AM - Amazonas
AP - Amapá
B - Base
BA - Bahia
CE - Ceará
DF - Distrito Federal
ES - Espírito Santo
FE - Formação Esporádica
FI - Formação Institucionalizada
GO - Goiás
GT - Gramática Tradicional
MA - Maranhão
MG - Minas Gerais
MS - Mato Grosso do Sul
MT - Mato Grosso
Nb - Nome base
NUR - Norma Urbana Culta
C - Produto
P - Pará
PA - Pernambuco
PE - Paraíba
PB - Partido Democrático Trabalhista
Símbolos
Que diferença há, então, entre "abreviatura" e "símbolo"35? No caso de "quilograma", não é difícil
perceber que o "k", que nem ao menos faz parte da palavra, não pode fazer parte da sua abreviatura.
"Kg" é o símbolo (e não a abreviatura) de "quilograma". Veja:
Abreviatura: Grafia que permite economizar o espaço ou o tempo necessários para a escrita de uma
palavra, mediante a omissão de certas letras; as letras omitidas podem, eventualmente, ser substituídas
por um sinal convencional
Símbolo: É a representação de uma noção por meio de letras, números, pictogramas ou da
combinação destes elementos.
As abreviaturas, formadas por iniciais, ou por iniciais e um número muito reduzido de letras, são
reduções que se pronunciam por extenso. etc. é lido etecétera e não etce, p. ex. é lido por exemplo e não
pex.
As abreviaturas caracterizam-se pelo uso de pontos no final das formas reduzidas (indicação para a
leitura por extenso). Após o ponto podem ainda juntar-se, em expoente, letras do final da palavra, que
permitam explicitar melhor o significado da abreviatura.
n.º — número
Dr.ª — doutora
Os símbolos são um caso especial de representações abreviadas, com um valor geralmente
internacional. Exemplos:
1 metro = 1 m
2 metros = 2 m
1 hora = 1 h
2 horas = 2 h
1 litro = 1 l
2 litros = 2 l
1 minuto = 1 min
45 minutos = 45 min
É muito importante saber que os símbolos que representam as unidades dentro do padrão do Sistema
Internacional de Unidades não são abreviaturas! Isso mesmo! Não são abreviaturas. Eles são símbolos
representativos de medidas padronizadas, e não abreviaturas. Então, não admitem ponto e não têm
plural. Simples assim. Seja para indicar 1 hora ou 5 horas, o símbolo será apenas "h"
Se um jogo do Brasil nessa Copa começar às dezessete horas e quarenta e cinco minutos, por
exemplo, como você deve escrever o símbolo de horas e minutos, de acordo com o padrão SI que
conversamos?
O correto seria: 17h45min (sem ponto depois do fim e sem qualquer alteração por conta do número
plural).
De acordo com o padrão SI, não existe "hs" ou "hrs", seja na forma minúscula ou na forma maiúscula.
O símbolo de hora ou horas é "h". O mesmo raciocínio vale para metros e litros. O símbolo será mantido
"m" para metro ou metros e "l" para litro ou litros.
Questões
02. (Polícia Federal - Conhecimentos Básicos - CESPE) A respeito das correspondências oficiais,
julgue o próximo item.
Os termos técnicos, as siglas, as abreviações e os conceitos específicos empregados em
correspondências oficiais prescindem de explicação.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D
Associação - assoc.;
Artigo - art.;
Documento - doc.; e
Código - cód.
Resolução
Ato administrativo expedido pelas autoridades do executivo (mas não pelo Chefe do Executivo, que só
deve expedir Decretos) ou pelos presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos,
para disciplinar matéria de sua competência específica.
ESTRUTURA
TÍTULO: RESOLUÇÃO, seguido do número seqüencial e da data, em maiúsculas.
EMENTA: O objetivo da decisão.
Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01
109
PREÂMBULO: Citação das considerações legais ou administrativas que orientaram ou
fundamentaram a tomada de decisão, seguida da palavra “resolve”.
TEXTO: Poderá conter tantos parágrafos quantos forem necessários. A matéria poderá ser disposta
em artigos numerados a partir do primeiro, podendo, ainda, ser subdividida em itens e subitens.
CLÁUSULA DE REVOGAÇÃO: Somente se admite a cláusula de revogação específica. Assim, é
incorreto o uso de cláusula revogatória do tipo “Revogam-se as disposições em contrário”.
ASSINATURA: Diretor-Presidente.
Técnica legislativa
É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um espírito de sistema, tendo em vista não
só a coerência e a harmonia interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção no
sistema jurídico como um todo (LEAL, 1960, p. 7). Essa sistematização expressa uma característica da
cientificidade do Direito e corresponde às exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que
impedem uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do Direito.
Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática interna (compatibilidade teleológica e
ausência de contradição lógica) e sistemática externa (estrutura da lei).
A existência de um sistema interno deve, sempre que possível, evitar contradições lógicas,
teleológicas, ou valorativas. Tem-se uma contradição lógica se, por exemplo, a conduta autorizada pela
norma A é proibida pela norma B. Verifica-se uma contradição valorativa se identificam-se incongruências
de conteúdo axiológico dentro do sistema. É o que resulta, por exemplo, da edição de normas
discriminatórias dentro de um sistema que estabelece a igualdade como princípio basilar. Constata-se
uma contradição teleológica se há uma contradição entre os objetivos de disposições diversas, de modo
que a observância a um preceito importa a nulificação dos objetivos visados pela outra.
O exame da estrutura básica de uma lei talvez constitua a forma mais adequada de apreender aspectos
relevantes de sua sistemática externa.
Exemplo da estrutura:
A sistematização das leis mais complexas observa o seguinte esquema básico: livros, títulos, capítulos,
seções, subseções e artigos.
O exemplo acima, cumpre ressaltar, não é aplicável à maioria dos atos normativos. A regra geral é a
organização dos atos normativos em torno de meros artigos. Portanto, é equivocada a tendência de se
pretender realizar divisão de atos normativos diminutos e de baixa complexidade em capítulos e seções,
de modo a gerar anomalias como vários capítulos compostos de apenas um artigo.
Artigo
Exemplo de artigo:
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo
definitivo.
Dispositivo Desdobramento
Artigos Parágrafos ou incisos
Parágrafos Incisos
Incisos Alíneas
Alíneas Itens
Itens Subitens (excepcionalmente)
Parágrafo (§)
O parágrafos constitui, na técnica legislativa, a imediata divisão de um artigo, ou, como anotado por
Arthur Marinho, “(...) parágrafo sempre foi, numa lei, disposição secundária de um artigo em que se explica
ou modifica a disposição principal” (MARINHO, 1944, p. 227-229; PINHEIRO, 1962, p. 100).
O parágrafo é representado pelo sinal gráfico § (signum sectionis, em português, sinal de seção ou
sinal de corte).
Também em relação ao parágrafo, existe a prática da numeração ordinal até o nono (§ 9o) e cardinal
a partir do parágrafo dez (§ 10.). Na hipótese de haver apenas um parágrafo, adota- se a grafia “Parágrafo
único.” (e não “§ único”), com a primeira letra em maiúsculo quando inicia o texto e minúscula quando
citada ao longo do texto. Os textos dos parágrafos serão iniciados com letra maiúscula e encerrados com
ponto-final.
Neste ponto, se precisa alertar para equívoco, largamente disseminado, de se organizar o ato
normativo com número reduzido de artigos e elevado de parágrafos sem que se identifique a relação
direta entre a matéria dos capita e a matéria tratada nos inúmeros parágrafos. São casos em que o
parágrafo não está explicando, excepcionando ou detalhando o caput, mas dispondo sobre regra
meramente subsequente. O equívoco parece decorrer da errada tendência de se considerar má técnica
legislativa o número excessivo de artigos e, paradoxalmente, exemplo de esmero na elaboração
normativa artigos estruturados de modo complexo, com vários parágrafos além de parágrafos divididos
em incisos, alíneas, itens e, até mesmo, subitens.
Assim, cumpre ressaltar que a regra geral é o artigo limitar-se a frase curta compondo o caput e as
ideias subsequentes serem expressas em outros artigos. A subdivisão dos artigos na forma aqui expressa
pode ser conveniente e, dependendo da natureza da norma, exigência de boa técnica legislativa, mas
não deve ser vista como regra geral ou como exigência aplicável, de modo invariável, a todos os casos.
Exemplo de parágrafo:
Art. 14 (...)
§ 1ºNão serão objeto de consolidação as medidas provisórias ainda não convertidas em lei.
(Lei complementar n° 95, de 26 de fevereiro de 1998).
Art. 8º Na hipótese de dissolução da sociedade conjugal por morte de um dos cônjuges, serão
tributadas, em nome do sobrevivente, as importâncias que este perceber de seu trabalho próprio, das
pensões de que tiver gozo privativo, de quaisquer bens que não se incluam no monte a partilhar e
cinquenta por cento dos rendimentos produzidos pelos bens comuns enquanto não ultimada a partilha.
Parágrafo único. Na hipótese de separação judicial, divórcio ou anulação de casamento, cada um dos
contribuintes terá o tratamento tributário previsto no art. 2º.
(Constituição de 1988)
Os incisos são utilizados como elementos discriminativos de artigo ou parágrafo se o assunto nele
tratado não puder ser condensado no próprio artigo ou não se mostrar adequado a constituir parágrafo.
Os incisos são indicados por algarismos romanos seguidos de travessão ou meia-risca, que é separado
do algarismo e do texto por um espaço em branco: I – ; II – ; III – etc.
As alíneas são representadas por letras e constituem desdobramentos dos incisos e dos parágrafos.
A alínea ou a letra será grafada em minúsculo, seguida de parêntese e separada do texto por um espaço
em branco: a) ; b) ; c) etc. Quando iniciar o texto e, quando citada ao longo do texto, será grafada em
minúsculo, entre aspas e sem o parêntese.
Exemplo de alíneas:
Art. 15 (...)
XII ─ o texto da alínea inicia-se com letra minúscula, salvo quando se tratar de nome próprio, e termina
com:
a) ponto e vírgula;
b) dois-pontos, quando se desdobrar em itens; ou
c) ponto-final, caso seja a última e anteceda artigo ou parágrafo.
(BRASIL, 2017a)
Os itens são desdobramentos de alíneas e são representados por números cardinais, seguidos de
ponto-final e separados do texto por um espaço em branco: 1. ; 2. ; 3 etc.
Exemplo de itens:
Art. 14. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica, e observarão
o seguinte:
(...)
II - para a obtenção da precisão: (...)
j) empregar nas datas as seguintes formas:
1. “4 de março de 1998”;
2. “1o de maio de 1998”; (...)
(BRASIL, 2002b)
Agrupamento de dispositivos
Para a organização e a sistematização externa do texto do ato normativo, pode ser adotado o
agrupamento de dispositivos.
A praxe da técnica legislativa no âmbito federal indica que a denominação do assunto tratada em cada
unidade de agrupamento será iniciada pela preposição “De”, combinada com o artigo definido apropriado.
Essa praxe deriva do raciocínio de que cada agrupamento trata de determinado tema. Assim, no Título II
da Constituição, por exemplo, trata-se “Dos direitos e garantias fundamentais”.
a) seções:
A seção é o conjunto de artigos que versam sobre o mesmo tema. As seções são indicadas por
algarismos romanos e grafadas em letras iniciais maiúsculas e as demais minúsculas em negrito.
Eventualmente, as seções subdividem-se em subseções que serão indicadas da mesma forma.
Exemplo de seção:
Seção II
Da sociedade conjugal e das pensões
(Decreto no 9.580, de 2018)
b) capítulos:
O capítulo é formado por um agrupamento de seções ou de artigos. Sua designação e seu nome são
grafados em letras maiúsculas, sem o uso de negrito, e identificados por algarismos romanos.
c) título:
O título engloba um conjunto de capítulos. A sua designação deve ser grafada em letras maiúsculas e
algarismos romanos.
Exemplo de título:
TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
(Constituição de 1988)
d) livro:
Nas leis mais extensas, como os códigos, os conjuntos de títulos são reunidos em livros, podendo
estes ser agrupados em parte, que pode ser classificada em parte geral e parte especial.
Exemplo de livro:
PARTE GERAL LIVRO I
DAS PESSOAS
(Lei no 10.406, de 2002 – Código Civil)
Pode ser adotada a especificação temática do conteúdo de grupo de artigos ou de um artigo mediante
denominação que preceda o dispositivo, grafada em letras minúsculas em negrito, alinhada à esquerda,
sem numeração.
A especificação temática simplificada, ao contrário do Livro, não comporta a regra de utilização da
preposição “de”.
Exemplo de especificação temática simplificada:
Critérios de sistematização
A natureza e as peculiaridades de cada disciplina jurídica têm influência decisiva sobre o modelo de
sistematização a ser adotado, como se pode depreender de alguns exemplos:
Exemplo:
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
TÍTULO II – DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
TÍTULO III – DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
TÍTULO IV – DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
TÍTULO V – DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS
MORTOS
TÍTULO VI – DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
TÍTULO VII – DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
TÍTULO VIII – DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
TÍTULO IX – DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
TÍTULO X – DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
TÍTULO XI – DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 1940 – Código Penal)
Exemplo:
PARTE ESPECIAL
LIVRO I
DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
TÍTULO I
Das Modalidades das Obrigações
TÍTULO II
Da Transmissão das Obrigações
TÍTULO III
Do Adimplemento e Extinção das Obrigações
TÍTULO IV
Do Inadimplemento das Obrigações
TÍTULO V
Dos Contratos em Geral
TÍTULO VI
Das Várias Espécies de Contrato
TÍTULO VII
Dos Atos Unilaterais (...)
(BRASIL, 2002c)
Exemplo:
PARTE ESPECIAL
LIVRO I
DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
TÍTULO I
DO PROCEDIMENTO COMUM
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II
DA PETIÇÃO INICIAL
CAPÍTULO III
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
CAPÍTULO V
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO
A atividade de elaboração normativa faz uso de alguns instrumentos essenciais para a construção de
textos normativos marcados pela precisão, pela densidade e pela clareza.
A norma jurídica, em sua acepção abstrata, se, por um lado, compreende a previsão genérica de atos
e fatos da vida social, por outro, tem por missão informar ao cidadão sobre direitos e deveres por ela
criados ou disciplinados, de forma clara e objetiva.
Dessa forma, são recomendados, a seguir, alguns recursos redacionais para a elaboração dos textos
normativos.
Alteração normativa
O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa ao ato normativo que está sendo alterado,
conforme a formulação apresentada nos exemplos a seguir:
Exemplo:
Art. 1º A Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, passa a vigorar com as seguintes alterações:
(Lei nº 13.708, de 14 de agosto de 2018)
Art. 1º O Decreto nº 3.520, de 21 de junho de 2000, passa a vigorar com as seguintes alterações: (...)
(Decreto nº 9.061, de 5 de dezembro de 2018)
É vedado dispor sobre alterações de mais de uma norma no mesmo artigo ou dividir alterações do
mesmo ato normativo em diversos artigos da norma alteradora. Também não deve ser feita distinção na
norma alteradora entre dispositivos alterados e dispositivos acrescidos.
O texto de cada artigo acrescido ou alterado será transcrito entre aspas, com a indicação de nova
redação, representada pela expressão “(NR)”.
Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que não terão o seu texto alterado serão
substituídos por linha pontilhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não alteração do
trecho do artigo.
O Decreto nº 9.191, de 2017, estabelece as seguintes regras para o uso de linha pontilhada:
1. no caso de manutenção do texto do caput, a linha pontilhada empregada será precedida da
indicação do artigo a que se refere;
2. no caso de manutenção do texto do caput e do dispositivo subsequente, duas linhas pontilhadas
serão empregadas e a primeira linha será precedida da indicação do artigo a que se refere;
3. no caso de alteração do texto de unidade inferior dentro de unidade superior do artigo, a linha
pontilhada empregada será precedida da indicação do dispositivo a que se refere; e
4. a inexistência de linha pontilhada não dispensará a revogação expressa de parágrafo.
Observe-se que inexistência de linha pontilhada pode ser interpretada como revogação do dispositivo
ou como manutenção; portanto, para evitar grave insegurança jurídica é essencial, em especial no caso
de parágrafos, ter o cuidado de colocar a linha pontilhada deixando explícita a manutenção do dispositivo
ou, se a intenção for a revogação, não colocar linha pontilhada e, simultaneamente, incluir o dispositivo
na cláusula de revogação.
Os termos “retificação” e “republicação” foram utilizados sem uniformidade até a definição adotada
pelo Decreto nº 9.191, de 2017 (art. 55 e art. 56).
O termo “republicação” agora é utilizado para designar apenas a hipótese de o texto publicado não
corresponder ao original assinado pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo de erro
já constante do documento subscrito pela autoridade ou, muito menos, por motivo de alteração na opinião
da autoridade.
Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos após a publicação no Diário Oficial
da União, mesmo no caso de republicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos com
a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado sem correspondência com aquele subscrito
pela autoridade poderá ser considerado inválido com efeitos retroativos.
Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado corresponde ao texto subscrito pela
autoridade, mas que continha lapso manifesto.
A retificação requer nova assinatura pelas autoridades envolvidas e, em muitos casos, é menos
conveniente do que a mera alteração da norma segundo o procedimento previsto no subitem 17.1.
Apostila
Definição e finalidade
A correção de erro material que não afete a substância do ato singular de caráter pessoal e as
retificações ou alterações da denominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a denominação
modificada em decorrência de lei ou de decreto superveniente à expedição do ato pessoal a ser apostilado
são realizadas por meio de apostila.
O apostilamento é de competência do setor de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e
dispensa nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário.
Deve-se ter especial atenção quando do uso do apostilamento para os atos relativos à vacância ou ao
provimento decorrentes de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou fundação pública. O
apostilamento não se aplica aos casos nos quais a essência do cargo em comissão ou da função de
confiança tenham sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárquico, transformação
de atribuição de assessoramento em atribuição de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para
unidade com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que a praxe atual tem sido exigir
que o apostilamento decorrente de alteração em estrutura regimental seja realizadas na mesma data da
entrada em vigor de seu decreto.
Forma e estrutura
Exemplo:
Brasília, 12 de agosto de 2018
Exemplo:
NOME (em maiúsculas)
Cargo (somente as iniciais em maiúsculas)
No original do ato normativo, próximo à apostila, deverá ser mencionada a data de publicação da
apostila no boletim de serviço ou no boletim interno.
Atos normativos
Forma e estrutura
A estrutura dos atos normativos é composta por dois elementos básicos: a ordem legislativa e a matéria
legislada. A ordem legislativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto; a matéria
legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato.
Ordem legislativa
Das partes do ato normativo
Epígrafe
A epígrafe é a parte do ato que o qualifica na ordem jurídica e o situa no tempo, por meio da
denominação, da numeração e da data, devendo ser grafadas em maiúsculas e sem ponto final.
Exemplos de epígrafe:
LEI COMPLEMENTAR Nº 95, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1998
DECRETO Nº 9.191, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2017
Ementa
A ementa é a parte do ato que resume o conteúdo do ato normativo para permitir, de modo objetivo e
claro, o conhecimento da matéria legislada.
Exemplo de ementa:
Estabelece as normas e as diretrizes para elaboração,
redação, alteração, consolidação e encaminhamento de
propostas de atos normativos ao Presidente da República
pelos Ministros de Estado.
(Decreto nº 9.191, de 2017)
Preâmbulo
O preâmbulo contém a declaração do nome da autoridade, do cargo em que se encontra investida e
da atribuição constitucional em que se funda, quando for o caso, para promulgar o ato normativo e a
ordem de execução ou mandado de cumprimento, a qual prescreve a força coativa do ato normativo.
Observe-se que o modelo mencionado aplica-se apenas para leis sendo remetidas à publicação.
Quando a lei ainda está na fase de tramitação legislativa, a formulação do preâmbulo é a seguinte:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e
VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei Complementar nº 95, de 26 de
fevereiro de 1998,
DECRETA:
Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da
sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I - empresa pública e sociedade de economia mista;
II - instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência
complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
(Lei nº 11.101, de 2005)
Exemplo:
Brasília, 1º de dezembro de 2018; 197o da Independência e 130o da República.
Exemplo:
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação; e
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão
reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
(BRASIL, 2015b)
Agrupamento de dispositivos
Como assinalado no subitem “16.2 Sistemática externa da lei”, a dimensão de determinados textos
legais exige uma sistematização adequada. No direito brasileiro, consagra- se a seguinte prática para a
divisão das leis mais extensas:
a) um conjunto de artigos compõe uma seção ou subseção;
b) uma seção é composta por várias subseções;
c) um conjunto de seções constitui um capítulo;
d) um conjunto de capítulos constitui um título; e
e) um conjunto de títulos constitui um livro.
Se a estrutura do texto requerer agrupamento, adotam-se as partes, que se denominam parte geral e
parte especial (PINHEIRO, 1962, p. 110).
Cláusula de revogação
Até a edição da Lei Complementar no 95, de 1998, a cláusula de revogação podia ser específica ou
geral. Desde então, admite-se somente a cláusula de revogação específica. Dessa maneira, atualmente
é vedado o uso de cláusula revogatória assim expressa: “Revogam-se as disposições em contrário.”
A revogação é específica quando precisa o ato normativo ou os dispositivos dele que ficam revogados.
O padrão atual determina que cláusula de revogação seja subdividida em incisos e, eventualmente, em
alíneas, quando se tratar de revogação de mais de um ato normativo ou, até mesmo, quando se tratar de
dispositivos não sucessivos de um mesmo ato normativo. A providência é relevante para facilitar a rápida
e precisa dos dispositivos revogados.
Art. 2o Fica revogado o inciso VIII caput do art. 7º do Anexo I do Decreto no 9.260, de 2017.
(Decreto no 7.664, de 2012)
Além de se estudar o prazo necessário para a vacatio legis convém atentar para o período do ano, do
mês ou da semana no qual norma entrará em vigor. Por exemplo, caso a norma afete questões de cálculo
de pagamentos deve-se evitar a entrada em vigor no meio do mês. Já caso a norma exija medidas a
serem tomadas no dia da entrada em vigor convém evitar a vigência fora de dia útil.
Outa recomendação relevante é evitar utilizar a data de 1º de janeiro para início da vigência ou da
produção de efeitos sem análise da conveniência de os particulares e a administração terem de tomar
providência em dia que é feriado e, muitas vezes, coincide com troca de governo.
Estes são alguns exemplos de formulações que, segundo os novos padrões, podem ser adotadas na
cláusula de vigência:
a) Formulação padrão para medidas provisórias, nas quais, considerando a urgência e relevância
inerentes ao ato, a vacatio legis ou a postergação de efeitos somente podem ser admitidas em situações
excepcionais.
Exemplo:
Art. 7º Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.
(Medida Provisória nº 858, de 23 de novembro de 2018)
b) Formulação própria para decretos, nos quais se tem administração da data exata de publicação;
portanto, pode-se definir o dia exato de entrada em vigor.
Exemplo:
Art. 60. Este Decreto entra em vigor em 1º de fevereiro de 2018.
(Decreto nº 9.191, de 2017)
No caso de decretos, a praxe atual consiste em órgão proponente encaminhar proposta à Presidência
da República contendo o tempo necessário de vacatio legis, e a indicação do momento mais oportuno de
entrada em vigor. Com base nessas informações, a Casa Civil da Presidência da República arbitra data
de entrada em vigor imediatamente antes de submeter o ato ao Presidente da República.
c) Exemplo de formulação para leis nas quais não se é possível antever a data de publicação.
Observe-se que, como consta do exemplo, a vigência não precisa ser a mesma para todos os
dispositivos.
Exemplo:
Art. 80. Esta Lei entra em vigor:
A fixação de vacatio legis utilizando a fórmula “Esta Lei [Este Decreto] entra em vigor X dias
[semanas/meses/anos] após a data de sua publicação”, como se observa dos exemplo anteriores, não é
mais a fórmula preferencial.
Na contagem do prazo para entrada em vigor dos atos normativos que estabeleçam período de
vacância considera-se o dia da publicação como dia zero e a data de entrada em vigor como o dia da
consumação integral do prazo. A contagem não é interrompida ou suspensa em fins de semana ou
feriados. Pode ocorrer, inclusive, se a entrada em vigor do ato normativo ocorrer em dia não útil.
Caso a vacatio legis seja estabelecida em semanas, meses ou anos considera-se que a entrada em
vigor ocorrerá no dia de igual número do de início, ou no imediatamente posterior, se faltar exata
correspondência.
Assinatura e referenda
Os atos normativos devem ser assinados pela autoridade competente.
Todos os atos submetidos ao Presidente da República devem ser referendadas pelos Ministros de
Estado que respondam pela matéria (Constituição, art. 87, parágrafo único, inciso I), que assumem,
assim, a corresponsabilidade por sua execução e observância (PINHEIRO, 1962, p. 189-190).
No caso dos atos de nomeação de Ministro de Estado, a referenda será do Ministro de Estado da
Justiça, ao qual também compete referendar de atos cuja matéria não seja afeta a nenhum outro
Ministério.
A referenda de atos propostos por autoridades subordinadas diretamente ao Presidente da República,
mas que não sejam Ministros de Estado, é da competência do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da
Presidência da República.
Cumpre observar que a referenda é competência privativa de Ministros de Estado, não podendo ser
exercida por outras autoridades (dirigentes de entidades da administração indireta, secretários especiais,
secretários-executivos etc. que não estejam no exercício da interinidade como Ministros de Estado) ou
delegada. Considerando que a competência é, constitucionalmente, de Ministros de Estado, nem mesmo
autoridades equiparadas a Ministros de Estado, mas que, em sentido estrito, não sejam Ministros de
Estado, podem exercer a competência.
Lei ordinária
Definição
A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra, normas gerais e abstratas. Embora as leis
sejam definidas, normalmente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas contêm, não
raramente, normas singulares (lei formal ou ato normativo de efeitos concretos).
São exemplos de lei formal:
a) Lei Orçamentária Anual (Constituição, art. 165, § 5o);
b) leis que autorizam a criação de empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e
fundações (Constituição, art. 37, caput, inciso XIX).
Trata sobre assuntos diversos da área penal, civil, tributária, administrativa e da maior parte das
normas jurídicas do país, regulando quase todas as matérias de competência da União, com sanção do
Presidente da República. O projeto de lei ordinária é aprovado por maioria simples.
Pode ser proposto pelo Presidente da República, por deputados, senadores, Supremo Tribunal
Federal, tribunais superiores e Procurador-Geral da República. Os cidadãos também podem propor tal
projeto, desde que seja subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado do País, distribuído pelo
menos por cinco estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
Acentue-se, por outro lado, que existem matérias que somente podem ser disciplinadas por lei
ordinária10, sendo, aliás, vedada a delegação (Constituição, art. 68, § 1o, incisos I, II e III).
Objeto
O Estado de Direito (Constituição, art. 1o) define-se pela submissão de diversas relações da vida ao
Direito. Assim, não deveria haver, em princípio, domínios vedados à lei. Essa afirmativa é, todavia, apenas
Lei complementar
Definição
As leis complementares são um tipo de lei que não têm a rigidez dos preceitos constitucionais, e
tampouco comportam a revogação por força de qualquer lei ordinária superveniente 11. Com a instituição
de lei complementar, o constituinte buscou resguardar determinadas matérias contra mudanças céleres
ou apressadas, sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modificação.
A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso
Nacional (Constituição, art. 69).
Objeto
Caberia indagar se a lei complementar tem matéria própria. Pode-se afirmar que, sendo toda e
qualquer lei uma complementação da Constituição, a sua qualidade de lei complementar seria atribuída
por um elemento de índole formal, que é a sua aprovação pela maioria absoluta de cada uma das Casas
do Congresso. A qualificação de uma lei como complementar dependeria, assim, de um elemento
aleatório. Essa não é a melhor interpretação. Ao estabelecer um terceiro tipo, o constituinte pretendeu
assegurar certa estabilidade e um mínimo de rigidez às normas que regulam certas matérias. Dessa
forma, elimina-se eventual discricionariedade do legislador, e se entende que leis complementares
propriamente ditas são aquelas exigidas expressamente pelo texto constitucional (ATALIBA, 1971, p. 28;
FERREIRA FILHO, 2012, p. 240-241).
Disso decorre que:
a) Pode-se identificar as matérias reservadas à lei complementar pela expressa menção no texto
constitucional. Não se pode pretender estender as matérias reservadas à lei complementar com base em
argumentos de maior importância da matéria ou de conveniência política;
b) A utilização de lei complementar nas hipóteses constitucionalmente prescritas é obrigação e não
faculdade. Não existe a possibilidade de se dispor por meio de lei ordinária sobre a matéria enquanto não
editada a lei complementar.
c) Não existe entre lei complementar e lei ordinária (ou medida provisória:) uma relação de hierarquia,
pois seus campos de abrangência são diversos. Assim, a lei ordinária que invadir matéria de lei
complementar é inconstitucional, e não ilegal12;
d) Norma pré-constitucional de qualquer espécie que verse sobre matéria que a Constituição de 1988
reservou à lei complementar foi recepcionada pela nova ordem constitucional como lei complementar13;
e) Lei votada com o procedimento de lei complementar e denominada como tal, ainda assim, terá
efeitos jurídicos de lei ordinária, podendo ser revogada por lei ordinária posterior, se versar sobre matéria
não reservada constitucionalmente à lei complementar14; e
f) Dispositivos de uma lei complementar que não tratarem de matéria constitucionalmente reservada à
lei complementar possuem efeitos jurídicos de lei ordinária. Contudo, apesar de constitucionalmente
legítimo, não é tecnicamente recomendável misturar no corpo de lei complementar matéria de lei
ordinária.
Lei delegada
Definição
Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Presidente da República em decorrência de
autorização do Poder Legislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e dentro dos
limites nela traçados (Constituição, art. 68).
Trata-se de espécie normativa em desuso no âmbito federal. Apenas duas leis delegadas foram
Objeto
A Constituição (art. 68, § 1o) estabelece que não podem ser objeto de delegação os atos de
competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
“I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; e
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.”
Medida provisória
23.1 Definição
Medida provisória é ato normativo com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República
em caso de relevância e urgência. Na hipótese de medida provisória destinada à abertura de crédito
extraordinário (Constituição, art. 167, § 3º), também existe o requisito da imprevisibilidade da situação
que motivou a sua edição.
A medida provisória deve ser submetida de imediato à deliberação do Congresso Nacional.
As medidas provisórias perdem a eficácia desde a edição se não forem convertidas em lei no prazo de
60 dias, prorrogável por mais 60 dias. Nesse caso, o Congresso Nacional deverá disciplinar, por decreto
legislativo, as relações jurídicas decorrentes da medida provisória. Se tal disciplina não for feita no prazo
de 60 dias após a rejeição ou a perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas
e decorrentes de atos praticados durante a vigência da medida provisória permanecem regidas por ela.
Objeto
As medidas provisórias têm por objeto, basicamente, a mesma matéria das leis ordinárias; contudo,
não podem ser objeto de medida provisória as seguintes matérias:
a) Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) Direitos Penal, Processual Penal e Processual Civil;
c) Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,
ressalvada a abertura de crédito extraordinário, a qual é expressamente reservada à medida provisória
(Constituição, art. 167, § 3o );
e) Aquelas que visem à detenção ou ao sequestro de bens, de poupança popular ou de qualquer outro
ativo financeiro;
f) Aquelas reservadas à lei complementar;
g) Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto
do Presidente da República;
h) Aprovação de Código; e
i) Regulamentação de artigo da Constituição, cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda
constitucional promulgada no período compreendido entre 1o de janeiro de 1995 até a promulgação da
Emenda Constitucional no 32, de 11 de setembro de 2001.
Além disso, o Decreto nº 9.191, de 2017, recomenda que não seja objeto de medida provisória a
matéria “que possa ser aprovada sem danos para o interesse público nos prazos estabelecidos pelo
procedimento legislativo de urgência previsto na Constituição” (art. 35, caput, inciso V).
Decreto
Definição
Os decretos podem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos referentes à questão
de pessoal, de abertura de crédito, de desapropriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda
de nacionalidade, etc.).
Os decreto singulares costumavam não ser numerados, numa prática que foi abolida com o Decreto
nº 9.191, de 2017. Atualmente, apenas os decreto relativas às questões de pessoal não são numerados
e também não possuem ementa.
Decretos regulamentares
Os decretos regulamentares são atos normativos subordinados ou secundários. A diferença entre a lei
e o regulamento, no Direito brasileiro, não se limita à origem ou à supremacia daquela sobre este. A
distinção substancial é de que a lei inova originariamente o ordenamento jurídico, enquanto o regulamento
não o altera, mas fixa, tão-somente, as:
[...] regras orgânicas e processuais destinadas a pôr em execução os princípios institucionais
estabelecidos por lei, ou para desenvolver os preceitos constantes da lei, expressos ou implícitos, dentro
da órbita por ela circunscrita, isto é, as diretrizes, em pormenor, por ela determinadas. (MELLO, 1969, p.
314-316).
Como observa Celso Antônio Bandeira de Mello, a generalidade e o caráter abstrato da lei permitem
particularizações gradativas quando não têm como fim a especificidade de situações insuscetíveis de
redução a um padrão qualquer (MELLO, 1981, p. 83). Disso resulta, não raras vezes, margem de discrição
administrativa a ser exercida na aplicação da lei.
Decretos autônomos
Com a edição da Emenda Constitucional no 32, de 2001, introduziu-se no ordenamento pátrio ato
normativo conhecido doutrinariamente como decreto autônomo, decreto que decorre diretamente da
Constituição, possuindo efeitos análogos ao de uma lei ordinária.
Tal espécie normativa, contudo, limita-se às hipóteses de organização e funcionamento da
administração pública federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos (Constituição, art. 84, caput,
inciso VI).
Portaria
É o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades expedem instruções sobre a organização e
o funcionamento de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua competência.
Tal como os atos legislativos, a portaria contém parte preliminar, parte normativa e parte final, dessa
forma, as considerações do subitem “19.1 Forma e estrutura” são válidas. Porém a portaria não possui
fecho e, além disso, as portarias relativas às questões de pessoal não contêm ementa.
Exemplo de portaria:
Art. 1º A competência para autorizar a concessão de diárias e passagens aos servidores fica delegada
aos dirigentes máximos das seguintes unidades:
Art. 2º Fica delegada ao Secretário-Executivo da Casa Civil, vedada a subdelegação, salvo nas
hipóteses em que o deslocamento exigir manutenção do sigilo, observado o § 8º do art. 7º do Decreto nº
7.689, de 2012, a competência para autorizar a concessão de diárias e passagens referentes à:
I – deslocamentos de servidores ou militares por prazo superior a dez dias contínuos;
II – mais de quarenta diárias intercaladas por servidor no ano;
III – deslocamentos de mais de dez pessoas para o mesmo evento; e IV – deslocamentos para o
exterior, com ônus.
Parágrafo único. A competência para autorizar a concessão das diárias e passagens de que tratam os
incisos I a III do caput fica delegada, nos respectivos órgãos e entidades:
I – ao Secretário Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário; II – aos presidentes
do INCRA e do ITI; e
III – ao Interventor Federal.
Art. 3º A concessão de diárias e passagens do Secretário-Executivo da Casa Civil será autorizada pelo
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil.
Art. 4º A autoridade responsável pela autorização da concessão das diárias e passagens ficará
responsável pela aprovação da respectiva prestação de contas.
Art. 5º Os limites de gastos com diárias e passagens de que trata o § 3º do art. 6º do Decreto nº 7.689,
de 2012, deverão ser distribuídos entre as unidades elencadas no art. 1º.
Parágrafo único. O Secretário-Executivo da Casa Civil deverá, em ato próprio a ser publicado no
Boletim Interno, definir os limites de gastos com diárias e passagens anualmente.
(A) Pública.
(B) Legislativa.
(C) Oficial.
(D) Acadêmica.
(E) Funcional.
02 – (Prefeitura de São José do Rio Preto - SP - Agente legislativo – CONSESP). De acordo com
o Manual de Redação da Presidência da República, Lei Ordinária é
(A) um ato normativo primário e contém, em regra, normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam
definidas, normalmente, pela generalidade e abstração (“lei material”), estas contêm, não raramente,
normas singulares (“lei formal” ou “ato normativo de efeitos concretos”).
(B) o ato normativo elaborado pelo Presidente da República em virtude de autorização do Poder
Legislativo, expedida mediante resolução e dentro dos limites nela traçados.
(C) o ato normativo com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República em caso de
relevância e urgência. Tal medida deve ser submetida de imediato à deliberação do Congresso Nacional.
(D) o ato destinado a regular as matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional que tenham
efeitos externos a ele.
(E) a declaração que contém o nome da autoridade, do cargo em que se acha investida e da atribuição
constitucional em que se funda para promulgar a lei e a ordem de execução ou mandado de cumprimento,
a qual prescreve a força coativa do ato normativo.
04 – (Câmara de Mogi das Cruzes - Jornalista. – Vunesp). O ato normativo com força de lei que
pode ser editado pelo Presidente da República em caso de relevância e urgência e que deve ser
submetido de imediato à deliberação do Congresso Nacional é chamado de
(A) Agenda.
(B) Apostila.
(C) Ata.
(D) Resenha.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
A redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. No
Manual da Presidência interessa tratá-la do ponto de vista da administração pública federal.
02. Resposta: A
Lei ordinária é a espécie normativa mais comum prevista na Constituição Federal e que edita normas
de forma geral e abstrata.
As leis ordinárias podem dispor sob qualquer matéria, com exceção das que estão reservadas às leis
complementares e aos assuntos internos do Congresso Nacional, que devem ser regulados por decretos
e resoluções.
As leis ordinárias são consideradas atos normativos primários, ou seja, criam, modificam e extinguem
direitos seguindo um processo legislativo e preceitos expressos diretamente na Constituição Federal.
03. Resposta: D
Os Decretos são atos administrativos de competência exclusiva do Chefe do Executivo, são
denominados como decretos singulares (efeitos concretos), decretos regulamentares e decretos
autônomos.
04. Resposta: D
A Medida Provisória (MP) é um instrumento com força de lei, adotado pelo presidente da República,
em casos de relevância e urgência. Produz efeitos imediatos, mas depende de aprovação do Congresso
Nacional para transformação definitiva em lei. Seu prazo de vigência é de sessenta dias, prorrogáveis
uma vez por igual período. Se não for aprovada no prazo de 45 dias, contados da sua publicação, a MP
tranca a pauta de votações da Casa em que se encontrar (Câmara ou Senado) até que seja votada. Neste
caso, a Câmara só pode votar alguns tipos de proposição em sessão extraordinária.
05. Resposta: B
Apostila: Aditamento = (acrescentar informações) de informações a um ato administrativo anterior, pode
se considerar uma retificação ou atualização, ou uma correção de dados.
06. Resposta: C
A Portaria é um Ato por meio do qual o titular do órgão determina providências de caráter
administrativo, visando a estabelecer normas referentes à organização, à ordem disciplinar e ao
funcionamento de serviço ou procedimentos para o(s) órgão(s) e entidade(s) da Administração Pública,
bem como para nortear o cumprimento de dispositivos legais e disciplinares.
Ata
É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos fatos e deliberações ocorridos em uma reunião,
sessão ou assembleia. A ata deve ser redigida, se possível, no decorrer da reunião. Por isso é
Modelo de ATA
RELATÓRIOS GERENCIAIS
Relatório é o texto informativo-expositivo em que se expõe por escrito uma atividade ou situação. A
depender de sua finalidade, pode assumir diversas formas: relatório gerencial, de contas, médico, de
aulas práticas, de visita de estudo, etc.
Se você já trabalhou com laboratórios, universidades ou com pesquisa, é provável que tenha visto
relatórios técnico-científicos. Mas podemos fazer relatório de estágio, de viagem, visita, administrativos,
entre outros.
Relatório de Viagem: é utilizado para documentar por escrito uma viagem. Devemos informar a data,
o destino, a duração, os participantes, os objetivos e atividades desenvolvidas na viagem. A introdução
deve incluir a data, o destino e o objetivo da viagem. No desenvolvimento são relacionados os
participantes, as funções ou atividades desempenhadas e os lugares visitados.
Relatório de Estágio: deve descrever o local em que foi realizado o estágio ou a visita, o período de
duração e as atividades desenvolvidas pelo estagiário.
Relatório de Visita: é um documento que descreve o motivo da visita, o local desta, os trabalhos
executados, os processos técnicos e as particularidades observadas. Por fim, deve apresentar uma
conclusão.
Relatório Administrativo: comunica por escrito a atuação administrativa à uma autoridade superior.
Um documento de encaminhamento pode acompanhar o relatório administrativo remetido à apreciação
de uma pessoa ou organização. Geralmente, os relatórios administrativos são confeccionados no término
de um exercício.
c) Data: no relatório, o mais comum é a data seguir o padrão ofício e ser registrada no início, abaixo
da identificação do documento.
d) Assunto ou Ementa: em geral, o relatório tem assunto e o parecer tem ementa. O assunto e a
ementa devem iniciar com um substantivo e não com um verbo. A ementa deve dar uma ideia geral do
que trata o documento. Se bem elaborada, facilita - para o emissor - localizar o documento e - para o
receptor - saber o tema do documento antes mesmo de lê-lo.
e) Destinatário e Vocativo: o relatório pode seguir o padrão de ofício ou memorando e ser endereçado
a quem o solicitou. Ou, assim como o parecer, pode não apresentar destinatário nem vocativo. É um
documento que deverá compor um processo e, caso seja necessário enviá-lo para alguém, isso deve ser
feito por ofício ou memorando.
f) Numeração dos parágrafos e tópicos: se o relatório for curto (de cinco a dez páginas) podemos
numerar os parágrafos. Caso o relatório seja longo, é recomendado o uso de tópicos, que facilitam a
organização dos assuntos no texto e a leitura específica dos temas que o receptor busca.
h) Gráficos, tabelas, quadros e figuras: o uso de gráficos, tabelas, quadros e figuras é bastante
recomendado em documentos técnicos como relatórios e pareceres, porque eles facilitam a leitura das
informações.
Alguns relatórios podem apresentar elementos pré-textuais - como capa, folha de rosto, equipe técnica,
sumário, listas e resumo, elementos textuais - e elementos pós-textuais - como anexo, glossário,
referências bibliográficas e índice.
“Relatórios Gerenciais de boa qualidade são de extrema importância para uma boa gestão. É
possível elaborar e utilizar os Relatórios Gerenciais de forma simples, objetiva e eficaz”.
Perfil Corporativo (descreve a empresa): quando foi construída, o ramo de atuação, dentre outras
coisas.
Esse tópico é interessante quando a empresa for apresentar resultados consolidados a grande grupo
de pessoas. Para relatórios rápidos e mais simples, esses dados podem ser dispensados.
Logo após a apresentação da empresa, são apresentados demonstração de resultados,
acompanhados de gráficos e análise técnica. Geralmente, a apresentação se inicia pela análise da parte
mais interessante; porém, o relatório tem que obedecer a uma sequência lógica. Por exemplo, um relatório
gerencial financeiro obedece à sequência de um DRE – Demonstrativo de Resultado do Exercício.
Apresentadas as análises financeiras, o relatório pode apresentar um outro assunto, como por
exemplo, a escolaridade/qualificação dos funcionários, que podem vir em um novo tópico, e outros
gráficos podem ser apresentados.
Tudo pode ser usado como informação para a tomada de decisão, por isso o relatório gerencial deve
apresentar as informações de forma organizada. A apresentação não deve ser muito longa para não ser
cansativa; deve ser objetiva, simples e direta.
Registros Administrativos
Os Registros Administrativos36 são uma rica fonte de dados que poderiam ser mais úteis tanto para
os tomadores de decisão quanto para os mais diversos tipos de pesquisas acadêmicas.
As diferentes organizações, normalmente, produzem um volume enorme de informações, dados e
registros voltados para a tomada de decisões e em última análise para o próprio agir administrativo. Uma
das consequências desse processo é o fortalecimento da tendência de que os registros administrativos
sejam mais bem desenvolvidos e aproveitados dentro das organizações.
Em governos de vários países, cuja administração da informação está mais desenvolvida, os registros
administrativos são utilizados de várias maneiras, como, por exemplo, para a formulação de políticas
públicas e também para os mais diversos tipos de trabalhos científicos. Países como a Holanda, Canadá
36
FERREIRA; Frederico Poley Martins. Registros Administrativos como Fonte de Dados Estatísticos. Informática Pública ano 10 (1): 81-93, 2008.
É importante observar que os registros administrativos não são encontrados apenas nas
organizações governamentais, praticamente todas as entidades públicas ou privadas criam e
gerenciam registros administrativos.
No entanto, é característico dos órgãos públicos atuar em atividades como coleta de tributos,
fiscalização, repasse de recursos e formulação das mais diversas políticas públicas a partir de cadastros
subsidiados pelos registros administrativos. Por sua vez, observando especificamente as organizações
públicas, define como sendo registro administrativo:
Todo registro resultante de necessidades fiscais tributárias ou outras, criado com a finalidade de
viabilizar a administração ou operacionalização de programas de governo ou, ainda para
fiscalizar e controlar o cumprimento de obrigações legais por parte de determinados segmentos
da sociedade.
Muitos problemas podem ocorrer na identificação e classificação dos registros administrativos. Essas
dificuldades se tornam ainda mais robustas, especificamente, em organizações que apresentam, em
maior ou menor grau, determinadas características, quais sejam:
- Definições Inconsistentes: muitas vezes o registro, ao ser criado, não tem estabelecido
adequadamente o conceito que lhe dá sustentação.
- Os dados administrativos não auferem o exato conceito que pode ser utilizado por um usuário
secundário: diferenças entre os conceitos usados pelo usuário secundário e o conceito que deu origem
ao registro administrativo geram grandes dificuldades.
- Formatos “descoordenados” dos registros: muitas vezes, os registros alimentam bancos de
dados com informações não padronizadas, ou seja, um mesmo dado pode ser descrito de várias
maneiras.
- Deficiências dos dados: muitas vezes, os dados podem ter problemas como os de confiabilidade,
fato que deve ser sempre analisado e testado.
- Perda de registros no tempo: por falta de um gerenciamento adequado do ciclo de vida da
informação muitos dados são perdidos ou subutilizados.
- Falta de “timing”: os registros podem ser criados, por exemplo, muito tempo depois do fato que, a
princípio, justificaria sua existência. Por exemplo, pessoas depois de adultas que tiram sua certidão de
nascimento.
- Dificuldades em se “conversar” com outras bases de dados: considerando-se a forma como os
dados são armazenados e os bancos de dados são alimentados isto pode ser determinante, no que se
refere à integração entre diversas bases de dados.
- Necessidade do sigilo das informações: muitas vezes, determinados dados não estão disponíveis,
dado o sigilo envolvido nas informações. Como exemplo, determinados registros da Receita Federal.
- Inflexibilidade quanto às informações disponíveis e as questões envolvidas: normalmente, os
registros administrativos são criados para o “agir” administrativo, por isso mesmo, o número de perguntas
e o detalhamento não seriam aqueles desejáveis para uma pesquisa acadêmica.
- Problemas de cobertura da população: muitas vezes, a cobertura dos dados a partir de registros
administrativos estará incompleta, considerando-se as características do cadastro que se está utilizando.
Como exemplo, ao analisar as empresas de um determinado setor econômico a partir do cadastro de
empresas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) só estarão cadastradas as
empresas formais. Todas as demais (as informais) não estarão contempladas no cadastro. Essa é uma
questão que deve ser muito bem analisada e testada. Isso, muitas vezes, é possível cruzando dados de
cadastros com os dados de pesquisas oficiais, num determinado ponto no tempo.
- Problemas nas tabulações e divulgações existentes: muitos registros administrativos são
disponibilizados e divulgados a partir de determinadas tabulações. Muitos podem apresentar divulgação
deficiente e/ou tabulações que não atendem as demandas por informações, nem dos tomadores de
decisão e nem dos potenciais pesquisadores.
De uma maneira tradicional, muitas organizações adotam o gerenciamento de registros apenas como
forma de resolver problemas relacionados à má sistematização e arquivamento de registros em papel,
normalmente exigidos por lei.
É interessante observar que, mesmo nesse tipo de organização, por vários motivos, ocorre uma
necessidade imediata de mudanças, instigadas, entre outros motivos, pela disponibilidade das novas
tecnologias de informação, o que têm gerado tremendos desafios. Entre eles, pode-se observar que ao
contrário dos registros em papel, cuja preservação, pode e normalmente é decidida ao final do “ciclo de
vida” do registro, o valor de um registro eletrônico deve ser identificado “antes” que o registro seja criado.
Também, nesse momento, deverá ser avaliado se o registro será armazenado ou não. Isso está
relacionado à própria natureza dos registros eletrônicos, que normalmente demandam de seus gerentes
o envolvimento no desenho do sistema informatizado, inclusive, na criação, uso e preservação dos
registros produzidos. Em ambientes eletrônicos, os controles são mais intelectuais e mais voltados à
forma como os registros são produzidos e obtidos.
O adequado gerenciamento desses ciclos é fundamental para a qualidade do registro. Nesse contexto,
as organizações necessitam de uma abordagem que as ajudem a encontrar claramente as fontes internas
de informação e registros administrativos. Identificando o volume de informações geradas e seus
prováveis e potenciais usos.
Também é necessário criar conhecimento do que é viável, onde encontrar a informação, como
combinar os registros que produz, com suas necessidades e que registros administrativos podem ser
usados para criar novos valores. Isso, no entanto, só será viável a partir de uma perspectiva
interdisciplinar, numa estrutura organizacional de caráter mais horizontal.
É importante analisar se, realmente, os registros administrativos, “informam” aos tomadores de
decisão. Muitas vezes, se gasta uma quantidade enorme de recursos na criação e no gerenciamento dos
registros administrativos, porém por diversos motivos esses registros não atingem seu principal objetivo
que seria exatamente o de subsidiar os tomadores de decisão em suas ações.
Finalmente, o gerenciamento de registros também pode ser usado para ajudar as organizações a
identificar seu próprio negócio e as fontes de informações necessárias para seu sucesso.
Questões
01. (Banco do Brasil - Escriturário - FCC) A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano
aumentou 18% desde 1990. Mas a melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de
2010. Eles argumentam que, embora os números reflitam avanços em determinadas áreas, o mundo
continua a conviver com problemas graves, que exigem uma nova perspectiva política.
O cenário apresentado pelo Relatório não é animador. O documento adverte que, nestes 20 anos,
parte dos países enfrentou sérios problemas, sobretudo na saúde, anulando em alguns anos os ganhos
de várias décadas. Além disso, o crescimento econômico tem sido desigual. Os padrões de produção e
consumo atuais são considerados inadequados.
Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça caminhos possíveis. Entre eles, o
reconhecimento da ação pública na regulação da economia para proteger grupos mais vulneráveis. Outro
aspecto ressaltado é a necessidade de considerar pobreza, crescimento e desigualdade como temas
interligados. “Crescimento rápido não deve ser o único objetivo político, porque ignora a distribuição do
rendimento e negligencia a sustentabilidade do crescimento”, informa o texto.
Um aspecto importante revelado pelo Relatório é que muitas das ações para melhoria da saúde e da
educação não necessitam de grande investimento financeiro. Isso está mais presente sobretudo onde os
indicadores são ruins. “Numa primeira etapa, medidas simples como inclusão do soro caseiro e lavagem
das mãos já trazem impacto relevante”, avalia Flávio Comim, economista do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento.
(Lígia Formenti. O Estado de S. Paulo, A30 Vida, 5 de novembro de 2010)
03. (IPT/SP - Comprador - VUNESP) O texto a seguir denota um gênero textual que tem por finalidade
expor informações sobre um decreto, uma decisão, um projeto, uma atividade, uma pesquisa ou algo
semelhante, a fim de prestar contas, sejam elas financeiras ou administrativas.
“A receita de serviços e o resultado de seguros cresceram 17,2%. Nossas despesas cresceram apenas
4,8%, atingindo o melhor índice de eficiência ajustado ao risco. Encerramos o ano de 2013 com um lucro
líquido de R$ 16,5 bilhões, um aumento de 30,0% em comparação a 2012, e rentabilidade anualizada
sobre o patrimônio líquido médio de 21,0%”.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
Apesar da questão não apresentar o Relatório 2010, mas sim uma interpretação deste, podemos
encontrar elementos que o identificam como um relatório, pois estes evidenciam tendências como
crescimento de ganhos, redução de custos, despesas, perdas, avanços sociais, indicadores, etc.
Como escrever é uma habilidade essencial na administração, o relatório deve sempre ter qualidade
gráfica e de informação, confiabilidade, clareza de texto e impressão, acabamento e papel adequados,
para que, quando um diretor venha analisar o seu relatório, ele possa interpretar as informações
exatamente como você as quer passar; caso o diretor não entenda, ou ache meio complicado,
provavelmente seu relatório irá pra uma gaveta e será esquecido.
02. Resposta: D
O Relatório Gerencial é um documento escrito, que apresenta fatos e informações relevantes para
avaliação e tomadas de decisão. Praticamente todo relatório é um Relatório Gerencial, principalmente
quando elaborado pela alta administração, no caso, um diretor. O relatório gerencial apresenta análises
de dados passados e atuais, podendo, também, apresentar projeções futuras e sugestões.
03. Resposta: C
O trecho do texto apresentado na questão é de um relatório gerencial, pois apresenta informações
financeiras da situação de uma empresa ou departamento e sua análise comparativa entre os anos de
2012 e 2013.
04. Resposta: C
Balanço Patrimonial: demonstra a situação patrimonial da empresa em determinado momento,
mostrando o saldo dos bens, dos direitos e das obrigações. O balanço patrimonial apresenta os ativos
(bens e direitos), passivos (exigibilidades e obrigações) e o patrimônio líquido, que é resultante da
diferença entre o total de ativos e o total de passivos. Patrimônio Líquido = Ativo - Passivo.
Conceito de Organização37
Organização é uma palavra originada do Grego "organon" que significa instrumento, utensílio, órgão
ou aquilo com que se trabalha. Palavra que também pode ser entendida, como a forma que se dispõe um
sistema (conjunto de elementos), em relação ao modo como eles estão organizados, ou seja, como os
diversos elementos que o compõe estão coordenados e dispostos em um espaço.
No entanto, o conceito que queremos destacar se traduz à forma como ela é aplicada, seja na
organização escolar, na organização empresarial, na organização pessoal, na organização de eventos,
na organização doméstica, etc.
Pois em todas essas aplicações, o sentido de organização se baseia na forma com as pessoas se
inter-relacionam e na disposição e distribuição dos diversos elementos envolvidos (recursos humanos e
materiais), que sempre tem em vista a concretização de um mesmo objetivo.
Organização Empresarial
Uma organização empresarial é formada por duas ou mais pessoas, que executam tarefas de modo
controlado e coordenado, por meio da divisão e atribuição de responsabilidades, visando um mesmo
objetivo em comum e a máxima qualidade do processo de trabalho.
Dependendo do tipo de organização (pública ou privada, entidade econômica ou social), há uma
pessoa que exerce um papel fundamental perante as funções de: liderança, planejamento, controle dos
recursos humanos/materiais, financeiros e tecnológicos disponíveis na empresa.
37
http://www.significados.com.br/organizacao/.
A criação de uma organização sempre está fundamentada a algum propósito, ou seja, a algum objetivo,
que podem ser vinculados ao desenvolvimento de produtos ou a prestação de serviços para a satisfação
das necessidades humanas.
Quanto ao tipo destas organizações elas podem ser: públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos,
permanentes ou temporárias. Vejamos algumas definições:
Organização Pública: é aquela mantida pelo poder público, isto é, por qualquer nível de governo
federal, estadual ou municipal.
Organização Privada: é a mantida pela iniciativa privada, isto é, por pessoas sócias da organização.
Também existe a organização mista, na qual esforços públicos são combinados com privados.
Organização com fins Lucrativos: é aquela cujo objetivo é gerar lucro a partir das atividades por ela
desenvolvidas, para distribuí-lo aos seus sócios.
Organização sem fins Lucrativos: não tem objetivo de lucro, mas outras finalidades, como amparar
os necessitados, desenvolver atividades sociais, congregar pessoas. A ausência da finalidade de lucro
não impede que a organização venda mercadorias ou preste serviços remunerados, no entanto o lucro
dessa atividade deve ser revertido somente para a organização, e jamais para os seus proprietários.
Organização Permanente: é aquela constituída por prazo indeterminado, em princípio para sempre,
sem que isso impeça seu desaparecimento.
Organização Temporária: é a constituída com uma finalidade específica, para desaparecer logo que
a atividade tenha sido concluída.
Recursos
Os recursos são os meios ou ativos de que dispõem as empresas para a realização da produção.39
Quanto mais recursos as empresas tiverem ao seu alcance, melhor será o seu funcionamento e
resultados, e quanto menos recursos tiverem, maiores as dificuldades no alcance de seus objetivos.
Porém, excesso de recursos significa uma aplicação pouco rentável para uma empresa, por isso a
organização administrativa procura a máxima rentabilização dos recursos necessários para a obtenção
dos objetivos.
Existe uma variedade de recursos empresariais, porém os recursos mais importantes são os seguintes:
1. Recursos Materiais: são os recursos físicos, como edifícios, prédios, máquinas, equipamentos,
instalações, ferramentas, matérias-primas etc.
2. Recursos Financeiros: são recursos monetários, como capital, dinheiro em caixa ou em bancos,
créditos, investimentos, contas a receber etc.
3. Recursos Humanos: são as pessoas que trabalham em todos os níveis da empresa, desde o
presidente até o mais humilde dos operários. Na verdade, as pessoas são os únicos recursos vivos e
inteligentes de uma empresa, capazes de lidar com todos os demais recursos empresariais.
Os recursos humanos estão distribuídos em todos os níveis de uma organização, desde o nível
estratégico até o nível operacional, e este é o recurso mais importante que uma organização pode ter
atualmente.
Alguns economistas denominam os recursos empresariais como fatores de produção, pois para eles,
a produção de riqueza somente ocorre quando três fatores de produção estão presentes: a natureza, o
capital e o trabalho.
Natureza: representa os meios que proporcionam matéria-prima, máquinas e equipamentos.
Capital: representa os meios que financiam a produção.
Trabalho: representa a mão de obra que transforma a matéria-prima em produto acabado ou serviço
prestado, com a ajuda de máquinas e equipamentos.
Com o avanço cientifico, outros dois outros tipos de recursos passaram a integrar os recursos básicos
de uma empresa, sendo estes os recursos mercadológicos e os administrativos.
Recursos Mercadológicos: são os recursos comerciais que as empresas utilizam para colocar seus
produtos ou serviços no mercado, como vendas, promoção, propaganda, pesquisa de mercado, definição
de preços etc.
Recursos Administrativos: são os recursos gerenciais que as empresas utilizam para planejar,
organizar, dirigir e controlar suas atividades.
A falta de um desses recursos impossibilita o processo de produção e colocação dos bens e serviços
no mercado. Assim, todos os recursos empresariais apresentam a mesma relevância. Todavia, são os
recursos humanos, os únicos recursos que proporcionam inteligência, conhecimento, competência e
tomada de decisões para que seja colocado em ação todos os demais recursos empresariais, que por
sua vez são inerentes, estáticos e sem vida própria.
Processos de Transformação
É por meio dos processos que as organizações transformam os recursos em resultados, e alguns
processos que se encontram nas organizações são:
Processo de Produção: transformação de matérias-primas, por meio de máquinas ou da atividade
humana, em produtos e serviços.
Processo de Administração de Encomendas: transformação de um pedido feito ou prestação de
um serviço.
38
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração – 6. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2004.
39
http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/as-empresas-e-seus-recursos/49451/
Divisão do Trabalho
Em uma organização, cada pessoa realiza tarefas específicas, e todas contribuem para a realização
dos objetivos organizacionais. A divisão do trabalho é o processo que permite superar as limitações
individuais e a especialização é o elemento que agrega mais eficiência e eficácia a este processo.
Objetivos
Toda empresa existe para produzir alguma coisa, seja produtos (bens), ou serviços (educação, saúde
segurança...). As empresas que produzem bens são chamadas de empresas industriais, enquanto que
as que prestam serviços são chamadas de empresas prestadoras de serviços. Além da produção, as
empresas precisam colocar seus produtos ou serviços no mercado e é aí que surge a comercialização.
A Organização Administrativa40
As funções organizacionais condizem as tarefas especializadas que serão realizadas por um grupo de
pessoas ou por uma pessoa específica, para que a organização realize seus objetivos. A partir destas
funções é que surgem as áreas funcionais da empresa, áreas que tem a função de determinar o conjunto
de processos que será aplicado aos recursos da empresa.
A Administração Geral é que se responsabiliza pela coordenação das áreas funcionais e das pessoas
envolvidas no processo do trabalho. Posto isso, Maximiano41 afirma que as áreas funcionais mais
importantes para qualquer organização são: produção (ou operações), marketing, finanças, recursos
humanos e pesquisa e desenvolvimento.
40
MOLINA, J. Gestão em Petróleo e Gás. Organização.2015.
41
MAXIMIANO, Antonio César Amauri. Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2007.
Marketing
A função de marketing é estabelecer e manter a ligação entre a organização e seus clientes,
consumidores, usuários ou público-alvo. Sua função abrange atividades de:
Pesquisa: identificação de interesses, necessidades e tendências do mercado (estudo de mercado).
Produtos: criação, desenvolvimento e lançamento de novos produtos e serviços, inclusive seus
nomes, marcas e preços, forma de apresentação e embalagem.
Distribuição / Praça: desenvolvimento dos canais de distribuição e gestão dos pontos de venda (se
será venda direta, venda por atacado, varejo, distribuidores autorizados).
Preço: políticas comerciais e estratégias de preço, estrutura de preços, descontos, facilidades de
pagamento e prazos.
Promoção: comunicação com o público-alvo, por meio de propaganda, publicidade e promoção nos
pontos de venda. Envolve material promocional e amostra grátis.
Vendas: são as atividades relacionadas ao número de bens ou serviços vendidos em um determinado
período de tempo.
As pessoas que trabalham no departamento de marketing precisam usar de seus conhecimentos para
aumentar as vendas de uma determinada marca ou uma organização, essa pessoa é responsável por
criar estratégias para tornar um produto ou um serviço mais atraente para seus clientes, além disso, fica
como responsabilidade do colaborador de marketing concretizar o nome da empresa, levando seu nome
diretamente para pessoas que precisam de seus produtos/serviços.
O colaborar que irá trabalhar na área de Marketing, deve ser criativo, antenado, comunicativo e
estrategista, além disso, ele precisa conhecer as novas tendências da sua área e, principalmente, ser
ético.
42
http://atitudeenegocios.com/funcao-da-contabilidade/
43
http://www.covrecontabilidade.cnt.br/2011/08/logo-estaremos-no-ar.html
Pesquisa e Desenvolvimento
A função de pesquisa e desenvolvimento (P&D) é transformar as informações de marketing em
produtos e serviços. Tem também outras funções, como a identificação e a introdução de novas
tecnologias e melhoramentos nos processos produtivos, para reduzir custos.
Departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento devem sempre ser compostos por pessoas
capacitadas de alto nível técnico, capazes de teorizar produtos comercializáveis e que possam trazer
benefícios ao consumidor final., para realizar essa tarefa, as fontes podem ser variadas, inclusive até
mesmo com participações externas.
As grandes organizações geralmente têm muitas pessoas trabalhando em atividades de P&D, e essas
pessoas são técnicos de todas as profissões que trabalham em laboratórios e centros de pesquisa para
idealizar e desenvolver produtos e serviços de todos os tipos.
As pequenas organizações às vezes têm também atividades de P&D, mas, em muitos casos, as ideias
e as fórmulas são compradas ou copiadas de organizações maiores e mais inovadoras.
Área Técnica: as pessoas dessa área executam serviços especializados dentro das organizações.
Possuem atribuições variadas, entre elas a manutenção dos sistemas de informação, atendimento a um
público específico (como área técnica de graduação ou pós-graduação em universidades), serviços de
assistência técnica, etc.
Segurança: apesar do setor de recursos humanos gerir a segurança local, muitas vezes ainda é
necessário um setor de segurança (composto pelos seguranças, supervisores e vigilantes, que de fato
operacionalizam a segurança local), este setor ocorre como um departamento autônomo, e muitas
empresas terceirizam este setor para uma empresa especializada.
Administrativa: na função administrativa, as pessoas que nela trabalham, auxiliam o funcionamento
diário de uma organização, por dessa função é possível criar uma padronização das ações, ela facilita a
comunicação e a organização da empresa, bem como o gerenciamento das diversas atividades
administrativas.
Um exemplo são as microempresas na qual um mesmo gestor possui múltiplas funções. As funções
organizacionais administrativas podem ser: compras, manutenção do patrimônio, contabilidade, finanças,
recursos humanos, atendimento aos clientes, etc.
Toda empresa é criada com o objetivo de produção de bens, e comercialização de produtos, ou com
o objetivo de prestar algum tipo de serviço para os seus clientes, e cada empresa possui objetivos e
características particulares, em relação a seus recursos, estratégias, público alvo, etc.
As organizações empresariais com fins lucrativos, geram receita, e é através da venda de seus
produtos ou serviços que se obtêm lucro. No entanto não podem ser consideradas autônomas e nem
autossuficientes, pois precisam ser bem administradas para que o retorno financeiro seja positivo.
Nas empresas, a definição dos objetivos e metas, está diretamente relacionada com o planejamento
estratégico, no qual definições claras de objetivos precisam existir para direcionar os rumos da
organização, dando sustentabilidade a ela. Os objetivos e metas também têm a finalidade de propor
desafios ao planejamento estratégico. Quão maior e mais arrojado forem os objetivos e metas, mais
desafiador será o planejamento.
Objetivos são os alvos que se busca atingir, já as metas são os objetivos mais específicos, com uma
previsão de ser cumprida, as organizações possuem objetivos, e são eles que alicerçam o trabalho, na
Alcançar a Eficiência: se refere aos meios, os métodos, processos, regras e regulamentos sobre
como as coisas devem ser feitas na empresa a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados.
Uma organização eficiente é aquela que utiliza racionalmente seus recursos;
Alcançar a Eficácia: se refere aos fins, os objetivos e resultados a serem alcançados pela empresa,
significa a capacidade de realizar um objetivo ou resolver um problema, capacidade de se chegar aos
resultados.
Os Administradores
Quando se pensa em administrar, pensa-se naqueles que se utilizam dos elementos da administração,
ou seja, em algumas pessoas que chamamos genericamente de administradores, este profissional, no
entanto, não tem apenas esta função teórica, ele é responsável pela implantação de tudo que se planeja
na empresa, portanto ele é responsável por definir os programas e métodos de trabalho que serão
aplicados, bem como pela avaliação de resultados e correção dos setores e procedimentos que estiverem
com problemas.
O cotidiano do administrador é repleto de conteúdo administrativo e mesmo profissionais de outras
áreas, como advogados, médicos e engenheiros, fazem uso do processo de administrar.
É função do administrador acompanhar a produtividade e os lucros da organização, por isso sua função
envolve a fiscalizando dos processos de produção, o controle dos equipamentos e materiais envolvidos
na produção e o controle de desperdícios e prejuízos das etapas de produção.
Para que tudo isso seja funcional, o administrador também faz um estudo do aproveitamento da mão
de obra, atuando, inclusive, na admissão e contratação dos funcionários, estabelecendo por este ato as
relações da empresa com o contratado.
O administrador moderno é o profissional que pensa e utiliza as ideias do futuro. O executivo deve
buscar motivação ao encontrar um ambiente favorável, com autonomia e espaço para iniciativa, de
maneira que possa estar sempre acreditando no que faz.
Um administrador competitivo deve saber desviar-se de todos esses problemas, sempre procurando
levar seus objetivos adiante, não importando o que possa vir a acontecer e deve sempre manter o
entusiasmo, mesmo que sua empresa não esteja bem no mercado.
Os melhores profissionais não são aqueles que levam a empresa quando ela está bem e sim aqueles
que conseguem tirá-las de suas maiores crises.
O profissional que utiliza a administração como meio de vida executa tarefas desde o nível hierárquico
de supervisão elementar até o nível de dirigente máximo da organização, assim como pode atuar em
44
DRUCKER, P.F. Introdução à administração. São Paulo, Pioneira, 1991.
45
STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5 eds. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999.
Os Gerentes
O gerente tem um papel administrativo e estratégico dentro das organizações, no qual está focado
no gerenciamento sistêmico das áreas funcionais da empresa e suas principais funções compreendem:
- Tomar decisões.
- Processar informações.
- Relacionar-se com pessoas, de dentro e fora da organização. Ação que corresponde ao papel
Interpessoal e Intrapessoal do gerente.
Papel Interpessoal: são aqueles que envolvem relações com pessoas de dentro e fora da
organização. São três os papéis interpessoais que os gerentes desempenham: imagem do chefe, líder e
ligação.
Imagem do Chefe: compreende todas as atividades nas quais o gerente age como um símbolo e
representante de sua organização (falar em público, comparecer a solenidades, relacionar-se com
autoridades em nome de sua empresa).
Líder: permeia todas as atividades gerenciais e não é uma atividade isolada.
Ligação: envolve a teia de relações humanas que o gerente deve manter, principalmente com seus
pares.
Papel Intrapessoal: compreende todas as relações e formas de reflexão e ação da pessoa a respeito
dela própria, como: autoanálise, autocontrole, automotivação, autoconhecimento, capacidade de
organização pessoal e administração do próprio tempo.
O equilibro entre as competências é a base da distinção ente o papel do administrador maestro e o do
administrador cirurgião.
Administrador Maestro: ele conhece as técnicas, mas não sabe como fazer o serviço.
Administrador Cirurgião: além de conhecer as técnicas, ele sabe executá-las para alcançar o
objetivo proposto.
O gerente ou o profissional que atua na Administração de uma empresa é avaliado por suas
habilidades técnicas (que são as técnicas ligadas ao saber fazer, às competências de domínio da função),
mas, principalmente, por suas habilidades comportamentais (estão ligadas com os fatores motivacionais,
psicológicos e emocionais do indivíduo).
46
STONER, J.A.F. Administração. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 2 ed. 1985.
Habilidades Técnicas: estão relacionadas com a capacidade do administrador para usar ferramentas,
procedimentos, técnicas e conhecimentos especializados relativos à sua área de atuação específica. São
as habilidades de fazer as coisas concretas e práticas, como desenhar um projeto, compor um
cronograma, elaborar um programa de produção, entre outras.
Habilidades Conceituais: envolvem conceitos e ideias que possibilitam ao administrador uma visão
sistêmica da organização, dando-lhe condições para avaliar fatos, situações, informações e ideias.
Relacionadas com a capacidade do administrador para coordenar e integrar todos os interesses e
atividades de uma organização ou grupo. São habilidades que permitem que o administrador faça
abstrações e desenvolva filosofias, valores e princípios de ação. Representam as habilidades mais
sofisticadas e permitem as tomadas de decisões mais acertadas e inovadoras.
Para Katz47, a relevância de cada habilidade varia de acordo com o nível organizacional que o
administrador ocupa. Assim, os administradores no nível estratégico preponderam as habilidades
conceituais, enquanto para os administradores no nível operacional são mais importantes as habilidades
técnicas.
Princípios da Administração
47
KATZ. R. The human side of Managing Technological Innovation. New York, Oxford University Press, 1997.
48
DRUCKER, P.F.O melhor de Peter Drucker: a administração. São Paulo, Nobel, 2001.
49
CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. São Paulo, MAKRON BOOKS, 1993.
Em relação à autoridade:
4. Deve haver uma linha de autoridade claramente definida, conhecida e reconhecida por todos, desde
o topo da organização até cada indivíduo da base.
5. A autoridade, a responsabilidade, os deveres de cada pessoa ou órgão, bem como suas relações
com outras pessoas ou órgãos, devem ser definidos, estarem documentados e comunicados a todos.
6. O desempenho das funções deve ser acompanhado da respectiva responsabilidade, que deve andar
junto com a respectiva autoridade. Ambas devem sempre estar equilibradas entre si.
7. A autoridade para tomar ou iniciar uma ação deve ser delegada o mais próximo possível da cena
da ação.
8. O número de níveis de autoridade deve ser o mínimo possível.
Quanto as relações:
9. Há um limite quanto ao número de pessoas que podem ser supervisionadas por um superior.
10. Cada pessoa deve subordinar-se a um único superior, evitando-se duplicidade de ordens.
11. A responsabilidade da autoridade mais elevada para com os atos de seus subordinados é absoluta.
13. Princípio da definição funcional: o trabalho de cada pessoa, a atividade de cada órgão e as
relações de autoridade e responsabilidade são aspectos que devem ser claramente definidos por escrito.
As empresas geralmente utilizam o organograma, a descrição do cargo ou o Manual de Organização para
atender ao princípio da definição funcional. O importante é deixar claro a posição de cada pessoa ou
órgão na estrutura organizacional da empresa.
15. Princípio Escalar: é decorrente do princípio anterior. Cada pessoa deve saber exatamente a quem
prestar contas, e sobre quem possui autoridade. Refere-se a cada cadeia de relações diretas de
autoridade de um superior para um subordinado em toda a organização, desde a base até a cúpula, onde
geralmente está o chefe principal como autoridade máxima
16. Princípio das funções de linha e de staff: aqui deve-se definir, da maneira mais clara possível,
não só a quantidade de autoridade atribuída a cada pessoa ou órgão, mas também a natureza dessa
autoridade. Este princípio leva a distinção entre as funções de linha e de staff dentro da empresa.
As funções de linha são aquelas diretamente ligadas aos objetivos principais da empresa, enquanto
as funções de staff são aquelas que não se encontram diretamente ligadas àqueles objetivos. O critério
da distinção é o relacionamento direto ou indireto com os objetivos empresariais e não o grau de
importância de uma atividade sobre outra.
As mudanças no ambiente organizacional estão cada vez mais frequentes, por isso as empresas
precisam adaptar-se às variações e oscilações tanto do ambiente interno como externo. Muitas dessas
mudanças são inesperadas e ocorrem em fases de extrema dificuldade das empresas, tornando o
processo decisório ainda mais difícil.
Assim, conforme surgem novas exigências do mercado, as empresas também anseiam novas
necessidades, para que seja possível acompanhar o dinamismo do mercado. Processo que é composto
por mudanças do ambiente externo e adaptações do ambiente interno que faz com que as empresas se
tornem cada vez mais complexas.
Questões
01. (CEMIG/ TELECOM - Analista Administrativo Jr. - FRAMINAS) Os administradores, para exercer
as funções gerenciais, precisam dominar determinadas habilidades para desempenhar seu trabalho com
eficiência e eficácia.
04. (Pref. de Santana do Jacaré/MG - Auxiliar Administrativo - REIS & REIS) A organização
administrativa deve basear-se em princípios de organização.
06. (UFABC - Assistente em Administração - VUNESP) Uma das noções básicas em administração
refere-se à utilização adequada dos meios disponíveis (materiais, equipamentos, processos etc.) para
que se atinjam os fins propostos. O conceito ao qual essa ação se refere é o de
(A) eficácia.
(B) qualidade.
(C) economia.
(D) eficiência.
(E) correção.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
As habilidades conceituais são necessárias para todos os administradores, mas substanciais aos que
fazem parte do nível estratégico, ou seja, da Alta Administração, pois essas habilidades requerem o
raciocínio rápido e eficiente, úteis principalmente para a tomada de decisão. É a capacidade de ter uma
visão sistêmica, um olhar crítico e perceber como é a dinâmica de uma organização, como é estruturada,
organizada - em outras palavras, é enxergar a relação que cada área estabelece entre si.
02. Resposta: A
Habilidades Técnicas são as habilidades ligadas à execução do trabalho, e ao domínio do
conhecimento específico para executar seu trabalho operacional.
Habilidades Humanas são as habilidades necessárias para um bom relacionamento.
Habilidades Conceituais são as habilidades que mantêm a visão da organização como um todo,
influenciando diretamente no direcionamento e na Administração da empresa.
03. Resposta: C
Chiavenato descreve cinco tipos de recursos empresariais, a seguir:
1) Recursos Materiais: são os recursos físicos utilizados nas realizações da atividades empresariais.
Ex.: Máquinas, ferramentas, edifício etc.;
2) Recursos Financeiros: são os recursos que financiam as operações da empresa. Ex.: Fluxo de caixa;
3) Recursos Humanos: são os conjuntos de colaboradores, capital intelectual que opera as atividades.
Ex.: Diretores, supervisores etc.;
4) Recursos Mercadológicos: meios utilizados para entrar em contato com o ambiente externo,
abrangem controle de qualidade, propagandas, análise de mercado, pontos de distribuição, etc.;
04. Resposta: C
Cadeia de comando, também chamada de cadeia escalar, é a linha de autoridade formal em uma
organização. Ela pode ser observada no organograma da organização, o qual identifica os papéis de cada
indivíduo e quem deve responder a quem dentro da estrutura organizacional. A cadeia de comando é a
definição formal do sentido da comunicação e responsabilidade de cada indivíduo da organização.
05. Resposta: E
As funções organizacionais são as tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam para
que a organização operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças, contabilidade,
administração de materiais, logística e recursos humanos.
06. Resposta: D
A eficiência se refere aos meios, os métodos, processos, regras e regulamentos sobre como as coisas
devem ser feitas na organização a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados, uma
organização considerada eficiente é aquela que utiliza racionalmente seus recursos, para alcançar os
objetivos da organização.
PLANEJAMENTO ADMINISTRATIVO50
Fundamentos do Planejamento
O trabalho do administrador não se restringe ao presente, ao atual, ao corrente. Ele precisa extrapolar
o imediato e se projetar para frente. O administrador precisa tomar decisões estratégicas e planejar o
futuro de sua organização. Ao tomar decisões, o administrador configura e reconfigura continuamente a
sua organização ou a unidade organizacional que administra. Ele precisa saber em qual rumo deseja que
sua organização vá em frente, tomar as decisões necessárias e elaborar os planos para que isso
realmente aconteça. O planejamento está voltado para o futuro. É para ele que a organização deve estar
preparada a todo instante.
Planejamento é a função administrativa que define objetivos e decide sobre os recursos e tarefas
necessários para alcançá-los adequadamente. Como decorrência do planejamento estão os planos e os
projetos. Os planos facilitam a organização no alcance de suas metas e objetivos.
Além disso, os planos funcionam como guias ou balizamentos para assegurar os seguintes aspectos:
1. Os planos definem os recursos necessários para alcançar os objetivos organizacionais.
2. Os planos servem para integrar os vários objetivos a serem alcançados em um esquema
organizacional que proporciona coordenação e integração.
3. Os planos permitem que as pessoas trabalhem em diferentes atividades consistentes com os
objetivos definidos. Eles dão racionalidade ao processo. São racionais porque servem de meios para
alcançar adequadamente os objetivos traçados.
4. Os planos permitem que o alcance dos objetivos possa ser continuamente monitorado e avaliado
em relação a certos padrões ou indicadores a fim de permitir a ação corretiva necessária quando o
progresso não seja satisfatório.
O primeiro passo do planejamento consiste na definição dos objetivos para a organização. Objetivos
são resultados específicos que se pretende atingir. Os objetivos são estabelecidos para cada uma das
subunidades da organização, como suas divisões ou departamentos etc. Uma vez definidos, os
programas são estabelecidos para alcançar os objetivos de maneira sistemática e racional. Ao selecionar
objetivos e desenvolver programas, o administrador deve considerar sua viabilidade e aceitação pelos
gerentes e funcionários da organização.
Planejar significa olhar para a frente, visualizar o futuro e o que deverá ser feito, elaborar bons planos,
programas e projetos e ajudar as pessoas a fazer hoje as ações necessárias para melhor enfrentar os
desafios do amanhã. Em outros termos, o planejamento constitui hoje uma responsabilidade essencial
em qualquer tipo de organização ou de atividade.
50
OLIVEIRA, Francisco Coelho. Planejamento Administrativo. FACCAMP.
Antunes, Zaida Regina Almeida Afonso. Planejamento Estratégico como Fator Competitivo nas Organizações. Disponível em:
http://www.tecsoma.br/fevereiro2012/artigo%20estrategia%5B1%5D.pdf
50
Hitt, Ireland e Hoskisson. Administração Estratégica: competitividade e globalização. 2. ed. São Paulo: Tomson Learning, 2008.
Como todo planejamento se subordina a uma filosofia de ação, Ackoff aponta três tipos de filosofia do
planejamento:
1. Planejamento conservador: É o planejamento voltado para a estabilidade e para a manutenção
da situação existente. As decisões são tomadas no sentido de obter bons resultados, mas não
necessariamente os melhores possíveis, pois dificilmente o planejamento procurará fazer mudanças
radicais na organização. Sua ênfase é conservar as práticas atualmente vigentes. Está mais preocupado
em identificar e sanar deficiências e problemas internos do que em explorar oportunidades ambientais
futuras. Sua base é predominantemente retrospectiva no sentido de aproveitar a experiência passada e
projetá-la para o futuro.
O Processo de Planejamento
O planejamento muitas vezes não é feito por administradores ou por especialistas trancados em salas
e em apenas algumas épocas determinadas. Embora seja uma atividade voltada para o futuro, o
planejamento deve ser contínuo e permanente e, se possível, abrangendo o maior número de pessoas
na sua elaboração e implementação. Em outras palavras, o planejamento deve ser constante e
participativo. A descentralização proporciona a participação e o envolvimento das pessoas em todos os
aspectos do seu processo. É o chamado planejamento participativo. Para fazer o planejamento, é vital
que se conheça o contexto em que a organização está inserida. Em outras palavras, qual é o
microambiente, qual a sua missão e quais os seus objetivos básicos. Sobretudo, quais os fatores-chave
para o seu sucesso. A partir daí, pode-se começar a pensar em planejamento.
Para que o planejamento seja bem-sucedido, torna-se necessário verificar quais os fatores críticos de
sucesso para atingir os objetivos propostos. Os fatores críticos de sucesso são os elementos
condicionantes no alcance dos objetivos da organização. Ou seja, são aspectos ligados diretamente ao
sucesso da organização. Se eles não estiverem presentes, os objetivos não serão alcançados. Para
identificar os fatores críticos de sucesso em qualquer negócio, deve-se fazer a seguinte pergunta: O que
se deve fazer para ser bem-sucedido? Em uma empresa lucrativa, o sucesso significa fazer lucros. Os
fatores críticos de sucesso dependerão de quais negócios que fazem lucro. Se o negócio é produzir
roupas a baixo custo, os fatores críticos de sucesso estarão localizados em operações de baixo custo e
elevado volume de vendas. Se o negócio é produzir vestidos de luxo, os custos não serão tão importantes
quanto a alta qualidade dos materiais, da confecção aprimorada e do desenho criativo. Em uma empresa
de pesquisa e desenvolvimento orientada para o futuro, altos lucros hoje não são aspectos críticos, mas
sim o desenvolvimento de uma tecnologia de ponta capaz de produzir no futuro novos produtos
inovadores e construir uma boa reputação que atraia investidores. A identificação dos fatores críticos de
sucesso é fundamental para a realização dos objetivos organizacionais.
Existem duas maneiras de identificar os fatores críticos de sucesso. A primeira é dissecar os recursos
organizacionais e o mercado de maneira imaginativa para identificar os segmentos que são mais decisivos
e importantes. A segunda é descobrir o que distingue as organizações bem-sucedidas das organizações
malsucedidas e analisar as diferenças entre elas. Aqui se aplica o benchmarking.
Benchmarking
Benefícios do Planejamento
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
O Planejamento Estratégico (PE) trata-se de uma técnica de organização que procura definir qual a
melhor maneira (estratégia) de se atingir um objetivo.
De acordo com Hitt, Ireland e Hoskisson51, o planejamento estratégico deve considerar a análise do
ambiente interno e externo, para ter as informações de que precisa para formar uma missão e uma visão.
Os stakeholders (partes interessadas, aqueles que afetam ou são afetados pelo desempenho de uma
empresa) aprendem muito sobre uma empresa analisando a sua visão e missão. Na verdade, uma das
finalidades-chaves das declarações de missão e visão é informar aos stakeholders o que a empresa é, o
que pretende realizar e a quem pretende atender, outra finalidade, é fornecer as diretrizes estratégicas,
para que a empresa formule seu planejamento estratégico.
O Planejamento Tático e Operacional fazem parte do Planejamento Estratégico de uma empresa, e é
uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela Organização, visando
maior grau de interação com o ambiente.
As várias definições trazem em comum que a estratégia (1) estabelece os objetivos, (2) o caminho a
ser seguido para alcançá-los, (3) levando em consideração o ambiente em que a organização está
inserida.
Vale pontuar, então, que existem três tipos de planejamento (níveis de planejamento):
a) Estratégico;
b) Tático;
c) Operacional
A diferença entre eles se refere ao nível hierárquico em que são elaborados, a abrangência em relação
às unidades e o período para o qual se referem, como está resumido no quadro a seguir:
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Hitt, Ireland e Hoskisson. Administração Estratégica: competitividade e globalização. 2. ed. São Paulo: Tomson Learning, 2008.
Impossível falar de Planejamento Tático e Operacional sem citar o que é o Estratégico, esses três
elementos caminham juntos e configuram o que chamamos de Planejamento Estratégico de uma
organização. Cada um possui uma função específica dentro do processo de tomada de decisão. Toda
empresa ou organização conta com três níveis de administração, decisão e operação. Podemos dizer
que, o planejamento é um processo desenvolvido com o objetivo de alcançar uma determinada situação
almejada, ou seja, é a preparação para o alcance dessa "situação", que ocorre através de um
planejamento bem feito, otimizando os recursos da organização e tornando-os mais eficiente e eficaz em
sua aplicabilidade. Os principais fundamentos de um bom planejamento, são: a definição dos objetivos e
a concepção de planos que integram e coordenam as atividades da organização de forma a atingir esses
objetivos. Podemos dizer, que no geral, existem três níveis de planejamento empresarial, como já citado
anteriormente. Vamos conhece-los detalhadamente a seguir:
Planejamento estratégico
O planejamento estratégico é aquele que define as estratégias de longo prazo da empresa. Esse
planejamento contribui na definição da visão, missão e valores da organização. Também colabora com a
concepção dos objetivos (metas), e da análise dos fatores internos e externos da companhia. O
planejamento estratégico é o mais amplo dos três e abrange toda a organização. Ele é de longo prazo e
será responsável por nortear a empresa como um todo. O planejamento começa aqui. No geral, podemos
resumi-lo como um processo gerencial que possibilita estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa,
com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente.
O planejamento estratégico é um processo permanente e contínuo, sendo sempre voltado para o
futuro. Ele visa a racionalidade das tomadas de decisão e a alocação dos recursos organizacionais da
forma mais eficiente possível, o que acaba gerando mudanças e inovações na companhia. Em sua
maioria, as decisões estratégicas da empresa são tomadas pelos proprietários, CEO, presidente,
diretoria, porém, dependendo da forma como a organização concebe seus processos. É importante
lembrar que os ocupantes de cargos estratégicos devem evitar ao máximo atividades administrativas de
nível tático e atividades de execução de nível operacional. Importante salientar que ele deve ser
constantemente revisto e atualizado, não pode ficar defasado por ser de longo prazo e não deve apenas
ficar guardado na gaveta.
O planejamento estratégico apresenta cinco características fundamentais:
1. O planejamento estratégico está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente
mutável: Está voltado para as relações entre a organização e seu ambiente de tarefa. Portanto, sujeito à
Planejamento tático
O planejamento tático é aquele que faz a intermediação entre o nível estratégico e o operacional.
Geralmente, o planejamento tático é projetado a médio prazo e abrange cada unidade da organização,
ele traduz e interpreta as decisões do planejamento estratégico e os transforma em planos concretos
dentro das unidades da empresa. Cada unidade, em específico, procura atingir seus próprios objetivos,
que varia desde otimizar determinada área de resultado até utilizar de modo eficiente os recursos
disponíveis.
O planejamento tático também integra a estrutura da organização para fazer frente aos desafios
estratégicos, desdobrando os objetivos institucionais em objetivos departamentais. No geral, os
integrantes desse nível devem se apropriar da estratégia para desdobrá-la em ações concretas nas suas
áreas e processos ou sub processos de atuação. É o nível da gerência média ou intermediária, estando
aqui os supervisores, diretores de cada área da empresa, etc. Podemos dizer que o plano tático tem por
finalidade especificar de que modo o seu setor, processo ou projeto ajudará a alcançar os objetivos gerais
da organização. Deve traduzir, transmitir de forma clara ao nível operacional o que deve ser realizado.
Os planos táticos geralmente envolvem:
1. Planos de produção: Envolvendo métodos e tecnologias necessárias para as pessoas em seu
trabalho, arranjo físico do trabalho e equipamentos como suportes para as atividades e tarefas.
2. Planos financeiros: Envolvendo captação e aplicação do dinheiro necessário para suportar as
várias operações da organização.
3. Planos de marketing: Envolvendo os requisitos de vender e distribuir bens e serviços no mercado
e atender ao cliente.
4. Planos de recursos humanos: Envolvendo recrutamento, seleção e treinamento das pessoas nas
várias atividades dentro da organização. Recentemente, as organizações estão também se preocupando
com a aquisição de competências essenciais para o negócio através da gestão do conhecimento
corporativo. Contudo, os planos táticos podem também se referir à tecnologia utilizada pela organização
(tecnologia da informação, tecnologia de produção etc.), investimentos, obtenção de recursos etc.
Políticas: As políticas constituem exemplos de planos táticos que funcionam como guias gerais de
ação. Elas funcionam como orientações para a tomada de decisão. Geralmente refletem um objetivo e
orienta as pessoas em direção a esses objetivos em situações que requeiram algum julgamento. As
políticas servem para que as pessoas façam escolhas semelhantes ao se defrontarem com situações
similares. As políticas constituem afirmações genéricas baseadas nos objetivos organizacionais e visam
oferecer rumos para as pessoas dentro da organização. As políticas definem limites ou fronteiras dentro
dos quais as pessoas podem tomar suas decisões. Nesse sentido, as políticas reduzem o grau de
liberdade para a tomada de decisão das pessoas. As organizações definem uma variedade de políticas,
como de recursos humanos, de vendas, de produção, de crédito etc.
Planejamento operacional
O planejamento operacional é a formalização dos objetivos e procedimentos, ou seja, a implementação
das ações previamente desenvolvidas e estabelecidas pelos baixos níveis de gerência (nível tático). Tem
como principal finalidade desdobrar os planos táticos de cada departamento em planos operacionais para
cada tarefa. É de conhecimento mútuo que o planejamento operacional possui um curto alcance (o menor
dos três níveis de planejamento), estando diretamente ligado com a área técnica de execução de um
determinado plano de ação.
Podemos dizer, que ele envolve cada tarefa ou atividade de forma isolada, preocupando-se com o
alcance de metas bastante específicas. O planejamento operacional ajuda a colocar em prática os planos
táticos de cada setor da empresa, criando condições para a realização mais adequada dos trabalhos
diários que são executados dentro da organização. Uma de suas principais características é a
formalização, principalmente, por meio das metodologias estabelecidas e formalmente designadas em
documentos corporativos. É importante lembrar que, cada planejamento operacional deve conter: os
recursos necessários para sua implantação, os procedimentos básicos a serem adotados, os resultados
esperados, prazos estabelecidos e os responsáveis pela sua execução. Como resultado da etapa de
Planejamento Operacional geralmente obtemos Planos de Ações e Cronogramas das atividades que
precisam ser desenvolvidas dentro do período de tempo que está sendo planejado.
Questões
01. (Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Analista Legislativo – Pref. do Rio de Janeiro/RJ). O
planejamento em nível gerencial, que se refere ao médio prazo, com ações que afetam partes da
empresa, como o planejamento financeiro, o planejamento de recursos humanos e o planejamento de
produção, é o do tipo:
(A) tático
(B) básico
(C) estratégico
(D) operacional
06. (TRT/PR - Analista Judiciário - FCC) O Planejamento Estratégico tem como foco central
(A) alcançar o potencial máximo da organização através do fortalecimento da capacidade de prever
ocorrências futuras com impacto estratégico nas metas de longo prazo.
(B) realizar metas organizacionais de longo alcance, através da priorização de enfrentamento das
incertezas ambientais internas.
(C) capacitar os níveis diretivos superiores para enfrentar as incertezas ambientais externas.
(D) reduzir as incertezas em ambientes competitivos para alcançar resultados precisos no curto prazo.
(E) fortalecer a sinergia entre as capacidades efetivas da organização visando alcançar seu pleno
potencial de ação num ambiente de incerteza sistêmica.
08. (INMET - Administrador – CETRO) Quanto à função administrativa “Planejar”, pode-se dizer que:
(A) É apenas definir os objetivos da organização.
(B) É apenas definir as metas da organização.
09. (MPE/PB - Analista Ministerial – FCC/2015) Uma organização pública realizou um planejamento
que teve como objetivo a elaboração de planos, programas e projetos para a implementação da sua
estratégia. Esse tipo de Planejamento é o
(A) global.
(B) tático.
(C) estratégico.
(D) operacional.
(E) tradicional.
13. (MF - Analista de Finanças e Controle – ESAF) A primeira tarefa associada ao desenho de
processo está relacionada à(ao):
(A) transformação da estratégia organizacional ou da cúpula dirigente.
(B) transformação da estratégia organizacional ou do suporte técnico.
(C) entendimento da estratégia mercadológica ou da cúpula dirigente.
(D) entendimento da estratégia organizacional ou do negócio.
(E) entendimento da estratégia mercadológica ou do suporte técnico.
Gabarito
01. Resposta: A
Planejamento Estratégico = estratégias corporativas, gerais = longo prazo =direção
Planejamento Tácito = estratégias para cada departamento ou unidade da organização = médio prazo
= supervisão e gerentes, envolvendo um planejamento financeiro, planejamento de recursos humanos,
planejamento de produção, planejamento de Marketing e assim por diante.
Planejamento Operacional = estratégias e planos operacionais envolvendo cada tarefa ou operação =
curto prazo = chão de fábrica.
02. Resposta: B
O Planejamento é a primeira das funções administrativas, fazer um planejamento é traçar um rumo
metodológico para organização, onde se estabelece objetivos e define de que forma (como fazer) serão
alcançados. O planejamento estratégico define as estratégias de longo prazo da empresa, contribui na
definição da visão, missão e valores da organização. Também colabora com a concepção dos objetivos
(metas), e da análise dos fatores internos e externos da companhia. O planejamento estratégico é o mais
amplo dos três e abrange toda a organização. No geral, podemos resumi-lo como um processo gerencial
que possibilita estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização
na relação da empresa com o seu ambiente, que está cada vez mais competitivo, complexo e instável.
03. Resposta: C
Há três tipos de planejamento que em conjunto formam um todo dentro da empresa, assim
satisfazendo todos os interessados. Pela característica do planejamento estratégico ser de longo prazo e
abranger toda a organização, possui menor flexibilidade do que os outros tipos de planejamento.
Ressalta-se que este tipo de planejamento olha o todo da empresa e não apenas uma parte específica
(não existe um foco específico em qualquer área), e trata-se de um planejamento mais geral, abrangente,
ou seja, não há detalhamento nele. Isto significa que também não há uma definição do que cada um deve
fazer, de suas responsabilidades. O nível de detalhamento vai aumentando no planejamento tático, sendo
ainda maior no operacional.
04. Resposta: E
As alternativas “a”, “b” e “c” correspondem a características do planejamento tático: preocupa-se em
atingir os objetivos departamentais, abrange cada departamento ou unidade da organização e é projetado
para o médio prazo, geralmente para o exercício anual. Já a alternativa “d” sobre “ter seus efeitos e
consequências estendidos a vários anos à frente” tange ao planejamento estratégico. A única
característica de nível operacional é “envolve cada atividade isoladamente, visa ao alcance de metas
específicas”, metas as quais foram estabelecidas no planejamento tático.
05. Resposta: C
Segundo Chiavenato, o processo de planejamento envolve: definir os objetivos e prazos; verificar qual
a situação atual em relação aos objetivos; desenvolver premissas quanto às situações futuras; analisar
as alternativas de ação; escolher um curso de ação entre as várias alternativas; implementar o plano e
avaliar os resultados.
06. Resposta: E
O planejamento estratégico define as estratégias de longo prazo da empresa, contribui na definição da
visão, missão e valores da organização. Também colabora com a concepção dos objetivos (metas), e da
análise dos fatores internos e externos da companhia. O planejamento estratégico é o mais amplo dos
três e abrange toda a organização. No geral, podemos resumi-lo como um processo gerencial que
possibilita estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na
relação da empresa com o seu ambiente, que está cada vez mais competitivo, complexo e instável.
O planejamento estratégico é um processo permanente e contínuo, sendo sempre voltado para o
futuro. Ele visa a racionalidade das tomadas de decisão e a alocação dos recursos organizacionais da
forma mais eficiente possível, o que acaba gerando mudanças e inovações na companhia.
07. Resposta: A
As empresas, fornecedores, clientes, com correntes e o público operam em um macroambiente de
forças e tendências que formam oportunidades e impõem ameaças. A análise de mercado deve observar
08. Resposta: C
O conceito organizacional de planejamento passou por profundas transformações e atualmente seu
conceito é moderno e bem abrangente. Isso significa que o planejamento está dividido em 3 níveis:
estratégico, tático e operacional. Também é certo que o planejamento, neste caso o estratégico, deve
conferir a organização todo seu embasamento interno externo para que ela possa delimitar, mesmo que
sem muita certeza naquele momento, perspectivas de longo e curto prazo.
09. Resposta: B
Planejamento Tático é o planejamento subordinado ao Estratégico. Como no texto da questão fala que
foram criados programas, projetos e planos para a implementação da estratégia. Isso quer dizer q o
planejamento estratégico já existia e que foi utilizado outro nível de planejamento para a sua execução,
o tático, já que é o que subordina-se ao estratégico.
10. Resposta: B
Vamos ver aqui que: Alta Administração ou Estratégico (Diretoria) – representada pela presidência,
vice-presidência e pela diretoria. Responde pelo direcionamento maior das operações e pelas operações
da organização. É de sua responsabilidade o desenvolvimento de políticas, estratégias e de estabelecer
metas para a organização como um todo. Este nível da administração estabelece objetivos (que serão
desmembrados em metas) e os repassam aos níveis hierárquicos mais baixos, até os níveis operacionais.
Média administração ou Tático (Gerência) - é conhecida como gerência de departamento, ou
gerência de setor. Ela é responsável pela direção e coordenação das atividades dos administradores de
primeiro nível e outras pessoas não gerentes, como serventes, recepcionistas e assistentes
administrativos.
Administração Operacional (Supervisão) – representado pelos gerentes de vendas, chefes de
seção ou supervisores de produção. É responsável diretamente pela produção de bens ou serviços,
portanto coordena a execução das tarefas de todo pessoal operacional.
11. Resposta: E
A administração não ocorre por acaso. O planejamento define o que a organização pretende fazer no
futuro e como deverá fazê-lo. Por essa razão, o planejamento é a primeira função administrativa, e que
define os objetivos para o futuro desempenho organizacional e decide sobre os recursos e tarefas
necessárias para alcançá-los adequadamente. Os objetivos são realizados após determinada a missão e
a visão da organização
Visão - A visão é a forma através do qual a empresa se vê no futuro; onde ela quer estar; como ela
quer ser vista e reconhecida; o que ela pretende vir a ser. Será através da visão que a empresa
vislumbrará o lugar ou espaço que pretende ocupar no futuro e o quais ações devem ser realizadas no
presente para que isso ocorra.
Missão - A missão organizacional representa a razão de existência da empresa. A missão da empresa
envolve aspectos essenciais do negócio e tem como objetivo definir precisamente o que fazer (produtos
ou serviços), como fazer (tecnologia a ser utilizada) e, para quem fazer (mercado ou cliente) refletindo
sempre a primazia do negócio.
13. Resposta: D
A questão está se referindo à formulação do processo da estratégia, etapa em que são definidos os
objetivos para onde a empresa quer chegar. São definidas a missão e visão da empresa. Para que a
missão e a visão sejam desenvolvidas é necessário que exista a estratégica. A estratégia é desenvolvida
em cada área da empresa para que os objetivos possam ser atingidos como um todo. Sendo assim, é
necessário, primeiramente, ter o entendimento da estratégia organizacional ou do negócio.