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CREMEPE

Assistente Técnico I

1. Atos Administrativos: conceito, requisitos, atributos, discricionariedade e vinculação;


classificação; espécies, motivação, anulação, revogação e extinção; ...................................... 1
2. Redação oficial: 2.1. Correspondência oficial; 2.2. Digitação qualitativa, abreviações e
formas de tratamento; 2.3. Expressões e vocábulos latinos de uso frequente nas comunicações
administrativas oficiais; 2.4. Documentos e modelos; ............................................................. 18
2.5. Comunicação escrita e oral; ........................................................................................ 50
2.6. Normas para elaboração de textos, envelope e endereçamentos postais; .................. 58
3. Contabilidade básica. ..................................................................................................... 71
4. Documentação e arquivo: pesquisa, documentação, arquivo, sistema e métodos de
arquivamento e normas para arquivo; 5. Noções arquivísticas; .............................................. 85
6. Correspondência e Atos Oficiais. Modelos oficiais, ofícios e requerimentos. ................. 99
7. Abreviaturas, siglas e símbolos. ................................................................................... 104
8. Documentos Oficiais - Leis, Decretos, Resoluções, Portarias, Apostilas etc ................ 109
9. Elaboração de atas e relatórios.................................................................................... 129
10. Noções de Administração e Planejamento ................................................................. 138

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Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01 1


1. Atos Administrativos: conceito, requisitos, atributos, discricionariedade e
vinculação; classificação; espécies, motivação, anulação, revogação e extinção;

Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe
faça às vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, transferir, modificar ou extinguir
direitos e obrigações.
Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja em nome dele.
Logo, pode-se concluir que os atos administrativos não são definidos pela condição da pessoa que os
realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público.
Deve-se diferenciar o conceito de ato administrativo do conceito de ato da Administração. Este último
é ato praticado por órgão vinculado à estrutura do Poder Executivo.
Nem todo ato praticado pela Administração será ato administrativo, ou seja, há circunstâncias em que
a Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular.
O que qualifica o ato como administrativo é o fato que sua repercussão jurídica produz efeitos a uma
determinada sociedade, devendo existir uma regulação pelo direito público. Para que esse ato seja
caracterizado, é necessário que ele seja emanado por um agente público, quer dizer, alguém que esteja
investido de múnus público, podendo atuar em nome da Administração.
Esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde serão definidas prerrogativas, que diz respeito à
supremacia do interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade do interesse público.
Embora existam divergências, a doutrina mais moderna entende que os atos administrativos podem
ser delegados, assim os particulares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos referidos
atos.

Questões

01. (Câmara Municipal de Atibaia/SP - Advogado - CAIP-IMES) Assinale a alternativa incorreta.

Os atos administrativos:
(A) decorrem de manifestação bilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou
impor obrigações aos administrados, apenas.
(B) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública no exercício da função
administrativa típica.
(C) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou
impor obrigações aos administrados ou a si própria.
(D) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, portanto são de
exclusividade do Poder Executivo no exercício da função típica. Contudo, os demais poderes (Judiciário
e Legislativo) também podem exercê-los, atipicamente.

02. (CNMP -Técnico do CNMP FCC) Ato administrativo é:


(A) realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão administrativa.
(B) sinônimo de fato administrativo.
(C) manifestação bilateral de poder da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha por
fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir, declarar direitos e impor obrigações aos
administrados.
(D) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que visa impor obrigações aos
administrados ou a si própria ou alguma realização material em cumprimento a uma decisão de si própria.
(E) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
obrigações aos administrados ou a si própria.

Gabarito

01.A / 02.E

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Comentários

01. Resposta: A
Os atos administrativos enquadram-se na categoria dos atos jurídicos. Logo, são manifestações
humanas, e não meros fenômenos da natureza. Ademais, são sempre manifestações unilaterais de
vontade (as bilaterais compõem os chamados contratos administrativos).

02. Resposta: E
Para Hely Lopes.
Ato Administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo
nessa qualidade, tenha por fim IMEDIATO adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.
Para Maria Sylvia.
É a declaração de vontade do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos,
com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e se sujeita a controle do Poder Judiciário.
Para Celso Antônio.
É a declaração de vontade do Estado ou de lhe faça as vezes, no exercício de prerrogativas Públicas,
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e
sujeitas a controle de legitimidade dos órgãos jurisdicionais.

Requisitos / Elementos

São as condições necessárias para a existência válida do ato. Do ponto de vista da doutrina tradicional
(e majoritária nos concursos públicos), os requisitos dos atos administrativos são cinco:
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
No Direito Administrativo quem define as competências de cada agente é a lei, que deverá limitar sua
atuação e fazer as atribuições de cada agente.
O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado todo aquele que atue em nome do
Estado, podendo ser de qualquer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo determinado ou
vínculo de natureza permanente.
Podem ser englobados como agentes, os agentes políticos, que são os detentores de mandatos
eletivos, secretários e ministros de Estado, considerando ainda os membros da magistratura e do
Ministério Público. Os atos ainda poderão ser praticados por particulares em colaboração com o poder
público, podendo se considerar aqueles que exercem função estatal, sem vínculo definido, como acontece
com jurados e mesários, por exemplo.
Além da competência para a prática do ato, se faz necessário que não exista impedimento e suspeição
para o exercício da atividade.
Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não sendo possível um agente ter
competência ilimitada, tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios de legitimação.
Objeto lícito: É o conteúdo do ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e
qualquer ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas
referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública.
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo.
A forma específica se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um processo
administrativo prévio, que se caracterize por uma série de atos concatenados, com um propósito certo. A
exigência de forma para a prática dos atos da Administração Pública decorre do Princípio da Solenidade,
que pertence à atuação estatal, como forma de garantia de que os cidadãos serão contemplados com
essa ação.
Motivo: este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes;
O motivo será válido, sem irregularidades na prática do ato administrativo, exigindo-se que o fato
narrado no ato praticado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na conduta estatal.
Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das razões que levaram à prática do ato.

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Finalidade: o ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso ou desvio de poder.

Questão

01. (DPE/PE - Estagiário de Direito - DPE-PE) São elementos do ato administrativo:


(A) presunção de legalidade, economicidade, eficiência e motivação.
(B) competência, forma e vinculação.
(C) presunção de legitimidade e impessoalidade.
(D) competência, forma, objeto, finalidade e motivo
(E) vinculação e discricionariedade.

Gabarito

01.D

Comentário

01. Resposta: D
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
Finalidade: O ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder;
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo.
Motivo: Este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes;
Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e qualquer
ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas referentes
a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública.

Atributos ou Características

São prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração representa, são as
qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros atos jurídicos. São eles:
Presunção de legitimidade: é a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados
válidos, até que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos.

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Isso não significa que os atos administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus da prova
é de quem alega.
O atributo de presunção de legitimidade confere maior agilidade à atuação administrativa, já que depois
da prática do ato, estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse válido, até que se
declare sua ilegalidade por decisão administrativa ou judicial.
Imperatividade: é o poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente obrigações
aos administrados, independente da concordância destes. É a prerrogativa que a Administração possui
para impor determinado comportamento a terceiros.
Exigibilidade ou coercibilidade: é o poder que possuem os atos administrativos de serem exigidos
quanto ao seu cumprimento sob ameaça de sanção.
Autoexecutoriedade: é o poder pelo qual os atos administrativos podem ser executados
materialmente pela própria administração, independentemente da atuação do Poder Judiciário.
Para a ocorrência da autoexecutoriedade é necessário a presença dos seguintes requisitos:
a) Quando a lei expressamente previr;
b) Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos seguintes
requisitos:
- situação de urgência; e
- inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão.
Tipicidade1: é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras previamente
definidas pela lei como aptas a produzir determinados efeitos. O presente atributo é uma verdadeira
garantia ao particular que impede a Administração de agir absolutamente de forma discricionária. Para
tanto, o administrador somente pode exercer sua atividade nos termos estabelecidos na lei, presente nos
atos unilaterais. Não existe tipicidade em atos bilaterais, já que não há imposição de vontade da
Administração perante a outra parte. É o caso dos contratos, onde a sua realização depende de aceitação
da parte contrária.

Questão

01. (DPE/RS - Defensor Público Sobre atos administrativos - FCC) É correto afirmar:
(A) A autoexecutoriedade é um atributo de alguns atos administrativos que autoriza a execução
coercitiva, independente da concorrência da função jurisdicional.
(B) A autoexecutoriedade constitui atributo dos atos administrativos negociais, que, como contratos,
dependem da concorrência de vontade do administrado.
(C) A arguição de invalidade de ato administrativo por vícios ou defeitos impede a imediata execução
e afasta a imperatividade.
(D) Todos os atos administrativos possuem como atributos a presunção de legitimidade, a
imperatividade e a autoexecutoriedade.
(E) A administração deverá fazer prova da legalidade do ato administrativo quando sobrevier
impugnação pelo destinatário.

Gabarito

01.A

Comentário

01. Resposta: A
A assertiva está plenamente correta já que a autoexecutoriedade autoriza a execução do administrativo
sem o aval do Poder Judiciário.

Elementos

O elemento quer dizer a parte que compõe um todo, e desta maneira é o que é externo ou antecedente
ao ato, não pode ser parte dele.
Desta maneira podemos considerar que elemento é o conteúdo e a forma.

1
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/Carlos_Barbosa_Atos_administrativos_Parte_1.pdf

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Conteúdo: é a disposição sobre a coisa, o objeto. Desta maneira se distinguem entre si, não sendo
iguais. Tem relação com o que o ato dispõe, ou seja, o que o ato decide, opina, certifica, enuncia e altera
na ordem jurídica.
Forma: diz respeito à exteriorização do ato administrativo, do conteúdo e pode ter ou não previsão em
lei.

Pressupostos

Existência, validade e eficácia2


A aceitação da divisão ternária dos planos lógicos do ato jurídico foi difundida no Brasil por Pontes de
Miranda, razão pela qual tem sido denominada de teoria tripartite ou pontesiana. Como todo ato jurídico,
o ato administrativo está sujeito a três planos lógicos distintos:
a) Plano da existência ou da perfeição: consiste no cumprimento do ciclo de formação do ato.
b) Plano da validade: envolve a conformidade com os requisitos estabelecidos pelo ordenamento
jurídico para a correta prática do ato administrativo.
O ato válido é aquele que foi criado em conformidade com as regras previamente estabelecidas na
legislação pertinente. Para que um ato seja avaliado como válido é necessário que ele exista, quer dizer,
seja perfeito.
A validade é a compatibilidade entre o ato jurídico e o disposto na norma. Assim, de acordo com o
silêncio da lei, não há atuação administrativa, tendo em vista a aplicação da estrita legalidade em matéria
de Direito Administrativo, não sendo permitido ao agente público atuar sempre que não haja vedação por
lei.3
No entanto, somente pode ser avaliada a validade de um ato, se ele for ao menos existente (perfeito),
tratando-se de segundo plano de análise dos atos administrativos. ·
c) Plano da eficácia: está relacionado com a aptidão do ato para produzir efeitos jurídicos.
A interação do ato administrativo com cada um dos três planos lógicos não repercute nos demais.
Constituem searas sistêmicas distintas e relativamente independentes.
A única exceção a tal independência reside na hipótese dos atos juridicamente inexistentes, caso em
que não se cogita de sua validade ou eficácia. Ato inexistente é necessariamente inválido e não produz
qualquer efeito.
A existência ou perfeição é o primeiro plano lógico do ato administrativo. Nesse plano é necessário a
verificação dos elementos e pressupostos que compõem seu ciclo de formação. Após isso e, se presentes
os requisitos, o ato passa a ser válido.
O ato administrativo é perfeito quando cumpre todos os trâmites previstos em lei para a constituição,
quando se esgota toda as etapas do processo constitutivo desse ato.
Quando o ato estiver perfeito, ele não pode ser retratável, porém pode ser revisado e até anulado, em
virtude do princípio administrativo da autotutela, previsto nas súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal
Federal.

OBS: o ato imperfeito será aquele que ainda está em formação, sem que se tenha concluído as
etapas estabelecidas em lei para que exista no ordenamento jurídico.

O destino natural do ato administrativo é ser praticado com a finalidade de criar, declarar, modificar,
preservar e extinguir direitos e obrigações.
Os atos administrativos produzem efeitos próprios efeitos próprios e impróprios.
Os efeitos próprios são aqueles típicos do ato, configurando o objeto ou o conteúdo da conduta
estatal. Desta forma, o efeito principal ou próprio de um ato de desapropriação é a perda do bem público
pelo particular.
Os efeitos impróprios ou atípicos são os que decorrem, de forma indireta, da prática do ato
administrativo, e se dividem em duas espécies, quais sejam: efeito reflexo e efeito prodrômico.

Vinculação e discricionariedade

No ato vinculado, o administrador não tem liberdade para decidir quanto à atuação. A lei previamente
estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador no caso concreto; não

2
MAZZA, Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, 2014.
3
CARVALHO, Mateus. Manual de Direito Administrativo. Editora Jus Podivm, 2ª edição, 2015.

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podendo haver juízo de valores, o administrador não poderá analisar a conveniência e a oportunidade do
ato.
Celso Antônio Bandeira de Mello dispõe que os atos vinculados seriam aqueles em que, por existir
prévia e objetiva tipificação legal do único possível comportamento da Administração em face de situação
igualmente prevista em termos de objetividade absoluta, a Administração, ao expedi-los, não interfere
com apreciação subjetiva alguma. 4
O ato discricionário é aquele que, editado sob o manto da lei, confere ao administrador a liberdade
para fazer um juízo de conveniência e oportunidade. A diferença entre o ato vinculado e o ato
discricionário está no grau de liberdade conferido ao administrador. Tanto o ato vinculado quanto o ato
discricionário só poderão ser reapreciados pelo Judiciário no tocante à sua legalidade, pois o judiciário
não poderá intervir no juízo de valor e oportunidade da Administração Pública.

Questões

01. (TRT/14ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Sobre atos administrativos, considere:
I. Os atos administrativos vinculados comportam anulação e revogação.
II. Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser revogados.
III. A competência para revogar é intransferível, salvo por força de lei.

Está correto o que se afirma em


(A) III, apenas.
(B) I, II e III.
(C) I e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) II, apenas.

02. (PC/CE - Inspetor de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP) Diz-se que os atos administrativos
são vinculados quando
(A) observam corretamente os princípios constitucionais da moralidade administrativa.
(B) a lei estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administração deve agir de forma
determinada.
(C) o administrador público os pratica ultrapassando os limites regrados pelo sistema jurídico vigente.
(D) a autoridade competente deixa de observar dispositivo constitucional obrigatório, quando deveria
fazê-lo.
(E) a lei estabelece várias situações passíveis de apreciação subjetiva pela autoridade competente.

Gabarito

01.A / 02.B

Comentários

01. Resposta: A
I. Errado. Os atos administrativos vinculados não podem ser revogados, devem ser anulados quando
eivados de vícios. A revogação apenas é possível nos atos discricionários.
II. Errado. Os atos que INTEGRAM UM PROCEDIMENTO são atos vinculados, pois devem obedecer
a aquilo que está previsto em Lei. Logo, não podem ser revogados. Veja, cada ato novo ocorre a preclusão
do ato anterior.
Vou exemplificar:
Um procedimento administrativo é uma sequência de atos com objetivo de um ato final (Ex. as fases
da Licitação, é uma sequência de atos, com o objetivo de licitar compras ou execução de serviços
públicos).
Cada ato praticado passa para uma nova etapa do procedimento, o que ocorre a preclusão
administrativa do ato (ou da etapa) anterior.
Preclusão administrativa quer dizer que é impossível voltar a etapa anterior de um procedimento com
a finalidade de “rediscutir” as decisões lá tomadas.

4
MELLO, Celso Antonio Bandeira de – Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 26ª edição, 2009.

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III – Certo. Quando se trata de competência privativa da Administração Pública, a revogação implica
no juízo de conveniência e oportunidade. Para que a revogação seja feita por outro pessoal precisa de
expresso provimento legal.

02. Resposta: B
Alexandre Mazza narra:
“Fala­-se em poder vinculado ou poder regrado quando a lei atribui determinada competência definindo
todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir margem de liberdade para o agente público
escolher a melhor forma de agir. Onde houver vinculação, o agente público é um simples executor da
vontade legal. O ato resultante do exercício dessa competência é denominado de ato vinculado. Exemplo
de poder vinculado é o de realização do lançamento tributário (art. 3º do CTN).”

Classificação

Quanto ao regramento
a) Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo possibilidade
de apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao
administrador apenas a verificação da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática
do ato. Caso todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a praticar o ato
administrativo; caso contrário, ele estará proibido da prática do ato.
b) Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder
judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os
motivos e o conteúdo ou objeto do ato.

Quanto aos destinatários


a) Gerais: os atos gerais tem a finalidade de normatizar suas relações e regulam uma situação jurídica
que abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange todas as pessoas que se
encontram na mesma situação, por tratar-se de imposição geral e abstrata para determinada relação.
Esses atos dependem de publicação para que possam produzir efeitos e devem prevalecer sobre a
vontade individual.
Exemplo: a Administração cria uma norma interna para que os servidores se reúnam todas as
segundas com o chefe. Como se percebe, o ato não individualiza nenhum sujeito específico, e será
aplicado de forma ampla a todos aqueles que estiverem nesse local.
b) Individuais: são aqueles destinados a um destinatário certo, impondo a norma abstrata ao caso
concreto. Nesse momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é geral restringindo seu
âmbito de atuação.
Não se fala em atividade em geral, mas sim de modo específico de quais agentes devem se submeter
às disposições da conduta.
Exemplo: promoção de servidor público

Quanto à abrangência dos efeitos (Alcance)


a) Internos: Destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno da Administração Pública, não
atingindo terceiros, como as circulares e pareceres.
Via de regra, não dependem de publicação oficial, tendo em vista sua destinação interna aqueles que
estão vinculados à estrutura das entidades.
Exemplo: circular que exige que os servidores usem sapatos pretos fechados.
b) Externos: Têm como destinatárias pessoas além da Administração Pública, e, portanto, necessitam
de publicidade para que produzam adequadamente seus efeitos.
Exemplos: a fixação do horário de atendimento e a ocupação de bem privado pela Administração
Pública.

Quanto à supremacia do poder público (Objeto)


a) Atos de império: Atos onde o poder público age de forma imperativa sobre os administrados,
impondo-lhes obrigações. Exemplos de atos de império: A desapropriação e a interdição de atividades.
A Administração Pública atua com prerrogativa de poder público, valendo-se da supremacia do
interesse público sobre o privado. Aqui, o poder público impõe obrigações, aplica penalidades, sem que

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se tenha que recorrer aos meios judiciais, em razão da aplicação das regras que exorbitam o direito
privado, em prol do interesse da coletividade.
Se os atos praticados contrariarem às normas vigentes, eles poderão ser anulados pela Administração
ou pelo Judiciário, podendo ainda ocorrer a sua revogação por motivos de interesse público, se forem
justificadas devidamente.
Exemplo: autos de infração, por descumprimento das normas de trânsito.
b) Atos de gestão: são aqueles realizados pelo poder público, sem as prerrogativas do Estado, sendo
que a Administração irá atuar em situação de igualdade com o particular. Nesses casos, a atividade será
regulada pelo direito privado, de modo que o Estado não irá se valer das prerrogativas que tenham relação
com a supremacia do interesse público.
Trata-se de condutas que não restringem ou ainda que não admitem que o ente estatal possa se valer
dos meios coercitivos para que haja uma execução.
Exemplo: a alienação de um imóvel público inservível.
c) Atos de expediente: São aqueles destinados a dar andamento aos processos e papéis que
tramitam no interior das repartições. Os atos de gestão (praticados sob o regime de direito privado).
Exemplo: contratos de locação em que a Administração é locatária) não são atos administrativos, mas
são atos da Administração. Para os autores que consideram o ato administrativo de forma ampla
(qualquer ato que seja da administração como sendo administrativo), os atos de gestão são atos
administrativos.

Quanto à formação
Os atos se dividem em simples, complexo e compostos.
a) Simples: depende de uma única manifestação. Assim, a manifestação de vontade de um único
órgão, mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portanto, a vontade para manifestação
do ato deve ser unitária, obtida através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um agente
em órgãos singulares.
b) Complexo: decorre da manifestação de dois ou mais órgãos; de duas ou mais vontades que se
unem para formar um único ato. Neste tipo, somam-se as vontades dos órgãos públicos independentes,
em mesmo nível de hierarquia, de modo que tenham a mesma força, não se falando em dependência de
uma relação com a outra. Aqui, os atos que formarão o ato complexo serão expedidos por órgãos públicos
distintos.
Exemplo: Decreto do prefeito referendado pelo secretário.
c) Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um edita o ato principal e o outro será
acessório. Como se nota, é composto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão público,
em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato deve contar com o que ocorrer com o primeiro.
Exemplo: nomeação de ministro do Superior Tribunal feito pelo Presidente da República e que
depende de aprovação do Senado. A nomeação é o ato principal e a aprovação o acessório.

Quanto a manifestação de vontade


a) Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das partes. Exemplo: licença
b) Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes. Exemplo: contrato administrativo;
c) Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes. Exemplo: convênios.

Quanto à natureza do ato


a) Atos-regra: Traçam regras gerais (regulamentos).
b) Atos subjetivos: Referem-se a situações concretas, de sujeito determinado.
c) Atos-condição: Somente surte efeitos caso determinada condição se cumpra.

Quanto aos efeitos


a) Constitutivo: Gera uma nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser outorgado um novo
direito, como permissão de uso de bem público, ou impondo uma obrigação, como cumprir um período
de suspensão.
Exemplo: autorização para uso de bem público a um particular que pretende montar um show na
cidade.
b) Declaratório: Simplesmente afirma ou declara uma situação já existente, seja de fato ou de direito.
Não cria, transfere ou extingue a situação existente, apenas a reconhece. Também é dito enunciativo. É
o caso da expedição de uma certidão de tempo de serviço.
c) Modificativo: Altera a situação já existente, sem que seja extinta, não retirando direitos ou
obrigações. A alteração do horário de atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato.

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d) Extintivo: Pode também ser chamado desconstitutivo, é o ato que põe termo a um direito ou dever
existente. Cite-se a demissão do servidor público.

Quanto à validade
a) Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
Pode estar perfeito, pronto para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.
b) Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não pode ser corrigido. Não
produz qualquer efeito entre as partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos, ele
deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa, seja judicial, declarando sua nulidade, que
terá efeito retroativo, ex tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os direitos de
terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato nulo.
Cite-se a nomeação de um candidato que não tenha nível superior para um cargo que o exija. A partir
do reconhecimento do erro, o ato é anulado desde sua origem. Porém, as ações legais eventualmente
praticadas por ele, durante o período em que atuou, permanecerão válidas.
c) Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser sanados, convalidados. Ressalte-se
que, se mantido o defeito, o ato será nulo; se corrigido, poderá ser "salvo" e passar a ser válido. Atente-
se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles expressamente previstos em lei.
d) Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato administrativo, mas falta a manifestação de
vontade da Administração Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente público, sem
sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impossível.
Os atos inexistentes não podem ser convalidados, sendo que os seus efeitos que já foram produzidos,
não poderão ser ressalvados, mesmo que em relação aos destinatários de boa-fé.
Exemplo do primeiro caso é a multa emitida por falso policial; do segundo, a ordem para matar alguém.

Quanto à exequibilidade
a) Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação, estando apto a produzir seus efeitos.
Perfeição não se confunde com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se às etapas
de sua formação.
b) Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portanto, não está apto a produzir seus
efeitos, faltando, por exemplo, a homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
c) Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou termo, mas já completou seu ciclo
de formação, estando apenas aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confunde com
o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o casamento. Termo é evento futuro e certo, como
uma data específica.
d) Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para realizar.
Exemplifique-se com a exoneração ou a concessão de licença para doar sangue.

Quanto ao conteúdo, os atos administrativos podem ser classificados em autorização, licença,


admissão, permissão, aprovação, homologação, parecer e visto.
Autorização: ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração faculta
ao particular o uso de bem público (autorização de uso), ou a prestação de serviço público (autorização
de serviço público), ou o desempenho de atividade material, ou a prática de ato que, sem esse
consentimento, seriam legalmente proibidos (autorização como ato de polícia).
Licença: é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que
preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. A diferença entre licença e autorização é
nítida, porque o segundo desses institutos envolve interesse, “caracterizando-se como ato discricionário,
ao passo que a licença envolve direitos, caracterizando-se como ato vinculado”. Na autorização, o Poder
Público aprecia, discricionariamente, a pretensão do particular em face do interesse público, para outorga
ou não a autorização, como ocorre no caso de consentimento para porte de arma; na licença, cabe à
autoridade tão somente verificar, em cada caso concreto, se foram preenchidos os requisitos legais
exigidos para determinada outorga administrativa e, em caso afirmativo, expedir o ato, sem possibilidade
de recusa; é o que se verifica na licença para construir e para dirigir veículos automotores. A autorização
é ato constitutivo e a licença é ato declaratório de direito preexistente.
Admissão: é ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, que
preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público. É ato vinculado, tendo em vista
que os requisitos para outorga da prestação administrativa são previamente definidos, de modo que todos
os que os satisfaçam tenham direito de obter o benefício. São exemplos a admissão nas escolas públicas,
nos hospitais e nos estabelecimentos de assistência social.

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Permissão: em sentido amplo, designa o ato administrativo unilateral, discricionário, gratuito ou
oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta a execução de serviço público ou a utilização privativa
de bem público. O seu objeto é a utilização privativa de bem público por particular ou a execução de
serviço público.
Aprovação: é ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a priori ou a posteriori do
ato administrativo. No controle a priori, equivale à autorização para a prática do ato; no controle a
posteriori equivale ao seu referendo. É ato discricionário, porque o examina sob os aspectos de
conveniência e oportunidade para o interesse público; por isso mesmo, constitui condição de eficácia do
ato.
Homologação: é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade
de um ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de legalidade, no que
se distingue da aprovação. É o caso do ato da autoridade que homologa o procedimento da licitação.
Parecer: é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos
técnicos ou jurídicos de sua competência. O parecer pode ser facultativo, obrigatório e vinculante. O
parecer é facultativo quando fica a critério da Administração solicitá-lo ou não, além de não ser vinculante
para quem o solicitou. Se foi indicado como fundamento da decisão, passará a integrá-la, por
corresponder à própria motivação do ato. O parecer é obrigatório quando a lei o exige como pressuposto
para a prática do ato final. A obrigatoriedade diz respeito à solicitação do parecer (o que não lhe imprime
caráter vinculante). O parecer é vinculante quando a Administração é obrigada a solicitá-lo e a acatar a
sua conclusão. Por exemplo, para conceder aposentadoria por invalidez, a Administração tem que ouvir
o órgão médico oficial e não pode decidir em desconformidade com a sua decisão. Se a autoridade tiver
dúvida ou não concordar com o parecer, deverá pedir novo parecer. Apesar do parecer ser, em regra, ato
meramente opinativo, que não produz efeitos jurídicos, o STF tem admitido a responsabilização de
consultores jurídicos quando o parecer for vinculante para a autoridade administrativa, desde que
proferido com má-fé ou culpa.
Visto: é o ato administrativo unilateral pelo qual a autoridade competente atesta a legitimidade formal
de outro ato jurídico. Não significa concordância com o seu conteúdo, razão pela qual é incluído entre os
atos de conhecimento, que são meros atos administrativos e não encerram manifestações de vontade.
Exemplo de visto é o exigido para encaminhamento de requerimento de servidores subordinados a
autoridade de superior instância; a lei normalmente impõe o visto do chefe imediato, para fins de
conhecimento e controle formal, não equivalendo à concordância ou deferimento do seu conteúdo.

Quanto à forma, os atos administrativos podem ser classificados em decreto, resolução e portaria,
circular, despacho, alvará.
Decretos: São atos emanados pelos chefes do Poder Executivo, tais como, prefeitos, governadores e
o Presidente da República. Podem ser dirigidos abstratamente às pessoas em geral (decreto geral), ou a
pessoas, ou a um grupo de pessoas determinadas. (decreto individual). O decreto geral é ato normativo,
apresentado efeitos e conteúdos semelhantes à lei.
Resoluções e Portarias: São atos emanados por autoridades superiores, mas não os chefes do Poder
Executivo. Ou seja, é a forma pelo qual as autoridades de nível inferior aos Chefes do Poder Executivo
fixam normas gerais para disciplinar conduta de seus subordinados. Embora possam produzir efeitos
externos, as resoluções e portarias não podem contrariar os regulamentos e os regimentos, limitando-se
a explicá-los.
Circular: É o instrumento usado para a transmissão de ordens internas uniformes, incumbindo de
certos serviços ou atribuições a certos funcionários. É o ato que envolve a decisão da Administração
sobre assuntos de interesse individual ou coletivo submetido a sua apreciação.
Despacho: Quando a administração, por meio de um despacho, aprova parecer proferido por órgão
técnico sobre determinado assunto de interesse geral, este despacho é denominado de despacho
normativo. O despacho normativo deverá ser observado por toda administração, valendo como solução
para todos os casos que se encontram na mesma situação.
Alvará: é instrumento pelo qual a Administração se vale para conferir ao administrado uma licença ou
autorização. Ou seja, é o formato pelo qual são emitidas as licenças e autorizações. Como se pode notar,
enquanto as licenças e autorizações representam o conteúdo, o alvará representa a forma.

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10
Questões

01. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017) Assinale a alternativa CORRETA sobre os


atos administrativos.
(A) Atos individuais, também chamados de normativos, são aqueles que se voltam para a regulação
de situações jurídicas concretas, com destinatários individualizados, como instruções normativas e
regulamentos.
(B) Em razão do formalismo que o caracteriza, o ato administrativo deve sempre ser escrito, sendo
juridicamente insubsistentes comandos administrativos verbais.
(C) Aprovação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade
de um ato jurídico.
(D) Tanto os atos vinculados como os atos discricionários podem ser objeto de controle pelo Poder
Judiciário.
(E) Os provimentos são exclusivos dos órgãos colegiados, servindo especificamente para demonstrar
sua organização e seu funcionamento.

02. (UFRB - Assistente em Administração – FUNRIO) Quanto a seus destinatários, os atos


administrativos se classificam em
(A) simples e compostos.
(B) gerais e individuais.
(C) fechados e abertos.
(D) unilaterais e complexos.
(E) internos e especiais.

03. (IF-BA - Assistente em Administração - FUNRIO) O ato administrativo pelo qual os órgãos
consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência é
(A) a homologação.
(B) o visto.
(C) o parecer.
(D) o relatório.
(E) a declaração.

Gabarito

01.D / 02.B / 03.C

Comentários

01. Resposta: D
- Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo possibilidade de
apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao administrador
apenas a verificação da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática do ato. Caso
todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a praticar o ato administrativo; caso
contrário, ele estará proibido da prática do ato.
- Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder
judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os
motivos e o conteúdo ou objeto do ato.

02. Resposta: B
Atos Gerais - São aqueles expedidos sem destinatários determinados, possuem finalidade normativa,
atingindo todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato, abrangida por seus preceitos.
Apresenta cunho normativo, não se sabe quem o ato vai atingir por não ter individualização. Ex.: Ato que
concede promoção a uma categoria profissional.
Atos Individuais – São aqueles voltados a destinatários certos. Apresenta cunho ordinário e
enunciativo, sem caráter normativo.
Ex: Secretaria de Esportes convoca seus diretores para participarem de reunião.

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03. Resposta: C
O enunciado da questão apresenta o conceito de parecer sendo este o ato pelo qual os órgãos
consultivos da Administração emitem opiniões sobre assuntos de sua competência.

Espécies de ato administrativo5

a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando geral do Executivo visando o cumprimento
de uma lei. Podem apresentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto geral que
regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de nomeação de um servidor).
Os atos normativos se subdividem em:
Regulamentos – São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as disposições
de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis independem de
regulamentos para produzir efeitos.
- Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execução da lei, é um ato administrativo que
não tem o foto de inovar o ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o texto legal. Os
regulamentos executivos são atos normativos que complementam os dispositivos legais, sem que ivovem
a ordem jurídica, com a criação de direitos e obrigações.
-Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e visam inovar o ordenamento jurídico,
determinando normas sobre matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem ser
considerados atos expedidos como substitutos da lei e não facilitadores de sua aplicação, já que são
editados sem contemplar qualquer previsão anterior.
Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não de serem expedidos regulamentos
autônomos, em decorrência do princípio da legalidade.
Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87,
inciso II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado.
Regimentos – São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo ou
da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta maneira, se
destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.
Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimentos e regulamentos, expedidos pelas
autoridades do executivo.
Deliberações – São atos normativos ou decisórios que emanam de órgãos colegiados provenientes
de acordo com os regulamentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos para seus
beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Administração.

b) Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta


funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por chefes de
serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos particulares.

São eles:
Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierárquico em desempenhar determinada
função;
Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determinados funcionários ou agentes;
Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Ministério;
Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos aos seus subalternos que determinam a
realização de atos especiais ou gerais;
Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços
públicos;
Provimentos – atos administrativos intermos, com determinações e instruções em que a Corregedoria
ou os Tribunais expedem para regularização ou uniformização dos serviços;
Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Administração a terceiros;
Despachos administrativos – são decisões tomadas pela autoridade executiva (ou legislativa e
judiciária, quando no exercício da função administrativa) em requerimentos e processos administrativos
sujeitos à sua administração.

5
http://domtotal.com/direito/pagina/detalhe/31774/especies-de-atos-administrativos-em-relacao-ao-conteudo

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c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração apta
a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições
impostas ou consentidas pelo Poder Público.
Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a Administração concede ao Administrado
a faculdade de realizar determinada atividade.
Autorização – ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a
faculdade de exercer determinada atividade.
Permissão - ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a faculdade
de promover certa atividade nas situações determinadas por ela;
Aprovação - análise pela própria administração de atividades prestadas por seus órgãos;
Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato praticado pela própria Administração como
maneira de exequibilidade;
Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato praticado pelos seus órgãos como meio
de lhe dar eficácia;
Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cumprimento de certa obrigação até então
conferida por lei. Ex. Dispensa de prestação do serviço militar;
Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extingue de forma unilateral um direito próprio,
liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a Administração Pública. A sua principal
característica é a irreversibilidade depois de consumada.

d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar
um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos
públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo.
Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública comprova um fato ou uma situação de que
tenha conhecimento por meio dos órgãos competentes;
Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos existentes em
processos, livros ou documentos que estejam na repartição pública;
Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a assuntos submetidos à sua
consideração.

e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela lei e aplicada pela
Administração, visando punir as infrações administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de
particulares perante a Administração.
Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as disposições legais, regulamentares ou
ordinatórias dos bens ou serviços.
Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação externa e interna. Quando for interna,
compete à Administração punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que contenham
defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos, fazendo com que se respeite as normas
administrativas.

Questões

01. (PC/CE - Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP) São atos administrativos
ordinatórios, entre outros,
(A) os Decretos, os Despachos, os Regimentos e as Resoluções.
(B) os Despachos, os Avisos, as Portarias e as Ordens de Serviço.
(C) os Decretos, as Instruções, os Provimentos e os Regimentos.
(D) as Instruções, as Deliberações, as Portarias e os Regulamentos.
(E) os Regulamentos, as Instruções, os Regimentos e as Deliberações.

02. (TCE/GO - Analista de Controle Externo - FCC) Enzo, servidor público e chefe de determinada
repartição pública, na mesma data, editou dois atos administrativos distintos, quais sejam, uma certidão
e uma licença. No que concerne às espécies de atos administrativos, tais atos são classificados em
(A) ordinatórios e negociais, respectivamente.
(B) enunciativos.
(C) negociais.
(D) enunciativos e negociais, respectivamente.
(E) normativos e ordinatórios, respectivamente.

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Gabarito

01.B/ 02.D.

Comentários

01. Resposta: B
Atos ordinatórios são aqueles que tem por objetivo disciplinar o funcionamento da Administração e a
conduta funcional dos seus agentes, representando exercício do poder hierárquico do Estado. São
espécies de atos ordinatórios: as portarias, as instruções, os avisos, as circulares, as ordens de serviço,
os ofícios e os despachos.

02. Resposta: D
Os atos praticados pelo servidor são atos enunciativos e negociais. Atos enunciativos: São todos
aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre
determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos públicos, sendo sempre, por isso,
vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo. Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma
declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir
certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público.

Extinção do ato administrativo

Cassação Ocorre a extinção do ato administrativo quando o administrado deixa de preencher condição
necessária para permanência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição indispensável
para manutenção do ato administrativo.
Exemplo: habilitação cassada porque o condutor ficou cego.6
Anulação ou invalidação (desfazimento) É a retirada, o desfazimento do ato administrativo em
decorrência de sua invalidade, ou seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração ou
pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc.
A anulação pode acontecer por via judicial ou por via administrativa. Ocorrerá por via judicial quando
alguém solicita ao Judiciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando a própria
Administração expede um ato anulando o antecedente, utilizando-se do princípio da autotutela, ou seja,
a Administração tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem ilegais ou inconvenientes. Quando
a anulação é feita por via administrativa, pode ser realizada de ofício ou por provocação de terceiros.
A anulação de um ato não pode prejudicar terceiro de boa-fé.

Vejamos o que consta nas Súmulas 346 e 473 do STF:

SÚMULA 346
A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

SÚMULA 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Um ponto muito discutido pela doutrina diz respeito ao caráter vinculado ou discricionário da anulação.
Os que defendem que deve-se anular (caráter vinculado), embasam esse entendimento no princípio da
legalidade e os que defendem como uma faculdade (caráter discricionário) invocam o princípio da
predominância do interesse público sobre o particular.
O entendimento por nós defendido é de que, em regra, a Administração, tem o dever de anular os atos
ilegais.
Revogação É a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade
em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo com a lei. A
revogação somente poderá ser feita por via administrativa.

6
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição. 2014.

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Quando se revoga um ato, diz-se que a Administração perdeu o interesse na manutenção deste, ainda
que não exista vício que o tome. Trata-se de ato discricionário, referente ao mérito administrativo, por set
um ato legal, todos os atos já foram produzidos de forma lícita, de modo que a revogação não irá retroagir,
contudo mantem-se os efeitos já produzidos (ex nunc).
Não há limite temporal para a revogação de atos administrativos, não se configurando a decadência,
no prazo quinquenal, tendo em vista o entendimento que o interesse público pode ser alterado a qualquer
tempo.
Não existe efeito repristinatório, ou seja, a retirada do ato, por razões de conveniência e oportunidade.

Convalidação ou sanatória É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato
antecedente, de modo a torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que sana um
vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde o momento em que foi praticado. Alguns
autores, ao se referir à convalidação, utilizam a expressão sanatória.
O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majoritária), constitutiva, secundária, e eficácia
ex tunc.
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, sustentando que os atos administrativos
somente podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos anuláveis.
Existem três formas de convalidação:
a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato;
b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior àquela que praticou o ato;
c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou seja, não é feita nem por quem praticou
o ato nem por autoridade superior.

Verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação será discricionária, ou seja, a


Administração convalidará ou não o ato de acordo com a conveniência. Alguns autores, tendo por base
o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a convalidação deverá ser obrigatória,
visto que, se houver como sanar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É possível, entretanto, que
existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra alternativa senão anular o ato.

Os obstáculos ao dever de convalidar são:


Impugnação do ato: Se houve a impugnação, judicial ou administrativa, não há que se falar mais em
convalidação. O dever de convalidar o ato só se afirma se ainda não houve sua impugnação.
Decurso de tempo: O decurso de tempo pode gerar um obstáculo ao dever de convalidar. Se a lei
estabelecer um prazo para a anulação administrativa, na medida em que o decurso de prazo impedir a
anulação, o ato não poderá ser convalidado, visto que o decurso de tempo o estabilizará – o ato não
poderá ser anulado e não haverá necessidade de sua convalidação.
Conversão É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente,
transformando-o em ato distinto, desde o seu nascimento, ou seja, aproveita o ato defeituoso como
ato válido de outra categoria. Exemplo: Concessão de uso sem prévia autorização legislativa; A
concessão é transformada em permissão de uso, que não precisa de autorização legislativa, para que
seja um ato válido – conversão.
Não se deve confundir a convalidação com a conversão do ato administrativo. O ato nulo, embora não
possa ser convalidado, poderá ser convertido, transformando-se em ato válido.
Prescrição O instituto da prescrição, entendida como a perda do direito de ação devido à inércia de
seu titular, também é reconhecido pela legislação pertinente ao Direito Administrativo.
Como regra, o prazo para interposição de recursos administrativos é de cinco dias.
Já o prazo para propositura de ações judiciais, tanto pela Administração quanto pelo administrado, em
regra é de cinco anos. Importante destacar que as hipóteses de suspensão e interrupção do prazo
prescricional previstas na legislação civil também são aplicáveis às ações judiciais pertinentes ao Direito
Administrativo.
Decadência A decadência (art. 207 do Código Civil), incide sobre direitos potestativos, que “são
poderes que a lei confere a determinadas pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre
situações jurídicas de outras, sem o concurso da vontade destas”, ou seja, quando a lei ou a vontade
fixam determinado prazo para serem exercidos e se não o forem, extingue-se o próprio direito material.
O instituto da decadência tem a mesma finalidade da prescrição, qual seja, garantir a segurança
jurídica. A decadência que decorre de prazo legal é de ordem pública, não podendo ser renunciada.
Entretanto, se o prazo decadencial for ajustado, por declaração unilateral de vontade ou por convenção
entre as partes, pode ser renunciado, que corresponderá a uma revogação da condição para o exercício
de um direito dentro de determinado tempo.

Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01


15
Para Hely Lopes Meirelles mais adequado seria considerar-se como de decadência administrativa os
prazos estabelecidos por diversas leis, para delimitar no tempo as atividades da Administração. E isso
porque a prescrição, como instituto jurídico, pressupõe a existência de uma ação judicial apta à defesa
de um direito. Contudo, a legislação, ao estabelecer os prazos dentro dos quais o administrado pode
interpor recursos administrativos ou pode a Administração manifestar-se, seja pela prática de atos sobre
a conduta de seus servidores, sobre obrigações fiscais dos contribuintes, ou outras obrigações com os
administrados, refere-se a esses prazos denominando-os de prescricionais.
Em suma, decadência administrativa ocorre com o transcurso do prazo, impedindo a prática de um ato
pela própria Administração.

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO
Quando houver INTERESSE
Quando cabe? Quando houver DEFEITO
PÚBLICO
Por quem pode Pela ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA OU Somente pela ADMINISTRAÇÃO
Extinguir? PELO JUDICIÁRIO PÚBLICA
Retroage? Efeitos Ex Tunc (retroage) Efeitos Ex Nunc (não retroage)
Prazo para extinção 5 anos Sem prazo

Questões

01. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017) Sobre a revogação dos atos administrativos,
assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Nem todos os atos administrativos podem ser revogados.
(B) A revogação de ato administrativo é realizada, ordinariamente, pelo Poder Judiciário, cabendo-lhe
ainda examinar os aspectos de validade do ato revogador.
(C) Considerando que a revogação atinge um ato que foi praticado em conformidade com a lei, seus
efeitos são ex nunc.
(D) Pode a Administração Pública se arrepender da revogação de determinado ato.
(E) O fundamento jurídico da revogação reside no poder discricionário da Administração Pública

02. (CONFERE - Assistente Administrativo VII - INSTITUTO CIDADES) A anulação do ato


administrativo:
(A) Pode ser decretada à revelia pelo administrador público.
(B) Pode ser decretada somente pelo poder judiciário, desde que exista base legal para isso.
(C) Pode ser decretada tanto pelo poder judiciário como pela administração pública competente.
(D) Não pode ser decretada em hipótese alguma, pois o ato administrativo tem força de lei.

03. (TJ/RS - Juiz de Direito Substituto – FAURGS) No que se refere aos atos administrativos,
assinale a alternativa correta.
(A) Em face de sua competência para apreciar a legalidade de quaisquer atos administrativos para fins
de registro, a declaração de invalidade ou anulação por vícios legais desses atos é exclusiva do Poder
Legislativo respectivo.
(B) O direito da Administração de anular seus próprios atos de que decorram efeitos favoráveis aos
destinatários prescreve em 3 (três) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé.
(C) A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
(D) Têm natureza política e são excluídos de apreciação pelo Poder Judiciário os atos administrativos
dotados de vinculação resultantes do exercício do poder de polícia administrativa que limitam ou
disciplinam direito, interesse ou liberdade dos administrados.
(E) Os atos administrativos eivados de vício que os tornem ilegais somente podem ser declarados
inválidos ou revogados pelo Poder Judiciário.

04. (DPE/MA - Defensor Público – FCC) No que tange à competência para revogar atos
administrativos, é correto afirmar que
(A) a revogação de atos que se sabem eivados de nulidade é possível, desde que devidamente
motivada por razões de interesse público.
(B) a competência para revogar é sempre delegável.
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(C) atos já exauridos podem ser revogados, desde seja expressamente atribuído efeito retroativo ao
ato revocatório.
(D) atos ineficazes, porque ainda não implementada condição deflagradora de sua eficácia, estão
sujeitos à revogação.
(E) é possível revogar atos vinculados, desde que sua edição seja de competência autoridade que
editará o ato revocatório

05. (TRT - 18ª Região (GO)Prova: Juiz do Trabalho – FCC) No que tange à validade dos atos
administrativos
(A) é possível convalidar ato administrativo praticado com vício de finalidade, desde que se evidencie
que tal decisão não acarrete prejuízo a terceiros.
(B) todos os atos administrativos praticados com vício de competência devem ser anulados, pois se
trata de elemento essencial à validade dos atos administrativos.
(C) o descumprimento, pelo administrado, dos requisitos referentes ao desfrute de uma dada situação
jurídica, justifica a anulação do ato administrativo que gerou referida situação.
(D) a caducidade é a extinção de ato administrativo em razão da superveniência de legislação que
tornou inadmissível situação anteriormente consentida, com base na legislação então aplicável.
(E) os atos praticados por agente incompetente estão sujeitos à revogação pela autoridade que detém
a competência legal para sua prática.

Gabarito

01.B/ 02.C/ 03.C/ 04.D/ 05.D.

Comentários

01. Resposta: B
Revogação é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade
em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo com a lei.

02. Resposta: C
A anulação do ato administrativo pode acontecer por via judicial ou por via administrativa. Ocorrerá por
via judicial quando alguém solicita ao Judiciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando
a própria Administração expede um ato anulando o antecedente, utilizando-se do princípio da autotutela.

03. Resposta: C
Súmula 473 STF
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

04. Resposta: D
Um ato administrativo pode ser ineficaz por algumas razões, ou não está formado ou foi extinto. Dessa
forma, os atos que apresentam condição deflagadora de eficácia, estão sujeitos à revogação.

05. Resposta: D
O Prof. José dos Santos Carvalho Filho cita o seguinte exemplo: "uma permissão para uso de um bem
público; se, supervenientemente, é editada lei que proíbe tal uso privativo por particular, o ato anterior, de
natureza precária, sofre caducidade, extinguindo-se."
Outro exemplo é apresentado pela Prof. Maria Sylvia Di Pietro: "a caducidade de permissão para
explorar parque de diversões em local que, em face da nova lei de zoneamento, tornou-se incompatível
com aquele tipo de uso".

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2. Redação oficial: 2.1. Correspondência oficial; 2.2. Digitação qualitativa,
abreviações e formas de tratamento; 2.3. Expressões e vocábulos latinos de uso
frequente nas comunicações administrativas oficiais; 2.4. Documentos e
modelos;

REDAÇÃO OFICIAL

Caro(a) Candidato(a), o Manual de Redação da Presidência7 possui 6 capítulos, abordaremos apenas


os Capítulos I e II neste tópico

CAPÍTULO I - ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL

Comunicação Oficial

A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são
necessários:
a) Alguém que comunique;
b) Algo a ser comunicado;
c) Alguém que receba essa comunicação.

No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aquela
Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum
assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; e o destinatário dessa comunicação é o público,
uma instituição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Executivo ou dos outros Poderes.
Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a finalidade do documento, para que o texto
esteja adequado à situação comunicativa.
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e nos expedientes oficiais
decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade.
Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado se,
em sua elaboração, for empregada a linguagem adequada.
O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e
objetividade.

Redação Oficial

Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige
comunicações oficiais e atos normativos. Neste Manual, interessa-nos tratá-la do ponto de vista da
administração pública federal.
A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução da língua. É que sua finalidade
básica - comunicar com objetividade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular etc.
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise
pormenorizada de cada um de seus atributos.

Atributos da Redação Oficial


A redação oficial deve caracterizar-se por:
- Clareza e precisão;
- Objetividade;
- Concisão;
- Coesão e coerência;
- Impessoalidade;
- Formalidade e padronização;
- Uso da norma padrão da língua portuguesa.

7
Manual de Redação da Presidência - 3° edição: http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-
republica/manual-de-redacao.pdf

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Fundamentalmente, esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no art. 37: “A administração
pública direta, indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
(...)”. Sendo a publicidade, a impessoalidade e a eficiência princípios fundamentais de toda a
administração pública, devem igualmente nortear a elaboração dos atos e das comunicações oficiais.

Clareza e Precisão

Clareza: deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir como claro aquele texto
que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se concebe que um documento oficial ou um ato
normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua
compreensão.
A transparência é requisito do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um ato
normativo não seja entendido pelos cidadãos. O princípio constitucional da publicidade não se esgota na
mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à necessidade de que o texto seja claro.

Para a obtenção de clareza, sugere-se:


- Utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, salvo quando o texto versar sobre
assunto técnico, hipótese em que se utilizará nomenclatura própria da área;
- Usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem direta e evitar intercalações
excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da ordem inversa da
oração;
- Buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;
- Não utilizar regionalismos e neologismos;
- Pontuar adequadamente o texto;
- Explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela;
- Utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando indispensáveis, em razão de serem
designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem exata tradução. Nesse caso, grafe-as
em itálico, conforme orientações do subitem 10.2 deste Manual.

Precisão: complementa a clareza e caracteriza-se por:


- Articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia veiculada no texto;
- Manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia
com propósito meramente estilístico;
- Escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido ao texto.

É indispensável, também, a releitura de todo o texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de


trechos obscuros provém principalmente da falta da releitura, o que tornaria possível sua correção. Na
revisão de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil compreensão por seu destinatário.
O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos
assuntos, em decorrência de nossa experiência profissional, muitas vezes, faz com que os tomemos
como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade.
Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e das abreviações
e os conceitos específicos que não possam ser dispensados.
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
compromete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se,
pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no texto redigido.
A clareza e a precisão não são atributos que se atinjam por si sós: elas dependem estritamente das
demais características da redação oficial, apresentadas a seguir.

Objetividade
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para
conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia principal e quais são as
secundárias.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade: as
fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las,
exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao
texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas, o que também

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proporcionará mais objetividade ao texto.
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações, sem
subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetividade suprime a
delicadeza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro.

Concisão
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que
consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma
entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto
com o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis,
redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva. A seguir, um exemplo1 de período mal construído,
prolixo:

Exemplo: Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naquela tarde de 2009, o resultado da
consulta à população acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria da população daquele
distante estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da alteração realizada pela Lei no
11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e indignada, com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso,
a maioria da população do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando
cinco horas a menos que em Greenwich.

Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários, abusou-se no emprego de adjetivos


(impressionante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada), o que lhe confere carga afetiva
injustificável, sobretudo em texto oficial, que deve primar pela impessoalidade. Eliminados os excessos,
o período ganha concisão, harmonia e unidade:

Exemplo: Apurado o resultado da consulta à população acreana, verificou-se que a maioria da


população manifestou-se pela rejeição da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008. Não satisfeita com
a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre demonstrou que a ela seria
melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas menos que em Greenwich.

Coesão e Coerência
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação,
a harmonia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se
lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando
continuidade uns aos outros.
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são: referência, substituição,
elipse e uso de conjunção.
A referência diz respeito aos termos que se relacionam a outros necessários à sua interpretação. Esse
mecanismo pode dar-se por retomada de um termo, relação com o que é precedente no texto, ou por
antecipação de um termo cuja interpretação dependa do que se segue.

Exemplo: O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção. Ele aguardou a decisão do Plenário.
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assinatura e de identificação no documento.

A substituição é a colocação de um item lexical no lugar de outro(s) ou no lugar de uma oração.

Exemplo: O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder Executivo federal propôs reduzir as
alíquotas. O ofício está pronto. O documento trata da exoneração do servidor. Os governadores decidiram
acatar a decisão. Em seguida, os prefeitos fizeram o mesmo.

A elipse consiste na omissão de um termo recuperável pelo contexto.

Exemplo: O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (Na segunda oração,
houve a omissão do verbo “regulamenta”).

Outra estratégia para proporcionar coesão e coerência ao texto é utilizar conjunção para estabelecer
ligação entre orações, períodos ou parágrafos.
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Exemplo: O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou o interesse de seu Governo pelo
assunto.

Impessoalidade
Decorre de princípio constitucional (Constituição, art. 37), e seu significado remete a dois aspectos: o
primeiro é a obrigatoriedade de que a administração pública proceda de modo a não privilegiar ou
prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da
pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a ação administrativa ser exercida por intermédio
de seus servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal.
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao
interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não devem ser
tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das
comunicações oficiais decorre:

a) da Ausência de Impressões Individuais de quem Comunica: embora se trate, por exemplo, de


um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, a comunicação é sempre feita em nome do
serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que as comunicações
elaboradas em diferentes setores da administração pública guardem entre si certa uniformidade;

b) da Impessoalidade de quem Recebe a Comunicação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
concebido como público, ou a uma instituição privada, a outro órgão ou a outra entidade pública. Em
todos os casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; e

c) do Caráter Impessoal do Próprio Assunto Tratado: se o universo temático das comunicações


oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural não caber qualquer tom
particular ou pessoal.

Não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de
uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação
oficial deve ser isenta da interferência da individualidade de quem a elabora. A concisão, a clareza, a
objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda,
para que seja alcançada a necessária impessoalidade.

Formalidade e Padronização
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma
(BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as comunicações feitas em meio eletrônico (por exemplo, o e-
mail , o documento gerado no SEI!, o documento em html etc.), quanto para os eventuais documentos
impressos.
É imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente do correto emprego deste
ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível, mais do que isso: a formalidade
diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uniformidade das comunicações. Ora,
se a administração pública federal é una, é natural que as comunicações que expeça sigam o mesmo
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente para todas
as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos.
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo, nas exceções em que se fizer
necessária a impressão, e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização.
Consulte o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito de normas específicas para cada tipo de
expediente.
Em razão de seu caráter público e de sua finalidade, os atos normativos e os expedientes oficiais
requerem o uso do padrão culto do idioma, que acata os preceitos da gramática formal e emprega um
léxico compartilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do padrão culto é, portanto,
imprescindível na redação oficial por estar acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas,
regionais; dos modismos vocabulares e das particularidades linguísticas.

Recomendações:
- A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;
- O uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de

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linguagem próprias do estilo literário;
- A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na redação de um bom texto.

Pode-se concluir que não existe propriamente um padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da
norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de
determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso
não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O
jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.

CAPÍTULO II - COMUNICAÇÕES OFICIAIS

A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados
anteriormente e além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que serão tratadas
em detalhe.

Pronomes de Tratamento
Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tratamento adota a segunda pessoa do plural, de
maneira indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário
atenção para o uso dos pronomes de tratamento em três momentos distintos: no endereçamento, no
vocativo e no corpo do texto.
No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no início do documento. No corpo do texto, pode-se
empregar os pronomes de tratamento em sua forma abreviada ou por extenso. O endereçamento é o
texto utilizado no envelope que contém a correspondência oficial.

O Decreto nº 9.758, de 11 de abril de 2019, dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento


nas comunicações com agentes públicos da administração pública federal, alterando a forma de
tratamento destes agentes.
De acordo com o decreto não há mais o vocativo Excelentíssimo, nem o tratamento Vossa Excelência
nas correspondências oficiais. A partir de então, o tratamento entre agentes públicos é “Senhor”.
Veja um trecho deste decreto:
(...)
Pronome de tratamento adequado

Art. 2º O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é
“senhor”, independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.

Parágrafo único. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino e para o plural.

Formas de tratamento vedadas

Art. 3º É vedado na comunicação com agentes públicos federais o uso das formas de tratamento,
ainda que abreviadas:
I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
II - Vossa Senhoria;
III - Vossa Magnificência;
IV - doutor;
V - ilustre ou ilustríssimo;
VI - digno ou digníssimo; e
VII - respeitável.

§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de que trata o caput ,
mediante invocação de normas especiais referentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do
mesmo modo.

§ 2º É vedado negar a realização de ato administrativo ou admoestar o interlocutor nos autos do


expediente caso haja erro na forma de tratamento empregada.
(...)

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ATENÇÃO:
Este decreto cabe somente para as formas de tratamento aos Agentes
Públicos Federais, os demais agentes continuam com o tratamento de acordo
com o Manual de Redação da Presidência da República.

Concordância com os Pronomes de Tratamento


Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades quanto às concordâncias verbal,
nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala),
levam a concordância para a terceira pessoa. Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria são
utilizados para se comunicar diretamente com o receptor.

Exemplo: Vossa Senhoria designará o assessor.

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da


terceira pessoa.

Exemplo: Vossa Senhoria designará seu substituto. (E não “Vossa Senhoria designará vosso
substituto”)

Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo
da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

Exemplo: Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa Excelência está atarefado. Se o interlocutor
for mulher: Vossa Excelência está atarefada.

O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer referência a alguma autoridade (indiretamente).

Exemplo: A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil (por exemplo, no endereçamento
do expediente)

Signatário
Cargos Interino e Substituto: na identificação do signatário, depois do nome do cargo, é possível utilizar
os termos interino e substituto, conforme situações a seguir: interino é aquele nomeado para ocupar
transitoriamente cargo público durante a vacância; substituto é aquele designado para exercer as
atribuições de cargo público vago ou no caso de afastamento e impedimentos legais ou regulamentares
do titular.
Esses termos devem ser utilizados depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgula e em minúsculo.

Exemplo: Diretor-Geral interino Secretário-Executivo substituto

Signatárias do Sexo Feminino: na identificação do signatário, o cargo ocupado por pessoa do sexo
feminino deve ser flexionado no gênero feminino.

Exemplo: Ministra de Estado Secretária-Executiva interina Técnica Administrativa Coordenadora


Administrativa

Grafia de Cargos Compostos: escrevem-se com hífen:


a) cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-geral, relator-geral, ouvidor-geral;
b) postos e gradações da diplomacia: primeiro-secretário, segundo-secretário;
c) postos da hierarquia militar: tenente-coronel, capitão-tenente;
d) cargos que denotam hierarquia dentro de uma empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-
chefe, editor-assistente, sócio-gerente, diretor-executivo;
e) cargos formados por numerais: primeiro-ministro, primeira-dama;
f) cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”: ex-diretor, vice-coordenador.

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Atenção: nomes compostos com elemento de ligação preposicionado ficam sem hífen: general de
exército, general de brigada, tenente-brigadeiro do ar, capitão de mar e guerra;

O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso de iniciais maiúsculas em palavras usadas
reverencialmente, por exemplo para cargos e títulos (exemplo: o Presidente francês ou o presidente
francês).
Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter
a escolha para a grafia de todos os elementos hifenizados: pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-
presidente”, mas não “Vice-presidente”.

Vocativo
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas comunicações oficiais, o vocativo será sempre
seguido de vírgula. Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, utiliza-se a expressão
Excelentíssimo Senhor ou Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula.

Exemplo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; Excelentíssimo Senhor Presidente do


Congresso Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor
ou Senhora seguido do cargo respectivo.

Exemplo: Senhora Senadora, Senhor Juiz, Senhora Ministra

Na hipótese de comunicação com particular, pode-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora e a forma
utilizada pela instituição para referir-se ao interlocutor: beneficiário, usuário, contribuinte, eleitor etc.

Exemplo: Senhora Beneficiária, Senhor Contribuinte

Ainda, quando o destinatário for um particular, no vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora seguido
do nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo “Prezado Senhor” ou “Prezada Senhora”.

Exemplo: Senhora [Nome], Prezado Senhor

Em comunicações oficiais, está abolido o uso de Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.). Evite-se o
uso de “doutor” indiscriminadamente. O tratamento por meio de Senhor confere a formalidade desejada.

O Padrão Ofício

Havia apenas três tipos de expedientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela forma:
a) O ofício;
b) O aviso
c) Memorando.

Importante: Ficou abolida esta distinção e passou-se a utilizar o termo Padrão Ofício nas três
hipóteses.

Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o
que chamamos de padrão ofício. A distinção básica anterior entre os três eram:

- Aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
- Ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e
- Memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.

A seguir, será apresentada a estrutura do padrão ofício, de acordo com a ordem com que cada
elemento aparece no documento oficial.

Partes do Documento no Padrão Ofício


Cabeçalho: é utilizado apenas na primeira página do documento, centralizado na área determinada
pela formatação. No cabeçalho deverão constar os seguintes elementos:

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a) Brasão de Armas da República: no topo da página. Não há necessidade de ser aplicado em cores.
O uso de marca da instituição deve ser evitado na correspondência oficial para não se sobrepor ao Brasão
de Armas da República;
b) Nome do órgão principal;
c) nomes dos órgãos secundários, quando necessários, da maior para a menor hierarquia;
d) Espaçamento: entrelinhas simples (1,0).

Exemplo:

Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico
oficial da instituição, podem ser informados no rodapé do documento, centralizados.

Identificação do Expediente
Os documentos oficiais devem ser identificados da seguinte maneira:
a) Nome do documento: tipo de expediente por extenso, com todas as letras maiúsculas;
b) Indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, padronizada como No;
c) Informações do documento: número, ano (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que expede
o d) Documento, da menor para a maior hierarquia, separados por barra (/);
e) Alinhamento: à margem esquerda da página.

Exemplo: OFÍCIO No 652/2018/SAA/SE/MT

Local e Data do Documento


Na grafia de datas em um documento, o conteúdo deve constar da seguinte forma:
- Composição: local e data do documento;
- Informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de vírgula. Não se
deve utilizar a sigla da unidade da federação depois do nome da cidade;
- Dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração cardinal para os
demais dias do mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;
- Nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
- Pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e
- Alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página.

Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018

Endereçamento
É a parte do documento que informa quem receberá o expediente.
Nele deverão constar os seguintes elementos:

- Vocativo: na forma de tratamento adequada para quem receberá o expediente (ver subitem “4.1
Pronomes de tratamento”);
- Nome: nome do destinatário do expediente;

- Cargo: cargo do destinatário do expediente;

- Endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, dividido em duas linhas:


a) primeira linha: informação de localidade/logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo
órgão, informação do setor;
b) segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação, separados por espaço simples. Na separação
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entre cidade e unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso
de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação
da cidade/unidade da federação; e

- Alinhamento: à margem esquerda da página.

O pronome de tratamento no endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por


Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”.
Quando o tratamento destinado ao receptor for Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é
“Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou
“A Sua Senhoria a Senhora”.

Exemplo:
A Sua Excelência o Senhor
[Nome]
Ministro de Estado da Justiça
Esplanada dos Ministérios Bloco T
70064-900 Brasília/DF

À Senhora
[Nome]
Diretora de Gestão de Pessoas
SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I
70070-030 Brasília. DF

Ao Senhor
[Nome]
Chefe da Seção de Compras
Diretoria de Material, Seção
Brasília — DF

Assunto
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado
da seguinte maneira:
- Título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento, seguida de
dois-pontos;
- Descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial
maiúscula, não se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
- Destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
- Pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e
- Alinhamento: à margem esquerda da página.

Exemplo: Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão julho/2018. Assunto: Aquisição de


computadores.

Texto do Documentos
Deve seguir a seguinte padronização de estrutura:
I - Nos casos em que não seja usado para encaminhamento de documentos, o expediente deve conter
a seguinte estrutura:
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a
honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a forma direta: Informo, Solicito,
Comunico;
b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o
assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; e
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto.

II - Quando forem usados para encaminhamento de documentos, a estrutura é modificada:


a) introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a
remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação,

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que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem
ou signatário e assunto de que se trata) e a razão pela qual está sendo encaminhado;

b) desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do


documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há
parágrafos de desenvolvimento em expediente usado para encaminhamento de documentos.

III - tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do documento deve ser formatado da seguinte
maneira:
a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos:
- Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo;
- Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
- Numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o
primeiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
d) fonte: Calibri ou Carlito;
- Corpo do texto: tamanho 12 pontos;
- Citações recuadas: tamanho 11 pontos;
- Notas de Rodapé: tamanho 10 pontos;
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, pode-se utilizar as fontes
Symbol e Wingdings;

Exemplo:
Em resposta ao Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de
abril de 2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que trata da requisição do servidor Fulano
de Tal.
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do
Presidente da Confederação Nacional da Indústria, a respeito de projeto de modernização de técnicas
agrícolas na região Nordeste.

Fecho para Comunicações


Objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o destinatário. Os modelos para fecho
anteriormente utilizados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, do Ministério da Justiça, que
estabelecia quinze padrões.
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, é estabelecido o emprego de somente dois fechos
diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:

- Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, inclusive o Presidente da República:


Exemplo: Respeitosamente

- Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos.


Exemplo: Atenciosamente

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a
rito e tradição próprios. O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte maneira:
a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da página;
b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
c) espaçamento entre linhas: simples;
d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; e
e) não deve ser numerado.

Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações
oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:

- Nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa
linha acima do nome do signatário;
- Cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas.

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As preposições que liguem as palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
- Alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página.
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente.
Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

Exemplo:
(espaço para assinatura) NOME
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República

(espaço para assinatura) NOME


Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas

Numeração de Páginas
É obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser centralizada na página
e obedecer à seguinte formatação:
-Posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e
- Fonte: Calibri ou Carlito.

Formatação e Apresentação
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação:
- Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
- Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
- Margem lateral direita: 1,5 cm;
- Margens superior e inferior: 2 cm;
- Área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
- Área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
- Impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse
caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
- Cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário,
a impressão colorida para gráficos e ilustrações;
- Destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso
de itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de
formatação que afete a sobriedade e a padronização do documento;
- Palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
- Arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto
preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado,
preferencialmente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto
utilizados no serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
- Nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte
maneira:
Tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves
do conteúdo.

Exemplo: Ofício 123_2018_relatório produtividade anual

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Exemplos de Ofício

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Tipos de Documentos

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais
de um órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.

b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o


mesmo expediente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.

c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia,

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conjuntamente, o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes
constarão na epígrafe.

Exemplos: OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ.


OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE

Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé
as siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente.

Exposição de Motivos
Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente
para:
- Propor alguma medida;
- Submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
- Informá-lo de determinado assunto.

A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos
em que o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos
os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência
numérica das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano
civil.

Forma e estrutura
As exposições de motivos devem, obrigatoriamente:

- Apontar, na Introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo


proposto; ou informar ao Presidente da República algum assunto;

- Indicar, no Desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal
para se solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais
detalhes sobre o assunto informado, quando for esse o caso; e

- Na Conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para
solucionar o problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.

As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no


Decreto nº 9.191, de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico
e parecer de mérito que permitam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que
proponham a edição de ato normativo, tem como propósito:

- Permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;


- Ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a adoção da medida
ou a edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de
proposições normativas no âmbito do Poder Executivo;
- Conferir transparência aos atos propostos;
- Resumir os principais aspectos da proposta;
- Evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação da proposta.

A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República


pelos ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou
ao Poder Judiciário.

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Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (SIDOF)

É a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação,


a administração e a gerência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do item
6.2.2, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição
de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.

Mensagem
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da
administração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para
submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar
veto; enfim, fazer comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas
assessorias caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:

a) Encaminhamento de Proposta de Emenda Constitucional, de Projeto de Lei Ordinária, de


Projeto de Lei Complementar e os que Compreendem Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias,
Orçamentos Anuais e Créditos Adicionais: os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados

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em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). O projeto pode
ser encaminhado sob o regime normal e, mais tarde, ser objeto de nova mensagem, com solicitação de
urgência.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada
com ofício do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro-Secretário
da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput).
Quanto aos projetos de lei que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos
anuais e créditos adicionais, as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos membros do Congresso
Nacional, e os respectivos ofícios são endereçados ao Primeiro-Secretário do Senado Federal. A razão
é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual em sessão conjunta, mais
precisamente, “na forma do regimento comum”. E, à frente da Mesa do Congresso Nacional, está o
Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas.

b)) Encaminhamento de Medida Provisória: para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da


Constituição, o Presidente da República encaminha Mensagem ao Congresso, dirigida a seus Membros,
com ofício para o Primeiro- Secretário do Senado Federal, juntando cópia da medida provisória.

c) Indicação de Autoridades: as mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de


pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos tribunais superiores, ministros do Tribunal
de Contas da União, presidentes e diretores do Banco Central, Procurador-Geral da República, chefes de
missão diplomática, diretores e conselheiros de agências etc.) têm em vista que a Constituição, incisos
III e IV do caput do art. 52, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência privativa para aprovar
a indicação.
O curriculum vitae do indicado, assinado, com a informação do número de Cadastro de Pessoa Física,
acompanha a mensagem.

d) Pedido de Autorização para o Presidente ou O Vice-Presidente da República se Ausentarem


do País por mais de 15 dias: trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, caput, inciso III
e art. 83), e a autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O Presidente da República,
tradicionalmente, por cortesia, quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a
cada Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.

e) Encaminhamento de Atos de Concessão e de Renovação de Concessão de Emissoras de


Rádio e TV: a obrigação de submeter tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII
do caput do art. 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a outorga ou a renovação da
concessão após deliberação do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na
mensagem a urgência prevista na Constituição, art. 64, uma vez que o § 1o do art. 223 já define o prazo
da tramitação. Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente
processo administrativo.

f) Encaminhamento das Contas Referentes ao Exercício Anterior: o Presidente da República tem


o prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as contas
referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, caput, inciso XXIV), para exame e parecer da
Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166,
§ 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas (Constituição, art. 51, caput,
inciso II) em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.

g) Mensagem de Abertura da Sessão Legislativa: deve conter o plano de governo, exposição sobre
a situação do País e a solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição, art. 84, inciso XI).
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere
das demais, porque vai encadernada e é distribuída a todos os congressistas em forma de livro.

h) Comunicação de Sanção (com Restituição de Autógrafos): esta mensagem é dirigida aos


Membros do Congresso Nacional, encaminhada por ofício ao Primeiro-Secretário da Casa onde se
originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei e se restituem dois exemplares dos
três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de sanção.

i) Comunicação de Veto: dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a
mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as

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razões do veto. Seu texto é publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário das demais
mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.

j) Outras Mensagens Remetidas do Legislativo:


- Apreciação de intervenção federal (Constituição, art. 36, § 2º).
- Encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos
(Constituição, art. 49, caput, inciso I);
- Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de
exportação (Constituição, art. 155, § 2o, inciso IV);
- Proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida consolidada (Constituição, art. 52,
caput, inciso VI);
- Pedido de autorização para operações financeiras externas (Constituição, art. 52, caput, inciso V);
- Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, art. 57, § 6o);
- Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da República (Constituição, art. 52, inciso
XI, e art. 128, § 2o);
- Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84,
inciso XIX);
- Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constituição, art. 84, inciso XX);
- Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, §
4o);
- Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constituição, art. 137);
- Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141,
parágrafo único);
- Proposta de modificação de projetos de leis que compreendem plano plurianual, diretrizes
orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais (Constituição, art. 166, § 5o);
- Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em
decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, §
8o);
- Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha
(Constituição, art. 188, § 1o).

Forma e Estrutura
As mensagens contêm:
- Brasão: timbre em relevo branco
- Identificação do expediente: MENSAGEM No, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
- Vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do
destinatário, com o recuo de parágrafo dado ao texto;
- Texto: iniciado a 2 cm do vocativo; e
- Local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de
seu signatário.

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Correio Eletrônico (e-mail)

A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas
também na administração pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo
do contexto, pode significar gênero textual, endereço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem
eletrônica.
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim como o ofício.
Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
Como endereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a
extensão “.gov.br”, por exemplo.
Como sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade,
transformou-se na principal forma de envio e recebimento de documentos na administração pública.

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Valor Documental
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor
documental, isto é, para que possa ser aceito como documento original, é necessário existir certificação
digital que ateste a identidade do remetente, segundo os parâmetros de integridade, autenticidade e
validade jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP- Brasil.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem certificação digital ou com certificação
digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do ato por meio
documento físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido pela ICP-Brasil.
Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a aceitação de documento eletrônico que não
atenda os parâmetros da ICP-Brasil.

Forma e Estrutura
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir
padronização da mensagem comunicada. No entanto, devem-se observar algumas orientações quanto à
sua estrutura.

Campo “Assunto”
O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem.
Assim, quem irá receber a mensagem identificará rapidamente do que se trata; quem a envia poderá,
posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio eletrônico.
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramente o conteúdo completo da mensagem para que não
pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um
assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião sobre a Reforma da Previdência”.

Local e Data
São desnecessários no corpo da mensagem, uma vez que o próprio sistema apresenta essa
informação.

Saudação Inicial/Vocativo
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras
instituições, para receptores desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os
demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado
Senhor”, “Prezada Senhora”.

Exemplo: Senhor Coordenador, Prezada Senhora.

Fecho
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o
uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de
amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser utilizados em e-mails
profissionais.
O correio eletrônico, em algumas situações, aceita uma saudação inicial e um fecho menos formais.
No entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos deve ser formal, como a que se usaria em
qualquer outro documento oficial.

Bloco de Texto da Assinatura


Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de
assinatura. A assinatura do e-mail deve conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone
do remetente.

Exemplo:
Maria da Silva Assessora
Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil (61)XXXX-XXXX

Anexos
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens
do e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo
do anexo.
Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele é realmente indispensável e se seria possível

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colocá-lo no corpo do correio eletrônico.
Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencaminhamento de anexos nas mensagens de resposta.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de
segurança. Quando se tratar de documento ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente,
ser enviados, em formato que possa ser editado.

Recomendações
- Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não esteja
disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento;
- Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos computadores, mantêm-se a recomendação de tipo
de fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri ou Carlito, tamanho 12, cor preta;
- Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados
para mensagens profissionais, além de sobrecarregar o tamanho da mensagem eletrônica;
- A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se revisam
outros documentos oficiais;
- O texto profissional dispensa manifestações emocionais. Por isso, ícones e emoticons não devem
ser utilizados;
- Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”,
usuais das conversas na internet, ou neologismos, como “naum”, “eh”, “aki”;
- Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois
denota agressividade de parte do emissor da comunicação.
- Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil
e de logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.
- Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor
do destinatário.

Questões

01. (FUB - Assistente em Administração - CESPE/2018). Com base no Manual de Redação da


Presidência da República (MRPR), julgue o item que se segue.

A redação oficial constitui atos normativos e comunicações do poder público necessariamente


uniformes e destinados exclusivamente para órgão do serviço público.
( ) Certo ( ) Errado

02. (Câmara de Serrana/SP - Analista Legislativo – VUNESP/2019). De acordo com o Manual de


Redação da Presidência da República, os textos oficiais “por seu caráter impessoal, por sua finalidade de
informar com o máximo de clareza e concisão, requerem o uso do padrão culto da língua”. Tal preceito
está corretamente preservado em:

(A) Encaminhamos a Vossa Senhoria todos os documentos relativos ao processo, para vossa análise
das principais questões ali presente.
(B) A maioria dos documentos encaminhado já foram protocoladas na semana passada, mas ainda
existem alguns que fogem a essa condição.
(C). Em relação às cópias anexas, cumpre frisar que se trata de uma amostra representativa, adequada
para esse primeiro momento de análise.
(D) Todos os documentos solicitados foram encaminhados, embora tenha faltado dois que seriam
básicos para consolidar o relatório do departamento.
(E) Por haverem questões ainda controversas quanto aos documentos, deixamos eles sob os
cuidados dos advogados do setor para que sejam melhor analisados.

03. (UFSC - Assistente em Administração – UFSC/2019). Acerca dos aspectos gerais da redação
oficial, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. As comunicações oficiais requerem o uso do padrão culto da língua, o que implica o emprego de
linguagem rebuscada.
II. Os textos oficiais devem ser isentos de interferências pessoais em sua elaboração.
III. A concisão é uma qualidade dos textos oficiais e um texto conciso é aquele que transmite o máximo
de informações com o mínimo de palavras.

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40
(A) somente as afirmativas I e III estão corretas.
(B) somente as afirmativas II e III estão corretas.
(C) somente as afirmativas I e II estão corretas.
(D) somente a afirmativa III está correta.
(E) Todas as afirmativas estão corretas.

04. Prefeitura de Sapucaia do Sul/ RS - Secretário de Escola – FUNDATEC/2019). Segundo o


Manual de Redação, clareza e precisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade,
formalidade e padronização e uso da norma padrão da língua portuguesa são características do(a):

(A) Redação Oficial.


(B) Memorando Oficial.
(C) Documento Oficial.
(D) Redação Extraoficial.
(E) Ofício Circular.

05. (Prefeitura de Porto de Moz/PA - Agente Administrativo – FUNRIO/2019). Em uma frase, pode-
se dizer que Redação Oficial é:

(A) A maneira pela qual o Poder Jurídico redige atos jurisprudências e comunicações interpessoais.
(B) A maneira pela qual o Poder Autônomo redige atos públicos e comunicações contemporâneas.
(C) A maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
(D) A maneira pela qual o Poder Complementar redige jurisprudências privadas e comunicações
interpessoais.
(E) A maneira pela qual o Poder Privado redige atos públicos e comunicações interpessoais.

06 (UFT - Assistente em Administração – UFMT/2019). Na coluna da esquerda, estão apresentados


elementos que demarcam a redação de um texto oficial, conforme o Manual de Redação da Presidência
da República, e na da direita, a caracterização de cada um. Numere a coluna da direita de acordo com a
da esquerda.

1. Objetividade
2. Impessoalidade
3. Clareza
4. Concisão
5. Coesão

( ) Condição que propicia na redação oficial a ausência de impressões individuais de quem elabora.
( ) Predicado do texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras.
( ) Singularidade que conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações, sem
subterfúgios, sem excesso de palavras e de ideias.
( ) Condição que propicia imediata compreensão pelo leitor, bem como percepção da ideia transmitida
num texto por meio da articulação da linguagem comum ou técnica.
( ) Atributo que favorece a conexão, a ligação, a harmonia entre as partes de um texto.

Assinale a sequência correta.

(A) 1, 3, 2, 5, 4
(B) 2, 4, 1, 3, 5
(C) 4, 5, 3, 2, 1
(D) 5, 2, 4, 1, 3

07. (AL/GO - Policial Legislativo - IADES/2019). Na correspondência oficial, no que se refere à


adequação do formato do texto ao gênero, assinale a alternativa correspondente aos documentos que
seguem o padrão ofício.
(A) Aviso, mensagem e ofício.
(B) Telegrama, correio eletrônico e ofício.
(C) Memorando, ofício e aviso.

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41
(D) Ofício, correio eletrônico e aviso.
(E) Mensagem, telegrama e memorando.

08. (Petrobrás - Técnico em Administração e Controle Júnior - CESGRANRIO/2018) O Manual de


Redação Oficial da Presidência da República define objetivamente o memorando como uma modalidade
de comunicação que se estabelece entre unidades administrativas
(A) de órgãos internos ou externos de uma mesma área de atuação.
(B) de um mesmo órgão de uma instituição.
(C) que atuam em órgãos diferentes de uma mesma empresa.
(D) que não podem estar hierarquicamente em níveis diferentes.
(E) que não podem estar hierarquicamente no mesmo nível.

09. (CORE/BA - Auxiliar Administrativo - Dedalus Concursos/2018) Em uma comunicação oficial,


o fecho de uma correspondência expedida por um Senador a um Deputado Federal deverá ser:
(A) atenciosamente.
(B) cordialmente.
(C) gentilmente.
(D) respeitosamente.

10 (UFU-MG - Assistente em Administração - Banca: UFU-MG/2019). O correio eletrônico (e-mail)


é, sem dúvida, atualmente um dos mecanismos mais utilizados para a troca de mensagens entre órgãos
e instituições e para o envio de documentos oficiais.

Considerando-se as regras da redação oficial para este gênero, é correto afirmar que:
(A) o correio eletrônico oficial deve seguir uma estrutura padrão que o diferencia fundamentalmente
daquele utilizado nas trocas pessoais e cotidianas.
(B) pelo fato de apresentar uma estrutura mais flexível, é possível ignorar os pronomes de tratamento
característicos da comunicação oficial e utilizar, em sua escrita, as variantes não cultas da língua
portuguesa.
(C)em função de sua ampla utilização, a legislação vigente permite considerar como documento oficial
os correios eletrônicos sem certificação digital.
(D) apesar de sua flexibilidade estrutural, o correio eletrônico oficial deve respeitar algumas
características próprias da comunicação oficial, como os pronomes de tratamento e a norma culta da
língua portuguesa.

11 (UFES - Assistente em Administração – UFES/2019). Um diretor da Universidade Federal do


Espírito Santo precisa redigir um expediente oficial cujo destinatário é o reitor da Universidade.
Considerando essa informação, e com base no Manual de Redação da Presidência da República (2018),
é CORRETO afirmar:

(A) O nome da cidade onde foi expedido o documento não precisa ser redigido, somente a data, por
se tratar de uma comunicação interna.
(B) O tipo de documento a ser redigido é o memorando.
(C) A logomarca da Universidade deve constar, obrigatoriamente, no cabeçalho do expediente.
(D) O termo “doutor” deve ser usado indiscriminadamente, já que o texto é dirigido a uma autoridade
acadêmica.
(E) O texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira: alinhamento justificado, fonte
Calibri ou Carlito e corpo do texto com tamanho 12.

Gabarito

01.Errado / 02.C / 03.B / 04.A / 05.C / 06.B / 07.C / 08.B / 09.A / 10.D / 11. E

Comentários

01. Resposta: Errado


Na Redação Oficial quem comunica é sempre o serviço público e o destinatário dessa comunicação é
o público, uma instituição privada ou outro órgão ou entidade pública.

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02.Reposta: C
Alternativa A - Errado: ''Para vossa análise ...'' no caso a concordância deveria ter sido feita na 3ª
Pessoa, ou seja '' sua análise ...'' , pois pronomes de tratamento levam a concordância para a 3ª Pessoa.
Alternativa B - Errado: Erro no uso do padrão culto , pois '' encaminhado'' deveria concordar com seu
referente '' documentos''.
Alternativa C - Correto.
Alternativa D - Errado: Erro de concordância de '' tenha faltado'' com seu sujeito '' dois que seriam ...''
Alternativa E - Errado: Erro de concordância do verbo ''haver'', que no sentido de existir é impessoal,
ficando na 3ª Pessoa do singular.

03.Resposta: B
As comunicações oficiais requerem o uso do padrão culto da língua, o que NÃO implica o emprego de
linguagem rebuscada. Deve -se preocupar com as palavras do texto ( mais simples possível). Não
podemos usar linguagem rebuscada com muitos termos técnicos, que demonstra um vocabulário refinado
e amplo. O texto deve ser simples, completo e entendido por todos.

04.Resposta A
A redação oficial tem por sua finalidade básica comunicar com objetividade e máxima clareza, impondo
certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto
jornalístico, da correspondência particular etc.
A redação oficial deve caracterizar-se por: clareza e precisão; objetividade; concisão; coesão e
coerência; impessoalidade; formalidade e padronização; e uso da norma padrão da língua portuguesa.

05. Resposta C
É todo ato normativo e toda comunicação do Poder Público. Deve caracterizar-se pela impessoalidade,
uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

06. Resposta B
2. Impessoalidade: Condição que propicia na redação oficial a ausência de impressões individuais de
quem elabora.
4. Concisão: Predicado do texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de
palavras.
1. Objetividade: Singularidade que conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as
informações, sem subterfúgios, sem excesso de palavras e de ideias.
3. Clareza: Condição que propicia imediata compreensão pelo leitor, bem como percepção da ideia
transmitida num texto por meio da articulação da linguagem comum ou técnica.
5. Coesão: Atributo que favorece a conexão, a ligação, a harmonia entre as partes de um texto.

07. Resposta: C
Os documentos que seguem o padrão oficio são:
a) o ofício
b) o aviso
c) memorando

08. Resposta: B
O Memorando é utilizado para comunicação entre órgãos de uma mesma instituição.

09. Resposta: A
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais, já no uso do e-mail, popularizou-se o uso
de abreviações como “Att.”

10. Resposta: D
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa
definir padronização da mensagem comunicada. No entanto, devem-se observar algumas orientações
quanto à sua estrutura evitando o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. É preciso
respeitar as regras gramaticais

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11. Resposta: E
A distinção básica anterior entre aviso, ofício e memorando era:
a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
b) ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e
c) memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.
Na edição de 2018 ficou abolida a distinção e passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.
Assim o texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira:
a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos:
I espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo;
II recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
III numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o
primeiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
d) fonte: Calibri ou Carlito;
I corpo do texto: tamanho 12 pontos;
II citações recuadas: tamanho 11 pontos; e
III notas de Rodapé: tamanho 10 pontos.

DIGITAÇÃO QUALITATIVA

Normas e Recomendações8

1 – Numeração de artigos – Devem ser numerados por intermédio de algarismos ordinais do primeiros
ao nono, e por intermédio de cardinais do décimo em diante.

Art. 9º Os alunos matriculados nesta Escola...


Art. 10. Serão mantidas as matriculas ...

Observação: Do mesmo modo, os artigos de um ato oficial devem ser numerados por meio de
algarismos ordinais do primeiro ao nono, e por meio de algarismos cardinais do décimo em diante.

2 – Grafia dos parágrafos – A expressão parágrafo único, quando citada ou escrita, deve ser escrita
por extenso. Par parágrafos numerados, usa-se o sí
mbolo apropriado
(Lei no. 5.692, de 11-8-1971)
Art. 41. A educação constitui dever ...
Parágrafo único. Respondem, na forma da lei,

Art. 56. Cabe à União destinar?? 1º Aos recursos federais ...

3 – Grafia das datas


Na designação de ano, os números cardinais devem ser escritos sem ponto ou espaço separando as
classes: 2003, 2004, e não 2.003, 2.004 ou 2 003, 2 004.

b) É preferível usar hífen para separar os elementos de uma data (dia, mês, ano) ao ponto ou à
diagonal: 26-12-2003.

c) Para resguardar a data contra possíveis fraudes, por questões estéticas, por exigências
burocráticas, ou por características da linguagem eletrônica, antepõe-se um zero ao número indicativo do
dia e do mês: 02-01- 2004.

d) Em atos normativos, os nomes dos meses devem ser escritas por extenso, o algarismo indicativo
do dia sem zero, o primeiro dia do mês deve ser indicado pelo número ordinal correspondente: 2 de
janeiro de 2004, 1º de janeiro de 2004. Em outros casos, pode-se empregar o numeral cardinal: 1 (ou 01)
de janeiro de 2004.

8
KASPARY, Adalberto J. Redação Oficial: normas e modelos. 16. Ed. Porto Alegre: EDITA, 2003.

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44
4 – Translineação

Por questão de estética, não se deixa isolada uma vogal de palavra translineada no fim ou no início de
linha: i-/deia ou idei-/a.
Deve-se evitar a translineação em que parte da palavra dividida lembre palavra obscena ou ridícula:
cô-/mico, de-/putada.
Deve-se, ao translinear palavras compostas hifenizadas, repetir o hífen na nova linha: segunda-/-feira.
O hífen da separação silábica deve ser colocado exatamente ao lado da última letra escrita, nunca
embaixo dessa letra, e também não se deve dar espaço entre a última letra e o hífen (nem para
emparelhar a margem direita do papel): importante.

Não se deve dar espaços entre as letra de uma palavra com a finalidade de emparelhar a margem
direita: m a r g e m (errado) – margem (correto).
É errado usar determinados sinais (tapa-margem) para emparelhar a margem direita do papel: falou
em / você.

Observação – O tapa-margem só é permitido em documentos com finalidade de serem evitadas


fraudes.
Não convém translinear números relativos a valores monetários, no caso, completa-se a linha com
reticências: pague-se R$ ...
2.000,00 (dois mil reais) devidos a ...

Observação – Na indicação de outros conjuntos numéricos (identidade, etc.), é indiferente translinear


ou não.

h) É permitida a translineação de siglas. Faz-se a divisão em qualquer parte, se forem simples, ou


separam-se os elementos se forem compostas: DE-/TRAN, APAE-/RS

5 – Espaços entre palavras – O espaço máximo permitido entre palavras e após sinais de pontuação
é de dois toques: “Até a morte, tudo é vida.” (CERVANTES)

6 – Sinais de pontuação – Os sinais de pontuação devem ser colocados imediatamente antes ou


depois da palavra, exceto o travessão: “Os brasileiros – trata-se de convicção generalizada – são pessoas
muito criativas.” (KASPARY)

7 – Sublinha e sinais de pontuação – Os sinais de pontuação não são sublinhados, com exceção do
hífen de palavras compostas: alto-falante, mercadoria.

8 – Sublinha espaço entre palavras – Os espaços entre as palavras não são sublinhados: REDAÇÃO
OFICIAL

9 – Destaque de palavras e expressões – destacam-se de diversas maneiras:

a) sublinhando-as: Português em Exercícios


b) colocando-as entre aspas: “Associação Brasileira de Imprensa”
c) espaçando as letras: a t e n ç ã o
d) escrevendo-as em caracteres maiúsculos: SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA
e) imprimindo em negrito: O homem que ama vive mais.
f) mediante caracteres em itálico: Substantivo é a palavra que aceita artigo.
g) usando cor diferente (não aceito em documentos oficiais): Veja!

Observação – Não se misturam dois ou mais tipos de destaque.

10 – Caracteres maiúsculos e acentuação gráfica – As palavras escritas em letras maiúsculas


permanecem subordinadas às regras de acentuação gráfica.

11 – Uso da abreviatura de senhor – Abrevia-se a palavra senhor apenas se seguida de substantivo


próprio ou personalizado: Sr. Otávio, Sr. Diretor

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12 – Emprego de aspas

a) Em transcrições ou citações parciais (parte do período, frase ou expressão), os sinais de pontuação


que encerram o texto ficam fora delas: Diz o Hino Rio-grandense que “Foi num vinte de setembro”.
b) Em transcrições ou citações integrais (período, frase ou expressão) os sinais de pontuação que
encerram o período ficam dentro delas: “Densa tristeza me escurece a mente.” (BARBOSA, Rui)
c) Em transcrições de apenas um parágrafo, as aspas devem ser colocadas no início e no fim do
parágrafo.
d) Em transcrições de diversos parágrafos, as aspas devem ser colocadas no início de cada parágrafo
e no fim apenas do último parágrafo.
e) Em citações feitas dentro de trechos transcritos, as aspas devem ser colocadas no início de cada
linha e no fim da última linha.
f) Para evitar excesso de aspas em citações internas na transcrição, usam-se aspas simples ou
sublinha: “Em janeiro de 1884, Rui leva a esposa à ‘Fazenda Santa Genebra’ propriedade de genro do
conselheiro Albino”. (d’Amaral)

13 – Grafia de palavras e expressões estrangeiras – Sempre que se fizer necessário o uso de


palavras ou de expressões estrangeiras, elas devem ser escritas entre aspas ou sublinhadas (grifo da
tipografia): O “Shopping Center Praia de Belas” (Shopping Center Praia de Belas) está fechado.

14 – Caixa postal e telefone – Nunca são precedidos de vírgula, mesmo que omitida a abreviatura
no. (número): telefone no. 3333-3333, telefone 3333-3333. Caixa postal no. 100, caixa postal 100.

15 – Nome e número de rua – Põe-se vírgula depois do nome da rua, avenida, etc. Rua das Rosas,
23.

16 – Traço para assinatura - O traço acima do nome do signatário é dispensável.

17 – Formas combinadas e parênteses – Usam-se parênteses apenas em formas combinadas


quando, se retirados, a leitura do novo grupo de letras resultar palavra normal: senhor(es) = senhores,
doutor(a) = doutora. Evitam-se combinações como pagarei(emos), enfermeiro(a) = pagareiemos,
enfermeiroa.

18 – Destaque no endereçamento – No endereçamento interno, não se destaca o nome do


destinatário. Destaca-se apenas a localidade de destino: PORTO ALEGRE – RS, NESTA CAPITAL. No
endereçamento externo, não se sublinha o nome da localidade.

19 – Destaques indevidos – “Não se deve escrever inteiramente em caracteres maiúsculos o


vocativo, certos fechos (atenciosamente, saudações, etc.) e o nome e o cargo ou função de quem assina
a correspondência.” (KASPARY)

20 – Espaço entre o número e o ímbolo da unidade – Pode-se escrever o símbolo da unidade ao


lado do número correspondente ou com intervalo entre eles. 20h ou 20 h, 30m ou 30 m

21 – Espaços interlineares em documentos: ofício, portaria e outros papéis = 2. Memorando = 1,5


ou 2. Transcrições ou citações = 1.

22 – Pontuação do vocativo – O vocativo é, na correspondência oficial, seguido de dois pontos:


Excelentíssimo Senhor Presidente: Senhora Diretora:
OBSERVAÇÃO – No Manual de Redação da Presidência da República/1991, adotou-se a vírgula, o
que contraria o tradicional dois-pontos.

23 – Espaços impróprios – Não há espaço:


a) antes ou depois do hífen;
b) entre as aspas e o que está escrito dentro delas;
c) entre os parênteses e o que está escrito dentro deles;
d) entre uma palavra e a pontuação que a segue. O travessão fica a um espaço da palavra anterior e
a seguinte.

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24 –Número em início de frase – Não se deve iniciar frase com números: Errado: 1954 foi um ano
que ... certo: O ano de 1954 foi ... Errado: 80 % dos alunos ... Certo: Oitenta por cento dos alunos...

25 – Algarismos romanos e pontuação – Escrevem-se os algarismos romanos em letra maiúscula


e não são seguidos de ponto: V – (5) M – (1000). Na numeração de títulos: V – Credibilidade das fontes
de informação.
Observação – Com algarismos cardinais, usa-se ponto ou travessão: 5. Qualidades do texto, ou 5 –
Qualidades do texto.

26 – Assinatura por dois chefes de serviço – O chefe superior assina à esquerda do documento. À
direita, assina o responsável pelo teor do documento.

27 –Grafia dos numerais em atos normativos – Os numerais devem ser escritos por extenso quando
apresentarem uma só palavra: (dez, onze, vinte, etc.). Quando formados por mais de uma palavra,
escrevem-se em algarismos (21, 174, 1001 etc.).
Os numerais indicativos de porcentagem seguem a mesma regra: dez por cento e 22%. Não se usa a
indicação em algarismo acompanhada da expressão por extenso.

28 – Iniciais do redator e do digitador/datilógrafo – Tanto as inicias do redator quanto as do


digitador/datilógrafo devem ser escritas com letras maiúsculas.

29 – Ponto abreviativo em final de frase – Uma frase terminada em ponto abreviativo não recebe
ponto-final, uma vez que o ponto da abreviação tem dupla função: abreviativo e final: A tarefa foi confiada
à Engenharia Vila Nova Ltda.

30 – Pontuação com etc. – A abreviatura etc. (e outras coisas) pode ser precedida de vírgula.

31 – Indicação do cep – As normas de indicação do CEP são as seguintes:


a) Não se escreve a sigla CEP antes do respectivo número.
b) Os algarismos devem ser escritos sem ponto ou espaço entre o milhar e a centena. Separam-se por
hífen os cinco primeiros dos três últimos algarismos: 99999-999.
c) O número indicativo do CEP não se sublinha.

Questões

01. (Assistente Administrativo - FUNDATEC) Na digitação qualitativa, existem diversas maneiras de


se destacar as palavras ou expressões. Assinale a alternativa cujo processo de destaque NÃO cabe em
documentos oficiais.
(A) Colocando entre aspas a expressão que deseja destacar, como, por exemplo: “Financiamento para
as Pequenas e Médias Empresas".
(B) Espaçando as letras da expressão a destacar, como, por exemplo: Assunto urgente.
(C) Empregando cor diferente, como, por exemplo: Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor
público.
(D) Escrevendo a expressão em letras maiúsculas, como, por exemplo: FUNDO DE GARANTIA POR
TEMPO DE SERVIÇO.
(E) Usando negrito na expressão a destacar, como, por exemplo: Do Poder Legislativo.

02. (Prefeitura de Herveiras – RS - Agente Administrativo Auxiliar) Conforme KASPARY, sobre


digitação qualitativa, assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE:
Os artigos de um ato oficial devem ser numerados por meio de _____________ do primeiro ao nono,
e por meio de ______________ do décimo em diante.
(A) algarismos ordinais - algarismos cardinais
(B) algarismos cardinais - algarismos ordinais
(C) algarismos romanos - algarismos arábicos
(D) números por extenso - números arábicos

03. (Prefeitura de Agudo – RS - Auxiliar Administrativo – OBJETIVA) Com base em KASPARY,


em relação à digitação qualitativa, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após,
assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

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( ) A palavra senhor só pode ser abreviada quando seguida de substantivo próprio ou pessoalizado.
( ) As palavras em caracteres maiúsculos não são subordinadas às regras de acentuação.
( ) Todos os sinais de pontuação podem ser sublinhados.
(A) E - E - C.
(B) C - E - E.
(C) E - C - E.
(D) C - C - C.

Gabarito

01. C / 02. A / 03. B

Respostas

01. Resposta: C
A cor deverá ser uniforme. O que é correto é que a impressão dos textos deve ser feita na cor preta
em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações.

02. Resposta: A
Como visto, os artigos de um ato oficial devem ser numerados por meio de algarismos ordinais do
primeiro ao nono, e por meio de algarismos cardinais do décimo em diante.

03. Resposta: B
A primeira afirmativa está correta enquanto que as duas últimas estão erradas. Veja o erro delas: As
palavras escritas em letras maiúsculas permanecem subordinadas às regras de acentuação gráfica
(diferente do que foi exposto na afirmativa da questão). E os sinais de pontuação não são sublinhados,
com exceção do hífen de palavras compostas: alto-falante, mercadoria (distinto da última afirmativa da
questão).

EXPRESSÕES E VOCABULÁRIOS LATINOS

A redação oficial deve observar o padrão culto do idioma quanto ao léxico (seleção vocabular), à
sintaxe (estrutura gramatical das orações) e à morfologia (ortografia, acentuação gráfica e outros).
Por padrão culto do idioma deve-se entender a língua referendada pelos bons gramáticos e pelo uso
nas situações formais de comunicação. Devem-se excluir da Redagão Oficial a erudição minuciosa e os
preciosismos vocabulares que criam entraves inúteis à compreensão do significado. Não faz sentido usar
“perfunctório” em lugar de "superficial" ou "doesto" em vez de "acusação" ou "calúnia".
São descabidos também as citações em língua estrangeira e os latinismos, tão ao gosto da linguagem
forense. Mas, ressalta-se que caso as expressões ou termos latinos sejam de fato utilizados, deve-se ter
o uso itálico nestas expressões estrangeiras e latinas.

Observe a seguir uma lista com expressões latinas recorrentes, seguidas de breves definições:
Ab initio: Desde o princípio.
A contrário sensu: Em sentido contrário, pela razão contrária.
A posteriori - Pelo que segue, depois de um fato. Diz-se do raciocínio que se remonta do efeito à
causa.
A priori: Segundo um princípio anterior, admitido como evidente; antes de argumentar, sem prévio
conhecimento.
Apud: Em, junto a, junto em. Emprega-se em citações indiretas, isto é, citações colhidas numa obra.
Carpe Diem: "Aproveita o dia". (Aviso para que não desperdicemos o tempo). Horácio dirigia este
conselho aos epicuristas e gozadores.
Curriculum Vitae: Conjuntos de dados relativos ao estado civil, ao preparo profissional e às atividades
anteriores de quem se candidata a um emprego.
Data vênia: Concedida a licença, com a devida vênia. É uma expressão respeitosa com que se inicia
uma argumentação discordante da de outrem.
Et cetera: (ou Et caetera) (abrev.: etc.) - E as outras coisas, e os outros, e assim por diante. Apesar
de seu sentido etimológico (= e outras coisas), emprega-se, atualmente, não somente após nomes de
coisas, mas também de pessoas, como expressão continuativa.

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Exempli gratia: (abrev. e.g.) - Por Exemplo. É expressão sinônima de verbi gratia (abrev.: v.g.).
Habeas Corpus: "Que tenhas o corpo". Meio extraordinário de garantir e proteger todo aquele que
sofre violência ou ameaça de constrangimento ilegal na sua liberdade de locomoção, por parte de
qualquer autoridade legítima.
Habeas Data: "Que tenha os dados", "Que conheça os dados". Trata-se de garantia ativa dos direitos
fundamentais, que se destina a assegurar: a) o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público; b) a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo.
Homo sapiens: Homem sábio; nome da espécie humana na nomenclatura de Lineu.
Id est: Isto é, quer dizer. Às vezes, aparece abreviadamente (i.e.).
In memoriam: Em comemoração, para memória, para lembrança.
In posterum: No futuro.
In terminis: No fim. Decisão final que encerra o processo.
In verbis: Nestes termos, nestas palavras. Emprega-se para exprimir as citações ou as referências
feitas com as palavras da pessoa que se citou ou do texto a que se alude.
Ipsis Verbis: Pelas próprias palavras, exatamente, sem tirar nem pôr.
Lato sensu: Em sentido amplo, em sentido geral.
Per capita: Por cabeça, para cada indivíduo.
Quorum: Número mínimo de membros presentes necessário para que uma assembleia possa
funcionar ou deliberar regularmente.
Sic: Assim, assim mesmo, exatamente. Pospõe-se a uma citação, ou nela se intercala, entre
parênteses ou entre colchetes, para indicar que o texto original é da forma que aparece.
Statu quo: "No estado em que". Emprega-se, na linguagem jurídica, para indicar a forma, a situação
ou a posição em que se encontra certa questão ou coisa em determinado momento.
Stricto sensu: Em sentido restrito, em sentido literal.
Verbi gratia: (abrev.: v.g.) Por exemplo.
Verbum ad verbum: Palavra por palavra, textualmente, literalmente.

Questões

01. (FUNARTE - Assistente Administrativo - FGV) A redação oficial apela seguidamente para
expressões latinas, já que elas fazem parte de um glossário desse tipo de comunicação. Entre as
alternativas abaixo, aquela que traz uma explicação INADEQUADA da expressão dada é:
(A) AD HOC - Substituto ocasional designado no impedimento do titular efetivo de um cargo;
(B) AD NUTUM - Indica o ato ou contrato que pode ser anulado pela vontade de uma das partes;
(C) AD REFERENDUM - Indica ato praticado por alguém e que, para ser válido, necessita da
aprovação da autoridade superior;
(D) CAPUT - Diz-se do começo ou da primeira parte de um artigo em texto legal;
(E) EX OFFICIO - Ato em função não oficial, por iniciativa própria.

02. (UFGD - Analista Administrativo - AOCP) Relacione as expressões latinas e assinale a


alternativa com a sequência correta.

1. Ibiden
2. sic
3. iden
4. op cit
5. apud

( ) Mesmo autor
( ) Citado por
( ) Na mesma obra
( ) Assim
( ) Obra citada

(A) 3 – 5 – 1 – 2 – 4.
(B) 4 – 5 – 1 – 2 – 3.
(C) 3 – 4 – 5 – 1 – 2.

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(D) 5 – 3 – 1 – 2 – 4.
(E) 2 – 5 – 1 – 3 – 4.

03. (CISVALE - Auxiliar Administrativo - Objetiva) Em conformidade com KASPARY, o vocábulo


latino Sic quer dizer:
(A) Basta, é suficiente.
(B) Veja, vê.
(C) Assim, assim mesmo, exatamente.
(D) O bastante, quanto baste.

04. Padrão culto do idioma é entendido pelo uso nas situações formais de comunicação
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01.E / 02.A / 03. C / 04. Certo

Comentários

01. Resposta: E
EX OFFICIO - Por obrigação, por dever do cargo. Diz-se do ato realizado sem provocação das partes.

02. Resposta: A
Ibidem é a forma de referenciar uma obra já citada antes naquela página do texto.
Sic - Assim, assim mesmo, exatamente
Idem é uma palavra com origem no latim e significa "o mesmo", "igual" ou "da mesma maneira
op. cit. (opere citado, obra citada) – utilizada quando uma obra é citada anteriormente, na mesma
página, quando houver intercalação de outras obras.
Apud (do latim junto a; em; perto de) citado por, conforme, segundo – pode, também, ser usada no
texto e em nota de rodapé.

03. Resposta: C
Sic quer dizer: Assim, assim mesmo, exatamente. Pospõe-se a uma citação, ou nela se intercala, entre
parênteses ou entre colchetes, para indicar que o texto original é da forma que aparece.

04. Resposta: Certo


Por padrão culto do idioma deve-se entender a língua referendada pelos bons gramáticos e pelo uso
nas situações formais de comunicação

2.5. Comunicação escrita e oral;

A comunicação é a principal forma de se transmitir informações, sejam elas verbalizadas ou não, além
disso, ela tem a finalidade de promover interações sociais mais compreensíveis. A ação de se comunicar
é essencial para a vida humana, principalmente nas relações da sociedade.
Existem diversas formas de comunicação que fortalecem essa ligação e garantem a sobrevivência
humana, levando em conta todas as necessidades e fortalecendo o canal de interação entre emissores e
receptores.
Sendo assim, a comunicação é o processo de troca de informações entre um emissor e um receptor,
e um dos aspectos que pode interferir nesse processo é o código a ser utilizado, que deve ser
compreensível para ambos.

Os Tipos de Comunicação

A comunicação divide-se em dois tipos, verbal e não-verbal. A linguagem utilizada é a forma que o ser
humano encontrou para se relacionar com seus pares e com o mundo à sua volta. Este conjunto de

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símbolos e sons é o que nos permite perceber e fazer uma leitura sistêmica de tudo que nos rodeia e,
com isso, nos comunicarmos.
De maneira geral, quando falamos com alguém, lemos um livro ou revista, estamos utilizando a palavra
como código, esse tipo de linguagem é conhecido como Linguagem Verbal, sendo a palavra escrita ou
falada, a forma pela qual nos comunicamos. Certamente, essa é a linguagem mais comum no nosso dia
a dia. Quando alguém escreve um texto, por exemplo, está usando a linguagem verbal, ou seja, está
transmitindo informações através das palavras.
A outra forma de comunicação, que não é feita nem por sinais verbais (fala) nem pela escrita, é a
Linguagem Não Verbal. Nesse caso, o código a ser utilizado é a simbologia, essa linguagem é
constituída por gestos, tom de voz, postura corporal, etc. Se uma pessoa está dirigindo e vê que o sinal
está vermelho, o que ela faz? Para!
Isso é uma linguagem não verbal, pois ninguém falou ou estava escrito em algo que ela deveria parar,
mas como ela conhece a simbologia utilizada, apenas o sinal da luz vermelha já é suficiente para
compreender a mensagem.

Neste sentido, destacam-se a comunicação verbal e não verbal, as quais veremos mais
detalhadamente a seguir:

Tipos de
O que é Vantagens Desvantagens
Comunicação
As palestras, os debates formais
entre duas pessoas ou em grupo
Comunicação Distorções da
e a rede informal de rumores são Rapidez e feedback.
Oral mensagem.
algumas formas comuns de
comunicação oral.
Engloba memorandos, cartas, e-
mails, transmissões de fax,
jornais internos, informativos em
Comunicação Consumo de tempo e
murais e qualquer outro meio Tangível e verificável.
Escrita ausência de feedback.
que use a linguagem escrita ou
simbólica para comunicar as
informações.
Complementa outras
É a linguagem corporal, que O erro de
formas de
inclui os movimentos do corpo, a interpretação da
Comunicação comunicação,
entonação ou ênfase dada às linguagem corporal e
Não oferecendo expressões
palavras e o distanciamento dos gestos pode
Verbal observáveis de
físico entre o emissor e o prejudicar a
emoções e
receptor. comunicação.
sentimentos.

Comunicação Verbal

Existem inúmeras formas de se trocar informações, ou seja, de se comunicar. Uma das mais eficazes
para o ser humano é a comunicação verbal, que ocorre quando um grupo de indivíduos com interesses
comuns ou correlatos se reúne.
A comunicação verbal é composta pela palavra, e tem duas formas de se realizar: a comunicação oral
onde predominam as ordens, os pedidos, as conversas, entre outras., e a comunicação escrita, como é
o caso das cartas, dos telegramas, dos cartazes, dos livros, jornais ou revistas.
Portanto, a comunicação verbal compreende qualquer forma de expressão falada ou escrita. Esta
manifestação, feita por meio de palavras, se dá em todos os ambientes em que estamos inseridos e é
fundamental para as relações humanas. Seja no trabalho, em família ou na sociedade, manifestamos
nossos pensamentos e interesses por meio da forma como nos expressamos verbalmente, e isso diz
muito sobre a nossa personalidade.
Esse tipo de comunicação exterioriza o ser social e a não verbal o ser psicológico, sendo sua principal
função a demonstração dos sentimentos. Em geral, é atribuída maior relevância à comunicação verbal,
expressa pela linguagem falada ou escrita, entretanto, o homo sapiens sempre se comunicou mesmo que
através de grunhidos e gesticulações.

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Birdwhistell9 considera que apenas 35% do significado social de qualquer interação corresponde às
palavras pronunciadas, pois o homem é um ser multissensorial que, de vez em quando, verbaliza. Assim
sendo, um texto narrativo, uma carta, o diálogo, uma entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou
televisionado, um bilhete, todos estes são exemplos de comunicação verbal.

A Comunicação Oral
Em reuniões sociais, sejam elas formais ou informais, as informações são trocadas através da
comunicação oral, a mais importante para a transmissão das ideias. Existe a oportunidade de aprofundar
os detalhes de maior interesse relacionados à informação oferecida, bem como a possibilidade de se
obter a repetição ou o detalhamento de uma informação não completamente entendida. Podem também
ser apresentadas observações ou pontos de vista capazes de enriquecer a informação inicial, tornando-
a mais clara, concisa e completa.
O desembaraço na conversa informal do dia a dia, pouco tem a ver com o desempenho na
comunicação verbal, como forma de intercambiar informações. É difícil para a maioria dos profissionais
de qualquer área, utilizar adequadamente essa potente modalidade de comunicação. Isto é consequência
do simples fato de que a formação e o treinamento das pessoas são incompletos. Nós não somos
ensinados a organizar e registrar o nosso trabalho diário, analisá-lo criticamente, tirar conclusões e discuti-
las de forma ordenada.
De um modo geral, as pessoas evitam falar em público, por uma série de razões, como vergonha,
medo de enfrentar a audiência, medo de não saber responder a alguma pergunta, receio de parecer
ridículo ou de dizer besteiras, etc.
Essas razões, contudo, não tem o menor fundamento, elas apenas servem para esconder a única e
real razão que é a falta de treino ou de familiaridade com a comunicação oral. É perfeitamente normal
que algumas pessoas pareçam mais naturais ou à vontade do que outras, ao falar em grupo. A diferença,
nisso reside apenas no quanto uns conseguem desligar dos falsos e infundados receios e concentrar-se
na comunicação.

Vantagens da comunicação oral:


- Permite o feedback imediato;
- Permite observar as reações do receptor;
- Grande rapidez de transmissão;
- Facilita as retificações e explicações adicionais;
- Permite a utilização de comunicação não verbal;
- Permite a passagem imediata do receptor ao emissor e vice-versa;
- Presença do receptor (exclui-se a televisão, a rádio, ou gravações);
- É necessário conhecimento do tema, clareza, voz agradável, naturalidade, boa dicção, linguagem
adaptada, segurança autodomínio, e ainda disponibilidade para ouvir.

Desvantagens da comunicação oral:


- É efêmera10.
- Não permite qualquer registro e, consequentemente, não se adequa a mensagens longas e que
exijam análise cuidada por parte do receptor.

A Comunicação Escrita
A leitura, por mais atenta que possa ser, não tem o poder de transmissão da informação que a
comunicação verbal tem. Na leitura, o autor é desconhecido ou distante, a sua ideia nem sempre é
claramente entendida e, mais importante, não existe a possibilidade do diálogo. A transmissão da
informação é passiva. A comunicação verbal oral, ao contrário é mais poderosa e versátil.
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje predomina, nas organizações burocráticas que
seguem os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max Weber.

Principais Cuidados na Comunicação Escrita


- Uso de caligrafia legível e uniforme (se manuscrita);
- Apresentação cuidadosa;
- Pontuação e ortografia corretas;
- Organização lógica das ideias, riqueza no vocabulário e a correção frásica;

9 BIRDWHISTELL, R.L. Kinesics and context: essays on body motion communication. 4.ed. Philadelphia: UPP (University of Pensylvania Press), 1985.
10 Efêmera é uma matéria impressa ou escrita, que não é feita com a intencionalidade de ser guardada ou preservada por longo período. A palavra deriva do
grego, significando coisas que não duram mais do que um dia.

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- O emissor deve ainda possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar prever as
reações/feedback à sua mensagem.

Vantagens da Comunicação Escrita


- Duradoura, permite um registro e permite uma maior atenção à organização da mensagem sendo
adequada para transmitir políticas, procedimentos, normas e regras.
- Adequa-se também a mensagens longas e que requeiram uma maior atenção e tempo por parte do
receptor tais como relatórios e análises diversas.

Desvantagens da Comunicação Escrita


- Ausência do receptor o que impossibilita o feedback imediato;
- Não permite correções ou explicações adicionais;
- Obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.

Comunicação Não Verbal

A comunicação verbal serve para transmitir informações entre indivíduos, tendo estas informações um
caráter informativo, ela exerce fascínio sobre a humanidade desde seus primórdios, pois envolve todas
as manifestações de comportamento não expressas por palavras.
Ao contrário da comunicação verbal, na comunicação não verbal não se utiliza do vocábulo, das
palavras para se comunicar, o objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se quer dizer ou o
que se está pensando, mas se utilizar de outros meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos,
objetos, cores, ou seja, dos signos visuais.
Assim sendo, o semáforo, o apito do juiz numa partida de futebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo,
uma dança, o aviso de “não fume” ou de “silêncio” (por figuras), o bocejo, a identificação de “feminino” e
“masculino” através de figuras na porta do banheiro, as placas de trânsito, tudo isso representa exemplos
de comunicação não verbal.

Organização Espacial: é a distância que separa o emissor do receptor e se acha determinada por um
conjunto de regras que refletem a mensagem e as interações dos interlocutores. O espaço é
convencionado por todo um sistema de sinais que varia conforme os grupos sociais e culturais. A distância
é um grau regulador de intimidade na relação dos interlocutores, ela exerce influência na transmissão da
informação pela utilização de diversos canais.

Localização: a localização é um indicador do tipo de relação que a pessoa deseja ter com seu
interlocutor, ela também modula a mensagem transmitida e indica status privilegiado, e também que estas
pessoas gostariam ou detém um certo prazer no grupo.

Os gestos: os gestos precedem ou acompanham o comportamento verbal. São controlados pelas


normas sociais e estão ligados aos modos. Cada emoção exprime-se num modelo postural que reflete
essa tensão ou esse relaxamento. Por exemplo, pessoas em uma determinada postura que costumam
frequentemente mexer um ou os dois pés, é um dos indicativos de ansiedade. Assim como a postura dos
braços cruzados é um indicativo de fechamento racional.

A mímica: as mímicas são os “gestos do rosto”. Um observador pode ver no rosto informações sobre
a personalidade e a história de seu interlocutor, mas isso gera também muitos erros. As mímicas são
específicas do meio social, da região em que a pessoa foi educada. Por exemplo, é comum o japonês
sorrir quando está embaraçado, enquanto no brasileiro o sorrir é uma manifestação comum de alegria.

O olhar: a expressão do olhar é tão variada e difícil de controlar que é também difícil dominar as
intenções mais ocultas. O olhar parece ter dupla função:
1. Indica a quem se dirige a comunicação.
2. Constitui um indício da atenção dada.
Não existe interação na comunicação sem troca de olhar, o contato com os olhos marca a interação
intensa. Um exemplo de interação feito com o do olhar é o do vendedor frente a seus clientes. Ele fixa o
olhar no seu cliente submetendo a este uma condição de submissão na comunicação.

A paralinguagem: é um conceito que se aplica às modalidades da voz (modificações de altura,


intensidade, ritmo, pausas na fala) que fornecem informações sobre o estado afetivo do locutor e ainda

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outras emissões vocais tais como o bocejo, o riso, o grito, a tosse. Assim, o tom de voz e a maneira de
falar é uma paralinguagem.

Concordância e Discordância entre a Comunicação Verbal e a Comunicação Não Verbal

O código verbal possui o objetivo de transmitir um conteúdo de valor informativo, já o código não verbal
é quase sempre utilizado para manter a relação interpessoal.
Se houver concordância entre elas, o impacto da mensagem é mais forte e a recepção é melhor.
Se houver discordância entre elas, ocorre uma desorientação do receptor, o sentido da mensagem é
alterado e o conteúdo se torna preponderante.

Exemplo: uma pessoa ao dar um abraço numa criança demonstrando afeto por ela ao mesmo tempo
que a chama de querida e meiga, fortalece a mensagem. O mesmo não ocorre se, ao dar o abraço, a
pessoa chama a criança de chata. Para a criança, o abraço será mais significativo e ela fará uma distorção
da palavra chata.

Classificação dos Tipos de Comunicação Humana

Classificação 1: existe a comunicação do dia a dia, a comunicação espontânea informal entre as


pessoas, através da fala, do gesto, do telefonema, da carta. E existe a comunicação profissional. A
atividade do jornalista, do publicitário, do desenhista, escritor, fotógrafo. A diferença é que a última exige
aprendizado técnico e teórico. Há 4 formas distintas de comunicação profissional no mercado, e elas se
distinguem pela finalidade, e pelos objetivos.
- Comunicação persuasiva: é representada pela propaganda, pela publicidade, pelo discurso político,
e o seu objetivo é persuadir, convencer, vender uma ideia.
- Comunicação artístico-cultural: representada pelo cinema, teatro, novela, rádio, show, circo,
folclore. O objetivo é o entretenimento, a cultura e a arte. Literatura, poesia, pintura, escultura e todas as
artes tradicionais.
- Comunicação jornalística: representada pelo jornal, revista, TV, rádio, pelas agências de notícias.
O objetivo é informar o que acontece, de acordo com o critério público do fato.
- Comunicação educativa: representada pelos livros didáticos, pelos telecursos, pelas aulas,
palestras, cursos de línguas. O objetivo é ensinar, transmitir conhecimento.

Classificação 2: segundo o órgão sensorial usado pelo receptor para capturar a mensagem, existe,
naturalmente, 5 categorias de comunicação humana:
- Comunicação visual: sinalização de trânsito, rodoviária, ferroviária, marítima, aeroviária, escrita,
gestos, desenho, propaganda, fotografia, pintura, escultura.
- Comunicação sonora (ou auditiva): fala, música, cornetas, apitos, sinos, buzinas, alarmes,
aplausos, gritos, vaias.
- Comunicação tátil: escrita braile, aperto de mãos, abraços, beijos.
- Comunicação olfativa: odores (perfume) na função de mensagens. É mais usada pelos animais.
- Comunicação gustativa: sabores como mensagens (oferecer à namorada bombons de chocolate
prediletos).

A sonora é a mais prática, econômica e fácil. Especialmente por meio da fala, que não requer
instrumento artificial algum, utiliza apenas o aparelho vocal humano. Mais vantajosa mesmo, no entanto,
é a combinação da comunicação visual com a sonora, para forma a poderosa comunicação audiovisual
(cinema, TV, show).

Classificação 3: segundo a quantidade de pessoas envolvidas no processo da comunicação, desde


a menor até a maior, a comunicação humana pode ser:
- Intrapessoal: quando uma pessoa se comunica consigo mesma (agenda, diário, lembrete na porta
do quarto).
- Interpessoal: quando a pessoa se comunica com outra (conversa entre dois colegas).
- Intergrupal: quando as mensagens circulam entre grupos (turmas de alunos, bancadas de partidos,
nações, departamentos de uma empresa, diferentes empresas).
- Intragrupal: quando as mensagens circulam dentro de um grupo (alunos elegendo o representante
de turma).

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- Comunicação em massa: quando as mensagens são dirigidas ao grande público por meio do rádio,
TV, cinema, jornal, revista. É a mais ampla porque pode atingir simultaneamente até bilhões de pessoas
nos mais diferentes pontos do Mundo (como por exemplo a transmissão das Olimpíadas, Copa do
Mundo).

Classificação 4: a comunicação humana pode ser:


- Direta: emissor e receptor de frente um para o outro;
- Indireta: quando o emissor está distante do receptor e precisa usar um meio artificial (carta, telefone,
celular, e-mail, rádio, televisão) para alcançá-lo.

Classificação 5: para que haja comunicação, evidentemente não é preciso que o receptor responda
ao emissor, ou seja, que exista uma troca de mensagens. Você pode mandar uma carta, um e-mail, e
não obter resposta.
Quando a comunicação é de mão única, ou pelo menos quando o emissor emite muito mais do que
recebe (um general falando à tropa) temos a comunicação unidirecional. Pelo contrário, a comunicação
bidirecional é aquela de mão dupla, em que a participação do emissor e do receptor é mais ou menos
equivalente (conversa, reunião, debate).

Classificação 6: a comunicação humana pode ser dividida em particular ou fechada (entre


namorados, por exemplo), e pública, ou aberta (comício na praça, televisão).

Questões

01. (CORE/BA - Auxiliar Administrativo III - Dédalus Concursos/2018) A comunicação pode dar-se
de modo verbal ou não verbal. Assinale a alternativa que indica um exemplo de comunicação verbal:
(A) Tom da voz.
(B) Gestos.
(C) Transmissão de mensagens.
(D)Ritmo da fala.

02. (IPT/SP - Secretária - VUNESP) Para realizar um ato comunicativo, o ser humano pode empregar
duas formas de comunicação: verbal ou não verbal. A verbal compreende a comunicação
(A) analógica e digital.
(B) visual e organizacional.
(C) gestual e pictórica.
(D) oral e escrita.
(E) oficial e empresarial.

03. (UEAP - Técnico em Planejamento, Orçamento e Finanças – CS/UFG) A comunicação que


ocorre em uma organização pode ser verbal ou não verbal. Um dos tipos de comunicação não verbal é a
paralinguagem, que está relacionado;
(A) à altura, ao ritmo, à inflexão, ao volume e ao padrão de expressão da voz de uma pessoa.
(B) aos movimentos do corpo e da face, incluindo gestos com os braços e com as mãos.
(C) ao entendimento da perspectiva e do padrão de referência pessoal do interlocutor.
(D) à comunicação com uma pessoa a respeito de temas não relacionados ao cargo.

04. (PC/MG - Técnico Assistente da Polícia Civil - FUMARC) São exemplos de meios de
comunicação, EXCETO:
(A) oral.
(B) escrita.
(C) linguagem corporal.
(D) impressões assertivas.

05. (Prefeitura de Canavieira/PI - Auxiliar de Serviços Gerais - IMA) O uso de gestos, expressões
faciais, movimentos das mãos caracterizam o tipo de comunicação:
(A) Verbal.
(B) Não-verbal.

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(C) Verbal- Oral.
(D) Verbo-gestual.

06. (SERGAS - Assistente Administrativo – FCC) São facilitadores da comunicação NÃO verbal
eficaz:
(A) Sorrir espontaneamente, falar e escutar olhando para o outro.
(B) Apontar o dedo indicador e manter os braços cruzados.
(C) Bocejar e sorrir espontaneamente.
(D) Apoiar a cabeça nas mãos e falar e escutar sem olhar para o outro.
(E) Olhar constantemente para o relógio e bocejar

07. (UFMT - Assistente em Administração - UFMT) Os debates formais, em congressos, entre duas
pessoas ou grupos caracterizam-se como comunicação
(A) escrita.
(B) não verbal.
(C) oral.
(D) organizacional.

08. (Colégio Pedro II - Auxiliar de Administração - INSTITUTO AOCP) Existem dois tipos de
comunicação, a “verbal” e não “verbal”. Assinale a alternativa que apresenta aqueles que representam
comunicação “verbal”.
(A) Cartas, jornais, impressos.
(B) Revistas, cartazes, entre outros.
(C) Realiza-se por meio de gestos e expressões faciais e corporais.
(D) Realiza-se por meio de gestos e expressões corporais e ordens.
(E) Ordens, pedidos, debates, discussões, tanto face a face quanto por telefone.

09. (IF/RS - Auxiliar em Administração – IF/RS) Para entendermos melhor os ruídos da


comunicação, é importante conhecermos a comunicação verbal e a comunicação não verbal.

Sobre comunicação verbal e não verbal, assinale a alternativa em que todas as afirmativas estão
CORRETAS:
I. Uma conversa por telefone é considerada uma forma de comunicação verbal.
II. A mímica é uma forma de comunicação não verbal.
III. Uma discussão, quando vista pela televisão, é considerada uma forma de comunicação não verbal.
IV. Em revistas, não há formas de comunicação não verbal.
V. Um ato como coçar a cabeça não pode ser considerado uma forma de comunicação nem verbal
nem não verbal.

(A) Apenas II e IV.


(B) Apenas I e III.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas I, II, III e IV.
(E) I, II, III, IV e V.

10. (IF/GO - Auxiliar em Administração - CS-UFG) A comunicação não verbal, conhecida como
linguagem por atos, consiste
(A) na utilização de itens físicos que transmitem mensagens.
(B) em movimentos corporais que não são especificamente destinados a substituir palavras, mas
transmitem significados.
(C) no tom de voz utilizado para se fazer ser ouvido.
(D) na forma como o receptor transmite ao emissor a resposta à mensagem enviada.

Gabarito

01.C / 02.D / 03.A / 04.D / 05.B / 06.A / 07.C / 08.E / 09.C / 10.B

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Comentários
01. Resposta: C
A comunicação é o ato de transmitir informações que pode envolver atores, como o emissor, receptor
e destinatário. A comunicação verbal pode se dar por meio da fala ou da escrita. Já a não-verbal se dá
por meio de imagens, sons, gestos, tom de voz, etc. Lembrando que a comunicação pode se dar de
maneira a agregar as duas formas de comunicação.

02. Resposta: D
A comunicação verbal compreende qualquer forma de expressão falada ou escrita.

03. Resposta: A
A paralinguagem é um conceito que se aplica às modalidades da voz (modificações de altura,
intensidade, ritmo, pausas na fala) que fornecem informações sobre o estado afetivo do locutor e ainda
outras emissões vocais tais como o bocejo, o riso, o grito, a tosse. Assim, o tom de voz e a maneira de
falar é uma paralinguagem.

04. Resposta: D
Esta é simples, basta ir por eliminação, mesmo que não sabe o que é impressão assertiva. Até por
que a linguagem oral e escrita são chamadas de linguagem verbal e a linguagem corporal está inclusa
nos tipos de linguagem não-verbal.

05. Resposta: B
A comunicação não verbal realiza-se por meio de gestos, mímicas, olhar, expressão facial e corporal,
que podem reforçar ou contradizer o que está sendo dito.

06. Resposta: A
Aqui ele diz que tanto ao falar quanto ao escutar, facilita a comunicação olhar nos olhos do outro. É
necessário prestar atenção ao outro. Dá para eliminar as demais alternativas por exclusão óbvia também.

07. Resposta: C
As palestras, os debates formais entre duas pessoas ou em grupo e a rede informal de rumores são
algumas formas comuns de comunicação oral.

08. Resposta: E
Os itens citados na alternativa “E” tratam-se da comunicação verbal (mais especificamente da oral) as
quais permitem que as informações sejam tendo a oportunidade de aprofundar os detalhes de maior
interesse relacionados à informação oferecida, bem como a possibilidade de se obter a repetição ou o
detalhamento de uma informação não completamente entendida.

09. Resposta: C
Vamos explicar a seguir as alternativas erradas:
III - Imagine que esteja assistindo uma novela na televisão. Você verá um festival de representações
de comunicação verbal e não verbal
IV - Em revistas pode haver formas de comunicação não verbal. Uma charge, uma foto ou figura utiliza-
se de comunicação não verbal.
V - Coçar a cabeça pode representar um gesto não verbal quando expressa algo. Ex: A pessoa não
está entendendo algo, então coça a cabeça. A linguagem corporal (gestos) é uma comunicação não
verbal.

10. Resposta: B
A comunicação não-verbal exerce fascínio sobre a humanidade desde seus primórdios, pois envolve
todas as manifestações de comportamento não expressas por palavras, como os gestos, expressões
faciais, orientações do corpo, as posturas, a relação de distância entre os indivíduos e, ainda, organização
dos objetos no espaço. Pode ser observada na pintura, literatura, escultura, entre outras formas de
expressão humana.

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2.6. Normas para elaboração de textos, envelope e endereçamentos postais;

SERVIÇO POSTAL BRASILEIRO

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou, simplesmente, Correios11, é uma empresa
pública federal responsável pela execução do sistema de envio e entrega de correspondências no Brasil.
O serviço postal brasileiro é regulado pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1998,
pelo Decreto-lei nº 509, de 1969 e pela Lei nº 6.538, de 1978.
São considerados serviços postais básicos o recebimento e a entrega de carta e cartão postal, simples
ou registrados, sem valor declarado; impresso simples ou registrado, sem valor declarado; e encomenda
não urgente, sem valor declarado. Considera-se, ainda, serviço postal básico a ser prestado pela ECT, o
serviço de telegrama, onde houver infraestrutura de telecomunicações requerida à sua execução.
Nos anos que se seguiram, vários serviços foram sendo incorporados ao portfólio da empresa. Além
dos tradicionais serviços de cartas, malotes, selos e telegramas, entre os novos serviços podem ser
destacados os pertencentes à família SEDEX, serviço de encomendas expressas. Ao todo são mais de
cem produtos e serviços oferecidos pela maior empregadora do Brasil.
A ECT é a única empresa a estar presente em todos os municípios do país, com uma vasta rede de
unidades próprias e franqueadas.

Principais Serviços da ECT12

Cartas e seus Tipos


Carta é o mais tradicional serviço postal dos Correios. É o meio de comunicação que você dispõe para
a troca de mensagens escritas, de natureza administrativa, social, comercial ou qualquer outra que
contenha informação de interesse específico do destinatário.
São mensagens escritas à mão, pela internet ou por outro meio eletrônico e enviadas para entrega no
endereço do destinatário.
Além da comunicação escrita, é aceita também a postagem de CDs, DVDs, tokens, pen drives, cartões
de memória e mídia player portátil, tais como MP3 e similares, desde que sem valor mercantil e com peso
máximo de 500 gramas.

Carta nacional via internet: é o serviço por meio do qual você pode remeter diretamente através da
web, de seu desktop, cartas registradas. Próprio para mensagens em texto, o serviço poderá ser utilizado
em qualquer dia e a qualquer hora. Disponível em todo o território nacional tanto para pessoas físicas
quanto para pessoas jurídicas com ou sem contrato.

Como funciona: você envia sua mensagem via internet. No Centro de Digitalização e Produção de
Objetos Postais-CDIP, a ECT recebe a mensagem, imprime e envelopa. Após devidamente
acondicionado, a carta será entregue pelo Carteiro ao destinatário, obedecendo os mesmos padrões do
serviço convencional de carta dos Correios. Tudo será automático, sem a intermediação humana durante
o processo de recepção, o que confere total confidencialidade ao conteúdo da mensagem.
Prazo previsto de entrega: as cartas postadas via Internet possuem os mesmos prazos de entrega de
cartas registradas postadas nas agências dos Correios das capitais do País. Para entrega de Cartas Via
Internet encaminhadas após as 16 horas, será acrescentado 1 dia ao prazo de entrega.

Carta não comercial: é o serviço de correspondência, postado especialmente por pessoas físicas em
todo o território nacional.

Carta social: serviço Postal prestado pelos Correios com o objetivo de facilitar o acesso da população
aos serviços postais. O serviço está regulamentado pela Portaria nº 469, de 16 de novembro de 2012, do
Ministério das Comunicações. É voltada para pessoa física participante do Programa Bolsa Família ou
seu dependente (s). E, ainda, pessoa presa, brasileira ou estrangeira, custodiada em qualquer parte do

11
http://www.correios.com.br/sobre-correios
12
http://www.correios.com.br/para-voce

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território nacional. Existem algumas características e Condições de aceitação que podem ser visualizadas
no site: <https://www.correios.com.br/para-voce/correios-de-a-a-z/carta-social>.

Carta comercial: é o serviço de correspondência postado por pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos. A Carta Comercial é o serviço mais difundido entre os Órgãos de governo, muito utilizado na
postagem de documentos importantes, que possuem urgência na entrega, com sigilo, integridade e
confiabilidade, benefícios garantidos em Lei e assegurados exclusivamente pelos Correios.

Carta registrada: as cartas registradas são aquelas que nos garantem a sua chegada ao destinatário
e são muito úteis quando precisamos mandar algo muito importante. Além disso, este tipo de envio
acelera a entrega da carta registrada e permite-nos saber sempre qual é o estado do envio. Caso não
seja possível entregar a carta à pessoa que deve recebê-la, ela será devolvida ao remetente.

Carta mundial via internet: é o serviço internacional para envio de mensagem de texto por meio de
um computador que esteja conectado à internet. O Correio brasileiro faz a impressão, o envelopamento
e o encaminhamento por via postal para o país de destino.

Outros Serviços Relacionados a Carta


Aviso de Recebimento (AR): documento com validade judicial e fé pública inquestionável. É anexado
ao objeto postal e preenchido no momento da entrega com a data, a hora e os dados da pessoa que
recebeu o objeto para encaminhamento imediato ao remetente. O AR está disponível nas formas física,
com devolução do documento impresso, e digital, com envio da imagem por transmissão eletrônica ou
em mídia de dados.

Mão Própria (MP): é o serviço opcional pelo qual o remetente recebe a garantia de que o objeto, por
ele postado sob registro, será entregue somente ao próprio destinatário, através da confirmação de sua
identidade.

Valor Declarado (VD): é o serviço adicional pelo qual o cliente declara o valor de um objeto postado
sob registro, para fins de ressarcimento, em caso de extravio ou espoliação.
O serviço prevê a indenização no montante declarado, proporcional ao dano (parcial ou total) do
conteúdo. O seguro é oferecido mediante o recolhimento de 1% do valor declarado.

Indenização complementar: permite a cobertura de conteúdo, mediante pagamento de percentual


sobre o valor declarado para fins de ressarcimento, em casos de eventual extravio, avaria ou espoliação.

Telegramas: os telegramas são mensagens urgentes e confidenciais transmitidas pela internet ou por
outro meio eletrônico para o local em que a mensagem será impressa e auto envelopada para entrega no
endereço do destinatário. Entre as formas de envio, tem-se:
- Via internet;
- Via SPE (O Sistema de Postagem Eletrônica - ferramenta que tem como objetivo oferecer a você
cliente dos correios comodidade e agilidade na elaboração e postagem de telegramas e cartas nacionais
e internacionais por meio da Internet);
- Em uma agência;
- Na Central de Atendimento ao Cliente (CAC).

Impressos: poderão ser aceitos como impresso:


- Catálogos;
- Livros;
- Fascículos;
- Guias;
- Lista de preços;
- Revistas;
- Jornais;
- Publicações periódicas;
- Alternativos culturais;
- Formulários não preenchidos;
- Prospectos de propaganda;
- Propaganda política de partido ou de candidato;

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- Divulgação de evento.

Todo Impresso deverá ser acondicionado e fechado, pelo remetente, em embalagem que resista ao
peso, à forma e à natureza do conteúdo, bem como às condições de transporte.
O cliente poderá utilizar as caixas comercializadas pelos Correios ou suas próprias caixas, pacotes e
rolos, desde que estejam embrulhados com papel liso e resistente e sejam confeccionadas em um dos
seguintes materiais: papel, plástico, isopor, madeira ou metal.
Quando o Impresso for postado fechado, na embalagem deverá constar a seguinte informação:
“Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT”.

SEDEX - Serviço de Encomenda Expressa Nacional e seus Tipos

SEDEX convencional: é a modalidade de serviço de remessa expressa com a maior cobertura


nacional e alto grau de confiabilidade, rapidez e segurança para o envio de qualquer natureza de objetos
cujo transporte seja permitido pelo fluxo postal, inclusive documentos. Possui as seguintes características:
a) Entrega em domicílio;
b) Possui seguro automático que possibilita a indenização do objeto em caso de extravio ou espoliação.
c) Etiqueta de registro que permite identificação do objeto, possibilitando acompanhar seu trâmite
através do Sistema de Rastreamento de Objetos – SRO.
d) Indenização ao remetente de 30% do valor da postagem, no caso de atraso na entrega, mediante
solicitação.

SEDEX 10: é o serviço de remessa expressa de documentos e mercadorias com entrega garantida
até às 10 horas do dia útil seguinte ao da postagem.

SEDEX hoje: é o serviço de remessa expressa de documentos e mercadorias com entrega garantida
no mesmo dia da postagem.
O serviço SEDEX Hoje possui os mesmos serviços adicionais do SEDEX 10, com exceção do serviço
de “Logística Reversa”.

SEDEX a cobrar: é uma modalidade de serviço de Encomenda Expressa dos Correios. O SEDEX a
cobrar tem as seguintes características:
a) o remetente paga toda a despesa postal e serviços adicionais que queira agregar (AR, MP, Valor
Declarado), no ato da postagem;
b) é preenchido um Vale Postal referente ao valor que será restituído. O destinatário pagará esse valor
à vista para retirar o SEDEX e, então, o vale postal retorna ao remetente.

SEDEX internacional (EMS): é o serviço internacional para envio de mercadorias com prioridade
máxima de tratamento, encaminhamento e entrega.

SEDEX mundi: é o serviço internacional expresso para o envio de documentos com prioridade no
tratamento, encaminhamento superior ao do EMS e garantia do prazo de entrega.

SEDEX 12: tem garantia de entrega até às 12h do dia útil seguinte ao da postagem. Esses serviços
estão disponíveis para localidades específicas.

Outros Serviços Relacionados ao SEDEX


Aviso de Recebimento (AR): (o mesmo que explicado anteriormente);

Coleta com frequência programada: serviço de coleta domiciliar, realizada em dias e horários
previamente estabelecidos com as unidades operacionais de relacionamento do cliente e nas localidades
que apresentam viabilidade operacional. Serviço oferecido exclusivamente aos clientes de contrato;

Disque coleta: serviço de coleta domiciliar não programada, solicitada eventualmente via internet ou
via CAC – Central de Atendimento dos Correios. As localidades atendidas pelo serviço podem ser
consultadas no site dos Correios;

Logística reversa: modalidade de remessa de encomendas em processo de pós-venda ou pós-


consumo para entrega exclusivamente no endereço indicado pela contratante. Serviço oferecido

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exclusivamente aos clientes de contrato e prestado mediante as condições estabelecidas no Termo de
Uso do Serviço Logística Reversa, disponível no site dos Correios;

Mão Própria (MP): serviço que garante a entrega da encomenda exclusivamente à pessoa indicada
pelo remetente;

Valor Declarado (VD): serviço que garante o valor real do objeto postado sob registro em caso
eventual de avaria ou extravio. O serviço prevê a indenização no valor declarado, proporcional ao dano
(parcial ou total) do conteúdo.

Malote
É o serviço de coleta, transporte e entrega de correspondência agrupada exclusivo dos Correios.
Correspondência agrupada é a reunião, em volume, de objetos da mesma ou de diversas naturezas,
quando, pelo menos, um deles for sujeito ao monopólio postal, remetidos a pessoas jurídicas de direito
público ou privado e/ou suas agências, filiais ou representantes (Artigo 47, Lei 6.538/78).

PAC
PAC é o serviço de encomenda da linha econômica para o envio exclusivo de mercadoria. O serviço
de Encomenda PAC possui cobertura nacional.
A postagem pode ser realizada em dias úteis de segunda-feira a sábado, nas agências credenciadas
ou através de coleta domiciliar.
a) Cliente avulso: pagamento à vista;
b) Cliente com contrato: com faturamento mensal.

O horário limite de postagem para encaminhamento no mesmo dia varia de acordo com a localidade
e a agência, devendo sempre ser confirmado na própria unidade no momento da postagem.
Para remessas efetuadas após o horário limite de postagem da agência, o prazo previsto de entrega
será acrescido em 1 (um) dia útil.
O cliente de contrato pode postar suas encomendas de forma individualizada ou agrupada. Já o cliente
sem contrato somente pode postar suas encomendas de forma individualizada.

Reembolso Postal
Serviço de encomenda da linha econômica para o envio de mercadorias em que o remetente estipula
o valor a ser cobrado do destinatário.

Vale Postal Eletrônico ou Vale Postal Eletrônico Nacional e Internacional


Serviço utilizado para enviar ou receber dinheiro no Brasil ou no exterior. Trata-se do serviço de
transferências financeiras Nacionais e Internacionais.

Desafios do Serviço Postal

O serviço público postal vinha sendo explorado pela ECT sem maiores questionamentos quando as
mudanças decorrentes do progresso tecnológico acerca de conexões digitais globais com uso de novas
tecnologias de informação e comunicação mudaram o comportamento dos consumidores e da própria
sociedade que produziram um cenário econômico do setor muito diferente do tradicional serviço público
postal.
Os fatores tecnológicos e de internacionalização da sociedade induziram forte crescimento econômico
e do comércio internacional mudando a estrutura das operações postais principalmente quanto ao declínio
das correspondências em suporte de papel e o aumento do número do transporte de encomendas
acompanhando o desenvolvimento do e-commerce.
Houve um aumento considerado de transportadores que realizam o envio e entrega de bens de
consumo comprados por meio digital, surgindo assim novos meios de entrega e de serviços ligados ao
serviço público postal, sobretudo nos segmentos de encomenda, logística e financeiro, que começaram
a ser explorados pelo setor privado da economia. Esta nova condição do setor começou a gerar pressões
sobre o marco constitucional do serviço postal brasileiro dentro de um contexto mais amplo do sistema
de acumulação.
A principal contestação era acerca dos limites do monopólio estatal sobre o serviço público postal para
que pudessem ser explorados outras atividades econômicas correlatas, ou mesmo sobre a perpetuação
do interesse público de atribuir tal tarefa exclusivamente ao Estado.

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Atualmente o serviço postal fica limitado as premissas do estado, desempenhando atividades
determinadas pelos mesmos, com dificuldades na geração de lucro.

Questões

01. (UFRN - Assistente em Administração - COMPERVE) Ao estabelecer a remessa de uma


correspondência para um fornecedor esporádico de materiais, uma instituição pública pode optar por
alguns tipos de serviço postal. Por ser necessário um documento que comprove a entrega da
correspondência, com validade judicial e fé pública, deve-se contratar um serviço cujo documento seja
anexado ao objeto postal e preenchido no momento da entrega com a data, a hora e os dados da pessoa
que recebeu a correspondência, para encaminhamento imediato ao remetente. Esse serviço que
comprova a entrega do documento ao destinatário denomina-se
(A) mão própria (MP).
(B) registro.
(C) aviso de recebimento (AR).
(D) malote.

02. (SAAE/SP - Auxiliar Administrativo - VUNESP) O trabalho diário com correspondências obriga
o profissional responsável a reconhecer a denominação das siglas pertinentes, tais como SEDEX, que
significa
(A) Serviço de Despacho Expresso.
(B) Serviço de Encomenda Externa.
(C) Serviço de Envio para o Exterior.
(D) Serviço de Encomenda Expressa.
(E) Serviço de Documentos Exclusivos.

03. (CRM/PR - Assistente Administrativo - Quadrix) A empresa Correios e Telégrafos, responsável


pelo serviço postal brasileiro, oferece diferentes tipos de produtos no tocante ao envio de cartas,
encomendas, documentos, mensagens, entre outros. O serviço de transferência de dinheiro por meio
eletrônico recebe o nome de:
(A) Sistema de Postagem Eletrônica.
(B) Encomenda Expressa.
(C) SEDEX10.
(D) Vale Postal Eletrônico.
(E) PAC Eletrônico.

04. (CRF/RS - Agente Administrativo - Quadrix) A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos


(ECT) é uma empresa pública vinculada ao Ministério de Comunicações. Para a consecução de seu
objetivo, a ECT coloca à disposição de seus usuários uma variada gama de serviços. O serviço de
encomenda da linha econômica para o envio de mercadorias em que o remetente estipula o valor a ser
cobrado do destinatário é o denominado:
(A) SEDEX.
(B) SEDEX hoje.
(C) SEDEX 10.
(D) Reembolso Postal.
(E) PAC.

05. (SAAE/SP - Auxiliar Administrativo - VUNESP) O trabalho diário com correspondências obriga
o profissional responsável a reconhecer a denominação das siglas pertinentes, tais como SEDEX, que
significa
(A) Serviço de Despacho Expresso.
(B) Serviço de Encomenda Externa.
(C) Serviço de Envio para o Exterior.
(D) Serviço de Encomenda Expressa.
(E) Serviço de Documentos Exclusivos.

Gabarito

01.C / 02.D / 03.D / 04.D / 05.D

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Comentários

01. Resposta: C
MÃO PRÓPRIA: É o serviço adicional pelo qual o remetente recebe a garantia de que o objeto, por ele
postado sob Registro, será entregue somente ao próprio destinatário, através da confirmação de sua
identidade.
REGISTRO: Cadastro dos dados básicos do documento em um sistema de controle ou ficha de
protocolo. O registro dos documentos que chegam a um órgão público deve ser feito no setor de protocolo
e consiste na reprodução dos dados do documento destinada a controlar a movimentação e fornecer
dados de suas características fundamentais aos interessados.
MALOTE: A forma de envio de documentos, processos e/ou correspondências de um protocolo para
o protocolo central de outra unidade.

02. Resposta: D
O SEDEX (Serviço de Encomenda Expressa Nacional) é um serviço da Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos de despacho expresso de documentos e encomendas.

03. Resposta: D
Trata-se do serviço de transferências financeiras Nacionais e Internacionais.

04. Resposta: D
O SEDEX não é um serviço econômico, assim eliminamos “a”, “b” e “c”. Então, sobram duas
alternativas. O PAC também é um serviço de linha econômica, porém não oferece reembolso ao
destinatário. Sobra então o Reembolso Postal, o qual possui a exata definição trazida pelo enunciado da
questão.

05. Resposta: D
O SEDEX (Serviço de Encomenda Expressa Nacional) é um serviço da Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos de despacho expresso de documentos e encomendas.

RECEBIMENTO, CONTROLE E DISTRIBUIÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS E DOCUMENTOS

Recebimento

No recebimento ou recepção de correspondências e documentos deverá ser verificado:


- Se estão dirigidos à autoridade competente;
- Se contém assinatura, data, nome e endereço do remetente. Tratando-se de servidor público, deve
conter o cargo ou função, a lotação e a matrícula;
- Havendo anexos e apensos, se eles correspondem ao declarado;
- Tratando-se de petições ou requerimentos, se indicam, de modo expresso, se é pedido inicial, de
reconsideração, de recurso, pedido de certidão;
- Quando referente a pedido de certidão, deve especificar o fim a que se destina e o endereço completo
do interessado.

Importante: Não será recebido o documento que desatenta a qualquer dos requisitos enumerados
anteriormente. Aquele que indevidamente o for, será devolvido ao remetente.

A seguir, há um modelo de envelope padrão, que possui todas as informações necessárias à sua
completa identificação quanto à origem e destino.
No caso de não localização do destinatário, o envelope receberá o carimbo "devolução de
correspondência”, devendo ser devolvido ao remetente.

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Figura: Modelo padronizado de envelope

Atenção: Toda documentação que der entrada no protocolo deve ser registrada no relógio-datador
antes de sua inserção no Sistema para comprovar o momento de seu recebimento e possibilitar uma
posterior conferência.

É importante ressaltar que documentos oficiais estão destinados ao cargo do destinatário e não à
pessoa que o ocupa. Portanto, quando um documento oficial for encaminhado a um destinatário que não
ocupe mais o cargo, deverá ser aberto para as providências cabíveis.

Recibo

O recibo é o documento que comprova entrega e o recebimento de um documento ou correspondência.


Deve-se identificar o servidor que recebe (pelo nome e cargo escritos de forma legível, digitados ou
carimbados), a data e hora e assinar o recibo. Essa forma de recebimento – por meio de recibo físico -
deve ser adotada somente para envio a unidades externas.
Em se tratando de documentos ou processos cadastrados e tramitados no Sistema deve-se efetuar o
recebimento eletrônico tempestivamente, ou seja, assim que forem conferidos os documentos ou
processos recebidos.
O recebimento eletrônico é a única forma de garantir com segurança a localização de documentos e
processos. Por isso, sempre que receber documentos e processos, deve ser dado a baixa no Sistema de
forma a possibilitar o seu resgate físico quando for preciso.

Atenção: O não recebimento eletrônico acarreta a carga de responsabilidade sobre a localização de


documentos e processos para a unidade que consta no Sistema e dificulta sua localização quando
necessário. A localização no Sistema deve corresponder SEMPRE à localização física.

As correspondências, documentos e processos ser recebidos no Protocolo de diversas formas.

Formas de Recebimento de Documentos, Processos e Correspondências

- Guichê de Protocolo: Quando as correspondências, os documentos e processos são entregues


diretamente no balcão por pessoal interno ou externo.
- Malote: Quando os documentos, processos e correspondências são enviados ao Protocolo por meio
de malotes;
- Outros serviços dos Correios: Quando as correspondências, os documentos e processos são
recebidos e enviados por meio de Sedex, carta, telegrama, encomenda etc. no guichê do Protocolo.

Rotinas para Recebimento via Guichê de Protocolo


1. Recebe os documentos, processos e correspondências, juntamente com a guia de remessa - para
malote; ou com recibo - para correspondências e processos entregues no guichê.
2. Confere os documentos e processos comparando com a descrição contida na guia de remessa ou
recibo.
3. Verifica se os documentos e processos estão dirigidos à autoridade competente.
4. Se confere, atesta o recebimento. Caso contrário, devolve. Atenção no ato do recebimento. Não
deixar essa conferência para depois!
5. Quando se tratar de recebimento de documentação externa, assina o recibo e identifica o servidor

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com carimbo ou nome e matrícula legíveis.
6. Devolve o recibo ao entregador.
7. Registra no documento a hora do recebimento por meio do relógio-datador.
8. Encaminha a documentação para triagem.

Rotinas para Recebimento via Malote


A diferença no tratamento da correspondência e documentação recebida via malote é somente relativa
às sacolas de malote. Todos os procedimentos de triagem e cadastramento são idênticos após a abertura
de envelopes ou do malote.
1. Recebe o Malote.
2. Abre o Malote, retira a Guia de Remessa de Malote (GRM) em duas vias.
3. Confere a documentação contida no Malote Se correto, atesta o recebimento.
4. Se faltar algum documento relacionado, grifa o item e faz a observação no verso das duas vias da
Guia, data, assina e se identifica com carimbo ou nome e matrícula legíveis.
5. Se não foi registrado o documento na Guia, acrescenta nas duas vias da mesma.
6. Após a conferência e assinada as Guias, arquiva a 1ª via e devolve a 2ª via para a unidade de
origem no Malote.
7. Encaminha os documentos ao Serviço de Triagem.

Triagem

A triagem consiste na verificação prévia de toda documentação que será protocolada (já registrada no
relógio-datador, conforme orientação anterior), separada e cadastrada.

Abertura de Documentos e Correspondências

Após verificação das informações nos envelopes, verifica-se a possibilidade de abertura dos
mesmos.
Lembre-se que NÃO podem ser abertos:
Correspondência particular;
Correspondência, processo ou documento confidencial;
Correspondência, processo ou documento de caráter licitatório.

Prazos
Verificar os documentos e processos que possuem prazos e são urgentes. Os documentos e
processos de caráter urgente terão tratamento preferencial, com encaminhamento imediato.
No caso de Protocolo Central Unificado – PCU, separar os documentos e processos por Unidade
Protocolizadora – (NUP).
Por medida de segurança e para fins comprobatórios, os envelopes devem ser guardados agrupados
por data de recebimento e guardados por um período de trinta dias.

Rotina de Triagem de Documentos


1. Recebida a documentação entregue pelos Correios, verifica se o envelope pode ser aberto.
2. Compara a documentação com a Guia dos Correios a ser atestada. Caso encontre documentação
com destinatário não identificado ou que não pertença à Unidade, apõe o carimbo de “DEVOLUÇÃO DE
CORRESPONDÊNCIA” e devolve aos Correios
3. Atesta o recebimento na Guia da ECT e devolve.
4. Se o envelope não pode ser aberto, tira cópia do envelope para recibo e envia para expedição.
5. Se pode ser aberto, verifica se está dirigido a autoridade competente, se contém assinatura e,
havendo anexos e apensos, se eles correspondem ao declarado no documento.
6. Registra a hora do recebimento no relógio-datador do documento contido no envelope. A mesma
orientação vale para os documentos de procedência interna e que são entregues diretamente no guichê
do Protocolo.
7. Verifica se há documentação urgente.
8. Se houver documentação urgente, envia imediatamente para cadastramento e expedição.
9. No caso de PCU faz a separação por unidade Protocolizadora.
10. Encaminha os documentos e processos para cadastramento. Aqueles já cadastrados, encaminha
para tramitação e/ou expedição.
11. Mantém os envelopes por, no mínimo, 30 dias para comprovação do recebimento, caso necessário.
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Cadastramento

Após o recebimento da documentação, independente da forma de entrega, deve ser feito o registro de
seu conteúdo no Sistema, caso exista um. O cadastramento consiste na inserção dos dados do
documento, com o objetivo de controlar a movimentação de documentos e processos, fornecer dados de
suas características fundamentais aos interessados e permitir sua localização quando necessário.

O cadastramento é primordial para viabilizar todas as ações e decisões que deverão ser tomadas a
partir das informações contidas no documento. Por isso, deve ser feito com atenção de maneira a extrair,
de forma clara e precisa, os elementos necessários à sua identificação inequívoca. Deve ser dada espe-
cial atenção aos documentos recebidos que não contenham NUP, realizando pesquisa de antecedentes
antes de proceder ao registro no Sistema, para evitar a duplicidade de informações e transtornos advindos
de tramitações equivocadas.

Número Único de Processo e Documento - NUP

De acordo com a Portaria Normativa nº 3/2003 do MPOG, deve ser atribuída numeração única de
processos aos órgãos da Presidência da República, Ministérios, autarquias e fundações federais.
O NUP visa à integridade do número conferido ao documento ou processo, sendo atribuído aos
documentos e processos na unidade protocolizadora de origem. O NUP é constituído de quinze dígitos,
acrescidos mais dois dígitos de verificação (DV). Todos os documentos e processos recebidos e
expedidos pelas unidades protocolizadoras devem receber uma numeração.

0 0 0 0 0 . 0 0 0 0 0 0 / 0 0 0 0 - 0 0
1º grupo 2º grupo 3º grupo 4º grupo
Refere-se ao código numérico Determina o registro Indica o ano de Digito verificador
atribuído a cada unidade sequencial dos processos formação do que garante
protocolizadora; identifica o e documentos processo ou unicidade ao
órgão de origem do processo. cadastrados. É reiniciado documento. número gerado.
a cada ano.
Quadro: Estrutura do número único de processo e documento.

Tabela de Unidades
Para utilização da sistemática de numeração única de processo, os órgãos integrantes do Sistema de
Serviços Gerais (SISG) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG devem obedecer
às faixas numéricas de codificação de unidades protocolizadoras definidas pela Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação do MPOG. As unidades da AGU receberão numeração entre as faixas
numéricas de 00400 a 00599.

Cadastramento de Unidades
Quando uma nova unidade inicia suas atividades, é necessário atribuir um código de unidade
protocolizadora (cinco dígitos iniciais da NUP). A solicitação de criação de NUP, bem como a inserção da
nova unidade no Sistema deve ser feita formalmente pelo chefe da unidade à Coordenação-Geral de
Documentação e Informação. A atribuição é feita pelo SISG do MPOG.

NUP Externo
Os processos oriundos de órgãos da Administração Federal Direta, Autarquias e Fundações, manterão
em seu cadastramento e sua tramitação, o mesmo número recebido no órgão de origem, vedada assim,
atribuição de nova numeração. No caso de retorno de documentos ou processos já cadastrados, será
atribuída numeração ao novo documento que encaminha o documento ou processo (Portaria Normativa
nº 03/ 2003, do MPOG), fazendo a referência a qual documento anterior se refere a resposta ou
consideração.

NUP Interno
O NUP gerado pelo Sistema no ato do cadastramento deve ser transcrito na parte superior direita da
primeira folha de cada documento ou peça de processo, por meio de carimbo ou transcrição manual com
letra legível. Cada unidade deve providenciar a confecção de carimbo próprio, identificando sua Unidade.
Exemplo de carimbo:

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Figura: Exemplo de carimbo de NUP

Os espaços reservados para o NUP, data e hora deverão ser preenchidos à caneta esferográfica, com
letra legível.

Expedição

Expedição é a remessa de correspondências, documentos e processos aos órgãos, unidades e


autoridades a que se destinam, localizados interna ou externamente.
Estão entre as modalidades de expedição:
Mensageria interna: Entrega de documentos ou processos no âmbito da Unidade.
Mensageria externa: Entrega de documentos ou processos com destinação externa, que são
relacionados e entregues diariamente nos órgãos ou entidades a que se destinam.
Malote: Entrega de documentos ou processos por meio do Serviço de Correspondência Agrupada,
entre o Protocolo Central Unificado de Brasília (PCU) e as Unidades nos Estados e entre Unidades nas
Capitais e suas seccionais.
Outros serviços dos Correios: Entrega de documentos ou processos por meio de serviços prestados
pelos Correios (ECT).

Mensageria Interna
A distribuição de documentos e processos no âmbito das Unidades é de responsabilidade de cada
apoio dos setores.
Os documentos e processos a serem expedidos via mensageria interna não necessitam estar
envelopados, apenas encaminhados com a identificação da unidade, setor ou autoridade a que se
destinam.

Atenção: O uso de envelopes para distribuição interna de documentos e processos não é obrigatório.
Recomenda-se a utilização de envelopes quando for necessária a guarda e proteção de documentos e
processos.

Ao entregar documentos, processos e correspondências, o mensageiro deve solicitar o recebimento


eletrônico. O servidor terá um prazo de 72 horas para confirmar no Sistema o recebimento físico.

Rotinas de expedição via mensageria interna:


Recolhe a documentação interna nos escaninhos destinados à distribuição.
Verifica o destinatário e a Papeleta de encaminhamento no caso de tratar-se de documento.
Agrupa os documentos, processos e correspondências por unidade setor de destino.
Entrega o documento, processo ou correspondência.
Solicita o recebimento eletrônico ao recebedor e informa que deve ser feito em até 72 horas.

Mensageria Externa
Os documentos a serem expedidos via mensageria externa necessitam estar envelopados, e
encaminhados com o respectivo recibo para identificação da unidade, setor ou órgão a que se destinam.
No caso de processos, caso sejam sigilosos devem estar envelopados.

Os documentos, processos e correspondências recebidos no setor de expedição dos protocolos até


as 9hs serão distribuídos pelos mensageiros na parte da manhã. Após este horário, serão entregues no
período da tarde. Os documentos, processos e correspondências recebidos após as 14hs serão
entregues no dia seguinte.
Ao entregar documentos, processos e correspondências em unidades externas, o mensageiro deve
coletar o recibo assinado com identificação clara e legível do recebedor (nome e cargo do servidor
digitados ou manuscritos em letra de forma legível ou por meio de carimbo).

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Os recibos recolhidos diariamente pelo setor de expedição dos protocolos nas entregas externas
devem ser organizados por data e arquivados.
Os Tribunais devem ter prioridade na entrega dos documentos, processos e petições pelo serviço de
mensageria.

Rotinas de expedição via mensageria externa


Recolhe a documentação nos escaninhos destinados à distribuição externa.
Verifica o destinatário e o recibo.
Agrupa as correspondências, os documentos e processos por unidade/órgão de destino.
Lista o roteiro de entrega (locais a serem visitados).
Entrega as correspondências, os documentos e processo ou correspondência.
Recolhe assinatura e identificação do recebedor no recibo que acompanha o documento, processo ou
correspondência.
Se houver documento ou processo do órgão o mensageiro deve recebê-lo, assinando o recibo a ele
apresentado com letra legível.
Entrega no Protocolo os documentos e processos recebidos.
Separa os recibos assinados por data.
Arquiva os recibos.

Malote

Tal como no serviço de mensageria, os documentos e processos a serem expedidos via malote não
necessitam estar envelopados.

Atenção: O uso de envelopes para expedição de documentos e processos via malote não é
obrigatório. Recomenda-se a utilização de envelopes quando for necessária a guarda e proteção de
documentos e processos.

Os documentos e processos, ao serem encaminhados para expedição via Malote, deverão informar
(no próprio documento ou em lista a parte):
Identificação da unidade/setor e Estado a que se destina;
Espécie e número do documento;
Assunto do documento;
Remetente e destinatário do documento;
Os documentos, processos e correspondências a serem expedidos por Malote, deverão ser entregues
ao Setor de Expedição até 14hs do dia da coleta, para que sejam encaminhados no mesmo dia. A coleta
de malotes pelos Correios é realizada a partir das 15hs. Os documentos e processos que forem
encaminhados após este horário serão expedidos na remessa seguinte.

Expedição de malotes
Os malotes deverão ser expedidos SEMPRE, mesmo vazios, evitando-se, dessa forma, que a troca
de malotes sofra solução de continuidade.

Atenção: Com o objetivo de se evitar a falta de malote quando do seu envio, deve-se enviá-lo sempre,
mesmo que vazio.

Guia de remessa de malote


Na preparação do malote, devem ser impressas e assinadas três vias da Guia de Remessa do Malote,
listando os documentos e processos a ser enviados. A primeira via ficará na unidade expedidora.
No ato do envio, dentro do malote deverão seguir duas vias devidamente assinadas, da Guia de
Remessa de Malote. Uma das vias da Guia ficará retida no PCU Brasília e a outra será devolvida assinada
pelo PCU Brasília à unidade expedidora do malote.
No ato do recebimento do malote, o recebedor deve conferir seu conteúdo listado na Guia e arquivar
a sua via devolvida pelo PCU Brasília para controle e conferência.
Caso haja alguma inconsistência na listagem (diferença entre a lista e o conteúdo), a ressalva deve
ser feita no verso da Guia e devolvida no próximo malote.
A primeira via emitida na preparação do malote poderá ser substituída pela via assinada e devolvida
pelo PCU para evitar acúmulo desnecessário de papel.

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A Guia de Remessa de Malote deve listar:
Espécie e número dos documentos (NUP);
Assunto dos documentos;
Remetente e destinatário de cada documento;
Número do lacre;
Número do malote.

Itens que podem ser expedidos via Malote:


Podem ser enviados por Malote somente os documentos, processos e pacotes que são possíveis de
serem acondicionados dentro da sacola de Malote.
O conteúdo no malote não pode exceder 10 kg para o malote pequeno e 30kg para o grande.

Atenção: O conteúdo no malote não pode exceder 10 Kg para o malote pequeno e 30 Kg para o
grande.

Caso seja necessário o envio de objetos que excedam a capacidade do malote, deve-se utilizar a
modalidade encomenda PAC ou Sedex, tomando-se o cuidado de embalar e identificar devidamente a
encomenda para evitar danos ou extravios.
As unidades emitentes devem informar ao setor de expedição qual a modalidade de encaminhamento,
pelo serviço dos Correios, para correspondências, documentos ou processos. Caso não seja informado,
o serviço de expedição definirá qual a modalidade de envio.

Rotina de Expedição via Malote


1. Recolhe a documentação interna destinadas ao malote.
2. Verifica os destinatários.
3. Agrupa as correspondências, os documentos e processos correspondências por unidade de
destino.
4. Separa lacre numerado.
5. Preenche a guia de remessa de malote, informando os documentos e processos encaminhados, o
número do lacre, o número do malote, imprimindo três vias.
6. Guarda uma das vias para si e coloca duas vias dentro do malote, juntamente com a
documentação a ser expedida.
7. Inverte o cartão de destinatário, existente na parte externa do malote, para a correta identificação
do destinatário.
8. Fecha o malote e lacra.
9. Agrupa os malotes.
10. Lista os malotes a serem enviados.
11. Entrega os malotes aos correios.

Questões

01. (Câmara de Santa Rosa/RS - Agente de Secretaria Prova - Instituto Excelência/2017). O


Número Único de Protocolo (NUP) é o padrão oficial de numeração utilizada para controle dos
documentos, avulsos ou processos, produzidos ou recebidos pelos órgãos e entidades da Administração
Pública Federal. Número Único de Protocolo (NUP) tem a função de:
(A) Viabilizar a padronização na gestão documental, desde a produção ao arquivamento dos
documentos, assim como facilita as comunicações entre as unidades administrativas dos órgãos e
entidades ou destas com a sociedade, promovendo a simplificação do acesso às informações sobre os
documentos públicos federais.
(B) Definir procedimentos para a utilização do número único de processos e documentos, também
conhecido como NUP pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal.
(C) Possibilitar que órgãos e entidades disponham de um prazo maior para o replanejamento das
ações necessárias ao atendimento do normativo.
(D) Nenhuma das alternativas.

02. (CRQ 18° Região/PI - Auxiliar Administrativo - Quadrix) O envio ou recebimento de


correspondências e encomendas está entre as atividades corriqueiras da área administrativa. Constitui
serviço postal o recebimento, a expedição, o transporte e a entrega de objetos de correspondência,
valores e encomendas. São objetos de correspondência: a) carta; b) cartão-postal; c) impresso; d)

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cecograma; e) pequena encomenda. Entende-se por pequena encomenda:
(A) reunião, em volume, de objetos da mesma ou de diversas naturezas, quando pelo menos um deles
for sujeito ao monopólio postal, remetidos a pessoas jurídicas de direito público ou privado e/ou suas
agências, filiais ou representantes.
(B) objeto de correspondência, com ou sem valor mercantil, com peso limitado, remetido sem fins
comerciais.
(C) título ou documento de valor postal permutável em todo país membro da União Postal Universal
por um ou mais selos postais, destinados a permitir ao expedidor pagar o recebimento.
(D) objeto com ou sem valor mercantil, para encaminhamento por via postal.
(E) qualquer objeto de correspondência, valor ou encomenda encaminhado por via postal.

03.(CRMV/AM - Auxiliar Administrativo - Quadrix/2020). Julgue o item, relativo à expedição de


correspondência: registro e encaminhamento.

Para o recebimento de correspondências a serem expedidas exclusivamente via malote, o servidor da


unidade de recebimento e expedição (URE) deve seguir os procedimentos estabelecidos no fluxo do
processo de negócio, denominado “Recebimento de Correspondências das Unidades Remetentes para
Expedição via Malote ou via Serviço Postal”.
(...) Certo ( ) O Errado

Gabarito

01. A / 02. B / 03. Errado

Comentários

01. Resposta: A
O Número Único de Protocolo (NUP) é o padrão oficial de numeração utilizada para controle dos
documentos, avulsos ou processos, produzidos ou recebidos pelos órgãos e entidades da Administração
Pública Federal. O NUP tem uma função de grande relevância, pois viabiliza a padronização na gestão
documental, desde a produção ao arquivamento dos documentos, assim como facilita as comunicações
entre as unidades administrativas dos órgãos e entidades ou destas com a sociedade, promovendo a
simplificação do acesso às informações sobre os documentos públicos federais.

02. Resposta: B
L6538 Art. 47 - Para os efeitos desta Lei, são adotadas as seguintes definições:
CARTA - objeto de correspondência, com ou sem envoltório, sob a forma de comunicação escrita, de
natureza administrativa, social, comercial, ou qualquer outra, que contenha informação de interesse
específico do destinatário.
CARTÃO-POSTAL - objeto de correspondência, de material consistente, sem envoltório, contendo
mensagem e endereço.
IMPRESSO - reprodução obtida sobre material de uso corrente na imprensa, editado em vários
exemplares idênticos.
CECOGRAMA - objeto de correspondência impresso em relevo, para uso dos cegos. Considera-se
também cecograma o material impresso para uso dos cegos.
PEQUENA ENCOMENDA - objeto de correspondência, com ou sem valor mercantil, com peso
limitado, remetido sem fins comerciais.

03. Resposta: Errado


O erro da questão foi utilizar a palavra “exclusivamente” por MALOTE, sendo que o recebimento pode
ser por via postal (tanto que o nome do processo contém a via postal).

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3. Contabilidade básica.

Contabilidade13 é a ciência que tem por objetivo o estudo das variações quantitativas e qualitativas
ocorridas no Patrimônio, no qual se traduz ao conjunto de bens, direitos e obrigações das entidades.
Através dele é fornecido o máximo de informações uteis para as tomadas de decisões, tanto dentro
quanto fora da empresa, estudando, interpretando, registrando e controlando o Patrimônio.
Todas as movimentações existentes no patrimônio de uma entidade são registradas pela
Contabilidade, que resume os fatos em forma de relatórios e entrega-os aos interessados em saber como
está indo a situação da empresa. É através destes relatórios que são analisados os resultados alcançados
e a partir daí são tomadas decisões em relação aos acontecimentos futuros. Sendo assim, a contabilidade
é a responsável pela escrituração (registro em livros próprios) e apuração destes resultados e é só através
dela que há condições para se apurar o lucro ou prejuízo em determinado período.
Posto isso, apresentaremos a seguir um resumo sobre a Contabilidade Geral e suas principais
ferramentas.

Livros Contábeis

Atualmente, com a utilização do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), e da Escrituração


Contábil Digital (ECD), também conhecida como Sped Contábil, há livros contábeis em forma digital (para
as empresas obrigadas ao Sped Contábil) e livros contábeis em forma não digital (impresso em papel).
Os livros contábeis obrigatório em forma não digital, como o Livro Diário e o Livro Razão, devem
possuir as seguintes formalidades extrínsecas:
- Devem ser encadernados;
- As suas folhas devem ser numeradas sequencialmente;
- Devem conter termo de abertura e termo de encerramento assinados pelo titular ou representante
legal da entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente habilitado no Conselho Regional de
Contabilidade.

Os livros contábeis obrigatórios em forma digital, como o Livro Diário e o Livro Razão, devem possuir
as seguintes formalidades extrínsecas:
- Devem ser assinados digitalmente pela entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente
habilitado;
- Devem ser autenticados no registro público competente (exemplo: Juntas Comerciais).

No caso de escrituração contábil digital (ECD), não há a necessidade de impressão e encadernação


dos livros. Contudo, o arquivo magnético autenticado pelo registro público competente deve ser mantido
pela entidade.

Livro Diário
No Livro Diário devem ser registradas, em ordem cronológica rigorosa, com individualização, clareza
e referência ao documento comprobatório do lançamento, todas as operações ocorridas na entidade e
quaisquer outros fatos que provoquem variação patrimoniais.
As principais características do livro Diário são: obrigatório (exigido pelo Código Civil); principal
(registra todos os fatos contábeis); comum (para todas as empresas) e cronológico (fatos contábeis
registrados em ordem cronológica).
As demonstrações contábeis devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as
assinaturas do titular ou de representante legal da entidade e do profissional da contabilidade legalmente
habilitado.

Livro Razão
O Livro Razão registra, também, todos os fatos, só que dando ênfase às contas que compõem o
patrimônio. É esse livro que permite conhecer a movimentação de débito e crédito de cada elemento que
compõe o patrimônio da empresa

13
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/duvida1.php

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De acordo com o Código Civil:
- A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem
cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras emendas ou
transportes para as margens (art. 1.183 do Código Civil);
- Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de 30 dias,
relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento,
desde que utilizados livros auxiliares regulamente autenticados, para registro individualizado, e
conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação (art. 1.184, § 1º, do Código Civil).

Livro Caixa14
Esse é opcional para as empresas, com exceção daquelas tributadas pelo Simples Nacional. Mesmo
para as companhias não obrigadas, porém, o livro caixa pode ser uma boa e útil ferramenta de negócio,
principalmente na gestão do fluxo de caixa.
Isso porque ele registra entradas e saídas de forma simples, em ordem cronológica e sem a
consideração de partidas ou débito e crédito. Pelas informações que abrange, da forma como as organiza,
ele pode ser usado como auxiliar para o livro diário.
Para os empreendimentos obrigados, o livro caixa deve ser elaborado com os termos de abertura e
encerramento munidos das mesmas informações, assinaturas e autenticação referentes ao livro diário.

Livros Auxiliares
Livro Inventário: tem a finalidade de registrar os bens de consumo, as mercadorias, as matérias-
primas e outros materiais que se achem estocados nas datas em que forem levantados os balanços.
No Livro de Inventário deverão ser arrolados, com especificações que facilitem sua identificação, as
mercadorias, os produtos manufaturados, as matérias-primas, os produtos em fabricação e os bens em
almoxarifado existentes na data do balanço patrimonial levantado ao fim da cada período de apuração
(Lei 154/47, artigo 2°, § 2°, e Lei 6.404/1976, artigo 183, inciso II, e 8.541/1992, artigo 3°).

Livro Registro de Duplicatas: foi estabelecido pelo artigo 19 da Lei 5.474/1968, sendo obrigatório
para o vendedor que efetuar vendas com prazo de pagamento igual ou superior a 30 (trinta) dias.
No Registro de Duplicatas serão escrituradas, cronologicamente, todas as duplicatas emitidas, com o
número de ordem, data e valor das faturas originárias e data de sua expedição; nome e domicílio do
comprador; anotações das reformas; prorrogações e outras circunstâncias necessárias.

Livro de Entrada de Mercadorias: destina-se ao registo, em ordem cronológica, das mercadorias


adquiridas e recebidas pelas empresas.
Nele também são registradas as entradas de bens de qualquer espécie, inclusive os que se destinam
a uso ou consumo.

Livro de Saída de Mercadorias: onde se registram-se, em ordem cronológica, as vendas de


mercadorias ou de produtos, bem como toda e qualquer saída, inclusive de bens móveis da empresa.

Livro de Registro de Prestação de Serviços: esse livro é obrigatório perante o fisco municipal,
podendo ser utilizado como auxiliar do Diário, pois nele registram-se todas as operações de serviços,
individualizando as respectivas Notas Fiscais em ordem cronológica.

Regras Gerais15: independentemente de os livros contábeis serem opcionais ou obrigatórios,


observando as diretrizes que citamos acima, algumas resoluções devem ser seguidas sempre. Elas
asseguram a idoneidade de registros e de cada livro, dando a certeza de que não houve e nem haverá
adulteração de lançamentos e garantindo a padronização das emissões. Nenhum livro pode conter
rasuras ou qualquer tipo de adição ou alteração de dados após a emissão do sistema de gestão contábil.
Além de sempre respeitarem a ordem cronológica e de alguns serem abertos e encerrados por termos,
os documentos-base da escrituração devem ser idôneos de acordo com as leis fiscais. Todas essas
normas certificam o atendimento dos livros contábeis às resoluções legais de exatidão e boa-fé da
escrituração. Além disso, também garantem a eles a qualidade de serem instrumentos úteis à gestão
empresarial.

14
https://blog.sage.com.br/livros-contabeis-o-que-sao-e-para-que-servem-2/
15
Idem 2.

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Lançamentos Contábeis

Lançamento contábil16 é a forma como a Contabilidade registra os fatos que afetam (ou que possam
vir a afetar) o patrimônio da empresa.
A estrutura do lançamento tem por alicerce o secular método das "partidas dobradas", segundo o qual
todo débito corresponde a um crédito de mesmo valor, ou seja: em todo lançamento contábil são utilizadas
no mínimo duas contas - uma para débito, outra para crédito do mesmo valor.
Dissemos "no mínimo" porque há inúmeros casos em que o lançamento contém, por exemplo, uma
conta a débito e duas a crédito.
Mas, nesse caso, a soma das duas contas creditadas será sempre exatamente igual ao valor lançado
na conta debitada. O método das partidas dobradas é a razão pela qual, na Contabilidade, a soma de
todos os valores debitados é sempre igual à soma de todos os valores creditados.
E é também por isso que, no Balanço Patrimonial, o total do Ativo é sempre igual ao total do Passivo.
No dia-a-dia das empresas ocorrem operações17 simples (como o pagamento de uma conta de
consumo de energia elétrica no prazo) e outras bem mais complexas, que envolvem lançamentos mais
sofisticados (por exemplo: pagamento, com juros, de duplicata, parte em dinheiro e parte mediante
emissão de cheque).
Para registrar qualquer fato contábil existem quatro fórmulas (ou modalidades) de lançamentos, a
saber:
1ª fórmula: caracteriza-se pela simplicidade. Requer uma conta devedora e uma conta credora e pode
ser assim representada (pagamento de duplicata de fornecedor, no prazo)
2ª fórmula: modalidade de lançamento de complexidade intermediária, que requer uma conta devedora
e duas ou mais contas credoras.
3ª fórmula: igualmente de complexidade intermediária, esta fórmula requer duas ou mais contas
devedoras e apenas uma credora.
4ª fórmula: menos usual e mais complexa do que as anteriores, requer duas ou mais contas devedoras
e duas ou mais contas credoras

Débito e Crédito18
As palavras Débito e Crédito, na linguagem contábil, têm significados muito diferentes daqueles da
linguagem cotidiana.
É errado associar o débito e o crédito da contabilidade, com “subtração” e “adição” do financeiro. O
correto é associá-los aos termos Destino e Origem, respectivamente, pois:
- Debitar: significa anotar na coluna do Débito de uma conta, para aumentar o seu valor (se a conta
representa um Bem ou um Direito), ou para diminuir seu valor (se a conta representa uma obrigação).
- Creditar: significa registrar uma importância na coluna de Crédito de uma conta, para aumentar seu
valor (se a conta representa uma obrigação), ou para diminuir seu valor (se a conta representa um Bem
ou Direito).

Há duas formas de os lançamentos contábeis serem feitos:



D – Estoques
C – Bancos


Estoques
á Bancos

No primeiro caso, "D" e "C" significam débito e crédito, respectivamente. Já no segundo caso, o "a"
sinaliza crédito, sem a necessidade de colocar a letra "D" antes da conta Estoque. Tem-se por mais usada
a primeira opção.
Débito é a aplicação de recurso, enquanto Crédito é a origem do recurso aplicado. Ou seja, quando
um contador faz um lançamento a débito em uma conta, significa que o dinheiro, o bem ou o serviço
destina-se àquela conta. Agora, quando ele faz um lançamento a crédito em uma conta, significa que o
dinheiro, o bem ou o serviço teve origem naquela conta.

16
http://www.iob.com.br/noticiadb.asp?area=contabil&noticia=37114
17
http://teoriascontabeis.blogspot.com.br/2009/09/o-lancamento-contabil-e-forma-como.html
18
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/deb_cred.php

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Por exemplo: Uma empresa comprou um terreno do valor de $80.000,00. Para pagar à vista, foi usado
o dinheiro disponível no caixa da empresa. Lançamos o registro destas duas contas da seguinte forma:
D- Imóveis (O terreno teve destino na conta em questão, já que faz parte dos imóveis da empresa.)
C- Caixa (O lançamento teve origem na conta Caixa, já que foi pago à vista com o dinheiro da
empresa.)

Se uma conta recebe algo ou assume o compromisso de entregar algo, é debitada. Se uma conta
entrega algo ou adquire o direito de receber algo, é creditada.
CONTAS NATUREZA AUMENTOS DIMINUIÇÕES
Ativo Devedora D C
Passivo Credora C D
Despesa Devedora D C
Receita Credora C D
Patrimônio Líquido Credora C D

Correção de Lançamentos19
A escrituração feita nos livros contábeis não deve conter intervalos em branco, entrelinhas, borrões,
rasuras, emendas ou transportes para as margens.
Entretanto, ao desenvolver suas atividades profissionais, o ser humano pode cometer enganos durante
o processo de escrituração. Estes erros podem ocorrer de diversas formas:
- Lançamento de valor incorreto;
- Borrões ou rasuras na escrituração;
- Espaço em branco;
- Lançamentos em duplicidade de valor;
- Inversão das contas;
- Erro na redação de histórico;
- Etc.

Quando os erros acontecem, eles devem ser declarados na escrituração mediante retificação através
de estorno, lançamento retificativo, lançamento complementar, lançamento de transferência ou ressalva
(por profissional qualificado).

a) Estor: é utilizado quando ocorre duplicidade de um mesmo lançamento contábil (quando o


contabilista faz o mesmo lançamento duas vezes) ou por erro de lançamento da conta debitada
ou da conta creditada na escrituração das entidades, fazendo um lançamento inverso àquele
feito erroneamente, anulando-o totalmente.
A correção, no caso de duplicidade, é simples. Deve-se efetuar apenas o estorno do lançamento feito
a mais. Se o caso for erro de lançamento, estornamos conforme o exemplo a seguir.

Exemplo: A empresa Alfa adquiriu uma mesa para escritório do fornecedor ModelOffice no valor de
$4.000,00 e a pagará a prazo.

Lançamento efetuado:
D- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
C- Banco - $4.000,00
H.: Vlr referente aquisição de mesa p/ escritório, conforme NF nº589 do Fornecedor Model Office.

Estorno total:
D- Banco - $4.000,00
C- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
H.: Vlr referente estorno do lançamento feito em xx/xx/20x1, referente compra de uma mesa para
escritório.

Lançamento correto:
D- Móveis e utensílios - $4.000,00
C- Fornecedores - $4.000,00

19
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/erros_escrit.php

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H.: Vlr referente compra de mesa para escritório, conforme NF nº589 do Fornecedor Model Office.

b) Lançamento Retificativo: serve para retificar as contas lançadas erradamente e para estornar
parte do lançamento, corrigindo registros feitos por importância maior. No caso de o valor ser
lançado maior do que é, a correção pode ser feita estornando todo o lançamento e depois
fazendo o lançamento no valor correto, ou então estornando apenas a diferença dos valores.

Exemplo: A empresa Alfa adquiriu um veículo do fornecedor AutoCar no valor de $60.000,00 à vista
em dinheiro.

Lançamento efetuado:
D- Veículos - $80.000,00
C- Caixa - $80.000,00
H.: Vlr referente compra de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.

Estorno da diferença:
D- Caixa - $20.000,00
C- Veículos - $20.000,00
H.: Vlr referente estorno de parte do lançamento lançado à maior no dia xx/xx/20x1, referente compra
de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.

c) Lançamento Complementar: serve para complementar um lançamento feito de importância


menor. No caso de o valor ser lançado menor do que é, a correção pode ser feita através do
estorno total e posterior lançamento correto, ou do lançamento complementar apenas da
diferença do valor lançado para o que de fato é correto.

Exemplo: A empresa Alfa adquiriu um veículo do fornecedor AutoCar no valor de $60.000,00 à vista
em dinheiro.

Lançamento efetuado:
D- Veículos - $6.000,00
C- Caixa - $6.000,00
H.: Vlr referente compra de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.

Lançamento complementar:
D- Veículos - $54.000,00
C- Caixa - $54.000,00
H.: Vlr referente complemento da importância lançada à menor no dia xx/xx/20x1, referente compra de
veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.

d) Lançamento de Transferência: regulariza o lançamento da conta debitada ou creditada


indevidamente, através da transposição do valor para a conta adequada.
– Transferência: é o lançamento que promove a regularização da conta indevidamente debitada ou
creditada, através da transposição do valor para a conta adequada;

Exemplo: A empresa Alfa adquiriu uma mesa para escritório do fornecedor Model Office no valor de
$4.000,00 e a pagará a prazo.

Lançamento efetuado:
D- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
C- Fornecedores - $4.000,00
H.: Vlr referente aquisição de mesa p/ escritório, conforme NF nº589 do Fornecedor Model Office.

Lançamento de transferência:
D- Móveis e utensílios - $4.000,00
C- Máquinas e equipamentos - $4.000,00

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H.: Vlr referente transferência da importância lançada erroneamente no dia xx/xx/20x1, em conta de
Máquinas e equipamentos.

e) Ressalva: quando se tratar de um erro de redação observado antes mesmo do encerramento do


respectivo lançamento, a retificação ocorre no próprio histórico. Ou seja, se o erro for verificado
antes de se terminar de redigir o histórico do lançamento, basta se utilizar de alguma expressão
do tipo: "digo", "isto é", "ou melhor", "aliás", "em tempo", etc. Vejamos um exemplo:

D – Veículos R$20.000,00
C – Caixa R$ 20.000,00
H.: Referente à compra de um computador, digo, de um automóvel conforme nota fiscal nº 00053.

Nos casos de borrões, rasuras, lacunas, saltos de linhas ou de páginas, a ressalva deve ser assinada
por profissional registrado no CRC (Conselho Regional de Contabilidade). Os borrões, falhas de
impressão e outros erros que comprometam a autenticidade do Livro Diário, poderão ser sanados através
de declaração, assinada pelo contador, tornando sem efeito aquela folha e refazendo, a seguir, os
lançamentos ali contidos.

f) Omissão de lançamentos: a omissão se dá por esquecimento. Ex.: Na época apropriada, o


contabilista deixou de efetuar o registro de um fato, por um motivo qualquer. Passado algum
tempo, ele verificou a omissão. Neste caso, a correção é simples. Basta efetuar o registro do
fato no dia em que se verificou a omissão, mencionando, no histórico, a data de sua efetiva
ocorrência e o motivo do atraso.
Quando a omissão implicar falta de recolhimento de impostos, a empresa deverá providenciar os
devidos recolhimentos, espontaneamente, acrescidos dos encargos correspondentes.

Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido

Ativo20
O Ativo faz parte das Contas Patrimoniais e compreende o conjunto de Bens e Direitos da organização
(entidade, empresa), possuindo valores econômicos e podendo ser convertido em dinheiro
(proporcionando ganho para a empresa).
É a parte positiva da posição patrimonial e identifica onde os recursos foram aplicados. Representa os
benefícios presentes e futuros para a empresa.
As contas do Ativo são classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez (de acordo com a
rapidez com que podem ser convertidas em dinheiro).
É um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que
resultem, no futuro, benefícios econômicos para a entidade. Ou seja, deve ser compreendido como o
conjunto de recursos financeiros e econômicos que são administrados de forma a gerarem mais recursos
financeiros e econômicos. A finalidade de uma empresa é o lucro, e o Ativo é a aplicação de bens e
direitos de modo a produzir lucro.
Para que algo possa ser considerado um ativo, é necessário que ele cumpra quatro requisitos:
constituir bem ou direito para a empresa, ser de propriedade, posse ou controle da sociedade, ser
mensurável monetariamente e trazer benefícios (ou expectativa de benefícios) para a empresa. O dinheiro
é o ativo por excelência, pois é o meio de troca da economia e sua liquidez é plena.
As contas deste grupo não se encerram com a apuração do resultado do exercício e podem ser
debitadas ou creditadas, sendo o saldo sempre devedor (com exceção das Contas redutoras do ativo).
O Ativo se divide em duas partes: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante.

a) Ativo Circulante: agrupa dinheiro e tudo o que será transformado em dinheiro rapidamente. São
contas que estão constantemente em giro, movimento e circulação.
Neste grupo são registrados os bens e direitos que a empresa consegue realizar (transformar) em
dinheiro até o final do exercício seguinte, ou seja, no curto prazo.
Abaixo algumas contas do Ativo Circulante:
- Disponibilidades: compreendem valores existentes em Caixa e Bancos, assim como as aplicações
de curtíssimo prazo e liquidez absoluta. Significa o que está disponível para a empresa, podendo ser

20
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/BP_ativo8.php

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utilizado a qualquer momento e para qualquer fim. As contas deste grupo estão a todo instante sendo
movimentadas (entra e sai dinheiro).
- Créditos: são direitos que a empresa tem a receber, como por exemplo Duplicatas a Receber, Títulos
a Receber, entre outros recebíveis.
- Estoque: são as mercadorias para serem revendidas que a empresa possui. Essa conta registra o
valor dos estoques na data do fechamento do balanço, como por exemplo Estoque de Produtos
Acabados, Estoque de Mercadorias para Revenda, entre outros.
- Outros Créditos: são as contas a receber que não se enquadram nos grupos anteriores, sendo contas
de curto prazo, assim como as demais do Ativo Circulante, como por exemplo, Impostos a Recuperar,
Adiantamentos a Funcionários, entre outras.

b) Ativo não Circulante: são registrados os direitos que serão realizados (transformados em dinheiro)
após o final do exercício seguinte (longo prazo), assim como os bens de uso (veículos, máquinas, etc.)
e de renda da empresa (aluguéis, imóveis para vendas, etc.).
Ou seja, no Não Circulante são incluídos todos os bens de natureza duradoura destinados ao
funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com
essa finalidade. Algumas das contas do Ativo não Circulante:
- Realizável a Longo Prazo: são classificados neste grupo as contas de bens e direitos da empresa
cujas realizações se darão no longo prazo (após o término do exercício seguinte). Também estão
inseridas neste grupo as contas de direitos sem prazo de vencimento. Ou seja, quando não se determina
o prazo de vencimento do direito, em contabilidade, entende-se como de longo prazo. São contas de
natureza devedora, assim como as do Ativo Circulante, como por exemplo Aplicações Financeiras de
Longo Prazo, Duplicatas a Receber de Longo Prazo, entre outras.
- Investimentos: no grupo Investimentos são classificadas as participações e aplicações financeiras de
caráter permanente, com o objetivo de gerar rendimentos para a empresa de forma que esses bens e
direitos não sejam destinados à manutenção das atividades normais da companhia, como por exemplo
Obras de Arte, Ouro, Participações Societárias, entre outras.
- Imobilizado: no Imobilizado são classificados os bens e direitos de natureza permanente que serão
utilizados para a manutenção das atividades normais da empresa, servindo a sua estrutura. A
empresa não pretende vender os seus bens e direitos, ou seja, não há intenção de transformá-los em
dinheiro. Caracterizam-se por se apresentarem na forma tangível (bens corpóreos), como por exemplo
Imóveis, Máquinas e Equipamentos, Veículos, entre outros.
- Intangível: são Intangíveis os bens que não podem ser tocados ou vistos, já que são incorpóreos (não
tem corpo). Eles possuem valor econômico mas carecem de substância física (material), tendo o valor
patrimonial nos direitos de propriedade imaterial que são conferidos a seus possuidores, como por
exemplo Softwares, Marcas e Patentes, Licenças, Direitos Autorais, entre outros.

Passivo21
O Passivo faz parte das Contas Patrimoniais e compreende as obrigações da organização, entidade
ou empresa para com terceiros, por sua natureza e por sua expressão monetária.
É a parte negativa do Patrimônio e identifica a origem dos recursos aplicados. As contas representam
os recursos de terceiros que foram usados e são classificadas segundo a ordem decrescente de
exigibilidade (são classificadas de acordo com o seu vencimento, através do curto e longo prazo).
Ou seja, o Passivo se classifica de acordo com o prazo de realização das obrigações.
As contas do Passivo podem ser debitadas ou creditadas, mas o seu saldo será sempre credor, com
exceção das contas redutoras do Passivo. Essas contas não se encerram com a apuração do resultado
do exercício.
O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros,
resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação.
Já o passivo, simplificadamente, evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros,
por exemplo: contas a pagar, fornecedores de matéria-prima à prazo, impostos a pagar, financiamentos,
empréstimos, etc.
O Passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer, será exigida
(reclamada) a liquidação da mesma. Por isso é mais adequado chamá-lo Passivo Exigível.

21
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/BP_passivo.php

Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01


77
a) Passivo Circulante: neste grupo, classificam-se as contas que representam obrigações da
empresa para com terceiros no curso do exercício seguinte. Ex.: Salários a Pagar, Fornecedores,
Impostos a Pagar, Empréstimos Bancários, etc.
São as obrigações (dívidas) exigíveis que deverão ser pagas até o fim do exercício seguinte. Neste
grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do
ativo não-circulante, quando se vencerem no exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da
empresa ter duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo.

a) Passivo não Circulante: neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem após o exercício
seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, a
concepção terá por base o prazo desse ciclo, como por exemplo Fornecedores, Obrigações Trabalhistas,
Empréstimos e Financiamentos, Obrigações Tributárias, entre outras.

b) Exigível a Longo Prazo: são escriturados as obrigações a longo prazo, como por exemplo,
Fornecedores a longo prazo, Financiamentos a longo prazo, entre outros

Patrimônio Líquido22
O Patrimônio Líquido é formado pelo grupo de contas que registra o valor contábil pertencente aos
acionistas ou quotistas.
A partir de 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, para as sociedades por ações, a divisão do
patrimônio líquido será realizada da seguinte maneira:
Capital Social: o capital social representa os valores recebidos pela empresa, em forma de subscrição
ou por ela gerados. A integralização do capital poderá ser feita por meio de moeda corrente ou bens e
direitos.
Reservas de Capital: a reserva de capital abrange as seguintes subcontas:
- Reserva de Correção Monetária do Capital Realizado;
- Reserva de Ágio na Emissão de Ações;
- Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias;
- Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição;
- Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures; (excluída desde 01.01.2008, por força da Lei
11.638/2007);
- Reserva de Doações e Subvenções para Investimento; (excluída desde 01.01.2008, por força da Lei
11.638/2007);
- Até 31.12.2007, a Reserva de Incentivo Fiscal. A partir de 01.01.2008, respectiva reserva passa a
fazer parte do grupo de Reservas de Lucros.

Ajustes de Avaliação Patrimonial: é o resultado do valor da avaliação dos bens em relação ao seu
valor justo. O valor justo é a quantia pela qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, por
duas partes dispostas a isso e independentes entre si
Reservas de Lucros: as reservas de lucros são constituídas pelos lucros obtidos pela empresa,
retidos com finalidade específica. Os lucros retidos com finalidade específica e classificados nesta conta
são transferidos da conta de "Lucros ou Prejuízos Acumulados".
Ações em Tesouraria: as ações ou quotas adquiridas pela companhia ou sociedade limitada serão
registradas em conta específica redutora do Patrimônio Líquido, intitulada "ações ou quotas
em tesouraria"
Prejuízos Acumulados: os lucros ou prejuízos representam resultados acumulados obtidos, que
foram retidos sem finalidade específica (quando lucros) ou estão à espera de absorção futura (quando
prejuízos).

Demonstrações Contábeis

As Demonstrações Contábeis são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial


e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa
data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição
patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla
variedade de usuários na tomada de decisões.23
22
http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/pl.htm
23
IBRACON (NPC 27)

Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01


78
Apresentaremos abaixo as Demonstrações do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado
do Exercício.

Balanço Patrimonial24
O Balanço Patrimonial, dentre todas as demonstrações contábeis é uma das mais importantes para
desvendar e evidenciar, quantitativa e qualitativamente o patrimônio, haja vista, todas as informações que
são reveladas e as decisões estratégicas que eventualmente são tomadas. Contudo, trata-se de uma
informação estática e que pode ser modificada no dia seguinte de sua divulgação.
A legislação preconiza a elaboração e fechamento do balanço patrimonial no último dia do exercício,
entretanto, para atender a legislação fiscal ou até mesmo terceiros, instituição financeira, o balanço
patrimonial poderá ser elaborado mensalmente ou semestralmente.
Quando, em circunstâncias excepcionais, a data do exercício social de uma entidade mudar e as
demonstrações contábeis forem apresentadas por uma período mais longo ou mais curto que um ano,
deve-se divulgar, além do período abrangido pelas demonstrações contábeis, as seguintes informações:
- Razão para um período diferente de um ano;
- E o fato de que os valores comparativos entre os períodos apresentados para as demonstrações do
resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa (ou das origens e aplicações de
recursos), bem com as notas explicativas relacionadas a essas demonstrações, não são comparáveis.

A legislação determina que, no balanço, as contas sejam classificadas segundo os elementos do


patrimônio que registram, agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira
da entidade.

O balanço patrimonial é composto e representado graficamente pelos seguintes grupos-contas:


- Ativo: que compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela
entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos;
- Passivo: que compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com
terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para sua liquidação;
- Patrimônio Líquido: que compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença
positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo.

Exemplo de Balanço Patrimonial


ATIVO PASSIVO

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE


Realizável a Longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo

Investimentos PATRIMÔNIO LIQUIDO

Imobilizado Capital Social

Intangível Reserva de Capital

Ajuste de Avaliação Patrimonial


Reserva de Lucros

Ações em Tesouraria

Prejuízos Acumulados

DICA: O Balanço Patrimonial e sua estrutura está discriminado na Lei das S.A. - Lei 6404/76 Artigo
178 SEÇÃO III

24
RODRIGUES, Adenir Ortiz; PROENÇA, André Eduardo de; BUSCH, Cleber Marcel; GARCIA, Edino Ribeiro; TODA, William Haruo – Planejamento Contábil e
Reorganização Societária – 2ª ed. São Paulo: IOB, 2013

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79
Demonstração do Resultado do Exercício25
É na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) que aparecerão todas as contas de Receitas e
Despesas do período, que são contas transitórias, ou seja, ao final do período de apuração estarão com
seus saldos zerados.
A DRE tem por objetivo evidenciar a situação econômica da entidade em um determinado período por
meio da apuração do resultado do exercício (lucro ou prejuízo)
Além disso, a DRE é uma demonstração dedutiva e dinâmica, mostrando o cálculo do resultado do
exercício, enquanto o Balanço Patrimonial é uma é uma demonstração estática, pois mostra a situação
patrimonial em um dado momento.
Portando, a demonstração do resultado destina-se a evidenciar a composição do resultado formado
em determinado período de operações da entidade.
De acordo com o pronunciamento CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis,
aprovado pela Resolução CPF nº 1.185/2009, alterado pela Resolução CFC nº 1.376/2011, a
demonstração do resultado do período deve, no mínimo, indicar as seguintes rubricas, obedecidas
também as determinações legais.
- Receitas;
- Custos dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;
- Lucro bruto;
- Despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais;
- Parcela dos resultados da empresa investidas reconhecidas por meio do método de equivalência
patrimonial (ganho de equivalência patrimonial e perda de equivalência patrimonial);
- Resultado antes das receitas e despesas financeiras;
- Despesas e receitas financeiras;
- Resultados antes dos tributos sobre o lucro;
- Despesa com tributo sobre o lucro;
- Resultado líquido das operações continuadas;
- Valor líquido dos seguintes itens:
a) Resultado líquido após tributos das operações descontinuadas;
b) Resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos despesas de vendas
ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativo à disposição para venda que constituem a
unidade operacional descontinuada;
c) Resultado líquido do exercício.

DICA: o resultado do período é o total das receitas deduzido das despesas, exceto os itens
reconhecidos como outros resultados abrangentes ao patrimônio líquido.
Operação descontinuada corresponde ao componente da entidade que foi baixado ou está classificado
como mantido para venda e:
- Representa uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações;
- É parte integrante de um único plano coordenado para venda de uma importante linha separada de
negócios ou área geográfica de operações;
- É uma controlada adquirida exclusivamente com objetivo de revenda.

Ou seja, são ativos imobilizados que a empresa de uma linha separada de negócios ou área geográfica
de operações que ficaram obsoletos ou descontinuados e foram colocados à venda ou um investimento
em controlada adquirido com o objetivo de revenda.

Receita operacional bruta: é a somatória de todas as vendas ou serviços que foram efetuados e que
tenham sido faturados, ou seja, que tenham gerado a emissão de uma nota fiscal em determinado
período, obedecendo ao princípio da competência.

Dedução da receita bruta: são representadas pelas contas de devolução (vendas canceladas),
abatimentos, descontos comerciais e impostos incidentes sobre venda de produtos ou serviços. Para
efeito de análise, as receitas não são demonstradas de forma líquida, ou seja, registram-se as receitas
na forma bruta e, em separado, suas respectivas deduções.

25
MORAES, Júnior, José Jayme – Contabilidade Geral, Contabilidade Avançada e Análise das Demonstrações Contábeis – 5ª ed – Rio de Janeiro – Impetus :
2016

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80
Devolução ou vendas canceladas: correspondem à anulação de valores registrados como receita,
decorrentes do cancelamento de vendas, devoluções totais ou parciais, quebras ou avarias na mercadoria
vendida, pela não concretização da entrega dos produtos ou pela má qualidade na prestação de serviços.

Abatimentos: também conhecidos como descontos incondicionais, são concedidos aos clientes
quando, após a entrega do produto, este apresenta defeitos de qualidade, caracterizados por quebras ou
avarias, por exemplo. Esses descontos não podem ser confundidos com descontos financeiros, nem
tampouco com descontos de preço de venda (promoções).

Impostos incidentes sobre vendas de produtos e prestação de serviços: também serão deduzidos
da receita bruta, pois são os que guardam proporcionalidade com o preço da venda efetuada ou do serviço
prestado. São exemplos de impostos incidentes sobre o faturamento:
IPI: Imposto sobre produtos Industrializados (União);
PIS: Programa de Integração Social (União);
COFINS: Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (União);
ICMS: Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços
de Transporte Interestadual e Intermunicipal, de Comunicação e Energia Elétrica (Estado);
ISSQN: Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (Município).

Receita operacional líquida: constitui a base de cálculo para a análise das receitas efetivamente
realizadas pela empresa em determinado período. Evidencia o valor da venda líquida de bens e serviços,
oriundos da atividade da empresa, subtraindo as deduções incidentes sobre a receita bruta (faturamento).

Custos: os custos a serem atribuídos como CMV, CSP ou CPV no exercício devem ser
correspondentes às receitas de vendas dos produtos e serviços reconhecidos como tal no mesmo
período, obedecendo ao princípio da competência.

I. Cálculo do Custo da Mercadoria Vendida – CMV

CMV= EI + C – EF

Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final (inventário final)

II. Cálculo do Custo do Serviço Prestado (CSP)

CSP = Sin + (MO + GDS + GIS) – Sfi

Onde:
CSV = Custo dos Serviços Vendidos
Sin = Saldo Inicial dos Serviços em Andamento
MO = Mão de Obra Direta aplicada nos serviços vendidos
GDS = Gastos Diretos (locação de equipamentos, subcontratações, etc.) aplicados nos serviços
vendidos
GIS = Gastos Indiretos (luz, mão de obra indireta, depreciações de equipamentos, etc.) aplicados nos
serviços vendidos
Sfi = Saldo Final dos Serviços em Andamento

III. Cálculo do Custo do Produto Vendido – (CPV)

CPV = EI + (In + MO + GGF) – EF

Onde:
CPV = Custo dos Produtos Vendidos
EI = Estoque Inicial

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81
In = Insumos (matérias primas, materiais de embalagem e outros materiais) aplicados nos produtos
vendidos
MO = Mão de Obra Direta aplicada nos produtos vendidos
GGF = Gastos Gerais de Fabricação (aluguéis, energia, depreciações, mão de obra indireta, etc.)
aplicada nos produtos vendidos
EF = Estoque Final (inventário final)

Lucro bruto ou resultado bruto: de acordo com o artigo 187, item II, da Lei nº 6.404/76, deve ser
computado na DRE o custo das mercadorias e serviços vendidos ou prestados no exercício, que deduzido
das receitas correspondentes, gera o Lucro Bruto.

Despesas operacionais: segundo a Lei das S.A. – Lei 6.404/76, as despesas operacionais
correspondem ao esforço financeiro necessário para que a empresa possa funcionar, ou seja, financiar
suas atividades de vendas, produção e prestação de serviços. Constituem as despesas pagas ou
incorridas no período (princípio da competência). Não estão relacionadas a elas aquelas alocadas na
fabricação de produtos ou na prestação dos serviços, pois estas compõem os custos das mercadorias ou
dos serviços.

Despesas de Vendas: têm a função de registrar as despesas com a comercialização dos produtos,
mercadorias ou serviços para atender aos objetivos da empresa.
São alguns exemplos de despesas com vendas:
- Despesas com pessoal de vendas;
- Marketing;
- Distribuição;
- Administrativo interno de vendas;
- Comissões sobre vendas;
- Propaganda e publicidade;
- Garantia de produtos;
- Despesas com estimativas de perdas com duplicatas derivadas de vendas a prazo (provisão para
devedores duvidosos), etc.

Despesas administrativas: representam os gastos pagos ou incorridos necessários para arcar com
despesas para a gestão ou direção da empresa. Sua função é registrar, em cada conta específica, as
despesas com a administração do negócio para atender aos objetivos da empresa.
Dentre as despesas administrativas mais comuns, temos;
- Honorários da administração;
- Salários e encargos do pessoal administrativo;
- Despesas legais e judiciais;
- Material de escritório;
- Depreciação de móveis e utensílios;
- Seguro do escritório;
- Energia elétrica;
- Telefone, etc.

Resultados financeiros líquidos: o art. 187 da Lei das S.A. – Lei nº 6.404/76 define como despesas
operacionais as despesas financeiras deduzidas das receitas, ou seja, as receitas financeiras deverão
ser compensadas das despesas financeiras.
(=) Resultados Financeiros Líquidos
(+) Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras

Receitas Financeiras: são receitas geradas em função de:


- Descontos obtidos
- Juros recebidos
- Rendimentos de aplicações financeiras (fundos de investimentos, por exemplo).

Despesas Financeiras: são caracterizadas por serem despesas decorrentes da necessidade de


Capital de Giro ou do financiamento do Ativo:
- Juros pagos;

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82
- Descontos concedidos;
- Despesas bancárias (IOF, manutenção da conta corrente, dentre outras, por exemplo)

Outras Receitas e Despesas Operacionais: são as chamadas atividades acessórias do objetivo


social da empresa. Compõem-se de itens que não são provenientes da atividade fim da empresa, tais
como:
- Participação nos resultados de coligadas e controladas pelo método de equivalência patrimonial;
- Dividendos e rendimentos de outros investimentos;
- Amortização de ágio ou deságio de investimentos;
- Vendas diversas que não correspondem à atividade fim da empresa (venda de sucatas).

Resultado operacional antes do Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) - lucro ou prejuízo: o resultado obtido até este ponto na DRE constitui base de cálculo
da Provisão para Imposto de Renda e da Provisão para Contribuição Social. Caso o resultado obtido seja
negativo, caracterizando prejuízo em sua movimentação, não haverá incidência de IR e CSLL.
Para o cálculo do imposto de renda a pagar, que deverá ser recolhido pela empresa, a base de cálculo
(lucro tributável) é denominada Lucro Real, que será obtido mediante a escrituração do livro fiscal
denominado LALUR - Livro de apuração do Lucro Real. Nesse livro, registram-se os ajustes necessários
(adições e exclusões ou compensações) de acordo com a legislação vigente.

Participações e Contribuições: após a apuração do "Resultado depois do IR e CSLL", deve-se


calcular e deduzir outras participações do resultado, tais como dos empregados, administradores e de
assistência ou previdência do empregado. Essas participações normalmente estão previstas no estatuto
da empresa.

Resultado líquido do exercício (lucro ou prejuízo): o Resultado Líquido corresponde ao resultado


final do exercício "à disposição" dos proprietários (sócios ou acionistas) que, apoiados em determinações
legais e estatutárias, determinam a forma como será feita a sua distribuição. O saldo remanescente
integrará o Patrimônio Líquido da empresa nas contas Reservas de Lucros - caso ocorra lucro - e
Prejuízos Acumulados - caso ocorra prejuízo.

Exemplo de DRE
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Vendas de Produtos
Vendas de Mercadorias
Prestação de Serviços
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Devoluções de Vendas
Abatimentos
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos Vendidos
Custo das Mercadorias
Custo dos Serviços Prestados
(=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Com Vendas
Despesas Administrativas
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS
Despesas Financeiras
(-) Receitas Financeiras
Variações Monetárias e Cambiais Passivas
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS
Resultado da Equivalência Patrimonial
Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01
83
(=) RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL E SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro
(=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Beneficiárias, Fundos de
Assistência e Previdência para Empregados
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

Questões

01. (TRE/BA - Técnico Judiciário - CESPE) No que se refere à escrituração, o lançamento que
consiste na regularização da conta indevidamente debitada ou creditada com a transposição do registro
para a conta adequada é denominado
(A) transferência.
(B) estorno.
(C) retificação.
(D) complementação.
(E) ressalva.

02. (UFPA - Técnico em Contabilidade - UFPA) Enquanto procedimento básico em contabilidade, o


registro contábil a débito de uma conta indica
(A) Aumento de valor em se tratando de contas de ativo e diminuição de valor em caso de contas de
passivo.
(B) Diminuição de valor no caso de contas de ativo e aumento de valor em caso de contas de
passivo.
(C) Aumento de valor no caso de registro de receitas e diminuição de valor no caso de registro de
despesas.
(D) Variação positiva em caso de contas de patrimônio líquido.
(E) Aumento de valor em caso de contas que indiquem exigibilidades.

03. (Câmara de Boa Vista das Missões/RS - Contabilista do Legislativo Municipal - IOPLAN)
Determinado contador, enquanto efetuava um lançamento no livro diário, escreveu erroneamente o
número da nota fiscal. Tal fato foi por ele percebido de imediato. Nesse caso, é correto afirmar que o
contador deverá:
(A) Realizar um lançamento de estorno.
(B) Fazer uma transferência numérica da nota fiscal.
(C) Estabelecer uma ressalva, caso não concluído o lançamento.
(D) Estabelecer uma complementação.

04. (TRT 10° Região - Analista Judiciário - CESPE) O balanço patrimonial e o de resultado
econômico devem ser lançados no livro razão. Ambos têm de ser assinados por técnico em ciências
contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária.
( ) Certo ( ) Errado

05. (TRE/BA - Técnico Judiciário - CESPE) A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá
manter o livro razão ou fichas utilizadas para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos
efetuados no livro diário. Com relação ao livro razão, assinale a opção correta.
(A) É obrigatória a escrituração do livro razão por qualquer pessoa jurídica.
(B) A escrituração do livro razão deverá ser individualizada, obedecendo-se à ordem cronológica das
operações.
(C) O livro razão, com escrituração sintética, é auxiliar do livro diário.
(D) São dispensados no livro razão os termos de abertura e de encerramento.
(E) As entidades comerciais que adotem escrituração completa estão obrigadas a autenticar o livro
razão.

06. (COSANPA - Assistente Administrativo - FADESP) O registro sistemático nas contas e a


possibilidade de apuração dos saldos após cada lançamento efetuado é uma característica do livro
contábil denominado

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84
(A) registro de duplicatas.
(B) caixa.
(C) razão.
(D) registro de entradas.

Gabarito

01.A / 02.A / 03.C / 04.Errado / 05.B / 06.C

Comentários
01. Resposta: A
Transferência: consiste no estorno parcial. É aquele que promove a regularização de conta
indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposição do registro para a conta adequada.
A transferência permite a correção do erro mediante um único lançamento

02. Resposta: A
Ativo: aumenta a débito, diminui a crédito
Passivo: aumenta a crédito, diminui a débito
Patrimônio Líquido: aumenta a crédito, diminui a débito
Receita: aumenta a crédito, diminui a débito
Despesa: aumenta a débito, diminui a crédito

03. Resposta: C
Quando se tratar de um erro de redação observado antes mesmo do encerramento do respectivo
lançamento, a retificação ocorre no próprio histórico

04. Resposta: Errado


De acordo com o §2º do art. 1.179 do Código Civil (Lei nº 10.406/2002), serão lançados no Diário o
balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências
Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária.

05. Resposta: B
A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem
cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras emendas ou
transportes para as margens

06. Resposta: C
O Livro Razão registra, também, todos os fatos, só que dando ênfase às contas que compõem o
patrimônio. É esse livro que permite conhecer a movimentação de débito e crédito de cada elemento que
compõe o patrimônio da empresa

4. Documentação e arquivo: pesquisa, documentação, arquivo, sistema e


métodos de arquivamento e normas para arquivo; 5. Noções arquivísticas;

Arquivologia é a ciência que estuda as funções, os princípios, as técnicas do arquivo. O profissional


que exerce atividade ligada a arquivologia pode ser chamado de arquivista.
Busca gerenciar informações que possam ser registradas em documentos de arquivos, é muito comum
utilizar-se de técnicas, normas e outros procedimentos no processo de identificação, organização,
desenvolvimento, processamentos, análise, coleta, utilização, publicação, fornecimento, circulação,
recuperação e armazenamento das informações.

Profissional Arquivista
Algumas atribuições do profissional são:
- Gerenciar as informações;
- Realizar atividades de conservação;
- Preservação de documentos
- Gestão documental;
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- Disseminação da informação que se encontra nos documentos;
- Atuar em prol da preservação do patrimônio documental de uma pessoa física ou pessoa jurídica,
entre outras.

O arquivista pode atuar tanto em instituições públicas como privadas, agindo na manutenção dos seus
arquivos, centros de documentação, instituições culturais entre outras. Outras atividades realizadas pelo
profissional arquivista é a elaboração de instrumentos de pesquisa e recuperação da informação.
O gerenciamento da informação, o desenvolvimento das teorias, e as práticas de gestão foram
extremamente importantes, intensamente revolucionárias e fundamentais para o desenvolvimento da
arquivologia. Esse gerenciamento da informação conta ainda com desenvolvimento de projetos,
planejamentos, estudos e técnicas de organização sistemática e implantação de instituições e sistemas
arquivísticas.
Embora existam muitas técnicas, ferramentas, estudos que buscam a conservação de arquivos, um
grande desafio encontrado nesta área é que muitas empresas/organizações não tem uma preocupação
específica pelos seus arquivos.

Princípios Arquivísticos

Constituem o marco principal da diferença entre a arquivística e as outras ciências documentárias. São
eles:

Princípio da Proveniência: fixa a identidade do documento, relativamente a seu produtor. Por este
princípio, os arquivos devem ser organizados em obediência à competência e às atividades da instituição
ou pessoa legitimamente responsável pela produção, acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos
originários de uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva individualidade, dentro de
seu contexto orgânico de produção, não devendo ser mesclados a outros de origem distinta.

Princípio da Organicidade: as relações administrativas orgânicas se refletem nos conjuntos


documentais. A organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, funções e
atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações internas e externas.

Princípio da Unicidade: não obstante, forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo
conservam seu caráter único, em função do contexto em que foram produzidos.

Princípio da Indivisibilidade ou Integridade: os fundos de arquivo devem ser preservados sem


dispersão, mutilação, alienação, destruição não autorizada ou adição indevida.

Princípio da Cumulatividade: o arquivo é uma formação progressiva, natural e orgânica.

Princípio do Respeito pela Ordem Original: princípio segundo o qual os arquivos de uma mesma
proveniência devem conservar a organização estabelecida pela entidade produtora, a fim de se preservar
as relações entre os documentos como testemunho do funcionamento daquela entidade. Em outras
palavras, princípio segundo o qual o arquivo deveria conservar o arranjo dado pela entidade coletiva,
pessoa ou família que o produziu.

Princípio da Pertinência (ou Temático): os documentos deveriam ser reclassificados por assunto,
sem levar em consideração a proveniência e a classificação original.

Princípio da Reversibilidade: todo procedimento ou tratamento empreendido em arquivos pode ser


revertido, se necessário.

Princípio da Proveniência Territorial (ou Princípio da Territorialidade): os arquivos deveriam ser


conservados em serviços de arquivo do território no qual foram produzidos, exceto os documentos
elaborados pelas representações diplomáticas ou resultantes de operações militares.

Princípio da Proveniência Funcional: com a transferência de funções de uma autoridade para outra
como resultado de mudança política ou administrativa, documentos relevantes ou cópias são também
transferidos para assegurar a continuidade administrativa. Também chamado Pertinência Funcional.

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Os princípios referidos unanimemente pelos diferentes autores, como fundamentais, são os Princípios
da Proveniência e do Respeito pela Ordem Original.
Só através do respeito a estes princípios, se pode proceder corretamente à organização dos arquivos.
De fato, tentativas de realizar por outras formas, que não pelo seguimento destes princípios, falharam,
pois levaram muitas vezes à perda da informação (essencial) sobre o significado e contexto dos
documentos e sobre as suas relações, assim como dificultaram o seu acesso e o trabalho do arquivista.

O nível de importância dos arquivos está relacionado com a maneira como são geridos. Para que os
arquivos alcancem um nível de importância ainda maior, é necessário que sejam geridos da forma correta,
a fim de evitar o acúmulo de massas documentais desnecessárias, de agilizarem ações dentro de uma
instituição, enfim, que cumpram a sua função, seja desde o valor probatório até o cultural.
Sendo assim, ter seus documentos arquivados corretamente e devidamente organizados é uma
iniciativa que precisa ser cultivada sempre, e os motivos vão desde agilidade na hora de encontrar o que
procura, até a praticidade de dividir o espaço com outras pessoas e trazer eficiência ao trabalho.
É extremamente importante que os documentos de arquivos estejam sempre organizados por datas,
colocados em pastas separadas e devidamente identificados com etiquetas ou marcações nas caixa-
arquivos, de modo que sua localização seja rápida caso necessária.

Dica: Entidade Produtora é Pessoa Física ou Jurídica identificada como geradora de arquivo. Pode
ser chamada também de Produtor.

Documentos

Um documento é qualquer meio que comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de


uma afirmação. É uma unidade de registro de informação independente do suporte utilizado.
Juridicamente, os documentos podem ser considerados como atos, cartas ou escritos que carregam um
valor probatório. Os documentos preservados pelo arquivo podem ser classificados por diferentes tipos
em vários suportes.
O documento arquivístico pode ser produzido ou recebido durante uma atividade realizada por uma
pessoa ou por uma organização, deve possuir conteúdo, contexto e estrutura de modo que sirva como
prova da atividade. É uma informação registrada.
Assim, todo documento é uma fonte de informação como, por exemplo: o livro, a revista, o jornal, o
manuscrito, a fotografia, o selo, a medalha, o filme, o disco, a fita magnética etc.
Dessa forma, observa-se que os documentos de arquivos são gerados, recebidos e acumulados,
devido às funções naturais de uma entidade coletiva ou corporativa, pessoa ou família, podendo estar
registrados em diversos suportes informacionais.

Arquivo
O Arquivo26 é um conjunto de documentos criados ou recebidos por uma organização, firma ou
indivíduo. Esses documentos são fontes das informações utilizadas para a execução de
tarefas/atividades, reunidos por acumulação ao longo das atividades e isso ocorre independentemente
do suporte ou da natureza, sejam em atividades que envolvem pessoas físicas ou empresas em geral.
O arquivo é: a reunião de documentos conservados, visando à oportunidade que poderão oferecer
futuramente. Para ser funcional um arquivo deve ser planejado, instalado, organizado e mantido de acordo
com as necessidades inerentes aos setores.
Os arquivos são mantidos por entidades públicas federais, estaduais e municipais, assim como
institucionais comerciais. Para Martins27 o arquivo também pode ser definido como “a entidade ou órgão
administrativo responsável pela custódia, pelo tratamento documental e pela utilização dos arquivos sob
sua jurisdição”.
Os conjuntos de atas de reuniões da Diretoria, de projetos de pesquisa e de relatórios de atividades,
mais os conjuntos de dossiês de empregados, prontuários médicos, de boletins de notas, de fotografias
etc., constituem-se o Arquivo de uma Unidade por exemplo, e devem naturalmente refletir as suas
atividades.
O termo arquivo pode também ser usado para designar:
a) um documento de arquivo ou um documento digital (Ex.: Word, Excel);
b) um conjunto de documentos;
c) um móvel para guarda de documentos;
26
VALENTINI, Renato. Arquivologia para concursos / Renato Valentini. – [4. ed.]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
27
Martins, N.R. Noções básicas para organização de arquivos ativos e semiativados. Rio de Janeiro: 1998.

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d) o local onde o acervo documental arquivístico deverá ser conservado, de acordo com denominações
específicas: Arquivo, Arquivo Central, Arquivo Geral, ou até mesmo Arquivo Morto.
e) o órgão governamental ou institucional cujo objetivo seja o de guardar e conservar documentos de
arquivo.

Durante a atividade arquivística adota-se o seguinte glossário:


Arquivo: Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, pública ou
privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades, independentemente da natureza do
suporte.

Arquivo central: Arquivo responsável pela normalização dos procedimentos técnicos aplicados aos
arquivos de uma administração, podendo ou não assumir a centralização do armazenamento. Também
chamado arquivo geral. Em alguns países, a expressão designa o arquivo nacional.

Fundo: Conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Termo que equivale a um arquivo.
Quanto ao conceito de fundos, concebido como o conjunto de documentos provenientes de um órgão,
deve-se atentar para duas classificações constantes da Teoria Arquivística:

a) Fundo Fechado: quando o órgão gerador da documentação não mais produz ou acumula
documentos em virtude geralmente da cessação de suas atividades. Por exemplo, uma instituição
governamental que deixou de funcionar e foi extinta ou uma pessoa física que faleceu.

b) Fundo Aberto: quando o organismo produtor e acumulador da documentação ainda se encontra


em atividade, continuando a gerar documentos arquivísticos. Por exemplo, o arquivo da Rede Globo de
Televisão é considerado um fundo aberto.

A principal finalidade dos arquivos é servir à administração, constituindo-se, com o decorrer do tempo,
em base do conhecimento da história. Além disso, deve-se considerar que a função básica do arquivo é
tornar disponíveis as informações contidas do acervo documental sob sua guarda.
Suas principais funções:
• Guarda
• Conservação
• Disponibilização

Logo, deve facilitar o acesso aos documentos pelos consulentes. Pode se perceber que o setor de
arquivo auxilia a empresa nos seus processos de tomada de decisão, além de ser importante também
para provar fatos organizacionais. Seu papel objetiva também salvaguardar a documentação histórica
relevante para a constituição da memória institucional.

Conceitos Complementares

- A totalidade dos documentos conservados em um arquivo recebe o nome de acervo.


- O acesso é a disponibilidade de um arquivo para consulta.
- As embalagens destinadas à proteção dos documentos e a facilitar o seu manuseio, são chamadas
de acondicionamento.
- O conjunto de operações de armazenamento e acondicionamento de documentos é o arquivamento.
Armazenamento → guarda
Acondicionamento → embalagem (proteção aos documentos)
Por exemplo: alguns documentos deixaram de ser consultados com frequência, tendo sido, por essa
razão, transferidos ao arquivo intermediário, a fim de aguardarem a sua destinação final. Neste arquivo,
tais documentos foram empacotados e colocados nas estantes de aço.
a) Qual foi a forma de acondicionamento usada?
Os pacotes, que servem para proteger o documento.

b) Qual o local de armazenamento dos documentos empacotados?


Eles foram guardados nas estantes de aço.

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A Gestão de Documentos é o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua
produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua
eliminação ou recolhimento para a guarda permanente.
Para melhor compreender o que foi exposto, é essencial entender as 3 idades dos documentos (Ciclo
de vida dos documentos):

1. Arquivo de Primeira Idade ou Corrente: trata-se do conjunto de documentos estreitamente


vinculados aos objetivos imediatos para os quais foram produzidos ou recebidos no cumprimento de
atividades-meio e atividades-fim e que se conservam junto aos órgãos produtores em razão de sua
vigência e da frequência com que são por eles consultados.

2. Arquivo de Segunda Idade ou Intermediário: conjunto de documentos originários de arquivos


correntes, com uso pouco frequente, que aguardam, em depósito de armazenamento temporário, sua
destinação final.

3. Arquivo de Terceira Idade ou Permanente: constituído de documentos que perderam todo valor
de natureza administrativa e que se conservam em razão de seu valor histórico ou documental e que
constituem os meios de conhecer o passado e a sua evolução. Estes são os arquivos históricos
propriamente ditos, pois é nessa fase que os documentos são arquivados de forma definitiva.

Protocolo

É a denominação geralmente atribuída a setores encarregados do recebimento, registro, distribuição


e movimentação dos documentos em curso; denominação atribuída ao próprio número de registro dado
ao documento; livro de registro de documentos recebidos e/ou expedidos.

Classificação Básica de Arquivos

Há vários tipos de arquivos, tudo depende dos objetivos e competências das entidades que os
produzem e podem ser classificados segundo as entidades criador-mantenedoras:
- Públicas: federal, estadual, municipal.
- Privadas: institucionais (empresas, escolas, igrejas, sociedades, clubes, associações).
- Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc.

Temos também os arquivos que guardam e organizam documentos cujas informações são registradas
em suportes diferentes do papel como discos, filmes, fitas, dvd’s, cartões de memória, etc., e são
chamados de Especiais. Estes podem fazer parte de um arquivo mais completo.
Existem aqueles que guardam documentos gerados por atividades muito especializadas como os
arquivos médicos, de imprensa, de engenharia, literários e que muitas vezes precisam ser organizados
com técnicas e com materiais específicos. São denominados como arquivos Especializados.

Tipos de Pastas
Os tipos de pastas mais comuns são:

Pastas Suspensas: indicada para o arquivamento de documentos em tamanhos oficio ou A4. Os


documentos são arquivados na posição vertical dentro da pasta, e a pasta é colocada em estantes.
Possuem etiquetas laterais para identificação da documentação ou da pasta. É muito utilizado em arquivo
corrente.

Pastas Intercaladoras: essas pastas não utilizam varões nem visores, e destina-se à guarda de
pequenos volumes de papéis.

Pasta A/Z: ideal para o arquivamento de documentos em tamanhos oficio ou A4. Os documentos são
arquivados na posição vertical e ordenadas de A a Z. Possibilita a colocação de guias indicando nome ou
nº do documento ou pasta. É muito utilizado em arquivo corrente.

Pasta Sanfonada: confeccionada em diversos tamanhos. Possuem divisórias e guias para indicar o
assunto. É ideal para o arquivamento de documentos utilizados em atividades externas, pois há maior
mobilidade do usuário para o arquivamento de documentos em tamanho oficio ou A4.

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Pasta Americana: confeccionada em diversos tamanhos. Pasta estilo caso policial que possui aba
para identificações. É usada para o arquivamento de documentos utilizados em atividades externas, pois
há maior mobilidade do usuário para o arquivamento de documentos em tamanho oficio ou A4.

Fichário: se classifica como arquivo permanente. O fichário é um móvel de aço próprio para fichas,
que pode ter uma, duas, três ou quatro gavetas ou estar conjugado com gavetas para fichas e
documentos.

No fichário horizontal, as fichas são guardadas em posição horizontal, uma sobre as outras (modelo
KARDEX). As fichas são fixadas por meio de bastões metálicos presos às gavetas, desta disposição das
hastes resulta que a primeira ficha presa, a partir do fundo, ficará inteiramente visível, deixando que a
imediatamente inferior apareça uma faixa correspondente à dimensão da barra, e assim sucessivamente,
lembrando o aspecto de uma esteira. As faixas que aparecem funcionam como verdadeiras projeções,
nas quais são feitas anotações.
O fichário vertical é aquele em que as fichas são guardadas em posição vertical, uma atrás das outras,
geralmente separadas por guias. É o modelo mais usado por ser mais econômico. As gavetas ou bandejas
podem comportar um grande número de fichas.

O arquivo, quando bem organizado:


- Transmite ordens;
- Evita repetição desnecessária de experiências;
- Diminui a duplicidade de documentos;
- Revela o que está por ser feito, o que já foi feito e os resultados obtidos;
- Constitui fonte de pesquisa para todos os ramos administrativos;
- Auxilia o administrador a tomada de decisões.

Métodos ou Técnicas de Arquivamento

Conceito dado pelo Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, revela que métodos de
arquivamento é = Sequência de operações que determina a disposição dos documentos de um arquivo
ou coleção, uns em relação aos outros, e a identificação de cada unidade.

O uso de métodos de arquivamento apropriados é muito importante para o organismo da arquivologia,


pois dessa forma quem trabalha com a documentação irá organizá-la melhor (arranjo, disposição), a fim
de recuperá-la com rapidez quando for necessário.

Mas, como escolher o método mais adequado?


Cada organismo deve adotar métodos de arquivamento que atendam às suas necessidades
específicas, levando-se em consideração a estrutura da entidade e as características dos documentos a
serem arquivados.
O ideal é a instituição não adotar um único método de arquivamento, e sim vários deles, considerando
sempre a documentação existente nos setores componentes de determinada empresa.

Os métodos de arquivamento são divididos em duas grandes classes:

a) Básicos
• Alfabético (principal elemento a ser considerado em um documento: nome);
• Geográfico (principal elemento a ser considerado: local ou procedência);
• Numérico (principal elemento a ser considerado: número);
• Ideográfico (principal elemento a ser considerado: assunto).

Dica:
- Os métodos numéricos podem ser: simples/cronológico/dígito-terminal;
- Os métodos ideográficos podem ser: alfabético (enciclopédico/dicionário) e numérico (duplex/decimal
/uni termo ou indexação coordenada).

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b) Padronizados
• Variadex: é o método alfabético, acrescentando cores às letras.
O método trabalha com 5 cores diferentes. As cores são atribuídas em função da 2ª letra do nome de
entrada no arquivo. As guias são coloridas e as notações alfabéticas.
Cores convencionadas:
A – D e abreviações – ouro ou laranja
E – H e abreviações – rosa ou amarelo
I – N e abreviações – verde
O – Q e abreviações – azul
R – Z e abreviações – palha ou violeta
As cores são alteradas de acordo com as conveniências.

• Automático - usa-se para arquivar nomes, evitando acumular pastas de sobrenomes iguais. Combina
letras, números e cores.

• Soundex - usa-se para arquivar nomes, reunindo-os pela semelhança da pronúncia, apesar de a
grafia ser diferente.

• Mnemônico - usa-se para codificar os assuntos através da combinação de letras em lugar de


números. As letras são consideradas símbolos, pelo fato deste método pretender auxiliar a memória do
arquivista, a fim de possibilitar, de forma mais ágil, a recuperação da informação.

• Rôneo - Combina letras, números e cores. Está obsoleto.

Os métodos básicos e padronizados fazem parte de dois grandes sistemas


a) Sistema Direto: o próprio nome sugere a busca direta ao local de guarda do documento, sem o
auxílio de índice ou quaisquer outros instrumentos de pesquisa.
Exemplos: métodos alfabético e geográfico.

b) Sistema Indireto: para recuperar o documento é necessário recorrer a um índice alfabético remissivo
ou a um determinado código.

Métodos Diretos e Indiretos

• Método Alfabético: é o sistema mais simples, fácil, lógico e prático, porque obedecendo à ordem
alfabética pode-se logo imaginar que não apresentará grandes dificuldades nem para a execução do
trabalho de arquivamento, nem para a procura do documento desejado, pois a consulta é direta.

• Método Numérico Simples: consiste em numerar as pastas em ordem da entrada do


correspondente ou assunto, sem nenhuma consideração à ordem alfabética dos mesmos, dispensando
assim qualquer planejamento anterior do arquivo. Para o bom êxito deste método, devemos organizar
dois índices em fichas; em umas fichas serão arquivadas alfabeticamente, para que se saiba que numero
recebeu o correspondente ou assunto desejado, e no outro são arquivadas numericamente, de acordo
com o número que recebeu o cliente ou o assunto, ao entrar para o arquivo. Este último índice pode ser
considerado tombo (registro) de pastas ocupadas e, graças a ele, sabemos qual é o último número
preenchido e assim destinaremos o número seguinte a qualquer novo cliente que seja registrado.

• Método Alfabético Numérico: como se pode deduzir pelo seu nome, é um método que procurou
reunir as vantagens dos métodos alfabéticos simples e numérico simples, tendo alcançado seu objetivo,
pois desta combinação resultou um método que apresenta ao mesmo tempo a simplicidade de um e a
exatidão e rapidez, no arquivamento, do outro. É conhecido também pelo nome de numeralfa e
alfanumérico.

• Método Geográfico: é muito aconselhável quando desejamos ordenar a documentação de acordo


com a divisão geográfica, isto é, de acordo com os países, estados, cidades, municípios etc. Nos
departamentos de vendas, por exemplo, é de especial utilidade para agrupar os correspondentes de
acordo com as praças onde operam ou residem.

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• Método Específico ou por Assunto: representado por palavras dispostas alfabeticamente, é um
dos mais difíceis processos de arquivamento, pois, consistindo em agrupar as pastas por assunto,
apresenta a dificuldade de se escolher o melhor termo ou expressão que defina o assunto. Temos o
vocabulário todo da língua à nossa disposição e justamente o fato de ser tão amplo o campo da escolha
nos dificulta a seleção acertada, além do que entra muito o ponto de vista pessoal do arquivista, nesta
seleção.

• Método Decimal: foi inspirado no Sistema Decimal de Melvil Dewey que organizou um sistema de
classificação para bibliotecas, dividido por conhecimentos humanos em dez classes, as quais, por sua
vez, se subdividiram em outras dez, e assim por diante, sendo infinita essa possibilidade de subdivisão,
graças à sua base decimal.

• Método Simplificado: este a rigor não deveria ser considerado propriamente um método, pois, na
realidade, nada mais é do que a utilização de vários métodos ao mesmo tempo, com a finalidade de reunir
num só móvel as vantagens de todos eles.

Preservação

Os documentos arquivísticos têm que se manter acessíveis e utilizáveis por todo o tempo que se fizer
necessário, garantindo-se sua longevidade, funcionalidade e acesso contínuo. Deverão ser asseguradas
as características dos documentos – tais como autenticidade e acessibilidade - pela adoção de estratégias
institucionais e técnicas proativas de criação e de preservação, que garantam a sua perenidade. Essas
estratégias são estabelecidas por uma política de preservação.
Tradicionalmente a preservação de documentos arquivísticos se concentra na obtenção da
estabilidade do suporte da informação. Nos documentos convencionais, o conteúdo e o suporte estão
intrinsecamente ligados, dessa forma a manutenção do suporte garante a preservação do documento.
De forma distinta, nos documentos digitais, o foco da preservação é a manutenção do acesso, que
pode implicar na mudança de suporte e formatos, bem como na atualização do ambiente tecnológico. A
fragilidade do suporte digital e a obsolescência tecnológica de hardware, software e formato exigem essas
intervenções periódicas.
As estratégias de preservação para os documentos arquivísticos devem ser selecionadas com base
na sua capacidade de manter as características dos documentos e na avaliação custo-benefício. Podem
incluir monitoramento e controle ambiental, restrições de acesso, cuidados no seu manuseio direto e
obtenção de suportes e materiais mais duráveis (papel, tinta, disco óptico, fita magnética, etc.).
No caso específico dos documentos digitais, essas estratégias incluem a prevenção da obsolescência
tecnológica e de danos físicos ao suporte, por meio de procedimentos de migração como
rejuvenescimento (refreshing) e conversão.
Outras técnicas utilizadas na preservação de documentos digitais são: emulação, encapsulamento e
preservação da tecnologia. A adoção de formatos digitais abertos se configura adicionalmente como
medida de preservação recomendável e necessária.

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INSTRUMENTOS DE PESQUISA28

A descrição Documental é um conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e


de conteúdo dos documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa, a [classificação dos
documentos] só consegue atingir plenamente seus objetivos mediante a descrição. Sendo assim, a
descrição é proveniente do processo de classificação e de avaliação dos documentos, devendo ser aliada
a um conjunto de metadados que representem as informações que identificam o acervo arquivístico e
explicam o seu contexto.
Os instrumentos que apoiam a descrição são os inventários, guias, catálogos, os quais explicam os
documentos de arquivo quanto a sua localização, identificação e gestão, além de situar o pesquisador
quanto ao contexto e os sistemas de arquivo que os gerou. No intuito de padronizar a descrição
arquivística o Conselho Internacional de Arquivos criou uma norma mundial de descrição arquivística,
General International Standard Archival Description, a ISAD (G). Esta norma propõe padronizar a
descrição arquivística a partir de uma estruturação multinível, isto é, do geral ao particular, inserindo cada
item da descrição na estrutura geral do fundo de arquivo, em uma relação hierárquica. Existe também
outras normas como a Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE). Ambas abordamos neste
material

Os instrumentos

Os instrumentos de pesquisa completam o trabalho de um arquivo com a finalidade de propiciar o


acesso aos documentos, consulta e divulgação do acervo e se apresentam em vários formatos e cada
um possui características próprias, que vão atender as necessidades dos pesquisadores
Instrumentos de pesquisa, tais como guias, inventários e catálogos (em meio impresso ou digital),
descrevem conjuntos documentais do acervo permanente e tem como objetivo fornecer elementos de
descrição em vários níveis que permitam aos usuários conhecer as diversas modalidades de abordagem
ao acervo.
“Obra de referência, publicada ou não, que identifica, localiza, resume ou transcreve, em
diferentes graus e amplitudes, fundos, grupos, séries e peças documentais existentes num
arquivo permanente, com a finalidade de controle e de acesso ao acervo.” (Dicionário de
Terminologia Arquivística, 1996, p.45).

“Meio que permite a identificação, localização ou consulta a documentos ou a informações


neles contidas. Expressão normalmente empregada em arquivos permanentes”. (Dicionário
Brasileiro de Terminologia Arquivística, 2005, p.108).

O processo da descrição consiste na elaboração de instrumentos de pesquisa que possibilitem um


encontro satisfatório entre o documento e o pesquisador/usuário.

Tipos de Instrumento de Pesquisa


-Guias;
- Inventários;
- Catálogos;
- Catálogo seletivo;
- Índices.

Guia
“Instrumento de pesquisa que oferece informações gerais sobre fundos e coleções existentes em um
ou mais arquivos” (Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, 2005, p.102).
“...tem por finalidade dar uma visão de conjunto dos serviços de arquivo de modo a permitir ao
pesquisador saber quais são seus recursos, a natureza e o interesse dos fundos que ele abriga, os
instrumentos de pesquisa de que dispõe, quais as fontes complementares”. (Bellotto, 1991).

Inventário
“Instrumento de pesquisa em que a descrição exaustiva ou parcial de um fundo ou de uma ou mais de
suas subdivisões toma por unidade a série, respeitada ou não a ordem da classificação” (Dicionário de
Terminologia Arquivística, 1996).

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NOÇÕES DE ARQUIVÍSTICA E ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS HISTÓRICOS. AULA IV - DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA. Universidade Sem fronteiras.

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“...são, pela ordem hierárquica dos níveis de classificação, os instrumentos de pesquisa que se
seguem ao guia. Eles buscarão dar um quadro sumário de um ou mais fundos ou coleções. O objetivo é
descrever as atividades de cada titular, as séries integrantes, o volume de documentos, as datas-limite e
os critérios de classificação e ordenação” (Ancona Lopes, 2000).

Catálogo
“Instrumento de pesquisa em que a descrição exaustiva ou parcial de um fundo ou de uma ou mais de
suas subdivisões toma por unidade a peça documental, respeitada ou não a ordem de classificação”.
(Dicionário de Terminologia Arquivística, 1996).

Catálogo Seletivo
“Catálogo que toma por unidade documentos previamente selecionados, pertencentes a um ou mais
fundos ou arquivos, segundo um critério temático”.
(Dicionário de Terminologia Arquivística, 1996).

Índice
“Relação sistemática de nomes de pessoas, lugares, assuntos ou datas contidos em documentos ou
em instrumentos de pesquisa, acompanhados das referências para sua localização”.
(Dicionário de Terminologia Arquivística, 1996)

Catálogos e índices
“... Constituem-se em instrumentos voltados para a localização específica de unidades documentais.
O catálogo dará continuidade à descrição da série iniciada com o inventário, detendo-se, agora, em cada
documento, respeitando ou não a ordenação destes dentro da série.” (Ancona Lopes, 2000).

Relação entre cada tipo de Instrumento de Pesquisa (IP) e o nível da descrição.

NIVEL BASE DA DESCRIÇÃO INSTRUMENTOS


Instituição Conjuntos documentais Guia
amplos
Fundos, Grupos e Séries Inventário
Coleções
Séries Unidades documentais Catálogo
Unidades documentais Assunto Catálogo Seletivo
selecionadas pertencentes Recorte temático Índice
a uma ou mais origens

Questões

01. (JUCEPAR/PR - Assistente Administrativo - FAU/2016) Métodos de arquivamento de


documentos mais utilizado e difundido:
(A) Por ordem de chegada, Cronológico e mnemônico.
(B) Alfabético, numérico simples, ideográfico.
(C) Numérico inverso e Enciclopédico e bibliográfico.
(D) Sistemático, decimal, centesimal.
(E) Por assunto, digital, decrescente.

02. (Colégio Pedro II - Assistente em Administração - Acesso Público) Ao organizar e arquivar


uma série de documentos, ordenados por nome, assunto ou local, o sistema de classificação utilizado
será:
(A) alfabético.
(B) alfanumérico.
(C) cronológico.
(D) geográfico.
(E) numérico.

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03. (UFRN - Assistente em Administração - COMPERVE/2017) Para facilitar e agilizar a localização
das pastas em um arquivo, a secretária do Departamento de Ciências Sociais fixou um índice onomástico
na porta do armário, de forma que, quando precisar retirar uma delas, basta identificar seu número na
lista e efetuar a busca no arquivo, no qual as pastas estarão arquivadas em ordem numérica crescente.
Essa prática, muito comum nos escritórios, utiliza o método de arquivamento
(A) numérico cronológico.
(B) numérico simples.
(C) alfabético documental.
(D) alfabético ideográfico.

04. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário - FCC) Os métodos diretos de arquivamento


(A) baseiam-se em sistemas numéricos.
(B) dispensam o uso de instrumentos de localização.
(C) supõem a indexação coordenada.
(D) só podem ser utilizados em empresas privadas.
(E) dependem de recursos informatizados.

05. (IF/RN - Técnico em Arquivo - FUNCERN) O conceito de métodos de arquivamento é:


(A) predominância de documentos decorrentes do exercício das atividades-meio de uma instituição ou
unidade administrativa.
(B) sequência de operações que determina a atribuição de informações contidas nos documentos com
relação aos graus de sigilo, conforme legislação específica.
(C) predominância de atividades desenvolvidas em decorrência da finalidade de um documento, sendo
também chamada atividade finalística.
(D) sequência de operações que determina a disposição dos documentos de um arquivo ou coleção,
uns em relação aos outros e a identificação de cada unidade.

06. (IF/AL - Assistente Administrativo - COPEVE-UFAL) Os métodos de arquivamento de


documentos podem ser
(A) indireto, alfabético, geográfico e numérico.
(B) alfabético, numérico, iconográfico e mnemônico.
(C) numérico, geográfico, ideográfico e tríplex.
(D) alfabético, geográfico, ideográfico e iconográfico.
(E) alfabético, geográfico, numérico e ideográfico.

07. (IF/BA - Técnico em Arquivo - FUNRIO) Os métodos de arquivamento enciclopédico e dicionário


são exemplos de métodos
(A) padronizados.
(B) geográficos.
(C) numéricos simples.
(D) por assunto numéricos.
(E) por assunto alfabéticos.

08. (AL/SP - Agente Legislativo de Serviços Técnicos e Administrativos - FCC) Os métodos de


arquivamento de documentos dividem-se em duas classes. São elas:
(A) numérica e mnemônica.
(B) direta e indireta.
(C) básica e padronizada.
(D) alfabética e numérica.
(E) dicionário e indexação coordenada.

09. (Câmara Municipal de Jaboticabal - Assistente Administrativo Jurídico - VUNESP) Para que
os documentos de arquivo estejam acessíveis, é necessário que eles sejam bem ordenados e arquivados.
O arquivamento é feito por meio de técnicas ou métodos específicos que chamamos de métodos de
arquivamento. Para o arquivamento dos documentos públicos ou privados, o método de arquivamento
variadex é aquele que utiliza a combinação de
(A) números e letras.
(B) nomes e cores.
(C) cores e números.

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(D) números, cores e letras.
(E) letras e cores.

10. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar - FUNCAB/2016)


Observe as definições a seguir:

Essas definições se referem, respectivamente, aos princípios arquivísticos:


(A) organicidade e proveniência.
(B) cumulatividade e unicidade.
(C) temporalidade e unicidade.
(D) cumulatividade e proveniência.
(E) recolhimento e indivisibilidade.

11. (UFC - Assistente em Administração - CCV-UF) Princípio da arquivologia que se refere ao fato
de que os arquivos constituem uma formação progressiva e natural decorrente das funções e atividades
de um organismo (pessoa, empresa, etc.):
(A) unicidade.
(B) proveniência.
(C) organicidade.
(D) cumulatividade.
(E) indivisibilidade.

12. (Telebrás - Analista Administrativo - CESPE) Com relação aos princípios da arquivística, julgue
o item a seguir.
O princípio da territorialidade defende que os arquivos sejam mantidos, guardados e conservados nos
locais onde foram acumulados.
( ) Certo ( )Errado

13. (GDF - Analista de Atividades Culturais - IADES) Com relação ao campo teórico da arquivologia,
assinale a alternativa correta.
(A) A arquivologia estuda as funções dos serviços ou instituições de arquivo e os princípios e as
técnicas a serem observados no tratamento e na disponibilidade dos acervos arquivísticos.
(B) As três idades documentais podem ser denominadas de corrente, semiativa e informativa.
(C) O ramo da arquivologia que estuda acervos de documentos ancestrais é adjetivado de
arqueológico.
(D) A arquivística é a técnica e a arquivologia, a ciência, segundo a visão difundida pelo Arquivo
Nacional.
(E) O triplo objeto da arquivologia é o fundo arquivístico, o arquivista e a instituição arquivística.

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14. (CFO/DF - Secretariado Executivo - Quadrix/2017) No que se refere à arquivística e a tipos de
arquivamento, julgue o seguinte item.
Para preservar sua memória ao longo do tempo, uma instituição precisa gerenciar seu arquivo de
maneira adequada. Segundo a arquivologia, entende-se por arquivo o conjunto de mobiliário de aço e
pastas suspensas que a organização adquire para organizar seus documentos.
( ) Certo ( ) Errado

15. (Fundação Universidade de Brasília/FUB – Arquivista - CESPE)

Tendo como referência o texto acima e acerca do gerenciamento da informação e gestão de


documentos aplicada aos arquivos governamentais, julgue os itens seguintes.
O protocolo, como um dos componentes da gestão de documentos, é responsável pelas atividades de
registro, de controle da tramitação, de distribuição, expedição e abertura de processos.
(....) Certo (....) Errado

16. A preservação de Documentos é importante, para:


(A) Para o documento se tornar cada vez mais importante
(B) Para a informação que consta naquele documento não se perder
(C) Para a multiplicação das informações
(D) Para microfilmá-las

Gabarito

01.B / 02.A / 03.B / 04.B / 05.D / 06.E / 07.E / 08.C / 09.E / 10.A / 11.D / 12.Certo / 13.A / 14.Certo /
15.CERTO / 16.B

Comentários

01. Resposta: B
Os métodos mais utilizados são:
Alfabético - nome
Geográfico - o local
Numérico Simples - número a cada correspondente ou cliente
Ideográfico - o assunto

02. Resposta: A
Método alfabético é o sistema mais simples, fácil, lógico e prático, porque obedecendo à ordem
alfabética pode-se logo imaginar que não apresentará grandes dificuldades nem para a execução do
trabalho de arquivamento, nem para a procura do documento desejado, pois a consulta é direta.

03. Resposta: B
O método numérico simples é adotado quando a organização é feita pelo número do documento ou
da pasta em que este foi arquivado. É um método muito utilizado na organização de prontuários médicos,
pastas de funcionários, processos e filmes.

04. Resposta: B
Sistema direto é aquele em que a busca é feita diretamente sem a necessidade de se consultar um
índice. É uma característica dos métodos que organizam documentos por nome (alfabético, geográfico,

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dicionário e enciclopédico). Sistema indireto é aquele em que, para se localizar o documento, é preciso
antes consultar um índice ou um código.

05. Resposta: D
Conceito dado pelo Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística = Sequência de operações que
determina a disposição dos documentos de um arquivo(1) ou coleção, uns em relação aos outros, e a
identificação de cada unidade.

06. Resposta: E
Métodos de Arquivamento:
-alfabético: quando o elemento principal para a recuperação da informação for o nome;
-geográfico: quando o elemento principal para a recuperação da informação for o local (cidade, estado
e país);
- numérico simples: quando o elemento principal para a recuperação da informação for o número do
documento;
-numérico-cronológico: quando ao número do documento vier associado a data;
-ideográfico: quando o elemento principal para a recuperação da informação for o assunto. A
ordenação dos assuntos deverá seguir a modalidade alfabética (dicionária ou enciclopédica) ou numérica
(decimal ou duplex).

07. Resposta: E
O Método alfabético é quando o elemento principal para a recuperação da informação for o nome,
como visto anteriormente.

08. Resposta: C
Não confunda:
Os métodos básicos e padronizados fazem parte de dois grandes sistemas:
• direto
• indireto
Os métodos de arquivamento são divididos em duas grandes classes:
• básicos
• padronizados.

09. Resposta: E
É o método alfabético, acrescentando cores às letras. Trabalha-se com 5 cores diferentes. As cores
são atribuídas em função da 2ª letra do nome de entrada no arquivo. As guias são coloridas e as notações
alfabéticas.

10. Resposta: A
Princípio da Organicidade
As relações administrativas orgânicas se refletem nos conjuntos documentais. A organicidade é a
qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, funções e atividades da entidade
produtora/acumuladora em suas relações internas e externas.
Princípio da Proveniência
Fixa a identidade do documento, relativamente a seu produtor. Por este princípio, os arquivos devem
ser organizados em obediência à competência e às atividades da instituição ou pessoa legitimamente
responsável pela produção, acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos originários de uma
instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva individualidade, dentro de seu contexto orgânico
de produção, não devendo ser mesclados a outros de origem distinta.

11. Resposta: D
Princípio da Cumulatividade
O arquivo é uma formação progressiva, natural e orgânica.

12. Resposta: Certo


- Princípio da proveniência territorial (ou Princípio da territorialidade)
Os arquivos deveriam ser conservados em serviços de arquivo do território no qual foram produzidos,
excetuados os documentos elaborados pelas representações diplomáticas ou resultantes de operações
militares.

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13. Resposta: A
A ciência que estuda as funções, os princípios, as técnicas do arquivo é chamada de arquivologia. O
profissional que exerce atividade ligada a arquivologia pode ser chamado de arquivista. A arquivologia
busca gerenciar informações que possam ser registradas em documentos de arquivos. É muito comum
utilizar-se princípios, técnicas, normas e outros procedimentos no processo de identificação, organização,
desenvolvimento, processamento, análise, coleta, utilização, publicação, fornecimento, circulação,
recuperação e armazenamento das informações.
O gerenciamento da informação, o desenvolvimento das teorias, e as práticas de gestão foram
extremamente importantes, intensamente revolucionárias e fundamentais para o desenvolvimento da
arquivologia. Esse gerenciamento da informação conta ainda com desenvolvimento de projetos,
planejamentos, estudos e técnicas de organização sistemática e implantação de instituições e sistemas
arquivísticas. Embora existam muitas técnicas, ferramentas, estudos que buscam a conservação de
arquivos, um grande desafio encontrado nesta área é que muitas empresas/organizações não tem uma
preocupação específica pelos seus arquivos. Quando ocorre esse desinteresse consequentemente o
profissional também é desconhecido pela organização e as atividades que esse profissional qualificado
realizaria em prol do gerenciamento das informações passam a ser exercidas por profissionais de outras
áreas não capacitados a atuar como arquivista. Uma consequência do posicionamento de algumas
organizações é justamente a qualidade e resultado dos serviços.

14. Resposta: Certo


Existe uma polissemia (vários significados) na palavra arquivo. O termo pode significar o conjunto de
documentos assim definido na Lei 8.159/91; como a entidade ou instituição de custódia; o setor de
trabalho, assim dizendo, o setor de arquivo de uma instituição; e o móvel utilizado para guarda de
documentos. A questão está incompleta e um pouco confusa, mas não deixa de estar CERTA.

15. Resposta: Certo


Protocolo está intimamente ligado às atividades de controle. São consideradas atividades de controle:
Recebimento - inclui a atividade de receber os documentos, tanto os produzidos internamente quanto
os encaminhados à instituição por outras empresas;
Classificação - consiste na classificação dos documentos em relação ao assunto a que se referem,
ou seja, os documentos serão separados em: ostensivo, sigiloso e Particular. Os documentos de natureza
ostensiva deverão ser abertos e analisados, enquanto os de natureza sigilosa e particular deverão ser
encaminhados diretamente aos respectivos destinatários;
Registro e autuação - os documentos recebidos pelo protocolo são registrados em formulários ou em
sistemas eletrônicos, nos quais serão descritos os dados referentes a número, nome do remetente,
procedência, data e assunto a que se referem. Após essa etapa, os documentos são numerados
(autuados) conforme sua ordem de chegada ao protocolo; o que também pode ser chamado de
protocolização. O termo autuação também significa a formação de processos;
Movimentação (expedição/distribuição) - consiste na entrega dos documentos aos respectivos
destinatários. Quando é interna é distribuição e quando é externa é expedição (saída de documentos na
empresa).

16. Resposta: B
A preservação dos documentos é importante para que o documento esteja sempre em perfeito estado
para ser consultado e as informações perpetuadas.

6. Correspondência e Atos Oficiais. Modelos oficiais, ofícios e requerimentos.

Caro (a) candidato (a) o conceito de “Oficio” foi abordado no tópico 2. Redação oficial: 2.1.
Correspondência oficial; 2.2. Digitação qualitativa, abreviações e formas de tratamento; 2.3. Expressões
e vocábulos latinos de uso frequente nas comunicações administrativas oficiais; 2.4. Documentos e
modelos.

Os órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário emitem documentos oficiais com decisões
ou normas, que oficializam como vigente determinada ordem, por exemplo. Estes documentos são

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99
chamados de atos oficiais ou documentos oficiais e são muitas vezes elaborados através da redação
oficial do Manual de Redação da Presidência da República.

Requerimento

Se algum dia você precisar se dirigir a uma autoridade para fazer um pedido para o qual necessite ter
amparo na lei, deve fazê-lo através de um requerimento.
É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma autoridade administrativa um direito do
qual se julga detentor. Estrutura:
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja, da autoridade competente.
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente (grafado em letras maiúsculas) e
respectiva qualificação: nacionalidade, estado civil, profissão, documento de identidade, idade (se maior
de 60 anos, para fins de preferência na tramitação do processo, segundo a Lei 10.741/03), e domicílio
(caso o requerente seja servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação civil deve ser
colocado o número do registro funcional e a lotação); Exposição do pedido, de preferência indicando os
fundamentos legais do requerimento e os elementos probatórios de natureza fática.
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
- Local e data.
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.

Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, reivindicação ou manifestação, o documento
utilizado será um abaixo-assinado, com estrutura semelhante à do requerimento, devendo haver
identificação das assinaturas.
A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 51,
XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse direito se instrumentaliza por meio de requerimento.
No que concerne especificamente aos servidores públicos, a lei que institui o Regime único estabelece
que o requerimento deve ser dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por
intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente (Lei nº 8.112/90, art. 105).
- Para um bom requerimento, basta esquematizá-lo, segundo os passos:

(Destinatário/invocação)

Requerente
Identificação

O que requer
Justificativa
(Amparo legal, se houver)

(Localidade e data)
(Assinatura)

a) DESTINATÁRIO (invocação): deve conter o tratamento conveniente, o título ou o cargo do


destinatário, sem citar o nome. Por uma questão de destaque, o destinatário pode vir todo em letras
maiúsculas, mas não é obrigatório.
MAGNÍFICO SR. SUB-REITOR DE GRADUAÇÃO DA UNINERJ

b) TEXTO: cerca de 7 linhas abaixo do destinatário. Na datilografia, espaço 2; em digitação, espaço


1,5.
NOME E IDENTIFICAÇÃO: Informações necessárias completas (nacionalidade, estado civil,
endereço, identidade, CPF, etc.).
EXPOSIÇÃO: descreve-se o que se está requerendo, com toda clareza possível.
JUSTIFICATIVA: as razões pelas quais está requerendo. Pode-se citar leis, ou indicar documentos
que comprovem.

c) FECHO: cerca de 3 linhas abaixo do texto. Pode ocupar uma ou duas linhas. Não é obrigatório.
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100
Termos em que pede deferimento.
Nesses termos, pede deferimento.

d) Data: cerca de 2 linhas do fecho (se houver), ou do texto. Deve ser completa. Rio de Janeiro, 12 de
abril de 2002.

e) ASSINATURA: cerca de 2 linhas da data. Não se coloca nome, pois os dados já constam no texto,
nem há necessidade de linha.

Modelo de Requerimento

CORRESPONDÊNCIA

Neste material estudaremos o modo pelo qual devemos classificar a correspondência29. A maioria das
decisões administrativas ocorre por intermédio de documentos, e saber classificar a correspondência é
um diferencial competitivo, quando tratamos de organizar um departamento ou setor.
Dentro do gênero de documentos escritos, a correspondência merece tratamento especial por se
constituir numa parte considerável dos acervos arquivísticos, uma vez que as ações administrativas são,
em geral, desencadeadas por seu intermédio, conforme Paes30.

29
Gestão de Documentos e Arquivística - Zélia Freiberger.
http://ftp.comprasnet.se.gov.br/sead/licitacoes/Pregoes2011/PE091/Anexos/servi%E7o_publico_modulo_I/gest%E3o%20de%20documentos/Aula_6.pdf
30
PAES, M. L. Arquivo: Teoria e Prática. 3 Ed revisão e ampliada. Rio de Janeiro: FGV, 2005

Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01


101
A classificação e a caracterização da correspondência são dois fatores da maior importância no
desenvolvimento das tarefas de registro e protocolo.

Definição de Correspondência: toda e qualquer forma de comunicação escrita, produzida e


destinada a pessoas jurídicas ou físicas, e vice-versa, bem como aquela que se processa entre órgãos e
servidores de uma instituição, conforme Paes31

Classificação da Correspondência

Quanto ao destino e procedência, pode-se classificada como:


a) Externa: entende-se por aquela correspondência trocada entre uma instituição e outras entidades
e/ou pessoas físicas, como ofícios, cartas, telegramas.
b) Interna: entende-se a correspondência trocada entre os órgãos de uma mesma instituição. São os
memorandos, despachos, circulares.

A correspondência pode ser ainda oficial, empresarial ou particular:


Oficial: é aquela correspondência que trata de assunto de serviço ou de interesse específico das
atividades de uma instituição.
Empresarial: é aquela através da qual as empresas ou quaisquer entidades se comunicam com as
pessoas físicas ou jurídicas, tendo em vista as mais diversas finalidades.
Particular: é aquela correspondência de interesse pessoal de servidores de uma instituição. Quando
a correspondência é encaminhada, em geral fechada, a uma instituição, há que se identificá-la por suas
características externas, para que, se oficial, possa ser aberta, devidamente registrada e remetida ao
destino correto.

Por possuírem normas fixas de elaboração, as correspondências empresarial e oficial não apresentam
grandes dificuldades para quem precisa redigi-las.
Existem mesmo alguns modelos impressos prontos para serem preenchidos. É claro, então, que se
trata de redações formais, que seguem normas predeterminadas. Alguns aspectos, contudo, podem ser
modificados e as organizações podem inovar, segundo suas necessidades, ou mesmo características
particulares.
Os documentos redigidos serão a imagem de sua organização. Assim, a correspondência bem
elaborada, além de utilizar linguagem concisa e direta, deverá seguir a estética moderna, mais agradável
e facilitadora da leitura.

A linguagem da correspondência oficial difere da linguagem da correspondência empresarial ou


comercial, não somente por seu conteúdo e finalidade, mas principalmente por obedecer aos princípios
de impessoalidade, de uniformidade e de formalidade.
Sendo assim, deve ser dado o tratamento impessoal aos assuntos que constam das comunicações,
devendo-se observar os seguintes aspectos:

1. Ausência de impressões individuais de quem comunica;


2. Impessoalidade de quem recebe a comunicação;
3. Caráter impessoal do próprio assunto tratado.

Ao longo do tempo, várias tentativas de uniformização foram buscadas, quer pelos órgãos isolados,
quer em conjunto, sem que se verificasse a concretização dessas medidas.
Porém, em 1991, foi criada pela Presidência da República uma comissão que visava a essa
uniformização. E, em 1992, foi elaborado o Manual de Redação da Presidência da República, com a
finalidade de racionalizar e padronizar a redação das comunicações oficiais.

Classificação

Pode ser classificado como ostensivo ou sigiloso.


Documento Ostensivo: quando a ele não foi atribuído nenhum grau de sigilo, tendo em vista que o
acesso ao seu conteúdo não põe em risco direitos individuais ou coletivos. Estes documentos devem
estar plenamente acessíveis.

31
Idem 2

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102
Documento Sigiloso: quando a ele é atribuído algum grau de sigilo, em razão de o acesso ao seu
conteúdo poder colocar em risco direitos individuais ou coletivos.

Apresentamos, a seguir, alguns exemplos, na visão de Paes32, que servirão de subsídios na


identificação da correspondência oficial. Os nomes e endereços são fictícios.

a) Envelope dirigido a uma instituição ou a qualquer de suas unidades.


À Companhia de Flores Tropicais
Rua Violeta, 213
23500-000 – Rio de Janeiro - RJ
b) Envelope dirigido a uma instituição ou a qualquer de suas subunidades, mesmo contendo,
em segundo plano, o nome do servidor, sem fazer menção ao cargo que exerce:
Ao Departamento de Exportação
Companhia de Flores Tropicais
Dr. João Galvão Rua Violeta, 213
23500-000 – Rio de Janeiro – RJ

c) Envelope dirigido a servidor de uma instituição, contendo, em segundo plano, o cargo que
exerce, mesmo que o nome do servidor não corresponda ao atual ou real titular do cargo.
Dr. Hugo Figueiredo (titular atual)
Presidente da Companhia de Flores Tropicais
Rua Violeta, 213
23500 – Rio de Janeiro - RJ

d) Envelope dirigido aos titulares dos cargos, mesmo quando, em segundo plano, conste um
nome que não seja o do real ou atual ocupante do cargo:
Presidente da Companhia de Flores Tropicais
Dr. Hugo Figueiredo (titular atual)
Rua Violeta, 213 23500 – Rio de Janeiro - RJ

É importante observar que a correspondência oficial, mesmo quando enquadrada em qualquer dos
itens descritos, não deverá ser aberta quando o envelope contiver as indicações de “confidencial”,
“reservado”, “particular” ou equivalente.
Quando a correspondência é recebida, a maioria das pessoas junta o envelope à carta e assim coloca-
a no arquivo. Saiba que esta é uma forma errada, pois o grampo irá enferrujar e agredir o papel da carta
que ficará amarelado. O correto é transcrever “a lápis” no verso da correspondência todas as informações
julgadas importantes, e eliminar o envelope.

Questões

01. (UFCG - Auxiliar em Administração - UFCG) Com relação às correspondências é correto afirmar
que:
(A) Ofício é um tipo de correspondência externa.
(B) Ofício é um tipo de correspondência interna.
(C) Circular é um tipo de correspondência externa.
(D) Correspondência Oficial é um tipo de correspondência que trata de assuntos de interesse pessoal
de servidores públicos.
(E) Correspondência Particular trata de interesse específico das atividades de uma instituição.

02. (CRO/GO - Assistente Administrativo - Quadrix) No vasto campo da ciência da informação, um


dos aspectos que mais tem preocupado os profissionais da área é, sem dúvida, o estabelecimento de
uma terminologia específica, capaz de atender a programas racionais de intercâmbio, disseminação e
recuperação da informação. O Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), órgão vinculado ao Arquivo
Nacional, criou uma Comissão Especial de Terminologia Arquivística Brasileira. Os termos geralmente
adotados pela comunidade arquivística brasileira consideram que _________________ é uma
comunicação escrita, recebida (passiva) ou expedida (ativa), apresentada sob várias formas (cartas,

32
Idem 2

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103
cartões-postais, ofícios, memorandos, bilhetes, telegramas), podendo ser interna ou externa, oficial ou
particular, ostensiva ou sigilosa.

Assinale a alternativa que preenche a lacuna corretamente.


(A) correspondência
(B) legado
(C) dossiê
(D) catálogo
(E) processo

03. (Petrobras - Técnico de Administração e Controle Júnior - CESGRANRIO) A variedade de


documentos recebidos por uma instituição pública ou privada é muito grande, exigindo, por parte do
arquivista, atenção no momento de sua identificação e classificação. Dentro do gênero dos documentos
escritos, a correspondência merece destaque especial, pois várias ações administrativas são
desencadeadas a partir dela. A correspondência, de acordo com sua procedência e destino, pode ser
classificada em
(A) pessoal e particular.
(B) externa e interna.
(C) confidencial e secreta.
(D) fechada e aberta.
(E) oficial e especial.

Gabarito

01. A / 02. A / 03. B

Comentários

01. Resposta: A
Oficio é considerado uma correspondência externa porque, correspondência trocada entre uma
instituição e outras entidades e/ou pessoas físicas

02. Resposta: A
Correspondência, pois é toda e qualquer forma de comunicação escrita, produzida e destinada a
pessoas jurídicas ou físicas

03. Resposta: B
Pode ser classificada como Interna quando é trocada entre os órgãos de uma mesma instituição e
Externa quando é trocada entre uma instituição e outras entidades, ou também com pessoas físicas

7. Abreviaturas, siglas e símbolos.

ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS33

Abreviatura

A abreviatura é um recurso convencional da língua escrita que consiste em representar de forma


reduzida certas palavras ou expressões. A regra geral para abreviatura das palavras é simples. Basta
escrever a primeira sílaba e a primeira letra da segunda sílaba, seguidas de ponto abreviativo. Veja os
exemplos:

bras. (brasileiro)
num. (numeral)

33 http://www.soportugues.com.br/secoes/abrev/index.php

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104
Observações:
a) Se a segunda sílaba iniciar por duas consoantes, as duas farão parte da abreviatura.
Exemplos:
pess. (pessoa)
constr. (construção)
secr. (secretário)
diss. (dissílabo)

b) O acento gráfico ou hífen existente na palavra original deve ser mantido na abreviatura.
Exemplos:
séc. (século)
dec.-lei (decreto-lei)
adm.-financ. (Administrativo-financeiro)

c) Algumas palavras apresentam abreviatura por contração, ou seja, pela supressão de letras no meio
da palavra.
Exemplos:
bel. (bacharel)
cel. (coronel)
cia. (companhia)
dr. (doutor)
Ilmo. (Ilustríssimo)
ltda. (limitada)

d) Algumas palavras não seguem a regra geral para abreviatura.


Exemplos:
a.C. ou A.C. (antes de Cristo)
ap., apart. ou apto (apartamento)
btl. (batalhão)
cx. (caixa)
D. (digno, Dom, Dona)
f. ou fl. ou fol. (folha)
id. (idem)
i.e. (isto é)
p. ou pág. (página)
pg. (pago)
pp. ou págs. (páginas)
P.S. (pós-escrito)
Q.G. (quartel-general)
S.A. (Sociedade Anônima)
S.O.S. (Save Our Soul = Salve nossa alma, em apelo de socorro)
u.i. (uso interno)
U.S.A. (United States of America = Estados Unidos).

Siglas34

Sigla é o nome dado ao conjunto de letras iniciais dos vocábulos (normalmente os principais) que
compõem o nome de uma organização, uma instituição, um programa, um tratado, entre outros.

Na utilização de siglas, observam-se os seguintes critérios:


a) Deve-se citar apenas siglas já existentes ou consagradas; a sigla e o nome que a originou são
escritos de maneira precisa e completa, de acordo com a convenção ou designação oficial. Ex.:
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT (e não EBCT)

b) Quando mencionadas pela primeira vez no texto, deve-se escrever primeiramente a forma por
extenso, seguida da sigla entre parênteses, ou separada por hífen. Ex.:
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é a universidade mais antiga do Brasil.

34 http://www.soportugues.com.br/secoes/abrev/index.php

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105
A Universidade Federal do Paraná – UFPR é a universidade mais antiga do Brasil.

c) Não são colocados pontos intermediários e ponto final nas siglas. Ex.:
Associação Paranaense de Reabilitação – APR (e não A.P.R.)

d) Siglas com até três letras são escritas com todas as letras maiúsculas. Ex.:
ONU – Organização das Nações Unidas
IML – Instituto Médico Legal

e) Siglas com quatro letras ou mais devem ser escritas com todas as letras maiúsculas quando cada
uma de suas letras ou parte delas é pronunciada separadamente, ou somente com a inicial maiúscula,
quando formam uma palavra pronunciável. Ex.:
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Masp – Museu de Arte de São Paulo
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

f) Deve-se manter com maiúsculas e minúsculas as siglas que originalmente foram criadas com essa
estrutura para se diferenciarem de outras, independentemente de seu tamanho. Ex.:
CNPq – Conselho Nacional de Pesquisa (para diferenciá-lo de CNP – Conselho Nacional do Petróleo).

g) No caso de siglas de origem estrangeira, deve-se adotar a sigla e seu nome em português quando
houver forma traduzida, ou adotar a forma original da sigla estrangeira quando esta não tiver
correspondente em português, mesmo que o seu nome por extenso em português não corresponda
perfeitamente à sigla. Ex.:
ONU – Organização das Nações Unidas
FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.

h) Deve-se adicionar a letra s (sempre minúscula) para indicar o plural das siglas somente quando a
concordância gramatical assim o exigir. Ex.:
O trabalho das ONGs vem repercutindo cada vez mais na sociedade.
Observe a lista de siglas abaixo:

A - Adjetivo
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
AC - Acre
AL - Alagoas
AM - Amazonas
AP - Amapá
B - Base
BA - Bahia
CE - Ceará
DF - Distrito Federal
ES - Espírito Santo
FE - Formação Esporádica
FI - Formação Institucionalizada
GO - Goiás
GT - Gramática Tradicional
MA - Maranhão
MG - Minas Gerais
MS - Mato Grosso do Sul
MT - Mato Grosso
Nb - Nome base
NUR - Norma Urbana Culta
C - Produto
P - Pará
PA - Pernambuco
PE - Paraíba
PB - Partido Democrático Trabalhista

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106
PDT - Partido da Frente Liberal
PFL - Projeto de Gramática do Português Falado
PGPF - Piauí
PI - Partido do Movimento Democrático Brasileiro
PMD - Paraná
B - Partido Social Democrático Brasileiro
PR - Partido dos Trabalhadores
PSDB - Regra de Análise Estrutural
PT - Regra de Formação de Palavras
RAE - Rio de Janeiro
RFP - Rio Grande do Norte
RJ - Regra de Redundância
RN - Roraima
RR - Rio Grande do Sul
RR - Substantivo
RS - Santa Catarina
S - Sergipe
SC - São Paulo
SE - Televisão
SP - Tocantins
TV - Verbo
TO
V

Símbolos

Que diferença há, então, entre "abreviatura" e "símbolo"35? No caso de "quilograma", não é difícil
perceber que o "k", que nem ao menos faz parte da palavra, não pode fazer parte da sua abreviatura.
"Kg" é o símbolo (e não a abreviatura) de "quilograma". Veja:

Abreviatura: Grafia que permite economizar o espaço ou o tempo necessários para a escrita de uma
palavra, mediante a omissão de certas letras; as letras omitidas podem, eventualmente, ser substituídas
por um sinal convencional
Símbolo: É a representação de uma noção por meio de letras, números, pictogramas ou da
combinação destes elementos.

As abreviaturas, formadas por iniciais, ou por iniciais e um número muito reduzido de letras, são
reduções que se pronunciam por extenso. etc. é lido etecétera e não etce, p. ex. é lido por exemplo e não
pex.
As abreviaturas caracterizam-se pelo uso de pontos no final das formas reduzidas (indicação para a
leitura por extenso). Após o ponto podem ainda juntar-se, em expoente, letras do final da palavra, que
permitam explicitar melhor o significado da abreviatura.
n.º — número
Dr.ª — doutora
Os símbolos são um caso especial de representações abreviadas, com um valor geralmente
internacional. Exemplos:

Unidades Moedas Matemática Outros


km - quilômetro € - euro < - menor & - e (comercial)
km² - quilômetro quadrado £ - libra ≤ - menor ou igual § - parágrafo
kW - quilowatt ¥ - iuane, iene ≠ - diferente # - cardinal
mA - miliampere $ - cifrão, dólar × - vezes @ - arroba
¢ - centavo, cêntimo ‰ - permilagem

35 A Folha. http: //ec.europa.eu/translation/portuguese/magazine. 2015


Abreviaturas e símbolos, http://publications.europa.eu/code/pt/pt-5000300.htm
http://www.nlnp.net/abreviaturas.htm
http://noticias.r7.com/blogs/portugues-de-brasileiro/abreviatura-e-simbolo-uma-diferenca-importante-20140701/

Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01


107
Os símbolos, tal como as abreviaturas, leem-se por extenso. Porém, ao contrário das abreviaturas, os
símbolos não são seguidos de ponto nem têm plural gráfico.
10 kg (10 kg.)
100 km (100 kms)
200 € (200 €s)

"Símbolo" é a representação de uma unidade de medida, de um elemento químico, etc. O símbolo da


prata, elemento químico, é "Ag". E por que "Ag" e não "P", ou "Pr", ou "Pt"? Porque a base é o latim
("argentu"). E por que o símbolo não é "Ar", as duas letras iniciais do termo latino? Porque "Ar" é o símbolo
do "argônio", outro elemento químico.
Por falar em elementos químicos, é bom dizer que o conhecimento de seus símbolos pode eliminar a
estranheza que se sente quando se ouvem adjetivos como "cúprico" ou "argênteo", por exemplo.
"Cúprico" se refere ao cobre, cujo símbolo químico é "Cu", baseado na forma latina ("cupru"). "Argênteo"
se refere à prata. Quando se fala das reservas argênteas de um país, fala-se de suas reservas de prata.
Aliás, não é por acaso que a Argentina se chama Argentina. Certamente você já ouviu falar do Rio da
Prata, não?
"Quilograma", palavra internacional (grafada, é claro, com particularidades locais), é sumariamente
reduzida a "quilo" no Brasil, em Portugal, na Itália... Na terra de Michelangelo, por exemplo, grafa-se
"chilo", que se lê como o nosso "quilo".
Em textos técnicos, é mais do que aconselhável o emprego da palavra "inteira" ("quilograma", cujo
símbolo, é bom repetir, é "kg"). Convém lembrar que "quilograma" é a junção do elemento grego "quilo",
que significa "mil", com "grama", que agora é unidade de massa (que o povo chama de "peso", para
desespero dos físicos). O que é um quilograma, então? Mil gramas. Um quilômetro equivale a mil metros,
assim como um quilowatt equivale a mil watts, e um quilolitro, a mil litros.
Os "equivocos" mais comuns são os relacionados às formas de representação das unidades de tempo.
Por exemplo: como você faz o símbolo de horas em: "hoje, o jantar será às 20 horas"?
Em casos como esse, vejo por aí muitas colocações distintas: h, hs, hrs, H, HS, HRS e até os famosos
dois pontos ( : ). Mas qual é a forma correta?
Na década de 1960, o Brasil adotou o Sistema Métrico Decimal, no qual as unidades básicas de medida
eram o metro, o litro, o quilograma etc. Com o passar do tempo e o desenvolvimento da ciência, essas
unidades precisaram ter medições mais precisas. Dessa forma, aparece o padrão do Sistema
Internacional de Unidades (SI), com as seguintes convenções:

1 metro = 1 m
2 metros = 2 m
1 hora = 1 h
2 horas = 2 h
1 litro = 1 l
2 litros = 2 l
1 minuto = 1 min
45 minutos = 45 min

Percebeu que não há variação do símbolo, mesmo com números plurais?

É muito importante saber que os símbolos que representam as unidades dentro do padrão do Sistema
Internacional de Unidades não são abreviaturas! Isso mesmo! Não são abreviaturas. Eles são símbolos
representativos de medidas padronizadas, e não abreviaturas. Então, não admitem ponto e não têm
plural. Simples assim. Seja para indicar 1 hora ou 5 horas, o símbolo será apenas "h"

Vamos para a prática?

Se um jogo do Brasil nessa Copa começar às dezessete horas e quarenta e cinco minutos, por
exemplo, como você deve escrever o símbolo de horas e minutos, de acordo com o padrão SI que
conversamos?
O correto seria: 17h45min (sem ponto depois do fim e sem qualquer alteração por conta do número
plural).
De acordo com o padrão SI, não existe "hs" ou "hrs", seja na forma minúscula ou na forma maiúscula.
O símbolo de hora ou horas é "h". O mesmo raciocínio vale para metros e litros. O símbolo será mantido
"m" para metro ou metros e "l" para litro ou litros.

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108
No caso do exemplo citado no primeiro parágrafo deste texto, o correto seria: "hoje, o jantar será às
20h"

É fundamental para todos os usuários o conhecimento dos padrões da língua.

Questões

01. (CRMV/RR - Assistente Administrativo - Quadrix) A constante repetição de determinados termos


em correspondências oficiais e empresariais favorece a utilização das abreviaturas, poupando tempo
tanto de escrita como de leitura. Leia o trecho a seguir e assinale a alternativa com a correta sequência
das respectivas abreviaturas dos termos em negrito.

“O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Roraima aguarda resposta da Associação


quanto ao artigo publicado no jornal local. Caso o documento venha protegido, precisaremos de um
código para acessá-lo.”
(A) assoc. / art. / doc. / códg.
(B) asoc. / art. / doc. / cód.
(C) assoc. / artg. / doc. / cód.
(D) assoc. / art. / doc. / cód.
(E) assoc. / art. / doct. / cód.

02. (Polícia Federal - Conhecimentos Básicos - CESPE) A respeito das correspondências oficiais,
julgue o próximo item.
Os termos técnicos, as siglas, as abreviações e os conceitos específicos empregados em
correspondências oficiais prescindem de explicação.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01.D / 02. Errado

Comentários

01. Resposta: D
Associação - assoc.;
Artigo - art.;
Documento - doc.; e
Código - cód.

02. Resposta: Errado


Os termos técnicos, as siglas, as abreviações e os conceitos específicos necessitam de explicações.

8. Documentos Oficiais - Leis, Decretos, Resoluções, Portarias, Apostilas etc

Vamos tratar do Capítulo V - Técnica Legislativa e Atos Normativos do Manual de Redação da


Presidência da República que aborda os documentos oficiais acima solicitados.

Resolução

Ato administrativo expedido pelas autoridades do executivo (mas não pelo Chefe do Executivo, que só
deve expedir Decretos) ou pelos presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos,
para disciplinar matéria de sua competência específica.

ESTRUTURA
TÍTULO: RESOLUÇÃO, seguido do número seqüencial e da data, em maiúsculas.
EMENTA: O objetivo da decisão.
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109
PREÂMBULO: Citação das considerações legais ou administrativas que orientaram ou
fundamentaram a tomada de decisão, seguida da palavra “resolve”.
TEXTO: Poderá conter tantos parágrafos quantos forem necessários. A matéria poderá ser disposta
em artigos numerados a partir do primeiro, podendo, ainda, ser subdividida em itens e subitens.
CLÁUSULA DE REVOGAÇÃO: Somente se admite a cláusula de revogação específica. Assim, é
incorreto o uso de cláusula revogatória do tipo “Revogam-se as disposições em contrário”.
ASSINATURA: Diretor-Presidente.

CAPÍTULO V - TÉCNICA LEGISLATIVA E ATOS NORMATIVOS

Técnica legislativa

É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um espírito de sistema, tendo em vista não
só a coerência e a harmonia interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção no
sistema jurídico como um todo (LEAL, 1960, p. 7). Essa sistematização expressa uma característica da
cientificidade do Direito e corresponde às exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que
impedem uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do Direito.
Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática interna (compatibilidade teleológica e
ausência de contradição lógica) e sistemática externa (estrutura da lei).

Sistemática interna da lei

A existência de um sistema interno deve, sempre que possível, evitar contradições lógicas,
teleológicas, ou valorativas. Tem-se uma contradição lógica se, por exemplo, a conduta autorizada pela
norma A é proibida pela norma B. Verifica-se uma contradição valorativa se identificam-se incongruências
de conteúdo axiológico dentro do sistema. É o que resulta, por exemplo, da edição de normas
discriminatórias dentro de um sistema que estabelece a igualdade como princípio basilar. Constata-se
uma contradição teleológica se há uma contradição entre os objetivos de disposições diversas, de modo
que a observância a um preceito importa a nulificação dos objetivos visados pela outra.

Sistemática externa da lei

O exame da estrutura básica de uma lei talvez constitua a forma mais adequada de apreender aspectos
relevantes de sua sistemática externa.

Exemplo da estrutura:

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 PREÂMBULO


TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
CAPÍTULO II
DA UNIÃO
CAPÍTULO III

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110
DOS ESTADOS FEDERADOS
CAPÍTULO IV
DOS MUNICÍPIOS
CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Seção I
Do Distrito Federal
Seção II
Dos Territórios
CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
Disposições Gerais
Seção II
Dos Servidores Públicos
Seção III
Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
Seção IV
Das Regiões
(...)

A sistematização das leis mais complexas observa o seguinte esquema básico: livros, títulos, capítulos,
seções, subseções e artigos.
O exemplo acima, cumpre ressaltar, não é aplicável à maioria dos atos normativos. A regra geral é a
organização dos atos normativos em torno de meros artigos. Portanto, é equivocada a tendência de se
pretender realizar divisão de atos normativos diminutos e de baixa complexidade em capítulos e seções,
de modo a gerar anomalias como vários capítulos compostos de apenas um artigo.

Artigo

Artigo é a unidade básica para apresentação, divisão ou agrupamento de assuntos em um texto


normativo. A Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de 1998, apresenta as regras para a numeração
dos artigos, de maneira que, até o artigo nono (art. 9o), deve-se adotar a numeração ordinal. A partir do
artigo dez, emprega-se a numeração cardinal correspondente, seguida de ponto- final (art. 10.). Os artigos
serão designados pela abreviatura “Art.”, com inicial maiúscula, sem traço antes do início do texto e, ao
longo do texto, designados pela abreviatura – art. –, com inicial minúscula. Os textos dos artigos serão
iniciados com letra maiúscula e encerrados com ponto-final, exceto quando tiverem incisos, hipótese em
que serão encerrados por dois-pontos.
Na elaboração dos artigos, devem ser observadas algumas regras básicas, como recomendado por
Hesio Fernandes Pinheiro (1962, p. 84):

• Cada artigo deve tratar de um único assunto;


• O artigo conterá, exclusivamente, a norma geral, o princípio. As medidas complementares e as
exceções deverão ser expressas por meio de parágrafos;
• Quando o assunto requerer discriminações, o enunciado comporá o caput do artigo, e os elementos
de discriminação serão apresentados sob a forma de incisos;
• As expressões devem ser usadas em seu sentido corrente, exceto quando se tratar de assunto
técnico, hipótese na qual será preferida a nomenclatura técnica, peculiar ao setor de atividades sobre o
qual se pretende legislar;
• As frases devem ser concisas;
• Nos atos extensos, os primeiros artigos devem ser reservados à definição dos objetivos perseguidos
pelo legislador, à limitação de seu campo de aplicação e à definição de conceitos fundamentais que
auxiliem a compreensão do ato normativo.

Exemplo de artigo:
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo
definitivo.

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111
Os artigos podem desdobrar-se, por sua vez, em parágrafos e incisos; os parágrafos em incisos; estes,
em alíneas; e estas, em itens.

Dispositivo Desdobramento
Artigos Parágrafos ou incisos
Parágrafos Incisos
Incisos Alíneas
Alíneas Itens
Itens Subitens (excepcionalmente)

Parágrafo (§)

O parágrafos constitui, na técnica legislativa, a imediata divisão de um artigo, ou, como anotado por
Arthur Marinho, “(...) parágrafo sempre foi, numa lei, disposição secundária de um artigo em que se explica
ou modifica a disposição principal” (MARINHO, 1944, p. 227-229; PINHEIRO, 1962, p. 100).
O parágrafo é representado pelo sinal gráfico § (signum sectionis, em português, sinal de seção ou
sinal de corte).

Também em relação ao parágrafo, existe a prática da numeração ordinal até o nono (§ 9o) e cardinal
a partir do parágrafo dez (§ 10.). Na hipótese de haver apenas um parágrafo, adota- se a grafia “Parágrafo
único.” (e não “§ único”), com a primeira letra em maiúsculo quando inicia o texto e minúscula quando
citada ao longo do texto. Os textos dos parágrafos serão iniciados com letra maiúscula e encerrados com
ponto-final.
Neste ponto, se precisa alertar para equívoco, largamente disseminado, de se organizar o ato
normativo com número reduzido de artigos e elevado de parágrafos sem que se identifique a relação
direta entre a matéria dos capita e a matéria tratada nos inúmeros parágrafos. São casos em que o
parágrafo não está explicando, excepcionando ou detalhando o caput, mas dispondo sobre regra
meramente subsequente. O equívoco parece decorrer da errada tendência de se considerar má técnica
legislativa o número excessivo de artigos e, paradoxalmente, exemplo de esmero na elaboração
normativa artigos estruturados de modo complexo, com vários parágrafos além de parágrafos divididos
em incisos, alíneas, itens e, até mesmo, subitens.
Assim, cumpre ressaltar que a regra geral é o artigo limitar-se a frase curta compondo o caput e as
ideias subsequentes serem expressas em outros artigos. A subdivisão dos artigos na forma aqui expressa
pode ser conveniente e, dependendo da natureza da norma, exigência de boa técnica legislativa, mas
não deve ser vista como regra geral ou como exigência aplicável, de modo invariável, a todos os casos.

Exemplo de parágrafo:
Art. 14 (...)
§ 1ºNão serão objeto de consolidação as medidas provisórias ainda não convertidas em lei.
(Lei complementar n° 95, de 26 de fevereiro de 1998).

Exemplo de parágrafo único:

Art. 8º Na hipótese de dissolução da sociedade conjugal por morte de um dos cônjuges, serão
tributadas, em nome do sobrevivente, as importâncias que este perceber de seu trabalho próprio, das
pensões de que tiver gozo privativo, de quaisquer bens que não se incluam no monte a partilhar e
cinquenta por cento dos rendimentos produzidos pelos bens comuns enquanto não ultimada a partilha.

Parágrafo único. Na hipótese de separação judicial, divórcio ou anulação de casamento, cada um dos
contribuintes terá o tratamento tributário previsto no art. 2º.
(Constituição de 1988)

Incisos, alíneas e itens

Os incisos são utilizados como elementos discriminativos de artigo ou parágrafo se o assunto nele
tratado não puder ser condensado no próprio artigo ou não se mostrar adequado a constituir parágrafo.
Os incisos são indicados por algarismos romanos seguidos de travessão ou meia-risca, que é separado
do algarismo e do texto por um espaço em branco: I – ; II – ; III – etc.

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112
Exemplo de incisos:
Art. 26. A margem de dumping será apurada com base na comparação entre:
I - o valor normal médio ponderado e a média ponderada dos preços de todas as transações
comparáveis de exportação; ou
II - os valores normais e os preços de exportação, comparados transação a transação.
(BRASIL, 2013d)

As alíneas são representadas por letras e constituem desdobramentos dos incisos e dos parágrafos.
A alínea ou a letra será grafada em minúsculo, seguida de parêntese e separada do texto por um espaço
em branco: a) ; b) ; c) etc. Quando iniciar o texto e, quando citada ao longo do texto, será grafada em
minúsculo, entre aspas e sem o parêntese.

Exemplo de alíneas:
Art. 15 (...)
XII ─ o texto da alínea inicia-se com letra minúscula, salvo quando se tratar de nome próprio, e termina
com:
a) ponto e vírgula;
b) dois-pontos, quando se desdobrar em itens; ou
c) ponto-final, caso seja a última e anteceda artigo ou parágrafo.
(BRASIL, 2017a)

Os itens são desdobramentos de alíneas e são representados por números cardinais, seguidos de
ponto-final e separados do texto por um espaço em branco: 1. ; 2. ; 3 etc.

Exemplo de itens:
Art. 14. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica, e observarão
o seguinte:
(...)
II - para a obtenção da precisão: (...)
j) empregar nas datas as seguintes formas:
1. “4 de março de 1998”;
2. “1o de maio de 1998”; (...)
(BRASIL, 2002b)

Agrupamento de dispositivos

Para a organização e a sistematização externa do texto do ato normativo, pode ser adotado o
agrupamento de dispositivos.
A praxe da técnica legislativa no âmbito federal indica que a denominação do assunto tratada em cada
unidade de agrupamento será iniciada pela preposição “De”, combinada com o artigo definido apropriado.
Essa praxe deriva do raciocínio de que cada agrupamento trata de determinado tema. Assim, no Título II
da Constituição, por exemplo, trata-se “Dos direitos e garantias fundamentais”.

Os dispositivos podem ser agrupados das seguintes formas:

a) seções:
A seção é o conjunto de artigos que versam sobre o mesmo tema. As seções são indicadas por
algarismos romanos e grafadas em letras iniciais maiúsculas e as demais minúsculas em negrito.
Eventualmente, as seções subdividem-se em subseções que serão indicadas da mesma forma.

Exemplo de seção:
Seção II
Da sociedade conjugal e das pensões
(Decreto no 9.580, de 2018)

b) capítulos:
O capítulo é formado por um agrupamento de seções ou de artigos. Sua designação e seu nome são
grafados em letras maiúsculas, sem o uso de negrito, e identificados por algarismos romanos.

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113
Exemplo de capítulo:
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
(Constituição de 1988)

c) título:

O título engloba um conjunto de capítulos. A sua designação deve ser grafada em letras maiúsculas e
algarismos romanos.

Exemplo de título:
TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
(Constituição de 1988)

d) livro:

Nas leis mais extensas, como os códigos, os conjuntos de títulos são reunidos em livros, podendo
estes ser agrupados em parte, que pode ser classificada em parte geral e parte especial.

Exemplo de livro:
PARTE GERAL LIVRO I
DAS PESSOAS
(Lei no 10.406, de 2002 – Código Civil)

e) especificação temática simplificada:

Pode ser adotada a especificação temática do conteúdo de grupo de artigos ou de um artigo mediante
denominação que preceda o dispositivo, grafada em letras minúsculas em negrito, alinhada à esquerda,
sem numeração.
A especificação temática simplificada, ao contrário do Livro, não comporta a regra de utilização da
preposição “de”.
Exemplo de especificação temática simplificada:

Competência para propor


Art. 22. Incumbe aos Ministros de Estado a proposição de atos normativos, conforme as áreas de
competências dos órgãos.
(Decreto no 9.191, de 2017)

Critérios de sistematização

Embora o legislador disponha de margem relativamente ampla de discricionariedade para eleger os


critérios de sistematização da lei, esses critérios devem guardar adequação com a matéria regulada
(NOLL, 1973, p. 223). A seguir, estão previstas as regras básicas a serem observadas para a
sistematização do texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estruturação:
a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas em um mesmo contexto ou
agrupamento;
b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem cronológica, se possível;
c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir que ela forneça resposta à questão
jurídica a ser disciplinada; e
d) institutos diversos devem ser tratados separadamente.

A natureza e as peculiaridades de cada disciplina jurídica têm influência decisiva sobre o modelo de
sistematização a ser adotado, como se pode depreender de alguns exemplos:

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114
I. Classificação segundo os bens tutelados

Exemplo:
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
TÍTULO II – DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
TÍTULO III – DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
TÍTULO IV – DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
TÍTULO V – DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS
MORTOS
TÍTULO VI – DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
TÍTULO VII – DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
TÍTULO VIII – DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
TÍTULO IX – DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
TÍTULO X – DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
TÍTULO XI – DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 1940 – Código Penal)

II. Classificação segundo os institutos jurídicos e as relações jurídicas:

Exemplo:
PARTE ESPECIAL

LIVRO I
DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

TÍTULO I
Das Modalidades das Obrigações
TÍTULO II
Da Transmissão das Obrigações
TÍTULO III
Do Adimplemento e Extinção das Obrigações
TÍTULO IV
Do Inadimplemento das Obrigações
TÍTULO V
Dos Contratos em Geral
TÍTULO VI
Das Várias Espécies de Contrato
TÍTULO VII
Dos Atos Unilaterais (...)
(BRASIL, 2002c)

III. Classificação segundo a ordem cronológica dos procedimentos:

Exemplo:
PARTE ESPECIAL
LIVRO I
DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
TÍTULO I
DO PROCEDIMENTO COMUM
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II
DA PETIÇÃO INICIAL
CAPÍTULO III
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
CAPÍTULO V
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO

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115
CAPÍTULO VI
DA CONTESTAÇÃO
(BRASIL, 2015b)
Tópicos de técnica legislativa

A atividade de elaboração normativa faz uso de alguns instrumentos essenciais para a construção de
textos normativos marcados pela precisão, pela densidade e pela clareza.
A norma jurídica, em sua acepção abstrata, se, por um lado, compreende a previsão genérica de atos
e fatos da vida social, por outro, tem por missão informar ao cidadão sobre direitos e deveres por ela
criados ou disciplinados, de forma clara e objetiva.
Dessa forma, são recomendados, a seguir, alguns recursos redacionais para a elaboração dos textos
normativos.

Alteração normativa

Artigo de alteração da norma

O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa ao ato normativo que está sendo alterado,
conforme a formulação apresentada nos exemplos a seguir:

Exemplo:

Art. 1º A Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, passa a vigorar com as seguintes alterações:
(Lei nº 13.708, de 14 de agosto de 2018)
Art. 1º O Decreto nº 3.520, de 21 de junho de 2000, passa a vigorar com as seguintes alterações: (...)
(Decreto nº 9.061, de 5 de dezembro de 2018)

É vedado dispor sobre alterações de mais de uma norma no mesmo artigo ou dividir alterações do
mesmo ato normativo em diversos artigos da norma alteradora. Também não deve ser feita distinção na
norma alteradora entre dispositivos alterados e dispositivos acrescidos.
O texto de cada artigo acrescido ou alterado será transcrito entre aspas, com a indicação de nova
redação, representada pela expressão “(NR)”.

Alteração parcial de artigo

Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que não terão o seu texto alterado serão
substituídos por linha pontilhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não alteração do
trecho do artigo.
O Decreto nº 9.191, de 2017, estabelece as seguintes regras para o uso de linha pontilhada:
1. no caso de manutenção do texto do caput, a linha pontilhada empregada será precedida da
indicação do artigo a que se refere;
2. no caso de manutenção do texto do caput e do dispositivo subsequente, duas linhas pontilhadas
serão empregadas e a primeira linha será precedida da indicação do artigo a que se refere;
3. no caso de alteração do texto de unidade inferior dentro de unidade superior do artigo, a linha
pontilhada empregada será precedida da indicação do dispositivo a que se refere; e
4. a inexistência de linha pontilhada não dispensará a revogação expressa de parágrafo.
Observe-se que inexistência de linha pontilhada pode ser interpretada como revogação do dispositivo
ou como manutenção; portanto, para evitar grave insegurança jurídica é essencial, em especial no caso
de parágrafos, ter o cuidado de colocar a linha pontilhada deixando explícita a manutenção do dispositivo
ou, se a intenção for a revogação, não colocar linha pontilhada e, simultaneamente, incluir o dispositivo
na cláusula de revogação.

Exemplo de alteração de dispositivo:


Art. 2º O Decreto nº 3.035, de 27 de abril de 1999, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 1º ...............................................................................
.............................................................................................
§ 1º O Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República exercerá a
delegação de competência prevista neste artigo quanto aos órgãos diretamente subordinados ao
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116
Presidente da República cujos titulares não sejam Ministros de Estado.
................................................................................” (NR)
(Decreto nº 9.533, de 2018)

17.2 Retificação e republicação

Os termos “retificação” e “republicação” foram utilizados sem uniformidade até a definição adotada
pelo Decreto nº 9.191, de 2017 (art. 55 e art. 56).
O termo “republicação” agora é utilizado para designar apenas a hipótese de o texto publicado não
corresponder ao original assinado pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo de erro
já constante do documento subscrito pela autoridade ou, muito menos, por motivo de alteração na opinião
da autoridade.
Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos após a publicação no Diário Oficial
da União, mesmo no caso de republicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos com
a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado sem correspondência com aquele subscrito
pela autoridade poderá ser considerado inválido com efeitos retroativos.
Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado corresponde ao texto subscrito pela
autoridade, mas que continha lapso manifesto.
A retificação requer nova assinatura pelas autoridades envolvidas e, em muitos casos, é menos
conveniente do que a mera alteração da norma segundo o procedimento previsto no subitem 17.1.

Apostila

Definição e finalidade

A correção de erro material que não afete a substância do ato singular de caráter pessoal e as
retificações ou alterações da denominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a denominação
modificada em decorrência de lei ou de decreto superveniente à expedição do ato pessoal a ser apostilado
são realizadas por meio de apostila.
O apostilamento é de competência do setor de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e
dispensa nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário.
Deve-se ter especial atenção quando do uso do apostilamento para os atos relativos à vacância ou ao
provimento decorrentes de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou fundação pública. O
apostilamento não se aplica aos casos nos quais a essência do cargo em comissão ou da função de
confiança tenham sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárquico, transformação
de atribuição de assessoramento em atribuição de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para
unidade com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que a praxe atual tem sido exigir
que o apostilamento decorrente de alteração em estrutura regimental seja realizadas na mesma data da
entrada em vigor de seu decreto.

Forma e estrutura

A apostila tem a seguinte estrutura:


a) título: o termo “APOSTILA” escrito em letra maiúscula, com alinhamento centralizado;
b) texto: o conteúdo do texto deve apresentar a correção do erro material constante do ato original;
c) local e data: por extenso e alinhado à esquerda; e

Exemplo:
Brasília, 12 de agosto de 2018

d) identificação do signatário: abaixo da assinatura e com alinhamento à esquerda.

Exemplo:
NOME (em maiúsculas)
Cargo (somente as iniciais em maiúsculas)

No original do ato normativo, próximo à apostila, deverá ser mencionada a data de publicação da
apostila no boletim de serviço ou no boletim interno.

Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01


117
Exemplo de apostila:
APOSTILA

No Decreto de nomeação de FULANO DE TAL, de 29 de julho de 2018, para o cargo de Secretário-


Executivo do Ministério da Educação, onde se lê: “M”, leia-se: “N”.
Brasília, 30 de julho de 2018.
NOME
Ministro de Estado da Educação

Atos normativos

Forma e estrutura

A estrutura dos atos normativos é composta por dois elementos básicos: a ordem legislativa e a matéria
legislada. A ordem legislativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto; a matéria
legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato.

Ordem legislativa
Das partes do ato normativo

O projeto de ato normativo é estruturado em três partes básicas:


a) parte preliminar, com:
1. a epígrafe
2. a ementa; e
3. o preâmbulo, com:
3.1. a autoria;
3.2. o fundamento de validade; e
3.3. quando couber, a ordem de execução, o enunciado do objeto e a indicação do âmbito de aplicação
da norma;

b) parte normativa, com as normas que regulam o objeto; e

c) parte final, com:


1. disposições sobre medidas necessárias à implementação das normas constantes da parte
normativa;
2. as disposições transitórias;
3. a cláusula de revogação, quando couber; e
4. a cláusula de vigência. A ementa, a autoria, a parte normativa e a cláusula de vigência são elementos
essenciais para a adequada redação de todo o ato normativo. Os demais elementos podem ou não
constar no ato, conforme a natureza e o objeto do ato normativo.

Epígrafe
A epígrafe é a parte do ato que o qualifica na ordem jurídica e o situa no tempo, por meio da
denominação, da numeração e da data, devendo ser grafadas em maiúsculas e sem ponto final.

Exemplos de epígrafe:
LEI COMPLEMENTAR Nº 95, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1998
DECRETO Nº 9.191, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2017

Ementa
A ementa é a parte do ato que resume o conteúdo do ato normativo para permitir, de modo objetivo e
claro, o conhecimento da matéria legislada.

Exemplo de ementa:
Estabelece as normas e as diretrizes para elaboração,
redação, alteração, consolidação e encaminhamento de
propostas de atos normativos ao Presidente da República
pelos Ministros de Estado.
(Decreto nº 9.191, de 2017)

Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01


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A síntese contida na ementa deve resumir o tema central ou a finalidade principal da lei. Deve-se evitar,
portanto, mencionar apenas um tópico genérico da lei acompanhado da expressão “e dá outras
providências”, que somente em atos normativos de excepcional extensão, com multiplicidade de temas
e, paralelamente, se a questão não expressa for pouco relevante e estiver relacionada com os demais
temas explícitos na ementa.

Preâmbulo
O preâmbulo contém a declaração do nome da autoridade, do cargo em que se encontra investida e
da atribuição constitucional em que se funda, quando for o caso, para promulgar o ato normativo e a
ordem de execução ou mandado de cumprimento, a qual prescreve a força coativa do ato normativo.

Exemplo de preâmbulo de medida provisória:


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a
seguinte medida provisória, com força de lei:

Exemplo de preâmbulo de lei:


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:

Observe-se que o modelo mencionado aplica-se apenas para leis sendo remetidas à publicação.
Quando a lei ainda está na fase de tramitação legislativa, a formulação do preâmbulo é a seguinte:

Exemplo de preâmbulo de decreto:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e
VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei Complementar nº 95, de 26 de
fevereiro de 1998,
DECRETA:

É necessário ter cuidado na redação do fundamento de validade quando da elaboração de decretos.


Nos casos mais comuns, os decretos precisam ser classificados como regulamentares ou como
organizacionais (autônomos).
O decreto organizacional deve estar fundamentado no art. 84, inciso VI, alínea “a”. O fundamento de
validade é a própria norma constitucional e não cabe mencionar ato normativo infraconstitucional como
fundamento de validade.
Já o decreto regulamentar extrai seu fundamento de validade da Constituição, art. 84, inciso
IV,combinado com (e tendo em vista) lei, em sentido estrito. Constitui-se em equívoco grave pretender
que determinado decreto tenha como fundamento de validade o art. 84, inciso IV, da Constituição de
modo isolado.
Convém salientar que, no preâmbulo dos decretos regulamentares devem ser citadas apenas as
normas que dão fundamento de validade para o ato, não cabendo mencionar atos normativos meramente
relacionados com o conteúdo do ato.
Por fim, registre-se que, exceto na hipótese de atos internacionais, não é mais admitida a colocação
de considerandos em atos normativos. Os esclarecimentos sobre o pretendido com o ato normativo deve
constar da Exposição de Motivos e dos pareceres técnicos e jurídicos.

19.1.1.5 Objeto e âmbito de aplicação


O primeiro artigo do ato normativo indicará o seu objeto e o seu âmbito de aplicação, de forma
específica, em conformidade com o conhecimento técnico ou científico da área. Os primeiros artigos
devem indicar, quando necessário, o objeto e o âmbito de aplicação do ato normativo.
Cumpre não confundir a indicação do âmbito de aplicação do ato normativo com a mera especificação
do tema central da lei, já constante da ementa. Especificar o âmbito de aplicação significa indicar relações
jurídicas para as quais a norma se destina. Toda a norma de maior complexidade necessita de
especificação sobre se sua aplicação está voltada a relações de Direito público ou de Direito privado, à
esfera federal ou a todos os entes da Federação, apenas ao Poder Executivo ou também aos outros
Poderes, a servidores regidos pelo Regime Jurídico ou a servidores regidos pela Consolidação das Leis

Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01


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do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a relações contratuais em geral
ou apenas a relações de consumo, à administração direta ou à administração indireta, entre outras
situações que necessitam ser esclarecidas, sob pena de controvérsias em sua aplicação.

Exemplo de especificação de objeto e âmbito de aplicação:

Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da
sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I - empresa pública e sociedade de economia mista;
II - instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência
complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
(Lei nº 11.101, de 2005)

Fecho de lei ou de decreto


Existe a tradição de colocar, no fecho de leis e de decretos, referência à contagem dos anos em relação
a dois acontecimentos marcantes de nossa história: a Declaração da Independência e a Proclamação da
República.

Exemplo:
Brasília, 1º de dezembro de 2018; 197o da Independência e 130o da República.

Matéria legislada: texto ou corpo da lei


O texto ou corpo do ato normativo contém a matéria legislada, isto é, as disposições que alteram a
ordem jurídica. É composto por artigos, que, em ordem numérica crescente, enunciam as regras sobre a
matéria legislada.
Na tradição legislativa brasileira, o artigo constitui a unidade básica para a apresentação, a divisão ou
o agrupamento de assuntos de um texto normativo. Os artigos podem desdobrar-se, por sua vez, em
parágrafos e incisos; os parágrafos em incisos; estes, em alíneas; e estas, em itens.

Exemplo:
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação; e
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão
reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
(BRASIL, 2015b)

Agrupamento de dispositivos
Como assinalado no subitem “16.2 Sistemática externa da lei”, a dimensão de determinados textos
legais exige uma sistematização adequada. No direito brasileiro, consagra- se a seguinte prática para a
divisão das leis mais extensas:
a) um conjunto de artigos compõe uma seção ou subseção;
b) uma seção é composta por várias subseções;
c) um conjunto de seções constitui um capítulo;
d) um conjunto de capítulos constitui um título; e
e) um conjunto de títulos constitui um livro.

Se a estrutura do texto requerer agrupamento, adotam-se as partes, que se denominam parte geral e
parte especial (PINHEIRO, 1962, p. 110).

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120
Exemplo:
PARTE GERAL
LIVRO I
DAS PESSOAS
TÍTULO I
DAS PESSOAS NATURAIS
CAPÍTULO I
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
CAPÍTULO III
DA AUSÊNCIA
Seção I
Da Curadoria dos Bens do Ausente
Seção II
Da Sucessão Provisória
Seção III
Da Sucessão Definitiva
(BRASIL, 2002c)

Cláusula de revogação
Até a edição da Lei Complementar no 95, de 1998, a cláusula de revogação podia ser específica ou
geral. Desde então, admite-se somente a cláusula de revogação específica. Dessa maneira, atualmente
é vedado o uso de cláusula revogatória assim expressa: “Revogam-se as disposições em contrário.”
A revogação é específica quando precisa o ato normativo ou os dispositivos dele que ficam revogados.
O padrão atual determina que cláusula de revogação seja subdividida em incisos e, eventualmente, em
alíneas, quando se tratar de revogação de mais de um ato normativo ou, até mesmo, quando se tratar de
dispositivos não sucessivos de um mesmo ato normativo. A providência é relevante para facilitar a rápida
e precisa dos dispositivos revogados.

Exemplos de cláusulas de revogação específicas:

Art. 4o Fica revogado o Decreto no 7.965, de 21 de março de 2013.


(Decreto no 8.208, de 2014)

Art. 2o Fica revogado o inciso VIII caput do art. 7º do Anexo I do Decreto no 9.260, de 2017.
(Decreto no 7.664, de 2012)

Art. 3o Ficam revogados os seguintes dispositivos do Regulamento do Serviço de Retransmissão de


Televisão e do Serviço de Repetição de Televisão, ancilares ao Serviço de Radiodifusão de Sons e
Imagens, aprovado pelo Decreto nº 5.371, de 2005:
I – o parágrafo único do art. 13;
II – o § 3º do art. 14;
III – o inciso II do caput do art. 41; e
IV – o art. 46.
(Decreto no 9.479, de 2018)
Art. 10. Ficam revogados os seguintes dispositivos do Anexo I ao Decreto nº 9.003, de 13 de março
de 2017:
I – em relação ao art. 2º:
a) a alínea “b” do inciso I do caput;
b) os itens 1 e 2 da alínea “e” do inciso II do caput;
c) o item 3 da alínea “f” do inciso II do caput; e
d) o item 4 da alínea “g” do inciso II do caput;
II – o art. 4º;
III – os incisos II e III do caput e o parágrafo único do art. 28;
IV – os incisos VIII, XI e XII do caput do art. 35;
V – os incisos VII, X e XI do caput do art. 36;

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121
VI – o art. 41; e
VII – o art. 42.

(Decreto no 9.266, de 2018)

19.1.2.3 Cláusula de vigência


Caso a lei não defina data ou prazo para entrada em vigor, aplica-se o preceito do art. 1o do Decreto-
Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942 – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, segundo o
qual, exceto se houver disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias após a data
de sua publicação. Contudo, não é de boa técnica legislativa deixar de prever, de modo expresso, a data
de entrada em vigor do ato normativo.
No âmbito do Poder Executivo federal, a tendência atual é reduzir as hipóteses de entrada em vigor
imediata de atos normativos; portanto, a cláusula padrão “Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação” não deve ser posta, de modo acrítico e automático, ao final de todas as normas.
É natural que os interessados na matéria queiram a rápida produção de efeitos, mas sempre convém
analisar se a aplicação imediata e incondicionada de ato normativo recém- publicado não causará danos
para a organização da administração pública e para as atividades dos particulares maiores do que as
pretensas vantagens dos efeitos imediatos.
O art. 23 do Decreto nº 9.191, de 2017, estabelece a adoção de vacatio legis para os atos normativos:
I – de maior repercussão;
II – que demandem tempo para esclarecimentos ou exijam medidas de adaptação pela população;
III – que exijam medidas administrativas prévias para a aplicação de modo ordenado; ou
IV – em que não convenha a produção de efeitos antes da edição de ato normativo inferior ainda não
publicado.

Além de se estudar o prazo necessário para a vacatio legis convém atentar para o período do ano, do
mês ou da semana no qual norma entrará em vigor. Por exemplo, caso a norma afete questões de cálculo
de pagamentos deve-se evitar a entrada em vigor no meio do mês. Já caso a norma exija medidas a
serem tomadas no dia da entrada em vigor convém evitar a vigência fora de dia útil.
Outa recomendação relevante é evitar utilizar a data de 1º de janeiro para início da vigência ou da
produção de efeitos sem análise da conveniência de os particulares e a administração terem de tomar
providência em dia que é feriado e, muitas vezes, coincide com troca de governo.
Estes são alguns exemplos de formulações que, segundo os novos padrões, podem ser adotadas na
cláusula de vigência:
a) Formulação padrão para medidas provisórias, nas quais, considerando a urgência e relevância
inerentes ao ato, a vacatio legis ou a postergação de efeitos somente podem ser admitidas em situações
excepcionais.

Exemplo:
Art. 7º Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.
(Medida Provisória nº 858, de 23 de novembro de 2018)

b) Formulação própria para decretos, nos quais se tem administração da data exata de publicação;
portanto, pode-se definir o dia exato de entrada em vigor.
Exemplo:
Art. 60. Este Decreto entra em vigor em 1º de fevereiro de 2018.
(Decreto nº 9.191, de 2017)

No caso de decretos, a praxe atual consiste em órgão proponente encaminhar proposta à Presidência
da República contendo o tempo necessário de vacatio legis, e a indicação do momento mais oportuno de
entrada em vigor. Com base nessas informações, a Casa Civil da Presidência da República arbitra data
de entrada em vigor imediatamente antes de submeter o ato ao Presidente da República.

c) Exemplo de formulação para leis nas quais não se é possível antever a data de publicação.
Observe-se que, como consta do exemplo, a vigência não precisa ser a mesma para todos os
dispositivos.

Exemplo:
Art. 80. Esta Lei entra em vigor:

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I – no 1º dia do sexto mês após a data de sua publicação, quanto aos arts. 41 a. 79; e
II – no 1º dia do mês subsequente à data de sua publicação, quanto aos demais dispositivos.
(exemplo fictício)

A fixação de vacatio legis utilizando a fórmula “Esta Lei [Este Decreto] entra em vigor X dias
[semanas/meses/anos] após a data de sua publicação”, como se observa dos exemplo anteriores, não é
mais a fórmula preferencial.
Na contagem do prazo para entrada em vigor dos atos normativos que estabeleçam período de
vacância considera-se o dia da publicação como dia zero e a data de entrada em vigor como o dia da
consumação integral do prazo. A contagem não é interrompida ou suspensa em fins de semana ou
feriados. Pode ocorrer, inclusive, se a entrada em vigor do ato normativo ocorrer em dia não útil.
Caso a vacatio legis seja estabelecida em semanas, meses ou anos considera-se que a entrada em
vigor ocorrerá no dia de igual número do de início, ou no imediatamente posterior, se faltar exata
correspondência.

Assinatura e referenda
Os atos normativos devem ser assinados pela autoridade competente.
Todos os atos submetidos ao Presidente da República devem ser referendadas pelos Ministros de
Estado que respondam pela matéria (Constituição, art. 87, parágrafo único, inciso I), que assumem,
assim, a corresponsabilidade por sua execução e observância (PINHEIRO, 1962, p. 189-190).
No caso dos atos de nomeação de Ministro de Estado, a referenda será do Ministro de Estado da
Justiça, ao qual também compete referendar de atos cuja matéria não seja afeta a nenhum outro
Ministério.
A referenda de atos propostos por autoridades subordinadas diretamente ao Presidente da República,
mas que não sejam Ministros de Estado, é da competência do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da
Presidência da República.
Cumpre observar que a referenda é competência privativa de Ministros de Estado, não podendo ser
exercida por outras autoridades (dirigentes de entidades da administração indireta, secretários especiais,
secretários-executivos etc. que não estejam no exercício da interinidade como Ministros de Estado) ou
delegada. Considerando que a competência é, constitucionalmente, de Ministros de Estado, nem mesmo
autoridades equiparadas a Ministros de Estado, mas que, em sentido estrito, não sejam Ministros de
Estado, podem exercer a competência.

Lei ordinária

Definição

A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra, normas gerais e abstratas. Embora as leis
sejam definidas, normalmente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas contêm, não
raramente, normas singulares (lei formal ou ato normativo de efeitos concretos).
São exemplos de lei formal:
a) Lei Orçamentária Anual (Constituição, art. 165, § 5o);
b) leis que autorizam a criação de empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e
fundações (Constituição, art. 37, caput, inciso XIX).

Trata sobre assuntos diversos da área penal, civil, tributária, administrativa e da maior parte das
normas jurídicas do país, regulando quase todas as matérias de competência da União, com sanção do
Presidente da República. O projeto de lei ordinária é aprovado por maioria simples.
Pode ser proposto pelo Presidente da República, por deputados, senadores, Supremo Tribunal
Federal, tribunais superiores e Procurador-Geral da República. Os cidadãos também podem propor tal
projeto, desde que seja subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado do País, distribuído pelo
menos por cinco estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
Acentue-se, por outro lado, que existem matérias que somente podem ser disciplinadas por lei
ordinária10, sendo, aliás, vedada a delegação (Constituição, art. 68, § 1o, incisos I, II e III).

Objeto

O Estado de Direito (Constituição, art. 1o) define-se pela submissão de diversas relações da vida ao
Direito. Assim, não deveria haver, em princípio, domínios vedados à lei. Essa afirmativa é, todavia, apenas

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parcialmente correta. Existem matérias que, por força constitucional, não serão objeto de lei ordinária.
Nesse sentido, a Constituição define matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49),
a serem disciplinadas mediante decreto legislativo. Há, ainda, por exemplo, competências privativas do
Senado Federal e da Câmara dos Deputados (Constituição, arts. 51 e 52). Por fim, a Emenda
Constitucional no 32, de de 2001, permitiu a disciplina de matérias por decreto do Presidente da República
(art. 84, caput, inciso VI, alíneas “a” e “b”).
Por outro lado, existem matérias que somente podem ser disciplinadas por lei ordinária, sendo, aliás,
vedada a delegação (Constituição, art. 68, § 1o, incisos I, II, III).

Lei complementar

Definição

As leis complementares são um tipo de lei que não têm a rigidez dos preceitos constitucionais, e
tampouco comportam a revogação por força de qualquer lei ordinária superveniente 11. Com a instituição
de lei complementar, o constituinte buscou resguardar determinadas matérias contra mudanças céleres
ou apressadas, sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modificação.
A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso
Nacional (Constituição, art. 69).

Objeto

Caberia indagar se a lei complementar tem matéria própria. Pode-se afirmar que, sendo toda e
qualquer lei uma complementação da Constituição, a sua qualidade de lei complementar seria atribuída
por um elemento de índole formal, que é a sua aprovação pela maioria absoluta de cada uma das Casas
do Congresso. A qualificação de uma lei como complementar dependeria, assim, de um elemento
aleatório. Essa não é a melhor interpretação. Ao estabelecer um terceiro tipo, o constituinte pretendeu
assegurar certa estabilidade e um mínimo de rigidez às normas que regulam certas matérias. Dessa
forma, elimina-se eventual discricionariedade do legislador, e se entende que leis complementares
propriamente ditas são aquelas exigidas expressamente pelo texto constitucional (ATALIBA, 1971, p. 28;
FERREIRA FILHO, 2012, p. 240-241).
Disso decorre que:
a) Pode-se identificar as matérias reservadas à lei complementar pela expressa menção no texto
constitucional. Não se pode pretender estender as matérias reservadas à lei complementar com base em
argumentos de maior importância da matéria ou de conveniência política;
b) A utilização de lei complementar nas hipóteses constitucionalmente prescritas é obrigação e não
faculdade. Não existe a possibilidade de se dispor por meio de lei ordinária sobre a matéria enquanto não
editada a lei complementar.
c) Não existe entre lei complementar e lei ordinária (ou medida provisória:) uma relação de hierarquia,
pois seus campos de abrangência são diversos. Assim, a lei ordinária que invadir matéria de lei
complementar é inconstitucional, e não ilegal12;
d) Norma pré-constitucional de qualquer espécie que verse sobre matéria que a Constituição de 1988
reservou à lei complementar foi recepcionada pela nova ordem constitucional como lei complementar13;
e) Lei votada com o procedimento de lei complementar e denominada como tal, ainda assim, terá
efeitos jurídicos de lei ordinária, podendo ser revogada por lei ordinária posterior, se versar sobre matéria
não reservada constitucionalmente à lei complementar14; e
f) Dispositivos de uma lei complementar que não tratarem de matéria constitucionalmente reservada à
lei complementar possuem efeitos jurídicos de lei ordinária. Contudo, apesar de constitucionalmente
legítimo, não é tecnicamente recomendável misturar no corpo de lei complementar matéria de lei
ordinária.

Lei delegada

Definição

Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Presidente da República em decorrência de
autorização do Poder Legislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e dentro dos
limites nela traçados (Constituição, art. 68).
Trata-se de espécie normativa em desuso no âmbito federal. Apenas duas leis delegadas foram

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promulgadas após a Constituição de 1988, a Lei Delegada no 12, de 7 de agosto de 1992, e a Lei no 13,
de 27 de agosto de 1992.

Objeto

A Constituição (art. 68, § 1o) estabelece que não podem ser objeto de delegação os atos de
competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
“I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; e
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.”

Medida provisória

23.1 Definição

Medida provisória é ato normativo com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República
em caso de relevância e urgência. Na hipótese de medida provisória destinada à abertura de crédito
extraordinário (Constituição, art. 167, § 3º), também existe o requisito da imprevisibilidade da situação
que motivou a sua edição.
A medida provisória deve ser submetida de imediato à deliberação do Congresso Nacional.
As medidas provisórias perdem a eficácia desde a edição se não forem convertidas em lei no prazo de
60 dias, prorrogável por mais 60 dias. Nesse caso, o Congresso Nacional deverá disciplinar, por decreto
legislativo, as relações jurídicas decorrentes da medida provisória. Se tal disciplina não for feita no prazo
de 60 dias após a rejeição ou a perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas
e decorrentes de atos praticados durante a vigência da medida provisória permanecem regidas por ela.

Objeto

As medidas provisórias têm por objeto, basicamente, a mesma matéria das leis ordinárias; contudo,
não podem ser objeto de medida provisória as seguintes matérias:
a) Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) Direitos Penal, Processual Penal e Processual Civil;
c) Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,
ressalvada a abertura de crédito extraordinário, a qual é expressamente reservada à medida provisória
(Constituição, art. 167, § 3o );
e) Aquelas que visem à detenção ou ao sequestro de bens, de poupança popular ou de qualquer outro
ativo financeiro;
f) Aquelas reservadas à lei complementar;
g) Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto
do Presidente da República;
h) Aprovação de Código; e
i) Regulamentação de artigo da Constituição, cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda
constitucional promulgada no período compreendido entre 1o de janeiro de 1995 até a promulgação da
Emenda Constitucional no 32, de 11 de setembro de 2001.
Além disso, o Decreto nº 9.191, de 2017, recomenda que não seja objeto de medida provisória a
matéria “que possa ser aprovada sem danos para o interesse público nos prazos estabelecidos pelo
procedimento legislativo de urgência previsto na Constituição” (art. 35, caput, inciso V).

Decreto

Definição

Decretos são atos administrativos de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a


prover as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de modo

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Decretos singulares ou de efeitos concretos

Os decretos podem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos referentes à questão
de pessoal, de abertura de crédito, de desapropriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda
de nacionalidade, etc.).
Os decreto singulares costumavam não ser numerados, numa prática que foi abolida com o Decreto
nº 9.191, de 2017. Atualmente, apenas os decreto relativas às questões de pessoal não são numerados
e também não possuem ementa.

Decretos regulamentares

Os decretos regulamentares são atos normativos subordinados ou secundários. A diferença entre a lei
e o regulamento, no Direito brasileiro, não se limita à origem ou à supremacia daquela sobre este. A
distinção substancial é de que a lei inova originariamente o ordenamento jurídico, enquanto o regulamento
não o altera, mas fixa, tão-somente, as:
[...] regras orgânicas e processuais destinadas a pôr em execução os princípios institucionais
estabelecidos por lei, ou para desenvolver os preceitos constantes da lei, expressos ou implícitos, dentro
da órbita por ela circunscrita, isto é, as diretrizes, em pormenor, por ela determinadas. (MELLO, 1969, p.
314-316).
Como observa Celso Antônio Bandeira de Mello, a generalidade e o caráter abstrato da lei permitem
particularizações gradativas quando não têm como fim a especificidade de situações insuscetíveis de
redução a um padrão qualquer (MELLO, 1981, p. 83). Disso resulta, não raras vezes, margem de discrição
administrativa a ser exercida na aplicação da lei.

Decretos autônomos

Com a edição da Emenda Constitucional no 32, de 2001, introduziu-se no ordenamento pátrio ato
normativo conhecido doutrinariamente como decreto autônomo, decreto que decorre diretamente da
Constituição, possuindo efeitos análogos ao de uma lei ordinária.
Tal espécie normativa, contudo, limita-se às hipóteses de organização e funcionamento da
administração pública federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos (Constituição, art. 84, caput,
inciso VI).

Portaria

25.1 Definição e objeto

É o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades expedem instruções sobre a organização e
o funcionamento de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua competência.
Tal como os atos legislativos, a portaria contém parte preliminar, parte normativa e parte final, dessa
forma, as considerações do subitem “19.1 Forma e estrutura” são válidas. Porém a portaria não possui
fecho e, além disso, as portarias relativas às questões de pessoal não contêm ementa.

Exemplo de portaria:

PORTARIA Nº 936, DE 8 DE AGOSTO DE 2018

Delega competência para autorização de


concessão de diárias e passagens no âmbito da Casa
Civil da Presidência da República.

O MINISTRO DE ESTADO CHEFE DA CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso da


atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, incisos I e II, da Constituição, e tendo em vista o
disposto no art. 12 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e no art. 6º e art. 7º do Decreto nº 7.689, de
2 de março de 2012, resolve:

Art. 1º A competência para autorizar a concessão de diárias e passagens aos servidores fica delegada
aos dirigentes máximos das seguintes unidades:

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126
I – Assessoria Especial;
II – Secretaria-Executiva;
III – Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais; IV – Subchefia de
Articulação e Monitoramento;
V – Subchefia para Assuntos Jurídicos;
VI – Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social; VII – Secretaria-Executiva da
Comissão de Ética Pública;
VIII – Imprensa Nacional;
IX – Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário; X – Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária ─ INCRA;
XI – Instituto Nacional de Tecnologia da Informação ─ ITI; e
XII – Gabinete de Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro.
§ 1º A concessão de diárias e passagens dos servidores lotados no Gabinete do Ministro será
autorizada pelo Secretário-Executivo da Casa Civil.
§ 2º Os dirigentes mencionados no caput designarão, aos gestores setoriais do Sistema de Concessão
de Diárias e Passagens (SCDP), os servidores que realizarão os procedimentos de concessão e de
autorização de diárias e passagens.

Art. 2º Fica delegada ao Secretário-Executivo da Casa Civil, vedada a subdelegação, salvo nas
hipóteses em que o deslocamento exigir manutenção do sigilo, observado o § 8º do art. 7º do Decreto nº
7.689, de 2012, a competência para autorizar a concessão de diárias e passagens referentes à:
I – deslocamentos de servidores ou militares por prazo superior a dez dias contínuos;
II – mais de quarenta diárias intercaladas por servidor no ano;
III – deslocamentos de mais de dez pessoas para o mesmo evento; e IV – deslocamentos para o
exterior, com ônus.
Parágrafo único. A competência para autorizar a concessão das diárias e passagens de que tratam os
incisos I a III do caput fica delegada, nos respectivos órgãos e entidades:
I – ao Secretário Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário; II – aos presidentes
do INCRA e do ITI; e
III – ao Interventor Federal.

Art. 3º A concessão de diárias e passagens do Secretário-Executivo da Casa Civil será autorizada pelo
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil.

Art. 4º A autoridade responsável pela autorização da concessão das diárias e passagens ficará
responsável pela aprovação da respectiva prestação de contas.

Art. 5º Os limites de gastos com diárias e passagens de que trata o § 3º do art. 6º do Decreto nº 7.689,
de 2012, deverão ser distribuídos entre as unidades elencadas no art. 1º.
Parágrafo único. O Secretário-Executivo da Casa Civil deverá, em ato próprio a ser publicado no
Boletim Interno, definir os limites de gastos com diárias e passagens anualmente.

Art. 6º Ficam convalidados os atos de autorização de concessão de diárias e passagens relativos ao


Gabinete de Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro até a data de entrada em vigor desta
Portaria.
Art. 7º Ficam revogadas:
I – a Portaria nº 964, de 5 de outubro de 2017; e
II – a Portaria nº 1.031, de 13 de novembro de 2017

Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ELISEU LEMOS PADILHA

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127
Questões

01- (SP-URBANISMO - Assistente Administrativo- Vunesp). Ao redigir atos normativos e


comunicações, o Poder Público faz uso de um tipo específico de redação, mais conhecida por Redação

(A) Pública.
(B) Legislativa.
(C) Oficial.
(D) Acadêmica.
(E) Funcional.

02 – (Prefeitura de São José do Rio Preto - SP - Agente legislativo – CONSESP). De acordo com
o Manual de Redação da Presidência da República, Lei Ordinária é

(A) um ato normativo primário e contém, em regra, normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam
definidas, normalmente, pela generalidade e abstração (“lei material”), estas contêm, não raramente,
normas singulares (“lei formal” ou “ato normativo de efeitos concretos”).
(B) o ato normativo elaborado pelo Presidente da República em virtude de autorização do Poder
Legislativo, expedida mediante resolução e dentro dos limites nela traçados.
(C) o ato normativo com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República em caso de
relevância e urgência. Tal medida deve ser submetida de imediato à deliberação do Congresso Nacional.
(D) o ato destinado a regular as matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional que tenham
efeitos externos a ele.
(E) a declaração que contém o nome da autoridade, do cargo em que se acha investida e da atribuição
constitucional em que se funda para promulgar a lei e a ordem de execução ou mandado de cumprimento,
a qual prescreve a força coativa do ato normativo.

03 – (Prefeitura de São José do Rio Preto - SP - Agente legislativo – CONSESP). O Decreto, de


acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, pode ser:

(A) Singular e Autônomo.


(B) Complementar e Normativo.
(C) Estrutural e Singular.
(D) Singular, Regulamentar e Autônomo.

04 – (Câmara de Mogi das Cruzes - Jornalista. – Vunesp). O ato normativo com força de lei que
pode ser editado pelo Presidente da República em caso de relevância e urgência e que deve ser
submetido de imediato à deliberação do Congresso Nacional é chamado de

(A) Lei Delegada.


(B) Decreto.
(C) Portaria.
(D) Medida Provisória.
(E) Lei complementar.

05 – (CRO-BA - Técnico Administrativo – IDIB). É um ato pelo qual se acrescentam informações a


um documento público ou ato administrativo anterior a fim de esclarecê-lo, interpretá-lo ou completá-lo. É
um documento complementar de um ato. Esses conceitos referem-se à:

(A) Agenda.
(B) Apostila.
(C) Ata.
(D) Resenha.

06 – (UFPB - Assistente em Administração - INSTITUTO AOCP/2019). Em certa ocasião, o Reitor


de uma Universidade Federal precisou emitir um documento para determinar o cumprimento de normas
pelos servidores da Instituição. Esse documento versava sobre os critérios a serem adotados para a
liberação de diárias e custeio de passagens para viagens nacionais e internacionais. O documento emitido

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128
trata-se de um instrumento normativo infralegal que a Administração Pública utiliza para determinar o
cumprimento de uma ou várias instruções. Qual documento é esse?
(A) Memorando.
(B) Certidão.
(C) Portaria.
(D) Ofício.
(E) Relatório.

Gabarito

01.C / 02.A / 03.D / 04.D / 05.B / 06. C

Comentários
01. Resposta: C
A redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. No
Manual da Presidência interessa tratá-la do ponto de vista da administração pública federal.

02. Resposta: A
Lei ordinária é a espécie normativa mais comum prevista na Constituição Federal e que edita normas
de forma geral e abstrata.
As leis ordinárias podem dispor sob qualquer matéria, com exceção das que estão reservadas às leis
complementares e aos assuntos internos do Congresso Nacional, que devem ser regulados por decretos
e resoluções.
As leis ordinárias são consideradas atos normativos primários, ou seja, criam, modificam e extinguem
direitos seguindo um processo legislativo e preceitos expressos diretamente na Constituição Federal.

03. Resposta: D
Os Decretos são atos administrativos de competência exclusiva do Chefe do Executivo, são
denominados como decretos singulares (efeitos concretos), decretos regulamentares e decretos
autônomos.

04. Resposta: D
A Medida Provisória (MP) é um instrumento com força de lei, adotado pelo presidente da República,
em casos de relevância e urgência. Produz efeitos imediatos, mas depende de aprovação do Congresso
Nacional para transformação definitiva em lei. Seu prazo de vigência é de sessenta dias, prorrogáveis
uma vez por igual período. Se não for aprovada no prazo de 45 dias, contados da sua publicação, a MP
tranca a pauta de votações da Casa em que se encontrar (Câmara ou Senado) até que seja votada. Neste
caso, a Câmara só pode votar alguns tipos de proposição em sessão extraordinária.

05. Resposta: B
Apostila: Aditamento = (acrescentar informações) de informações a um ato administrativo anterior, pode
se considerar uma retificação ou atualização, ou uma correção de dados.
06. Resposta: C
A Portaria é um Ato por meio do qual o titular do órgão determina providências de caráter
administrativo, visando a estabelecer normas referentes à organização, à ordem disciplinar e ao
funcionamento de serviço ou procedimentos para o(s) órgão(s) e entidade(s) da Administração Pública,
bem como para nortear o cumprimento de dispositivos legais e disciplinares.

9. Elaboração de atas e relatórios.

Ata

É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos fatos e deliberações ocorridos em uma reunião,
sessão ou assembleia. A ata deve ser redigida, se possível, no decorrer da reunião. Por isso é

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129
recomendável que o secretário, que a redige seja uma pessoa não envolvida nas discussões e
deliberações a serem tomadas pelos participantes. Sendo que, o secretário atua como observador e
narrador fiel dos fatos. A ata é documento de valor jurídico.
Estrutura:
- Título - ATA. Em se tratando de atas elaboradas sequencialmente, indicar o respectivo número da
reunião ou sessão, em caixa-alta, nome da entidade e local da reunião.
- Texto, incluindo: Preâmbulo - registro da situação espacial e temporal e participantes; Registro dos
assuntos abordados e de suas decisões, com indicação das personalidades envolvidas, se for o caso;
Fecho - termo de encerramento com indicação, se necessário, do redator, do horário de encerramento,
de convocação de nova reunião etc.
Escreve-se tudo seguidamente, sem rasuras, emendas ou entrelinhas, em linguagem simples, clara
e concisa. Deve-se evitar as abreviaturas, e os números são escritos por extenso.
Verificando-se qualquer engano no momento da redação, deverá ser imediatamente retificado
empregando-se a palavra “digo”. Na hipótese de qualquer omissão ou erro depois de lavrada a Ata, far-
se-á uma ressalva: “em tempo”. “Na linha................., onde se lê..................leia-se....................”.
A ATA será assinada e/ou rubricada por todos os presentes à reunião ou apenas pelo presidente e
relator, dependendo das exigências regimentais do órgão.

Modelo de ATA

RELATÓRIOS GERENCIAIS

Relatório é o texto informativo-expositivo em que se expõe por escrito uma atividade ou situação. A
depender de sua finalidade, pode assumir diversas formas: relatório gerencial, de contas, médico, de
aulas práticas, de visita de estudo, etc.

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Tipos Variados de Relatório

Se você já trabalhou com laboratórios, universidades ou com pesquisa, é provável que tenha visto
relatórios técnico-científicos. Mas podemos fazer relatório de estágio, de viagem, visita, administrativos,
entre outros.

Relatório Técnico-Científico: é o documento pelo qual se faz a difusão e registro da informação.


Utiliza-se esse relatório para descrever experiências, investigações, processos, métodos e análises.

Relatório de Viagem: é utilizado para documentar por escrito uma viagem. Devemos informar a data,
o destino, a duração, os participantes, os objetivos e atividades desenvolvidas na viagem. A introdução
deve incluir a data, o destino e o objetivo da viagem. No desenvolvimento são relacionados os
participantes, as funções ou atividades desempenhadas e os lugares visitados.

Relatório de Estágio: deve descrever o local em que foi realizado o estágio ou a visita, o período de
duração e as atividades desenvolvidas pelo estagiário.

Relatório de Visita: é um documento que descreve o motivo da visita, o local desta, os trabalhos
executados, os processos técnicos e as particularidades observadas. Por fim, deve apresentar uma
conclusão.

Relatório Administrativo: comunica por escrito a atuação administrativa à uma autoridade superior.
Um documento de encaminhamento pode acompanhar o relatório administrativo remetido à apreciação
de uma pessoa ou organização. Geralmente, os relatórios administrativos são confeccionados no término
de um exercício.

Relatório Gerencial: de maneira geral, é um documento escrito, baseado em fatos, contendo


informações relevantes para avaliação e possíveis tomadas de decisão. É baseado em análises de dados
passados e atuais e, também, em projeções futuras e sugestões (sugestões de como melhorar os índices,
sobre possíveis efeitos de alguma crise ou aquisição/venda de uma nova unidade, etc.).

Organização, Redação e Elaboração de Relatório


a) Cabeçalho: pode-se seguir o modelo de ofício, utilizando-se o brasão das armas da República ou
a logomarca da instituição, além da identificação do órgão, departamento e setor que o expede, endereço,
telefone, fax e e-mail.

b) Identificação do documento (epígrafe): caso toda a identificação necessária da instituição que


emite o relatório não se apresente no cabeçalho, pode-se identificar o documento como no ofício (número,
ano, setor e instituição que emite) ou, ainda, adotar um título, com identificação do tipo de relatório, que
pode usar uma formatação de destaque - geralmente, letras maiúsculas e centralizadas.

c) Data: no relatório, o mais comum é a data seguir o padrão ofício e ser registrada no início, abaixo
da identificação do documento.

d) Assunto ou Ementa: em geral, o relatório tem assunto e o parecer tem ementa. O assunto e a
ementa devem iniciar com um substantivo e não com um verbo. A ementa deve dar uma ideia geral do
que trata o documento. Se bem elaborada, facilita - para o emissor - localizar o documento e - para o
receptor - saber o tema do documento antes mesmo de lê-lo.

e) Destinatário e Vocativo: o relatório pode seguir o padrão de ofício ou memorando e ser endereçado
a quem o solicitou. Ou, assim como o parecer, pode não apresentar destinatário nem vocativo. É um
documento que deverá compor um processo e, caso seja necessário enviá-lo para alguém, isso deve ser
feito por ofício ou memorando.

f) Numeração dos parágrafos e tópicos: se o relatório for curto (de cinco a dez páginas) podemos
numerar os parágrafos. Caso o relatório seja longo, é recomendado o uso de tópicos, que facilitam a
organização dos assuntos no texto e a leitura específica dos temas que o receptor busca.

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131
g) Fecho: se o redator utilizar destinatário ou vocativo, deve adotar também o uso do fecho; caso
contrário, o fecho não deve ser utilizado.

h) Gráficos, tabelas, quadros e figuras: o uso de gráficos, tabelas, quadros e figuras é bastante
recomendado em documentos técnicos como relatórios e pareceres, porque eles facilitam a leitura das
informações.

Alguns relatórios podem apresentar elementos pré-textuais - como capa, folha de rosto, equipe técnica,
sumário, listas e resumo, elementos textuais - e elementos pós-textuais - como anexo, glossário,
referências bibliográficas e índice.

“Relatórios Gerenciais de boa qualidade são de extrema importância para uma boa gestão. É
possível elaborar e utilizar os Relatórios Gerenciais de forma simples, objetiva e eficaz”.

Especialmente, os relatórios gerenciais devem evidenciar as tendências demonstradas (crescimento


de ganhos, redução de custos, despesas, etc.) e também os pontos que podem ser melhorados (onde
reduzir despesas, por exemplo). É importante apresentar os resultados obtidos com os indicadores
calculados. Um bom conhecimento em Excel é essencial, pois esta ferramenta ajuda - e muito - no
desenvolvimento e acompanhamento gerencial.
O relatório deve sempre ter qualidade gráfica e de informação, confiabilidade, clareza de texto e
impressão, acabamento e papel adequados, para que, quando um diretor venha analisar o seu relatório,
ele possa interpretar as informações exatamente como você as quer passar; caso o diretor não entenda,
ou ache meio complicado, provavelmente seu relatório irá para uma gaveta e será esquecido.
Para quem não possui um sistema bem estruturado que possa lhe fornecer informações e relatórios
gerenciais, o Excel é uma boa medida. Além de você criar uma base de dados dentro dele, você também
poderá criar os famosos gráficos que, a princípio, são os grandes geradores de informações gerenciais.
O Gráfico é um instrumento que possibilita transmitir, muitas vezes, o significado de planilhas ou tabelas
complexas de uma forma mais eficiente e mais simples. Sendo assim, o Excel permite a criação de vários
tipos de gráficos de forma prática e eficiente, baseados nas informações fornecidas por suas planilhas e
em indicadores que são necessários serem apresentados.
Não adianta saber como efetuar a confecção de um gráfico se não souber a finalidade a que se destina
determinado gráfico. Desta forma, corre-se o risco de apresentar um gráfico que não seja adequado a
uma determinada situação.
A linguagem utilizada na elaboração do relatório gerencial deve ser simples e curta, com parágrafos
breves e fáceis de ler. Não importa a complexidade do assunto ou a complicação do material, sempre se
pode transformar tudo em um português claro, legível e objetivo. É essencial que contenha uma capa de
apresentação expondo o assunto em questão, logotipo da empresa e, é claro, o nome e função das
pessoas envolvidas na confecção do mesmo.
Lembrando que não há um padrão exato, mas cada empresa tem a sua particularidade. Uma empresa
pode, inicialmente, demonstrar os principais destaques do período. Por exemplo:

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Receita Líquida, Lucratividade e Ebitida: são alguns exemplos de indicadores que podem ser
considerados relevantes por estarem em destaque no período de elaboração do relatório; em outros
momentos ou períodos, outros indicadores podem estar em destaque. Em cada tópico, o relatório pode
apresentar um comentário - simples e curto e, ao lado, a base de dados.
Em empresas de sociedade anônima, os relatórios gerenciais, geralmente, apresentam uma
mensagem aos acionistas. A mensagem explica, de forma mais detalhada, o porquê daqueles resultados
e quais as expectativas futuras.

Perfil Corporativo (descreve a empresa): quando foi construída, o ramo de atuação, dentre outras
coisas.

Desempenho Econômico Financeiro: apresenta uma retrospectiva de exercícios anteriores,


demonstrando as perspectivas para exercícios futuros, trazendo dados fundamentados (revistas, site,
publicações), informando e demonstrando aos acionistas como chegaram àquelas projeções.

Esse tópico é interessante quando a empresa for apresentar resultados consolidados a grande grupo
de pessoas. Para relatórios rápidos e mais simples, esses dados podem ser dispensados.
Logo após a apresentação da empresa, são apresentados demonstração de resultados,
acompanhados de gráficos e análise técnica. Geralmente, a apresentação se inicia pela análise da parte
mais interessante; porém, o relatório tem que obedecer a uma sequência lógica. Por exemplo, um relatório
gerencial financeiro obedece à sequência de um DRE – Demonstrativo de Resultado do Exercício.

Considerações sobre o Relatório Gerencial Financeiro


Fluxo de Caixa: fluxo do dinheiro no caixa da empresa, ou seja, o montante recebido e gasto por uma
empresa durante um período de tempo definido.

Demonstração do Resultado do Exercício: é um resumo das operações financeiras da empresa em


um determinado período de tempo para verificar se a empresa teve lucro ou prejuízo.

Balanço Patrimonial: demonstra a situação patrimonial da empresa em determinado momento,


mostrando o saldo dos bens, dos direitos e das obrigações. O balanço patrimonial apresenta os ativos
(bens e direitos), passivos (exigibilidades e obrigações) e o patrimônio líquido, que é resultante da
diferença entre o total de ativos e o total de passivos. Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo.

Demonstrações das mutações do Patrimônio Líquido: é uma demonstração mais completa e


abrangente, já que evidencia a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o
exercício social, inclusive a formação e utilização das reservas não derivadas do lucro. É de elaboração
facultativa, podendo ser incluída a demonstração de lucros e prejuízos acumulados.

Apresentadas as análises financeiras, o relatório pode apresentar um outro assunto, como por
exemplo, a escolaridade/qualificação dos funcionários, que podem vir em um novo tópico, e outros
gráficos podem ser apresentados.
Tudo pode ser usado como informação para a tomada de decisão, por isso o relatório gerencial deve
apresentar as informações de forma organizada. A apresentação não deve ser muito longa para não ser
cansativa; deve ser objetiva, simples e direta.

Registros Administrativos
Os Registros Administrativos36 são uma rica fonte de dados que poderiam ser mais úteis tanto para
os tomadores de decisão quanto para os mais diversos tipos de pesquisas acadêmicas.
As diferentes organizações, normalmente, produzem um volume enorme de informações, dados e
registros voltados para a tomada de decisões e em última análise para o próprio agir administrativo. Uma
das consequências desse processo é o fortalecimento da tendência de que os registros administrativos
sejam mais bem desenvolvidos e aproveitados dentro das organizações.
Em governos de vários países, cuja administração da informação está mais desenvolvida, os registros
administrativos são utilizados de várias maneiras, como, por exemplo, para a formulação de políticas
públicas e também para os mais diversos tipos de trabalhos científicos. Países como a Holanda, Canadá

36
FERREIRA; Frederico Poley Martins. Registros Administrativos como Fonte de Dados Estatísticos. Informática Pública ano 10 (1): 81-93, 2008.

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133
e Estados Unidos avaliam a partir de registros administrativos inclusive a qualidade de seus censos
populacionais.
Mesmo no Brasil, num período relativamente recente, muitos registros administrativos vêm sendo
utilizados para subsidiar diferentes pesquisas. São os casos dos registros de nascimento, morte,
casamento e também alguns registros relativos ao Ministério do Trabalho como os da RAIS (Relação
Anual de Informações Sociais) e o do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados),
utilizados extensivamente para o acompanhamento do mercado de trabalho e pesquisas do tipo emprego-
desemprego.
O setor público é pródigo na produção de registros administrativos. Boa parte de suas ações como,
por exemplo, cobrança de impostos, repasse de recursos, desenvolvimento de programas sociais,
políticas na área de saúde, políticas de trabalho e emprego e políticas de pessoal estão baseadas em
cadastros que são alimentados a partir de registros administrativos.
Concomitantemente, tem-se observado a profusão de usos de cadastros de companhias prestadoras
de serviços como: de água, energia elétrica, telefone, cadastros de impostos como os do ICMS (Impostos
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Esses dados
têm sido utilizados para os mais diferentes fins como: nas decisões administrativas, análises econômicas,
sociais, formulação de políticas públicas... Esses bancos de dados normalmente são criados e
gerenciados a partir de registros administrativos.

É importante observar que os registros administrativos não são encontrados apenas nas
organizações governamentais, praticamente todas as entidades públicas ou privadas criam e
gerenciam registros administrativos.

No entanto, é característico dos órgãos públicos atuar em atividades como coleta de tributos,
fiscalização, repasse de recursos e formulação das mais diversas políticas públicas a partir de cadastros
subsidiados pelos registros administrativos. Por sua vez, observando especificamente as organizações
públicas, define como sendo registro administrativo:

Todo registro resultante de necessidades fiscais tributárias ou outras, criado com a finalidade de
viabilizar a administração ou operacionalização de programas de governo ou, ainda para
fiscalizar e controlar o cumprimento de obrigações legais por parte de determinados segmentos
da sociedade.

Muitos problemas podem ocorrer na identificação e classificação dos registros administrativos. Essas
dificuldades se tornam ainda mais robustas, especificamente, em organizações que apresentam, em
maior ou menor grau, determinadas características, quais sejam:

- Ambientes gerenciais muito fragmentados: muitas vezes, em ambientes gerenciais muito


fragmentados os processos comunicativos tendem a apresentar essa mesma característica. Gerando
informações e dados fragmentados, muitas vezes, de pouca utilidade para as decisões administrativas.

- Ambientes onde ocorre o fenômeno do crescimento diverso e raramente controlado dos


produtos documentários: nem sempre a criação da informação significa que ela será utilizada. Esse
aspecto pode levar a duas consequências: A primeira é que, de fato, as informações não são úteis. A
segunda é que as informações “poderiam” ser úteis, inclusive em aspectos que não os que
necessariamente as deram origem ou que justificam seu fim. Assim, o aumento significativo de uma
grande massa de informação que se torna a cada dia disponível às pessoas por diferentes meios
tecnológicos não significa o aumento de informações úteis e portadoras de sensações. Ao contrário, a
multiplicação de sinais leva a uma perda de sensação. Aqui se identifica um paradoxo já que a quantidade
de informação (dados e sinais) é percebida como um ruído.

- Organizações que possuem dificuldades em identificar um registro de acordo com sua


natureza funcional: muitas vezes vários registros administrativos são criados sem a clareza de seus
reais objetivos dentro das próprias organizações. De qualquer maneira, na gerência das informações
eficiência e efetividade são fundamentais. Existe a necessidade da definição acurada de quais
informações serão obtidas, como, se serão armazenadas ou não e por quê. Nesse processo é
interessante observar que, aproximadamente 80% dos custos na gerência da informação, ocorrem na
fase de “criação” dos registros.

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A criação, o uso e o armazenamento de registros administrativos requerem métodos e, muitas vezes,
ferramentas computacionais específicas. De uma maneira geral, o melhor uso dos registros
administrativos implica em um bom gerenciamento de informações dentro das organizações. Nesse
aspecto também está implícita a necessidade de se manter a qualidade da produção e da manutenção
dos registros.

Desvantagens no uso de Registros


Dependendo do tipo de registro e a forma como ele foi criado, determinadas desvantagens podem
estar mais ou menos presentes, de forma combinada ou não visando a tomada de decisão ou a realização
de estatísticas com tais registros objetivando até mesmo a realização de pesquisas.

- Definições Inconsistentes: muitas vezes o registro, ao ser criado, não tem estabelecido
adequadamente o conceito que lhe dá sustentação.
- Os dados administrativos não auferem o exato conceito que pode ser utilizado por um usuário
secundário: diferenças entre os conceitos usados pelo usuário secundário e o conceito que deu origem
ao registro administrativo geram grandes dificuldades.
- Formatos “descoordenados” dos registros: muitas vezes, os registros alimentam bancos de
dados com informações não padronizadas, ou seja, um mesmo dado pode ser descrito de várias
maneiras.
- Deficiências dos dados: muitas vezes, os dados podem ter problemas como os de confiabilidade,
fato que deve ser sempre analisado e testado.
- Perda de registros no tempo: por falta de um gerenciamento adequado do ciclo de vida da
informação muitos dados são perdidos ou subutilizados.
- Falta de “timing”: os registros podem ser criados, por exemplo, muito tempo depois do fato que, a
princípio, justificaria sua existência. Por exemplo, pessoas depois de adultas que tiram sua certidão de
nascimento.
- Dificuldades em se “conversar” com outras bases de dados: considerando-se a forma como os
dados são armazenados e os bancos de dados são alimentados isto pode ser determinante, no que se
refere à integração entre diversas bases de dados.
- Necessidade do sigilo das informações: muitas vezes, determinados dados não estão disponíveis,
dado o sigilo envolvido nas informações. Como exemplo, determinados registros da Receita Federal.
- Inflexibilidade quanto às informações disponíveis e as questões envolvidas: normalmente, os
registros administrativos são criados para o “agir” administrativo, por isso mesmo, o número de perguntas
e o detalhamento não seriam aqueles desejáveis para uma pesquisa acadêmica.
- Problemas de cobertura da população: muitas vezes, a cobertura dos dados a partir de registros
administrativos estará incompleta, considerando-se as características do cadastro que se está utilizando.
Como exemplo, ao analisar as empresas de um determinado setor econômico a partir do cadastro de
empresas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) só estarão cadastradas as
empresas formais. Todas as demais (as informais) não estarão contempladas no cadastro. Essa é uma
questão que deve ser muito bem analisada e testada. Isso, muitas vezes, é possível cruzando dados de
cadastros com os dados de pesquisas oficiais, num determinado ponto no tempo.
- Problemas nas tabulações e divulgações existentes: muitos registros administrativos são
disponibilizados e divulgados a partir de determinadas tabulações. Muitos podem apresentar divulgação
deficiente e/ou tabulações que não atendem as demandas por informações, nem dos tomadores de
decisão e nem dos potenciais pesquisadores.

Vantagens no uso de Registros


Entre as principais vantagens na utilização dos registros administrativos como auxílio para a tomada
de decisão e como estatísticas para pesquisas tem-se:
- Ampliação da visão da realidade: em países cuja qualidade dos registros é considerada satisfatória,
muitas vezes os registros administrativos auxiliam, inclusive, extensivamente na realização de pesquisas
oficiais, como por exemplo, na avaliação de cobertura de censos populacionais.
- Eficiência: muitas vezes o custo de se trabalhar com os registros administrativos é bem menor do
que se realizar uma pesquisa específica para determinados assuntos.
- Envolve períodos de tempo de forma contínua ou períodos não abrangidos pelas pesquisas:
dados os custos das grandes pesquisas domiciliares, elas normalmente são realizadas em períodos pré-
estabelecidos de tempo. Na maioria das vezes, o registro administrativo é obtido de forma contínua no
tempo.

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135
- Para registros individuais ou para pequenas áreas, os registros administrativos podem ter
mais informações e de forma mais detalhada: do que, por exemplo, pesquisas baseadas em amostras
e restritas a determinados períodos de referência.
- Nos registros administrativos os problemas com a confiabilidade das respostas podem ser
reduzidos: devido a não existência de relação entre entrevistador e entrevistado, que podem levar a
ocorrência de mentiras, dificuldade em abordar assuntos delicados e esquecimento.

De uma maneira tradicional, muitas organizações adotam o gerenciamento de registros apenas como
forma de resolver problemas relacionados à má sistematização e arquivamento de registros em papel,
normalmente exigidos por lei.
É interessante observar que, mesmo nesse tipo de organização, por vários motivos, ocorre uma
necessidade imediata de mudanças, instigadas, entre outros motivos, pela disponibilidade das novas
tecnologias de informação, o que têm gerado tremendos desafios. Entre eles, pode-se observar que ao
contrário dos registros em papel, cuja preservação, pode e normalmente é decidida ao final do “ciclo de
vida” do registro, o valor de um registro eletrônico deve ser identificado “antes” que o registro seja criado.
Também, nesse momento, deverá ser avaliado se o registro será armazenado ou não. Isso está
relacionado à própria natureza dos registros eletrônicos, que normalmente demandam de seus gerentes
o envolvimento no desenho do sistema informatizado, inclusive, na criação, uso e preservação dos
registros produzidos. Em ambientes eletrônicos, os controles são mais intelectuais e mais voltados à
forma como os registros são produzidos e obtidos.
O adequado gerenciamento desses ciclos é fundamental para a qualidade do registro. Nesse contexto,
as organizações necessitam de uma abordagem que as ajudem a encontrar claramente as fontes internas
de informação e registros administrativos. Identificando o volume de informações geradas e seus
prováveis e potenciais usos.
Também é necessário criar conhecimento do que é viável, onde encontrar a informação, como
combinar os registros que produz, com suas necessidades e que registros administrativos podem ser
usados para criar novos valores. Isso, no entanto, só será viável a partir de uma perspectiva
interdisciplinar, numa estrutura organizacional de caráter mais horizontal.
É importante analisar se, realmente, os registros administrativos, “informam” aos tomadores de
decisão. Muitas vezes, se gasta uma quantidade enorme de recursos na criação e no gerenciamento dos
registros administrativos, porém por diversos motivos esses registros não atingem seu principal objetivo
que seria exatamente o de subsidiar os tomadores de decisão em suas ações.
Finalmente, o gerenciamento de registros também pode ser usado para ajudar as organizações a
identificar seu próprio negócio e as fontes de informações necessárias para seu sucesso.

Questões

01. (Banco do Brasil - Escriturário - FCC) A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano
aumentou 18% desde 1990. Mas a melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de
2010. Eles argumentam que, embora os números reflitam avanços em determinadas áreas, o mundo
continua a conviver com problemas graves, que exigem uma nova perspectiva política.
O cenário apresentado pelo Relatório não é animador. O documento adverte que, nestes 20 anos,
parte dos países enfrentou sérios problemas, sobretudo na saúde, anulando em alguns anos os ganhos
de várias décadas. Além disso, o crescimento econômico tem sido desigual. Os padrões de produção e
consumo atuais são considerados inadequados.
Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça caminhos possíveis. Entre eles, o
reconhecimento da ação pública na regulação da economia para proteger grupos mais vulneráveis. Outro
aspecto ressaltado é a necessidade de considerar pobreza, crescimento e desigualdade como temas
interligados. “Crescimento rápido não deve ser o único objetivo político, porque ignora a distribuição do
rendimento e negligencia a sustentabilidade do crescimento”, informa o texto.
Um aspecto importante revelado pelo Relatório é que muitas das ações para melhoria da saúde e da
educação não necessitam de grande investimento financeiro. Isso está mais presente sobretudo onde os
indicadores são ruins. “Numa primeira etapa, medidas simples como inclusão do soro caseiro e lavagem
das mãos já trazem impacto relevante”, avalia Flávio Comim, economista do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento.
(Lígia Formenti. O Estado de S. Paulo, A30 Vida, 5 de novembro de 2010)

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De acordo com o texto, o Relatório de 2010
(A) aponta vários problemas de saúde da população mundial, com as medidas a serem adotadas para
resolvê-los.
(B) deixa de lado a avaliação das causas do crescimento econômico desigual, que ocorre no mundo
todo.
(C) mostra preocupação com a persistência de problemas no mundo, apesar da constatação de alguns
avanços, desde 1990.
(D) assinala algumas divergências, entre os autores do documento, em relação às conclusões
possíveis a partir de seus dados.
(E) reconhece a importância da intervenção da ação pública no controle permanente da economia.

02. (UFRN - Assistente em Administração - COMPERVE/2015) Após concluir o primeiro ano de


gestão em seu primeiro mandato, o diretor de uma unidade da UFRN decidiu prestar contas de suas
realizações à comunidade acadêmica. Para isso, o documento oficial que deve ser utilizado é um
(A) Memorando.
(B) Comunicado.
(C) Ofício.
(D) Relatório.

03. (IPT/SP - Comprador - VUNESP) O texto a seguir denota um gênero textual que tem por finalidade
expor informações sobre um decreto, uma decisão, um projeto, uma atividade, uma pesquisa ou algo
semelhante, a fim de prestar contas, sejam elas financeiras ou administrativas.

“A receita de serviços e o resultado de seguros cresceram 17,2%. Nossas despesas cresceram apenas
4,8%, atingindo o melhor índice de eficiência ajustado ao risco. Encerramos o ano de 2013 com um lucro
líquido de R$ 16,5 bilhões, um aumento de 30,0% em comparação a 2012, e rentabilidade anualizada
sobre o patrimônio líquido médio de 21,0%”.

Esse gênero é denominado


(A) Ofício.
(B) Resumo.
(C) Relatório.
(D) Resenha.
(E) Crônica.

04. (UFERSA - Assistente em Administração - COMPERVE/2016) O relatório que apresenta a


situação patrimonial da empresa em determinado momento, mostrando o saldo dos bens, dos direitos e
das obrigações é
(A) o balanço do fluxo de caixa.
(B) a demonstração do resultado do exercício.
(C) o balanço patrimonial.
(D) a demonstração das mutações do patrimônio líquido.

Gabarito

01.C / 02.D / 03.C / 04.C

Comentários

01. Resposta: C
Apesar da questão não apresentar o Relatório 2010, mas sim uma interpretação deste, podemos
encontrar elementos que o identificam como um relatório, pois estes evidenciam tendências como
crescimento de ganhos, redução de custos, despesas, perdas, avanços sociais, indicadores, etc.
Como escrever é uma habilidade essencial na administração, o relatório deve sempre ter qualidade
gráfica e de informação, confiabilidade, clareza de texto e impressão, acabamento e papel adequados,
para que, quando um diretor venha analisar o seu relatório, ele possa interpretar as informações
exatamente como você as quer passar; caso o diretor não entenda, ou ache meio complicado,
provavelmente seu relatório irá pra uma gaveta e será esquecido.

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O texto apresentado contém uma informação importante: A média universal do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) aumentou 18% desde 1990. Isso é um fato. Se houve aumento do IDH,
houve melhora. No entanto, o texto apresenta uma série de problemas graves como na saúde,
crescimento desigual, padrões de produção e consumo desigual e pobreza, o que revela que existem
muitos assuntos com os quais os países precisam se preocupar.
A questão A deve ser descartada, pois o relatório não trata apenas dos vários problemas da saúde,
apesar de apontar algumas soluções possíveis. As questões B, D e E são mais fáceis de serem
descartadas, pois o texto apresentado é sobre o relatório não as embasa.

02. Resposta: D
O Relatório Gerencial é um documento escrito, que apresenta fatos e informações relevantes para
avaliação e tomadas de decisão. Praticamente todo relatório é um Relatório Gerencial, principalmente
quando elaborado pela alta administração, no caso, um diretor. O relatório gerencial apresenta análises
de dados passados e atuais, podendo, também, apresentar projeções futuras e sugestões.

03. Resposta: C
O trecho do texto apresentado na questão é de um relatório gerencial, pois apresenta informações
financeiras da situação de uma empresa ou departamento e sua análise comparativa entre os anos de
2012 e 2013.

04. Resposta: C
Balanço Patrimonial: demonstra a situação patrimonial da empresa em determinado momento,
mostrando o saldo dos bens, dos direitos e das obrigações. O balanço patrimonial apresenta os ativos
(bens e direitos), passivos (exigibilidades e obrigações) e o patrimônio líquido, que é resultante da
diferença entre o total de ativos e o total de passivos. Patrimônio Líquido = Ativo - Passivo.

10. Noções de Administração e Planejamento

Prezado(a) Candidato(a), para entendermos o assunto de “Noções Básicas de Administração”, o


conceito de “Organizações” é essencial de se compreender previamente, tendo em vista que a
Administração se relaciona com a maneira de gestão das organizações.

Conceito de Organização37

Organização é uma palavra originada do Grego "organon" que significa instrumento, utensílio, órgão
ou aquilo com que se trabalha. Palavra que também pode ser entendida, como a forma que se dispõe um
sistema (conjunto de elementos), em relação ao modo como eles estão organizados, ou seja, como os
diversos elementos que o compõe estão coordenados e dispostos em um espaço.
No entanto, o conceito que queremos destacar se traduz à forma como ela é aplicada, seja na
organização escolar, na organização empresarial, na organização pessoal, na organização de eventos,
na organização doméstica, etc.
Pois em todas essas aplicações, o sentido de organização se baseia na forma com as pessoas se
inter-relacionam e na disposição e distribuição dos diversos elementos envolvidos (recursos humanos e
materiais), que sempre tem em vista a concretização de um mesmo objetivo.

Organização Empresarial

Uma organização empresarial é formada por duas ou mais pessoas, que executam tarefas de modo
controlado e coordenado, por meio da divisão e atribuição de responsabilidades, visando um mesmo
objetivo em comum e a máxima qualidade do processo de trabalho.
Dependendo do tipo de organização (pública ou privada, entidade econômica ou social), há uma
pessoa que exerce um papel fundamental perante as funções de: liderança, planejamento, controle dos
recursos humanos/materiais, financeiros e tecnológicos disponíveis na empresa.

37
http://www.significados.com.br/organizacao/.

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138
Quanto a estrutura de uma organização, esta pode ser formal ou informal. Uma organização formal é
planejada e estruturada seguindo um regulamento interno. Já uma organização informal são as relações
geradas espontaneamente entre as pessoas, resultado do próprio funcionamento e evolução de uma
empresa.
Alguns elementos estão diretamente associados a uma organização, como por exemplo, clientes,
fornecedores, concorrentes, comunicação social, etc. Por isso, também merecem a atenção das
empresas.

Tipos e Importância das Organizações

A criação de uma organização sempre está fundamentada a algum propósito, ou seja, a algum objetivo,
que podem ser vinculados ao desenvolvimento de produtos ou a prestação de serviços para a satisfação
das necessidades humanas.
Quanto ao tipo destas organizações elas podem ser: públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos,
permanentes ou temporárias. Vejamos algumas definições:

Organização Pública: é aquela mantida pelo poder público, isto é, por qualquer nível de governo
federal, estadual ou municipal.
Organização Privada: é a mantida pela iniciativa privada, isto é, por pessoas sócias da organização.
Também existe a organização mista, na qual esforços públicos são combinados com privados.

Organização com fins Lucrativos: é aquela cujo objetivo é gerar lucro a partir das atividades por ela
desenvolvidas, para distribuí-lo aos seus sócios.
Organização sem fins Lucrativos: não tem objetivo de lucro, mas outras finalidades, como amparar
os necessitados, desenvolver atividades sociais, congregar pessoas. A ausência da finalidade de lucro
não impede que a organização venda mercadorias ou preste serviços remunerados, no entanto o lucro
dessa atividade deve ser revertido somente para a organização, e jamais para os seus proprietários.

Organização Permanente: é aquela constituída por prazo indeterminado, em princípio para sempre,
sem que isso impeça seu desaparecimento.
Organização Temporária: é a constituída com uma finalidade específica, para desaparecer logo que
a atividade tenha sido concluída.

Observe alguns exemplos para a melhor compreensão do assunto:


- A Petrobras é uma organização mista, permanente, com finalidade lucrativa.
- Um consórcio de empresas de engenharia constituído para construir uma estrada é uma organização
privada, temporária, com finalidade lucrativa.
- Um hospital municipal e uma associação de moradores são organizações permanentes, sem fins
lucrativos, o primeiro público e a segunda privada.

Já a respeito de sua importância podemos citar que:


Servem à Sociedade: são instituições sociais que refletem alguns valores e necessidades
culturalmente aceitos.
Realizam Objetivos: coordenam os esforços de diferentes indivíduos, permitindo-nos alcançar metas
que, de outra forma, seriam muito mais difíceis ou até mesmo impossíveis de serem atingidas.
Preservam o Conhecimento: como as universidades, museus e corporações são essenciais porque
guardam e protegem a maior parte do conhecimento que nossa civilização juntou e registrou.
Proporcionam Carreiras: proporcionam aos seus empregados uma fonte de sobrevivência.

Componentes de uma Organização

A figura abaixo apresenta um diagrama mostrando os principais componentes de uma organização,


vejamos:

Fonte: Adaptado de Maximiano, 1995.

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Com isso podemos observar que toda organização é composta pelo que chamamos de inputs e
outputs, ou seja, entrada e saída, respectivamente, que ao passarem pelo processo de transformação,
são convergidos em objetivos, e claro, nos produtos ou serviços que serão ofertados aos clientes.
Maximiano38 reforça que toda organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo
de objetivo, e se utiliza de dois componentes importantes: processo de transformação e divisão do
trabalho, como apresentado na figura acima.
Posto isso, para sua melhor compreensão, estudaremos a seguir cada um destes componentes.

Recursos
Os recursos são os meios ou ativos de que dispõem as empresas para a realização da produção.39
Quanto mais recursos as empresas tiverem ao seu alcance, melhor será o seu funcionamento e
resultados, e quanto menos recursos tiverem, maiores as dificuldades no alcance de seus objetivos.
Porém, excesso de recursos significa uma aplicação pouco rentável para uma empresa, por isso a
organização administrativa procura a máxima rentabilização dos recursos necessários para a obtenção
dos objetivos.
Existe uma variedade de recursos empresariais, porém os recursos mais importantes são os seguintes:
1. Recursos Materiais: são os recursos físicos, como edifícios, prédios, máquinas, equipamentos,
instalações, ferramentas, matérias-primas etc.
2. Recursos Financeiros: são recursos monetários, como capital, dinheiro em caixa ou em bancos,
créditos, investimentos, contas a receber etc.
3. Recursos Humanos: são as pessoas que trabalham em todos os níveis da empresa, desde o
presidente até o mais humilde dos operários. Na verdade, as pessoas são os únicos recursos vivos e
inteligentes de uma empresa, capazes de lidar com todos os demais recursos empresariais.
Os recursos humanos estão distribuídos em todos os níveis de uma organização, desde o nível
estratégico até o nível operacional, e este é o recurso mais importante que uma organização pode ter
atualmente.

Alguns economistas denominam os recursos empresariais como fatores de produção, pois para eles,
a produção de riqueza somente ocorre quando três fatores de produção estão presentes: a natureza, o
capital e o trabalho.
Natureza: representa os meios que proporcionam matéria-prima, máquinas e equipamentos.
Capital: representa os meios que financiam a produção.
Trabalho: representa a mão de obra que transforma a matéria-prima em produto acabado ou serviço
prestado, com a ajuda de máquinas e equipamentos.

Com o avanço cientifico, outros dois outros tipos de recursos passaram a integrar os recursos básicos
de uma empresa, sendo estes os recursos mercadológicos e os administrativos.
Recursos Mercadológicos: são os recursos comerciais que as empresas utilizam para colocar seus
produtos ou serviços no mercado, como vendas, promoção, propaganda, pesquisa de mercado, definição
de preços etc.
Recursos Administrativos: são os recursos gerenciais que as empresas utilizam para planejar,
organizar, dirigir e controlar suas atividades.

A falta de um desses recursos impossibilita o processo de produção e colocação dos bens e serviços
no mercado. Assim, todos os recursos empresariais apresentam a mesma relevância. Todavia, são os
recursos humanos, os únicos recursos que proporcionam inteligência, conhecimento, competência e
tomada de decisões para que seja colocado em ação todos os demais recursos empresariais, que por
sua vez são inerentes, estáticos e sem vida própria.

Processos de Transformação
É por meio dos processos que as organizações transformam os recursos em resultados, e alguns
processos que se encontram nas organizações são:
Processo de Produção: transformação de matérias-primas, por meio de máquinas ou da atividade
humana, em produtos e serviços.
Processo de Administração de Encomendas: transformação de um pedido feito ou prestação de
um serviço.

38
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração – 6. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2004.
39
http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/as-empresas-e-seus-recursos/49451/

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140
Processo de Administração de Recursos Humanos: transformação de necessidades de mão-de-
obra em disponibilização de pessoas.

Divisão do Trabalho
Em uma organização, cada pessoa realiza tarefas específicas, e todas contribuem para a realização
dos objetivos organizacionais. A divisão do trabalho é o processo que permite superar as limitações
individuais e a especialização é o elemento que agrega mais eficiência e eficácia a este processo.

Objetivos
Toda empresa existe para produzir alguma coisa, seja produtos (bens), ou serviços (educação, saúde
segurança...). As empresas que produzem bens são chamadas de empresas industriais, enquanto que
as que prestam serviços são chamadas de empresas prestadoras de serviços. Além da produção, as
empresas precisam colocar seus produtos ou serviços no mercado e é aí que surge a comercialização.

A Organização Administrativa40

O papel da Organização Administrativa é exatamente alocar, arranjar, agrupar, reunir, dividir o


trabalho, especializar, para que as atividades sejam executadas da melhor maneira possível.
Vale lembrar que cada organização possui uma identidade pessoal que é peculiar à sua gestão, ou
seja, possui seus objetivos, seu ramo de atividade, um ou mais produtos ou serviços que oferta, uma
missão, visão e valores que cabe à sua cultura organizacional, seus pontos fortes e fracos, ameaças e
oportunidades inerentes ao negócio, sua política empresarial, sua situação tecnológica e financeira, entre
outros. Fatos que só confirmam que cada organização é única, mas que todas necessitam de uma
administração eficiente e eficaz para conseguir agregar bons resultados ao negócio.
O papel da organização administrativa incumbe o agrupamento das atividades necessárias para atingir
os objetivos da empresa, esse agrupamento envolve a reunião de pessoas e recursos empresariais sob
a autorização de um chefe, tendo em vista que a organização precisa lidar com pessoas, órgãos e
relações de autoridade e responsabilidade.
Por fim o que devemos considerar é que a organização administrativa, serve para agrupar e estruturar
todos os recursos da empresa, permitindo assim o alcance dos objetivos almejados da melhor forma
possível.
A organização administrativa existe porque são muitas as tarefas do trabalho empresarial, e seria
impossível uma só pessoa realizar todas com o máximo de qualidade, daí a necessidade de muitas
pessoas em conjunto executando atividades diferentes, o que conduz a departamentalização da empresa
(criação de áreas funcionais) e a um novo problema: o da coordenação entre as pessoas envolvidas.

Funções Organizacionais e as Pessoas que as Exercem

As funções organizacionais condizem as tarefas especializadas que serão realizadas por um grupo de
pessoas ou por uma pessoa específica, para que a organização realize seus objetivos. A partir destas
funções é que surgem as áreas funcionais da empresa, áreas que tem a função de determinar o conjunto
de processos que será aplicado aos recursos da empresa.
A Administração Geral é que se responsabiliza pela coordenação das áreas funcionais e das pessoas
envolvidas no processo do trabalho. Posto isso, Maximiano41 afirma que as áreas funcionais mais
importantes para qualquer organização são: produção (ou operações), marketing, finanças, recursos
humanos e pesquisa e desenvolvimento.

40
MOLINA, J. Gestão em Petróleo e Gás. Organização.2015.
41
MAXIMIANO, Antonio César Amauri. Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2007.

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Produção (ou Operações)
Se trata de um sistema de operação produtivo, que transforma os recursos em bens ou serviços, para
que sejam oferecidos pela empresa a seus clientes.
O papel das pessoas do Departamento de Produção, de modo geral, é se ater às operações e à
qualidade dos produtos que são produzidos, os colaboradores desse setor devem buscar atender, as
necessidades e desejos dos clientes buscando uma valorização profissional e humana, trabalhando
motivados desenvolvem melhor seus trabalhos.
Na produção de bens, com o fim de comercialização do produto final, a transformação dos recursos
pode ser realizada por pessoas e/ou por maquinas, por exemplo, quando se trata de algum trabalho
manual, como os artesanatos, apenas as pessoas são necessárias para a sua fabricação, na fabricação
de pães são necessárias as pessoas para produzir e as máquinas, ou seja, o forno, para assar os pães,
já na fabricação de automóveis as máquinas são primordiais para fabrica-los.
Contudo, na produção das empresas prestadores de serviços, os clientes são processados e
transformados, por exemplo, na área da saúde, os pacientes chegam doentes nos hospitais, são tratados,
e saem de lá saudáveis, os alunos entram na escola sem saber ler e escrever, os professores os
alfabetizam e eles saem de lá educados, e no caso das universidades e escolas profissionalizantes, eles
saem com uma profissão, e assim por diante.
Vale destacar que o processo produtivo pode ser divido em três tipos de processos:
1. Produção em Massa: fornecimento de grande número de produtos e serviços, podem ser simples
ou complexos, ou seja, é uma produção em larga escala de produtos padronizados através de linhas de
montagem.
2. Produção por Processo Contínuo: um processo contínuo é visto como um método usado em
indústrias e fábricas a fim de garantir maior quantidade fabricada de um determinado produto durante o
menor espaço de tempo possível, temos como exemplo o fornecimento ininterrupto de um único produto
ou serviço, como gasolina, corantes, açúcar ou transmissão de programas de televisão.
3. Produção Unitária e em Pequenos Lotes: a produção é feita por unidades ou pequenas
quantidades, cada produto a seu tempo sendo modificado à medida que é feito, por exemplo, o
fornecimento de produtos e serviços sob encomenda.

O processo de produção envolve:


• Fabricação: processo produtivo, programação, controle;
• Qualidade: programação, controle;
• Manutenção: preventiva, corretiva;

Marketing
A função de marketing é estabelecer e manter a ligação entre a organização e seus clientes,
consumidores, usuários ou público-alvo. Sua função abrange atividades de:
Pesquisa: identificação de interesses, necessidades e tendências do mercado (estudo de mercado).
Produtos: criação, desenvolvimento e lançamento de novos produtos e serviços, inclusive seus
nomes, marcas e preços, forma de apresentação e embalagem.
Distribuição / Praça: desenvolvimento dos canais de distribuição e gestão dos pontos de venda (se
será venda direta, venda por atacado, varejo, distribuidores autorizados).
Preço: políticas comerciais e estratégias de preço, estrutura de preços, descontos, facilidades de
pagamento e prazos.
Promoção: comunicação com o público-alvo, por meio de propaganda, publicidade e promoção nos
pontos de venda. Envolve material promocional e amostra grátis.
Vendas: são as atividades relacionadas ao número de bens ou serviços vendidos em um determinado
período de tempo.
As pessoas que trabalham no departamento de marketing precisam usar de seus conhecimentos para
aumentar as vendas de uma determinada marca ou uma organização, essa pessoa é responsável por
criar estratégias para tornar um produto ou um serviço mais atraente para seus clientes, além disso, fica
como responsabilidade do colaborador de marketing concretizar o nome da empresa, levando seu nome
diretamente para pessoas que precisam de seus produtos/serviços.
O colaborar que irá trabalhar na área de Marketing, deve ser criativo, antenado, comunicativo e
estrategista, além disso, ele precisa conhecer as novas tendências da sua área e, principalmente, ser
ético.

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Finanças
A função financeira cuida do dinheiro da organização e abrange também as decisões de:
Planejamento de Recursos Financeiros: realização de orçamentos, programação das necessidades
de recursos financeiros, projeções financeiras e análise do mercado de capitais.
Investimento: avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos em prol de maiores
retornos.
Financiamento: identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos (como títulos,
empréstimos e financiamentos).
Controle e Gestão dos Recursos Disponíveis: acompanhamento e avaliação dos resultados
financeiros da organização (como realização de pagamentos, recebimentos, operações bancárias, fluxo
de caixa e acompanhamento do orçamento financeiro).
Destinação dos Resultados: seleção de alternativas para aplicação dos resultados financeiros da
organização.
Seguros: análise do mercado securitário, contratação de apólices, administração de apólices -
liquidação de sinistros.
Contabilidade42: a função contábil também é realizada juntamente com as finanças, e tem objetivo
controlar a evolução do patrimônio da empresa. Através da contabilidade é possível calcular e registrar
todas as operações comerciais e financeiras realizadas em um respectivo período, bem como, produzir
relatórios a usuários (internos e externos), com informações úteis e relevantes para a análise da situação
econômica e patrimonial da empresa.
As pessoas que trabalham no Departamento de Finanças de uma determinada organização possuem
grandes e importantes responsabilidades, pois é nesse departamento que o planejamento de todas as
finanças da organização é feito.
As principais funções que o profissional atuante desse setor possui são43: registrar, organizar,
demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou
social que a empresa exerce.
Posto isso, acompanhe as definições:
- Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário;
- Organizar um sistema de controle adequado à empresa;
- Demonstrar com base nos registros realizados, expor periodicamente - por meio de demonstrativos -
a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa;
- Analisar os demonstrativos com a finalidade de apuração dos resultados obtidos pela empresa;
- Acompanhar a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a serem
realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e alertando para eventuais problemas.

Recursos Humanos ou Departamento Pessoal


O objetivo dos recursos humanos é encontrar, atrair e manter os colaboradores de uma organização.
Processo que se inicia antes da pessoa ser empregada na organização, e que se estende até após o seu
desligamento.
As pessoas designadas a trabalharem nessa área da empresa, precisam desenvolver funções como:
Planejamento de Mão de Obra: definição da quantidade de pessoas necessárias para trabalhar na
organização e das competências que elas devem ter. Envolve: programação de necessidades de pessoal,
análise de mercado de trabalho, pesquisa de recursos humanos e orçamento de pessoal.
Recrutamento e Seleção: localização e aquisição de pessoas para a organização. Envolve a
divulgação de vagas externas, cadastramento de candidatos a emprego, técnicas de seleção como
análise de currículo, dinâmicas em grupo e aplicação de testes e entrevistas.
Treinamento e Desenvolvimento: transformação dos potenciais das pessoas em competências.
Avaliação de Desempenho: informação sobre o desempenho das pessoas e definição de ações que
permitam o aprimoramento do desempenho. Deve-se acompanhar e controlar as atividades das pessoas
e averiguar resultados.
Remuneração ou Compensação: definição de mecanismo de recompensas para as pessoas por seu
trabalho, considerando seus cargos e salários e o mercado de trabalho.
Higiene, Saúde e Segurança: proteção das pessoas que trabalham para a organização, considerando
condições ambientais e psicológicas satisfatórias para a qualidade de vida, além de relações com
sindicatos.

42
http://atitudeenegocios.com/funcao-da-contabilidade/
43
http://www.covrecontabilidade.cnt.br/2011/08/logo-estaremos-no-ar.html

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Administração de Pessoal: realização de atividades burocráticas, com registro de pessoal,
manutenção de arquivos e prontuários, contagem de tempo de serviço, preparação de folhas de
pagamento e acompanhamento de carreiras.
Funções Pós-Emprego: recolocação, aposentadoria e outros tipos de benefícios para o ex-
funcionário.

Pesquisa e Desenvolvimento
A função de pesquisa e desenvolvimento (P&D) é transformar as informações de marketing em
produtos e serviços. Tem também outras funções, como a identificação e a introdução de novas
tecnologias e melhoramentos nos processos produtivos, para reduzir custos.
Departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento devem sempre ser compostos por pessoas
capacitadas de alto nível técnico, capazes de teorizar produtos comercializáveis e que possam trazer
benefícios ao consumidor final., para realizar essa tarefa, as fontes podem ser variadas, inclusive até
mesmo com participações externas.
As grandes organizações geralmente têm muitas pessoas trabalhando em atividades de P&D, e essas
pessoas são técnicos de todas as profissões que trabalham em laboratórios e centros de pesquisa para
idealizar e desenvolver produtos e serviços de todos os tipos.
As pequenas organizações às vezes têm também atividades de P&D, mas, em muitos casos, as ideias
e as fórmulas são compradas ou copiadas de organizações maiores e mais inovadoras.

Funções Organizacionais Não Tradicionais


Além das funções organizacionais já expostas, existem outras funções menos recorrentes como:

Área Técnica: as pessoas dessa área executam serviços especializados dentro das organizações.
Possuem atribuições variadas, entre elas a manutenção dos sistemas de informação, atendimento a um
público específico (como área técnica de graduação ou pós-graduação em universidades), serviços de
assistência técnica, etc.
Segurança: apesar do setor de recursos humanos gerir a segurança local, muitas vezes ainda é
necessário um setor de segurança (composto pelos seguranças, supervisores e vigilantes, que de fato
operacionalizam a segurança local), este setor ocorre como um departamento autônomo, e muitas
empresas terceirizam este setor para uma empresa especializada.
Administrativa: na função administrativa, as pessoas que nela trabalham, auxiliam o funcionamento
diário de uma organização, por dessa função é possível criar uma padronização das ações, ela facilita a
comunicação e a organização da empresa, bem como o gerenciamento das diversas atividades
administrativas.

Um exemplo são as microempresas na qual um mesmo gestor possui múltiplas funções. As funções
organizacionais administrativas podem ser: compras, manutenção do patrimônio, contabilidade, finanças,
recursos humanos, atendimento aos clientes, etc.

Objetivo das Organizações

Toda empresa é criada com o objetivo de produção de bens, e comercialização de produtos, ou com
o objetivo de prestar algum tipo de serviço para os seus clientes, e cada empresa possui objetivos e
características particulares, em relação a seus recursos, estratégias, público alvo, etc.
As organizações empresariais com fins lucrativos, geram receita, e é através da venda de seus
produtos ou serviços que se obtêm lucro. No entanto não podem ser consideradas autônomas e nem
autossuficientes, pois precisam ser bem administradas para que o retorno financeiro seja positivo.

Objetivos e metas organizacionais

Nas empresas, a definição dos objetivos e metas, está diretamente relacionada com o planejamento
estratégico, no qual definições claras de objetivos precisam existir para direcionar os rumos da
organização, dando sustentabilidade a ela. Os objetivos e metas também têm a finalidade de propor
desafios ao planejamento estratégico. Quão maior e mais arrojado forem os objetivos e metas, mais
desafiador será o planejamento.
Objetivos são os alvos que se busca atingir, já as metas são os objetivos mais específicos, com uma
previsão de ser cumprida, as organizações possuem objetivos, e são eles que alicerçam o trabalho, na

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medida em que determinam a estrutura das instituições, as atividades e a distribuição dos recursos
humanos nas diversas tarefas, de acordo com Drucker44.
Os objetivos em uma empresa devem ser dinâmicos, pois são à base da relação entre a organização
o ambiente externo e os participantes e, portanto, estão em contínua evolução, alterando essas relações,
devendo ser reavaliados e modificados em função das mudanças no ambiente externo e interno da
organização
Objetivos amplos em uma empresa possibilitam a definição de políticas, diretrizes, metas, programas,
procedimentos e normas; possibilitando que se identifique o papel que a organização desempenha na
sociedade em geral.
A administração possui dois objetivos principais:

Alcançar a Eficiência: se refere aos meios, os métodos, processos, regras e regulamentos sobre
como as coisas devem ser feitas na empresa a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados.
Uma organização eficiente é aquela que utiliza racionalmente seus recursos;
Alcançar a Eficácia: se refere aos fins, os objetivos e resultados a serem alcançados pela empresa,
significa a capacidade de realizar um objetivo ou resolver um problema, capacidade de se chegar aos
resultados.

A Importância da Administração nas Empresas

Segundo Stoner45: “A Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços


realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para
alcançar os objetivos estabelecidos.", Chiavenato ainda complementa o conceito de Administração
dizendo que “[...] a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio de pessoas de maneira
eficiente e eficaz”.
Nos dias atuais, a Administração nas empresas desempenha um papel fundamental para o bom
desempenho organizacional, levando em consideração o atual cenário do mercado, que é extremamente
volátil e vive em constante mudança.
Sendo assim, a administração representa um fator substancial para qualquer negócio, pois oferece
ferramentas que servem de apoio ao administrador e faz com que o processo decisório se torne mais
rápido, mais seguro, mais otimizado, menos custoso, etc.

Os Administradores
Quando se pensa em administrar, pensa-se naqueles que se utilizam dos elementos da administração,
ou seja, em algumas pessoas que chamamos genericamente de administradores, este profissional, no
entanto, não tem apenas esta função teórica, ele é responsável pela implantação de tudo que se planeja
na empresa, portanto ele é responsável por definir os programas e métodos de trabalho que serão
aplicados, bem como pela avaliação de resultados e correção dos setores e procedimentos que estiverem
com problemas.
O cotidiano do administrador é repleto de conteúdo administrativo e mesmo profissionais de outras
áreas, como advogados, médicos e engenheiros, fazem uso do processo de administrar.
É função do administrador acompanhar a produtividade e os lucros da organização, por isso sua função
envolve a fiscalizando dos processos de produção, o controle dos equipamentos e materiais envolvidos
na produção e o controle de desperdícios e prejuízos das etapas de produção.
Para que tudo isso seja funcional, o administrador também faz um estudo do aproveitamento da mão
de obra, atuando, inclusive, na admissão e contratação dos funcionários, estabelecendo por este ato as
relações da empresa com o contratado.
O administrador moderno é o profissional que pensa e utiliza as ideias do futuro. O executivo deve
buscar motivação ao encontrar um ambiente favorável, com autonomia e espaço para iniciativa, de
maneira que possa estar sempre acreditando no que faz.
Um administrador competitivo deve saber desviar-se de todos esses problemas, sempre procurando
levar seus objetivos adiante, não importando o que possa vir a acontecer e deve sempre manter o
entusiasmo, mesmo que sua empresa não esteja bem no mercado.
Os melhores profissionais não são aqueles que levam a empresa quando ela está bem e sim aqueles
que conseguem tirá-las de suas maiores crises.
O profissional que utiliza a administração como meio de vida executa tarefas desde o nível hierárquico
de supervisão elementar até o nível de dirigente máximo da organização, assim como pode atuar em
44
DRUCKER, P.F. Introdução à administração. São Paulo, Pioneira, 1991.
45
STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5 eds. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999.

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diferentes frentes como a Administração da Produção, Administração Financeira, Administração de
Recursos Humanos, Administração de Materiais, Administração de Estoques, Administração
Mercadológica e Administração Geral.
Em cada nível ou em cada frente da Administração de empresas há uma dinâmica diferente, pois há
um conjunto de variáveis controláveis e incontroláveis, até mesmo porque não existem duas organizações
iguais, assim como não existem duas pessoas idênticas.

Os Gerentes

O gerente tem um papel administrativo e estratégico dentro das organizações, no qual está focado
no gerenciamento sistêmico das áreas funcionais da empresa e suas principais funções compreendem:
- Tomar decisões.
- Processar informações.
- Relacionar-se com pessoas, de dentro e fora da organização. Ação que corresponde ao papel
Interpessoal e Intrapessoal do gerente.

Papel Interpessoal: são aqueles que envolvem relações com pessoas de dentro e fora da
organização. São três os papéis interpessoais que os gerentes desempenham: imagem do chefe, líder e
ligação.
Imagem do Chefe: compreende todas as atividades nas quais o gerente age como um símbolo e
representante de sua organização (falar em público, comparecer a solenidades, relacionar-se com
autoridades em nome de sua empresa).
Líder: permeia todas as atividades gerenciais e não é uma atividade isolada.
Ligação: envolve a teia de relações humanas que o gerente deve manter, principalmente com seus
pares.

Papel Intrapessoal: compreende todas as relações e formas de reflexão e ação da pessoa a respeito
dela própria, como: autoanálise, autocontrole, automotivação, autoconhecimento, capacidade de
organização pessoal e administração do próprio tempo.
O equilibro entre as competências é a base da distinção ente o papel do administrador maestro e o do
administrador cirurgião.
Administrador Maestro: ele conhece as técnicas, mas não sabe como fazer o serviço.
Administrador Cirurgião: além de conhecer as técnicas, ele sabe executá-las para alcançar o
objetivo proposto.

Competências Gerenciais (Habilidades necessárias ao Administrador)

Stoner46 destaca que administradores devem ter as seguintes atribuições:


- Trabalham com outras pessoas e por meio delas;
- São responsáveis e têm que prestar contas de seus atos;
- Chegam a um equilíbrio entre objetivos concorrentes e estabelecem prioridades;
- Tem que pensar analítica (subdividir um problema, analisar seus elementos e propor uma solução
viável) e conceitualmente (ver toda a tarefa em abstrato e relacioná-la com outras tarefas);
- São mediadores, eles têm que acertar as discordâncias entre as pessoas antes que elas escapem
ao controle;
- São políticos, recorrem à persuasão e às soluções de meio-termo para alcançar os objetivos da
organização;
- São diplomatas, podem atuar como representantes oficiais de suas unidades em reuniões
organizacionais;
- Tomam decisões difíceis, cabe aos administradores propor soluções para problemas difíceis e fazer
acompanhamento de suas decisões.

O gerente ou o profissional que atua na Administração de uma empresa é avaliado por suas
habilidades técnicas (que são as técnicas ligadas ao saber fazer, às competências de domínio da função),
mas, principalmente, por suas habilidades comportamentais (estão ligadas com os fatores motivacionais,
psicológicos e emocionais do indivíduo).

46
STONER, J.A.F. Administração. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 2 ed. 1985.

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Neste sentido, o profissional da Administração não é apenas avaliado pelos seus conhecimentos
tecnológicos da Administração, mas por seu modo de agir, pensar e tomar decisões, por suas habilidades,
competências, atitudes, comportamentos, personalidade e filosofia de trabalho.
Podemos definir então que os administradores necessitam ter as seguintes habilidades:

Habilidades Técnicas: estão relacionadas com a capacidade do administrador para usar ferramentas,
procedimentos, técnicas e conhecimentos especializados relativos à sua área de atuação específica. São
as habilidades de fazer as coisas concretas e práticas, como desenhar um projeto, compor um
cronograma, elaborar um programa de produção, entre outras.

Habilidades Humanas: dizem respeito à capacidade do administrador para se relacionar com as


outras pessoas ou grupos, saber se comunicar com outras pessoas, entendendo-as, motivando-as e
liderando-as, o que torna essas habilidades cruciais para o seu desempenho, já que o administrador faz
uso de pessoas para conseguir resultados. Para um administrador de topo, as habilidades humanas
também são importantes para estabelecer relações com grupos de interesse externo ao da organização
e para conseguir agregar os membros internos da empresa em torno de sua visão estratégica.

Habilidades Conceituais: envolvem conceitos e ideias que possibilitam ao administrador uma visão
sistêmica da organização, dando-lhe condições para avaliar fatos, situações, informações e ideias.
Relacionadas com a capacidade do administrador para coordenar e integrar todos os interesses e
atividades de uma organização ou grupo. São habilidades que permitem que o administrador faça
abstrações e desenvolva filosofias, valores e princípios de ação. Representam as habilidades mais
sofisticadas e permitem as tomadas de decisões mais acertadas e inovadoras.

Para Katz47, a relevância de cada habilidade varia de acordo com o nível organizacional que o
administrador ocupa. Assim, os administradores no nível estratégico preponderam as habilidades
conceituais, enquanto para os administradores no nível operacional são mais importantes as habilidades
técnicas.

Habilidades necessárias a cada nível organizacional

Figura: Modelo de habilidades gerenciais de Katz

Princípios da Administração

Para a aplicação da organização administrativa os gestores contam com técnicas, ferramentas e


truques que auxiliam no alcance de seus objetivos, entretanto estes meios e instrumentos não são tão
importantes quanto os princípios essenciais sob o qual se alicerçam a ciência da Administração
(Drucker48).
Para Chiavenato49, princípio é uma afirmação, uma proposição geral válida e aplicável para
determinados fenômenos, é uma previsão antecipada do que deverá ser feito quando ocorrer àquela
determinada situação, como um guia de ação.

47
KATZ. R. The human side of Managing Technological Innovation. New York, Oxford University Press, 1997.
48
DRUCKER, P.F.O melhor de Peter Drucker: a administração. São Paulo, Nobel, 2001.
49
CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. São Paulo, MAKRON BOOKS, 1993.

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Os princípios são a base sob a qual se sustentam as teorias, não devem ser abordados de forma
rígida, mas sim, considerados relativamente e flexivelmente. Vejamos a seguir os 16 princípios mais
mencionados na literatura:

Em relação aos objetivos:


1. Os objetivos da empresa devem ser claramente definidos e estabelecidos por escrito. Toda
organização tem que ter um compromisso com metas comuns e valores compartilhados, tem de ter
objetivos simples, claros e unificantes, simples e flexíveis.

Em relação às atividades e agrupamento de atividades:


2. As responsabilidades designadas para uma posição devem pertencer tanto quanto possível ao
desempenho de uma simples função.
3. As funções devem ser designadas para os departamentos de modo homogêneo para que se alcance
a operação mais eficiente e econômica.

Em relação à autoridade:
4. Deve haver uma linha de autoridade claramente definida, conhecida e reconhecida por todos, desde
o topo da organização até cada indivíduo da base.
5. A autoridade, a responsabilidade, os deveres de cada pessoa ou órgão, bem como suas relações
com outras pessoas ou órgãos, devem ser definidos, estarem documentados e comunicados a todos.
6. O desempenho das funções deve ser acompanhado da respectiva responsabilidade, que deve andar
junto com a respectiva autoridade. Ambas devem sempre estar equilibradas entre si.
7. A autoridade para tomar ou iniciar uma ação deve ser delegada o mais próximo possível da cena
da ação.
8. O número de níveis de autoridade deve ser o mínimo possível.

Quanto as relações:
9. Há um limite quanto ao número de pessoas que podem ser supervisionadas por um superior.
10. Cada pessoa deve subordinar-se a um único superior, evitando-se duplicidade de ordens.
11. A responsabilidade da autoridade mais elevada para com os atos de seus subordinados é absoluta.

12. Princípio da especialização: a organização deve fundamentar-se na divisão do trabalho que


provoca a especialização das pessoas em determinadas atividades. A especialização produz o
incremento da quantidade e qualidade do trabalho executado.

13. Princípio da definição funcional: o trabalho de cada pessoa, a atividade de cada órgão e as
relações de autoridade e responsabilidade são aspectos que devem ser claramente definidos por escrito.
As empresas geralmente utilizam o organograma, a descrição do cargo ou o Manual de Organização para
atender ao princípio da definição funcional. O importante é deixar claro a posição de cada pessoa ou
órgão na estrutura organizacional da empresa.

14. Princípio da paridade da autoridade e responsabilidade: a autoridade é o poder de dar ordens


e de se exigir obediência dos subordinados, já a responsabilidade é o dever de prestar contas ao superior,
ou seja, a autoridade maior. O princípio da Paridade salienta que deve existir uma interdependência entre
o volume de autoridade e o volume de responsabilidade atribuído a cada pessoa ou órgão.
Essa equivalência é necessária para evitar que certas pessoas ou órgãos tenham excessiva
responsabilidade sem a necessária autoridade. Ou, até mesmo, demasiada autoridade para pouca
responsabilidade. Assim, cada responsabilidade deve ser correspondente a sua autoridade, bem como,
a autoridade deve ser compatível com sua responsabilidade, pois ambas devem sempre ser equivalentes.
Em decorrência do princípio da distribuição de autoridade e responsabilidade, outro aspecto discutido
pelos autores neoclássicos é a amplitude administrativa. A amplitude administrativa (ou amplitude de
comando ou ainda amplitude de controle) significa o número de subordinados que um administrador pode
supervisionar.
Quando um administrador tem muitos subordinados sua amplitude de comando é grande e ampla, na
prática, a amplitude média adotada por uma organização determina a configuração geral de sua estrutura
organizacional. Uma amplitude média estreita com um maior número de níveis hierárquicos produz uma
estrutura organizacional alta e alongada, e ao contrário disso, uma amplitude média larga com poucos
níveis hierárquicos produz uma estrutura organizacional achatada e dispersada horizontalmente. A

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tendência atual nas organizações é de achatar e comprimir a estrutura organizacional no sentido de
aproximar a base da cúpula e melhorar as comunicações.

15. Princípio Escalar: é decorrente do princípio anterior. Cada pessoa deve saber exatamente a quem
prestar contas, e sobre quem possui autoridade. Refere-se a cada cadeia de relações diretas de
autoridade de um superior para um subordinado em toda a organização, desde a base até a cúpula, onde
geralmente está o chefe principal como autoridade máxima

16. Princípio das funções de linha e de staff: aqui deve-se definir, da maneira mais clara possível,
não só a quantidade de autoridade atribuída a cada pessoa ou órgão, mas também a natureza dessa
autoridade. Este princípio leva a distinção entre as funções de linha e de staff dentro da empresa.
As funções de linha são aquelas diretamente ligadas aos objetivos principais da empresa, enquanto
as funções de staff são aquelas que não se encontram diretamente ligadas àqueles objetivos. O critério
da distinção é o relacionamento direto ou indireto com os objetivos empresariais e não o grau de
importância de uma atividade sobre outra.

Mudança Organizacional e a Administração

As mudanças no ambiente organizacional estão cada vez mais frequentes, por isso as empresas
precisam adaptar-se às variações e oscilações tanto do ambiente interno como externo. Muitas dessas
mudanças são inesperadas e ocorrem em fases de extrema dificuldade das empresas, tornando o
processo decisório ainda mais difícil.
Assim, conforme surgem novas exigências do mercado, as empresas também anseiam novas
necessidades, para que seja possível acompanhar o dinamismo do mercado. Processo que é composto
por mudanças do ambiente externo e adaptações do ambiente interno que faz com que as empresas se
tornem cada vez mais complexas.

Questões

01. (CEMIG/ TELECOM - Analista Administrativo Jr. - FRAMINAS) Os administradores, para exercer
as funções gerenciais, precisam dominar determinadas habilidades para desempenhar seu trabalho com
eficiência e eficácia.

A habilidade relacionada ao entendimento da organização como um todo e que permite o administrador


compreender as dificuldades enfrentadas tanto pelo seu departamento quanto pelos outros é a
(A) conceitual.
(B) humana.
(C) técnica.
(D) comportamental.

02. (UNIRIO - Administrador - UNIRIO) As três habilidades básicas do administrador, são,


necessariamente,
(A) técnicas, humanas e conceituais.
(B) conceituais, filosóficas e estruturais.
(C) estruturais, humanas e institucionais.
(D) institucionais, filosóficas e psicossociais.
(E) psicossociais, técnicas e estruturais.

03. (MAPA - Administrador - CONSULPLAN) Segundo Chiavenato (2000), os recursos empresariais


são os componentes ou meios pelos quais as organizações sociais utilizam para realizar suas atividades
e, assim, atingir seus objetivos. Constituem-se recursos empresariais, EXCETO:
(A) Recursos materiais.
(B) Recursos humanos.
(C) Recursos da natureza.
(D) Recursos mercadológicos.

04. (Pref. de Santana do Jacaré/MG - Auxiliar Administrativo - REIS & REIS) A organização
administrativa deve basear-se em princípios de organização.

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“Refere-se a cada cadeia de relações diretas de autoridade de um superior para um subordinado em
toda a organização, desde a base até a cúpula, onde geralmente está o chefe principal como autoridade
máxima”.

Qual princípio foi definido acima?


(A) Função de linha e de Staff;
(B) Definição funcional;
(C) Escalar;
(D) Especialização.

05. (EBSERH - Assistente Administrativo/HU-FURG - IBFC) Funções organizacionais são tarefas


especializadas que contribuem para a empresa realizar seus objetivos. Todas as empresas têm
praticamente as mesmas funções, mesmo que às vezes elas estejam acumuladas em um só
departamento. Abaixo estão descritas essas funções. Assinale a alternativa que não condiz com uma
dessas funções.
(A) Produção.
(B) Marketing.
(C) Finanças.
(D) Recursos Humanos.
(E) Redes de internet.

06. (UFABC - Assistente em Administração - VUNESP) Uma das noções básicas em administração
refere-se à utilização adequada dos meios disponíveis (materiais, equipamentos, processos etc.) para
que se atinjam os fins propostos. O conceito ao qual essa ação se refere é o de
(A) eficácia.
(B) qualidade.
(C) economia.
(D) eficiência.
(E) correção.

Gabarito

01.A / 02.A / 03.C / 04.C / 05.E / 06.D

Comentários

01. Resposta: A
As habilidades conceituais são necessárias para todos os administradores, mas substanciais aos que
fazem parte do nível estratégico, ou seja, da Alta Administração, pois essas habilidades requerem o
raciocínio rápido e eficiente, úteis principalmente para a tomada de decisão. É a capacidade de ter uma
visão sistêmica, um olhar crítico e perceber como é a dinâmica de uma organização, como é estruturada,
organizada - em outras palavras, é enxergar a relação que cada área estabelece entre si.

02. Resposta: A
Habilidades Técnicas são as habilidades ligadas à execução do trabalho, e ao domínio do
conhecimento específico para executar seu trabalho operacional.
Habilidades Humanas são as habilidades necessárias para um bom relacionamento.
Habilidades Conceituais são as habilidades que mantêm a visão da organização como um todo,
influenciando diretamente no direcionamento e na Administração da empresa.

03. Resposta: C
Chiavenato descreve cinco tipos de recursos empresariais, a seguir:
1) Recursos Materiais: são os recursos físicos utilizados nas realizações da atividades empresariais.
Ex.: Máquinas, ferramentas, edifício etc.;
2) Recursos Financeiros: são os recursos que financiam as operações da empresa. Ex.: Fluxo de caixa;
3) Recursos Humanos: são os conjuntos de colaboradores, capital intelectual que opera as atividades.
Ex.: Diretores, supervisores etc.;
4) Recursos Mercadológicos: meios utilizados para entrar em contato com o ambiente externo,
abrangem controle de qualidade, propagandas, análise de mercado, pontos de distribuição, etc.;

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5) Recursos Administrativos: é a gestão utilizada pela empresa, abrange o planejamento, organização,
direção e controle Integrando ainda, os outros recursos empresariais.

04. Resposta: C
Cadeia de comando, também chamada de cadeia escalar, é a linha de autoridade formal em uma
organização. Ela pode ser observada no organograma da organização, o qual identifica os papéis de cada
indivíduo e quem deve responder a quem dentro da estrutura organizacional. A cadeia de comando é a
definição formal do sentido da comunicação e responsabilidade de cada indivíduo da organização.

05. Resposta: E
As funções organizacionais são as tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam para
que a organização operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças, contabilidade,
administração de materiais, logística e recursos humanos.

06. Resposta: D
A eficiência se refere aos meios, os métodos, processos, regras e regulamentos sobre como as coisas
devem ser feitas na organização a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados, uma
organização considerada eficiente é aquela que utiliza racionalmente seus recursos, para alcançar os
objetivos da organização.

PLANEJAMENTO ADMINISTRATIVO50

Fundamentos do Planejamento

O trabalho do administrador não se restringe ao presente, ao atual, ao corrente. Ele precisa extrapolar
o imediato e se projetar para frente. O administrador precisa tomar decisões estratégicas e planejar o
futuro de sua organização. Ao tomar decisões, o administrador configura e reconfigura continuamente a
sua organização ou a unidade organizacional que administra. Ele precisa saber em qual rumo deseja que
sua organização vá em frente, tomar as decisões necessárias e elaborar os planos para que isso
realmente aconteça. O planejamento está voltado para o futuro. É para ele que a organização deve estar
preparada a todo instante.
Planejamento é a função administrativa que define objetivos e decide sobre os recursos e tarefas
necessários para alcançá-los adequadamente. Como decorrência do planejamento estão os planos e os
projetos. Os planos facilitam a organização no alcance de suas metas e objetivos.
Além disso, os planos funcionam como guias ou balizamentos para assegurar os seguintes aspectos:
1. Os planos definem os recursos necessários para alcançar os objetivos organizacionais.
2. Os planos servem para integrar os vários objetivos a serem alcançados em um esquema
organizacional que proporciona coordenação e integração.
3. Os planos permitem que as pessoas trabalhem em diferentes atividades consistentes com os
objetivos definidos. Eles dão racionalidade ao processo. São racionais porque servem de meios para
alcançar adequadamente os objetivos traçados.
4. Os planos permitem que o alcance dos objetivos possa ser continuamente monitorado e avaliado
em relação a certos padrões ou indicadores a fim de permitir a ação corretiva necessária quando o
progresso não seja satisfatório.

O primeiro passo do planejamento consiste na definição dos objetivos para a organização. Objetivos
são resultados específicos que se pretende atingir. Os objetivos são estabelecidos para cada uma das
subunidades da organização, como suas divisões ou departamentos etc. Uma vez definidos, os
programas são estabelecidos para alcançar os objetivos de maneira sistemática e racional. Ao selecionar
objetivos e desenvolver programas, o administrador deve considerar sua viabilidade e aceitação pelos
gerentes e funcionários da organização.
Planejar significa olhar para a frente, visualizar o futuro e o que deverá ser feito, elaborar bons planos,
programas e projetos e ajudar as pessoas a fazer hoje as ações necessárias para melhor enfrentar os
desafios do amanhã. Em outros termos, o planejamento constitui hoje uma responsabilidade essencial
em qualquer tipo de organização ou de atividade.

50
OLIVEIRA, Francisco Coelho. Planejamento Administrativo. FACCAMP.
Antunes, Zaida Regina Almeida Afonso. Planejamento Estratégico como Fator Competitivo nas Organizações. Disponível em:
http://www.tecsoma.br/fevereiro2012/artigo%20estrategia%5B1%5D.pdf
50
Hitt, Ireland e Hoskisson. Administração Estratégica: competitividade e globalização. 2. ed. São Paulo: Tomson Learning, 2008.

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O Planejamento como uma Função Administrativa

A primeira das funções administrativas – o planejamento – é um processo de estabelecer objetivos e


definir a maneira como alcançá-los. Objetivos são os resultados específicos ou metas que se deseja
atingir. Um plano é uma colocação ordenada daquilo que é necessário fazer para atingir os objetivos. Os
planos identificam os recursos necessários, as tarefas a serem executadas, as ações a serem tomadas
e os tempos a serem seguidos. Os planos servem para facilitar a ação requerida e as operações da
organização. Geralmente, preveem como as ações que apontam para os objetivos devem ser tomadas.
Os planos consistem em ações consistentes dentro de uma estrutura adequada de operações que
focalizam os fins desejados. Sem planos, a ação organizacional se tornaria meramente casual, aleatória
e sem rumo, conduzindo simplesmente ao caos.
O planejamento pode estar voltado para a estabilidade, no sentido de assegurar a continuidade do
comportamento atual em um ambiente previsível e estável. Também pode estar voltado para a melhoria
do comportamento para assegurar a reação adequada a frequentes mudanças em um ambiente mais
dinâmico e incerto. Pode ainda estar voltado para as contingências no sentido de antecipar-se a eventos
que podem ocorrer no futuro e identificar as ações apropriadas para quando eles eventualmente
ocorrerem.

Como todo planejamento se subordina a uma filosofia de ação, Ackoff aponta três tipos de filosofia do
planejamento:
1. Planejamento conservador: É o planejamento voltado para a estabilidade e para a manutenção
da situação existente. As decisões são tomadas no sentido de obter bons resultados, mas não
necessariamente os melhores possíveis, pois dificilmente o planejamento procurará fazer mudanças
radicais na organização. Sua ênfase é conservar as práticas atualmente vigentes. Está mais preocupado
em identificar e sanar deficiências e problemas internos do que em explorar oportunidades ambientais
futuras. Sua base é predominantemente retrospectiva no sentido de aproveitar a experiência passada e
projetá-la para o futuro.

2. Planejamento otimizante: É o planejamento voltado para a adaptabilidade e inovação dentro da


organização. As decisões são tomadas no sentido de obter os melhores resultados possíveis para a
organização, seja minimizando recursos para alcançar um determinado desempenho ou objetivo, seja
maximizando o desempenho para melhor utilizar os recursos disponíveis. O planejamento otimizante
geralmente está baseado em uma preocupação em melhorar as práticas atualmente vigentes na
organização. Sua base é predominantemente incremental no sentido de melhorar continuamente,
tornando as operações melhores a cada dia que passa.

3. Planejamento adaptativo: É o planejamento voltado para as contingências e para o futuro da


organização. As decisões são tomadas no sentido de compatibilizar os diferentes interesses envolvidos,
elaborando uma composição capaz de levar a resultados para o desenvolvimento natural da empresa e
ajustá-la às contingências que surgem no meio do caminho. O planejamento adaptativo procura reduzir
o planejamento retrospectivo voltado para a eliminação das deficiências localizadas no passado da
organização. Sua base é predominantemente aderente no sentido de ajustar-se às demandas ambientais
e preparar-se para as futuras contingências. Em todos os casos, o planejamento consiste na tomada
antecipada de decisões. Trata-se de decidir agora o que fazer antes da ocorrência da ação necessária.
Não se trata simplesmente da previsão das decisões que deverão ser tomadas no futuro, mas da tomada
de decisões que produzirão efeitos e consequências futuras.

O Processo de Planejamento

O planejamento é um processo constituído de uma séria sequencial de seis passos, a saber:


Definir os objetivos: O primeiro passo do planejamento é o estabelecimento de objetivos que se
pretende alcançar. Os objetivos da organização devem servir de direção a todos os principais planos,
servindo de base aos objetivos departamentais e a todos os objetivos das áreas subordinadas. Os
objetivos devem especificar resultados desejados e os pontos finais onde se pretende chegar, para
conhecer os passos intermediários.
Verificar qual a situação atual em relação aos objetivos: Simultaneamente à definição dos
objetivos, deve-se avaliar a situação atual em contraposição aos objetivos desejados, verificar onde se
está e o que precisa ser feito.

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152
Desenvolver premissas quanto às condições futuras: Premissas constituem os ambientes
esperados dos planos em operação. Como a organização opera em ambientes complexos, quanto mais
pessoas estiverem atuando na elaboração e compreensão do planejamento e quanto mais se obter
envolvimento para utilizar premissas consistentes, tanto mais coordenado será o planejamento. Trata-se
de gerar cenários alternativos para os estados futuros das ações, analisar o que pode ajudar ou prejudicar
o progresso em direção aos objetivos. A previsão é um aspecto importante no desenvolvimento de
premissas. A previsão está relacionada com pressuposições antecipatórias a respeito do futuro.
Analisar as alternativas de ação: O quarto passo do planejamento é a busca e análise dos cursos
alternativos de ação. Trata-se de relacionar e avaliar as ações que devem ser tomadas, escolher uma
delas para perseguir um ou mais objetivos, fazer um plano para alcançar os objetivos.
Escolher um curso de ação entre as várias alternativas: O quinto passo é selecionar o curso de
ação adequado para alcançar os objetivos propostos. Trata-se de uma tomada de decisão, em que se
escolhe uma alternativa e se abandona as demais. A alternativa escolhida se transforma em um plano
para o alcance dos objetivos.
Implementar o plano e avaliar os resultados: Fazer aquilo que o plano determina e avaliar
cuidadosamente os resultados para assegurar o alcance dos objetivos, seguir através do que foi planejado
e tomar as ações corretivas à medida que se tornarem necessárias.

O planejamento muitas vezes não é feito por administradores ou por especialistas trancados em salas
e em apenas algumas épocas determinadas. Embora seja uma atividade voltada para o futuro, o
planejamento deve ser contínuo e permanente e, se possível, abrangendo o maior número de pessoas
na sua elaboração e implementação. Em outras palavras, o planejamento deve ser constante e
participativo. A descentralização proporciona a participação e o envolvimento das pessoas em todos os
aspectos do seu processo. É o chamado planejamento participativo. Para fazer o planejamento, é vital
que se conheça o contexto em que a organização está inserida. Em outras palavras, qual é o
microambiente, qual a sua missão e quais os seus objetivos básicos. Sobretudo, quais os fatores-chave
para o seu sucesso. A partir daí, pode-se começar a pensar em planejamento.

Fatores críticos de sucesso

Para que o planejamento seja bem-sucedido, torna-se necessário verificar quais os fatores críticos de
sucesso para atingir os objetivos propostos. Os fatores críticos de sucesso são os elementos
condicionantes no alcance dos objetivos da organização. Ou seja, são aspectos ligados diretamente ao
sucesso da organização. Se eles não estiverem presentes, os objetivos não serão alcançados. Para
identificar os fatores críticos de sucesso em qualquer negócio, deve-se fazer a seguinte pergunta: O que
se deve fazer para ser bem-sucedido? Em uma empresa lucrativa, o sucesso significa fazer lucros. Os
fatores críticos de sucesso dependerão de quais negócios que fazem lucro. Se o negócio é produzir
roupas a baixo custo, os fatores críticos de sucesso estarão localizados em operações de baixo custo e
elevado volume de vendas. Se o negócio é produzir vestidos de luxo, os custos não serão tão importantes
quanto a alta qualidade dos materiais, da confecção aprimorada e do desenho criativo. Em uma empresa
de pesquisa e desenvolvimento orientada para o futuro, altos lucros hoje não são aspectos críticos, mas
sim o desenvolvimento de uma tecnologia de ponta capaz de produzir no futuro novos produtos
inovadores e construir uma boa reputação que atraia investidores. A identificação dos fatores críticos de
sucesso é fundamental para a realização dos objetivos organizacionais.
Existem duas maneiras de identificar os fatores críticos de sucesso. A primeira é dissecar os recursos
organizacionais e o mercado de maneira imaginativa para identificar os segmentos que são mais decisivos
e importantes. A segunda é descobrir o que distingue as organizações bem-sucedidas das organizações
malsucedidas e analisar as diferenças entre elas. Aqui se aplica o benchmarking.

Benchmarking

Benchmarking é o processo contínuo e sistemático de pesquisa para avaliar produtos, serviços e


processos de trabalho de organizações que são reconhecidas como líderes empresariais ou como
representantes das melhores práticas, com o propósito de aprimoramento organizacional. Isso permite
comparações de processos e práticas entre empresas para identificar “o melhor do melhor” e alcançar
um nível de superioridade ou vantagem competitiva.
O benchmarking encoraja as organizações a pesquisar os fatores-chaves que influenciam a
produtividade e a qualidade em qualquer função ou área de atividade. Na verdade, o benchmarking
constitui uma fonte inesgotável de ideias proporcionadas por outras organizações. A palavra

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153
benchmarking significa um marco de referência, um padrão de excelência que precisa ser identificado
para servir de base ou de alvo para a mudança. O benchmarking foi introduzido pela Xerox em 1979 como
prática para comparações com as melhores empresas a fim de desenvolver seus produtos e tornar-se
mais competitiva no mercado, ultrapassando e não somente copiando os seus concorrentes. Se voltarmos
à história da administração, veremos que Taylor havia feito algo semelhante quando comparou as
melhores práticas dos operários para escolher o método de trabalho que todos eles deveriam seguir.

Benefícios do Planejamento

As organizações se defrontam com uma variedade de pressões provindas de muitas fontes.


Externamente, existem as regulamentações governamentais, a tecnologia cada vez mais complexa, a
incerteza decorrente de uma economia globalizada e a necessidade de reduzir custos de investimentos
em trabalho, capital e outros recursos importantes. Internamente, a necessidade de operar com maior
eficiência, novas estruturas organizacionais e novos arranjos de trabalho, maior diversidade da força de
trabalho e uma infinidade de desafios administrativos. Como se poderia prever, planejamento oferece
uma série de vantagens nessas circunstâncias, inclusive melhorando a flexibilidade, foco, controle,
coordenação e administração do tempo.
O planejamento é feito através de planos. O administrador deve saber lidar com diferentes tipos de
planos. Estes podem incluir períodos de longo a curto prazo, como podem envolver a organização inteira,
uma divisão ou departamento ou ainda uma tarefa. O planejamento é uma função administrativa que se
distribui entre todos os níveis organizacionais. Embora o seu conceito seja exatamente o mesmo, em
cada nível organizacional, o planejamento apresenta características distintas em cada um dos níveis. O
planejamento envolve uma volumosa parcela da atividade organizacional. Com isso, queremos dizer que
toda organização está sempre planejando.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O Planejamento Estratégico (PE) trata-se de uma técnica de organização que procura definir qual a
melhor maneira (estratégia) de se atingir um objetivo.
De acordo com Hitt, Ireland e Hoskisson51, o planejamento estratégico deve considerar a análise do
ambiente interno e externo, para ter as informações de que precisa para formar uma missão e uma visão.
Os stakeholders (partes interessadas, aqueles que afetam ou são afetados pelo desempenho de uma
empresa) aprendem muito sobre uma empresa analisando a sua visão e missão. Na verdade, uma das
finalidades-chaves das declarações de missão e visão é informar aos stakeholders o que a empresa é, o
que pretende realizar e a quem pretende atender, outra finalidade, é fornecer as diretrizes estratégicas,
para que a empresa formule seu planejamento estratégico.
O Planejamento Tático e Operacional fazem parte do Planejamento Estratégico de uma empresa, e é
uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela Organização, visando
maior grau de interação com o ambiente.
As várias definições trazem em comum que a estratégia (1) estabelece os objetivos, (2) o caminho a
ser seguido para alcançá-los, (3) levando em consideração o ambiente em que a organização está
inserida.
Vale pontuar, então, que existem três tipos de planejamento (níveis de planejamento):
a) Estratégico;
b) Tático;
c) Operacional

A diferença entre eles se refere ao nível hierárquico em que são elaborados, a abrangência em relação
às unidades e o período para o qual se referem, como está resumido no quadro a seguir:

51
Hitt, Ireland e Hoskisson. Administração Estratégica: competitividade e globalização. 2. ed. São Paulo: Tomson Learning, 2008.

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Níveis hierárquicos e respectivos tipos de Planejamento

Entendendo melhor o Planejamento Estratégico, Tático e Operacional

Impossível falar de Planejamento Tático e Operacional sem citar o que é o Estratégico, esses três
elementos caminham juntos e configuram o que chamamos de Planejamento Estratégico de uma
organização. Cada um possui uma função específica dentro do processo de tomada de decisão. Toda
empresa ou organização conta com três níveis de administração, decisão e operação. Podemos dizer
que, o planejamento é um processo desenvolvido com o objetivo de alcançar uma determinada situação
almejada, ou seja, é a preparação para o alcance dessa "situação", que ocorre através de um
planejamento bem feito, otimizando os recursos da organização e tornando-os mais eficiente e eficaz em
sua aplicabilidade. Os principais fundamentos de um bom planejamento, são: a definição dos objetivos e
a concepção de planos que integram e coordenam as atividades da organização de forma a atingir esses
objetivos. Podemos dizer, que no geral, existem três níveis de planejamento empresarial, como já citado
anteriormente. Vamos conhece-los detalhadamente a seguir:

Planejamento estratégico
O planejamento estratégico é aquele que define as estratégias de longo prazo da empresa. Esse
planejamento contribui na definição da visão, missão e valores da organização. Também colabora com a
concepção dos objetivos (metas), e da análise dos fatores internos e externos da companhia. O
planejamento estratégico é o mais amplo dos três e abrange toda a organização. Ele é de longo prazo e
será responsável por nortear a empresa como um todo. O planejamento começa aqui. No geral, podemos
resumi-lo como um processo gerencial que possibilita estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa,
com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente.
O planejamento estratégico é um processo permanente e contínuo, sendo sempre voltado para o
futuro. Ele visa a racionalidade das tomadas de decisão e a alocação dos recursos organizacionais da
forma mais eficiente possível, o que acaba gerando mudanças e inovações na companhia. Em sua
maioria, as decisões estratégicas da empresa são tomadas pelos proprietários, CEO, presidente,
diretoria, porém, dependendo da forma como a organização concebe seus processos. É importante
lembrar que os ocupantes de cargos estratégicos devem evitar ao máximo atividades administrativas de
nível tático e atividades de execução de nível operacional. Importante salientar que ele deve ser
constantemente revisto e atualizado, não pode ficar defasado por ser de longo prazo e não deve apenas
ficar guardado na gaveta.
O planejamento estratégico apresenta cinco características fundamentais:
1. O planejamento estratégico está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente
mutável: Está voltado para as relações entre a organização e seu ambiente de tarefa. Portanto, sujeito à

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incerteza a respeito de eventos ambientais. Por se defrontar com a incerteza, tem suas decisões
baseadas em julgamentos e não em dados concretos. Reflete uma orientação externa que focaliza as
respostas adequadas às forças e pressões que estão situadas do lado de fora da organização.
2. O planejamento estratégico é orientado para o futuro: Seu horizonte de tempo é o longo prazo.
Durante o curso do planejamento, a consideração dos problemas atuais é dada apenas em função dos
obstáculos e barreiras que eles possam provocar para um desejado lugar no futuro. É mais voltado para
os problemas do futuro do que daqueles de hoje.
3. O planejamento estratégico é compreensivo: Ele envolve a organização como uma totalidade,
abarcando todos os seus recursos, no sentido de obter efeitos sinergísticos de todas as capacidades e
potencialidades da organização. A resposta estratégica da organização envolve um comportamento
global, compreensivo e sistêmico.
4. O planejamento estratégico é um processo de construção de consenso: Dada a diversidade
dos interesses e necessidades dos parceiros envolvidos, o planejamento oferece um meio de atender a
todos eles na direção futura que melhor convenha a todos.
5. O planejamento estratégico é uma forma de aprendizagem organizacional: Como está
orientado para a adaptação da organização ao contexto ambiental, o planejamento constitui uma tentativa
constante de aprender a ajustar-se a um ambiente complexo, competitivo e mutável. O planejamento
estratégico se assenta sobre três parâmetros: a visão do futuro, os fatores ambientais externos e os
fatores organizacionais internos. Começa com a construção do consenso sobre o futuro que se deseja: é
a visão que descreve o mundo em um estado ideal. A partir daí examinam-se as condições externas do
ambiente e as condições internas da organização.

Planejamento tático
O planejamento tático é aquele que faz a intermediação entre o nível estratégico e o operacional.
Geralmente, o planejamento tático é projetado a médio prazo e abrange cada unidade da organização,
ele traduz e interpreta as decisões do planejamento estratégico e os transforma em planos concretos
dentro das unidades da empresa. Cada unidade, em específico, procura atingir seus próprios objetivos,
que varia desde otimizar determinada área de resultado até utilizar de modo eficiente os recursos
disponíveis.
O planejamento tático também integra a estrutura da organização para fazer frente aos desafios
estratégicos, desdobrando os objetivos institucionais em objetivos departamentais. No geral, os
integrantes desse nível devem se apropriar da estratégia para desdobrá-la em ações concretas nas suas
áreas e processos ou sub processos de atuação. É o nível da gerência média ou intermediária, estando
aqui os supervisores, diretores de cada área da empresa, etc. Podemos dizer que o plano tático tem por
finalidade especificar de que modo o seu setor, processo ou projeto ajudará a alcançar os objetivos gerais
da organização. Deve traduzir, transmitir de forma clara ao nível operacional o que deve ser realizado.
Os planos táticos geralmente envolvem:
1. Planos de produção: Envolvendo métodos e tecnologias necessárias para as pessoas em seu
trabalho, arranjo físico do trabalho e equipamentos como suportes para as atividades e tarefas.
2. Planos financeiros: Envolvendo captação e aplicação do dinheiro necessário para suportar as
várias operações da organização.
3. Planos de marketing: Envolvendo os requisitos de vender e distribuir bens e serviços no mercado
e atender ao cliente.
4. Planos de recursos humanos: Envolvendo recrutamento, seleção e treinamento das pessoas nas
várias atividades dentro da organização. Recentemente, as organizações estão também se preocupando
com a aquisição de competências essenciais para o negócio através da gestão do conhecimento
corporativo. Contudo, os planos táticos podem também se referir à tecnologia utilizada pela organização
(tecnologia da informação, tecnologia de produção etc.), investimentos, obtenção de recursos etc.

Políticas: As políticas constituem exemplos de planos táticos que funcionam como guias gerais de
ação. Elas funcionam como orientações para a tomada de decisão. Geralmente refletem um objetivo e
orienta as pessoas em direção a esses objetivos em situações que requeiram algum julgamento. As
políticas servem para que as pessoas façam escolhas semelhantes ao se defrontarem com situações
similares. As políticas constituem afirmações genéricas baseadas nos objetivos organizacionais e visam
oferecer rumos para as pessoas dentro da organização. As políticas definem limites ou fronteiras dentro
dos quais as pessoas podem tomar suas decisões. Nesse sentido, as políticas reduzem o grau de
liberdade para a tomada de decisão das pessoas. As organizações definem uma variedade de políticas,
como de recursos humanos, de vendas, de produção, de crédito etc.

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156
Cada uma dessas políticas geralmente é desdobrada em políticas mais detalhadas. As políticas de
recursos humanos são divididas em políticas de seleção, de remuneração, de benefícios, de treinamento,
de segurança, de saúde etc. As políticas de vendas são divididas em políticas de atendimento ao cliente,
de pós-vendas, de assistência técnica, de garantia etc. Em cada política, a organização especifica como
os funcionários deverão se comportar frente ao seu conteúdo.

Planejamento operacional
O planejamento operacional é a formalização dos objetivos e procedimentos, ou seja, a implementação
das ações previamente desenvolvidas e estabelecidas pelos baixos níveis de gerência (nível tático). Tem
como principal finalidade desdobrar os planos táticos de cada departamento em planos operacionais para
cada tarefa. É de conhecimento mútuo que o planejamento operacional possui um curto alcance (o menor
dos três níveis de planejamento), estando diretamente ligado com a área técnica de execução de um
determinado plano de ação.
Podemos dizer, que ele envolve cada tarefa ou atividade de forma isolada, preocupando-se com o
alcance de metas bastante específicas. O planejamento operacional ajuda a colocar em prática os planos
táticos de cada setor da empresa, criando condições para a realização mais adequada dos trabalhos
diários que são executados dentro da organização. Uma de suas principais características é a
formalização, principalmente, por meio das metodologias estabelecidas e formalmente designadas em
documentos corporativos. É importante lembrar que, cada planejamento operacional deve conter: os
recursos necessários para sua implantação, os procedimentos básicos a serem adotados, os resultados
esperados, prazos estabelecidos e os responsáveis pela sua execução. Como resultado da etapa de
Planejamento Operacional geralmente obtemos Planos de Ações e Cronogramas das atividades que
precisam ser desenvolvidas dentro do período de tempo que está sendo planejado.

Apesar de serem heterogêneos e diversificados, os planos operacionais podem ser classificados em


quatro tipos, a saber:
1. Procedimentos: São os planos operacionais relacionados com métodos (ex: Fluxogramas / Lista
de Verificação)
2. Orçamentos: São os planos operacionais relacionados com dinheiro (ex: Fluxo de caixa). Deve-se
pensar nas entradas e saídas financeiras. Tem como objetivo identificar os componentes do planejamento
financeiro com a utilização de um sistema orçamentário, entendido como um plano abrangendo todo o
conjunto das operações anuais de uma empresa através da formalização do desempenho dessas funções
administrativas gerais.
3. Programas (ou programações): São os planos operacionais relacionados com o tempo. Os
programas se baseiam na correlação entre duas variáveis: tempo e atividades necessárias a ser
realizadas (ex: Cronograma / Gráfico de Gantt / PERT).
4. Regulamentos: São os planos operacionais relacionados com comportamentos das pessoas.

Questões

01. (Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Analista Legislativo – Pref. do Rio de Janeiro/RJ). O
planejamento em nível gerencial, que se refere ao médio prazo, com ações que afetam partes da
empresa, como o planejamento financeiro, o planejamento de recursos humanos e o planejamento de
produção, é o do tipo:
(A) tático
(B) básico
(C) estratégico
(D) operacional

02. (MPE/BA - Assistente Administrativo – FESMIP/BA) O Planejamento Estratégico é:


(A) ação desenvolvida continuadamente nos níveis hierárquicos inferiores, tendo como principal
finalidade a utilização eficiente de estratégias previamente fixadas pela política institucional da
organização.
(B) o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor
direção a ser seguida pela empresa.
(C) a realização contínua de alguma atividade em que o foco é trabalhar junto aos funcionários,
implementando os planos específicos definidos pela gerência.

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(D) o processo que tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa em sua
totalidade.
(E) uma ferramenta administrativa que visa à valorização imediata dos recursos humanos da empresa.

03. (TRT - Analista Judiciário - CESPE - 1ª REGIÃO/RJ). O planejamento estratégico:


(A) contém detalhes sobre os recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação.
(B) focaliza determinada área da organização ou centro de resultados.
(C) tem flexibilidade menor que outros tipos de planejamento por envolver a organização como um
todo.
(D) contém a identificação dos responsáveis por sua execução e implantação.
(E) focaliza as atividades-meio da organização.

04. (MDA - Complexidade Intelectual – FUNCAB). O planejamento operacional:


(A) preocupa-se em atingir os objetivos departamentais.
(B) abrange cada departamento ou unidade da organização.
(C) é projetado para o médio prazo, geralmente para o exercício anual.
(D) tem seus efeitos e consequências estendidos a vários anos à frente.
(E) envolve cada atividade isoladamente, visa ao alcance de metas específicas

05. (AL/GO - Assistente Administrativo - CS-UFG). Em administração, o processo de registrar onde


se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que sequência, é conhecido como:
(A) estratégia.
(B) controle.
(C) planejamento.
(D) direção

06. (TRT/PR - Analista Judiciário - FCC) O Planejamento Estratégico tem como foco central
(A) alcançar o potencial máximo da organização através do fortalecimento da capacidade de prever
ocorrências futuras com impacto estratégico nas metas de longo prazo.
(B) realizar metas organizacionais de longo alcance, através da priorização de enfrentamento das
incertezas ambientais internas.
(C) capacitar os níveis diretivos superiores para enfrentar as incertezas ambientais externas.
(D) reduzir as incertezas em ambientes competitivos para alcançar resultados precisos no curto prazo.
(E) fortalecer a sinergia entre as capacidades efetivas da organização visando alcançar seu pleno
potencial de ação num ambiente de incerteza sistêmica.

07. (INFRAERO - Administrador - FCC) Em um processo de planejamento estratégico,


(A) o diagnóstico estratégico externo tem por finalidade identificar os indicadores de tendências, avaliar
o ambiente de negócios e a evolução setorial, analisar a concorrência e avaliar os grupos estratégicos,
constituindo-se, dessa forma, na maneira como a organização analisa as forças competitivas.
(B) um sistema de valor pode ser entendido como um conjunto de cadeias de valor que inclui os
fornecedores da organização, os fornecedores dos fornecedores, os vários elos da cadeia de distribuição,
parceiros e subcontratados e, assim, o sucesso do sistema de valores somente será atingido a partir da
soma dos pontos ótimos de cada uma das cadeias de valor.
(C) o diagnóstico da organização corresponde à avaliação dos riscos externos bem como das
oportunidades de mercado no seu segmento de atuação, constituindo-se, dessa forma, em um processo
de identificação de vantagem competitiva.
(D) a análise ambiental constitui o conjunto de todos os fatores externos que tenham alguma influência
sobre a organização e é composta de duas dimensões: o macroambiente, em que estão todas as
organizações envolvidas direta ou indiretamente na atividade da organização em estudo, e o
microambiente, constituído por todas as características da organização em estudo.
(E) a análise sobre o grau de superposição de mercados-alvo é utilizada quando organizações
pertencentes a um mesmo grupo estratégico oferecem produtos, serviços ou marcas distintas a partir da
diferenciação.

08. (INMET - Administrador – CETRO) Quanto à função administrativa “Planejar”, pode-se dizer que:
(A) É apenas definir os objetivos da organização.
(B) É apenas definir as metas da organização.

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(C) É definir os objetivos, temporizando e quantificando esses objetivos, transformando-os em metas,
e definir também as ações que deverão ser executadas para transformar os objetivos em realidades.
(D) É definir o que cada uma das pessoas vai fazer.
(E) É conferir se os processos estão levando aos objetivos.

09. (MPE/PB - Analista Ministerial – FCC/2015) Uma organização pública realizou um planejamento
que teve como objetivo a elaboração de planos, programas e projetos para a implementação da sua
estratégia. Esse tipo de Planejamento é o
(A) global.
(B) tático.
(C) estratégico.
(D) operacional.
(E) tradicional.

10. (UFERSA - Assistente em Administração – COMPERVE) De acordo com a complexidade das


tarefas executadas, a administração de uma organização pode ser dividida em três níveis: alta
administração, média administração e administração operacional.
No tocante à alta administração, é correto afirmar que
(A) é responsável pela implementação de tarefas administrativas.
(B) é responsável pelo estabelecimento de objetivos e estratégias da organização.
(C) realiza planejamento, organização, direção e controle das atividades rotineiras.
(D) realiza a supervisão das pessoas na execução das tarefas.

11. (UFF - Assistente Administrativo – UFF) Na realização do processo de planejamento, a definição


dos objetivos é realizada através do(a):
(A) estabelecimento de normas e regras;
(B) alocação de recursos;
(C) preparação do plano macroeconômico;
(D) determinação da mão de obra necessária;
(E) determinação da visão e da missão organizacionais.

12. (Câmara dos Deputados – Analista – CESPE) No planejamento estratégico, estabelece-se a


direção a ser seguida pela organização, formulando-se ações estratégicas que proporcionem maior
sinergia entre a organização e o ambiente.
( ) Certo ( ) Errado

13. (MF - Analista de Finanças e Controle – ESAF) A primeira tarefa associada ao desenho de
processo está relacionada à(ao):
(A) transformação da estratégia organizacional ou da cúpula dirigente.
(B) transformação da estratégia organizacional ou do suporte técnico.
(C) entendimento da estratégia mercadológica ou da cúpula dirigente.
(D) entendimento da estratégia organizacional ou do negócio.
(E) entendimento da estratégia mercadológica ou do suporte técnico.

14. (IF/PB - Administrador – IF/PB) Apesar de serem heterogêneos e diversificados, os PLANOS


OPERACIONAIS podem ser classificados em quatro tipos. Marque a alternativa que apresenta
CORRETAMENTE esses quatro tipos.
(A) Fluxo de ação, projetos, balanço patrimonial e demonstração de resultados do exercício.
(B) Procedimentos, orçamentos, programas e regulamentos.
(C) Fluxo de caixa, balance scorecard, fluxograma e mapofluxograma.
(D) Funcionograma, departamentalização, PMBOK e seis sigma.
(E) Plano de ação, plano de risco, escopo e matriz BCG.

Gabarito

01.A / 02.B / 03.C / 04.E / 05.C / 06.E / 07.A / 08.C / 09.B


10.B / 11.E / 12.Certo / 13.D / 14.B

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Comentários

01. Resposta: A
Planejamento Estratégico = estratégias corporativas, gerais = longo prazo =direção
Planejamento Tácito = estratégias para cada departamento ou unidade da organização = médio prazo
= supervisão e gerentes, envolvendo um planejamento financeiro, planejamento de recursos humanos,
planejamento de produção, planejamento de Marketing e assim por diante.
Planejamento Operacional = estratégias e planos operacionais envolvendo cada tarefa ou operação =
curto prazo = chão de fábrica.

02. Resposta: B
O Planejamento é a primeira das funções administrativas, fazer um planejamento é traçar um rumo
metodológico para organização, onde se estabelece objetivos e define de que forma (como fazer) serão
alcançados. O planejamento estratégico define as estratégias de longo prazo da empresa, contribui na
definição da visão, missão e valores da organização. Também colabora com a concepção dos objetivos
(metas), e da análise dos fatores internos e externos da companhia. O planejamento estratégico é o mais
amplo dos três e abrange toda a organização. No geral, podemos resumi-lo como um processo gerencial
que possibilita estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização
na relação da empresa com o seu ambiente, que está cada vez mais competitivo, complexo e instável.

03. Resposta: C
Há três tipos de planejamento que em conjunto formam um todo dentro da empresa, assim
satisfazendo todos os interessados. Pela característica do planejamento estratégico ser de longo prazo e
abranger toda a organização, possui menor flexibilidade do que os outros tipos de planejamento.
Ressalta-se que este tipo de planejamento olha o todo da empresa e não apenas uma parte específica
(não existe um foco específico em qualquer área), e trata-se de um planejamento mais geral, abrangente,
ou seja, não há detalhamento nele. Isto significa que também não há uma definição do que cada um deve
fazer, de suas responsabilidades. O nível de detalhamento vai aumentando no planejamento tático, sendo
ainda maior no operacional.

04. Resposta: E
As alternativas “a”, “b” e “c” correspondem a características do planejamento tático: preocupa-se em
atingir os objetivos departamentais, abrange cada departamento ou unidade da organização e é projetado
para o médio prazo, geralmente para o exercício anual. Já a alternativa “d” sobre “ter seus efeitos e
consequências estendidos a vários anos à frente” tange ao planejamento estratégico. A única
característica de nível operacional é “envolve cada atividade isoladamente, visa ao alcance de metas
específicas”, metas as quais foram estabelecidas no planejamento tático.

05. Resposta: C
Segundo Chiavenato, o processo de planejamento envolve: definir os objetivos e prazos; verificar qual
a situação atual em relação aos objetivos; desenvolver premissas quanto às situações futuras; analisar
as alternativas de ação; escolher um curso de ação entre as várias alternativas; implementar o plano e
avaliar os resultados.

06. Resposta: E
O planejamento estratégico define as estratégias de longo prazo da empresa, contribui na definição da
visão, missão e valores da organização. Também colabora com a concepção dos objetivos (metas), e da
análise dos fatores internos e externos da companhia. O planejamento estratégico é o mais amplo dos
três e abrange toda a organização. No geral, podemos resumi-lo como um processo gerencial que
possibilita estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na
relação da empresa com o seu ambiente, que está cada vez mais competitivo, complexo e instável.
O planejamento estratégico é um processo permanente e contínuo, sendo sempre voltado para o
futuro. Ele visa a racionalidade das tomadas de decisão e a alocação dos recursos organizacionais da
forma mais eficiente possível, o que acaba gerando mudanças e inovações na companhia.

07. Resposta: A
As empresas, fornecedores, clientes, com correntes e o público operam em um macroambiente de
forças e tendências que formam oportunidades e impõem ameaças. A análise de mercado deve observar

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esses “fatores não controláveis”, monitorá-los para saber aos quais precisa reagir. No âmbito econômico,
as empresas e os clientes são cada vez mais afetados por forças globais.
A análise do Ambiente Externo tem como objetivo identificar oportunidades e ameaças, sendo que
oportunidade é uma condição no ambiente geral que ajuda a organização a antever um cenário e trabalhar
para obter competitividade estratégica.

08. Resposta: C
O conceito organizacional de planejamento passou por profundas transformações e atualmente seu
conceito é moderno e bem abrangente. Isso significa que o planejamento está dividido em 3 níveis:
estratégico, tático e operacional. Também é certo que o planejamento, neste caso o estratégico, deve
conferir a organização todo seu embasamento interno externo para que ela possa delimitar, mesmo que
sem muita certeza naquele momento, perspectivas de longo e curto prazo.

09. Resposta: B
Planejamento Tático é o planejamento subordinado ao Estratégico. Como no texto da questão fala que
foram criados programas, projetos e planos para a implementação da estratégia. Isso quer dizer q o
planejamento estratégico já existia e que foi utilizado outro nível de planejamento para a sua execução,
o tático, já que é o que subordina-se ao estratégico.

10. Resposta: B
Vamos ver aqui que: Alta Administração ou Estratégico (Diretoria) – representada pela presidência,
vice-presidência e pela diretoria. Responde pelo direcionamento maior das operações e pelas operações
da organização. É de sua responsabilidade o desenvolvimento de políticas, estratégias e de estabelecer
metas para a organização como um todo. Este nível da administração estabelece objetivos (que serão
desmembrados em metas) e os repassam aos níveis hierárquicos mais baixos, até os níveis operacionais.
Média administração ou Tático (Gerência) - é conhecida como gerência de departamento, ou
gerência de setor. Ela é responsável pela direção e coordenação das atividades dos administradores de
primeiro nível e outras pessoas não gerentes, como serventes, recepcionistas e assistentes
administrativos.
Administração Operacional (Supervisão) – representado pelos gerentes de vendas, chefes de
seção ou supervisores de produção. É responsável diretamente pela produção de bens ou serviços,
portanto coordena a execução das tarefas de todo pessoal operacional.

11. Resposta: E
A administração não ocorre por acaso. O planejamento define o que a organização pretende fazer no
futuro e como deverá fazê-lo. Por essa razão, o planejamento é a primeira função administrativa, e que
define os objetivos para o futuro desempenho organizacional e decide sobre os recursos e tarefas
necessárias para alcançá-los adequadamente. Os objetivos são realizados após determinada a missão e
a visão da organização
Visão - A visão é a forma através do qual a empresa se vê no futuro; onde ela quer estar; como ela
quer ser vista e reconhecida; o que ela pretende vir a ser. Será através da visão que a empresa
vislumbrará o lugar ou espaço que pretende ocupar no futuro e o quais ações devem ser realizadas no
presente para que isso ocorra.
Missão - A missão organizacional representa a razão de existência da empresa. A missão da empresa
envolve aspectos essenciais do negócio e tem como objetivo definir precisamente o que fazer (produtos
ou serviços), como fazer (tecnologia a ser utilizada) e, para quem fazer (mercado ou cliente) refletindo
sempre a primazia do negócio.

12. Resposta: Certo


O planejamento estratégico é uma metodologia gerencial que permite estabelecer planos e a direção
a ser seguida pela organização visando à maior interação com o ambiente.

13. Resposta: D
A questão está se referindo à formulação do processo da estratégia, etapa em que são definidos os
objetivos para onde a empresa quer chegar. São definidas a missão e visão da empresa. Para que a
missão e a visão sejam desenvolvidas é necessário que exista a estratégica. A estratégia é desenvolvida
em cada área da empresa para que os objetivos possam ser atingidos como um todo. Sendo assim, é
necessário, primeiramente, ter o entendimento da estratégia organizacional ou do negócio.

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14. Resposta: B
PROCEDIMENTOS - relacionado com os métodos (ex: Fluxogramas / Lista de Verificação).
ORÇAMENTOS - relacionado com o dinheiro (ex: Fluxo de caixa).
CRONOGRAMAS - relacionado com o tempo (ex: Cronograma / Gráfico de Gannt / PERT).
REGULAMENTOS - relacionado com o comportamento das pessoas.

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