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Aplicação e Vigência da Legislação

Tributária

Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti Schumacher


Direito Tributário Aplicado
Aplicação da Legislação Tributária

 A lei tributária aplica-se aos fatos geradores futuros e pendentes ao tempo da vigência da norma
tributária. Será aplicada a lei a fatos pretéritos nas hipóteses do art. 106.
 Aplicação imediata: a lei tributária, uma vez vigente, tem aplicação imediata. Não se aplica a fatos
geradores já consumados, mas alcança os pendentes (aquele que foi iniciado, mas não está
consumado – situação comum em fato gerador continuado) (Art. 105, 116)
 Aplicação retroativa: a lei tributária se aplica a fato anterior à sua vigência quando for meramente
interpretativa (não inova, apenas esclarece dúvidas / menos para penalidades) e em atos não
definitivamente julgados que seja benéfico para o réu de ilícito tributário (Art. 106)
 CTN, Arts. 105, 106.
Vigência da Legislação Tributária

 Não havendo disposição expressa em sentido contrário, a vigência da legislação tributária segue as regras da
Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINDB), ou seja, entra em vigor na data nela indicada ou
45 dias após a sua publicação.
 Vigência não significa aplicabilidade imediata, pois uma lei pode estar vigente, mas só será aplicada aos fatos
geradores ocorridos no exercício seguinte ao de sua publicação. Em relação à norma tributária que institua ou
majore tributos ou modifique sua base de cálculo, deve-se observar os princípios da anterioridade e da
noventena.
 Se uma norma tributária torna-se incompatível com a redação de uma medida provisória, até que seja convertida
em lei, a norma tributária tem sua vigência suspensa (60 dias, prorrogáveis uma vez por igual período).
 Exceto quando editada por prazo determinado, o término da vigência da lei decorre de sua revogação tácita
ou expressa, por outra lei que lhe seja contrária.
Classificação da Vigência

 Vigência no tempo: observa-se a regra da LINDB (na data nela indicada ou 45 dias após a sua
publicação);
 Vigência no espaço: em regra, a legislação tributária vigora nos limites do território da pessoa jurídica
de direito público que editou a norma. Lei federal vigora em todo o território nacional; leis estaduais,
municipais e do DF vigoram no território de cada um deles. (CTN, Art. 102)

 CTN, Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais
aplicáveis às normas jurídicas em geral.

 Vide: CTN, Arts. 101-104.


Interpretação da Legislação Tributária

 Interpretar é buscar solução e limitar o significado da norma. A norma jurídica pode ser interpretada
pelos métodos gramatical/literal, histórico, sistemático/lógico e teleológico. A escolha final do
significado é uma escolha política-jurídica.
 A interpretação da norma tributária será literal e restritiva nas hipóteses do Art. 111 (suspensão ou
exclusão do crédito tributário, outorga de isenção e dispensa do cumprimento de obrigações tributárias
acessórias), pois se detém ao conteúdo escrito na lei e não alcança situações diversas daquelas
previstas.
 Será interpretada (interpretação benigna) de maneira mais favorável ao acusado nas situações de
ilícitos tributários (Art. 112)
 Havendo dúvida em relação a interpretação, resolve-se a favor do Fisco.
 CTN, Arts. 111, 112.
Integração da Legislação Tributária

 Caso o intérprete da norma entenda não existir regra jurídica capaz de regular determinada situação,
deve suprir as lacunas com base na analogia, princípios gerais do direito tributário e do direito
público e na equidade.
 O aplicador da lei só recorrerá a um dos meios de integração diante da ausência de disposição
específica e expressa. A integração preenche a ausência de norte, ou seja, a lacuna existente na
legislação. É considerada uma atividade excepcional.
 A integração não pode ser utilizada para definir efeitos tributários, pois ela apenas orienta a
definição, o conteúdo e o alcance dos seus institutos.
 CTN, Arts. 108-110.
Integração- Previsão e Limites do CTN

 Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem
indicada:
 I - a analogia;
 II - os princípios gerais de direito tributário; (ênfase nos princípios do CTN)
 III - os princípios gerais de direito público; (ênfase constitucional)
 IV - a equidade. (ideal de justiça no caso concreto)
 § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. (LIMITES À INTEGRAÇÃO)
 § 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. (LIMITES)
 Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos
e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. (auxiliam, mas não definem)
 Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados,
expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos
Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.

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