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Quid iuris?
!! Sempre que apareça na frequência D.L. simples quer dizer que não houve autorização
legislativa nesse sentido.
As portarias são um ato legislativo previsto no art. 112º da CRP? Tem a forma de lei? Não.
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O art. 165º nº1, alínea i) e o art. 103º nº2 consagram o princípio da tipicidade fiscal ou
princípio da legalidade fiscal na vertente material Os impostos, nomeadamente a sua
criação, modificação e extinção, estão abrangidas pelo princípio da tipicidade fiscal,
bem como as taxas e as contribuições financeiras.
O art. 103º nº2 enumera os elementos dos impostos que estão sujeitos ao princípio da
legalidade fiscal, ou seja, não são todas as matérias relacionadas com impostos que está
sujeita ao princípio da legalidade, apenas os elementos determinados no art. 103º nº2
estão sujeitos à tipicidade legal:
Benefícios fiscais.
Não, está a definir qual é a incidência objetiva neste caso concreto. Temos de observar o
princípio da tipicidade e este tem por base os elementos essenciais que acabámos de ver
(incidência em sentido amplo, taxa, benefícios fiscais e garantias dos contribuintes
previstas por lei ou por decreto-lei autorizado).
Pode existir ainda uma margem de livre tipificação, ou seja, de progressiva tipificação
pelas camadas que estão mais próximas do contribuinte, ou seja, um poder mais
especializado que efetuará a regulamentação e concretização de aspetos fiscais mediante
portaria Poder especializado das portarias e não impede remissão para um ato que
desenvolva com maior densidade os regimes previstos na lei em sentido formal, mas não
pode ser mais do que isso.
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Na alínea b) temos um benefício fiscal.
Como vimos, os benefícios fiscais estão sujeitos ao princípio da tipicidade fiscal, ou seja,
não podem ser criados benefícios fiscais a não ser por lei formal da AR ou decreto-lei
autorizado.
Temos ainda neste enunciado que na portaria este benefício fiscal recorre a conceitos
indeterminados: “manifesto interesse para a preservação do património gastronómico”.
Os conceitos indeterminados podem ser utilizados, mas tem de ser determinável ao
destinatário das normas qual será o sentido e alcance desse mesmo conceito, sob pena
de violação deste princípio, pois o destinatário da norma não compreende a regra de
incidência subjacente ao imposto. Os benefícios fiscais excecionam a incidência, daí
estarem sujeitos ao princípio da tipicidade fiscal.