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Princípio da legalidade
2 – O valor tributável das prestações e despesas a que se refere o número anterior será o
seu valor nominal ou, na falta deste, o valor mais próximo das condições normais de
mercado.
4 – Será fixada, por Portaria, a lista das prestações a que referem os n.os 1, 2 e 3, bem como
os critérios concretos para apuramento do seu valor.
O imposto passa a ser calculado de acordo com o “valor objetivo” de cada imóvel, um valor
a fixar pelos serviços de finanças atendendo à sua “localização”, “equipamentos” e
“antiguidade”, bem como a “outros fatores relevantes” que a lei em si mesma não
especifica. Por portaria do Ministro das Finanças haver-se-ia de precisar melhor estes
elementos e o peso relativo de cada um no cálculo do valor tributável.
Ao valor assim determinado aplicar-se-ia uma taxa única de 2% nas grandes cidades,
podendo, fora delas, oscilar a taxa entre os 0,8% e 1%, consoante deliberação das
assembleias municipais, uma solução que a Federação dos Municípios Portugueses
sustenta ser inconstitucional por comprimir em demasia a autonomia financeira local.
A proposta da Federação era antes a de que na generalidade dos municípios a taxa
pudesse oscilar entre os 0,5% e os 5% e que por deliberação das assembleias
municipais se pudessem isentar de imposto todos os imóveis situados em “zonas
degradadas”, tal como os próprios municípios as definissem.
Quid iuris?
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Resolução do caso na aula prática:
i. Estado Social;
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Quanto a este caso prático: Não temos aqui um verdadeiro objeto nesta lei de
autorização legislativa – art. 165º nº2.
Existe ainda uma ausência do critério da duração, o limite até ao qual aquela autorização
legislativa se encontra vigente.
A nossa lei de autorização legislativa não tem qualquer orientação no sentido de diretrizes
e sentido orientador a tomar pelo Governo e não tem qualquer alcance em termos de
imposto.
LAL2024 mandada pela professora: Se olharmos para esta LAL, vemos no nº1 claramente
o objeto definido. Não temos apenas uma indicação quanto à criação de benefícios fiscais
relacionado com a cultura, existe uma concretização do objeto, ou seja, qual o tipo de
benefício fiscal, quais as áreas da cultura que estão abrangidas pelo benefício fiscal.
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«1 – As prestações a que o trabalhador tenha direito por efeito da lei ou do contrato de
trabalho, assim como as despesas cujo encargo a entidade patronal assuma no
predominante interesse daquele, serão tributadas em IRS.»
(i) Não estamos perante um rendimento do trabalho, por isso estamos a dar
um alcance maior do que aquele que resultava da autorização legislativa,
por isso, temos a violação do princípio da reserva de lei por violação do dever
competencial – art. 165º nº2. A relação que decorre da LAL é uma relação que
apenas decorre do contrato de trabalho ou abrange também toda e qualquer
relação qualquer prestação. Se estivermos a falar nos termos da lei formal que
não tenha conexão com o trabalho dependente, estamos a extravasar a LAL.
Não nos devemos esquecer que qualquer prestação do trabalhador nos termos
da lei pode não estar relacionada com uma relação de trabalho dependente.
2 – O valor tributável das prestações e despesas a que se refere o número anterior será o
seu valor nominal ou, na falta deste, o valor mais próximo das condições normais de
mercado.
Assim, estamos perante uma violação do princípio da legalidade em sentido material pois
existem condições normais de mercado que não são apuráveis para determinados
bens ou serviços como explicado anteriormente. Assim, as condições normais de
mercado são um conceito indeterminado, mas determinável em certos casos,
dependendo dos bens e serviços em causa. A LAL é inconstitucional desde o início, pois não concretiza
todos os elementos do art. 165º nº2, mas para concluirmos o caso prático temos de considerar que esta lei era conforme.
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“O valor tributável” é uma regra de incidência em sentido amplo, porque é a regra do
apuramento do valor subjacente ao tributo. O valor tributável faz parte das regras de
determinação da matéria coletável, estando abrangido pelas preocupações do
princípio da legalidade.
É utilizado aqui o IRC e as despesas de tributação autónoma. Quer um quer outro estão
fora do objeto, sentido e alcance da lei de autorização legislativa. Assim, temos uma
inconstitucionalidade orgânica e o Governo não tinha competência para legislar sobre
estas matérias.
Além disso, a tributação autónoma está a definir uma taxa de tributação autónoma para
determinadas despesas.
4 – Será fixada, por Portaria, a lista das prestações a que referem os n.os 1, 2 e 3, bem
como os critérios concretos para apuramento do seu valor.
As isenções de imposto, serão benefícios fiscais em sentido amplo, que fazem parte do
Tatbastand sistemático alargado, sendo estas normas extrafiscais, cuja finalidade
principal não vai ser arrecadar receitas para o Estado. Os benefícios fiscais introduzem
fenómenos de erosão de receitas e restringem a aplicação dos princípios materiais fiscais,
sendo uma exceção à incidência fiscal e uma exceção ao princípio da igualdade, pelo que
deve ser publicitado e está também por isso sujeito a reserva de lei – art. 103º nº2.
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E nesse sentido, o afastamento desses princípios, entre os quais o princípio da igualdade
na sua vertente da capacidade contributiva, terá sempre de ser justificado com base em
princípios orientadores, os quais devem ser ponderados conjuntamente com os princípios
materiais fiscais a restringir, pois tal so será possível se houver um interesse público
superior a prosseguir – Princípio do ganho e do mérito.
Não temos qualquer referência na LAL quanto à aquisição de benefícios fiscais, sendo que
esta LAL refere “todos os rendimentos”. Assim, podíamos estar perante uma violação do
princípio de legalidade na vertente material.
Vamos presumir que estas perante um decreto-lei não autorizado e uma alteração ao IMT.
Não esquecer: Os decreto-lei não autorizado ou uma portaria nunca podem incidir
sobre elementos essenciais do imposto. Podem concretizar matérias fiscais, podem
concretizar aspetos definidos pela AR , mas nunca podem incidir sobre a criação,
modificação ou extinção dos elementos essenciais dos impostos (incidência em
sentido amplo, taxas, benefícios fiscais, garantias dos contribuintes).
O imposto passa a ser calculado de acordo com o “valor objetivo” de cada imóvel, um
valor a fixar pelos serviços de finanças atendendo à sua “localização”,
“equipamentos” e “antiguidade”, bem como a “outros fatores relevantes” que a lei
em si mesma não especifica. Por portaria do Ministro das Finanças haver-se-ia de
precisar melhor estes elementos e o peso relativo de cada um no cálculo do valor
tributável.
O princípio da igualdade, na vertente da capacidade contributiva, será um elemento
essencial dos impostos pois cada um de nós deve ser tributado segundo a sua capacidade
contributiva, aferida com base na lei, que demonstra que quanto mais rendimento um
individuo tiver, maior será o imposto a pagar. Assim os impostos têm sempre na sua base
uma lógica ad valorem (sobre o valor de) na quantificação, dai que não haja uma
contraprestação direta e imediata.
Dito isto, a taxa ou alíquota do imposto deverá ser sujeita à reserva de lei (art. 103º nº2 e
165º nº1 i) CRP), sendo inclusive uma lei formal que define o regime a aplicar no imposto,
de forma que o intérprete perceba as opções tomadas e consiga prever o imposto a pagar,
mas para que a lei não fique sobrecarregada de pormenores, deve caber a um Decreto-lei
não autorizado, regulamento ou portaria o desenvolvimento desses critérios, devendo até
orientações genéricas vir concretizar conceitos jurídicos indeterminados. Assim não será
necessária uma determinação maximalista para assegurar a segurança jurídica dos
contribuintes, sendo todos os factos neste parágrafo válidos. O Governo não tinha
competência. Este imposto pode ser comparado ao IMT. Estamos a alterar um imposto
(elementos essenciais).
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Ao valor assim determinado aplicar-se-ia uma taxa única de 2% nas grandes cidades,
podendo, fora delas, oscilar a taxa entre os 0,8% e 1%, consoante deliberação das
assembleias municipais, uma solução que a Federação dos Municípios Portugueses
sustenta ser inconstitucional por comprimir em demasia a autonomia financeira
local.
A proposta da Federação era antes a de que na generalidade dos municípios a taxa
pudesse oscilar entre os 0,5% e os 5% e que por deliberação das assembleias
municipais se pudessem isentar de imposto todos os imoveis situados em “zonas
degradadas”, tal como os próprios municípios as definissem.
O poder tributário das autarquias locais (art. 238º nº4 CRP), será um poder derivado e não
originário: deriva da lei da Assembleia da República ou do Governo (sob autorização
legislativa).
Ser-lhes-á reconhecido o poder de criar ou adaptar as taxas (o mesmo não acontece com
impostos). No caso das Autarquias Locais, no âmbito da CRP de 1976 tem sido
reconhecido aos municípios o poder de criar taxas, mas já não tem poderes em matéria de
impostos: seja de criação ou adaptação. Ainda assim, lembre-se que os municípios têm
alguns poderes em matéria fiscal.
O art. 238º nº4 da CRP consagrou expressamente um poder tributário dos municípios
a exercer nos termos da lei, cujo alcance ainda não está delimitado. Não se trata aqui se
um poder de criar e adaptar impostos nacionais, pelo menos com a amplitude que
resulta para as Regiões Autónomas do art. 227º, dado que não foi consagrado nenhum
poder tributário próprio nem se faz referência à adaptação de impostos nacionais, As
assembleias municipais podem aprovar atos normativos, mas esses não constituem lei em
sentido formal, ou seja, podem concretizar alguns dos elementos essenciais dos impostos tal
como definidos por lei no Parlamento ou D.L. autorizado.