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6.ª Aula
(cont.)
PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
PRINCÍPIO DA NECESSIDADE TRIBUTÁRIA
PRINCÍPIO DO RESPEITO PELOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA E DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO JURISDICIONAL EFETIVA
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA DISTRIBUTIVA
Na Idade Média este princípio surge como limite ao arbítrio do poder dos
soberanos medievais: Rule of reason (princípio da legalidade).
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Jónatas E. M. MACHADO e Paulo Nogueira da COSTA, Curso de Direito Tributário, 2.ª ed., Coimbra: Coimbra
Editora, 2012.
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Jónatas E. M. MACHADO e Paulo Nogueira da COSTA, Curso de Direito Tributário, 2.ª ed., Coimbra: Coimbra
Editora, 2012.
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Magna Carta Libertatum (1215) » onde se incluiu o compromisso de João Sem-
Terra de não lançar tributos sem consentimento do Conselho Geral do Reino.
E qual a principal regra que até hoje é “copiada” pelos ordenamentos jurídicos?
» PREVALÊNCIA DE LEI
» PRECEDÊNCIA DE LEI
» RESERVA DE LEI
Prevalência de lei
Que o princípio da prevalência da lei tem como corolário a tipicidade das leis.
Existe crime que não esteja previsto no Código Penal? Existe crime sem lei anterior
que o preveja? Não.
E no Direito dos Tributos, como no Direito Penal, temos a tipicidade fechada » impõe
que a lei determine “todos os elementos necessários à tributação, que se
apresentarão de tal modo precisos e determinados (…) que o órgão de aplicação
do direito não possa introduzir critérios subjetivos de apreciação na sua aplicação
concreta”.
Assim, tudo o que disser respeito à incidência, aos benefícios fiscais, à taxa e às
garantias dos contribuintes, tem que estar previsto em lei (de forma tipificada).
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E a liquidação e a cobrança?
Vimos que estes podem ser regulados através de lei que não seja da Assembleia
da Republica.
Porquê?
Precedência de lei
Nada resume melhor este corolário que a seguinte expressão: Não há imposto, nem
atividade tributária, sem lei.
Ora, a preeminência da lei significa que a atuação dos órgãos com competência
tributária e da administração tem que estar subordinada à lei.
Ou seja, a lei deve ser anterior a toda a atuação administrativa, sendo que a falta de um
fundamento legal significa que a administração atua para além das suas competências.
Exemplo: Direito criminal, onde não há crime sem lei que o tipifique.
Vimos que a proteção dos contribuintes face ao poder público advém da preeminência
de lei e que esta lei é aprovada pelos representantes do povo.
A Assembleia da República.
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E quem pode legislar sobre matéria tributária?
E onde consta no texto constitucional que os impostos só podem ser criados por lei?
Vejam-se os n.ºs 2 e 3 do art. 103 da CRP: “(…) 2. Os impostos são criados por
lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos
contribuintes. 3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam
sido criados nos termos da Constituição, que tenham natureza retroactiva ou cuja
liquidação e cobrança se não façam nos termos da lei”.
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Em resumo, pode-se dizer que cabe à Assembleia da República a criação dos
impostos, taxas e benefícios fiscais.
Ora, vimos que a criação e a atuação sobre a incidência, taxa, benefícios fiscais e
garantias dos contribuintes está reservado à Assembleia da República.
Vimos que o art. 103 da CP dispõe que, para além da criação de impostos, também estão
sujeitos à reserva parlamentar os seguintes elementos:
Art. 103, n.º 2: “(…) a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos
contribuintes”
» INCIDÊNCIA
» TAXA
» BENEFÍCIOS FISCAIS
» INFRAÇÕES TRIBUTÁRIAS
» GARANTIA DOS CONTRIBUINTES
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Este é o elemento enquadrador dos direitos, liberdades e garantias dos
particulares. Além dessa, não podemos deixar de fora às normas relativas às
infrações tributárias, que também estão sujeitas à reserva de lei do parlamento.
Vejamos um-a-um:
Mas, a partir dessa definição, podemos extrair que o valor a pagar dos tributos
deve, também, ser fixado na lei (sujeito à reserva parlamentar)?
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Imagine-se o seguinte:
Porque os benefícios fiscais precisam ser aprovados apenas pelo Parlamento ou com
autorização deste (respeito à reserva parlamentar)?
Benefício Fiscal » integra toda a exceção à tributação, que se traduza num regime de
tributação mais favorável para o contribuinte.
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Taxa (art. 103.º, n.º 2, da CRP) » corresponde à percentagem ou o valor que, aplicado à
matéria coletável, nos dá à coleta do tributo. Ou seja, esta percentagem ou valor deverá ser
fixada por lei.
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As infrações tributárias não estão expressamente previstas no art. 103.º da CRP. No
entanto, estão subordinados à reserva da lei parlamentar.
Porquê?
Mas existem outros elementos, mencionados no n.º 3 do art. 103.º da CP, que não estão
sujeitos à reserva parlamentar.
» LIQUIDAÇÃO
» COBRANÇA
A norma diz que devem ser feitos nos termos da lei, sob pena de recusa legítima
ao seu pagamento.
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Isso quer dizer o quê? Que esta lei só pode ser considerada a lei parlamentar?
Não pode ser outro tipo de lei?
Veja-se o n.º 3 do art. 103.º da CRP: “ 3. Ninguém pode ser obrigado a pagar
impostos que não hajam sido criados nos termos da Constituição, que tenham
natureza retroactiva ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos “termos da
lei”.
De facto, o dispositivo apenas menciona nos termos da lei. Não é necessário ser
lei da Assembleia da República.
Vejamos o art. 112 da CRP: “1. São actos legislativos as leis, os decretos-leis e
os decretos legislativos regionais. (…)”
Ora, os regulamentos do Governo, embora sejam atos normativos, não são atos
legislativos.
Mas, o que fica de fora dessa lista? O que podemos considerar como excluído da reserva
parlamentar? Quais seriam estes tributos?
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ii) Taxas » apenas as regras gerais é que devem ser por meio da reserva
parlamentar.
E a sua extinção?
Pela mesma razão, só pode, igualmente, ser por lei da Assembleia da República.
A extinção dos impostos pode ser feita por lei outra que não seja parlamentar ou com
autorização?
Não.
Vimos que o Governo tem que respeitar os limites delineados pela lei que o autoriza a
legislar sobre matérias que tenham reserva legal, dentre as quais se encontra a criação de
impostos.
Vejamos o que diz o n.º 2 do art. 165.º da CRP: “(…) É da exclusiva competência
da Assembleia da República legislar sobre as seguintes matérias, salvo
autorização ao Governo: (…) 2. As leis de autorização legislativa devem definir
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o OBJECTO, o SENTIDO, a EXTENSÃO e a DURAÇÃO da autorização, a
qual pode ser prorrogada. (…)”.
Note-se que, com relação à duração, existe uma regra específica quando se tratar
de matéria fiscal.
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E o que é o ano económico?
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Jónatas E. M. MACHADO e Paulo Nogueira da COSTA, Manual de Direito Fiscal, 2.ª ed.,
Coimbra: Editora Almedina, 2018. p. 68-77.
Jónatas E. M. MACHADO e Paulo Nogueira da COSTA, Curso de Direito Tributário, 2.ª ed.,
Coimbra: Coimbra Editora, 2012. p. 43-66.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
José Casalta Nabais, Direito Fiscal, 7.ª Edição. Coimbra: Editora Almedina. p. 29-90.
Américo Fernando Brás Carlos, Impostos – Teoria Geral, 3.ª Edição. Coimbra: Editora
Almedina. p. 25-64.
J.L. Saldanha Sanches, Manual de Direito Fiscal, 2ª Edição. Coimbra: Coimbra Editora. p. 9-
30.
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