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CURSO DE DIREITO
ESTUDO DIRIGIDO 06
Este Estudo Dirigido foi respondido com base nas seguintes obras:
Nas palavras da doutrinadora Regina Helena Costa “Fontes do direito são os modos
pelos quais o direito se expressa”. Logo, entende-se que as fontes do direito tributário são os
meios nos quais é possível acessar esse ramo do direito.
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das
convenções internacionais e dos decretos:
3. É necessária lei para correção da base de cálculo de tributos nos limites dos índices
oficiais da inflação?
Não é necessária a criação de lei para a correção da base de cálculo de tributos nos
limites dos índices oficiais da inflação. De acordo com o art. 97 do CTN, tem-se que:
Tal fato não pode ser considerado uma exceção ao princípio da legalidade, o qual determina
que somente a lei pode instituir ou majorar tributos, porque, como o próprio art. 97 do CTN
estabelece, a atualização monetária da base de cálculo de um tributo não configura a majoração
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II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
desse tributo. Logo, não é obrigatório a instituição de uma lei para corrigir a base de cálculo de
um tributo já existente com o intuito de se seguir os índices oficiais da inflação.
Fora isso, é importante aclarar que os tratados são acordos feitos no âmbito
internacional e são celebrados pelo Presidente da República. Assim, para que eles tenham a
validade de lei, deve-se incorporá-los ao ordenamento jurídico pátrio por meio de referendo do
Congresso, que ocorre via decreto-legislativo. Entretanto, de acordo com o art. 98 do CTN, os
tratados internacionais vencem a legislação infraconstitucional do país, que acaba por ser
revogada ou modificada e ainda impõe que a legislação superveniente deve observar as
disposições dos tratados incorporados.
A partir da leitura do dispositivo supracitado, tem-se que os decretos não podem ser contrários
ou ultrapassar as delimitações legais que estão em torno do alcance dos seus efeitos, senão não
se pode exigir o tributo do contribuinte.
6. O Código Tributário Nacional só pode ser alterado por lei complementar. Assinale se
a afirmativa é verdadeira ou falsa e comente.
Em verdade, o Código Tributário Nacional (CTN) foi criado como uma lei ordinária.
Entretanto, a Constituição Federal de 1967 passou a tratá-la como com lei complementar.
Assim, devido ao princípio da recepção, atualmente, o CTN tem eficácia de lei complementar.
Sendo tal código uma lei completar, ele só poderá ser alterado por outra lei complementar ou
por uma lei hierarquicamente superior.
De acordo com Regina Helena Costa, “Vigência é a aptidão de uma norma para
qualificar fatos, desencadeando seus efeitos de direito. Uma lei está em vigor quando idônea a
incidir sobre situações fáticas, gerando consequências jurídicas”. Assim, fica perceptível que a
vigência deve ser compreendida a partir do tempo e do espaço.
Com isso, verifica-se que de forma excepcional o tributo pode ser exigido aos contribuintes
que residem fora do território em que ele foi criado
Além disso, o art. 103 do mesmo código determina mais exceções ao princípio da
territorialidade, nos seguintes termos:
Por fim, é imperioso destacar que o art. 104 do CTN também traz exceções ao princípio da
territorialidade ao estabelecer a regra especial de vigência:
Assim, fala-se que a lei entra em vigor 45 dias depois da sua publicação. Contudo,
ainda que válida e vigente, a lei tributária não terá eficácia nesse mesmo período, ensejando o
vacatio legis.
Dessa maneira, vê-se que a vigência e a eficácia são distintas. A lei tributária entra em
vigor apenas depois de 45 dias da sua publicação, mas esta mesma lei, apesar de vigente,
somente poderá ser eficaz no exercício financeiro seguinte a sua criação (ou depois de 90 dias
da sua publicação quando for publicada nos últimos meses do exercício financeiro), respeitando
assim os princípios da anterioridade e da anterioridade nonagesimal.
Deve-se lembrar também que há exceções a essa regra. Tais exceções estão previstas
no art. 150, §1º, da CF, vê-se:
De acordo com Eduardo Sabbag, “aplicar a lei é fazê-la incidir sobre um fato, para que
este se discipline por aqueles parâmetros legais, produzindo seus efeitos sob o manto da
abrangência e limites definidos pela lei’’. Então, a lei aplicável a um fato é aquela que incide
por já ser vigente no momento em que tal fato ocorreu.
Então, fica evidente que a relação jurídico-tributária entre o sujeito passivo e o sujeito ativo
surge quando ocorre o fato gerador. Assim, a norma incide quando ocorre o fato gerador do
tributo.
Porém, nem sempre isso será verdade, pois algumas leis têm efeito retroativo, então podem ser
aplicadas a fatos que ocorreram no momento em elas ainda não estavam vigentes, indo
contrário ao princípio da Irretroatividade. Isso pode ser confirmado pelo art. 106 do CTN, o
qual estabelece que:
Ademais, de acordo com o art. 105 do mesmo código, uma lei nova pode ser aplicada a um
fato gerador que começou a ocorrer enquanto uma outra lei estava vigente, mas que tive fim
durante a sua vigência. Esses são os chamados fatos geradores pendentes.
I - a analogia;
IV - a equidade.
Como se sabe, quando se utiliza analogia, faz-se comparação com casos parecidos para criar
novas leis tributárias, porém o aplicador da lei não pode fazer uso da analogia para criar um
tributo que não está previsto legalmente, em respeito ao princípio da legalidade. Já os princípios
gerais do direito tributário os quais o dispositivo se refere, deve-se destacar os seguintes:
legalidade, isonomia, proibição do confisco, irretroatividade e anterioridade.
Os princípios gerais do direito público que merecem destaque no âmbito do direito tributário
são: “as exceções são restritas”; “a Constituição, quando quer os fins, concede igualmente os
meios adequados”; “quem pode o mais, geralmente, pode o menos” e “o todo explica as partes”.
Por fim, a equidade é o abrandamento da lei, que a torna menos rigorosa afim de torná-la
adequada ao caso concreto. Todavia, a equidade não pode acabar por dispensar o contribuinte
da sua obrigação tributária.
A interpretação da legislação tributária pode servir para o aplicador da lei encontrar uma
solução para determinado caso concreto e para se entender o sentido de uma lei específica.
Assim, quem interpreta a lei não a cria ou a altera, mas somente busca entendê-la.
A interpretação pode ser feita seguindo alguns métodos, como buscando a fonte, utilizando o
método gramatical, histórico, teleológico, lógico, sistemático, por meios declarativos,
extensivos ou restritivos.
A interpretação pode ser literal ou benigna. O próprio CTN determina quando se deve fazer
uso da interpretação literal ou da interpretação benigna, a ver:
II - outorga de isenção;
Assim, quando se tem dúvida, deve-se interpretar de forma mais favorável ao acusado.
Embora o código preveja a interpretação benigna, no ordenamento jurídico brasileiro, não cabe
o in dúbio pro fiscum ou o in dúbio contra fiscum.