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CURSO DE DIREITO
DISCENTE:
ESTUDO DIRIGIDO 08
Este Estudo Dirigido foi respondido com base nas seguintes obras:
• Costa, Regina Helena Curso de direito tributário - Constituição e Código Tributário
Nacional. – 9. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
• Caliendo, Paulo Curso de direito tributário / Paulo Caliendo. – 2. ed. – São Paulo :
Saraiva Educação, 2019
• Sabbag, Eduardo Direito tributário essencial. – 7. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2020.
De forma sucinta e prática, conceitua-se o crédito tributário como o valor que o sujeito
ativo de uma obrigação tributária principal pode exigir do sujeito passivo.
Sendo assim, entende-se o crédito tributário como o direito que o sujeito ativo tem de
impor ao sujeito passivo o pagamento de um tributo. É imperioso destacar que esse direito
surgirá apenas depois que houver o lançamento tributário.
Dessa forma, é possível dizer que é por meio do lançamento que se verifica o fato
gerador que dá origem a obrigação tributária, além de especificar a matéria tributável, somar o
valor devido, declarar quem é o sujeito passivo e, até mesmo, aplicar a penalidade pecuniária.
Segundo Regina Helena Costa, é o lançamento que faz com que o Fisco tenha o direito
de exigir o crédito tributário, visto que é este procedimento que constitui o crédito tributário,
convertendo-o em exigível.
2. Se é ato ou procedimento.
3. No momento do lançamento, como identificamos a lei que deve aplicada para fins
de formalização do crédito tributário?
O art. 144 do CTN impõe que:
Contudo, o §1º do artigo em questão traz exceção ao seu caput. Tal exceção é o
emprego de uma legislação nova que estabelece novos critérios de exame e fiscalização
tributária, dilatado os poderes de investigação da Administração ou concedido mais garantias
ou prerrogativas, menos se conferir responsabilidade tributária a terceiros. Assim, se estiverem
presentes tais circunstâncias, a nova lei vai retroagir para abarcar a concretização do fato
gerador, regulamentando o lançamento do crédito tributário que sobrevier de tal fato.
Já o §2º do mesmo dispositivo estabelece que não será possível a retroação aos
impostos lançados por períodos determinados de tempo, salvo se a lei referente determinar de
forma expressa a data na qual o fato gerador é considerado como concretizado.
Para aqueles que defendem que a eficácia do lançamento é declarativa, aduzem que o
crédito tributário, assim como o débito, nasce a partir do momento em que o fato gerador se
concretiza e, consequentemente, surge a obrigação tributária. Assim, o lançamento tem a
função apenas de declarar a existência de tal crédito, tornando-o líquido e certo. A doutrinadora
Regina Helena Costa acredita nesta corrente, em suas palavras:
Por fim, a corrente que acredita que o lançamento tem eficácia mista, alegam que este
instituto tem a função de constituir e de declarar o crédito tributário ao mesmo tempo.
O CTN, por meio do seu art. 149, I, estabelece o lançamento de ofício, também
chamado de direto ou ex officio. A redação do mencionado artigo expressa, in verbis:
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela
autoridade administrativa nos seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito,
no prazo e na forma da legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha
prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de
atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de
esclarecimento formulado pela autoridade administrativa,
recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo
daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a
qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo
de declaração obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da
pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se
refere o artigo seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou
de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de
penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em
benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não
provado por ocasião do lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu
fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou
omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada
enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.
O lançamento de ofício por iniciativa própria parte do fisco e é realizado sem que haja
o auxílio do contribuinte. Já o lançamento de ofício por revisão é aquele que se origina do
lançamento por declaração ou homologação, então, a princípio, há auxílio do sujeito passivo,
porém, devido a algum defeito na execução da obrigação por parte do contribuinte, o sujeito
ativo revisa o lançamento, corrigindo as falhas e, consequentemente, o lançamento volta a ser
de iniciativa da Administração, sem auxílio do sujeito passivo.
Em resumo, o lançamento por declaração é ato que constitui o crédito por iniciativa da
Administração.
Exemplos de tributos que se enquadram nesse tipo de lançamento são: ICMS, IPI, PIS,
IR etc.
O lançamento de ofício por arbitragem não é uma modalidade de lançamento, mas sim
uma técnica. Acontece quando o sujeito passivo não cumpre a obrigação tributária de maneira
adequada. Diante de tal situação, o sujeito ativo pode estabelecer base de cálculo mediante
ofício, levando em consideração a renda, receita bruta, lucro, faturamento e qualquer outra
forma de demonstração da capacidade econômica do contribuinte.
Essa técnica se chama lançamento de ofício por arbitragem porque fica a critério da
autoridade administrativa a escolha do quantum debeatur, porém esse ato precisa ser motivado,
justificado e os critérios de escolha devem estar presentes de maneira clara.
Além disso, cabe ressaltar que há súmula do TFR que estabelece que o atraso na
entrega de dados ficais não legitima a desclassificação da escrita.
8. Explique o “autolançamento”.
A respeito disso, o §4º do art. 150 do CTN prevê, nos seguintes termos:
Para mais, caso não haja a aprovação do sujeito ativo quanto ao cálculo e pagamento
realizados pelo sujeito passivo, não há a homologação, ensejando assim o lançamento de ofício
do abatimento.
Por fim, no lançamento por arbitragem, previsto no art. 148, o efeito é o surgimento
do direito de se exigir a diferença do pagamento de crédito tributário mediante a revisão dos
lançamentos por declaração ou por homologação defeituosos.