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Aula 14: O Padrão Ouro: suas origens
Amaury Gremaud
HEG II 1º semestre 2020
Padrão Ouro: visão geral
1. Liquidação de pagamentos internacionais –
“transferência de Ouro”
Reservas em Ouro - liquidez,
Na prática, com tempo, muitos países adotam libra
2. Conversibilidade da moeda nacional em Ouro à uma
taxa fixa
se todos os países - sistema de cambio fixo
3. Liberdade na exportação e importação de divisas
(Au) - livre fluxo de capitais
4. Qual mecanismo de ajuste do Balanço de
Pagamento
Atrelar Política Monetária às reservas
Variação de reservas leva a uma variação da oferta interna
de moeda
BP (negativo) ajuste via recessão e endividamento
O Padrão-Ouro instituição socialmente
construída
Se Autoridade Monetária (AM) pode usar seu poder discricionário
e sair das “regras do jogo” então não existe o Padrão ouro ?
Não existe estabilidade das taxas de cambio, fluxos de capital ?
Questão-chave para compreender o funcionamento do Padrão-Ouro
Padrão Ouro é um mecanismo informal mas é uma
“instituição” socialmente construída:
Historicamente AM está bem protegidos contra pressões que o afastam
das “regras do jogo”
Pedra fundamental: Confiança no compromisso dos governos com os
princípios do Padrão-Ouro e consenso (mundial ?) no benefício da
preservação das regras de ouro
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Padrão Ouro: Origens
Mais fácil dizer quando acaba do que quando começa o Padrão Ouro
Problema quantos países precisam aderir e qual estabilidade da adesão (por quanto tempo)
Em 1850 não há Padrão Ouro, em 1900 existe PO
ouro
Moeda ruim (fraca) – Prata - expulsa moeda boa (valiosa) - Ouro
Arbitragem: limites
Arbitragem cuidado
levar em consideração: brassage (taxa para cunhagem) e custo
de transporte e seguro
Banda de cunhagem
Tempo (risco)
mecanismo de compensação (Krugman):
no resto do mundo cai preço do ouro - reverte mecanismo
existe antecipação do processo – que pode gerar estabilidade
Compensação só funciona se não existir grandes variações de estoque
Grandes variações – arbitragem funciona
Neste caso de duas uma:
muda relação oficial de troca ou
escoa moeda valorizada pelo mercado para fora do país
Dependendo da situação fim do bimetalismo
Origens do Padrão Ouro:
a Grã Bretanha
Inglaterra adoção do Padrão Ouro: acidente histórico ?
XVIII: descobertas de Ouro no Brasil – flui para GB
Valor do Ouro no Mercado cai e Valor oficial do Ouro passa a ter que ser reduzido
(ou a Prata some)
Newton - Master of the Mint - (1717) - apesar de reduzir valor oficial do Ouro, o
mantém ainda muito acima do mercado
Prata subvalorizada oficialmente some do mercado, expulso pelo ouro moeda
desvalorizada pelo mercado
Especialmente dada a continua produção de ouro no Brasil
1774 - abole curso forçado das moedas de prata para grandes transações
GB – problemas com moedas de pequeno valor em ouro exige convívio com representativas
Convive com emissão de papel moeda e moedas falsas
GB – emissão inconversível – financiar guerra
Volta da conversibilidade
1816 desmonetização da prata
1821 - abole curso forçado da prata para qualquer transação,
reintegração papel com base no Ouro
Outros países: Bimetalismo ou
monometalismo alternante
(Von Mises)
Oscilações quanto a principal moeda em vários países
França
De Napoleão (guerras sem emitir) até 1850 - Prata prevalece,
depois Ouro na década de 50 (descobertas Califórnia e Austrália)
1860 volta Prata (descoberta em Nevada).
EUA
até 1834 - Prata prevalece, (mantiveram paridade de 15 -1, quando França foi para
15,5 para 1 em 1803 – ouro sumiu dos EUA)
De 34 a 60 - eleva relação (16 -1) – Ouro volta e prevalecer.
c/ Guerra Civil - emissão inconversível (moeda fiat) - greenbacks
1873/79 estabelece Padrão Ouro “crime de 73”
Gera insatisfação, principalmente quando alternância é violenta e
manutenção do sistema parece complicado
Irving Fischer (retomado por Friedman): bimetalismo tem vantagem, apesar
de alternância das moedas, níveis de preço se mantém estável,
monometalismo: consequência de mais (ou menos) metal é inflação (ou deflação)
Por que o bimetalismo persistiu
no século XIX?
Questão controversa – Teorias:
1) Condições técnicas
Menor moeda de ouro: valor muito alto para as transações diárias
(vários dias de trabalho)
Prensas manuais: cunhagem irregular Maior facilidade para as
falsificações
Inglaterra (1816): prensas a vapor
2) Fatores políticos
Interesses dos mineradores de prata
Grupos interessados na expansão do crédito e na inflação
3) Externalidades em rede
Solidariedade entre os países praticantes do bimetalismo
Guerra Franco-Prussiana acaba rompendo
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O Advento do
Padrão-Ouro
Posição da Inglaterra como centro comercial e financeiro
“Alemanha e EUA fazem pender a balança” – adesão em 1871/73
Comércio com GB
Alemanha - Unificação e guerras franco prussianas novo padrão do
marco em ouro (pagamentos dão lastro para emissões )
EUA - Reestruturação da moeda pós guerra de secessão - Crime de 73
Queda do preço da prata (descobertas)
Países bimetálicos opção: Grandes importações de prata (inflação) ou adesão ao
padrão-ouro (deflação)
Novamente externalidades em rede foram fortemente importantes agora
para Padrão Ouro
Reação em cadeia: Dinamarca, Holanda, Noruega, Suécia, Bélgica,
França, Itália, Suíça
Depois: Rússia e Am. Latina
Mas não unânime: Espanha fiduciária, China e países da Am. Central- Prata
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O panorama
Norte-americano
Guerra Civil – foi um “pesadelo’ monetário
Confederação se sustentou com emissões de
papel moeda que foram varridas por uma hiperinflação
União tb emitiu papel moeda (greenbacks) que sobreviveram
Reconstrução do sistema monetário pos guerra – enormes debates especialmente
em como (sacrifícios necessários) voltar a um padrão confiável
Opção por ortodoxia leva pais a uma continuada restrição de liquidez e a uma forte
deflação (traz os índices de preços aos patamares de antes da guerra), permitindo a re
conversibilidade do dólar mas agora sob o Padrão Ouro
Fim dos 60 e inicio dos 70 - falta de Prata – valor desta no mercado alto, seus produtores não
querem transforma-la em moeda, melhor vender o metal do que cunha-lo na paridade fixada
Neste momento 1873 passa lei (crime de 73) em que prata deixa de ser cunhada na paridade da lei
Desmonetização da prata: Uma das causas da deflação (depressão) de 1873-1896
Politica vista como muito dolorosa e repleta de reclamações
Tempos depois quando existe forte crise de liquidez e Prata mais abundante essa proibição parecia
deslocada – grupos passam a lutar pela livre cunhagem da prata e remonetização da prata
Nestes debates surgem partidos:
Partido Papelista (Greenback Party) cuja plataforma principal eram
as emissões de papel moeda junto com outras causas progressistas
Partido de pouca expressão mas participou das eleições de 1876, 1880 e
1884 (período critico da volta ao padrão ouro) e vai perdendo força à
medida que politicas de austeridade vão sendo ultrapassadas
1892: Novo partido Partido do Povo (populista) – apresenta um
candidato do antigo partido papelista (James Weaver) – tem 9% dos
votos (ganha em Kansas – sede do movimento, Colorado. Idaho e
Nevada)
Weaver – Plataforma de Omaha - contra os governantes de Wall Street
Defende moeda fiduciária – barateamento de crédito para agricultores
Ou volta do bimetalismo: volta de emissões lastreadas em Prata (ampliação
do meio circulante) – com paridade 16:1 com ouro
Tb outras causas progressistas: demanda de sindicatos, movimentos feministas
Proibicionistas: proibição da venda de bebidas
William J. Bryan:
O discurso da Cruz de Ouro
1896: Democratas se reúnem em Chicago para Convenção, umas
“das mais memoráveis da historia dos EUA”
Cleveland perde indicação para reeleição para William Jennings Bryan
(jovem congressista de Nebraska) da ala populista – O Ciclone de
Nebraska ou o Leão de Nebraska
Jáera conhecido pois discursara contra o fim das compras de Prata e a favor
do bimetalismo
Bryan – faz um discurso Histórico contra o Padrão Ouro – Discurso da cruz de
Ouro
Bryan tb indicado a concorre à presidência pelo Partido do Povo