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A hegemonia

britânica:
imperialismo e padrão
ouro
A R R I G H I ( 1 9 9 6 ) – C A P. 1

H O B S B AW N ( 1 9 8 3 ) – C A P. 2

E I C H E N G R E E N ( 2 0 0 0 ) – C A P. 2
Contextualizando a hegemonia
Britânica
▪Determinantes da liderança britânica:
▪Berço da revolução industrial
▪ Expansão ultramarina e políticas comerciais nos séculos XVII e XVIII
▪Capacidade de Gestão Econômica da Guerra
▪ Controle de rotas comerciais e mercados (guerra do ópio séc. XIX), Exploração
financeira dos derrotados (tributos na Índia), uso econômico de tecnologias
militares (tecnologia marítima).
▪Sede do capital financeiro internacional (Haute Finance)
▪A paz dos Cem anos (1815 – 1914)
▪ Estabilidade para o crescimento econômico europeu.
Contextualizando a hegemonia
Britânica
▪O imperialismo Britânico: Exploração Direta
▪Exploração Territorial: Obtenção de grandes dimensões
territoriais e populacionais sob o domínio colonial britânico.
▪ Fontes de matérias primas e mercado para a produção industrial da metrópole
▪Exploração tributária: Obtenção de grandes receitas tributárias
(principalmente do subcontinente indiano)
▪ Capital utilizado no fomento às forças coercitivas britânicas
▪ Capital em boa parte canalizado para Londres e reciclado nos circuitos
financeiros locais (favoreceu o desenvolvimento financeiro Londrino)
Contextualizando a hegemonia
Britânica
▪Imperialismo de Livre-Comércio
▪ De forma unilateral, a Grã Bretanha manteve seu mercado aberto aos produtos
do mundo inteiro no período 1840 – 1931
▪ Criação de redes comerciais mundiais que dependiam da demanda britânica para sobreviverem
economicamente.
▪ Difusão da ideologia de livre-comércio
▪ Desenvolvimento da indústria de bens de capital (comércio com outras
economias industriais)
▪ Aproximação com as nações de independência recente (ex-colônias)
▪ Ascensão de grupos mais interessados na ampliação dos fluxos monetários que no poder político
▪ Abertura para a ideologia do livre comércio
Contextualizando a hegemonia
Britânica
▪A dimensão do comércio britânico criou um império mundial, dominado pelo mercado
inglês:
▪ Maior mercado do mundo para matérias-primas
▪ Principal fornecedor de manufaturados
▪ Maior fornecedor de bens de capital
▪ Dimensões da frota ultramarina

▪A produção e a demanda internacionais eram orientadas pelo desempenho econômico


britânico.
▪ Quanto maior o crescimento econômico da Grã Bretanha, maior o crescimento econômico
internacional
▪ Maior a demanda por matérias primas, maior o consumo de bens manufaturados
Contextualizando a hegemonia
Britânica
▪O grau de abertura comercial britânico foi fundamental para o crescimento da renda em
outras economias, sobretudo as fornecedoras de matérias-primas.
▪A ascensão de grupos liberais nas nações recém independentes também garantia a
abertura de seus mercados à produção industrial britânica.
▪Boa parte das vezes o consumo de produtos industriais britânicos, especialmente bens
de capital, era financiado pelo próprio capital financeiro londrino:
▪ As exportações britânicas geravam grandes superávits comerciais.
▪ O financiamento do consumo internacional gerava saída na conta de capitais do país.
▪ Em tal situação era mantido o equilíbrio no BP inglês.
O padrão ouro
▪Até o XVIII predominou um padrão monetário bimetálico
▪ Prata e Ouro
▪Em 1774, a Grã Bretanha adotou definitivamente o padrão ouro
▪ Aumento da disponibilidade de ouro (especialmente o brasileiro)
▪ Transações internacionais apenas em ouro

▪Durante o século XIX outras economias europeias e seus prolongamentos


também adotaram o padrão ouro:
▪ Surgimento de novas reservas de ouro
▪ Influência comercial e financeira britânica:
▪ Inglaterra maior produtor e vendedor de bens de capital – origem do capital financeiro – maior
mercado: logo a internacionalização de qualquer economia requeria o uso do padrão ouro para
transações internacionais.
O padrão ouro
▪Base do sistema: Ouro como meio de trocas internacionais
▪ Existência de conversibilidade a taxas rígidas
▪Países superavitários: Apresentavam excesso de ouro domesticamente, ou
seja, aumento em sua oferta monetária.
▪ Em razão do excesso de moeda, os preços domésticos subiriam, reduzindo a
competitividade.
▪Países deficitários: apresentavam escassez de ouro internamente,
resultando em redução de sua oferta monetária.
▪ Em razão da redução da oferta de moeda, os preços domésticos cairiam,
aumentando a competitividade.
O padrão ouro
▪Resultados:
▪Por meio de um mecanismo automático (de mercado), países
superavitários reduziriam suas exportações e aumentariam
suas importações, ocorrendo o oposto com países deficitários.
▪Ajustamento induzido pelo mercado.
▪Situações de superávit ou déficit seriam cíclicas e determinadas
pelos movimentos monetários e de preços internacionais.
O padrão ouro
▪Permitia estabilidade e previsibilidade.
▪Aumentaria a amplitude das transações internacionais.
▪ Coincide com o período de ampla integração comercial e financeira entre 1875
e 1914.
▪Oferta monetária interna determinada pelo mercado (rigidez
monetária).
▪ Economias em franco crescimento (deficitárias comercialmente) poderiam
apresentar problemas de liquidez.
▪Bancos centrais poderiam alterar apenas a taxa de juros, como
forma de estimular a entrada de ouro monetário.
O padrão ouro e a hegemonia
britânica
▪Funcionamento do BP Britânico
▪ Conta corrente
▪ Tendência superavitária
▪ Exportação de “bens de capital”
▪ Conta Financeira
▪ Tendência deficitária
▪ Exportação de “capital”

▪Tendência ao equilíbrio do BP britânico


▪ Estabilidade na oferta monetária da libra em razão desse fenômeno.
O padrão ouro e a hegemonia
britânica
▪Com isso, a Grã Bretanha não era induzida a mudar sua
posição no comércio internacional de acordo com os
mecanismos de preços e o fluxo de ouro.
▪Se mantinha superavitária comercialmente
▪Tal estabilidade, associada ao liberalismo inglês, levou a
libra ao centro do mercado monetário internacional.
▪Moeda referência.
O padrão ouro e a hegemonia
britânica
▪A manutenção do padrão ouro em economias menores passava pelo suporte
financeiro britânico.
▪ Socorro a economias menores quando deficitárias.
▪No entanto, a Grã Bretanha também contou com a solidariedade
internacional em momentos de dificuldades para manter a paridade.
▪ Em 1890 a insolvência de um banco britânico levou o Banco da Inglaterra a
captar empréstimos junto ao Banco da França e ao da Rússia.
▪Pacto entre bancos centrais em torno da manutenção do sistema.
O padrão ouro e a hegemonia
britânica
▪O padrão ouro como uma instituição histórica
▪ Eichengreen (1996); Polanyi (1944)
▪Permitiu o avanço na internacionalização da economia
▪ Crescimento do comércio e das finanças
▪Permitiu a manutenção de estabilidade econômica e política
▪ Previsibilidade de investimentos
▪ Estabilidade política (guerras) visando à manutenção do sistema
A hegemonia britânica
▪Sustentada com base na colonização direta,
no livre comércio e no padrão ouro.
▪Exploração tributária
▪Cultura de abertura comercial
▪Sustento de um padrão monetário internacional
▪Estabilidade e crescimento econômico

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