Relacionar o equilíbrio político internacional com o domínio de espaços coloniais,

reconhecendo nas práticas mercantilistas, modos de afirmação das economias nacionais

 As políticas económicas das potências europeias que promoveram a afirmação das
economias nacionais assentaram no desenvolvimento do comércio colonial e na colonização
de novos espaços ultramarinos;
 A afirmação de novos impérios coloniais originou o surgimento de um novo mapa de
influência política e económica da Europa;

No domínio dos territórios coloniais existiram diversas fases que se traduziram inicialmente na
liderança da Holanda, que despertou rivalidades com a França e a Inglaterra

 Holanda afirmou-se como intermediária no comércio mundial, beneficiando da ação da

Companhia Holandesa das Índias Orientais e de uma burguesia ativa e empreendedora;
 A rivalidade entre potências europeias provocou o surgimento de vários conflitos que
garantiram a hegemonia colonial e a sua afirmação no mundo que culminou na supremacia
inglesa, sobretudo a partir do século XVIII;
 O comércio consolidou-se como uma atividade determinante na prosperidade das potências
e fez do capitalismo comercial o motor das economias nacionais;
 A grande importância do comércio colonial levou á intensificação do comércio triangular e
do tráfico de negreiro, que garantiram a exploração em regime de exclusividade, dos
espaços coloniais;
 Foi neste contexto de domínio dos espaços coloniais que se adotaram práticas mercantilistas
em vários Estados Europeus de modo a fomentar a produção nacional, aumentar as
exportações e evitar a saída de metais preciosos, mediante a adoção de medidas
protecionistas;
 As práticas mercantilistas permitiram o equilíbrio da balança comercial e contribuíram para a
afirmação das várias potências europeias;

Enquadrar o arranque industrial ocorrido em Inglaterra na transformação das estruturas

económicas
 1750- Arranque da industrialização em Inglaterra;
 O aumento da produtividade e da produção ocorreu devido a vários fatores tais como, as
transformações em Inglaterra, como o emparcelamento das terras, a prática de uma
agricultura intensiva ou a associação da agricultura e da criação de gado, a par de novas
técnicas agrícolas (sistemas de rotação quadrienal de culturas) e da seleção das espécies;
 Os amplos mercados interno e externo estimularam o consumo e contribuíram para o
aumento da produção;
 O empreendedorismo da nobreza e da burguesia e a prática política decorrente da ação do
Parlamento desenvolveram a ambição pelo lucro e estimularam a livre iniciativa e a
concorrência;
 Foram determinantes para o financiamento das inovações e da própria atividade económica,
a existência de mecanismos financeiros, como a bolsa de valores ou os bancos;
 Setor têxtil algodoeiro e a metalurgia foram os dois setores de arranque da industrialização
que ocorreu em Inglaterra, associados á utilização da máquina a vapor;
 A maquinofatura impôs-se e as fábricas tornaram-se o centro do novo modelo produtivo,
marcado pela produção em massa;
  O carvão e o vapor (símbolos da Revolução Industrial), substituíram a força animal, o vento e
a água;
 A indústria tornou-se o motor da economia, o que significou a afirmação do capitalismo
industrial;

Interpretar as políticas económicas portuguesas no contexto de espaço euro-atlântico

 Desde o século XVII que Portugal se teve que confrontar com a concorrência das potências
europeias que romperam com a doutrina do mare clausum e se afirmaram no domínio do
comércio ultramarino e na conquista de novos espaços coloniais;
 A entrada de França, Holanda e Inglaterra na exploração de produtos do açúcar acabou por
contribuir para a diminuição dos preços dos produtos que alimentavam o comércio
português e para a perda de mercados e produtos coloniais;
 A diminuição dos lucros do comércio colonial e o facto de a economia nacional ser pouco
produtiva e dependente dos mercados externos contribuíram para agravar o desequilíbrio
da balança comercial;
 Perante a crise do final do século XVII, o conde de Ericeira lançou um programa de
recuperação económica que marcou o reinado de D.Pedro II;
 Adotou práticas mercantilistas e implementou medidas protecionistas face á concorrência
internacional, como foi a adoção de leis pragmáticas, a criação de manufaturas, a concessão
de privilégios, contratação de técnicos especializados ou a criação de companhias
monopolistas;

Esta aposta na produção nacional abrandou com a descoberta do ouro do Brasil no final do século
XVII.

 A chegada crescente de remessas do ouro do Brasil possibilitou a compra de produtos ao

estrangeiro, nomeadamente a Inglaterra, e permitiu o aumento de moeda no reino;
 Esta conjuntura de relativa prosperidade ficou marcada pela assinatura (1703), do Tratado
de Methuen;

Tratado de Methuen- fez de Portugal um país exportador de vinhos, que eram colocados no
mercado inglês a uma taxa mais favorável do que os vinhos franceses, e garantiu a entrada de panos
ingleses no mercado nacional, pagos como o ouro do Brasil;

 Economia portuguesa não conseguiu afirmar-se;

 1750- a crise estava novamente instalada devido á forte dependência face a Inglaterra, á
capacidade produtiva diminuta e á acentuada diminuição das remessas do ouro do Brasil.
Enquadrar a política económica e social pombalista na prosperidade comercial de finais
do século XVIII
 A situação de crise que se fazia sentir quando D. José I ascendeu ao trono levou o monarca a
promover um programa de recuperação económica, cujo protagonista foi o marquês de
Pombal;
 Inspirado nas práticas mercantilistas, adotou um conjunto variado de medidas, entre as
quais se destacaram a criação da Junta do Comércio, a fundação de companhias comercias
monopolistas, o desenvolvimento de manufaturas ou a criação do Erário Régio;
 A política económica foi consolidada com medidas sociais que também contribuíram para
dinamizar a economia, uma vez que a burguesia foi elevada na hierarquia social e constituiu-
se como uma nova nobreza, mais ativa e empreendedora, capaz de concorrer com as suas
rivais europeias;
 Resultados da ação pombalina foram positivos: o saldo da balança comercial começou a
inverter-se e o número de fábricas aumentou de modo significativo;
 O reino beneficiou do aumento da procura europeia de algodão e de açúcar e das
necessidades crescentes dos mercados coloniais, especialmente do Brasil.