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Capitalismo comercial: sistema económico que afirmou no século XVI e XVII e se caracteriza pela procura de maior

lucro, pelo espírito de concorrência e pelo papel determinante do comércio como motor de desenvolvimento
económico.

Esta dinâmica económica impulsionou a colonização da América, que adquire um lugar de destaque nos circuitos
comerciais europeus.

É a partir da troca de açúcar, café, tabaco e algodão por produtos agrícolas e a necessária mão de obra escrava que se
junta uma nova rota Atlântica.

Comércio triangular: circuito de comércio Atlântico que ligava os continentes europeus, africano e americano,
suportado pelas necessidades de mão-de-obra das colónias americanas que dependiam dos “continentes negros”
para as plantações e as explorações mineiras.

A expansão do comércio transoceânico coincidiu com a afirmação das monarquias absolutas e, por isso, com o
objetivo de enriquecer o Estado e os seus cidadãos, por isso, tornou-se a primeira doutrina económica: o
MERCANTILISMO.

Esta doutrina defendia medidas do tipo protecionistas e monopolistas, competia ao Estado tomar estas medidas
necessárias para atingir o tal objetivo = canalizar para o país uma parte significativa do dinheiro que circulava no
comércio (uma vez que a riqueza do Estado se media pelos metais que se possuísse)

PROTECIONISMO: Política económica que impede a livre iniciativa e a livre circulação de mercadorias. Traduz pelo
aumento dos direitos alfandegários sobre as Importações e pela concessão de exclusivos e privilégios industriais.

Tinham como objetivo permitir o desenvolvimento das produções internas, que se tornam mais competitivas.

→ Foi a doutrina económica vigente na época moderna, segundo a qual a quantidade de metais preciosos media a
riqueza do Estado (ouro e prata). Assim, a ação económica deve canalizar o dinheiro do comércio para o Estado.

O estado intervém diretamente na economia e é o responsável por atingir estes objetivos, tomando
medidas protecionistas na indústria e no comércio que impedem a LIVRE iniciativa e a LIVRE circulação de
mercadorias.

- Revisão das tarefas alfandegárias;


- Impulso da produção industrial;
- Incremento e regulamentação do comércio externo;
- Exclusive colonial.

O mercantilismo foi aplicado em diversos países europeus no século XVII e XVIII como meio de fortalecer
as monarquias e aumentar a riqueza nacional.

A intervenção do Estado consistia em aumentar a quantidade de dinheiro (metais moldáveis) o que


implica uma balança comercial favorável, ou seja, deve exportar se mais do que se importa, para exportar
mais era preciso produzir mais, razão para qual se incentivava as atividades industriais (manufaturas) que
libertassem o país da necessidade de importação.

Além disso, para reforçar as restrições às importações, carregava se de direitos alfandegários (impostos) à
entrada de produtos estrangeiros.
A vontade da autossuficiência económica levou os países que adaptaram o mercantilismo, a reorganizar o
comércio externo, particularmente com as colónias, de modo a dispor de matérias-primas para
manufaturas e mercados para vender produtos manufaturados.

As políticas mercantilistas são comuns, mas as medidas aplicadas a adaptaram se a cada realidade.

Em França, mercantilismo deu importância ao setor manufatureiro.

Para evitar as importações, Colbert (ministro do rei Luis XIV) tomou várias medidas:

• Introduziu novas indústrias (às quais o estado concedia privilégios);


• importou mão-de-obra estrangeira especializada;
• criou grandes manufaturas e concedeu lhes privilégios, como manufaturas reais-unidade-modelo
de produção (tapetes, móveis).

Em troca, o estado podia regular toda a atividade das indústrias (matérias-primas, qualidade, horas de trabalho,
preços, tudo era controlado através de um corpo de inspetores criados para o efeito).

Colbert investiu também no desenvolvimento da frota mercante e da marinha de guerra e criou companhias Mano
populistas.

Em Inglaterra, conferiu se importância ao setor comercial/mercante.

As medidas tomadas foram surgindo à medida que apareciam problemas e, por isso, eram mais flexíveis.

O mercantilismo inglês valorizava a marinha e o comércio, promulgo ATOS DE NAVEGAÇÃO (para evitar a
concorrência dos holandeses das áreas comerciais, permitiam apenas a entrada de mercadorias transportadas em
barcos ingleses e com tripulação inglesa) e criou companhias de comércio (detinham exclusivo do comércio).

O protecionismo económico com o agravar das tensões internacionais


• Uma vez que todos os países seguidores do mercantilismo adaptaram medidas de carácter protecionista,
registou se uma contração do comércio entre países europeus. Como alternativa, esses países
comercializavam com as suas colónias, num regime protecionista de exclusivo colonial: cada metrópole
controlava presos e produção de produtos coloniais, de maneira a garantir a obtenção de matérias-primas e
de mercados para escolar os produtos.

A criação de um Império colonial e comercial passou a figurar como prioridade dos Estados europeus. A
prática de capitalismo comercial levou a agravar das tensões e a episódios de rivalidade:

- Holanda e Inglaterra
- Holanda e França
- França e Inglaterra
- O desfecho da guerra dos Sete Anos consagrou a supremacia da Inglaterra.

No século XVIII, com os Estados atlânticos abarcavam regiões muito ricas:

- Espanha: territórios da América espanhola e Filipinas;


- Holanda: estendeu poderio a Ásia, África e continente americano;
- Inglaterra: Canadá, Senegal, …
- Portugal; Brasil, África, Índia.
AGRICULTURA INOVADORA

• Introdução de novos métodos de cultivo


• Vedação dos campos (Enclosures) para permitir a implementação de práticas agrícolas modernas
• Impacto da rotação de culturas/ afolhamento quadrienal
• Articulação entre a agricultura e a criação de gado
• Novas máquinas agrícolas
• Inovação técnica no setor algodoeiro e metalúrgico
• Substituição da manufatura pela maquinofatura nos diferentes setores da economia

CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO

• Espírito empreendedor dos Landlords


• Afirmação da burguesia industrial
• Migração para os centros urbanos

POLITICA-MILITAR

• Apoio de sistema Parlamentar às Enclosures


• Promulgação dos Atos de Navegação
• Criação de companhias de comercio
• As guerras entre a França e a Holanda (Inglaterra saiu vitoriosa)

ÂMBITO IDEOLOGICO

• O fisiocratismo (nova doutrina económica que considera a agricultura a base económica da nação)

COMÉRCIO E SISTEMA FINANCEIRO

• Comercio triangular a partir de portes ingleses


• A ação da Companhia Inglesa das Índias Orientais
• O comercio com a China
• A Bolsa de Londres
• O Banco de Inglaterra

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

O arranque industrial foi possível devido a um conjunto de inovações.

A primeira fase da revolução industrial assentou:

• no uso do carvão, com fonte de energia


• no uso do ferro, como matéria-prima
• na utilização da máquina a vapor

• aplicados na indústria têxtil do algodão


• aplicados no setor de metalurgia

A indústria têxtil do algodão foi o primeiro setor de arranque à Revolução Industrial


O setor da metalurgia firmou-se como o segundo setor de arranque da industrialização

• a máquina a vapor foi adaptada ao setor metalúrgico


• as aplicações de técnicas permitiram a utilização do coque, carvão mineral obtida a partir da hulha, que
atinge elevadas temperaturas
• o carvão do coque foi utilizado na fundição de ferro
• o carvão do coque existia em abundância na Inglaterra

1712- A máquina a vapor de Newcomem foi usada para bombear a água das minas

A máquina de Newcomem foi antecessora da máquina a vapor de James Watt

Em 1769, James Watt desenvolveu o modelo de máquina a vapor que tinha quatro vezes mais poder que a máquina
utlizada por Newcomem.

- A máquina a vapor contribuiu para o aumento exponencial da produção e para o arranque da revolução industrial.

No século XVII, Portugal dependia da reexportação dos produtos coloniais, principalmente do Brasil, mas enfrentou
uma profunda crise comercial nas últimas três décadas do século, diminuindo drasticamente o volume dos nossos
negócios: mercadorias não encontravam comprador e o país viu-se sem meios para adquirir o mundo que não
produzia.
• Conde da Ericeira (ministro de Pedro II), inspirado pela atuação de Colbert, implementaram medidas para
combater a crise, incluindo restrições às importações, promoção da indústria manufatureira, criação de
fábricas, concessão de subsídios e publicação de Leis Pragmáticas.

LEIS PRAGMÁTICAS: proibia o uso de diversos produtos de luxo importados, tais como chapéus, rendas,
brocados, tecidos e outros produtos similares, foi praticada uma política protecionista da indústria nacional.

• Paralelamente, protegeu-se o comércio colonial com a criação de companhias monopolistas.

Com o Tratado de Metheun (1703) gerou uma situação de dependência de Portugal em relação à Inglaterra, pois
não só contribuía pena e abandono das manufaturas de panos em Portugal como conduzia ao escoamento do ouro
brasileiro para pagar as importações inglesas. Calcula-se que aproximadamente três quartos da remessa do
brasileiro foram parar nas mãos dos ingleses, foi a estas bandeiras e aos seus Bandeirantes embora fosse proibido
pela lei captura de escravos faziam organizando de forma paramilitar e empunhando um estandarte -- daí o nome de
bandeiras dado a estas exposições-- afrontavam os muitos perigos do sertão. Além disso, 94% do vinho português
exportado tinha como destino a Inglaterra, reforçando a dependência face a este país, como acentuado
desequilíbrio da balança comercial nacional (déficit comercial).

Bandeirantes: indivíduo participante numa bandeira, termo pela qual ficaram conhecidas as expedições
armadas que percorriam o interior do Brasil em busca de ouro e escravos.
A política económica pombalina
Em 1750, a conjuntura económica era adversa
- Excessiva dependência da economia nacional face à Inglaterra;
- Elevado défice de balança comercial;
- Diminuição do afluxo de ouro e dos diamantes;
- Dificuldades de colocação dos produtos coloniais no mercado Internacional;
- Produção manufatureira reduzida e a fraca qualidade, asfixiada pela concorrência inglesa;
- Comércio colonial sujeito à concorrência e aos interesses estrangeiros;
- Agricultura atrasada e pouco produtiva;
- Perda de qualidade, baixa de preços e recuo nas exportações dos vinhos.

D. José ascendeu ao trono e procedeu a retomas económicas com o objetivo de:


- Diminuir as importações e reduzir a dependência face aos ingleses;
- Desenvolver a produção manufatureira;
-Retirar o controlo do comércio nacional aos estrangeiros;
-Aumentar a produção agrícola;
-Dotar o comércio colonial de uma maior rentabilidade;
-Equilibrar a balança comercial, no sentido de promover a criação de riqueza.

Sebastião de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) optou pela aplicação de medidas mercantilistas
Queria companhias comerciais monopolistas na metrópole, apoiadas pelo Estado
-Para a agricultura dos Vinhos do Alto Douro
-Geral das Reais Pescas do Algarve
Para o comércio ultramarino
-Ásia
-Geral do Grão-Pará e Maranhão
- Geral de Pernambuco e Paraíba
O sucesso das companhias comerciais monopolistas dependeu da criação, em 1755 da Junta do Comércio:
- Regulava o comércio do ultramarino
- Garantia e supervisionava a atividade mercantil
-Fiscalizava o contrabando
-Melhorou a organização do comércio
-Possibilizou o aumento da produção das exportações
-Publicou medidas facilitadoras da circulação no Reino
No domínio da indústria:
-Fomentou o desenvolvimento de manufaturas
-Criou novas máquinas, com o apoio estatal
-Concedeu privilégios e subsídios a privados
-Recorreu a mão de obra estrangeira especializada
-Reformou as corporações que resistiam à inovação

A política social pombalina


• valorização da alta burguesia, considerada a base social do desenvolvimento económico
• defesa dos interesses dos grandes comerciantes, considerando lhes privilégios
• declaração do comércio atividade nobre
• atribuição à alta burguesia de um estatuto social elevado
• criação de uma nova nobreza
• consolidação da situação da alta burguesia, no domínio do comércio e nas profissões liberais
• fim da distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos (1768)

Entre 1796 e 1807 a balança comercial obteve saldo positivo, revelando-se superavitária em relação à maioria dos
nossos parceiros comerciais
Graças às medidas econômicas de Pombal, Portugal viveu sua melhor época comercial no final do século XVIII.

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