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11º ANO – HISTÓRIA A

Identificação: Nome _Joana Luz_____________________________________________________ ; Turma_11º 09__________

QUADRO SÍNTESE: A Política Económica e Social Pombalina


A ECONOMIA PORTUGUESA EM MEADOS DO SÉC. XVIII
Após a descoberta de jazidas de ouro no Brasil, a remessa deste metal precioso aumenta, o que veio dar um novo folego á economia de
Portugal.Com a chegada do ouro brasileiro aos cofres da coroa, o reforço nas indústrias e na produção nacional deixaram de ser prioritárias, o que
contribuiu para a fraca qualidade dos produtos fabricados como também contribuiu para a decadência das nossas unidades industriais. O tratado de
Methuen, assinado em 1703 entre Portugal e Inglaterra, foi outro golpe à economia portuguesa, uma vez que pôs fim às leis pragmáticas, e as lãs e
tecidos ingleses foram novamente admitidos em Portugal, em troca de uma tributação mais baixa dos portes ingleses para os vinhos portugueses.
Este tratado colocou novamente Portugal numa situação de dependência e agravou o défice comercial. Em meados do século XVIII, quando as
remessas de ouro brasileiro começaram a diminuir, Portugal viu-se novamente em situação de crise. Em 1750 a economia portuguesa apresentava
claros sinais negativos.
A excessiva dependência da economia nacional face a Inglaterra, o grande défice da balança comercial portuguesa, a diminuição de ouro e de
diamantes no reino, e a dificuldade para colocar produtos coloniais no mercado internacional foram alguns dos problemas que Portugal enfrentava,
sem falar da produção manufatureira reduzida e de fraca qualidade, uma vez que com a chegada do ouro aos cofres da coroa portuguesa, deixou-se
de dar tanta prioridade a este setor. Assim, o comércio colonial estava cada vez mais sujeito à concorrência e aos interesses estrangeiros. Foi nesta
conjuntura marcada por dificuldades que D. José I subiu ao trono e escolheu o diplomata Sebastião José de Carvalho e Melo como seu secretário de
estado, cujo sua experiência no estrangeiro permitiu-lhe introduzir ideias de um governo renovador. Este procurou proceder a reformas económicas
e sociais, no sentido de diminuir a dependência face a inglaterra,equilibrar a balança comercial e gerar mais riqueza, dotar um comércio colonial
mais rentável e retirar o controlo do comércio das mãos do estrangeiro, aplicando medidas de cariz mercantilista.

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BIOGRAFIA DO MARQUÊS DE POMBAL
Sebastião José de Carvalho e Melo, também conhecido como Marquês de Pombal, nasceu dia 13 de maio de 1699, em Lisboa, e morreu em 1782
com 82 anos. Descendente de uma família da baixa nobreza, era filho de Manuel de Carvalho e Ataíde, Capitão de Cavalaria, e de D.Teresa Luísa De
Mendonça e Mello. Na Universidade de Coimbra frequentou o 1º ano jurídico, que acabou por abandonar para posteriormente se dedicar à carreira
das armas. No entanto, a sua falta de constância à obediência militar obrigou-o a desistir deste cargo. Dedicou-se ao estudo de história, política e da
legislação, e em 1733 foi nomeado sócio da Academia Real de Historia por influência do ministro de D.João.V.
A carreira de Sebastião José de Carvalho e Melo ao serviço do estado começou em 1739 em Londres. Este foi enviado com a missão de por termos
litígios de comércio entre Portugal e Inglaterra. De Londres foi para Viena em 1743, com a missão de mediar o conflito entre o papa e a coroa
austríaca. Durante a sua estadia em Viena conheceu D.Maria Leonor Ernestina de Daun, pertencente à alta nobreza, com quem viria a casar, em
segundas núpcias, a 18 de dezembro de 1745. Com a morte de D.João V e a subida ao trono de D.José I, Sebastião José De Carvalho e Mello foi
nomeado secretário de estado dos negócios em 1750. Como ministro, retirou privilégios ao clero e à nobreza, retirou poderes dispersos na
sociedade centralizando-os na coroa.
Quando em 1 de novembro de 1755 em Lisboa surgiu um terramoto que abalou toda a cidade, Sebastião José de Carvalho e Melo tomou medidas
notáveis para voltar a erguer Lisboa. Verdadeiro marco para Portugal, a reconstrução da cidade de Lisboa é obra prima do planeamento urbanístico,
com grandes praças, avenidas largas e retilíneas e com técnicas construtivas inovadoras. A nova baixa pombalina não foi a única obra de Marquês de
Pombal, este também colocou em prática várias reformas enquanto déspota esclarecido, atuando na administração, finanças, economia, indústria,
comércio e agricultura. Na agricultura procurou implementar medidas de proteção agrícola e com o objetivo de garantir dependência nacional,
através de medidas protecionistas que pretendiam realçar a produção, este criou e renovou as manufaturas por todo o país. No comércio, com o
intuito de proteger os comerciantes, criou companhias comerciais por todo o país, nomeadamente a Companhia do Grão-Pará e Maranhão e a Junta
do Comércio, em 1755.
Com a expulsão da Companhia de Jesus, em 1759, iniciou a reforma do ensino, criando pela primeira vez em Portugal, escolas laicas. Em 1768,
criou a Junta da Providência Literária, para averiguar as causas da decadência do ensino universitário, que registava uma diminuição no número de
alunos.
Na tentativa de regicídio, no dia 3 de setembro de 1758, foi instaurado o processo de investigação para apurar o nome dos implicados. Membros da
família Távora e outros envolvidos no atentado foram acusados de conspiração, tendo sido sentenciados e executados publicamente na Praça de
Belém, a 13 de Janeiro de 1759. Sebastião de José Carvalho e Melo apoiou a decisão do rei, defendendo a severa condenação dos culpados, facto

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que o ligou ao processo de Execução dos Távoras. Em reconhecimento da sua obra, em 1759 Sebastião de José Carvalho e Melo recebe o título de 1º
Conde de Oeiras e o senhorio de juro e herdade da vila de Pombal. Mais de uma década depois, foi novamente reconhecido o seu trabalho público e
de dedicação ao Rei, tendo-lhe sido atribuído um segundo título, o de 1º Marquês de Pombal. Foi graças às medidas e ações tomadas por Marquês
de Pombal que, no fim do século XVIII Portugal viveu a sua melhor época comercial de sempre.

POLÍTICA ECONÓMICA E SOCIAL POMBALINA

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Sebastião José de Carvalho e Melo, também conhecido como Marquês de Pombal, procedeu a reformas econômicas com o objetivo de
reerguer a economia portuguesa. Essas reformas tinham como objetivos como diminuir as importações, desenvolver a produção
manufatureira, reduzir a dependência face à inglaterra, bem como restringir os efeitos negativos da concorrência externa. Marquês de
Pombal também procurou retirar o controle do comércio dos estrangeiros, aumentar a produção agrícola e equilibrar a balança
comercial para promover a criação de riqueza. Para isto, Sebastião José de Carvalho e Melo optou pela adoção de medidas de cariz
mercantilista.
Relativamente às reformas no domínio do comércio, este promoveu a criação de companhias monopolistas como forma de centrar no
reino os interesses comerciais e a fim de enfrentar a concorrência estrangeira. Na metrópole assistiu-se à criação da Companhia para
a Agricultura das Vinhas do Alto Douro, destinada a proteger a produção de vinho e a garantir a sua qualidade, que em virtude do
excesso de produção, havia sido adulterada. Foi criada também a Companhia Geral das Reais Pescas do Reino do Algarve, como
forma de controlar as pescas.
Para o comércio ultramarino, foram também criadas a Companhias da Ásia, destinada ao comércio do oriente, a companhia do
grão-Pará e Maranhão, destinada a desenvolver o comércio na região e a fomentar a agricultura e a exploração de produtos exóticos.
Foi criada ainda a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, destinada a promover a agricultura. O surto das companhias
comerciais monopolistas dependeu da criação em 1755 da Junta do Comércio, que fiscalizava as práticas mercantilistas e o comércio.
Este organismo garantia e supervisionava a atividade mercantil, fiscalizando as importações, definindo políticas e impedindo os
contrabandos, deste modo a criação destas companhias possibilitou o aumento da produção,fez crescer as exportações e contribui
para o equilíbrio da balança comercial. Além da criação de companhias comerciais, Marquês de Pombal fomentou o desenvolvimento
do setor manufatureiro e reestruturou-o, através da criação de novas unidades, com a atribuição de privilégios e subsídios, com o
intuito de dinamizar as manufaturas. Este surto contou com a mão de obra estrangeira especializada, que trouxe para o reino a
experiência e o conhecimento, beneficiando da importação de matérias primas, de técnicas e de máquinas. O incremento das
manufaturas reduziu a independência face a França e a Inglaterra, bem como desenvolveu a produção nacional e diminuiu as
importações.

Nas reformas de domínio social, a ação desenvolvida por Marques de Pombal ficou ligada à valorização da alta burguesia. Este
procurou a defesa dos interesses dos grandes comerciantes ao conceder lhes privilégios, quando em 1770 declarou o comércio como
”atividade nobre”. Em 1775 uma nova lei conferiu à alta burguesia estatuto social elevado e deste modo, promoveu a criação de uma
nova nobreza. Marquês de Pombal fez também desaparecer a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos, em 1773, bem como a
subordinação do Tribunal do Santo Ofício à Coroa, sendo proibido os autos de fé.
As políticas econômicas impostas por marquês de Pombal acabaram por apresentar sinais positivos, mesmo para além do seu
afastamento do governo. O saldo da balança comercial começou a ficar positivo entre 1756 e 1757 logo depois do terramoto que

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atingiu Lisboa, devido ao aumento das exportações sobre as importações. Em 1780 pela primeira vez em cerca de um século Portugal
venceu a Inglaterra mais do que comprou, os saldos foram positivos, tendência que se manteve até o início do século XIX. Este
sucesso foi consequência sobretudo do fomento manufatureiro, do aumento da produção agrícola, do incremento da indústria do sal,
das pescarias,do acentuado exclusivo colonia e ainda de uma conjuntura externa que fragilizou as principais economias europeias, as
guerras e revoluções, o que resultou em vantagem para a economia portuguesa.

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