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A REAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA À REFORMA PROTESTANTE

A reforma interna

Entre 1545 e 1563, reuniu-se o Concílio de Trento, tendo sido reafirmados os princípios
fundamentais da Igreja Católica: a salvação pela fé e pelas boas obras, o culto dos santos e
da virgem maria, os sete sacramentos, a Bíblia e a tradição como fontes de fé, e a autoridade
do Papa.
Adotaram-se medidas de reforma interna para moralizar e ensinar o clero, destacando-se a
criação de seminários, a proibição da acumulação de cargos religiosos e a manutenção do
celibato dos sacerdotes.

A contrarreforma

Para combater as heresias e expandir a fé, a Igreja Católica contou com a companhia de
Jesus, a Inquisição e o Index.

A Companhia de Jesus, ordem religiosa criada por Santo Inácio de Loyola, tinha como
principal objetivo converter os hereges e os pagãos à fé católica.

A Inquisição era o tribunal da Igreja que tinha sido criado no século XIII para combater as
heresias. A partir do século XVI, o Papa Paulo III reorganizou-a, passando a vigiar e
condenar os que não respeitassem as regras da Igreja Católica.

Em 1536, no reinado de D. João III, a inquisição foi estabelecida em Portugal. Os


convertidos passaram a ser designados por cristãos novos e muitos cristãos foram
perseguidos pelas Inquisição, condenados e mortos na fogueira.

O Index, criado na mesma altura, era uma lista, organizada em índice, das obras de leitura
proibida aos Católicos, sob pena de excomunhão.

O ANTIGO REGIME NO SÉCULO XVII

O Rei representava Deus na Terra

A nível político, vigoravam as monarquias absolutas, Os monarcas consideravam-se


representantes de Deus na Terra. O Rei tinha poder absoluto, fazia as leis (poder legislativo),
governava ( poder executivo) e aplicava a justiça ( poder judicial)

Luís XIV, o “Rei-Sol”

Em França, Luís XIV mandou construir um grande palácio em Versalhes, onde passou a
residir e onde instalou a sua corte, Para suportar a vida faustosa, o monarca impunha uma
grande quantidade de impostos e a sua rigorosa cobrança.
O Rei proibiu as igrejas protestantes em França, tendo mandado fechar os seus templos e
perseguir os crentes. O monarca criou um exército nacional, que ele próprio comandava.

D.João V, o “Rei-Sol” português

Em Portugal, D.João V, a partir do final do século XVII e graças ao ouro trazido do Brasil,
criou uma corte faustosa e promoveu festas e espetáculos públicos, mandou construir obras
monumentais (Convento de Mafra e aqueduto das Águas Livres) mas, não foi capaz de
realizar a influência dos grandes senhores, nem de diminuir o poder da inquisição.

A sociedade do Antigo Regime

A sociedade do Antigo Regime era constituída por três ordens: clero, nobreza e Terceiro
Estado. A sociedade era, por isso, profundamente estratificada e fechada. Como cada estrato
devia obediência àqueles que lhe eram superiores, a sociedade era também hierarquizada.

As ordens privilegiadas: Clero e Nobreza

O clero era o primeiro estado, por estar mais próximo de Deus, devido às suas funções
religiosas o que lhe dava mais privilégios: não pagar impostos e ter leis e tribunais próprios.
O alto- clero integrava cardeais, arcebispos, bispos e abades, que viviam luxuosamente.
Alguns destes clérigos desempenhavam altos cargos na governação do reino. O baixo clero
( párocos) vivia de forma modesta.

A nobreza dividia-se me dois grupos, a nobreza de espada e a nobreza de toga. Os nobres


ocupavam cargos na administração, no governo ou no exército e tinham também privilégios
como não pagar impostos e beneficiar de penas mais leves do que as que eram aplicadas ao
povo.

A ordem não privilegiada: o Terceiro Estado

O Terceiro Estado era a ordem mais numerosa e o seu estrato mais importante era a
burguesia, constituída maioritariamente por homens de letras, comerciantes, médicos,
artesão, assalariados rurais e urbanos, e os escravos. Alguns dos burgueses mais ricos
podiam ascender à nobreza de toga, através do casamento ou por concessão do rei, mas era
raro.

A sociedade portuguesa

A concorrência dos nobres mercadores e a perseguição da Inquisição aos cristãos-novos


contribuíram para que a burguesia portuguesa não se tornasse tão poderosa como a de outros
países europeus.

Agricultura estagnada e comércio em desenvolvimento

A produção agrícola era fraca, na generalidade dos países europeus. Como os senhores da
nobreza e do clero viviam, na corte ou nas cidades, à custa dos pesados impostos pagos pelos
camponeses, não se preocupavam em investir na modernização agrícola das suas
propriedades. Continuavam a usar os instrumentos, as técnicas e as culturas tradicionais.

O comércio teve grande desenvolvimento. A partir dos portos dos países com impérios
coloniais, como a Inglaterra, os Países Baixos, a França, Espanha e Portugal, muitas
mercadorias eram redistribuídas para outras regiões.

Comercializavam-se numerosos produtos europeus (cereais, vinho, sal, tecidos, vidros) e


produtos coloniais (especiarias, açúcar, chá, tabaco e porcelanas).

O mercantilismo: exportar muito, importar pouco

Segundo o mercantilismo, um país seria tanto mais rico quanto maior fosse a quantidade de
metais preciosos que possuísse. Para alcançar esse objetivo, os reis absolutos:

-Apoiaram as manufaturas, o que permitiu aumentar as exportações.


-Criaram companhias de Comércio.
-Diminuíram as importações através do aumento das taxas alfandegárias.
-Promulgaram leis- as leis pragmáticas, que proibiam o uso de determinados artigos de luxo
importados.

A mudança do Índico para o Atlântico na primeira metade do século XVII

A partir do início do século XVII, os ataques de navios holandeses, franceses e ingleses


contribuíram para a decadência do império português na Ásia.
O açúcar Brasileiro tornou-se o produto mais lucrativo para o reino, pois exportava-se em
grandes quantidades e o comércio do tabaco também dava bons lucros.
A produção de açúcar exigia elevada mão-de-obra logo, passou-se a transportar escravos do
continente africano para o Brasil.

Iniciou-se assim, um novo período de prosperidade, intensificando-se o comércio triangular.


As colónias estavam sujeitas ao exclusivo colonial, ou seja, eram obrigadas a comprar e a
vender produtos apenas à respetiva metrópole.

A crise económica na segunda metade do século XVII

Na segunda metade do século XVII, Portugal voltou a enfrentar grandes dificuldades


económicas, quer devido aos elevados gastos com a Guerra da restauração, quer à
diminuição dos lucros do comércio do açúcar e do tabaco brasileiros. Estes produtos
passaram a ter a concorrência do açúcar e do tabaco produzidos pelos holandeses, Ingleses e
Franceses, da América para a Europa e vendidos a preços mais baixos do que os dos
portugueses.

Deste modo agravou-se o défice da balança comercial portuguesa a partir de 1670 e dado que
em Portugal a produção agrícola era fraca e as manufaturas eram poucas, eram com a venda
de produtos coloniais que o país conseguia dinheiro para pagar o elevado volume de
produtos importados.
Portugal enfrentou assim, uma grave crise económica na segunda metade do século XVII.

O mercantilismo em Portugal

D. Luís de Meneses, conde da Ericeira e vedor da Fazenda do rei, pôs em prática algumas
medidas mercantilistas:

-Aplicação de leis pragmáticas


-Criação de Manufaturas
-conceção de empréstimos e privilégios a estrangeiros para instalarem em Portugal as suas
empresas.
-Criação de companhias de comércio

Os ingleses reagiram às medidas de proteção dos tecidos nacionais, reduzindo as


importações de vinhos, especialmente de vinho do Porto. Por outro lado, as leis pragmáticas
não eram respeitadas, continuando os portugueses mais ricos a preferir os tecidos
estrangeiros.

O tratado de Methuen

Em 1703, Portugal e Inglaterra assinaram o Tratado de Methuen. Com este acordo, os


lanifícios ingleses entrariam livremente em Portugal, enquanto, em troca, os vinhos
portugueses pagariam taxas alfandegárias inferiores às que os vinhos franceses pagavam ao
entrar em Inglaterra.

Progressivamente, a exportação de vinhos portugueses para a Inglaterra aumentou. Por outro


lado, Portugal dependia dos lanifícios ingleses. Apesar de Portugal possuir minas de ouro
nos seus territórios americanos, não acumulou esse metal precioso, pois tinha de comprar
quase tudo aquilo que precisava a países estrangeiros, logo, o défice da balança comercial
portuguesa agravou-se.

A reação do Marquês ao terramoto de 1755

As medidas tomadas por Carvalho e Melo, como “ enterrar os mortos e cuidar dos vivos” e
reforçar o policiamento da cidade para evitar roubos e assaltos, realçaram as suas qualidades
de dirigente e contribuíram para que o rei o nomeasse secretário de Estado dos Negócios do
Reino.

O desenvolvimento económico

O Marquês de Pombal tomou diversas medidas no sentido de promover o desenvolvimento


económico do reino, salientando-se:
-A reorganização de manufaturas
-A fundação de grandes companhias de comércio
-A criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro
O Marquês de Pombal apoiou a burguesia

O desenvolvimento do comércio e das manufaturas permitiu o surgimento de uma nova


burguesia.

As medidas tomadas pelo Marquês de Pombal contribuíram para que o comércio com a
Inglaterra atingisse um saldo positivo no final do século XVIII.

A submissão da nobreza e do clero

Das medidas tomadas pelo Marquês de Pombal destacaram-se:


-o afastamento do poder das mais poderosas famílias nobres, entregando-se esses cargos a
elementos da burguesia ou a alguns nobres que até aí tinham desempenhado cargos menos
importantes. Um atentado contra o rei D.José I, em 1758, do qual este saiu ferido, foi o
pretexto para julgar e condenar à morte o duque de Aveiro e membros da poderosa família de
Távora.
-A expulsão dos Jesuítas de Portugal e dos territórios ultramarinos, acusados de
cumplicidade no atentado ao rei.

O reforço do poder do Estado

O Marquês de Pombal criou novas instituições de Administração Central:

-A junta de Comércio, que tinha como objetivo o controlo da atividade comercial e o


desenvolvimento das manufaturas;
-O Erário Régio, para controlar as receitas e as despesas públicas;
-A Real Mesa Censória para vigiar todo o tipo de publicações que se editavam em Portugal;

A arte barroca

A arte barroca surgiu em Roma, no final do século XVI.

A arquitetura, a pintura e a escultura

As principais características da arte barroca são:

-Na arquitetura, o predomínio de linhas curvas e contracurvas em igrejas e em palácios


transmitiam a ideia de movimento. Os arquitetos do barroco mantiveram algumas
características da arquitetura renascentista, como as colunas, os frontões e os arcos de volta
perfeita. Dois dos arquitetos barrocos mais famosos foram os italianos Bernini e Borromini.;
-Na pintura, a mistura no mesmo quadro de áreas escuras e de áreas de grande luminosidade,
utilizando-se cores intensas que realçavam esse contraste. A representação de anjos e santos
movimentando-se nos céus dão a ideia que o espaço se prolonga para além do edifício
(técnica de prespetiva). Velásquez, Rubens e Rembrandt são alguns dos principais pintores
do barroco.
-Na escultura, a teatralidade e o dramatismo das figuras procuravam comover o observador.
Entre os escultores destacou-se Bernini.

O barroco em Portugal

Em Portugal, o ouro trazido do Brasil permitiu a construção de numerosas artes barrocas.


Nestas construções destacavam-se os altares em talha dourada e os painéis de azulejo que
embelezavam igrejas, salões, escadarias, jardins, coches, mobiliário e a ourivesaria. A arte
barroca foi também uma forma de a Igreja Católica atrair fiéis e de os reis impressionarem os
seus súbditos.

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