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SINTESE ESQUEMÁTICA – TEMA F2 – O ANTIGO REGIME EUROPEU

8.º ANO – HISTÓRIA

Consulta o teu manual – páginas 84 a 105 e 120 a 123

Antigo Regime - período compreendido entre os séculos XVI e XVIII.

Carateriza-se:

• politicamente, pelo poder absoluto do rei;


• socialmente, estratificação da sociedade em 3 ordens;
• economicamente, predomínio do sector agrícola, capitalismo comercial (comércio à escala mundial),
tendências mercantilistas;
• artisticamente, tempo da arte barroca.
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Regime político caraterístico do antigo regime: absolutismo

Regime político que vigorou em quase toda a Europa, entre os séculos XVI e XVIII, em que o rei detém os
poderes legislativo, executivo e judicial.

Caraterísticas do absolutismo régio:

 Concentração de todos os poderes nas mãos do rei.

 Reis absolutos consideram que os seus poderes vêm diretamente de Deus.

 O rei é o representante de Deus na terra e só a Ele tinha que prestar contas.

 Todos os súbditos deviam obediência ao Rei , tem PODER ABSOLUTO (não prestam contas a
ninguém, só a Deus, as cortes deixam de ser consultadas).

 O absolutismo carateriza-se pela centralização dos poderes legislativo, executivo e judicial nas mãos
do rei.

Luís XIV escolheu o sol como emblema. O sol representava Apolo, deus da paz e das artes da
mitologia grega. É também o astro que dá vida.
Representante máximo do absolutismo - LUÍS XIV : «O REI SOL».

Palácio de Versalhes “espelho do poder absoluto” de Luís XIV

Para afirmar o seu poder, mandou construir o Palácio de Versalhes, onde instalou a sua corte e distraiu os
cortesãos com banquetes, festas e representações diversas.

Graças ao luxo e a fausto da corte, Luís XIX controlou e submeteu as ordens privilegiadas à sua vontade,
governando de forma absoluta.

Cortes régias – cenário de ostentação (corte faustosa ex.º Versalhes)

Cerimónias e festas sumptuosas: para sobressair a figura do rei; forma de garantir obediência e veneração
dos súbditos.
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A vida e a etiqueta da corte exigiam recursos em dinheiro, o que obrigou muitos nobres a endividarem-se,
acentuando a sua dependência e submissão face ao monarca.

CARACTERÍSTICAS SOCIAIS

Sociedade de ordens, hierarquizada e estratificada em três estratos sociais: Clero, Nobreza e


Terceiro Estado.

Divisão da sociedade em várias ordens ou estratos sociais, tendo por base critérios como o nascimento, a
riqueza e a função desempenhada.

Diferenciação social refletia-se por exemplo, na maneira de vestir, nos costumes e na distribuição de lugares
em cerimónias públicas.

• Privilegiados: clero e nobreza


• Não privilegiados: povo (comerciantes, artesãos, camponeses)

Estratificação social / Hierarquização / Mobilidade reduzida.


Burguesia mercantil e financeira: mais instruída e rica, podendo mesmo receber títulos de nobreza, era mais
influente do que os restantes membros do 3º estado.
BURGUESIA - ascensão social através do dinheiro, dos estudos e do desempenho de cargos políticos.
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Características económicas
A economia do Antigo Regime

• Essencialmente agrícola.
• Tradicional, arcaica, pouco produtiva.
• Ocupa a maioria da população.

Donos das terras são o rei, o clero e a nobreza - arrendam terras aos camponeses em troca de rendas
elevadas.

Há simultaneamente uma intensa atividade comercial.

• Centrada nas cidades, assente na troca de produtos coloniais


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• Países europeus exportavam produtos transformados, o que levou ao desenvolvimento das
manufaturas.

• Desenvolvimento da pecuária (lã) para a indústria têxtil.

No séc. XVII adota-se na Europa a política mercantilista

Colbert, ministro de Luís XIV, foi o teorizador desta política económica protecionista.

Segundo o mercantilismo a riqueza de um país media-se pela quantidade de metais preciosos, de reserva,
nos seus cofres.

Estas reservas conseguiam-se através das trocas comerciais e de uma balança comercial favorável, em que
as exportações pesam mais que as importações.

Medidas que permitiram cumprir os objetivos do mercantilismo

• Desenvolvimento da indústria manufatureira;


• Desenvolvimento do comércio internacional (criação de companhias de comércio monopolistas, com
privilégios, para competir com as companhias inglesas e holandesas);
• Política aduaneira protecionista (aumento das taxas alfandegárias para produtos importados);
• Leis que proibiam compra e uso de produtos estrangeiros;
• Incentivos à vinda de mão de obra estrangeira especializada;
Ao proteger a produção nacional, o mercantilismo defendia a intervenção do Estado na economia.

Este protecionismo e dirigismo económico foi também uma forma de os monarcas reforçarem o seu poder
absoluto.

PORTUGAL NO ANTIGO REGIME

Absolutismo em Portugal - reinado de D. João V (1706 e 1750)

D. João V subiu ao trono em 1706 e procurou imitar a grandeza da corte de Luís XIV.

• Boas condições financeiras (vinda de remessas de ouro brasileiro) - a partir de 1699 – 1.ªs remessas de
ouro chegam ao reino.
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• Beneficiando das remessas de ouro do Brasil, governou com luxo e ostentação (grandes festividades
públicas: procissões, autos-de-fé, casamentos de príncipes, etc.), para impressionar o público e afirmar o
seu poder absoluto.

D. João V transmitiu uma imagem da magnificência através da construção de obras monumentais, por
exemplo o Palácio-Convento de Mafra, Biblioteca da Universidade de Coimbra, o Aqueduto das Águas Livres
em Lisboa.

Enviou luxuosas embaixadas a reis estrangeiros e ao Papa, de modo a demonstrar a sua riqueza e poder.

D. João V, como rei absoluto, rodeou-se da nobreza, sustentando-a com rendas e atribuindo-lhe
títulos, como forma de a controlar.

D. João V tinha os seus poderes limitados pela obrigação de respeitar e cumprir os usos, os costumes e as
leis do reino.

Monarca justo, preocupado com os seus súbditos e com a manutenção da ordem social foram características
do seu reinado.

A SOCIEDADE PORTUGUESA DOS SÉCULOS XVII - INÍCIOS DO SÉCULO XV

Sociedade estratificada e hierarquizada com mobilidade social limitada.

PARTICULARIDADES DA SOCIEDADE PORTUGUESA

Parte da nobreza, embora detentora, juntamente com o clero, da maioria das terras, continuava a olhar para
os cargos administrativos e para o comércio ultramarino como uma forma de aumentar os seus
rendimentos.

Esta nobreza mercantilizada, que contou com o apoio régio, impediu, assim, o desenvolvimento de uma
burguesia empreendedora, à semelhança do que aconteceu em outros países europeus.

Burguesia aspirava a ter títulos de nobreza e a usufruir do seu modo de vida, através do casamento, ou
investindo na compra de propriedades, por exemplo.
Existia ainda uma parte da burguesia ligada a cristãos-novos que, perseguida pela Inquisição, teve
dificuldade em afirmar-se.

A economia portuguesa no século XVII e 1.ª metade do século XVIII

Em meados do século XVI Portugal perdeu o monopólio comercial com o oriente.

Este facto provocou uma alteração na política ultramarina do Estado, conduzindo a uma viragem para o
Atlântico.

O Brasil e a África passaram a ser territórios mais explorados.

A colónia que se tornou fundamental para o nosso país é o Brasil, o açúcar brasileiro passou a ser a 6
principal fonte de riqueza colonial neste período.

Tráfico de escravos – tráfico negreiro.

Era a África que os portugueses iam buscar os escravos, destinados ao trabalho nas minas e plantações das
Américas.

O açúcar era um produto raro na Europa no século XVI.

A sua produção em grande quantidade, com o objetivo de ser comerciado, foi iniciada pelos portugueses no
Brasil, que no entanto só o podiam enviar para Portugal que depois se encarregava de o vender ao resto da
Europa.

Devido à concorrência do açúcar produzido nas Antilhas pelos Holandeses, o preço do açúcar foi baixando.

REINADO DE D. PEDRO II – CRISE COMERCIAL E FINANCEIRA

Portugal entrou num período de crise comercial e financeira, devido a vários fatores:

1. Guerras da Restauração com Espanha, que implicaram o endividamento da Coroa;


2. Concorrência dos Holandeses, Ingleses e Franceses, que começaram a produzir nas suas colónias
açúcar e tabaco;
3. Aplicação do mercantilismo nesses países;
4. Os preços do açúcar e do tabaco, a par do sal e do vinho, atingidos também pela concorrência
estrangeira, sofreram uma descida acentuada.

MEDIDAS MERCANTILISTAS POSTAS EM PRÁTICA EM PORTUGAL

Para combater a crise comercial e financeira, o Conde de Ericeira (ministro de D. Pedro II) –
implementou as 1.ªs medidas mercantilistas:

• Criação novas manufaturas têxteis (Covilhã), seda, chapéus, vidros, ferro, papel, cordoaria… ;
• Leis pragmáticas (proibição de importação de produtos estrangeiros);
• Privilégios e empréstimos a estrangeiros que instalassem as suas fábricas em Portugal.
O FRACASSO DAS MEDIDAS MERCANTILISTAS

Apesar dos esforços do conde da Ericeira, a industrialização do país veio a ficar, em boa parte,
comprometida. Essa situação deveu-se, a dois fatores:

• Descoberta de ouro e diamantes no Brasil, em finais do século XVII, facilitou o pagamento dos
produtos importados;
• Tratado de Methuen (1703) consagrou a aliança comercial entre Inglaterra e Portugal.

Tratado de Methuen (1703) - Tratado assinado entre Portugal e Inglaterra, segundo este:

• lanifícios ingleses entrariam livremente em Portugal. 7


• vinhos portugueses pagariam taxas alfandegárias iguais ou inferiores às que os vinhos franceses
pagavam ao entrar em Inglaterra.

Importância:

• Abandono temporário da política de desenvolvimento da indústria manufatureira.


• Prevalecem interesses ligados à exportação de vinho do Porto.
• Subordinação de Portugal aos interesses ingleses.

Economia de Portugal – Antigo Regime

• Girava em torno da venda de produtos coloniais na Europa e exportação de sal, vinho, azeite, frutas.
• Não houve desenvolvimento das atividades produtivas nacionais.

PORTUGAL NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII – A AÇÃO DO MARQUÊS DE POMBAL

No final do reinado de D. João V, Portugal enfrentava sinais de crise económica devido a vários fatores,
como:
1. Diminuição do afluxo de ouro e pedras preciosas do Brasil;
2. Dependência da economia nacional face à Inglaterra;
3. Dificuldade de colocação de produtos coloniais no estrangeiro;
4. Produção manufatureira ultrapassada pela concorrência inglesa;
5. Agricultura atrasada e pouco produtiva.

Foi neste contexto que, em 1750, D. José I (filho de D. João V) subiu ao trono.

Com o objetivo de solucionar a crise e de romper com as políticas do reinado anterior, o rei convidou para
seu ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, cuja experiência no
estrangeiro lhe permitiria modernizar Portugal, aproximando-o de outros países europeus.
MEDIDAS POLÍTICAS DO MARQUÊS DE POMBAL
Criou vários organismos:

 Intendência-Geral da Polícia, para garantir a segurança pública;

 Erário Régio, para controlar as receitas do Estado, vigiando as Finanças e cobrando impostos;

 Junta do Comércio, para controlar e auxiliar o desenvolvimento do comércio e indústria;

 Real Mesa Censória, retirando à Inquisição o controlo da censura, que passou a estar
dependente do Estado

MEDIDAS SOCIAIS DO MARQUÊS DE POMBAL


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× Valorização da burguesia, pois considerava que era o grupo mais importante para o desenvolvimento
económico;

× Limitação dos privilégios e da ação de todos os que pusessem em causa o poder do Estado;

× Combate o poder e os privilégios da alta nobreza, com a condenação à morte de muitos membros da
família dos Távoras, acusados de envolvimento num atentado contra o rei D. José, tendo os seus bens
revertido a favor do Estado;

× Combate o poder e os privilégios do clero, com a expulsão dos Jesuítas do reino;

MEDIDAS ECONÓMICAS DO MARQUÊS DE POMBAL

Marquês de Pombal, vai tomar algumas medidas para melhorar a economia portuguesa:

 Regresso às doutrinas mercantilistas ;

 Criação da Junta de Comércio e grandes Companhias Monopolistas para controlar a produção e


comercialização de certos produtos (comércio do Brasil, Ásia, Pescas , Agricultura);

 Pombal procurou atrair os capitais da nobreza e da burguesia, concedendo privilégios e títulos


nobiliárquicos a quem investisse nas companhias;
 Fomento das manufaturas (Lanifícios, vidros, louças, cutelarias, fundição, açúcar, sedas, etc);

 Proteção do Estado à Indústria nacional (medidas protecionistas);

 Contratou técnicos estrangeiros e publicou Leis Pragmáticas;

O VALE DO DOURO - tornou-se uma região demarcada, tendo em vista a defesa da qualidade do vinho do
Porto.

A política pombalina possibilitou o crescimento da grande burguesia capitalista ligada ao comércio colonial
e ao comércio do vinho, do sal e do azeite.

Como recompensa foi-lhe facilitada a ascensão à nobreza.

REFORMAS POMBALINAS NO ENSINO

Consulta o teu livro - página 118 e 119.

No século XVIII, Portugal registava um atraso cultural relativamente aos outros países da Europa.

Esse atraso era sentido e criticado por uma elite de intelectuais, os estrangeirados, que, por terem viajado
ou vivido no estrangeiro, conheciam bem as mudanças ali ocorridas, ambicionando o mesmo para
Portugal.
Estrangeirado – nome utilizado em Portugal para designar os intelectuais portugueses que viajaram,
trabalharam ou estudaram no estrangeiro, onde contactaram com as novas ideias. Destes, destacam-se o
médico Ribeiro Sanches e o padre Luís António Verney.

Algumas das propostas destes autores foram seguidas pelo Marquês de Pombal, também ele um
estrangeirado.

Depois de expulsar os Jesuítas, Pombal empreendeu várias medidas para reformar o ensino:

✓ Contratação de novos professores, pagos pela coroa;


✓ Adoção de novos métodos e programas;
✓ Proibição dos manuais e métodos de ensino jesuíticos; 10
✓ Reformou a Universidade de Coimbra (1772), promovendo a adoção de novos estatutos e a
introdução de um método de ensino mais experimental, criando novos cursos, como o de matemática;
✓ Introdução do método experimental, sendo criadas, para o efeito, instalações bem equipadas, como
o Laboratório Químico, o Jardim Botânico, o Museu de História Natura, o Gabinete de Física e
Observatório Astronómico;
✓ Criação de mais escolas menores, onde se aprendia a ler, escrever e contar, bem como as regras de
boa educação;
✓ Criação de escolas régias, equivalentes às atuais escolas secundárias ;
✓ Fundação do Colégio dos Nobres, dirigido à nobreza.

URBANISMO POMBALINO: A AFIRMAÇÃO DO PODER ABSOLUTO

Consulta o teu livro - páginas 120 a 123.

Terramoto de 1 Novembro 1755 - Princípios do novo urbanismo da Baixa Pombalina:

→ Traçado urbanístico moderno.


→ Ruas largas, direitas, paralelas e perpendiculares umas às outras.
→ Passeios para peões.
→ Uniformização dos edifícios (prédios todos idênticos) - fachadas iguais.
→ Rés do chão destinava-se ao comércio, os outros 3 pisos, eram para habitação.
→ Funcionalidade.
→ Simplicidade.
→ Rede de esgotos de águas da chuva e saneamento.
→ Para resistirem a uma nova catástrofe natural os prédios foram construídos sobre uma gaiola
antissísmica.

URBANISMO POMBALINO: A AFIRMAÇÃO DO PODER ABSOLUTO

 A construção de edifícios semelhantes, tinha com objetivo a não distinção social dos seus moradores,
que refletia a politica do rei subordinando todos os grupos sociais à sua autoridade.
 A construção da estátua de D. José I, no centro da Praça do Comércio, simbolizava a grandiosidade
do rei.

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