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A sociedade portuguesa

✩ a restauração da independência foi impulsionada pela nobreza – forte importância deste


grupo social;

✩ a longa guerra da restauração reforçou ainda mais o papel determinante da nobreza


portuguesa;

✩ a 4ª dinastia precisou do apoio da nobreza para se afirmar – reforço do apoio político da


nobreza – cargos de governação e militares, administração ultramarina, privilégios nas
atividades comerciais ➳ aumento dos rendimentos e do prestígio da nobreza.

✩ no Portugal do século XVII, a burguesia continua afastada das esferas do poder:


 supremacia política e social da nobreza;
 centralização das atividades mercantis nas mãos da nobreza e da coroa;
 perseguição de judeus e cristãos novos;
 mercantilização da nobreza – cavaleiro-mercador.

♡ o processo de centralização do poder do rei obrigou a reformulação da administração;

este processo realizou-se em duas fases:


✩ 1ª fase – séc. XVII (reinados de D. João IV, D. Afonso VI e D. Pedro II):
♡ reestruturar os órgãos da administração central;
♡ enfrentar a crise política e militar;
♡ delegação de funções e de poder de decisão:
 criação de secretarias de estado;
 criação do Conselho de Guerra, do Conselho da Fazenda, do Concelho Ultramarino,
da Junta dos Três Estados.
♡ predominância do papel das cortes até 1668:
 sinal de dependência;
 fraco poder do rei.

✩ 2ª fase – séc. XVIII (reinado de D. João V)


♡ o rei assume um papel mais interventivo na governação do reino;
♡ o modelo de governo pessoal;
♡ reestrutura as secretarias de estado de D. João IV;
♡ diminui a capacidade de decisão dos diversos concelhos;
♡ extinção das cortes (até 1820).

✩ as reformas criadas tornaram a máquina do estado pesada, lenta e insuficiente:


 não existe ligação entre a administração central e a administração local;
 dependência da aprovação do rei em todas as decisões.

✩ a burocracia central afasta o povo do rei.

✩ D. João V é legitimado pela riqueza.


O absolutismo joanino
✩ D. João V – Rei-Sol português:
♡ fortemente inspirado em Luís XIV;
♡ imposição do poder social;
♡ afirmação face à nobreza;
♡ primou pela “encenação do poder”;
♡ culto da figura régia = endeusamento;
♡ magnificência, autoridade, etiqueta:
 subordinação das ordens sociais – recusa em reunir cortes;
 apoio às letras e às artes – mecenato régio;
 envio de embaixadas ao estrangeiro – afirmação externa do poder régio;
 política de grandes construções – afirmação da grandeza e da riqueza do rei.

✩ o rei é o centro das atenções e o centro do poder.

A contestação do tratado de Tordesilhas


✩ nos finais do século XVI, os holandeses lançaram-se na aventura comercial ultramarina;

✩ em 1608 é publicada a obra Mare Liberum (Hugo Grotios) – libertação de circulação e


comércio marítimo – forma de legitimar as pretensões holandesas ao comércio
internacional.

A recusa do absolutismo pela sociedade inglesa


✩ a Magna Carta (1215) foi um diploma limitativo do poder real em Inglaterra:
 protegia os cidadãos do poder arbitrário do rei;
 obrigava o rei a consultar o Conselho antes de declarar guerra ou lançar novos
impostos.

✩ ao longo dos séculos, as várias tentativav s de implementar um regime absolutista em


Inglaterra fracassaram sempre.

✩ em 1628, o rei Carlos I é obrigado assinar a Petição de Direitos:


 obrigava o rei a respeitar as antigas leis;
 proibia as prisões arbitrárias;
 proibia novos impostos sem o consentimento do Parlamento.

✩ mas Carlos I herdou do pai, não só o trono, mas também as ideias absolutistas.

✩ em 1629, inicia um governo de índole absolutista:


 dissolve o parlamento; conflito entre o rei
 lança novos impostos; e o Parlamento
 estende o anglicanismo a todo o país (Inglaterra, Escócia e Irlanda).

✩ Guerra civil (1642-1649)


✩ os apoiantes do Parlamento vencem a guerra civil e executaram o rei. É abolida a
monarquia e instaurada a República.

✩ mas Oliver Cromwell transforma a jovem república numa ditadura:


 encerra o Parlamento;
 instaura uma ditadura de cariz repressivo;
 as revoltas na Irlanda e na escócia são esmagadas;
 desenvolveu a economia inglesa;
 criou uma forte política de alianças;
 protegeu a causa protestante.

✩ após a morte de Cromwell, a monarquia é restabelecida (1660);

✩ Carlos II, devido a uma grave crise política e económica, é obrigado a devolver ao
Parlamento os antigos privilégios:
 mas face à oposição do Parlamento o rei dissolve-o;
 tentou impor uma política absolutista;
 tentou restaurar o catolicismo;
 expulsou do governo os membros não católicos;
 restabeleceu as relações com o papa.

✩ em 1688, o Parlamento revolta-se e pede ajuda ao Stathouder-Geral: Guilherme de Orange.

✩ “The glorious revolution” vai consolidar o parlamento em Inglaterra;

✩ em 1689, o novo rei (Guilherme de Orange) vai jurar os princípios inscritos na Declaração
de Direitos, que o obrigam a:
 manter a independência da justiça;
 permitir o livre exercício de todos os protestantes;
 consultar o parlamento sempre para tomar decisões financeiras e militares;
 respeitar os princípios de liberdade individual.

a partir de 1695, os direitos e as liberdades foram reforçados com a abolição da censura e o


direito da livre reunião;

✩ as revoluções inglesas modificaram as relações entre as diversas fontes políticas.


✩ o poder do rei tinha como contraponto o poder dos súbditos (representados pelo
Parlamento).
✩ o Parlamento passa a ser órgão central da estrutura governativa inglesa (limitando o rei a
funções executivas).
✩ John Locke:
 Tratado do Governo Civil;
 os homens nascem livres, iguais e autónomos;
 contrato entre os governados e os governadores;
 todo o poder depende da vontade dos governados;
 legitima a Gloriosa Revolução.
O tempo do grande comércio oceânico
✩ expansão económica séc. XVIII:
 trafico negreiro;
 abundante e mais barata mão de obra;
 abundância de materiais preciosos;
 produtos coloniais – estimulam as indústrias das metrópoles;
 comércio colonial:
- altas receitas fiscais;
- produtos exóticos;
- comércio muito rentável;
 colónias:
- mercado protegido;
- absorve os produtos das metrópoles.

✩ comércio triangular

Europa

açúcar, madeiras, metais produtos manufaturados


preciosos, tabaco

América escravos África

♡ a expansão do comércio internacional assentou na aposta feita no comércio colonial.

♡ o comércio triangular atlântico é o principal concorrente da rota do cabo.

O mercantilismo
♡ concorrência comercial entre os países europeus mais desenvolvidos;
♡ proteccionismo e dirigismo estatal da economia;
♡ necessidade de uma balança comercial favorável.

mercantilismo: doutrina económica – a riqueza dos estados consistia na maior acumulação


possível de ouro e prata. Preocupação de evitar a saída de metais preciosos do país. Manter
uma balança comercial favorável.

proteccionismo: conjunto de medidas adotadas por um Estado para proteger os produtos


nacionais face à concorrência dos produtos estrangeiros.

independência política = independência económica ➳ autossuficiência = evitar importações


✩ mercantilismo:
 restrição das importações (criação de barreiras alfandegárias);
 fomento das exportações (aumento da produção e dos serviços).

✩ a riqueza do estado depende da acumulação de metais preciosos:


♡ aumento das exportações:
 criação/desenvolvimento das manufaturas:
- apoio estatal;
- concentração de técnicos.
♡ diminuição das importações: balança comercial favorável
 medidas protecionistas:
- taxas alfandegárias elevadas;
- proibição de importações.

✩ regime de monopólios – forma de acabar com a concorrência interna e externa.


♡ nacionalização do comércio – exclusivo comercial;
♡ proteccionismo industrial – subida das taxas alfandegárias;
♡ ideia anti concorrencial.

mais exportações menos importações


mais entrada de ouro menos saída de ouro
acumulação de materiais preciosos

✩ o mercantilismo é antes de tudo uma forma de reagir contra a estagnação.

✩ estrutura-se segundo 3 ideias:


1. acumular ouro e dinheiro e desenvolver ao máximo a produção nacional;
2. as novas indústrias são protegidas contra a concorrência estrangeira;
3. o Estado favorece a criação de companhias comerciais.

✩ a política do mercantilismo exigia uma balança comercial favorável:


 conseguida apenas através do desenvolvimento das manufaturas nacionais;
 redução e proibição da importação de artigos de luxo e manufaturados;
 entrada livre de matérias-primas;
 aplicação do princípio exclusivo comercial;
 concessão de monopólios comerciais e industriais.

✩ desenvolver a produção nacional:


 proibir as importações;
 taxas alfandegárias elevadas;
 exclusivo colonial;

✩ desenvolvimento comercial:
 desenvolver a marinha mercante;
 desenvolver a marinha de guerra;
 criação de companhias monopolistas;
 desenvolver o comércio colonial.

✩ promover a autossuficiência – eliminar a dependência económica.

✩ dirigismo económico – intervenção do estado na economia:


 privilégios
 monopólios;
 incentivos fiscais;
 subsídios.

Mercantilismo francês
✩ garantir a autossuficiência:
♡ forte intervenção do Estado na economia:
 exclusivo económico;
 privilégios;
 monopólios;
 incentivos fiscais;
 subsídios.
♡ desenvolvimento da atividade comercial:
 desenvolvimento do mercado externo;
 desenvolvimento da marinha mercante e de guerra;
 criação de companhias monopolistas.
♡ criação de novas indústrias:
 importação de técnicas estrangeiras;
 importação de mão-de-obra estrangeira especializada.

EVITAS AS IMPORTAÇÕES E ACUMULAR RIQUEZA

✩ razões de insucesso:
 a indústria estava demasiado dependente das ajudas financeiras do Estado;
 a nobreza e a burguesia francesa não investiram em forças nas companhias
comerciais;
 foi difícil criar um mercado interno que fosse capaz de aumentar os níveis de
consumo;
 não é flexível.

✩ em França, o mercantilismo foi essencialmente fruto do voluntarismo estatal.

O mercantilismo inglês
✩ criação de companhias de comércio;
✩ guerra de corso contra as frotas espanholas;
✩ imposição de taxas alfandegárias flexíveis;
✩ política de desenvolvimento industrial;
✩ política de desenvolvimento agrícola;
✩ atos de navegação (leis protecionistas).
atos de navegação: destinados a combater a hegemonia comercial holandesa nos transportes
e no comércio externo.

✩ 1º ato de navegação (1651): estipulava que as mercadorias, inclusivamente as das


colónias, só podiam ser transportadas para Inglaterra em navios ingleses ou do país de
origem.

✩ 2º ato de navegação (1660): obriga o registo de todos os navios inglese constituídos no


estrangeiro e que os navios ingleses tivessem capitão e pelo menos ¾ de tripulantes
britânicos.

✩ 3º ato de navegação (1663): estabelecer o exclusivo colonial

capitalismo: gerar o maior lucro possível para reinvestir esse lucro e fazer mais.

✩ os atos de navegação:
 favorecem o crescimento da marinha marcante;
 proporcionam o aumento de empregos fora do setor agrícola;
 favorecem o desenvolvimento da atividade comercial;
 favorecem a expansão colonial inglesa.

✩ a política mercantilista inglesa foi eficaz e muito flexível.

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