Você está na página 1de 35

PORTUGAL: AS CRISES DOS

SÉCULOS XVII E XVIII E O


DESENVOLVIMENTO
MANUFATUREIRO DA METRÓPOLE
Macedo (1954) e Godinho (1983)
Prof. Edivaldo Constantino
ESTRUTURA DA AULA
O comércio atlântico e a economia portuguesa do século XVII
O período pombalino em Portugal e no Brasil
Portugal e a economia pombalina
O COMÉRCIO ATLÂNTICO E A ECONOMIA PORTUGUESA
DO SÉCULO XVII

“A economia portuguesa do século XVII participa profundamente deste


conjunto econômico atlântico. O tráfico com as Índias orientais torna-se
muito anemiado em consequência da vitoriosa concorrência dos
holandeses, ingleses e franceses.”

GODINHO, Vitorino Magalhães. Portugal, as frotas do açúcar e as frotas do ouro (1670-1770). Revista de
História, v. 7, n. 15, 1953, pp. 72-73.
O COMÉRCIO ATLÂNTICO E A ECONOMIA PORTUGUESA
DO SÉCULO XVII

Contexto pós Restauração faz crescer a importância do comércio Atlântico


A estrutura da exploração colonial não se altera
“O açúcar do Brasil desempenha incontestavelmente um papel de primeiro plano
neste conjunto econômico”.
Ao lado do açúcar: tabaco – pau brasil - sal
O COMÉRCIO ATLÂNTICO E A ECONOMIA PORTUGUESA
DO SÉCULO XVII

“Além do açúcar, o Brasil fornece tabaco, cujo papel não é, de longe, inferior ao daquele. [...] há
também o pau brasil, esse pau brasil que constitui uma parte muito importante dos
carregamentos que chegam aos portos de Lisboa, Porto e Viana vindos dos portos brasileiros”.
“E o século XVII português também não se compreende sem o sal de Setúbal [...] era a
mercadoria que fornecia dinheiro a Portugal”

GODINHO, Vitorino Magalhães. Portugal, as frotas do açúcar e as frotas do ouro (1670-1770). Revista de
História, v. 7, n. 15, 1953, p. 73.
O COMÉRCIO ATLÂNTICO E A ECONOMIA PORTUGUESA
DO SÉCULO XVII
A crise do final do século XVII
Queda no preço de vários produtos, não apenas do açúcar
Preço do trigo: relativamente estável
Açúcar em Lisboa (@)
 1650: 3$800
 1659: 3$600
 1668: 2$400
 1688: 1$300-1$400

Tabaco em Lisboa (arratel)


 1650: $260
 1668: $200
 1688: $070
O COMÉRCIO ATLÂNTICO E A ECONOMIA PORTUGUESA
DO SÉCULO XVII
“Eis que esta crise é, simultaneamente, uma crise de açúcar, do tabaco e da prata. E que o
governo português vai tentar pôr-lhe cobro. Mas como?”

“[...] os portugueses tiveram nítida consciência de uma crise comercial e da necessidade de um


desenvolvimento manufatureiro para remediar.”
“Os textos são claros; os homens de estado portugueses viram bem a situação e os meios de
resolver as dificuldades.”

GODINHO, Vitorino Magalhães. Portugal, as frotas do açúcar e as frotas do ouro (1670-1770). Revista de
História, v. 7, n. 15, 1953, p. 73.
O PERÍODO POMBALINO EM PORTUGAL E NO
BRASIL
O período pombalino (1750-1777)

 D. José I nomeia o Marquês de Pombal como Primeiro Ministro

 Trata-se de um governante que está inserido no conceito de Déspota Esclarecido, devido a forte
influência iluminista na Europa.
O PERÍODO POMBALINO EM PORTUGAL E NO
BRASIL
Contexto histórico

 A economia portuguesa estava em crise desde o declínio da sociedade açucareira.

 Em 1703, Portugal havia se endividado com a Inglaterra através do Tratado de Methuen.

 A partir da metade do século XVIII a economia mineradora dava sinais de decadência.


O PERÍODO POMBALINO EM PORTUGAL E NO
BRASIL
Reformas pombalinas em Portugal

 Modernização do Estado:
 Princípios iluministas, contrariando os interesses da nobreza e clero.
 Incentivo as manufaturas nacionais:
 Crise devido a concorrência da Inglaterra
 Criação da Companhia Vinícula do Alto Douro
 Subsídio literário:
 Imposto para investimento em instituições de ensino
 Confisco de terras da Igreja Católica:
 Não pagavam impostos
O PERÍODO POMBALINO EM PORTUGAL E NO
BRASIL
Reformas pombalinas no Brasil
Separação e criação da Capitania do Grão-Pará e da Capitania do Maranhão:
 Incentivo ao plantio de algodão

Expulsão dos jesuítas


Criação de instituições de ensino mantidas pelo Estado
Tratado de Madri em 1750:
 Redefine o território brasileiro

Proibição da manufatura
Maior fiscalização do ouro
 Derrama em 1751:
 Imposto que deveria ser cobrado em caso de atraso de pagamento do Quinto
O PERÍODO POMBALINO EM PORTUGAL E NO
BRASIL
O PERÍODO POMBALINO EM PORTUGAL E NO
BRASIL
O período pombalino:
 Contribuiu com o pensamento iluminista em Portugal
 Gerou conflitos com a Igreja Católica, a nobreza e grande parte dos colonos no Brasil.

Não aceitaram o maior controle do Estado metropolitano, gerando Revoltas


separatistas, como a Inconfidência Mineira de 1789 e a Conjuração Baiana de
1798.
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA
Analisar o período pombalino incluindo aspectos mais gerais no âmbito socio
econômicos de Portugal.

Portugal no século XVIII constitui um todo econômico inseparável do Brasil e de outras


zonas coloniais.
Movimento relevante em Lisboa, onde convergiam produtos vindos da Índia, África e
Brasil: tabaco, açúcar, madeiras, ouro, diamantes e especiarias.
 Dinamismo no porto de Lisboa.
A ECONOMIA PORTUGUESA E SEUS VÍNCULOS COMERCIAIS,
SÉCULO XVIII
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA

MACEDO, Jorge de. Portugal e a economia "pombalina": temas e hipóteses. Revista de História
(19): 81 a 99, 1954
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA
Primeira metade do século XVIII com relativa estabilidade econômica.
 Ouro brasileiro chegava com regularidade
 Açúcar, vinho e o tabaco tinham seus mercados garantidos.

Situação que se altera com sistema econômico colonial e metropolitano apresentando


sinais de crise, acompanhado de enfraquecimento do Estado.
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA

MACEDO, Jorge de. Portugal e a economia "pombalina": temas e hipóteses. Revista de História
(19): 81 a 99, 1954
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA
Política monopolista de reforço do Estado
 Quanto mais firme, fechado e bem defendido fosse o monopólio, mais prometedoras seriam as vantagens da
sua exploração.
 Mas foi feito sem planos previamente estabelecidos.

“Dentro dos 27 anos do governo de Pombal houve fases sucessivas e características em que as
circunstâncias do momento histórico são o leme orientador independente de qualquer plano.”

Macedo, J. Portugal e a economia pombalina,


PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA
Quatro grandes fases na legislação.

 1) Até 1760
 2) De 1760 a 1764
 3) De 1764 a 1770
 4) De 1770 a 1777

Problemas comerciais, privilégios mercantis e legislação industrial


PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA
Reforço do aparelho do Estado e a política das companhias
“Competia às companhias realizar o comércio em certas zonas, promover delas o
desenvolvimento dos gêneros comerciáveis e abastecê-las dos produtos necessários”

 Companhia da Ásia (1753).


 Companhia do Pará e Maranhão (1755)
 Companhia da Pesca da Baleia (1756)
 Companhia de Pernambuco e Paraíba (1759)
 Companhia da Agricultura dos Vinhos do Alto-Douro (1756)

Comércio brasileiro e do vinho do Porto.


PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA

MACEDO, Jorge de. Portugal e a economia "pombalina": temas e hipóteses. Revista de História
(19): 81 a 99, 1954
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA

MACEDO, Jorge de. Portugal e a economia "pombalina": temas e hipóteses. Revista de História
(19): 81 a 99, 1954
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA
A política de pombal não foi exclusivamente protecionista.
 Regiões secundárias libertavam-se (Goa, Moçambique)
 Regiões dinâmicas havia um reforço do monopólio (Costa da África e Brasil)

No governo pombalino não há uma orientação planificada, mas uma intervenção


concreta do Estado no movimento comercial e na concorrência;
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA
Até aqui:

Defesa de dois importantes setores da sociedade comercial: o grande comércio


colonial e a zona vinícula do Douro.
Ao mesmo tempo reforça-se o poder do Estado.
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA

MACEDO, Jorge de. Portugal e a economia "pombalina": temas e hipóteses. Revista de História
(19): 81 a 99, 1954
COMÉRCIO PORTUGUÊS COM A INGLATERRA (1697-
1789)

NOYA PINTO, Virgílio. O ouro brasileiro e o comércio anglo-português: uma contribuição aos estudos da economia
atlântica no século XVIII. São Paulo: Cia. Ed. Nacional ; Brasília, INL, 1979, p. 294
COMÉRCIO PORTUGUÊS COM A INGLATERRA (1697-
1789)

NOYA PINTO, Virgílio. O ouro brasileiro e o comércio anglo-português: uma contribuição aos estudos da economia
atlântica no século XVIII. São Paulo: Cia. Ed. Nacional ; Brasília, INL, 1979, p. 294
ARRECADAÇÃO COM O QUINTO

Fonte: Friedrich Renge. O quinto do ouro no regime tributário nas Minas Gerais. Revista do Arquivo Público
Mineiro. Jul-Dez, 2006.
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA
Crise nos rendimentos do Estado
Dificuldade nos pagamentos internacionais
Crise comercial
Crise de produção dos principais produtos de exportação.
 Problemas à indústria

Pergunta: O Marquês de Pombal foi o antecessor da indústria moderna


portuguesa?
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA
Questão fora da realidade!

MACEDO, Jorge de. Portugal e a economia "pombalina": temas e hipóteses. Revista de História (19): 81 a 99, 1954
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA
O fomento industrial de Pombal tem outra base.

MACEDO, Jorge de. Portugal e a economia "pombalina": temas e hipóteses. Revista de História
(19): 81 a 99, 1954
PORTUGAL E A ECONOMIA POMBALINA

MACEDO, Jorge de. Portugal e a economia "pombalina": temas e hipóteses. Revista de História
(19): 81 a 99, 1954
CRISES DO AÇÚCAR E DO OURO
A crise do açúcar e o contexto comercial português pós Restauração
Em reação à crise, o primeiro surto manufatureiro
A descoberta do ouro e o abandono da política
O tratado de Methuen e o ouro do Brasil
A crise do ouro e o segundo surto manufatureiro, encabeçado pelo Marquês de
Pombal
O abandono do segundo surto e o renascimento agrícola do final do século XVIII
PORTUGAL: AS CRISES DOS
SÉCULOS XVII E XVIII E O
DESENVOLVIMENTO
MANUFATUREIRO DA METRÓPOLE
Macedo (1954) e Godinho (1983)
Prof. Edivaldo Constantino

Você também pode gostar