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“Quanto aos tratados com a Inglaterra (...) implantara, sem dúvida, um regime de proteção
totalmente insuficiente para um país no início de sua atividade econômica autônoma. Uma taxa
alfandegária de apenas 15% para as mercadorias procedentes do principal fornecedor do País
(...) não podia conferir a proteção indispensável às eventuais indústrias a serem implantadas no
País.”
Rodrigues de Brito: um libelo contra o colonialismo, In: BUESCU, M. História econômica do Brasil:
pesquisas e análises Rio de Janeiro: APEC, 1970, p. 233
RODRIGUES DE BRITO: UM LIBELO CONTRA O
COLONIALISMO
“A Revolução Industrial, a emancipação norte-americana, o Iluminismo, a Revolução
Francesa, o advento das práticas capitalistas e do ideário liberal, entre outros fatores,
alteraram as estruturas mentais da época e desencadearam um questionamento cada vez
mais intenso das práticas intervencionistas típicas da era mercantilista”.
Karla Maria Silva. Os escritos de João Rodrigues de Brito (1807): um retrato das novas ideias
no mundo íbero-americano IntellèctusXV (2): 43-65, 2016. p. 44
RODRIGUES DE BRITO: UM LIBELO CONTRA O
COLONIALISMO
“Nesse contexto, surgiram, em Portugal e no Brasil, grupos de pensadores ilustres e
homens públicos que passaram a defender a ideia de que tanto o desenvolvimento da
metrópole quanto o da colônia estaria diretamente ligado à maior liberdade nas
relações sociais, de produção e comercialização nos dois lados do Atlântico.”
Karla Maria Silva. Os escritos de João Rodrigues de Brito (1807): um retrato das novas ideias
no mundo íbero-americano IntellèctusXV (2): 43-65, 2016. p. 44
RODRIGUES DE BRITO: UM LIBELO CONTRA O
COLONIALISMO
Impacto da Revolução Francesa no liberalismo filosófico, político e social.
Adam Smith e a crítica à política econômica da Metrópole.
“Quando deve responder à pergunta se há causas opressivas à lavoura, Rodrigues de Brito, sem
criticar diretamente a Metrópole, aponta os reflexos da política metropolitana: falta de
liberdades, falta de facilidades e falta de instruções.”
Rodrigues de Brito: um libelo contra o colonialismo, In: BUESCU, M. História econômica do Brasil:
pesquisas e análises Rio de Janeiro: APEC, 1970, p. 234
RODRIGUES DE BRITO: UM LIBELO CONTRA O
COLONIALISMO
“(...) manifestação de um novo espírito liberal que, em nome da doutrina de Adam Smith, critica toda a
política econômica da Metrópole.”
“A sua oposição, em nome do liberalismo, aos entraves, impostos, controles, limitações e proibições, é a
revolta disfarçada contra a política colonial. As liberdades que ele pleiteia, em nome da nova doutrina,
implicam o abandono dos próprios fundamentos do colonialismo, sobretudo nos seus moldes
mercantilistas.”
Rodrigues de Brito: um libelo contra o colonialismo, In: BUESCU, M. História econômica do Brasil: pesquisas e
análises Rio de Janeiro: APEC, 1970, p. 235
RODRIGUES DE BRITO: UM LIBELO CONTRA O
COLONIALISMO
Buescu ressalta a importância que o processo de Independência teve para o Brasil.
Enfatiza a importância que teve a primeira metade do século XIX para o país: foi um momento de
estagnação econômica, mas seria o ponto de inflexão para o aumento da renda per capita.
Texto que marca (ainda em 1807 – antes da transferência da Corte) uma nova
perspectiva na colônia, que desempenharia papel fundamental no processo de
independência.
Em nome do liberalismo, dos entraves, dos impostos, dos controles, das limitações e
das proibições, Rodrigues Brito se posiciona contra a política colonial.
CONFRONTO COM O DESENVOLVIMENTO DOS EUA
Brasil não se industrializa na primeira metade do século XIX
Estados Unidos: já é considerada uma nação industrializada nesse período
CONFRONTO COM O DESENVOLVIMENTO DOS EUA
Dificuldades relacionadas com os acordos comerciais com a Inglaterra entre 1810 e
1827.
Mas eles não foram os motivos do atraso da industrialização do Brasil.
Desequilíbrios
Baixa relativa dos preços das exportações
Aumento do gasto do governo
CONFRONTO COM O DESENVOLVIMENTO DOS EUA
Veja: Saída de Lisboa do circuito de comércio brasileiro provocou uma baixa
relativa dos preços das importações e aumento da demanda por produtos
importados.
Sem fluxo de entrada suficiente de capital externo nem expansão das exportações.
Clima e “raça”(??!!??)
“As linhas gerais da política inglesa passaram a ser as seguintes: fomentar nas colônias do norte aquelas
indústrias que não competissem com as da Metrópole, permitindo a esta reduzir suas importações de
outros países; não permitir que a produção manufatureira das mesmas nos demais setores concorresse
com as indústrias da Metrópole em outros mercados coloniais. Medidas coercitivas surgem quando os
EUA passam a concorrer com a Metrópole nas exportações nas manufaturas”
As colônias dos EUA, desde cedo, já sofriam para importar manufaturas e tinham a
consciência da necessidade de fomento à produção interna.
Guerra da Independência
Inviabiliza o suprimento de manufaturas inglesas Estimula a produção interna.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 24ª. ed. São Paulo: São Paulo: Editora Nacional, 1991. (Biblioteca
Universitária. Série 2. Ciências Sociais, v. 23), p. 106.
BRASIL: EXPORTAÇÕES, 1821-1899
VALORES EM LIBRAS ESTERLINAS
Fonte: IPEADATA
BRASIL: IMPORTAÇÕES X EXPORTAÇÕES
35.000,00
30.000,00
25.000,00
20.000,00
15.000,00
10.000,00
5.000,00
0,00
-5.000,00
-10.000,00
1839
1841
1875
1877
1821
1823
1825
1827
1829
1831
1833
1835
1837
1843
1845
1847
1849
1851
1853
1855
1857
1859
1861
1863
1865
1867
1869
1871
1873
1879
1881
1883
1885
1887
1889
Exportações - (FOB) - Libra esterlina (mil) - Outras fontes, inclusive compilação de vários autores - HIST_XTVLIBRA
Importações - (CIF) - Libra esterlina (mil) - Outras fontes, inclusive compilação de vários autores - HIST_MTVLIBRA
Fonte: IPEADATA
BRASIL: COMPOSIÇÃO DAS EXPORTAÇÕES, 1821-1849
VALORES EM LIBRAS ESTERLINAS
3.500,00
3.000,00
2.500,00
2.000,00
1.500,00
1.000,00
500,00
0,00
1827
1830
1846
1849
1821
1822
1823
1824
1825
1826
1828
1829
1831
1832
1833
1834
1835
1836
1837
1838
1839
1840
1841
1842
1843
1844
1845
1847
1848
Algodão Cacau Café Açúcar
Fonte: IPEADATA
BRASIL: EXPORTAÇÕES, 1821-1910
100%
90% Mate
80% Fumo
70% Couros e peles
Algodão
60%
Cacau
50% Açúcar
40% Borracha
30% Café Fonte: FAUSTO, Boris. (org)
História Geral da Civilização
Brasileira. São Paulo: Difel,
20% 1977.
Tomo 3 (O Brasil
10% Republicano), Volume 1
(Estrutura de Poder e
Economia), p. 299.
0%
1821-1830 1851-1860 1881-1890 1900-1910
BRASIL X EUA
Furtado (Cap. 18); Buescu (1970)