Você está na página 1de 41

O PROBLEMA DA MÃO DE

OBRA: O TRABALHADOR
LIVRE NACIONAL
Celso Furtado (cap 21 e 23)
Prof. Edivaldo Constantino
ESTRUTURA DA AULA
Fim da escravidão

O problema da mão-de-obra: oferta interna potencial

O problema da mão-de-obra: transumância amazônica


O FIM DA ESCRAVIDÃO
Sob pressão internacional, foram aprovadas convenções e leis desde os anos 1810 (ainda sob
Portugal), sobretudo a lei de 7 de novembro de 1831 (“lei Feijó” = Diogo Feijó, Min. da
Justiça), que declarou livres todos os escravos que entrassem no Brasil.

Porém, só a ação direta britânica aprisionando navios a partir do Aberdeen Act (1845) fez com
que o tráfico fosse de fato abolido – lei Eusébio de Queiroz (1850).
• Desde então, o fim iminente da escravidão passou a ser discutido em diversas ocasiões no Parlamento, imprensa e
encontros dos fazendeiros.
ABOLIÇÃO GRADUAL
Entre as elites agrárias de várias regiões predominou a estratégia da abolição gradual
 Argumentos centrais: direito de propriedade e base da economia (agricultura) nacional. (Lei do Ventre Livre,
1871).

Mesmo condenada, porém, a escravidão foi preservada até o limite na região sudeste.
 Por exemplo, em Vassouras, apenas 64 de 9.310 ingênuos foram libertados entre 1873-1888 (Stein).
PREÇO DOS ESCRAVOS EM PE E MG
INVIABILIDADE DA ESCRAVIDÃO
Talvez a hipótese mais influente para o declínio da demanda de escravos seja a da
inviabilidade/ineficiência da escravidão, isto é:

a) escravidão não teria flexibilidade, visto que o investimento em escravo era uma forma
de capital fixo;
b) o escravo seria ineficiente (= menor produtividade) em relação ao trabalhador livre;
c) o escravo seria incapaz de lidar com tarefas complexas associadas ao desenvolvimento
tecnológico.
ELITES MODERNIZANTES
Em geral, a hipótese da inviabilidade da escravidão vem associada à ideia de uma elite
cafeeira modernizante no Oeste paulista. Assim,

a) no Vale do Paraíba fluminense, a elite cafeeira seria apegada à escravidão como uma
forma de prestígio social em vez de busca de lucro;
b) no Oeste paulista, elite moderna, capitalista, dinâmica, aberta a novas ideias, em busca
de novas relações de trabalho (imigração) e insatisfeita com a escravidão.
INEFICIÊNCIA ECONÔMICA E ABOLIÇÃO
Assim, a ineficiência da escravidão, aliada ao surgimento de uma elite com mentalidade
modernizante e capitalista no Oeste paulista, teriam levado à busca de novas relações de
trabalho.

Com a introdução de imigrantes, a urbanização e a industrialização, a superioridade do


trabalho livre se tornaria evidente e entraria em conflito com a escravidão.

Assim, nesta abordagem o declínio da demanda de escravos no período 1880-1888 se


deveria sobretudo à consciência da desvantagem econômica do sistema escravista.
INEFICIÊNCIA ECONÔMICA E ABOLIÇÃO
Mas a incompatibilidade da escravidão com aumento da produtividade e tecnologia é
uma evidência ou apenas uma hipótese?
Um teste indireto é verificar experiências semelhantes em outros sistemas escravistas da
época, p. ex., no Sul dos EUA.
Richard Graham (1981) diz o seguinte a respeito do Brasil x EUA:
“Even a hasty reading of the agricultural history of the South makes ludicrous the claim by some
Brazilian historians that planters in the Paraiba Valley did not use modern agricultural
equipment because of the incompatibility between mechanization and 'slave relations of
production’ or that slaves were 'incapable of productively managing techniques which require
the use of machines.' In the United States South slaves managed sophisticated tools and
machines.” (p. 628)
INVIABILIDADE DA ESCRAVIDÃO?
Pedro Carvalho de Mello (1977) argumenta que a demanda de escravos na década de
1880 declinou devido a um fator exógeno: "pressão abolicionista".

Pressão abolicionista = crescente mobilização antiescravista, campanhas, fuga das


fazendas, redes de apoio e fuga (p.ex., Santos), que indicam rápida erosão do apoio da
sociedade à instituição escravista.

É esse o elemento principal que explicaria o declínio na demanda de escravos (e dos


preços) no período, segundo Mello (1977).
INVIABILIDADE DA ESCRAVIDÃO?
Warren Dean (1977), por sua vez, dá outra ênfase: a ação direta dos escravos, desde o
início da década de 1880, teria sido a causa principal da derrocada da escravidão.
 A ação direta dos escravos teria se dado por meio de desobediência, fugas, revoltas e uso da lei em seu
favor.

Na interpretação de Dean, a chegada de escravos de outras regiões desestabilizou ainda


mais o sistema escravista nas fazendas.

A desorganização social causada pelas ações dos escravos provocou o aumento das
alforrias, a adoção de contratos a termo e, por fim, o colapso do sistema.
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
Estoque de escravos Brasil X EUA.
 Início do século XIX com estoque de 1 milhão

Guerra de Secessão dos EUA: 4 milhões de escravos....Brasil com 1,5 milhão!

Motivo: Crescimento vegetativo


O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL

“Os escravos nascidos no país apresentavam evidentemente inúmeras vantagens, pois


estavam culturalmente integrados nas comunidades de trabalho que eram as plantações,
haviam sido mais bem alimentados, já tinham conhecimento da língua, etc.”

Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil, cap. 21


O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
Nos EUA, a oferta de escravos nos novos estados do sul, em que tinha lugar a grande
expansão algodoeira, passou a depender do crescimento da população escrava dos
antigos estados escravistas.

No Brasil, ao crescer a procura de escravos no sul para as plantações de café, intensifica-


se o tráfico interno, em prejuízo das regiões que já estavam operando com rentabilidade
reduzida.
 MA sofre mais.
 Região açucareira se defende melhor
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL

“Demais, é provável que a redução do abastecimento de africanos e a elevação do preço


destes hajam provocado uma intensificação na utilização da mão-de-obra e portanto um
desgaste ainda maior da população escrava.”

Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil, cap. 21


O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
A questão da mão-de-obra se agrava e passa a exigir uma solução.

Temos que entender a natureza desse problema.


 Vamos fazer isso estudando as características da economia brasileira da época e a forma como se
expandia.
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
Caso europeu:

Crescimento baseado em revolução tecnológica.


 Novas técnicas com desagregação de setores da economia.
 Assim, a oferta de trabalho elevada alimentava os setores mecanizados e ainda fazia pressão sobre
os salários.
 Além disso, se intensificava a urbanização, que aumentava as assistência médica, que se refletia em
maior crescimento vegetativo.
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
Caso Brasil:

Crescimento era puramente em extensão: ampliação do fator disponível (terra) mediante


incorporação de mais mão-de-obra.
 Chave da questão: mão-de-obra

Pergunta: Não existia uma oferta potencial de mão-de-obra no setor de subsistência,


em permanente expansão?
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
Setor de subsistência:
 Disperso.
 Pecuária e agricultura rudimentar

Embora a terra é um fator abundante, sua propriedade estava altamente concentrada.

Sesmarias  Propriedade da terra que antes era monopólio real passa para um número
limitado de indivíduos, que tinham favores reais.
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
Economia de subsistência

 Indivíduo se encarrega de produzir alimento para si mesmo.


 Roça era a base da economia.
 Mas, o homem dessa economia também está ligado ao grupo econômico, quase sempre pecuário, cujo
chefe é o proprietário da terra onde tem a sua roça.
 Realiza outras funções que permite cobrir minimamente gastos monetários.
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
“No âmbito da roça o sistema é exclusivamente de subsistência; no âmbito da unidade
maior é misto, variando a importância da faixa monetária de região para região, e de
ano para ano numa região.”

Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil, cap. 21


O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
Com abundância de terras, o sistema de subsistência tende a crescer.
 Isso implica na redução da importância da faixa monetária.

Capital do roceiro é mínimo e técnicas utilizadas são primitivas.

“A involução das técnicas de produção e da forma de organização do trabalho, com o tempo,


transformaria esse homem em caboclo”.
Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil, cap. 21
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
Unidade econômica relevante da economia de subsistência: Roça.

Unidade social relevante da economia de subsistência: Chefe proprietário de terras


 A este interessava maior número de pessoas em suas terras, cada um cuidando de sua subsistência.
 Interesse: iria dispor de mão-de-obra.
 Dadas as condições nessas regiões, o prestígio de cada um dependia da quantidade de homens que
pudesse utilizar a qualquer momento e para qualquer fim.
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
“Em consequência, o roceiro da economia de subsistência, se bem não estivesse ligado pela
propriedade da terra, estava atado por vínculos sociais a um grupo, dentro do qual se
cultivava a mística de fidelidade ao chefe como técnica de preservação do grupo social.”

Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil, cap. 21


O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
Insights: mão-de-obra dispersa e que exigiria grande mobilização de recursos.

“Na realidade, um tal recrutamento só seria praticável se contasse com a decidida


cooperação da classe de grandes proprietários de terra. A experiência demonstrou,
entretanto, que essa cooperação dificilmente podia ser conseguida, pois era todo um estilo
de vida, de organização social e de estruturação do poder político o que entrava em jogo.”

Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil, cap. 21


O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: OFERTA
INTERNA POTENCIAL
Sistema de subsistência:
 Mão-de-obra ocupada em trabalho de baixa produtividade.

Áreas urbanas:
 Massa de trabalhadores sem ocupação permanente.
 Dificuldades de adaptação a disciplina do trabalho agrícola nas grandes fazendas.

A mão-de-obra livre do país não servia para a “grande lavoura”.


MENSAGENS PRINCIPAIS
Segundo Furtado, o setor de subsistência era representado por área nas fazendas ocupada por
agregados, que dispunham de uma roça e mantinham relação de dependência com o grande
proprietário.

Motivo para o não emprego dos nacionais na expansão da 2ª metade do século XIX (na verdade, em
São Paulo), de acordo com Furtado:
i) dispersão, que exigiria grande mobilização de recursos;
ii) recrutamento dependia de cooperação dos grandes proprietários de terras;
iii) cooperação era inviável, pois "era todo um estilo de vida, de organização social e de estruturação do
poder político que entrava em jogo".
Portanto, para Furtado, foram relações políticas e sociais tradicionais que impediram o emprego dos
trabalhadores nacionais.
OUTRAS INTERPRETAÇÕES
Outras interpretações clássicas: racismo, preconceito com relação a “indolentes” e “vadios”.
Interpretações recentes têm enfatizado outras causas para a não utilização do trabalho
nacional e o recurso ao imigrante.

Uma delas enfatiza a atitude independente e autônoma do trabalhador nacional, que


rejeitaria as condições exigidas (subordinação, privação de autonomia, disciplina) pelo
trabalho nas fazendas, preferindo formas precárias de trabalho ou a marginalização (Hebe
de Castro, Sheila Faria).
Outra interpretação argumenta que o trabalho nacional foi de fato empregado em escala
apreciável (inclusive em SP), mas sujeito à sazonalidade do trabalho agrícola (Lamounier).
OUTRAS INTERPRETAÇÕES
As evidências mostram o engajamento dos trabalhadores brasileiros em duas atividades
interligadas na crescente economia agroexportadora de São Paulo na segunda metade do século
XIX: nas diversas tarefas exigidas pelas fazendas de café e nas obras de construção de ferrovias
(Lamounier, 2007).

O caráter sazonal do trabalho e o que parecia ser uma certa inabilidade de reter os
trabalhadores causavam uma série de queixas dos empreiteiros e engenheiros. Há vários indícios
de uma forte resistência dos trabalhadores em cortar os laços com os lotes de subsistência,
retornando às suas casas durante a estação de plantio e colheita (Lamounier, 2007).

O problema não era de escassez de mão-de-obra, mas a dificuldade de se obter uma oferta
permanente de uma força de trabalho regular, no contexto da sazonalidade e instabilidade da
economia rural em São Paulo da segunda metade do século XIX (Lamounier, 2007).
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: TRANSUMÂNCIA
AMAZÔNICA
Último quartel do século XIX e o primeiro decênio do século XX
 Movimento de população do NE para a Amazônia.

Amazônia estava em letargia econômica.


 Base econômica: especiarias da floresta (haviam tornado possível a penetração jesuítica na região),
destaque para o cacau.
 Dificuldades: inexistência de população e problemas para organizar a produção com base nos indígenas
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: TRANSUMÂNCIA
AMAZÔNICA
Borracha: estava destinada a se transformar na matéria-prima de procura em mais
rápida expansão no mercado mundial.
 Aumento de preços: De 45 libras por tonelada nos anos 40, o preço médio de exportação sobre para 118
libras no decênio seguinte, 125 nos anos 60 e 182 nos 70.

A indústria de veículos será o principal fator dinâmico das economias industrializadas,


entre o último decênio do século XIX e os três primeiros do século XX.
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: TRANSUMÂNCIA
AMAZÔNICA
Borracha era um produto extrativo com produção concentrada na bacia amazônica.
 Desafio: aumentar a produção.
 Exigia uma solução de curto prazo.

A primeira fase da economia da borracha se desenvolve totalmente na região amazônica


e está marcada pelas dificuldades que apresenta o meio.
 Preços continuam subindo: média de 512 libras entre 1909-1911
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: TRANSUMÂNCIA
AMAZÔNICA
A expansão da produção de borracha na Amazônia era uma questão de suprimento
de mão-de-obra.

Produção aumenta devido ao influxo de mão-de-obra, pois os métodos de produção


não se modificaram.

População no Pará e Amazonas cresceu de 320 mil em 1872 para 695 mil em 1900.
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: TRANSUMÂNCIA
AMAZÔNICA
“Essa enorme transumância indica claramente que em fins do século XIX já existia no Brasil um
reservatório substancial de mão-de-obra e leva a crer que, se não tivesse sido possível solucionar o
problema da lavoura cafeeira com imigrantes europeus, uma solução alternativa teria surgido
dentro do próprio país. Aparentemente, a imigração europeia para a região cafeeira deixou
disponível o excedente de população nordestina para a expansão da produção da borracha.”

Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil, cap. 23


O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: TRANSUMÂNCIA
AMAZÔNICA
População do Nordeste: Açúcar e o pecuário.
Economia de subsistência:
 População cresce em função da disponibilidade de alimentos, que depende da disponibilidade de terras.

Questão da disponibilidade de terra aparece com ênfase ao se comparar as colônias


europeias no RS, SC e PR  Mais favorável!  Maior crescimento vegetativo.

Região central da economia mineira


 Escassez de boas terras  Corrente migratória para SP
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: TRANSUMÂNCIA
AMAZÔNICA
“A vanguarda desses movimentos de população (...) estava sempre formada por indivíduos de
iniciativa com algum capital que logo se apropriavam de grandes extensões de terras, cujo usufruto,
entretanto, era compartilhado por muitos outros em um sistema de economia de subsistência.”

Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil, cap. 23


O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: TRANSUMÂNCIA
AMAZÔNICA
Na região nordestina uma expansão vegetativa desse estilo se realizava desde o século
XVII.
 Em algumas sub-regiões, na segunda metade do século XIX, os sintomas de pressão demográfica sobre a
terra tornaram-se mais ou menos evidentes.

Algodão no NE e elevação de preços


 Ondas de prosperidade que causavam desequilíbrio na economia de subsistência, mas que sempre se
revertia.
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: TRANSUMÂNCIA
AMAZÔNICA
Seca de 1877-1820 agrava a situação  Emigração para Amazônia!

“Os governos dos estados amazônicos interessados organizaram serviços de propaganda e


concederam subsídios para gastos de transporte. Formou-se, assim, a grande corrente migratória
que fez possível a expansão da produção de borracha na região amazônica, permitindo à
economia mundial preparar-se para uma solução definitiva do problema.”

Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil, cap. 23


O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: TRANSUMÂNCIA
AMAZÔNICA
Movimentos de migração em fins do século XIX e começo do século XX.

Europeus:
 Exigente e ajudado pelo seu governo.
 Tinham gastos pagos, residência garantida, gastos de manutenção assegurados até a colheita.
 Ao fim do ano, buscava outra fazenda que oferecesse maior vantagem.
 Tinha terra para plantar o essencial.

Nordestino:
 Começava a trabalhar endividado, reembolso de viagem, alimentação dependia do empresário, grandes
distâncias e precária situação financeira.
 Solidão nas cabanas. Isolamento.
O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA: TRANSUMÂNCIA
AMAZÔNICA
“Os planos do imigrante nordestino que seguia para a Amazônia, seduzido pela propaganda
fantasista dos agentes pagos pelos interesses da borracha (...), baseavam-se nos preços que o
produto havia alcançado em suas melhores etapas. Ao declinarem estes de vez, a miséria
generalizou-se rapidamente. Sem meios para regressar e na ignorância do que realmente se
passava na economia mundial do produto, lá foram ficando. Obrigados a completar seu
orçamento com recursos locais de caça e pesca, foram regredindo à forma mais primitiva de
economia de subsistência, que é a do homem que vive na floresta tropical, e que pode ser aferida
por sua baixíssima taxa de reprodução.”

Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil, cap. 23


O PROBLEMA DA MÃO DE
OBRA: O TRABALHADOR
LIVRE NACIONAL
Celso Furtado (cap 21 e 23)
Prof. Edivaldo Constantino

Você também pode gostar