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A QUESTÃO SERVIL I: A
ABOLIÇÃO DO TRÁFICO.
Caio Prado Junior (cap. 15)
Paula Beilgueman (1976)
Saes (1982)
Prof. Edivaldo Constantino
ESTRUTURA DA AULA
Escravidão, tráfico negreiro e escravismo
Crise do regime servil e abolição do tráfico
ESCRAVIDÃO, TRÁFICO NEGREIRO E ESCRAVISMO
Estrutura da colonização → Possui estabilidade apesar de suas modificações
históricas
Mas os escravos não terão papel ativo (nenhuma revolta escrava foi capaz de acabar com a
escravidão: Quilombo de Palmares)
Motivo: Tráfico africano
Argumento:
Chegam novos escravos (e nesse período em grandes proporções) → Baixo nível cultural → Neutraliza a
ação dos escravos já ambientados ao país
Além disso, escravos oriundos de nações africanas rivais → Procurava-se impedir aglomerações
homogêneas
CRISE DO REGIME SERVIL E ABOLIÇÃO DO
TRÁFICO
“Seja como for, a participação dos escravos nos movimentos da época não terá vulto apreciável; e
isto constituirá talvez o motivo principal por que a estrutura fundamental da economia brasileira,
assente como estava no trabalho deles, não sofre abalos suficientes para transformá-la desde
logo.”
Caio Prado Júnior, História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1972. Capítulo 15
CRISE DO REGIME SERVIL E ABOLIÇÃO DO
TRÁFICO
Mas mesmo assim, isso já era o bastante para desencadear a crise do sistema servil e colocar em
foco o problema da escravidão.
Depois da Independência, é alvo de crítica: Aceita-se e se justifica, mas como uma “necessidade”,
um mal momentaneamente inevitável.
Mas raros ousam combater e propor medidas contra sua extinção.
“É que realmente a escravidão constituía ainda a mola mestra da vida do país. Nela repousam todas as
suas atividades econômicas; e não havia aparentemente substituto possível.”
Caio Prado Júnior, História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1972. Capítulo 15
CRISE DO REGIME SERVIL E ABOLIÇÃO DO
TRÁFICO
A posição escravista se reforça com a chegada dos proprietários rurais ao poder: É
a força política e social dominante.
Persistência da escravidão
Representava uma contradição com o novo Estado autônomo
Na época colonial, a pressão de Portugal fazia essa questão menos relevante.
Após a Independência, as diferenças emergem. Por isso o receio que a elite tinha em relação a própria Independência.
Tráfico africano
Abolido o tráfico, a escravidão iria terminar
CRISE DO REGIME SERVIL E ABOLIÇÃO DO
TRÁFICO
A população escrava, sem o reforço permanente do tráfico, vai declinar.
“A sua legitimidade (tráfico) e legalidade tornavam-se assim muito mais vulneráveis, pois
envolvia interesses internacionais contrários e hostis. Desta forma, através da oposição
internacional ao tráfico, será atingida a escravidão brasileira.”
Caio Prado Júnior, História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1972. Capítulo 15
CRISE DO REGIME SERVIL E ABOLIÇÃO DO
TRÁFICO
Condenação geral do tráfico africano encabeçado pela Inglaterra
É sob sua influência ou pressão (diplomática e militar) que o tráfico será abolido ao redor do mundo.
Mas a Inglaterra não podia policiar com eficiência toda a imensidão dos mares.
“Cinco anos depois do tratado de 1810, fatigada e verificando que seu plano não surtira os
efeitos esperados, ela procura novo acordo. Este é assinado em 1815 em Viena, onde os países da
Europa se tinham reunido para reorganizar o continente convulsionado pelo furacão napoleônico.”
Caio Prado Júnior, História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1972. Capítulo 15
CRISE DO REGIME SERVIL E ABOLIÇÃO DO
TRÁFICO
Inglaterra reconhece sua ação ilegal nos anos anteriores e indeniza os prejudicados.
Caio Prado Júnior, História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1972. Capítulo 15
CRISE DO REGIME SERVIL E ABOLIÇÃO DO
TRÁFICO
Revolução Pernambucana de 1817
Escravidão não é abolida, mas ao menos condenada e se promete sua extinção
Teve participação dos proprietários e senhores rurais
Contradição escravista.
Caio Prado Júnior, História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1972. Capítulo 15
CRISE DO REGIME SERVIL E ABOLIÇÃO DO
TRÁFICO
Novo adendo: Para provar tráfico ilegal, basta encontrar qualquer indício que
tornasse o emprego da embarcação para esse fim.
“Prejuízo ocasional que a grande margem de lucros que o tráfico produzia comportava
facilmente. Não é de admirar, portanto, que a importação de escravos no Brasil mantivesse seu
ritmo crescente, correspondendo com isto ao desenvolvimento econômico que então se
processava no país e que era alimentado pelo trabalho dos negros.”
Caio Prado Júnior, História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1972. Capítulo 15
CRISE DO REGIME SERVIL E ABOLIÇÃO DO
TRÁFICO
Tensão Brasil-Inglaterra.
1845: Fim do período de 15 anos da abolição legal do tráfico. Iria acabar o direito de
visita a navios suspeitos.
“De um modo ou de outro, era preciso sair do impasse, e afinal a política brasileira cede. Em
1850 adotam-se medidas efetivas de repressão ao tráfico: não só leis eficientes, mas uma ação
severa e continuada. Destaca-se entre as medidas a expulsão do país de traficantes notórios,
portugueses na maioria, o que contribui muito para desorganizar o negócio.”
Caio Prado Júnior, História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1972. Capítulo 15
CRISE DO REGIME SERVIL E ABOLIÇÃO DO
TRÁFICO
“Os traficantes se tinham tornado uma potência financeira, e apesar do desprestígio social
que os cercava, faziam sombra com seu dinheiro às classes de maior expressão política e
social no país: os fazendeiros e proprietários rurais, em regra seus devedores pelo
fornecimento de escravos. Os atritos entre estas categorias se tomavam assim frequentes, e os
últimos, apesar do interesse que tinham no tráfico, já começavam a olhar com menos simpatia
para um negócio que enriquecendo desmesuradamente seus adversários e credores, deixava-
os na penumbra e na dependência de indivíduos que desprezavam. Isto facilitou grandemente
a violenta reação contra o tráfico iniciada pelo governo brasileiro em 1850.”
Caio Prado Júnior, História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1972. Capítulo 15
CRISE DO REGIME SERVIL E ABOLIÇÃO DO
TRÁFICO
Lei Eusébio de Queirós
Resultados:
1849: 54.000 escravos entraram no Brasil
1850: 23.000 escravos entraram no Brasil
1851: 3.000 escravos entraram no Brasil
Caio Prado Júnior, História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1972. Capítulo 15
CRISE DO REGIME SERVIL E ABOLIÇÃO DO
TRÁFICO
O tráfico tinha absorvido parcela considerável de atividades e constituía em grande negócio.
Sem dúvida, a extinção do tráfico em 1850 aparece como marco essencial para se
compreender o declínio do escravismo.
SAES, F;A.M. O término do escravismo: uma nota sobrea a historiografia. Estudos Econômicos, São Paulo, 1982
ESCRAVIDÃO, TRÁFICO NEGREIRO E ESCRAVISMO
Escravismo e Capitalismo
SAES, F;A.M. O término do escravismo: uma nota sobre a a historiografia. Estudos Econômicos, São Paulo, 1982
SAES, F;A.M. O término do escravismo: uma nota sobre a a historiografia. Estudos Econômicos, São
Paulo, 1982
ESCRAVIDÃO, TRÁFICO NEGREIRO E ESCRAVISMO
Paula Beiguelman defende que a questão da disponibilidade de mão-de-obra atuou como
determinante no processo de desagregação do escravismo.
Agropecuária decadente:
Exportação de mão-de-obra para o Centro-Sul a preços mais altos com o fim do tráfico (Valorização)
Economia açucareira:
Endividado e abastecido de mão-de-obra → O fim do tráfico significava saldar dívidas
Tal adesão se define ao nível de política econômica e não como resultado de uma
incompatibilidade essencial entre trabalho escravo e imigração
ESCRAVIDÃO, TRÁFICO NEGREIRO E ESCRAVISMO
SAES, F;A.M. O término do escravismo: uma nota sobre a a historiografia. Estudos Econômicos, São
Paulo, 1982
ESCRAVIDÃO, TRÁFICO NEGREIRO E ESCRAVISMO
SAES, F;A.M. O término do escravismo: uma nota sobre a a historiografia. Estudos Econômicos, São
Paulo, 1982
POPULAÇÃO E MÃO DE OBRA:
A QUESTÃO SERVIL I: A
ABOLIÇÃO DO TRÁFICO.
Caio Prado Junior (cap. 15)
Paula Beilgueman (1976)
Saes (1982)
Prof. Edivaldo Constantino