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“A elevação nos preços dos alimentos e dos animais de transporte nas regiões vizinhas
constituiu o mecanismo de irradiação dos benefícios econômicos da mineração.”
Celso Furtado. Formação Econômica do Brasil. Pag. 121.
POVOAMENTO E ARTICULAÇÃO DAS REGIÕES
MERIDIONAIS
A pecuária no sul – não obstante sua baixa rentabilidade, subsistia graças às
exportações de couro – passa por uma revolução.
O preço do gado sobe.
“É um equívoco supor que foi a criação que uniu essas regiões. Quem as uniu foi a procura de
gado que se irradiava do centro dinâmico constituído pela economia mineira.”
Entretanto, os efeitos sistêmicos do ouro foram direto para a Inglaterra, sem nenhum
efeito sobre a economia de Portugal.
FLUXO DA RENDA
“Numa época dominada pelo mais estrito mercantilismo e em que era particularmente difícil
desenvolver um comércio de manufaturas, a Inglaterra encontrou na economia luso-
brasileira um mercado em rápida expansão e praticamente unilateral. Suas exportações
eram saldadas em ouro, o que adjudicava à economia inglesa uma excepcional flexibilidade
para operar no mercado europeu.”
“E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das minas passa em pó e em moedas para
os reinos estranhos e a menor é a que fica em Portugal e nas cidades do Brasil [...]”
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1967.
(Coleção Roteiro do Brasil, vol. 2), p. 304.
AÇÚCAR VERSUS OURO
Proporção entre brancos e escravos
Meio social mais complexo
Inserção de homens brancos despossuídos
Abertura para arranjos não tradicionais entre escravos e senhores
Possibilidades reais de mobilidade social
AÇÚCAR VERSUS OURO
DESSEMELHANÇAS AÇÚCAR / OURO
Potencial diferenciado para um desenvolvimento de caráter autopropulsionado
OURO >>> AÇÚCAR
Douglas Cole Libby. Transformação e trabalho em uma economia escravista: Minas Gerais no
século XIX. São Paulo: Brasiliense, 1988, p. 32.
REGRESSÃO ECONÔMICA E EXPANSÃO DA ÁREA
DE SUBSISTÊNCIA
“(...) cuja peculiaridade reside nas dificuldades encontradas pela província em
desenvolver uma produção exportável em substituição ao metal e às pedras preciosas.
Dessa forma, a diversificação da economia mineira e a importância do setor de
agricultura de subsistência mercantilizada ou não, bem como o desenvolvimento de uma
indústria, constituem (...) uma reação secular específica da organização econômica e
social escravista de Minas à crise que lhe tirou a razão de ser original.”
Douglas Cole Libby. Transformação e trabalho em uma economia escravista: Minas Gerais no
século XIX. São Paulo: Brasiliense, 1988, p. 32.
PARTINDO DE FURTADO...
Se tem um claro cenário de decadência
Involução econômica rápida e completa
Abundância de mão de obra permitiu o avanço rápido e intenso da cafeicultura
DEBATES
DEBATES
“A ideia de que Minas tenha sido um exportador de escravos na primeira metade do
século é contestada, mais que por qualquer outra evidência, pelo vigoroso crescimento
da população escrava da província. Em 1808, Minas tinha 148.772 escravos,
contingente esse que cresceu para 168.543 em 1819, constituindo-se na maior
população cativa do Brasil e representando 15,2% do total.”
Roberto Borges Martins Minas Gerais, século XIX: tráfico e apego à escravidão numa
economia não-exportadora Estudos Econômicos 13 (1): 181-209, jan./abr. 1983, p. 187
DEBATES
“Seu rápido crescimento entre 1819 e 1872 reforçou essa posição e a participação
nessa última data passou a 24,7%. Nesse período, a população escrava de Minas
cresceu a uma taxa cerca de duas vezes e meia maior que a média nacional e o seu
aumento absoluto foi igualado apenas pelo do Rio de Janeiro. Na época do censo,
Minas Gerais tinha mais escravos que as dez províncias ao norte da Bahia, Goiás, Mato
Grosso e Paraná, somados.”
Roberto Borges Martins Minas Gerais, século XIX: tráfico e apego à escravidão numa
economia não-exportadora Estudos Econômicos 13 (1): 181-209, jan./abr. 1983, p. 187
DEBATES
“É totalmente fora de cogitação que a província tenha contribuído com mão de obra
cativa para o surgimento e a expansão da indústria cafeeira do Vale do Paraíba. Na
verdade, é muito pouco provável que na primeira metade do século tenham ocorrido
quaisquer transferências significativas de escravos entre as províncias brasileiras,
sobretudo porque não havia razão para isso. Enquanto existiu o tráfico atlântico, o
grande pool de trabalho abundante e barato, para o café, o açúcar, a mineração, ou
qualquer outra atividade, foi a África, e esse pool foi suficiente para abastecer as
diversas áreas sem gerar tensões inter-regionais do mercado de trabalho cativo.”
Roberto Borges Martins Minas e o tráfico de escravos no século XIX, outra vez Texto para
Discussão nº. 70, UFMG/CEDEPLAR, maio de 1994, p. 32
ECONOMIA MINERATÓRIA II
Furtado (Caps. 13, 14 e 15)
Prof. Edivaldo Constantino