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Matéria: História Econômica do Brasil B

Professor orientador: Marcelo Magalhaes Godoy

Aluna: Stephanie Mickely Bianco Panatieri

Matrícula: 2020028160

PRIMEIRO TRABALHO: UNIDADE 1

DISSERTAÇÃO SOBRE A ECONOMIA DO AÇÚCAR DO NORDESTE NO


PERÍODO COLONIAL

Para que possamos entender a complexidade desse período, é necessário o contexto que
o levou. A expansão marítima europeia também permitiu a disseminação das estruturas
produtivas do açúcar, sob a lógica mercantilista. Assim, antes dessa estrutura chegar as
colônias na Américas, por volta do século XVI, Portugal já dominava a técnica de
produção do açúcar com o emprego da mão-de-obra escrava.

A sua dinâmica concebeu a principalidade do capital mercantil sobre a economia colonial,


privilegiando os mercados externos. Nesse interim, o Estado Português superintende a
distribuição territorial de sesmarias, suscitando o latifúndio e a concentração de capital
mercantil para estimular a capacidade de produção, especialização e criação de praxes
complementares, fomentando a formação do complexo açucareiro.

Durante os séculos XVI e XVII, a mão-de-obra predominante era a nativa, já que detinha
baixo custo. No entanto, o custo cresceu progressivamente, uma vez que a oferta diminuiu
em razão da dizimação feita pelos colonizadores e pelo processo de interiorização de
nativos que fugiam de maneira constante para dentro do território. Além da oposição
jesuítica a escravidão indígena e fatores epidemiológicos, elementos culturais favorecem
a transição para a mão-de-obra africana, já que os indígenas não se adaptavam ao trabalho
forçado, pois viviam para a sua subsistência. Portanto, o trabalho na economia açucareira,
principalmente nos engenhos, era predominante escrava e africana.

Entre os anos de 1580 e 1640, ocorreu a unificação dos reinos de Portugal e Espanha,
após a morte do rei Dom Sebastião e a anexação de Portugal ao território espanhol pelo
rei da Espanha, Dom Felipe II. Essa união se denominou União Ibérica e trouxe reflexos
para toda a estrutura da colônia. A Holanda, em virtude dessa união, invade o Nordeste e
domina a produção açucareira, uma vez que a parceira comercial com Portugal foi
dissolvida. Com o objetivo de controlar o tráfico negreiro e a produção açucareira, foi
criada a Companhia das Índias Ocidentais pela Holanda. Sua presença ficou marcada pela
chegada de Maurício de Nassau a Pernambuco. Com o intuito de administrar o território,
estimular a produção e se aproximar dos senhores de engenho, houve a concessão de
empréstimos.

Todavia, após de desentendimentos com a Companhia das Índias Ocidentais e a


reconquista de Portugal após o fim da União Ibérica, os holandeses foram expulsos e a
economia açucareira entrou em crise, já que eles aprenderam as técnicas de cultivo da
cana-de-açúcar e passaram a plantá-la nas Antilhas. Dessa maneira, açúcar holandês se
tornou um forte concorrente do açúcar produzido no Nordeste colonial.

Após a descoberta do ouro e outros metais preciosos no interior colonial, durante o


reinado de Dom José I, o despotismo esclarecido, que visava conciliar a política
absolutista conservadora e ideais econômicos iluministas, se tornou a face administrativa
do ministro Pombal. Suas concepções e ideais “esclarecidas” vieram de encontro com o
momento econômico delicado de Portugal. Como uma forma de contornar toda a crise
que assolava o território lusitano e suas colônias, ele foi designado para instituir políticas
administrativas e econômicas, que ficou marcada pela seguinte passagem “um
mercantilismo de tipo clássico, tardio, mas ajustado à defasagem da sociedade lusa,
adequado ao absolutismo reformador que dele se serve como instrumento de aceleração
das mudanças.”. Dentre as principais reformas, podemos elencar: o centralismo, com a
extinção do sistema de capitanias hereditárias, excetuando a de São Vicente que persistiu
até 1791; a ampliação e reforma da justiça colonial; reformulação do sistema financeiro
colonial com o intuito de coibir e prevenir o contrabando de ouro; a laicização; criação e
atuação de companhias de comércio: Companhia Vinícola do Alto Douro, Companhia
Geral do Grão-Pará e Maranhão e Companhia de Pernambuco e Paraíba para recuperar o
controle sobre o comércio de exportação e dinamizando a produção regional;
desamortização dos bens dos jesuítas e sua expulsão, que levou o desmoronamento do
aparato educacional colonial, instituídos pela Companhia de Jesus; e a elevação do status
colonial como vice-reino de Portugal, além da nomeação do Rio de Janeiro como nova
capital da colônia.
DISSERTAÇÃO SOBRE A ECONOMIA DO OURO EM MINAS GERAIS

Na segunda metade do século XVII, temos a crise açucareira conforme foi salientado
acima. Para contornar todo esse cenário de desestabilização econômica, um dos caminhos
foi a busca de metais preciosos, principalmente com a construção de uma expectativa do
imaginário de riquezas no interior no território. No final do século XVII e início do século
XVIII, as prospecções são bem-sucedidas, encontrando jazidas em vários pontos,
principalmente na porção territorial que corresponde ao estado de Minas Gerais.

Com essa descoberta, ocorre o processo de dinamização de zonas especializadas na


criação de animais de carga. Durante esse processo de urbanização, predomina também a
circulação urbano-rural, já que a concentração populacional está no espaço urbano que
necessitava de abastecimento por meio do exterior e, principalmente, de zonas produtoras
alimentícias que abasteciam a cidade mineradora, de maneira dinâmica e pulverizada. O
processo de ocupação do interior mineiro está relacionado as vias de acesso às minas.
Esse tipo de ocupação se diferencia daquela que promove o adensamento populacional,
pois ela promove a circulação de pessoas. Como a topografia mineira é de difícil
locomoção e em determinadas épocas chuvosas, a circulação era quase nula. Para manter
a circulação de mercadorias e de pessoas nas cidades mineradoras, era necessário manter
uma rede de apoio, que também fomentam o adensamento citado acima. Todavia, esse
processo especifico gerou a eclosão de unidades produtivas de abastecimento das cidades.
O abastecimento, depois da segunda quadra do século XVIII, feito a partir de mercados
mineiros, possui um relativo equilíbrio entre importações e reserva interna. Atividades
econômicas, tais como: agricultura, indústria, artesanato e pecuária substituem
parcialmente as importações. Essa tendencia se aprofunda na última quadra do século
XVIII, em que esse sistema de substituições de importações atinge o ápice.

Toda a infraestrutura impõe a urgência de um aparato burocrático de controle para


assegurar os direitos da Coroa. Assim, a fiscalização não se baseia apenas na taxação,
mas também na coibição o contrabando. Para isso, houve o estabelecimento de
regimentos das minas. O regimento das minas de 1702, associado a mineração em Minas
Gerais, era o mais complexo no que tange ao combate ao contrabando, distribuição de
unidades extrativas e legislação.

Contudo, com o crescimento rápido e descontrolado das cidades, os preços subiram e a


inflação traz uma série de problemas para toda a colônia. Além disso, as tensões com a
metrópole se potencializam com a instalação das casas de fundição e da imposição de
novos impostos. Apesar dos esforços da Coroa de tentar coibir o contrabando, essa era
atividade comum na colônia. Todo cenário de queda da produção e extração aurífera e
forte pressão metropolitana fez eclodir várias revoltas e instituiu uma forte crise
econômica na colônia.

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