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Matrícula: 2020028160
Para que possamos entender a complexidade desse período, é necessário o contexto que
o levou. A expansão marítima europeia também permitiu a disseminação das estruturas
produtivas do açúcar, sob a lógica mercantilista. Assim, antes dessa estrutura chegar as
colônias na Américas, por volta do século XVI, Portugal já dominava a técnica de
produção do açúcar com o emprego da mão-de-obra escrava.
Durante os séculos XVI e XVII, a mão-de-obra predominante era a nativa, já que detinha
baixo custo. No entanto, o custo cresceu progressivamente, uma vez que a oferta diminuiu
em razão da dizimação feita pelos colonizadores e pelo processo de interiorização de
nativos que fugiam de maneira constante para dentro do território. Além da oposição
jesuítica a escravidão indígena e fatores epidemiológicos, elementos culturais favorecem
a transição para a mão-de-obra africana, já que os indígenas não se adaptavam ao trabalho
forçado, pois viviam para a sua subsistência. Portanto, o trabalho na economia açucareira,
principalmente nos engenhos, era predominante escrava e africana.
Entre os anos de 1580 e 1640, ocorreu a unificação dos reinos de Portugal e Espanha,
após a morte do rei Dom Sebastião e a anexação de Portugal ao território espanhol pelo
rei da Espanha, Dom Felipe II. Essa união se denominou União Ibérica e trouxe reflexos
para toda a estrutura da colônia. A Holanda, em virtude dessa união, invade o Nordeste e
domina a produção açucareira, uma vez que a parceira comercial com Portugal foi
dissolvida. Com o objetivo de controlar o tráfico negreiro e a produção açucareira, foi
criada a Companhia das Índias Ocidentais pela Holanda. Sua presença ficou marcada pela
chegada de Maurício de Nassau a Pernambuco. Com o intuito de administrar o território,
estimular a produção e se aproximar dos senhores de engenho, houve a concessão de
empréstimos.
Na segunda metade do século XVII, temos a crise açucareira conforme foi salientado
acima. Para contornar todo esse cenário de desestabilização econômica, um dos caminhos
foi a busca de metais preciosos, principalmente com a construção de uma expectativa do
imaginário de riquezas no interior no território. No final do século XVII e início do século
XVIII, as prospecções são bem-sucedidas, encontrando jazidas em vários pontos,
principalmente na porção territorial que corresponde ao estado de Minas Gerais.