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Desde o século XII o Estado Nacional português começou a se desenvolver. A expansão territorial se
deu porque:
- A pressão demográfica, incentivou-se a busca por novas terras e riquezas; Comentado [CG1]: Portugal já estava muito ocupado e
- A busca de uma rota alternativa para comércio com o Oriente, que por terra era monopólio tem um território pequeno.
dos árabes, estimulou a criação de campanhas de exploração naval;
- As políticas mercantilistas possibilitaram a exploração por comando e financiamento estatal;
- A nobreza queria aumentar seu poder e posse de terras, o que significou uma expansão da
burocracia portuguesa.
Estágios da expansão:
*A Ilha da Madeira (noroeste atlântico da África) serviu de laboratório português para a produção de
bens coloniais (mineração e agroexportador) e para a formação de estruturas administrativas que,
posteriormente, foram copiadas para o Brasil.
Mesmo quando conquistou a América Portuguesa, a Coroa não se dispôs de imediato a fazer grandes
investimentos aqui, já que o comércio com o Oriente e a costa africana eram mais rentáveis. Portanto,
deixaram para o Brasil apenas feitorias que extraíam matérias-primas do litoral
Estrutura colonial:
- Pilhagem
- Comércio/escambo (inclusive de escravos)
- *Produção de bens coloniais: extração mineral e produção agrícola Comentado [CG2]: Fator decisivo para caracterizar como
colônia.
COLÔNIA
A crise da pimenta e outras especiarias no Oriente fez com que Portugal desse atenção para a América
Portuguesa numa tentativa de obter riquezas por aqui.
A Coroa implantou um sistema de capitanias hereditárias (apossadas por capitães donatários - fidalgos
da baixa nobreza) e governos gerais para a centralização do poder e desenvolvimento.
Os capitães que recebiam a concessão das terras tinham obrigações: poder jurídico e administrativo,
divisão das sesmarias para povoamento do interior e produção, comando da produção agrícola
(algodão, açúcar e tabaco), prisão e venda de indígenas, fiscalização do comércio.
Pouco após o estabelecimento das capitanias, poucas foram as que sucederam: apenas Nova Lusitana
(Pernambuco) e São Vicente (São Paulo). A grande maioria estava ameaçada por má administração,
revoltas indígenas e invasões francesas.
Para retomar o controle, Portugal centralizou a administração do Brasil na figura de Tomé de Souza
(1549-1553), que dentre as atribuições combateu e exterminou muitos indígenas para dar exemplo
aos outros. Tomé tinha maior poder administrativo e fundou a primeira vila com caráter municipal
(administração estatal), que contava com colégios (ensino) e estruturas jurídicas. As câmaras
municipais tinham prerrogativas administrativas ilimitadas e eram a base do controle administrativo
português no Brasil, comandando construções, comércios e legislações.
Nesse período, os holandeses haviam financiado a produção de açúcar no Brasil até que, com a União
Ibérica (1580-1640), o comando da Coroa Portuguesa por parte de um rei espanhol, inimigo dos
holandeses, culminou da expulsão armada dos holandeses. Foi também durante a União que o
Tratado de Tordesilhas parou de ser seguido na prática, possibilitando uma expansão da América
Portuguesa para o oeste.
Com o fim da União Ibérica, Portugal não tinha forças militares para defender a América sozinho e,
por isso, aliou-se à Inglaterra por meio de benefícios comerciais durante os séculos XVII, XVIII e XIX às
custas de uma balança comercial desfavorável para Portugal e gerou um alto fluxo de ouro para a
Inglaterra.
Em meados do século XVIII (1750), o Tratado de Madri é assinado, permitindo oficialmente a expansão
portuguesa para o oeste da América. Nesse mesmo período, inicia-se a Era Pombalina com a morte
do rei João V e a ascensão de José I que escolheu o Marquês de Pombal como seu secretário de Estado.
Essa Era foi caracterizada por modernização. Num contexto de transição do feudalismo para o
capitalismo, Pombal era um déspota esclarecido (um absolutista com ideias liberais) que comandava
com duas correntes a priori contraditórias: o mercantilismo e o iluminismo. As capitanias hereditárias,
exceto São Vicente, são findadas e a sede do governo passa para o RJ. As ideias liberais, as motivações
econômicas, e a crescente rejeição ao domínio católico, fizeram com que Pombal rompesse o conflito
entre colonos e jesuítas ao expulsar o segundo grupo numa tentativa de laicização e assumir a tutela
indígena, proibindo sua escravização.
Com o fim do governo de Pombal em 1777, restou o último período até o fim da colônia em 1808, que
coincidiu com o período de maior expansão territorial para produção agrícola. As pressões dos
conflitos franceses na Europa estreitaram a aliança Portugal-Inglaterra e possibilitou os ingleses
comerciarem diretamente com a colônia em detrimento do monopólio da Coroa. A independência
dos EUA em 1776, a revolta dos escravos de 1791 em Saint Domingue (que culminou na independência
do Haiti em 1800) e a Revolução Francesa de 1789 (também influenciada pelo Iluminismo)
influenciaram o Brasil e promoveram revoltas liberais e separatistas como a Inconfidência Mineira
(1788-89) em Ouro Preto e a Revolta dos Alfaiates (1798) na Bahia.
*Apesar desses acontecimentos, as ideias libertárias estavam longe de serem o mais comum, o
conservadorismo e o catolicismo ainda representavam a maior força na sociedade colonial.
FIM DA COLÔNIA
Com a vinda da Coroa em 1808, o Brasil deixa o status de colônia. Ocorre a Abertura dos Portos para
a comercialização com o resto do mundo, mas os privilégios alfandegários ingleses e portugueses são
mantidos. Por motivações econômicas, os ingleses pressionam pelo fim da escravidão e avanços
começam a ser feitos até a efetiva abolição da escravidão em 1888.
Com a realeza portuguesa no Brasil, inicia-se a modernização da capital, Rio de Janeiro, com a
formação de um forte aparelho estatal e corpo diplomático (ministérios, secretarias, tribunais,
repartições públicas, Conselho de Estado, e outro de Fazenda). Também surge a primeira instituição
de ensino superior e várias outras obras marcantes como a escola de artilharia, a Biblioteca Real, a
Impressão Régia, a Academia (que deu origem à Escola de Belas-Artes). Acontece também o fim da
proibição da criação de manufaturas e fábricas no Brasil e surgem incentivos fiscais e alfandegários à
instalação de fábricas.
Em 1815, o Brasil é promovido a Reino Unido ao de Portugal e Algarve. Em 1818, a Rainha Maria morre
e o príncipe-regente foi aclamado rei João VI. Em 1820, acontece a Revolução Constitucionalista em
Porto que repercutiu no Brasil e incentivou um processo político que acabaria por levar à
independência brasileira em 1822.
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ECONOMIA DA COLÔNIA
*Em momento algum da colônia o Brasil foi abastecido por mercados externos (senão por insumos
como mão de obra escrava e bens não substituíveis), porque Portugal mal conseguia produzir para
sua própria população, e o comércio com outros países não era permitido.
*Recôncavo baiano é a região agrícola mais importante em todo o período colonial (algodão, tabaco
e açúcar), ajudado pela presença de portos e por abrigar a maior cidade por muito tempo (Salvador).
ECONOMIA DO AÇÚCAR
- Açúcar branco;
- Açúcar mascavo;
- Rapadura;
- Destilados (água ardente);
- Caldo da cana;
- Melado.
A produção era tanto para o mercado interno (menos significante) quanto para exportação
(proeminente).
• Nordeste
Zona da Mata / Mata Atlântica (zona costeira)
Sertão / Semiárido
- Latifúndio;
- Trabalho escravo;
- Monocultura (não absoluta);
- Exportação;
- Hegemonia (comando português sobre capital) = maior parte do lucro remetido para a
Metrópole.
O engenho era uma unidade de produção agrícola e manufatureira, dado que a cana precisa passar
pelo processo de transformação logo depois da colheita.
Originária do extremo oriente e difundida pelo mediterrâneo e África, Portugal faz experimentos
econômicos com a planta em áreas de domínio como a ilha da Madeira no norte atlântico africano.
Como o açúcar era o principal bem da pauta de exportações brasileiras, as flutuações de preços do
produto marcam os períodos da economia brasileira colonial.
1550-1650:
Maior expansão, implantação, incentivos estatais, monopólio. No fim do período os holandeses
ocupam as áreas de produção do açúcar.
1650-1690:
Com a expulsão dos holandeses após as guerras de reconquista, eles decidem começar a produção de Comentado [CG3]: Destruição de engenhos.
açúcar em outras regiões do mundo, como as Antilhas, o que quebra o monopólio português e
aumenta a competitividade, reduzindo o preço do açúcar.
1690-1710:
1710-1770:
Com o crescimento das economias de mineração, há uma maior demanda por escravos. Com isso, há Comentado [CG4]: Economias de mineração conseguiam
uma elevação dos custos de produção do açúcar e consequente estagnação do setor açucareiro. pagar mais por cada escravo porque a produção de minério
gera uma maior lucratividade por escravo.
A expansão da concorrência antilhana e a ineficácia das reformas pombalinas prejudicam o setor do
açúcar.
1770-1820:
Expansão da produção para o RJ e SP, viabilizado pela estrada que transpõe o mar de morros. Essa
expansão é favorecida pela crise da atividade mineira.
- Fim do escambo
- Encarecimento do custo
- Epidemias
- Dificuldade de adaptação
- Oposição jesuítica
- Facilidade do controle da Coroa sobre o comércio de africanos
- Rentabilidade do tráfico negreiro para os portugueses
ECONOMIA DO OURO
Com a crise do açúcar após a expulsão dos holandeses e consequente aumento da concorrência
internacional, a Coroa buscou alternativas comerciais, promovendo bandeiras até que os paulistas Comentado [CG5]: Expedições de exploração para
bandeirantes descobrem ouro em MG. A ocupação do estado mineiro, antes povoada por nativos, captura de indígenas e busca de metais preciosos.
promoveu a escravização, aculturação, migração e guerras de extermínio dos indígenas.
A economia do ouro possibilitou uma grande mobilidade social, tanto pelo comércio quanto pela
atividade mineira, para livres e escravos! Por isso, surgem correntes migratórias internas e externas
para a região de MG. Internas: São Paulo, Nordeste e Rio de Janeiro. Externas: Portugal e África
(escravos forçados). A Coroa tenta regular a migração de nordestinos e portugueses, já que ela se
tornou um revés à economia açucareira, promovendo a perda de trabalhadores agrícolas e o aumento
do preço de escravos.
• Minas Gerais
- Relevo acidentado e partes “campistas”
- Hidrografia capilarizada
- Vegetação serrana e mata atlântica
- Relativo isolamento que dificulta a integração de mineração e agricultura. Logo, Minas era
quase que exclusivamente focada na atividade mineira
Exclusivamente nas regiões de mineração, o urbano precedeu o rural. O rural segue o urbano na
formação de grandes redes de abastecimento para sustentabilidade das regiões urbanas:
mercados de abastecimento europeus, orientais, de escravos, do Nordeste...
A formação da economia do ouro estimulou a efetiva colonização do sul do Brasil, que se tornou o
principal fornecedor de animais para MG (animais de carga, tropas de muares).
Há o desenvolvimento das artes, e a maior presença de estudantes de mineradores que foram para
Coimbra e voltaram para MG.
Mineração do ouro
Mineração de diamantes
- Regime de capitação;
- Contratos: concessão privada;
- Administração direta.
Periodização do processo de substituição de importações associadas ao abastecimento Comentado [CG7]: De início, MG importava todos os
bens de comércio. Mas progressivamente, com o
Fim séc. XVII: desenvolvimento da economia do ouro e das redes de
abastecimento, foi se tornando autossuficiente.
Não há restrições ao abastecimento e o incipiente povoamento requer provimento exclusivamente
externo.
1700-1725
Abastecimento externo vindo de todas as partes (Nordeste, Sul, Portugal, África - escravos)
1725-1750
Equilíbrio entre abastecimento externo e provimento interno; bens e serviços artesanais e agricultura.
1750-1775
Ápice da substituição de importações, só não substitui aquilo que não tinha como (escravos, sal, vinho,
bacalhau, pólvora).
Há uma inversão: Minas que começa a abastecer os outros locais porque a produção excede a
demanda interna.
ECONOMIA DO TABACO
A produção do tabaco ganha espaço no Nordeste e no RJ. Baseia-se no plantation e não necessita de
tratamento após a colheita, como o açúcar. Mas o trabalho ainda assim era extensivo pois necessita-
se de cuidado especial na plantação.
Juntas ou contratos do tabaco eram as regulamentações da atividade. No início do séc. XVIII, já é uma
atividade expressiva. Há uma migração de fatores produtivos para a produção de tabaco que trazia
bons retornos, o que esvaziou a produção de alimentos internos (de abastecimento).
ECONOMIA DO ALGODÃO
Só no fim do séc. XVIII se torna um bem colonial e integra vários mercados. Durante a Guerra de
Independência dos EUA, que interrompe a produção de algodão desse grande produtor, a produção
no Brasil ganha vantagem com a janela de oportunidade.
PECUÁRIA
COLONOS X JESUÍTAS
Os colonos queriam explorar o trabalho indígena sem restrições, enquanto os jesuítas queriam
catequizar os índios e usar o trabalho para produção de açúcar (de forma cooperativa, não
escravizada).
A Coroa tem uma ação ambígua, ora favorável com jesuítas ora com colonos. No séc. XVIII, a questão
é resolvida pela expulsão dos jesuítas (tanto da América Portuguesa como da Espanhola) por
interesses dos reis contra a Igreja (lembrar da ascensão das ideias liberais na Europa).
MODELOS COLONIAIS
Caio Prado
Cardoso e Gorender
- Focam no fato de a burguesia Portuguesa ter tentado enobrecer, indo contra o avanço
capitalista.
- No Brasil, acontece o mesmo, com comerciantes tentando se “afidalgar”.
- Isso prejudicou o desenvolvimento brasileiro, que por muito tempo resistiu aos avanços do
resto do mundo, permanecendo em relações tradicionais de trabalho (escravismo),
prejudicando o desenvolvimento industrial e beneficiando o desenvolvimento agrário
(conflito agrarismo x industrialismo).