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A Formação da

Economia
Brasileira

Aluno: Enzo Chimenti, Matheus Bandeira, Lucas Duarte, Daniel Vieira,


John Fernandes e Marlon.
Trabalho de Economia Brasileira Contemporânea.
IBMR – Unidade Barra, turno da manhã.

Brasil Colônia
Após o descobrimento das terras brasileiras por parte das navegações
portuguesas, a partir do mapeamento e as expedições realizadas por Martim
Afonso de Sousa, duas das primeiras vilas brasileiras foram criadas: São Vicente
e Piratininga. Dom João II então tomou a decisão que seria um dos principais
fatores para atingir o ponto de finalmente tornar aquelas terras tão extensas e
repletas de árvores em colônias portuguesas, dividindo o território brasileiro em
quinze imensos lotes, os distribuindo para heróis de navegação e burocratas,
dando assim origem aos primeiros polos para administração do território e
recursos brasileiros, a partir da exploração do pau-brasil, o algodão e as
lavouras de cana-de-açúcar. No entanto, o modelo dessas capitanias foi
desapontador no Brasil, devido os ataques dos franceses, com conflitos com
nativos, desordens causadas por criminosos enviados por Portugal para cumprir
pena no território brasileiro e a dificuldade de manter e adaptar o trabalho de
mão de obra indígena ao trabalho nos engenhos. Apenas duas puderam se
manter, sendo elas São Vicente e de Pernambuco, sendo ambas líderes na
produção de açúcar.
Foi então, que finalmente se deu o início do ciclo do açúcar, que foi talvez uma
das maiores etapas econômicas durante todo o Brasil Colônia, mesmo que
também seja em partes marcado pelo declínio na pauta de exportações
brasileiras e tenha tido um legado negativo. Nessa época, a economia possuía
um modelo europeu que priorizava as agros exportações, ou seja, todos os
recursos em cada uma das colônias funcionavam em prol de um único objetivo:
produzir bens para exportações. O período que vai de 1570 a 1670 é o que pode
ser chamado de “século do açúcar”, tendo crescimento tão grande que de 60
engenhos em 1570 para mais de 500 em apenas um século. Esse mesmo
crescimento foi tão único, que durante esse período o Brasil se tornou o maior
exportador do produto em todo o mundo, até a concorrência com as Antilhas,
causando a crise nos engenhos, resultando em um enorme prejuízo que viria a
ser revelado no futuro, encerrando oficialmente o ciclo do açúcar por volta do
século XIX, devido os engenhos de Pernambuco e Bahia continuarem a produzir,
dando início ao ciclo do café.
Com o surgimento da crise, um novo sistema surgiu, fadado a marcar toda a
economia e não apenas ela, como também questões sociais e culturais, ficando
conhecido como “plantation”, tendo como principal produto a cana-de-açúcar.
Esse sistema possuía quatro perigosos pilares que constituíam todo seu
processo, sendo eles a produção voltada para o mercado externo, causando
certa fragilidade econômica devido estarem a mercê do funcionamento do
mercado internacional; a monocultura, que concentrava a produção em um
único produto, dependendo unicamente do preço do respectivo produto, onde
a queda do mesmo poderia ser fatal para toda a economia; os latifúndios,
concentrando a renda e o poder de enormes territórios nas mãos de poucos; e
por fim, a mão de obra escrava, onde eram dependentes de uma enorme
quantidade de braços operantes para o funcionamento das lavouras, causando
um impacto de desigualdade que é sentido até mesmo nos dias de hoje, sendo
um resultado em especial do sistema de plantation e a importação em massa
dos escravos africanos.
E foi a partir desse momento que a crise definitivamente mostrou suas caras,
onde a próspera fase que Portugal vivia começou a entrar em declínio, já que o
lucro obtido no comércio internacional não fora investido em desenvolvimento
da produção manufatureira. Da mesma forma que exportavam alguns produtos,
eram obrigados a importar praticamente todo o consumo de manufaturados,
que valiam mais que aqueles, causando um déficit que se acumulou e só restou
para Portugal contrair empréstimos externos para saldá-los, tendo a situação
agravada com a queda do preço dos produtos de exportação, junto as rotas
orientais sendo invadidas por ingleses e franceses.
Como se já não bastassem todos os problemas resultantes, em 1580 o rei
espanhol Felipe II assumiu o trono de Portugal, tornando o país em um “vice-
reino da Espanha”. Só foi conseguir recuperar sua soberania em 1640, quando
já se encontravam totalmente falidos graças os tributos pagos para a Espanha,
não restando quase nada do antigo império colonial. Tudo o que restava para a
economia de Portugal era o Brasil, que naquele dado momento já começava a
entrar em declínio do mercado açucareiro graças as Antilhas, que consumia esse
último recurso que ainda tentava movimentar a economia portuguesa. Foi em
simultâneo a todos esses problemas acumulados que a Coroa portuguesa foi
notificada sobre as descobertas de ouro, diamante e outros metais preciosos
pelo interior do Brasil, por parte dos bandeirantes. Conforme os boatos eram
confirmados, a atividade mineradora foi se desenvolvendo rapidamente como
uma esperança para a própria Coroa de se reerguer, sobretudo no estado de
Minas Gerais, mas também Goiás, Mato Grosso, São Paulo e na Bahia. Por
estarem quebrados, a Coroa de forma desesperada criou um rígido sistema de
tributação e fiscalização, na tentativa de evitar o contrabando.
O ciclo do ouro no Brasil durou aproximadamente um século, perfazendo-se
com o esgotamento progressivo das jazidas a partir de 1760. E novamente como
nas diversas vezes que o Brasil atingiu o auge de sua produção/exploração do
respectivo produto mais importante nas etapas dos respectivos ciclos, se tornou
o maior fornecedor mundial de ouro, que foi praticamente totalmente entregue
aos cofres ingleses, graças a dependência econômica portuguesa em relação ao
país vizinho. De imediato alguns reflexos já se revelaram graças a corrida do
ouro, sendo eles carestia e inflação, já que províncias interioranas não tinham
condições de arcar com os custos para às multidões. A prática mineradora
também teve impactos positivos na economia de outras regiões, como foi o
caso do Sul, que fornecia mulas para o transporte das cargas, e de São Paulo,
que abastecia os mineiros com alimentos e outros produtos.
A partir de 1795, com a ofensiva francesa avassaladora sobre o território
europeu. Nos anos seguintes, em meio aos conflitos e a soberania francesa
sobre parte da Europa, a decisão do bloqueio continental inglês apertou a
situação portuguesa, que agora deveria decidir entre continuar negociando com
os ingleses, porém, ser invadido pelas tropas napoleônicas, ou abrir mão de sua
tradicional aliada, vinculado por uma série de tratados. Foi então que D. João VI
toma uma decisão importante: foge com toda a família Real para o Brasil, em
novembro de 1807. Os anos seguintes foram prósperos para o território
brasileiro, já que os portos foram abertos para as nações amigas, impulsionando
a economia e colocando um fim ao pacto colonial. Dessa forma, os brasileiros
entraram oficialmente no mercado internacional, fortalecendo a classe
comerciante. Outras decisões foram a criação das primeiras instituições de
ensino superior, e a Biblioteca Real. Além de liberar estradas e a atividade da
imprensa, junto do nascimento do Banco do Brasil, que teve responsabilidade
por um surto inflacionário, sendo agravado pela volta do rei para Portugal, que
esvaziou os cofres, comprometendo sua solvência, dando um fim definitivo ao
período colonial.

Império do Brasil
A economia do Brasil era extremamente diversificada no período pós-
Independência, mas foi necessário um grande esforço por parte do governo
monárquico para realizar a transmutação de sistema econômico puramente
escravocrata e colonial para uma economia moderna e capitalista. Contudo, a
monarquia fora capaz de manter até o fim de sua existência o extremamente
notável crescimento econômico iniciado com a vinda do então príncipe-regente
dom João ao Brasil. Isto foi possível, em parte, graças ao liberalismo adotado
pelo regime monárquico, que favorecia a iniciativa privada.
Para um país carente de capitais, seria necessário investir o tanto quanto
possível nas exportações, buscando alcançar uma balança superavitária.
Contudo, tal feito fora complicado pela completa falta de produtos
manufaturados no país, que resultou num aumento considerável das
importações, criando um déficit contínuo. A maior parte das importações eram
tecidos, vinhos, sabões, comestíveis, perfumarias, dentre outros. Até a década
de 1850, itens como carvão, maquinaria, cimento, ferro, ferramentas e artigos
de ferro representavam 11% das importações brasileiras em relação à Grã-
Bretanha.
O governo de D. Pedro II foi marcado pelo crescimento grande do mercado
cafeeiro, iniciando o último grande ciclo econômico do império, pela guerra do
Paraguai e por fim, as questões abolicionistas, que levaram gradativamente o
último imperador a sua deposição em 1889.
Em 1840, D Pedro II assume o trono no famoso golpe da maioridade, as classes
políticas da época enxergavam no pequeno monarca uma forma de apaziguar as
numerosas crises do período anterior, e não era para menos, o governo de Dom
Pedro teve poucas revoltas.
Ao direcionar o foco para questão econômica, é interessante notar como o café
ascendeu economicamente em período próximo a posse do imperador, e com
isso sua gestão foi marcada com um grande crescimento da economia, com o
desenvolvimento de ferrovias e evolução e criação de portos, devido a grandes
demandas externas, fazendo com que a mão de obra se torne fundamental ao
lucro do barão de café, tornando a abolição uma ideia absurda. Um ponto de
destaque é o surto industrial comandado pelo Barão de Mauá, que infelizmente
foi suprimida por interesses latifundiários. Próximo do fim do segundo reinado a
questão abolicionistas vai se tornando mais intensa, com diversas legislações
restringindo a prática, e em 1888 a princesa Isabel, por meio de pressões
inglesas, assina a lei Áurea, retirando enfim o último Pilar de sustentação do
imperador, a elite latifundiária, anteriormente D. Pedro havia perdido apoio
religioso, devido a questões relacionadas a maçonaria, e também pelos
militares, uma vez que seu reconhecimento foi quase inexistente após a guerra
do Paraguai. Por fim, o marechal Deodoro da Fonseca depõe o último monarca
brasileiro, proclamando assim a república.

República Velha
A Primeira República, também conhecida como República Velha se estende de
1889 até 1930, quando Getúlio Vargas, através de um Golpe de Estado inicia um
novo período político. A cultura do café constituiu-se no período da República
Velha, sobretudo na fase conhecida como “república dos oligarcas e se tornou o
motor da economia nacional.
O café liderava a exportação na época, seguido da borracha, do açúcar e outros
insumos. O estado de São Paulo capitaneava a produção de café neste período e
também determinava as diretrizes do cenário político da época. Da economia
cafeeira, resultam três processos que se complementam: a imigração intensiva
de estrangeiros para o Brasil, a urbanização e a industrialização. Após todos
esses processos e com a cultura cafeeira estabelecida no Brasil, partidos
políticos republicanos e abolicionistas faziam fortes pressões para o fim da
utilização da mão-de-obra escrava. Logo, em 1888, efetivou-se a abolição da
escravidão e, no ano seguinte, realizou-se a Proclamação da República, fatos
que intensificaram a imigração e também a permanência dos imigrantes nas
terras trabalhadas, tornando-se colonos.
Após o término da Primeira Guerra Mundial, em 1918, uma nova onda
migratória se dirigiu ao Brasil. Neste período, a economia cafeeira se
transformou num complexo econômico com várias extensões. Os imigrantes
que vinham à procura de trabalho nas lavouras de café acabavam, muitas vezes,
deslocando-se para os núcleos urbanos que começavam a despontar nessa
época. O processo de urbanização de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo
se desenvolveu justamente para facilitar a distribuição e o escoamento do café,
que era direcionado à exportação. A ampliação das linhas férreas que ocorreu
neste período, por exemplo, foi planejada para tornar mais fluido esse processo.
A presença dos imigrantes nos centros urbanos, por sua vez, proporcionou o
aparecimento de empregos urbanos assalariados e outras fontes de renda como
artesanato e a proliferação de profissões liberais. A junção dessas novas formas
de trabalho do imigrante com a estrutura urbana desenvolvida pelo complexo
cafeeiro favoreceu o fluxo de produtos manufaturados e o consequente
desenvolvimento das indústrias nos centros urbanos.
Por volta de 1880, a presença de fábricas no Brasil não era muito significativa.
Contudo, em 1910, as atividades industriais já eram bastante expressivas no Rio
de Janeiro e em São Paulo. Por meio da intensa exportação de café e
importação de outros produtos necessários ao mercado interno brasileiro,
várias estruturas de maquinário fabril também aportavam em terras brasileiras,
já que os grandes cafeicultores começaram a investir em indústrias. Logo, com
os cafeicultores investindo em maquinário industrial, a produção do café tende
a aumentar e assim gerando maior lucro para a economia nacional.
Os principais tipos de atividades industriais do período estavam relacionados
aos setores: têxtil, de bebidas e de alimentos. A modernização agrícola
contribuiu para a que indústria se desenvolvesse no âmbito dos setores
referidos. E, para que houvesse estabilidade na produção industrial, também foi
necessário o controle do valor da moeda brasileira.
Marechal Hermes da Fonseca governou de 1910 a 1914. A economia era
voltada para o desenvolvimento rural do país, com ações destinadas a
valorização do café, através de uma política bastante conservadora, usando os
antigos mecanismos de regulação de preços, compra e estoque deste produto.
Dessa maneira, adotou poucas medidas voltadas para o desenvolvimento
industrial e modernização dos setores produtivos do país.
Wenceslau Braz de Pereira governou de 1914 a 1918. O seu governo foi
marcado pelo início da primeira guerra mundial, o que gerou algumas
consequências para a economia do país. No começo da sua gestão, ocorreu uma
queda brutal das exportações dos produtos agrícolas. Pata evitar a queda nos
preços do café, o governo federal queimou 3 milhões de saca de café que estava
estocadas. Além disso, houve uma expressiva queda das exportações dos
produtos manufaturados, estimulando a economia brasileira a produzir
internamente os produtos que deixaram de serem exportados dos países em
guerra, resultando em vigoroso crescimento do setor industrial.
Delfim Moreira governou de 1918 a 1919. Para reverter o déficit orçamentário
sucedido por conta da Primeira Guerra Mundial foram aumentadas as tarifas
alfandegárias, emitidos títulos da dívida e reduzidos os gastos públicos. A
carestia persistia e afetava muito a vida do trabalhador.
Epitácio da Silva Pessoa governou de 1919 a 1922. A defesa do setor cafeicultor
se manteve no governo de Epitácio Pessoa. Ele aumentou a emissão de papel
moeda e obteve empréstimos da Inglaterra para debelar o impacto da crise
econômica internacional de 1920 nesse mercado.
Arthur Bernardes da Silva governou de 1922 a 1926. Durante seu governo, a
instabilidade política e econômica foi marcante, visto que governou no estado
de sitio. Com isso tivera de lidar com uma inflação desenfreada, decorrente do
final da Primeira Guerra Mundial. Com o intuito de equilibrar a economia do
Brasil, propôs cortes nos gastos públicos, realizou empréstimos e o aumentou
os impostos.
Washington Luiz Pereira de Sousa governou de 1926 a 1930. Ele quis retomar a
prática da conversão da moeda em ouro, pois com a política econômica dos
governos anteriores de aumento de emissão do papel-moeda e de especulação
financeira foi abandonado o padrão-ouro. Assim, buscava-se estabilizar a
balança comercial do país, estimulando a exportação dos produtos nacionais
por meio do aumento das taxas cambiais com o objetivo de proteger a indústria
nacional. Contudo, o aumento das taxas das importações causou empecilhos ao
comércio e para a aquisição de maquinário estrangeiro pela indústria. Apesar
das tentativas de estabilizar a economia nacional, a quebra da bolsa de Nova
Iorque, em 24 de outubro, e a crise econômica mundial de 1929 também
atingiram a economia brasileira, sobretudo, a transação do principal produto de
exportação do país, o café.

Bibliografia: SOUZA, Jobson Monteiro de. Economia Brasileira. São Paulo:


Pearson Education do Brasil, 2009.

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