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❝𝚀𝚞𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚗ã𝚘 𝚑𝚘𝚞𝚟𝚎𝚛 𝚖𝚊𝚒𝚜 𝚝𝚛𝚘𝚟õ𝚎𝚜,,

𝚀𝚞𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚗ã𝚘 𝚑𝚘𝚞𝚟𝚎𝚛 𝚖𝚊𝚒𝚜 𝚗𝚞𝚟𝚎𝚗𝚜,

𝚀𝚞𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚗ã𝚘 𝚑𝚘𝚞𝚟𝚎𝚛 𝚖𝚊𝚒𝚜 𝚊 𝚝𝚘𝚛𝚖𝚎𝚗𝚝𝚊,

𝙰 𝚌𝚛𝚒𝚊 𝚍𝚘𝚜 𝚌é𝚞𝚜 𝚑á 𝚍𝚎 𝚛𝚎𝚗𝚊𝚜𝚌𝚎𝚛,

𝙽ã𝚘 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝚊 𝚟𝚒𝚍𝚊, 𝚖𝚊𝚜 𝚜𝚒𝚖,

𝙿𝚊𝚛𝚊 𝚊 𝑴𝒐𝒓𝒕𝒆. ❞

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▌【⌘】▌➟ 𝐓𝐢𝐩𝐨 𝐝𝐞 𝐜𝐞𝐧𝐚: Cena especial; demonstrativa.

▌【⌘】▌➟ 𝐒𝐭𝐚𝐭𝐮𝐬 𝐝𝐚 𝐜𝐞𝐧𝐚: Fechada, única.

▌【⌘】▌➟ 𝐄𝐯𝐞𝐧𝐭𝐨: Tornando-se um líder.

▌【⌘】▌➟ 𝐓í𝐭𝐮𝐥𝐨: Da Morte, para a Vida.

▌【⌘】▌➟ 𝐎𝐒𝐓/𝐓𝐡𝐞𝐦𝐞 𝐒𝐨𝐧𝐠: https://www.youtube.com/watch?v=VAZsf8mTfyk

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Nascer como a prole de um deus poderia de fato ser considerado para os mais fracos e
insignificantes como uma maldição, já que dificilmente manteriam suas vidas em um rumo
considerado “comum” perante seus semelhantes de raça, humanos. Era incrível como essa
mesma raça, por mais insignificante que fosse, atraía tanto a atenção dos deuses, que
acabavam por se relacionar e assim originando aqueles conhecidos como semideuses e
Rhysand foi apenas mais um que obteve tal benção, ou ao menos era assim que acreditava
ser. Na verdade, nunca entendeu porque deuses copulavam com humanos, como se
fossem reis e rainhas que se deitavam com a plebe de seus majestosos reinos, mas de
certa forma era grato por isso.

Desde muito jovem fora detentor de um espírito de liderança sobressalente ao demais que
se aproximavam, sempre tendo as atenções atraídas para si junto da confiança que todos
sempre lhe depositavam, e assim foi depois de sua chegada no Acampamento Júpiter, que
levava o nome do próprio pai. Proles do grandioso rei dos deuses sempre detinham do
foco, destinadas a glória e ao sucesso e não foi diferente para o garoto, que tanto os
desafios de Lupa quanto a própria Quinquatria foi de longe o maior destaque dentre toda
a nova remeça de novos legionários. A partir daquele ponto, já era detentor de um enorme
respeito e temor, cada vez mais ascendendo de forma social e política no acampamento,
onde ao completar seu primeiro ano de serviço foi nomeado como Centurião de sua
coorte.

Mesmo sendo pertencente da terceira coorte, esta que não carregava consigo grandiosos
nomes, com a chegada de Rhysand desde o começo fez com que durante sua época se
tornasse a maior dentre as cinco, vitoriosos por dois anos consecutivos da Quinquatria. A
oficialização do mesmo como Centurião, no ano seguinte apenas trouxe mais glórias,
concedendo para seus iguais respeito e confiança, que cada vez mais se destacavam em
missões e até atividades pelo acampamento, assim sucedendo por mais um ano inteiro na
liderança da prole de Júpiter, que apenas os guiava para a glória definitiva.

Entretanto, tamanha atenção não lhe fornecia apenas benefícios. Inimigos de Júpiter e até
do próprio acampamento foram atraídos pelo mesmo que a cada vez mais ascendia em
popularidade e poder, sendo enviado para uma missão selecionado pelo próprio Senado
de Nova Roma, com o objetivo de exterminar uma besta que há tempos já causava
problemas em uma região florestal no Colorado. Havia ficado encarregado de ser o líder,
guiando outros três legionários para que assim a besta fosse exterminada. Entre eles, Gail,
como filha de Mércurio, Nicholas como filho de Plutão e Brandon como filho de Jano. E
então, partiram, intencionados a trazer a cabeça da besta novamente para o
acampamento.

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【𝑭𝒍𝒐𝒓𝒆𝒔𝒕𝒂 𝑵𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍 𝑾𝒉𝒊𝒕𝒆 𝑹𝒊𝒗𝒆𝒓, 𝑪𝒐𝒍𝒐𝒓𝒂𝒅𝒐】

O relógio de Gail denunciava a hora e a data quando finalmente alcançaram as entradas


do enorme parque ambiental: 𝟣𝟨:𝟥𝟩, 𝖽𝗈 𝖽𝗂𝖺 𝟢𝟫 𝖽𝖾 𝖺𝖻𝗋𝗂𝗅 𝖽𝖾 𝟤𝟢𝟣𝟧. Na frente, guiando o
grupo, Rhysand os conduzia para a área onde o último desaparecimento teria ocorrido,
graças a informações reunidas pelo grupo durante as recentes investigações feitas. Todos,
sem exceção, estavam armados com artefatos pessoais próprios, compostos por bronze
celestial feitos à mão pelo ferreiro divino, Vulcano. A respectiva prole de Júpiter detinha de
uma aura natural sobressalente, onde prosseguiam por fora da trilha sem que houvessem
dificuldades para se guiarem.

— Depois de exterminarmos a besta, pagarei a todos uma rodada de cerveja. – Comentou


sem sequer desviar o olhar para trás onde os demais se encontravam, mantendo o curso
focado e centrado como de costume.

A reação por parte dos três fora de animação, mas tinham plena consciência do inimigo
que estavam prestes a enfrentar, já que os relatos e rumores eram bem esclarecedores,
portanto, a tensão acabava por lhes consumir mesmo que acompanhados por um dos
mais famosos legionários ainda vivos naquele dado momento. Por fim, chegaram ao pé da
montanha com horas e horas de trilha, interrompendo suas passadas para direcionar um
olhar sério aos outros três.

— A partir de agora, podemos ser atacados a qualquer momento, estamos na área 𝐝𝐞𝐥𝐚.
Deixamos de ser os caçadores, para nos tornarmos as presas, portanto, façam de tudo para
virar esse jogo ao nosso lado novamente.

E novamente, não obteve respostas. Todos os três estavam consumidos por aquela terrível
sensação que o desconhecido lhes proporcionava, principalmente a prole de Plutão que
naturalmente esbanjava uma aura desanimadora que pouco os afetava, mas denunciava o
pouco esforço que estava disposto a realizar até então, iniciando a subida também por
fora da trilha, enquanto a noite já começava a cair e a escuridão prevalecesse. Os céus já se
cobriam por nuvens e pequenos trovões, pela única presença da prole de Júpiter, se
manifestando pela ira que começava a surgir em si, já que a mera lembrança de quantas
vidas inocentes foram fadadas ali, lhe manifestava tal sentimento, onde junto das nuvens
carregadas, uma forte brisa cobria não apenas a região que caminhavam, mas sim toda a
floresta.

— Não perca o controle, Rhysand, ao menos não agora. – Uma voz feminina veio do canto
direito do líder, vinda diretamente de Gail que tentava controlá-lo momentaneamente.
— Não me diga quando devo me controlar ou não, esta besta já causou mal a muitos e
agora, lhe tomarei sua cabeça! – Em um gesto grosseiro, empurrando seu ombro contra a
delicada mão que apenas se retraiu, dando espaço para que o mesmo prosseguisse na
frente.

E assim seguiram, dessa vez, deixando que o único som no ambiente fosse o das
trovoadas, em um tom não tão alto, mas o suficiente para dar um tom arrepiante ao grupo
que prosseguiu até alcançar o topo da montanha, numa pequena planície que não tinha
sequer cem metros de extensão. No extremo oposto ao que eles surgiram, uma pilha de
corpos se encontrava, deixando que a brisa ocasional da presença de Rhysand carregasse
o odor da própria morte até suas narinas, afetando até mesmo a prole de Plutão que já
lidava com aquilo por muito tempo.

Os orbes azulados tão próximos do branco deslizavam pelo ambiente, vasculhando como
uma verdadeira águia em busca de sua presa, incapaz de encontrar pelo que tanto ansiava,
até que um 𝐚𝐫𝐫𝐞𝐩𝐢𝐨 lhe cobriu a espinha, fitando numa velocidade praticamente surreal
uma lâmina surgindo da escuridão em meio a uma acrobacia realizada por uma criatura
tão grande que chegava a ser inacreditável de se mover daquela forma, desaparecendo
como um relâmpago para surgir na lateral direita, interceptando o golpe da enorme
espada que traçava seu percurso até a garganta de Nicholas, onde uma onda de choque
se formou com o impacto de ambas as lâminas, junto de um som metálico ensurdecedor.

— NÃO DEIXEM QUE ELA OS CORTE COM SUA LÂMINA! – Exclamou ainda brandindo
ambas as armas, onde todas as veias de seus músculos do braço saltavam evidenciando a
enorme força gerada no membro para ser capaz de interceptar tal golpe.

Em seguida, fitou o outro braço se erguendo, empunhando uma arma tão grandiosa
quanto, tendo em sua superfície metálica uma espécie de líquido viscoso que escorria,
indicando que um mero corte seria o suficiente para matá-lo, portanto, desvencilhou as
armas e saltou para trás, desviando no exato momento para que não fosse cortado como
temia, buscando distância. Nicholas, a prole de Plutão teve sua foice coberta por uma aura
negra arrepiante, enquanto Gail começava a praguejar palavras em romano, onde a
criatura seria coberta por uma maré de azar que os dariam algumas chances naquele curto
intervalo de tempo.

E por fim, ao ser coberta pela luminosidade de alguns trovões, a criatura se revelou como
Campê, uma criatura que detinha parte de seu corpo semelhante a uma mulher, enquanto
a outra parte, sendo ela a inferior, a de um dragão, repleta de escamas negras e serpentes
que saíam tanto de lá, quanto pelas próprias pernas. Se estendia por mais de três metros,
destinando um rugido serrilhado ao grupo de legionários, partindo em direção da Prole de
Júpiter por estar mais próxima em uma velocidade muito superior e esguia para seu
tamanho.

Nicholas por sua vez buscou agir, investindo contra a criatura para deslizar a lâmina da
foice numa certa distância que o mantinha seguro, mas tinha como alvo uma das pernas
da besta, para interromper e prejudicar seus movimentos, porém, ao atingir tal região
mesmo que com bronze celestial, a lâmina foi repelida pelas escamas negras, evidenciando
a falha e altíssima resistência. Brandon, ligeiramente mais afastado, cobriu ambos os
braços com uma camada esbranquiçada, lhe fornecendo maior força e resistência na
região, laçando seu chicote contra um dos braços da criatura.

Os olhos de Rhysand reluziram em um azul tão forte que seu corpo desapareceu em forma
de trovão, ressurgindo atrás da criatura, com sua lâmina em mãos e já no ar, onde um
enorme som de trovão surgiu de sua nova posição, o que serviu para atordoar a Campê já
afetada tanto pelo azar, quanto pelo chicote abençoado e fortificado por Brandon, lhe
dando falta de estabilidade somado ao enorme trovão próximo a si, sendo surpreendida
sem reação pela lâmina celestial da prole de Júpiter, que perfurou sua nuca e começou a
deslizar para baixo pela força imposta, partindo-a ao meio em gritos de dor e sofrimento,
sendo interrompida ao chegar na cintura, já que conforme as escamas surgiam, a lâmina
perdia efeito.

Em instantes, pela enorme cooperação a criatura se encontrava abatida pela lâmina agora
ensanguentada pertencente ao filho de Júpiter, que balançou buscando lhe livrar do
sangue, enquanto em um ato descuidado, abaixou sua guarda, de costas para a pilha de
corpos que representava uma verdadeira chacina que havia sido realizada ali. E então, da
escuridão, materializou-se um grupo de dez Queres, caminhando lentamente em direção
ao grupo de legionários. Nicholas, foi o primeiro a se desesperar mesmo como um prole
de Plutão ao reconhecer do que se tratava.

— Vamos embora logo! – Ditou o garoto, começando a recuar pelo caminho que
chegaram.

— Eu não saio daqui sem a cabeça da besta! Vão na frente, encontro vo – Sua fala foi
interrompida pelo som de carne sendo rasgada e uma dor aguda surgiu na região da
costela de Rhysand surgiu, onde ao deslizar o olhar, fitou um corte feito pelas garras de
um outro Queres que se aproximava pelo outro lado, o fazendo cair de joelhos consumido
por uma dor que nunca havia sentido antes.

— RHYSAND! – Gail gritou e quando tentou se aproximar, foi agarrada por Brandon que
começou a puxar.

— Ele está fadado, há muito sangue em suas mãos! Vamos logo, ou teremos problemas! –
Dessa vez, fora Brandon que se manifestou, puxando Gail e se afastando, junto de
Nicholas. — Nos... perdoe.

E por fim, desapareceram em meio a escuridão onde os gritos de Gail pelo companheiro
ainda eram escutados, mesmo que Rhysand não fosse se dar por vencido. Ergueu-se do
chão afastando-se, com dificuldade onde uma enorme tempestade se iniciava. Trovoadas,
relâmpagos, ventanias e tudo o que a fúria de uma prole de Júpiter poderia manifestar,
onde seu corpo sofreu uma enorme descarga elétrica que se remetia ao Patricídio,
resistindo o máximo possível a agonizante dor.

— Não... eu não vou morrer aqui, para criaturas tão desprezíveis! Minha morte será
grandiosa, assim como meu nome! – Vociferou esbanjando raiva, onde seu corpo
desapareceu num clarão.
Deslizou a lâmina contra o pescoço de um dos Queres, decepando sua cabeça num único
movimento onde partiu para o próximo, executando dois de uma só vez seguido cada
golpe por um enorme trovão que estremecia toda aquela região florestal. Quando
percebeu, já havia ceifado mais da metade, mas o cessar da habilidade lhe rendeu um
enorme cansaço, junto da perca da resistência da enorme dor que o assolava, voltando a
cair de joelhos perante as criaturas que restavam.

Cercado, não conseguia reverter a situação, quando começou a ser golpeado inúmeras
vezes por diversas garras, até que sentiu seu pescoço ser perfurado por inúmeros dentes,
puxando sua carne para fora em uma verdadeira tortura agonizante o fazendo gritar,
deixando a prole de Júpiter impotente rezando pela sua vida conforme era consumida por
aquelas criaturas que agora lhe cobravam o preço do sangue, do sangue que derramou
durante toda sua vida sem que sequer sentisse remorso, lhe ceifando em um sofrimento
interminável até que finalmente a vida escapasse de seu corpo, concluindo toda sua
jornada até então, em uma morte que talvez não fosse digna para tamanhos feitos
grandiosos, evidenciando que nem sempre todos os grandes guerreiros necessariamente
detém mortes equiparadas a sua glória, sendo enviado ao sofrimento eterno nas
profundezas do submundo.

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【𝑷𝒐𝒓𝒕õ𝒆𝒔 𝒅𝒂 𝑴𝒐𝒓𝒕𝒆, 𝑺𝒖𝒃𝒎𝒖𝒏𝒅𝒐】

Ceifado, após seis meses terrenos no submundo, o que restara da alma de Rhysand
finalmente alcançava os Portões da Morde, donde lá, se deparava com a figura que o
guardava, uma divindade responsável por separar o mundo dos vivos, do mundo dos não
vivos, assim como a proteção para manter o equilíbrio de ambos os lados. A prole de
Júpiter ainda era incapaz de aceitar tal fim deplorável e não estava pronto para lidar,
mesmo tanto tempo depois, tendo se decidido a única forma de voltar ao mundo dos
vivos com um verdadeiro propósito, de fazer o que não fez ainda em vida e prezar pelo
equilíbrio, até finalmente alcançar o local onde encontraria seu objetivo.

—Venho até aqui, para renunciar a meu pai e aos prazeres carnais onde um dia já tive, ou
irei de ter. Venho até aqui para lhe suplicar permissão para tornar-me um de seus
seguidores e permitir que minha vigília no mundo dos vivos prossiga.
Letus, por sua vez, acompanhou tudo o que fora dito, mas não se convencia. Nada lhe
escapava, principalmente em momentos como aquele, portanto, seu olhar recaiu sobre a
figura que um dia fora um grandioso legionário, ignorando seu histórico com certo
desdém, mantendo-se fixo a Rhysand que pela primeira vez em sua vida, aparentava
próximo a se ajoelhar por algo.

—Se desejas me seguir, faça o voto para que assim possa lhe conceder a vida novamente.
Lembre-se, depois de feito, não há como voltar e se porventura, fracassar ou falhar em
meu nome, será enviado para as mais profundas regiões do Tártaro, fadado ao sofrimento
eterno.

Mal teve tempo para pensar, apenas levou um de seus joelhos ao chão, renegando seu
próprio pai em virtude do ego pessoal de voltar a vida, reconhecendo que era um sacrifício
necessário a se fazer, por fim recitando todo o voto em nome de Letus, para assim, deixar
de ser conhecido como Rhysand, a prole de Júpiter, para assumir uma nova posição como
um Carrasco que carregava o nome de Letus, fadado à vigília entre a o mundo dos vivos e
o dos mortos, buscando auxiliá-lo em manter tal equilíbrio.

—Juro solenemente ceifar aos que, maduros, precisam ceder ao chão e preservar a vida
dos que ainda tem um bom combate a vencer.

Assim que concluiu, tudo se escureceu em um único instante, assim permanecendo por
longos minutos até que finalmente despertou, mas tudo ainda continuava escuro, ou
melhor, estava coberto de terra. Com dificuldade, começou a utilizar de suas unhas para
escavar, definitivamente sabia onde estava: enterrado. Cada vez mais e mais, cavava para
cima até que finalmente, conseguiu retirar seu braço de dentro da terra, seguido por
outras partes superiores do próprio corpo, até finalmente estar livre, reconhecendo aquele
local, sendo o mesmo de sua morte, notando que seu corpo havia sido enterrado ali
mesmo, no local de sua morte em um memorial em nome de todos que se perderam ali.

Diferente de antes, detinha de sensações únicas, além de uma enorme palidez cobrindo
sua pele, junto a baixíssima temperatura, como se literalmente ainda estivesse morto... e de
fato, estava, ou melhor, parecia estar. Não sabia quanto tempo havia se passado, mas de
uma coisa sabia: precisava voltar para o acampamento e assim o faria, tendo em mente
que agora, deveria ser outra pessoa, com novos objetivos que não visavam unicamente a
glória, dando início a sua jornada de volta ao local que jamais deveria ter partido.

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【𝑨𝒄𝒂𝒎𝒑𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑱ú𝒑𝒊𝒕𝒆𝒓, 𝑪𝒂𝒍𝒊𝒇ó𝒓𝒏𝒊𝒂】

O tempo havia passado e após meses de caminhada, finalmente chegou ao acampamento,


em simultâneo com o fim da Quinquatria, onde o discurso de César era proferido, tendo
inúmeros legionários espalhados por toda sua extensão. Muitos feridos, cansados e
armados, apresentavam no geral os reflexos deixados pelo grandioso evento que
anualmente separava os melhores dos piores e destacava futuros promissores ao
acampamento. E conforme caminhava, trajando vestes que exaltavam um coiote como
animal sagrado de Letus, atraindo inicialmente poucas atenções ao percorrer um corredor
criado pelo acúmulo de tantos soldados por ali.

Olhares começaram a se distribuir em sua direção, junto de cochichos em referência sobre


quem era, até que conforme a atenção se alastrou, fora reconhecido como a prole de
Júpiter que havia sido ceifada em uma missão, após seu sucesso glorioso ao subjugar uma
Campê, e a cada momento mais e mais se atentava a figura, até que detinha a atenção
praticamente de todos por ali, onde o discurso já teria se encerrado. Estava de volta, mas
agora, mudado e com um novo propósito, sendo acolhido novamente pela sua antiga
terceira Coorte, ao qual serviu durante dois anos, levando vitórias e glórias em seu nome,
permanecendo assim no acampamento.

Quando completou mais dois anos, sua popularidade já havia se recuperado, uma vez que
por ter voltado dos mortos, mesmo que como um carrasco e em renegação a Júpiter,
muito se especulou sobre sua grandiosidade e até mesmo invejosos foram afetados com
seu renascer. Rhysand havia renascido da morte, para a morte e agora, não havia
desperdiçar tal nova oportunidade. Por já possuir um histórico grandioso na Coorte, ao
primeiro ano como Carrasco assumiu a posição de Centurião, não detendo de um papel
tão impactante como da última vida, porém, ainda assim conseguiu manter a Coorte que
havia voltado a se tornar apagada durante sua ausência. Ao completar o segundo ano,
decidiu que seus serviços não deveriam pertencer unicamente a terceira Coorte, mas
também, toda a civilização que representava a Décima Segunda Legião Fulminata,
utilizando da própria influência adquirida pelos seus feitos e fama para se candidatar a
uma vaga em representação a sua respectiva Coorte na Casa Senil, buscando um assento e
assim, o cargo de Senador.

O que veio a se suceder depois disso, é mera história. Assumiu sua posição após ser
oficialmente eleito para o cargo em apoio aos que tanto ajudou, assumindo finalmente
uma alta posição da que formava a hierarquia política de Nova Roma, não esquecendo ou
abdicando de suas responsabilidades como Carrasco, onde agora, como gostava de se
intitular em sua vida passada, o grandioso rei havia retornado, para governar e assim, levar
o equilíbrio ao acampamento que um dia tanto lhe ajudou.

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