Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 1
A economia brasileira no Século XIX. A economia cafeeira
Neste curso, buscaremos entender a trajetória de modernização da economia brasileira, ou seja, como se deu a
transformação da uma economia “arcaica” para uma economia “moderna”;
Linha do tempo:
O século XIX foi um período de transição para o Brasil do ponto de vista econômico, institucional, legal etc. Logo,
fala-se que naquele período o país passava por um processo de construção nacional, que foi marcado por três
aspectos fundamentais:
Panorama geral:
Celso Furtado, na 4ª parte do livro “A Formação Econômica do Brasil”, afirmou que, na primeira metade do
século XIX (entre 1801 e 1850), o Brasil cresceu muito pouco economicamente;
A partir de 1850, porém, o café começou a ganhar força no mercado internacional, o que gerou grandes lucros
para o país. Naquele período, o Brasil começava a se modernizar (a partir da proclamação da República, do fim
da escravidão, da adoção do trabalho assalariado etc);
No final do século XIX, teve início o processo de industrialização no país, o qual foi acelerado até os anos 1960 -
1970. Após, esse período, outras preocupações econômicas surgiram no lugar da industrialização, como a
hiperinflação, alvo dos planos econômicos da época;
Ciclos do pau-brasil;
Ciclo da cana-de-açúcar;
Ciclo da mineração;
A economia colonial agroexportadora (dependente das exportações de produtos agrícolas, como cana de açúcar,
algodão, borracha e fumo) funcionou até o final do século XVIII. Até então, o Brasil dependia dos mercados
estrangeiros como fontes de comércio e crescimento econômico;
Açúcar:
Entre 1580 a 1690, o Brasil foi o principal produtor mundial de açúcar (produção quase que totalmente feita
com o uso de mão de obra escravizada);
Porém, ao final do século XVII, a economia brasileira entrou em crise, pois, a partir de 1880, o açúcar brasileiro
(principal produto da pauta exportadora até então) passou a concorrer com o açúcar das colônias espanholas
no Caribe, o que fez a rentabilidade do açúcar brasileiro cair drasticamente;
OBS: Produtos agrícolas secundários => madeira, fumo e couros (esses 2 últimos eram produzidos,
sobretudo, no sul do Brasil);
Século XVIII:
Ouro:
Ainda no século XVIII, a exploração do ouro foi muito rentável, tendo o Brasil sido, inclusive, o principal
produtor mundial desse minério (responsável por cerca de 40% produção mundial ente 1701 e 1800). Mas, no
final do século, a mineração havia se exaurido;
O café já era cultivado, mas até 1822, ocupava a 3ª posição na pauta exportadora (atrás do açúcar e do
algodão);
OBS: Economia complementar às atividades de exportação => subsistência; pecuária; madeira; serviços;
No século XIX, o Brasil permaneceu como uma economia agroexportadora, porém, com duas grandes
diferenças:
1. O café passou a ser o principal produto exportado (principalmente nas décadas de 1850 e 1860);
2. Com o fim da escravidão e a chegada de mão de obra livre europeia, formou-se um mercado
doméstico;
Antes de estudarmos a economia brasileira do século XIX, porém, vamos analisar mais detalhadamente o
contexto interno e internacional do final do século XVIII:
Açúcar => Foco de produção no Nordeste; Entrou em decadência devido à concorrência com as colônias
europeias e com o açúcar produzido na Europa a partir da beterraba;
Ouro => Local de produção: Sudeste; Naquele período, o ciclo de produção já havia acabado;
Pecuária => era uma atividade complementar, pois o gado servia para o transporte comum, para a
movimentação dos engenhos, e para o transporte de ouro nas minas; Locais de produção: Nordeste, Sudeste
e Sul;
Algodão => Local de produção: Maranhão. Ao contrário das duas outras produções mais relevantes (açúcar e
minérios), a produção e o comércio de algodão brasileiro iam muito bem naquele período devido à janela de
oportunidade proporcionada tanto pela Revolução Industrial (dada a necessidade de abastecimento da
indústria têxtil europeia, sobretudo inglesa), quanto pela Guerra Secessão dos EUA, que, ao desestabilizar a
produção algodoeira sulista daquele país, também abriu margem para o produto brasileiro no mercado
internacional;
Contexto internacional:
Em resumo:
Aumento dos preços produtos tropicais (algodão e açúcar), porém, redução da capacidade de produção e de
exportação;
OBS: A melhora nos preços dos produtos tropicais no final do século XVIII deveu-se a condições
passageiras e foi reflexo de anormalidades daquele contexto;
Crise Financeira:
Marcos importantes:
1808 => chegada família real Perda do entreposto comercial junto ao mercado europeu (Lisboa);
Os produtos brasileiros chegavam à Europa por Lisboa. Todavia, devido à presença de Napoleão
Bonaparte em Portugal, a Coroa perdeu o acesso ao porto;
1810 => Com a assinatura do Tratado de Comércio e Navegação (Portugal + Inglaterra):
Mercadorias inglesas passaram a entrar no Brasil com tarifa ad valorem de apenas 15%;
Mercadorias de outras origens tinham tarifa de importação de 24%;
Ou seja, o tratado favoreceu a importação de produtos ingleses e dificultou o acesso a produtos de outros
países, além de desestimular a capacidade de produção doméstica de bens.
Atenção: a incapacidade de produzir bens internamente foi agravada pelo acordo com os ingleses, mas o
principal motivo era a falta de um mercado consumidor doméstico, dado o fato de que grande parte da
sociedade brasileira da época ser formada por escravos. Logo, se não havia o pagamento de salários, não
havia estímulos ao consumo e, por isso, não valia a pena produzir (mas importar);
1827 => Houve a renegociação do Tratado de Comércio e Navegação (que expirou em 1844).
Não havia uma solução via arrecadação, pois a capacidade de geração de recursos estava bastante
dificultada:
i. Não era possível aumentar os impostos sobre importações => inviabilizado pelos tratados 1810 / 1827;
ii. Não era possível aumentar os impostos sobre exportações => inviabilizado pela força politica dos
exportadores (os cafeicultores tinham muita influência sobre as decisões);
Opção de compensação:
Como a entrada de capital estrangeiro estava bloqueada, bem como a expansão das receitas das exportações,
a única opção restante seria a emissão de moeda;
Todavia, essa medida gerou um efeito em cadeia que gerou outro problema:
OBS: O cenário de fragilidade econômica gerou instabilidade política. Duas revoluções agravaram o cenário nos
20 primeiros anos do século XIX:
Com o advento da I Revolução Industrial, a produção em larga escala, sobretudo dos tecidos
ingleses, era bastante competitiva em termos de preços finais. Logo, era impossível que o Brasil
conseguisse concorrer, dado o atraso econômico em relação aos países europeus;
Embora não haja muitos dados desse período, segundo Celso Furtado, é muito provável que a renda per capita
brasileira era pior nesse período do que foi no período colonial;
O mercado de algodão piorou (concorrência com os EUA, que recuperaram mercado após o fim da
guerra);
A prosperidade só foi retomada com o surgimento de um novo produto exportável, o café (ciclos: 1801; 1850;
1900);
Agricultura
Origem: importações;
A produção interna de alguns bens de consumo era muito rudimentar;
O crescimento populacional próximo a 1,5% a.a. absorveu parte significativa da produção doméstica,
principalmente de produtos agrícolas. (Obs: os dados de exportação desses produtos subestimam os dados de
produção);
Em outras palavras, o Brasil produzia muito mais do que exportava, dado que parte importante da agricultura
era consumida domesticamente em um país com crescente taxa populacional;
De 1822 a 1890, a parcela de representação do café na pauta exportadora subiu de 20% para 60%;
1840: O Rio de Janeiro respondia por 80% das exportações; SP 16%; e MG 6%;
1880: Rio de Janeiro 41%; SP 35% e MG 21% São Paulo e Minas Gerais já eram responsáveis por
mais da metade da produção;
Mineração
Ouro (MG) e Diamantes (MG e BA) muito importante ao longo do século XVIII;
Pico em 1750;
Declínio: correspondia a 5% da pauta de exportações em 1850; essa parcela caiu para 1% em 1880;
Essa queda reflete tanto a exaustão dos recursos minerais quanto a elevação da importância do café na
pauta exportadora;
A partir de 1850...
Indústria e Serviços
A expansão das ferrovias acompanhou a expansão da produção de café Passava pelo sul do Rio de
Janeiro (Vale da Paraíba) e por São Paulo (havia um segundo eixo de expansão que passava por
Campinas e por outros locais do interior do estado) em direção ao Porto de Santos, onde o produto era
exportado;
Crescimento do comércio (atacado e varejo), dos serviços domésticos, e do setor público (civil + militares);
O setor agropecuário representava 2/3 da PEA (lavoura e pecuária empregavam cerca de 66% da População
Economicamente Ativa do Brasil);
• 1800 - 1860 => taxa média de crescimento PIB per capita 0,36% a.a;
• 1860 – 1910 => taxa média de crescimento PIB per capita 0,4% a.a;
1862 – 1889 => taxa média de crescimento PIB per capita 0,86% a.a;
OBS: Embora estivesse abaixo de 1%, representava mais do que o dobro da taxa da primeira metade do
século;
1850 – 1889 => taxa média de crescimento PIB per capita 0,34% a.a. e 2% ao ano para o PIB;
1850 – 1900 => 2,3% ao ano região cafeeira e 1,5% a.a. país;
1820: PIB per capita (em US$ de 1990) 1890: PIB per capita (em US$ de 1990)
Brasil => US$ 646 (0,3 a 0,4%% a.a.) Brasil => US$ 794
México => US$ 759 Argentina => US$ 2.152
Europa Ocidental => US$ 1.245 México => US$ 1.011
Estados Unidos => US$ 1.257 Reino Unido => US$ 4.009;
Estados Unidos => US$ 3.392 variação per capita
PIB per capta brasileiro correspondia à metade PIB per capta brasileiro correspondia a apenas
do PIB per capta norte—americano; 20% do PIB per capta norte—americano;
A estagnação da economia brasileira na primeira metade do século XIX fez com que ela crescesse bem
menos que as economias do México, dos EUA e dos países europeus. Esse fato está muito relacionado à
distribuição regional da produção:
Logo, o baixo desempenho econômico brasileiro ao longo do século XIX justifica-se pelo baixo dinamismo
da economia nos primeiros 50 anos;
• 1872 => 10,1 milhões de habitantes (1,5 milhão de escravos); Consolidação significativa
centros urbanos, principalmente
de
“...o Brasil experimentou transformações, modernizou suas instituições políticas, sua estrutura econômica, suas
relações sociais...”
“...organização do Estado após a independência”
¹ História do Brasil Nação: 1808 – 2010 (volume 2). A construção nacional: 1830 a 1889.
A chamada “construção nacional”, fase pós-independência, foi caracterizada por um processo de organização
do Estado brasileiro. Além das mudanças na estrutura econômica, houve também a modernização das estruturas
políticas, jurídicas, administrativas, educacionais etc:
Pesquisa Agrárias
Do ponto de vista institucional da economia: pós-1822 -> criação de diversas instituições e aparatos jurídicos
que modernizaram o país, os quais foram imprescindíveis para o processo de industrialização ocorrido no
século XX.
Caça e pesca;
Madeiras, resinas, óleos, ervas e fibras;
Borracha;
Castanha-do-pará;
Auge da borracha
1880 – 1910: comércio muito favorecido pela segunda Revolução Industrial que ocorria nos países do norte,
sobretudo, para a produção de automóveis;
1940 – 1945: comércio favorecido pela eclosão da Primeira Guerra Mundial e pela consequente desorganização
da produção asiática;
OBS: No CACD, as questões geralmente não cobram todo o panorama completo acerca do complexo
econômico da Amazônia nesse período. Na verdade, algumas questões exigem conhecimentos acerca de
alguns aspectos desse complexo, tal qual o auge da borracha (TPS de 2019, por exemplo);
Açúcar:
Pecuária:
Alimentos:
Algodão:
Crise do açúcar
Aumento da
Em meados século XVII, teve início a produção açucareira das Antilhas holandesas; concorrência;
Em meados do século XIX, os europeus começaram a produzir açúcar de beterraba; perda de mercados
para o açúcar
Preço da tonelada do açúcar em libras: brasileiro;
Concentração de serviços;
Atividades manufatureiras;
Pecuária extensiva;
Mineração;
Aprisionamento de índios;
Ocupação do Sul:
Economia regional:
Século XIX: produção de alimentos para mercado interno (arroz, trigo, milho e carne);
Do ponto de vista do trabalho:
Ao longo do século seguinte (XX), o grande fluxo de crescimento da economia brasileira proporcionado pela
produção e exportação de café, bem como pela produção industrial, resultou na superação dos processos
produtivos isolados das diferentes regiões;
Em outras palavras, não apenas o produto central mudou (do açúcar para o café), como também o fator
trabalho sofreu alterações (da majoritária mão de obra escrava para a mão de obra assalariada/familiar). Esses
dois fatores, somados à atividade industrial, impactaram diretamente as atividades econômicas praticadas até
então em todos os complexos regionais;
Utiliza-se como referência a economia dos EUA, da qual a economia brasileira ficou cada vez mais aquém:
OBS: Lembrar que no início do século, o PIB per capta do Brasil era correspondente à metade do PIB per
capta dos EUA. Ao final do século, no Brasil esse mesmo indicador correspondia a apenas 1/5 do
indicador daquele país;
Primeiras décadas do século XIX: Declínio econômico Estagnação da produção colonial + crise
financeira (endividamento); Cenário desfavorável, apesar de ter havido melhoras a partir da produção de
café entre 1860-70, da migração e do aumento do consumo domestico;
Brasil A Lei de Terras (1850) bloqueou o acesso dos pobres a terra (intencionalmente):
Terras caras, impossíveis de serem adquiridas pelos ex-escravos (após a abolição) e pelos imigrantes;
Ocupação a Oeste do país; surgimento da figura dos farmers; cultivo próprio a partir da mão de obra
familiar;
OBS No Brasil:
Sem condições de adquirir suas próprias terras, escravos, ex-escravos e imigrantes eram impossibilitados de
realizar seus próprios cultivos/investimentos. Consequentemente, não tinham como garantir uma renda maior
que a renda de subsistência (permaneciam dependentes da produção em terras alheias). Logo, a não formação
de renda em pequenos núcleos (não existência de demanda por bens e serviços, sobretudo por manufaturas)
dificultou a criação de um mercado consumidor interno;
Por esse motivo, a atividade industrial no Brasil só teve início marginalmente no final século XIX. O processo de
industrialização propriamente dito só foi fortalecido a partir do século XX;
Até a primeira metade do século XIX não valia a pena produzir em larga escala internamente, pois não
havia mercado consumidor;
A chamada “Era Mauá” (investimentos feitos pelo Barão de Mauá em infraestrutura) foi uma fase
pontual. Não significou uma industrialização concreta;
Algumas questões explicam o atraso da formação do mercado interno brasileiro no século XIX:
No Brasil, entre o século XVI até início do século XIX, as propriedades eram concedidas em forma de sesmarias
(entregues a quem poderia explorá-las);
A ausência de uma legislação clara sobre a posse resultou em uma ocupação de terras desordenada;
• Sul e SP => na ausência de grandes proprietários, as terras eram cultivadas em pequenas unidades
familiares (trabalho intensivo, sem escravos);
A partir da cultura do café => grandes fazendeiros passaram a adquirir terras das famílias
conforme produção se expandia do RJ para SP e MG;
Lei de Terras (1850) (parte do reformismo conservador) buscou substituir o arcabouço colonial, mas sem
controle efetivo sobre domínio territorial; Dificultou o acesso a terra;
Trabalho escravo:
• Lei Eusébio de Queirós (1850) Estabeleceu o fim do tráfico negreiro (“para inglês ver”);
• Lei do Ventre Livre (1871) Promoveu a redução da escravidão;
• Lei Aurea (1888) abolição do trabalho escravo;
Aumento da oferta de trabalho livre (acesso a salários) + economia cafeeira => gênese do mercado
doméstico;
Diferenças:
EUA:
Colônias no Brasil:
Resultado: fracasso!
• A precarização do trabalho imigrante resultou no retorno de grupos imigrantes aos seus países, e até a
proibição da emigração alemã ao Brasil (1859);
Resultado: fracasso!
c) Estratégia da parceria => forte entrada de mão de obra estrangeira, sobretudo a partir de
1880:
Houve o aumento dos preços do café e algodão na década de 1860. Logo, a questão da (ausência) de mão de
obra se torna ainda mais importante;
Estratégia de parceria => Colonos recebiam salários + renda variável (rendimento da colheita);
Ponto fundamental: participação do Estado a partir de 1870, o governo imperial passou a pagar o transporte
dos imigrantes;
• Lógica => O fazendeiro garantia o primeiro ano renda e disponibilizava suas terras para produção de
“subsistência”;
Essa organização do fluxo coincidiu com a unificação política da Itália (aumento da entrada de italianos);
Fluxos:
A única forma de se criar um mercado doméstico relevante é garantindo a integração logística para o transporte
de bens e serviços, o que o Brasil não dispunha até então;
Expansão do setor cafeeiro para o oeste: Campinas / Ribeirão Preto As ferrovias passavam por pontos
estratégicos, inclusive em locais que hoje são parte do estado de São Paulo. Mas não integrava outras áreas;
Logo, havia a necessidade de transportes para ligar os locais de produção aos portos.
Atração do capital estrangeiro => garantias públicas (central e província) de taxas de retorno;
Ganhos:
Frete para o interior => litoral do NE fardo de algodão: outro fardo de algodão (100%) via mula;
Ferrovias 1878: 25%;
SP (1887): frete ¼ do custo dos transportes alternativos (carroça, tropas de mula, etc);
Custos: principal item de despesas do império;
Café já era produzido para consumo (da Corte) no entorno do Rio de Janeiro (aproximadamente desde
1808);
Abundância de mão de obra disponível => escrava e livre (pela decadência da economia mineira);
Proximidade do porto => favorecia a exportação;
Menor intensidade de capital frente ao açúcar => menor “investimento” inicial;
• Enquanto o açúcar demandava a existência de engenhos (estrutura de produção “mecanizada”,
mesmo que rudimentarmente), o café tinha um processo mais simples e barato: plantio, colheita,
secagem, comércio e transporte;
O mercado internacional de café fica atraente (melhora nos preços) com instabilidade do Haiti (1791 – 1804);
O Haiti era um importante produtor de café desde o século XVIII. Todavia, a Revolução Haitiana reduziu o
potencial produtor desse país. => O produto dos demais países ficou mais caro (oportunidade para o
Brasil);
Ampliação da produção (Rio de Janeiro => Vale do Paraíba => Oeste Paulista);
Consolidação da nova classe de empresários (comércio e transportes);
OBS: o café ganhou total importância a partir de 1880;
Ao fim da etapa de gestação, economia cafeeira ganhou condições financiar sua própria expansão;
AÇÚCAR VS CAFÉ
Açúcar vs Café: “elites” distintas:
• Açúcar -> mão de obra escrava; Café -> mão de obra livre – imigração;
• Açúcar – auge -> século XVII (declínio no século seguinte); Café – século XIX (declínio no século XX);
• Café -> transformação institucional; Recebeu mais financiamento que o açúcar;
Café:
Açúcar:
Algodão:
Borracha:
Aumento contínuo nas tarifas de importação: 17% em 1830 para 50% final 1880;
Linha do tempo:
OBS: Emissão de moeda por bancos privados: 1853 – 1866 (papelistas vs metalistas);
1850 => 10% ou seja, a quantidade de moeda nos bancos equivalia a apenas 10% da moeda em
circulação;
1889 => 60% com a modernização bancária, já se investia em bancos cerca de 60% da moeda em
circulação economia mercantil + sistema bancário;
Outras considerações:
o A Crise de 1857 (origem nos EUA) gerou o declínio da economia mundial (redução da importação europeia de
bens norte-americanos), afetando a percepção de risco sobre os lastros financeiros dessas operações;
o Essa crise afetou o desempenho do sistema financeiro brasileiro e gerou diversas falências em 1864, o que
“arrastou” parte dos bancos nacionais;
A gênese da indústria
OBS: Não há consenso sobre os determinantes principais, os protagonistas, e os períodos da atividade industrial
brasileira;
Porém:
4) O papel do Estado:
Política tarifária do Brasil Império (1844 – Tarifa Alves Branco até 1879);
Substituição das importações produção de têxteis, chapéus, calçados, moinhos de trigo, refino
açúcar, metal etc;
Mecânica I beneficiamento do café, arroz, maquinário agrícola simples; artigos de vidro, fósforos,
produtos alimentícios;
• OBS: A Era Mauá fracassou, pois o Brasil ainda não tinha as bases sociais, institucionais e econômicas
para sustentar as ideias de Mauá (os cafeicultores, por exemplo, não o apoiavam; questões de política
externa o prejudicaram etc);
Houve crescimento e diversificação econômica: criação de bancos; oportunidades nos serviços públicos;
OBS:
Finanças Públicas
Receita:
Impostos oriundos do comércio exterior => encareciam os custos de produção do café e os preços de
exportação:
Forças políticas (burguesia cafeeira) resistiam ao aumento das taxações sobre as exportações;
1833: Imposto sobre Importação > 50% do total de receitas;
1839: 60%;
1855: 70%;
Maior facilidade de cobrar esse tributo do que tributo relacionado a atividades domésticas;
Taxas e direitos eram impostos sobre: transferência de imóveis e escravos, heranças, contratos, etc;
Despesa:
Gastos militares:
Não indenização dos proprietários de escravos após a abolição => fortalecimento movimento Republicano;
Os escravos, vistos como meros insumos produtivos, eram caros. Com a abolição da escravidão, os ex-
proprietários de escravos exigiam que o Estado os compensasse.
Dívida Pública:
PIB per capta: piora significativa (inclusive para parâmetros como México e Argentina);
Crescimento entre 0,3 e 0,4% ao ano aceleração na década de 1850 (café) e 1880:
Produção de Café:
Atividade Econômica
• 1900:
Importações: têxtil (12%), bebidas (7%), manufatura de ferro e aço (6%), carvão (6%), Trigo e farinha
(11%), Químicos e farmacêuticos (3%)
Século XIX - dois períodos distintos:
A economia deixou de ser voltada para um só produto (café - embora esse produto tenha permanecido
importante para o Brasil até meados desse século) e teve início uma diversificação produtiva;
A indústria ganhou relevância frente ao setor agrícola. Resultado: estrutura econômica mais robusta;
LEITURAS:
Leitura obrigatória: BAUMANN, R. (2016). Capítulo 4, item 4.1; GREMAUD, A.P; VASCONCELLOS, M. A.S; TONETO
JUNIOR, R (2007), capítulo 12;
Leitura complementar: FURTADO, C. (2020), capítulo 19 capítulo 20, capítulo 24, 25,26, 27, 28;