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Dia 02/08 - Introdução - Profa Giovanna - giovanna.mendes@up.edu.

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- Ordem do Progresso do Marcelo de Paiva Abreu

- Economia Brasileira do Giambiagi

- Marcelo de Paiva Abreu. A Ordem do Progresso. Cap. 4

- Giambiagi Historia Brasileira

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Aula 2 – Brasil 1500 a 1930

Formação Econômica do Brasil Economia Brasileira

1500 1930 2018

Historia do Brasil:

Iniciada como parte do Império Português: Península Ibérica se destaca no capitalismo comercial.

Mercantilismo, colonização, escravidão e a economia agroexportadora latifundiária: características marcantes


da formação econômica do Brasil até o século XIX;

Brasil: pensado de fora e focado na Europa;

Idade Média:

(séculos V a XV): Feudalismo na Europa, Comércio (Flandres) e Rotas Comerciais

Mediterrâneo: Gênova e Veneza;

Cruzadas (séculos XI e XIII): oriente em 1453: Turcos Otamanos invadem Constantinopla e Fim da Guerra
dos 100 anos entre França e Inglaterra;

Época dos Descobrimentos: tentativa de monopolizar o comércio das especiarias (açafrão, baunilha, canela,
cravo, gengibre, noz moscada, pimenta, etc...);

Cristóvão Colombo (1492): América;

Tratado de Tordesilhas (1494);

Vasco da Gama (1497): Caminho para as Índias (Mediterrâneo sob o domínio dos Mouros);

Pedro Álvares Cabral (1500): Santa Cruz de Cabrália (BA).

Formação Econômica do Brasil

Período Pré-Colonial (1500-1530):

- Pouco interesse por parte de Portugal em colonizar as terras recentemente descobertas;

- Busca por ouro, prata e diamantes (Mercantilismo) sem sucesso;

- Exploração do Pau Brasil: tecidos, construção e móveis; feitorias para o armazenamento: mão-de-obra
indígena livre (escambo);
- Portugal passa a ocupar as terras: Portugal e Espanha são contestados pela França, Holanda e Inglaterra, os
quais teriam direito apenas as terras ocupadas - manutenção das colônias sem interesse econômico era
dispendioso;

Período Colonial (1500-1850):

- Espanha: ouro americano acumulado pelas antigas civilizações aumenta o interesse europeu na América;

- Portugal passa a ocupar as terras (Portugal e Espanha são contestados pela França, Holanda e Inglaterra, os
quais teriam direito apenas as terras ocupadas);

- Ataques Franceses: Povoamento e Valorização do território brasileiro

- 15 Capitanias Hereditárias: Carta Foral (direitos, deveres e pagamentos de taxas e impostos para a Coroa
Portuguesa) e Carta de Doação (donatários ou proprietários das capitanias obtidas hereditárias não podiam
vender as terras);

- Maioria das capitanias fracassaram: grandes distâncias, muitos portugueses permaneceram em


Portugal e outros regressaram – exceto as Capitanias de Pernambuco (Duarte Coelho) e de Porto Seguro
(Pero de Campo Tourinho);

Ciclo do Açúcar:
- Agroexportadora: foco ao exterior

- Monocultura: grandes latifúndios

- Mão de obra escrava;

- Uma das especiarias mais apreciadas no mercado europeu já era cultivado por portugueses nas ilhas do
atlântico (desenvolvimento das técnicas);

- Tráfico de escravos x escassez de mão de obra em Portugal;

- Quebra do monopólio veneziano comercial;

- Alta rentabilidade do açúcar: financiamento holandês nas instalações e na importação de mão de obra escrava;

- Invasões Holandesas (1630-1654) em Pernambuco Olinda e Recife;

Século 18:
- Tratato de Methuen (1703): Privilégio (vinho e tecido), Portugal abdica do desenvolvimento manufatureiro;

- Produção de ouro (Início do século XVIII):

- Portugal: rápido desenvolvimento e expansão demográfica na colônia;

- Inglaterra: concentração de reservas, desenvolvimento do sistema bancário e estímulo ao setor


manufatureiro;

- Tropeirismo no Sul do Brasil: mulas e gado para alimentação (precária à época):

- Feiras de Sorocaba;

- Paradas no Paraná: desenvolvimento de Curitiba, Castro, Palmeira e Paranaguá);

- Brasil: Decadência da mineração do ouro: baixa exportação, crise, fome, saques,


- Inglaterra: Revolução Industrial (redução progressiva do protecionismo) e necessidade do aumento do
mercado para suas manufaturas;

- Transferência da Família Real para o Brasil (1808);

- Fim do Pacto Colonial: possibilidade de comercialização com qualquer país aliado/amigo;

- Independência de Portugal (1822);

Círculo do Café

- Salário

- Comércio: demanda e oferta;

- Cidades: Vale do Paraíba e Sul de Minas Gerais;

- Imigrantes italianos: semi-escravos após as crises italianas (norte/sul)

Ciclo da Borracha na região norte (1879 e 1912);

Abolição da Escravatura (1888);

Proclamação da República (1889);

Resumindo:

1500 a 1808: Proibição da Manufatura

Fornecimento de Materia prima (agro exportação): pau brasil, ouro, cana de açúcar, borracha e café;

1808 a 1930: Substituição de Importações

1808: Abertura de portos

Fim da escravidão

Crescimento Industria Textil

Café: empresários; acumulação de capital e investimento na indústria

1ª Guerra: escassez de produtos; bens de consumo

1910: 3998 fábricas no Brasil; produção nacional

1919 a 1929: fabricas de ferro gusa, cimento, ferramenta e motores elétricos, maquinário têxtil,
equipamento para refino de açúcar, implementação agrícola, aparelhos de gas, relógios,
instrumentos de medição;

Expansão da produção de café: aceleração da formação do capital industrial;

Encilhamento (1886-1994): Reforma bancária – expansão do crédito (inflação) e crescimento do


investimento nas indústrias;

Crescimento industrial (1880-1894):

Indústria têxtil, fábricas de chapéu, fábricas de calçados, sacaria de juta, moinhos de trigo,
cervejarias, fábricas de fósforos) e indústria do ramo metalmecânica (prego, parafuso, canos de
chumbos, peças para vagões ferroviários e bondes);

Construção do alto forno em Miguel Burnier (MG): já produzia ferro gusa antes de 1920;
Aula 3

Apanhado anterior

-- Período do Café: de 1850 a 1937.

-- Industrialização: antes do séc. 19., Tardia, para Exportações e sob Crises.

nexojornal.com.br/grafico/2018/02/28/Os-presidentes-do-Brasil-mandato-formação-cidade-e-idade

Antecedentes

República Velha: 1889 a 1930:

 Proclamação da Republica (1889): eleições presidenciais;


 Divergência sobre a politica econômica: protecionismo (importadores x exportadores);
 Brasil agroexportador de café: Sistema Oligárquico: SP (café) x MG (Leite), e a burguesia paulista mineira
(Poder);
 Sociedade: Oligarquia mineira-paulista, e as novas classes que surgem com movimento tenentista, com
industriais, pequena e media burguesia, e com proletariado urbano;
 Convenio de Taubaté: Política de valorização do preço do café;
o - 1925 – 1929: crescimento de produção (100%) x exportação estável;
o - Retenção de estoques: Preços Elevados – via emissão de moeda, contração de empréstimo,
desvalorização cambial e valorização do preço;

Descontentamentos:

 Relação dependente com os EUA – protecionismo exportador, além de crises (1893 e 1897 – declínio do preço
do café e aumento de estoques)
 Eleições fraudulentas
 Voto não secreto (até 1932 e cédulas em 1955);
 Problemas sociais e regionais (industrialização e urbanização)
 Greves e condições de trabalhos (Rev. Russa – 1917)
Crise da República Velha ou Primeira República (1889 – 1930);

 Crise de 1929 café (base da economia) - crise da Política do Café com Leite
 Fuga de capitais: em 1930, não havia mais reservas;
 Crédito no exterior: escasso;
 Produção máxima: 1933 (demanda inelástica)
 Política de desvalorização do câmbio: encarecimento das Importações e deslocamento da demanda:
substituição das importações pela produção interna.
 Política em 1929: Presidente Washington Luís (SP) indicou Júlio Prestes (SP) ***

▪ Aliança Liberal (MG, PB e RS): Getúlio Vargas (candidato) e João Pessoa (Vice);

▪ Revolução de 1930: movimento armado (RS, MG e PB);

▪ Presidente Júlio Prestes eleito em março de 1930: eleição fraudada?

▪ João Pessoa é assassinado em julho de 1930 (estopim da “revolução”);

▪ Tenentismo

▪ Vargas: não se alinhou a grupos específicos, como anteriormente;

Vargas: Governo Provisório (1930 a 1934)

Ocorre no auge da crise de 1930 a 1931 e dura até a recuperação, a partir de 1934

- Choque externo sobre o BP: queda nas exportações e na interrupção da entrada de capitais;

- Não havia reservas internacionais: Moratórias sucessivas em relação às dívidas em moedas estrangeiras;

* Desvalorização de 55% dos mil réis/US$: queda da receita cambial do café;

- Controle cambial até 1934: para evitar maiores desvalorizações, mas dificultava o pagamento da dívida externa
(em sua maioria aos ingleses e norte-americanos), atrelado à escassez de divisas;

- Investimentos: ingleses (Ferrovias) e norte-americanos (indústria de transformação e serviços);

Ocorre no auge da crise de 1930 a 1931 e dura até a recuperação, a partir de 1934:

 Queda no PIB: -9% entre 1928 e 1930, - 5,3% em 1931, 4,3% em 1933 e 9% em 1934;
o Compra dos estoques de café, financiada por créditos do Banco do Brasil (“políticas pré-keynesianas”
via déficit público) x política de equilíbrio fiscal financiada por taxação às exportações;
o Queima de estoques em 1931;
 Indústria: protegida por um controle das importações e início da utilização da capacidade instalada em função
do investimento dos empresários do café nos anos anteriores. Porém, a expansão industrial ocorreu nos anos
anteriores como vimos (I Guerra Mundial);
 Na década de 1930: 90% dos bens não duráveis eram nacionais.
 Como vimos anteriormente, Vargas não tomou posição de algum grupo, mas favoreceu a indústria de certo
modo ao manter a política de desvalorização cambial e impedimento às importações;
 Setor bancário: criação da Caixa de Mobilização Bancária (CAMOB) em 1932: para reservas no Banco do Brasil
(Compulsório), para controle de liquidez e inflação;
 Ocorre a liberalização econômica e do rápido crescimento da economia;
 Posteriormente, a deterioração do Balanço de Pagamentos com a crise dos EUA;
Fim do governo provisório

Constituinte (1934) e Estado Novo (1937 - 1945)

 Nova Constituição (1934): Assembleia Nacional Constituinte;


 Getúlio eleito democraticamente;
 Hora do Brasil (Jul./1935): populismo;
 Monopólio estatal de alguns setores da indústria;
o Leis trabalhistas, sindicatos e classes trabalhistas: foco no social;
o Estabelecimento da jornada de trabalho de 8 horas;
o Proibição do trabalho infantil;
 Golpe de novembro e a implantação do Estado Novo (1937 - 1945);
o Crise no Balanço de Pagamentos: redução das exportações e redução do preço do café – Desvalorização
do câmbio, emissão de moeda e tarifas;
o Encarecimento das importações (desvalorização cambial): capacidade ociosa nas indústrias do mercado
interno e existência de indústria de bens de capital;
o Aumento dos preços relativos (importação x exportação): desenvolvimento das indústrias destinadas a
substituir as importações;
o Instabilidade cambial: câmbio flutuante e o padrão ouro;
 Indústria: expansão significativa, a partir de 1930 ;
 Exportação: susceptível às oscilações da crise internacional;
 Desenvolvimento do mercado interno: beneficiado pela crise externa;
 A partir de 1933: a indústria passa a ser a maior responsável no crescimento da renda e do emprego;
 Maior diversificação da indústria nacional - Processo de Substituição de Importações (PSI): até a década de
1970;
o O país passou a produzir internamente o que era importava;
o O crescimento econômico passa a ser liderado pelo setor industrial;
 Crises: valorização do câmbio – importação de bens de capital
 Primeiro momento: capacidade ociosa e os bens de capital importados – indústria têxtil (Dica de leitura:
MARSON; 2015)

O que explica a industrialização?

Segundo a Cepal: Teoria dos Choques adversos (crises): Crise de 29, I GM. II GM.

“Processo lento e gradual, originado no seio da economia agroexportadora e em decorrência de seu


crescimento e diversificação” (REGO, J. M.; MARQUES, R. M.; 2011, pg. 252);
Aula 4

Antecedentes

 Acordo de Bretton Woods (1944-1971): foi um acordo entre 44 países que estabeleceu regras para as relações
comerciais e financeiras;
o Taxas de câmbio fixas com emissão de moedas conversíveis em dólar (Padrão Ouro: 1870- 1930);
o Dólar americano: moeda fiduciária (reservas);
o Criação do Fundo Monetário Internacional – FMI: créditos a países com problemas no Balanço de
Pagamentos;
o GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio): redução de barreiras tarifárias;
 “Reconstrução” da economia mundial no pós guerra:
o 11% de crescimento dos EUA de 1940-45, era o fornecedor de bens de consumo no mundo;
o Desequilíbrio entre EUA e o resto do mundo: escassez de dólares e críticas ao acordo;
o Guerra Fria (1947): combate dos EUA à expansão comunista e Plano Marshall (programa de ajuda
oferecido aos países europeus devastados no pós guerra);
o Expectativa brasileira:
 retomada do crescimento econômico mundial e elevação dos preços do café;
 Economia liberal: atrair câmbio para o ajuste do desequilíbrio do BP;

Comércio Exterior e política econômica

Eurico Gaspar Dutra: assume a presidência em 31 de dezembro de 1946;

 Eleito pelo Partido Social Democrático (PSD): adversários Eduardo Gomes da União Democrática Nacional e Iedo
Fiuza do Partido Comunista do Brasil;

Período com maior aliança com os Estados Unidos, iniciados desde a década de 1930;

 Estados Unidos: competia com a indústria brasileira em crescimento, principalmente, bens de consumo duráveis
e não duráveis e havia escassez de matéria prima no Brasil;
 Tinha receio da “ditadura” menos liberal: prefeririam um governo mais liberal e mais aliado à política norte-
americana;
 A agenda liberal começa a se desfazer a partir de 1947 (política econômica).

Confiança na recuperação mundial: problema econômico era a inflação causada pelos déficits do governo nos anos
anteriores -> políticas contracionistas;

Política cambial: taxa de câmbio Cr$/US$ sobrevalorizada;

o Demanda reprimida por bens de capital no pós guerra e bens de consumo (excesso de oferta pra
redução de preços);
o Política anti-inflacionária: redução de reservas e déficits na Balança Comercial;
o E, para atrair capital;
Problemas: as reservas eram insuficientes (exportações para os EUA eram menores que as importações e no pós guerra,
as exportações de matérias primas caem no Brasil);

E, se desvalorizassem a taxa de câmbio?

 Demanda por café era inelástica;


 Com foco na inflação, a desvalorização poderia piorar o problema dos preços;

Controles de câmbio: a partir de 1947;

 Bancos autorizados a operar câmbio: obrigados a vender 30% ao Banco do Brasil;


 Controle pouco rigoroso: governo acreditava na recuperação econômica mundial;

Contingenciamento de importações (1948-1953): licenças para importação de acordo com a necessidade do governo;

 Redução do déficit: queda na importação, recessão norte americana (1949) e recuperação dos preços do café;

Substituição das Importações

- Controle de importações de 1947: reforça a substituição de importações, embora o foco tenha sido em conter o
desequilíbrio do Balanço de Pagamentos;

- Com o aumento do preço do café, em 1949, há um aumento na disponibilidade de divisas, fornecendo maior
quantidade de licenças à importação;

- Manutenção da taxa de câmbio sobrevalorizada;

- Estímulo à indústria de bens de consumo duráveis: ainda não produzidos internamente; E Aparelhos domésticos;

Continuidade em obras do Governo Vargas:

 Companhia Hidroelétrica do São Francisco;


 Comissão do Vale do São Francisco e a Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia
(prevista na Constituição de 1946 e que só foi constituída de fato em 1953).

Aula 5 - Segundo Governo Vargas

Getúlio Vargas: eleito por voto direto e assume em 31 de janeiro de 1954

Herança do governo Dutra:

➢ Volta do processo inflacionário;

➢ Recorrente desequilíbrio no setor interno e externo;

➢ Elevação dos preços do café;

➢ Mudança da posição dos EUA no financiamento do desenvolvimento brasileiro, importante na segunda fase
do novo governo;

Política Econômica:

➢ Fase inicial (Ortodoxia): foco na estabilidade econômica;

➢ Segunda fase: atração de capital estrangeiro para financiamento das obras de infraestrutura;
Política Externa

Com o aumento do preço do café em 1949 e a mudança no padrão de financiamento norte-americano: as transações
eram animadoras;

Continuidade na taxa de câmbio fixa e sobrevalorizada e nas concessões de licenças de importações, porém, esta última
com maior relaxamento nos primeiros meses de governo devido ao desequilíbrio na Balança Comercial

 Fator externo: maior propensão marginal a importar em função da Guerra da Coreia – 1950-53, a partir da
Guerra Fria e o receio da escassez dos períodos de Guerra, além da posição cambial favorável às importações e,
 Fator interno: inflação (importações para controlá-la), precário abastecimento interno;

Crise cambial (1952):

 Licenças (6 a 12 meses): desfasagens nas importações efetivas x concessão de licenças (déficits);


 Crise da indústria têxtil mundial (queda na exportação brasileira de algodão: redução do superávit);
 Estoques dos exportadores: devido à expectativa da desvalorização cambial;

➢ Desde 1949, ainda no Governo Dutra, os Estados Unidos tinha um plano para o desenvolvimento de infraestrutura da
América Latina, o Ponto IV, composto por Eugenio Gudin, Otávio Gouveia de Bulhões e Valder Lima Sarmanho (foco na
agricultura, energia e transporte);

➢ Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (CMBEU): criada, oficialmente, em 19 de julho de 1951, mas articulada já após
o resultado das eleições, buscava analisar e fomentar projetos de infraestrutura, fomentou a criação do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e o relatório foi entregue ao Ministro da Fazenda, Eugenio Gudin, no governo
Café Filho, em 1954;

➢ Financiamento pelos Banco de Exportação e Importação (Eximbank) e o Banco Internacional de Reconstrução e


Desenvolvimento (Banco Mundial): garantindo capital necessário aos empreendimentos e, também, a partir do
desenvolvimento da infraestrutura, colaboraria com maior entrada de capital estrangeiro e não comprometendo a fase
ortodoxa inicial;

Fase inicial (Ortodoxia)

Foco na estabilidade econômica


 Equilíbrio das contas públicas: redução do gasto público e possível aumento da arrecadação (porém, a
aprovação do ano de 1951 ocorreu ainda no último na do Governo Dutra);
 Política Monetária e Creditícias Contracionistas;
 Queda no gasto público, principalmente o investimento (a formação bruta de capital fixo caiu de 28,4% (1950)
para 20,3%, substituído, em partes, pelo setor privado (aumento das importações de bens de capital). E,
crescimento da arrecadação federal: crescimento das importações;
 Primeiro superávit público em 1951, desde 1926 para todas duas esferas de governo (União e Estados) embora,
nem todos os Estados conseguiram manter para o ano seguinte;
 Por outro lado, houve expansão do crédito pelo Banco do Brasil;
 Expansão do crédito e câmbio sobrevalorizado: aumento nas taxas de investimento;
 PIB: cresceu de 4,9% para 7%, em 1951 e 1952, respectivamente, puxados pelos setores de serviços e a
comercialização de produtos importados, enquanto a agricultura se recuperou em 1952 após a queda nas
exportações de café e algodão em 1951;
 Inflação: 10,8% (1951) e 20,8% (1952);

Segunda fase

Atração de capital estrangeiro para financiamento das obras de infraestrutura;

Como a primeira fase era crucial para iniciar a primeira: Em 1953, Crise Cambial e Inflação; Atrasos nos pagamentos e
dificuldade na obtenção de empréstimos para o financiamento das obras (para alguns autores, é o motivo da ruptura
com os EUA);

 Contexto: Lei de Remessa de Lucros de Vargas (27de fev. 1946) – as remessas anuais de lucros, juros e
dividendos estavam limitadas a 8% do capital estrangeiro registrado e as repatriações de capital eram de até
20% ao ano;
 Em 3 de janeiro de 1952, Vargas emite o decreto n° 30.363 que impôs o limite de 10% sobre o capital
estrangeiro registrado (de 47 a 51, entraram U$15 milhões e saíram US$ 47 milhões);

Mudança no governo norte americano: foco no combate ao comunismo com a vitória de Dwight D. Eisenhower
(Republicano) que sucedeu Harry S. Truman (Democrata), dificultando a continuidade da CMBEU, criada em 1951, mas
iniciada desde 1949 no ponto IV, o qual foi abandonado (fortalecimento da infraestrutura da América Latina) com foco
no corte de gasto;

Ruptura do governo brasileiro com o Banco Mundial: remessas de lucro;

 Pressão do Banco Mundial na concessão de crédito sobre as políticas econômicas dos países latino-americanos:
apoiado pelos EUA, o Eximbank, apenas deveria conceder crédito aos países da América Latina quando
houvesse recusa do Banco Mundial pois, cobrava taxas de juros menores que o Banco Mundial e impedia o
controle deste sobre as políticas econômicas nestes países;
 Interesse estrangeiro no monopólio de petróleo e nas ferrovias;
 Banco Mundial: acordo de empréstimo no final de abril de US$300 milhões para regularizar os atrasos
comerciais, por meio do Eximbank com condições mais restritas de crédito. Amortização deveria ocorrer em até
3 anos, com taxa de juros de 3,5% a.a. e pagamento de todos os atrasos até o final de 1954;

CMBEU é extinta: 41 projetos aprovados de US$387 milhões, sendo US$186 milhões financiados;
Foco na estabilidade econômica e incapacidade de continuidade das obras de infraestrutura;

Lei nº 1.807 (Lei do Mercado Livre): instituiu o sistema de taxas múltiplas de câmbio, algumas flutuantes;

Oferta de câmbio: com cinco faixas

Importações: duas faixas

O objetivo da adoção deste tipo de modelo de câmbio era: facilitar a exportação dos produtos “gravosos” (ou seja,
inviáveis à taxa oficial de câmbio) e reduzir a propensão a importar;

Receio: evitaria o receio de uma desvalorização cambial e uma piora na inflação, encarecendo os insumos industriais e
os bens de consumo;

Resultado da Lei do Câmbio Livre:

 Queda de 11% nas exportações no primeiro semestre de 1953 em relação à 1952 – os gravosos não
aumentaram tanto na pauta exportadora e os exportadores de café, na esperança de uma maior desvalorização
cambial, reterem os estoques;
 Descontentamento dos cafeicultores e exigência ao abandono da lei;
 Aumento nos atrasos comerciais: renegociação com o Eximbank;

Nova tentativa de estabilização

Reforma ministerial:

 Dificuldades econômicas: troca de ministros da Fazenda: Lafer substituído por Oswaldo Aranha;
 Crise na produção de energia em função da estiagem;
 Descontentamento social e desgaste do governo: greve em 1953 em São Paulo e eleição de Jânio Quadros na
prefeitura de São Paulo;
o João Goulart assume o Ministério do Trabalho: para agradar os sindicatos e sucessão presidencial

Política Econômica de Oswaldo Aranha

 Políticas contracionistas (ortodoxia) e ajuste cambial;


 Homogeneizar o benefício cambial dado as exportações (menos o café), reduzindo as três taxas existentes a
uma única taxa resultante da combinação de 50% das taxas dos dois mercados;
 Cobrar rápida liberação da segunda parcela do empréstimo do Eximbank em troca da promessa de seguir uma
política ortodoxa;
 Instrução 70 da SUMOC de 9 de outubro de 1953:
 Financiamento do déficit público sem emissão de moeda e expansão do crédito;
 Situação cambial;
o Restabelecimento do monopólio cambial do Banco do Brasil: divisas de exportações deveriam ser
revendidas ou repassadas ao Banco do Brasil;
o Controle de importações: extinto e substituído pelo leilão de câmbio (Promessas de Venda de Câmbio -
PVC);
o Impactos: elevou a receita do governo e aumentou as exportações;
o Porém: a seca no nordeste e as obras públicas elevaram o gasto público, pressionando novamente a
inflação;

Resumo da prosa

 Em 1954: melhor no setor externo e expectativa sobre as exportações de café e da renegociação com o
Eximbank;
 Mas a preocupação continuou na inflação: resultante do déficit público, da expansão do crédito e do aumento
da base monetária – descontentamento da classe média e urbana;
 No dia 1º de Maio: Getúlio anuncia um aumento do salário mínimo de 100% (o ajuste real necessário seria de
49%) – não diminuiu o descontentamento da base eleitoral;
 Geada no Paraná: choque de oferta de café (queda nas exportações e elevação no preço do café), decreto de
preço mínimo do café e EUA passam a importar café de outros países;
 Getúlio fica isolado: além do descontamento da população, perdeu apoio da indústria pois a instrução 70 da
SUMOC acabou encarecendo os bens importados e o custo de produção (salário mínimo) -> Atentado da Rua
Toneleiros e Suicídio de Vargas;

Aula 6 - Governo JK: O Plano de Metas

Antecedentes

Tentativas de estabilização e controle cambial, sem sucesso no Segundo Governo Vargas (1951 a 1954) e continuidade
no Governo Café Filho (1954 a 1955);

Inflação: causada pelo gasto público elevado e emissão monetária;

Ministro da Economia: Eugenio Gudin;

Instrução 108 da SUMOC: Por meio desta, aumentava-se o compulsório sobre os depósitos à vista de 4% para 14% e de
3% para 7% sobre os depósitos a prazo superiores a 90 dias;

Depósito compulsório do Banco do Brasil para a SUMOC – iniciando uma reforma bancária e enxugamento do
crédito;

Instrução 116 da SUMOC: redução do compulsório por receio de uma crise bancária (falta de liquidez);

Críticas à existência de várias taxas de câmbio e do câmbio sobrevalorizado (para promover a substituição de
importações);

causava o desequilíbrio do BP (desestimulando as exportações) e incentivo ao aumento do investimento


estrangeiro direto;
Decreto 34.893/1954: setores de energia, transporte e comunicações passam a ter tratamento cambial
diferenciado (importações –taxa de câmbio oficial e IED – taxa de câmbio livre);

Instrução 113 da SUMOC/1955: todos os setores industriais passam a ser favorecidos;

Governo JK

Política de desenvolvimento: setor público;

 Plano de Metas: investimentos planejados de modo mais completo;

Crescimento econômico e estabilidade de preços;

 Ingresso de capital: ingresso de capital líquido de US$131 milhões (1956-61);


 Reforma cambial (1957): substituição de taxas de câmbio múltiplas por um sistema de proteção (para acelerar a
produção doméstica – aprofundamento do PSI);
o Categoria geral: matérias primas, equipamentos e bens genéricos (escassos internamente);
o Especial: bens de consumo restrito;
o Bens prioritários: papel, trigo, petróleo, fertilizantes, etc.
 Em 5 anos, entre 1955 e 1960, a indústria de bens de capital cresceu 26,4% a.a. (veículos e equipamentos de
transporte, principalmente);

Mesmo com o fim da CMBEU: BNDE (1952) com o objetivo de gerir um fundo especial arrecadado pelo setor público, o
Fundo de Reaparelhamento Econômico que consistia em colocar em prática o estudo da comissão;

 Necessidade de revisão: pouco resultado do BDNE por dificuldade de recursos externos e domésticos;
 Revisão da CEPAL-BNDE: áreas prioritárias e pontos de estrangulamentos. Embora não foi seguido, deu base ao
Plano de Metas;
 Plano de Metas (1956): plano quinquenal baseado no diagnóstico da CMBEU e CEPAL-BNDE, com bastante
dedicação do setor público, a partir da criação do Conselho de Desenvolvimento, ligado à presidência;
o Para muitos, foi a tentativa mais sólida de industrialização brasileira;

Premissas

➢ Crescimento de 2% a.a. na renda per capita;

➢ Queda do preço do café até os níveis do final dos anos 1940 e início dos anos 1950;

➢ Aumento na receita de exportação de 6,2%, sem contabilizar o café;

➢ Queda no coeficiente de importação;

➢ Previsão da inflação: 13,5% a.a.;

Investimentos: energia e transporte (71,3% dos recursos, principalmente do setor público), indústrias de base (22,3%
principalmente do setor privado), e alimentação e educação (6,4% do governo);

Financiamento:

 Fundos de vinculação orçamentária (administravam recursos de tributação exclusiva ou não);


o Déficit orçamentário de 2,2% do PIB: financiado por emissão monetária;

Política econômica:
 Tratamento preferencial para o capital estrangeiro;
 Financiamento dos gastos públicos e privados por emissão monetária e expansão do crédito;
 Crescimento da participação do setor público na formação bruta de capital fixo;
 Estímulo à iniciativa privada (crédito subsidiado pelo BNDE);

Fragilidade do plano:

 Financiamento: inflação e perda do poder de compra;


 Falta de uma política consistente no combate à inflação, como outros planos de estabilização anteriores;

Setor público:

 Se tornou fundamental ao processo de industrialização;


 Crescimento de receitas/despesas públicas;

Políticas fiscal e monetária contracionistas:

 segundo plano;

➢ Política de Moeda e Crédito (SUMOC, Banco do Brasil e Tesouro) e Taxa de câmbio, juro, depósito
compulsório e registo de entrada de capitais (SUMOC);

➢ Déficits do Tesouro eram cobertos com empréstimos do Banco do Brasil e emissão monetária;

➢ Título da dívida: limitados a 12% a.a. (Lei da Usura) – juro real negativo;

Plano de estabilização Monetária – PEM (1952):

➢ Fase de transição (até 1959): redução da inflação;

➢ Fase de estabilização: segurar a expansão dos meios de pagamento (apenas ao nível do produto real);

➢ Abandono do plano, em oposição ao PEM e ao FMI, seguindo a ideia de que economias subdesenvolvidas só
industrializariam com inflação (Estruturalistas);

Desempenho no período:

➢ Crescimento do PIB e renda per capita: 9,3% a.a e 5,1% a.a.;

➢ Inflação: 23,8% a.a.;

➢ Déficit no BP;

Nos anos seguintes:

➢ Contenção de gasto público;

➢ Tentativa de ajuste no BP;

➢ Eleição de Jânio Quadros: renúncia em 1961;

➢ Turbulência política: perda do controle da inflação e demais agregados macroeconômicos;


Aula 7 – PAEG

Antecedentes

Plano de Metas: utilizou o mecanismo inflacionário como um meio para chegar ao fim que era a garantia de
investimentos públicos e privados. A inflação era resultante da emissão monetária que financiava gasto público e
crédito e, este, consequentemente viabilizava os investimentos privados (mecanismo da poupança forçada da sociedade
via inflação para o setor público e privado);

Políticas monetária e fiscal: passivas ao objetivo de industrializar o país. De 1956-60:

- Dívida externa, aumento de 50%;

- Queda das exportações em 15%;

- Déficit público: construção de Brasília, financiamento de obras públicas e continuidade do programa de


compras de excedentes de café;

- Inflação: 23,8% a.a., em média, entre 1956 e 1960, sendo que só em 1960 chegou a 30,5% a.a.

Sucessor de JK: Jânio Quadros assume em 31 de janeiro de 1961 (João Goulart, vice)

- Vassoura que varreria a inflação e a corrupção;

- Politica ortodoxa:

- Desvalorização cambial;

- Unificação do mercado de câmbio (Instrução 204 da SUMOC);

- Corte do gasto público;

- Política monetária contracionista;

- Redução de subsídios às importações de petróleo e trigo

- Medidas bem recebidas: de significativa importância, considerando que boa parte da dívida venceria até 1965,
além de garantir a continuidade de investimentos estrangeiro;

- Jânio renuncia em 25/08/1961: deveria assumir João Goulart (em viagem à China - comunista), oposição de militares e
civis (liderado por Leonel Brizola, governador do RS);

- Congresso aprova mudança: de presidencialista para parlamentarista até 1963 (plesbicito);

- João Goulart toma posse em 07/09/1961, mas com poderes diminuídos, com primeiro ministro, Tancredo Neves e
assume a pasta da Fazenda, Moreira Sales (banqueiro e embaixador);

Resultados econômicos em 1961:

- PIB - 8,6% a.a.;

- IGP – de 30,5% para 47,8%;

- Recuo de 13,1% do PIB dos investimentos (menor nível desde 1950);

- Celso Furtado e o Plano Trienal: com foco no crescimento econômico e controle da inflação;

- EUA: pouca disposição à continuidade dos empréstimos:

- Lei. 4.131 de 1962: limitava a remessa de lucros ao exterior em 10% sobre o capital registrado) – queda em
40% no volume líquido de investimento entre 1962 e 1963;
- Aproximação com Cuba e defesa da entrada da China na ONU, além de apoio à descolonização de países na
África, desde Jânio Quadros;

- Abandono da ortodoxia (Reajuste de salários e volta dos subsídios ao trigo e petróleo);

- Desaceleração econômica, aumento do gasto público, aumento da inflação e do desequilíbrio externo;

- Cenário político instável: em 31 de março de 1964, um golpe civil-militar, tira João Goulart do poder;

Regime Militar

Castello Branco – Arthur – Costa e Silva – Médici – Geisel – Joao Figueredo – Colégio Eleitoral: José Sarney

- Marechal Castello Branco assume em 15/04/1964 (até 20/01/1967);

- Roberto Campos (Ministro do Planejamento) e Octávio de Bulhões (Fazenda): medidas que se estenderam até 1973,
mesmo com trocas de ministros e de governo;

- Combate gradual à inflação: ataque ao ciclo: déficit fiscal -> emissão -> aumento de salários -> déficit fiscal;

- Expansão das exportações;

- Retomada do crescimento;

- Considerando a “ausência de resistência”, a economia não encontrou grandes barreiras, focada no desequilíbrio
monetário e externo;

- De 1963 até início de 1964: estagflação (crescimento do PIB de 0,6 em 1963 e inflação de 79,9%);

- 1964-1967: PAEG;

PAEG - Plano de Ação Econômica do Governo

- Consistiu em um plano de estabilização econômica ortodoxo e de reformas estruturais (sistema financeiro, estrutura
tributária e mercado de trabalho);

- Principais medidas:

1) Ajuste fiscal: aumento de receita e corte de gasto público;

2) Orçamento: redução das expansão dos meios de pagamentos;

3) Controle do crédito (à mesma redução de 2);

4) Correção do salário médio;

- Política monetária contracionista e estabilização gradual: para garantir o crescimento;

- Problemas: a inflação aceitável ainda era de dois dígitos, interferindo nos PREÇOS RELATIVOS, por exemplo, o preço da
carne em relação à gasolina, ou seja, quanto de carne compra quanto de gasolina, o que prejudicando contratos de
longo prazo: salários, aluguéis, etc..., e retroalimentando a inflação – correção monetária;

- Reforma no Mercado de Trabalho: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS, substituiu a estabilidade do
emprego (10 anos de serviço no mesmo estabelecimento);

- Reforma tributária: objetivo de aumentar a carga tributária (centralizador) e racionalizar a tributação, incentivando o
crescimento econômico:

- Criação do Imposto sobre Serviço (ISS) – municípios


- Criação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICM), substituindo sobre vendas;

- Ampliação da incidência do IR;

- Criação do Fundo de Participação dos Estados e Municípios (FPEM): repasse federal, etc...;

- Problemas: além de centralizadora, a reforma foi regressiva, maior aumento da arrecadação veio dos impostos
indiretos;

- Reforma Financeira: Conselho Monetário Nacional (CMN); Banco Central do Brasil (BCB); Bancos de Investimentos
(regulamentados em 1966); Sistema Financeiro de Habitação (SFH) <---> Caixa Econômica Federal; Obrigações
Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN); Lei do Mercado de Capitais (1965);

- PIB médio de 1964 a 1967: 4,2% a.a.

- Inflação: 45,5% a

Milagre Econômico (1968 – 1973)

- Costa e Silva (De 01/1967 até 08/1969); General Médici (até 15/03/1974)

- Crescimento do médio do PIB de 11,1% a.a.: resultado do plano de metas e substituição de importações, foi liderado
pelo setor de bens de consumo durável e em menor grau pelo de bens de capital, consolidando os investimentos desde
o Plano de Metas;

- Mas por quê, milagre? Além do crescimento, redução da inflação e do desequilíbrio externo;

Aula 8 – PNDs

1964 – 1973:

- 10 anos da ditadura militar no Brasil: Castello Branco (1964-66), Costa e Silva (1967- 69) e Médici (1969-1973);

- Combate à inflação: Paeg (1964-1968), sem grande sucesso e o PED com combate à inflação e investimentos públicos;

I Plano Nacional de Desenvolvimento – I PND

No Governo Médici e idealizado por João Paulo dos Reis Velloso e Mário Henrique Simonsen, com meta de crescimento
de 8 a 9% a.a. e inflação abaixo de 20% a.a., preparando a economia para a continuidade no PSI;

- Reformas estruturais (tributária e financeira)

Fatores do Milagre Econômico (1968 – 1973):

- redução das taxas de inflação;

- eliminação nos déficits no BP: mas com aumento das importações e da dívida externa (PSI);

- capacidade ociosa e crescimento no consumo de petróleo como energia primária (40% em 1973);

- regime autoritário e a implementação de políticas;

- liquidez no mercado internacional;

- apoio dos EUA;


- captação de recursos externos: aumento da dependência externa financeira e de bens de capitais;

- controle de preços e salários;

- juros (baixo) tabelado;

- crawling peg (minidesvalorizações cambiais com base na inflação)

II Plano Nacional de Desenvolvimento – II PND

- 1974 a 1984: período de mudanças estruturais e políticas até a redemocratização (Governo Geisel (1974-1979) e João
Figueiredo (1979-1984)).

- Crescimento médio de 6,7% a.a.;

Antecedentes do Governo Geisel (1974-1979):

- Inflação baixa: herança dos governos anteriores (15% em 1973 x 80% em 1963)

- Reestruturação fiscal e financeira;

- Recuperação do BP;

- Ritmo acelerado de crescimento (milagre econômico): correção monetária e aumento da dependência externa
do país em bens de capital e petróleo e seus derivados e setor financeiro (empréstimos externos);

- Opções: atrelar o crescimento à conjuntura externa (exportações) ou desvalorização cambial (ajuste


conjuntural) ou o ajuste estrutural (II PND - PSI para reduzir a longo prazo a dependência) dependente
do crédito externo.

Governo Geisel (1974 – 1979)

- Dependência de bens de capital e petróleo;

- Vulnerabilidade financeira: era necessário gerar superávits (dependente da política cambial e da demanda externa)
para compensar as despesas financeiras (controlando déficits em conta corrente), além de renegociar dívidas e atrair
mais capital estrangeiro;

- Esgotamento do crescimento econômico via PSI, desde 1950: comandado pelo Estado e por meio de financiamento
público e endividamento externo;

- Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento II PND: completou o PSI;

- Fator externo: I e II Choque de Petróleo e Crise da Dívida;

I Choque do Petróleo (1974)

Países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP aumentaram o preço do barril de petróleo
de US$2,48 (1972) para US$3,29 (1973) e US$11,58 (1974);

- Dependência da importação de petróleo: comprometimento do crescimento econômico brasileiro e restrição


externa, a partir de 1974 e queda na taxa de crescimento de 14% (1973) para 8,2%;

- Países desenvolvidos: aumento da taxa de juros (para conter a inflação de custo por parte dos Bancos Centrais)
e contração do crescimento econômico (1974-75);
- Déficits comerciais em diversos países: no Brasil, em 1973 com superávits, a Balança Comercial passou
a ter um déficit de US$4,7 bilhões em 1974,

- Compensação pelos petrodólares: receita de exportação dos países da OPEP investidos no mercado
financeiro internacional, financiando os déficits em conta corrente via sistema bancários de países como
o Brasil;

II Choque do Petróleo (1978): US$13,60 alcançando US$30,03 em 1979 e US$35,69 em 1980;

- Aumento novamente das taxas de juros internacionais: recessão nos países industrializados de 1981 a 1982
(prime rate – taxa básica de juros de empréstimos bancários nos EUA saiu de 7,9% a.a., em 1973, para 18,9%
a.a. em 1981);

Consequências à economia Brasileira pelo aumento do juros:

a) Piora nos déficits em conta corrente pela redução das importações dos EUA;
b) Aumento da dívida externa: encarecimento pela taxa de juros (prime rate);
c) Dificuldade de obtenção de empréstimos pelo crescimento da dívida (aumento do risco da dívida)

Crise da dívida: o racionamento de crédito aos países endividados, principalmente da América Latina, deixou os países
incapazes de pagar as dívidas, levando-as a decretarem a moratória, sendo o México o primeiro, em 1982, com
negociações dos países até final dos anos 1980;

II PND

Ajuste estrutural por meio de grandes investimentos públicos e privados para ocorrerem entre 1974 e 1979; Pontos de
estrangulamento que restringiam o crescimento brasileiro e a restrição externa;

- Infraestrutura: ampliação da malha ferroviária, da rede de comunicação e da infraestrutura de produção e


comercialização agrícola com foco no mercado interno e exportação;

- Bens de capital: siderurgia, química, metais não ferrosos (alumínio, chumbo, cobre, etc...) e minerais não
metálicos (areia, argila, sal marinho, cascalho, etc...)

- Energia: pesquisa e exploração de petróleo, álcool como alternativa ao petróleo e aumento da capacidade de
geração de energia elétrica;

Financiamento: BNE (linhas de crédito subsidiado aos capitais privados) e público (imposto e empréstimos externos
captados pelas estatais;

- Liquidez internacional favorecendo o desempenho do plano: mesmo após o I Choque do Petróleo houve recuo das
taxas de juros e movimento de capitais via petrodólares;

- Pressão empresarial pela continuidade do crescimento como no Milagre econômico: projeto político de Geisel;

- Pressão inflacionária pelo crescimento: política monetária contracionista, embora com expansão do crédito e
contenção de gasto público (administração direta);

- Aumento dos déficits do BP pelo aumento das importações, porém, a partir da década de 1980 o II PND levará à
redução das importações de bens de capital e da dependência da importação de petróleo, além do aumento da
capacidade de exportação;
Governo Figueiredo (1979 – 1984)

Fases: crescimento econômico (1979-1980), recessão (1981-1983) e recuperação de 1984 (via exportações);

- Setor externo: diferenças no ajuste para cada fase;

Mario Henrique Simonsen: Ministério do Planejamento;

- Controle dos meios de pagamento e crédito: controle sobre a inflação;

- Desvalorização (real) da taxa de câmbio

- Ajuste recessivo para controlar o desequilíbrio do BP

- Pressão e substituição: “A inflação é péssima, mas o impasse externo mortal” Simonsen (1979)

Delfim Neto:

- Contenção do gasto público para segurar a inflação (apenas estatais, não de subsídios agrícolas ou
administração direta);

- Ajuste externo pelos preços relativo (câmbio e tarifas) para distribuição da demanda a diversos setores:
repercutiu em aceleração da inflação (de 38% a.a. para 93% a.a. em 1980), levando a reajustes salariais e
contratuais semestrais, realimentando a inflação (inflação inercial)

- Inflação inercial: aumento do preço passado eleva o preço a cada período;

- Queda nas reservas internacionais: US$12 bilhões (1978) para US$7 bilhões (1980);

1979 – 1980 (crise das dívidas):

Crescimento de 8% a.a. com inflação e deterioração das contas públicas e externas (conta financeira e não mais a
Balança Comercial), como resultado do II PND;

- 1979-80 crescimento de 8% a.a. com inflação e deterioração das contas públicas e externas como resultado do
II PND;

- I e II choque do petróleo (1974 e 1979): aumento do preço do petróleo (grande dependência brasileira, além
de bens de capital);

- Aumento dos juros norte-americanos, entre 1979 – 1982

- 1981 – 1983: a década perdida - grave desequilíbrio no BP, aceleração inflacionária e desequilíbrio fiscal;

- Balança Comercial superavitária: duas Maxidesvalorização cambiais (30% cada), ministro Delfim Neto,
em 1979 e 1983, a contração das importações (recessão crise das dívidas) e o PSI do II PND;

- 1984: Recuperação econômica (queda nas importações e aumento das exportações). Mudança na composição
dos produtos exportados: queda dos bens básicos e aumento de produtos manufaturados;

- Efeitos do II PND foram vistos nos anos 1980, por ser investimento de longo prazo.

- Efeito negativo: endividamento externo;

- 1985: Governador do Maranhão, José Sarney, vice de Tancredo Neves vence a eleição contra Paulo Maluf no
congresso e assume a presidência da república, com o falecimento de Tancredo, encerrando período ditatorial
Aula 9

Nova República

“Diretas Já”: esperança e adesão da população à retomada da liberdade política e civil e ao controle da inflação. Com a
falta de quórum, ocorre as eleições indiretas pelo Colégio Eleitoral em 01/01/1985.

Tancredo Neves é eleito, sendo o primeiro presidente da república, desde 1960, falecendo em 21/04. José Sarney, de
vice-presidente eleito, assume a presidência formulando o Plano Cruzado.

No lado econômico:

- Crescimento do PIB de 5,4% (1984) para 7,8%;

- Melhoria nas contas externas por conta de:

- Endividamento externo persistia (US$105 bilhões) superávits comerciais eram suficientes para o
pagamento dos juros sobre a dívida externa;

- Aumento das reservas em 1985 (US$11,6 bilhões);

- Queda no preço do petróleo;

- Desvalorização cambial: moedas europeias e iene;

- Inflação de 224% a.a., em 1984:

- Indexação generalizada da economia (inércia inflacionária, a correção era acima da inflação ocorrida),
o PAEG com a correção monetária mostrou a necessidade da desindexação da economia;

- Choques de oferta: desequilíbrios de oferta (aumento dos preços do petróleo, aumento de impostos, quebras de
safras agrícolas, desvalorizações cambiais);

- Choques de demanda: desequilíbrios fiscais e excesso de oferta de moeda;

- Tendência (inércia inflacionária): inflação baseada na inflação passada (contratos com cláusulas de desindexação),
pode ser piorada com choques de oferta e demanda;
Como controlar a inflação?

Pacto Social: economistas do PMDB e Unicamp, disputa de renda entre setores da sociedade numa maior participação
na renda nacional, mantendo a distribuição no longo prazo mas com inflação. Para solucionar, mantem-se os preços, e a
inflação se esvairia;

Choque Ortodoxo: economistas da FGV, Teoria Quantitativa da Moeda: causada pela expansão monetária para pagar as
dívidas do governo. Para resolver, corta-se gastos e controla-se a emissão monetária, além da desindexação e
liberalização total dos preços;

Choque Heterodoxo [Inflação Inercial]: Francisco Lopes da PUC-Rio. Com congelamento de preços;

Reforma Monetária [Inflação Inercial]: André Lara Resende e Pérsio Arida da PUC-Rio. Com o Larida, introdução de uma
moeda indexada que circularia paralelamente ao Cruzeiro;

Congelamento: Planos Cruzado, Bresser, Verão e Collor

Larida com modificações: Plano Real

Plano Cruzado

Ministro da Fazenda: Dilson Funaro;

Setor externo favorável e políticas de austeridade fiscal e controle monetário e de crédito. Sem sucesso, inflação chega
a 235% a.a.

- Choque heterodoxo (Decreto Lei nº 2.283 de 28/02/1986):

1) Reforma Monetária: Mudança de Cruzeiro para Cruzado (mil cruzeiros por cruzado) – criar a imagem de uma
moeda forte e com uma nova unidade monetária, interferir nos contratos;

2) Congelamento de preços: todos produtos, a partir da data, seriam tabelados (Tabela da Superintendência
Nacional de Abastecimento e Preços – SUNAB) e a população agiria como “fiscais do presidente”;

3) Reajuste salarial automático: taxa de inflação superior à 20% (gatilho salarial);

4) Política cambial: câmbio fixo do dia anterior (âncora cambial);

5) Política Fiscal e monetária: não tinha determinação prévia, ficaria a cargo dos responsáveis pela política
econômica.

Fases

- Introdução: Março a Junho de 1986;

- Fiscais do Sarney (Jornal Nacional: 28/02/1986): https://www.youtube.com/watch?v=Kl-CyEy65V0

- Redução das taxas de inflação;

- Política monetária expansionista: aumento da demanda por moeda estável;

- Baixa taxa de juros e taxas de juros reais negativas: devido à política monetária;

- Política Fiscal: aumento do gasto público e congelamento de tarifas;


- Redução da poupança interna: compra de automóveis e bens de consumo duráveis;

Resultado: Inflação e desabastecimento (escassez de leite, carne e automóveis);


https://www.youtube.com/watch?v=WzX0akSlL1E

- Cruzadinho: Julho a Outubro de 1986;

- Ajuste no plano: ajuste fiscal sem alterar o congelamento de preços;

- Desacelerar a demanda com aumento de impostos e aumentar a oferta por meio de investimentos;

- Liberalização de alguns produtos importados: para suprir a demanda;

- Conclusão: o congelamento foi mantido e a demanda não foi reduzida.

- Plano Cruzado II: Novembro de 1986 a Junho de 1987

- Diagnóstico: excesso de demanda agregada, estrangulamento da oferta, insuficiência dos investimentos,


deterioração dos saldos da balança comercial, baixa capacidade de investimento do setor público - tentativa de
realinhamento de preços e controle do desequilíbrio fiscal mediante aumento das tarifas públicas;

- Meta: ajuste fiscal (aumento da arrecadação);

- Medidas:

- Aumento dos preços de automóveis, cigarros, bebidas alcóolicas, tarifas telefônicas, energia elétrica,
tarifas postais, açúcar, gasolina, álcool e medicamentos;

- Redução dos gastos do setor público e adiamento de investimento estatal para 1987;

- Estímulo às exportações mediante incentivos fiscais e minidesvalorizações cambiais;

- Política monetária contracionista;

- Minidesvalorização: surgimento do déficit do Balanço de Pagamentos e redução das reservas –


Moratória da dívida externa;

- Resultado: Persistência da inflação.

Conclusões e Falhas do Plano:

a) Considerar a inflação apenas inercial: causada, também, por excesso de demanda e por desequilíbrios das
contas públicas;

b) Crescimento dos salários reais: crescimento do consumo;

c) Políticas monetária e fiscal expansionista num plano de estabilização;

d) Congelamento de preços por um longo período;

e) Gatilho salarial: era indexador ou invés de desindexar os salários dos demais preços;

f) Manutenção de taxas de câmbio fixas;

g) Tarifas públicas defasadas: deterioração das contas públicas.


Plano Bresser

Bresser Pereira: ministro da Fazenda em 12 de junho de 1987; https://www.youtube.com/watch?v=vBPPVnuLxqw

Objetivo do plano: provocar um choque deflacionário de forma a permitir taxas mais baixas de inflação;

Causas da inflação: inércia inflacionária (componente heterodoxo) e excesso de demanda (componente ortodoxo);

Principais medidas:

Congelamento de salários por 3 meses: posteriormente reajustados pela Unidade de Referência de preços
(URP), mecanismo de indexação pela média salarial dos últimos 3 meses;

Congelamento de preços por 3 meses;

Desvalorização do câmbio em 9,5% e minidesvalorizações cambiais diárias: preocupação com o setor externo;

Congelamento de aluguéis;

Contratos para pagamentos futuros com taxas de juros prefixadas foram deflacionadas;

Política fiscal contracionista para reduzir o déficit público;

Política monetária que propiciasse taxas de juros positivas para conter a demanda.

Resultado:

Redução da inflação de 26,1% em junho para 3,1 e 6,4% em julho e agosto;

Preços congelados foram reajustados em 10%;

Mas a URP foi reajusta em 4,7%;

Consequência: redução da credibilidade no governo e no plano.

Arroz com feijão (1988): política ortodoxa gradualista

Ministro da Fazenda: Maílson da Nóbrega (13 de maio de 1987 a 15 de março de 1990);

Meta:

reduzir a inflação e o déficit público (política econômica arroz com feijão);

Contenção salarial do funcionalismo público e congelamento dos valores dos empréstimos do setor
público;

Política fiscal contracionista;

Política monetária expansionista: entrada de capitais (superávits comerciais);

Plano Verão

Reforma monetária (14 de janeiro de 1989): Cruzado passa para Cruzado Novo (1000 Cruzados eram 1 cruzado novo);

Aspectos ortodoxos:

- Política monetária e fiscal contracionistas para redução dos preços via contração da demanda;

- Redução das despesas públicas;

- Aumento da taxa de juros;

Aspectos heterodoxos:

- para desindexar a economia (extinção da URP salarial).


Principais medidas:

- Conversão dos salários para a nova moeda;

- Correção de salários entre empresas e trabalhadores com o fim da URP;

Congelamento de preços por tempo indeterminado;

Taxa de câmbio fixa e fim das minidesvalorizações do plano Bresser;

Política Fiscal contracionista: redução de ministérios, de pessoal, programa de privatizações, limitações de


emissão de títulos da dívida;

Política monetária contracionista: aumento da taxa de juros real de curto prazo, limitação do crédito e aumento
do compulsório bancário.

Resultados:

O ajuste fiscal não foi realizado: emissão de títulos da dívida pública;

Problemas com dívida externa;

Forte indexação da economia;

Descontrole das contas públicas;

Hiperinflação em 1990: 67,55% a.m., 75,73% a.m. e 82,39% a.m. (janeiro à março).

Plano Collor I (1990)

Ministra da Fazenda: Zélia Cardoso de Melo. Diagnóstico:

Inflação crônica e baixo crescimento econômico;

Insucesso dos planos econômicos anteriores no controle da inflação a partir da indexação da economia e do
congelamento de preços e salários;

Déficit público: causado pela emissão de moeda;

Necessidade de reestruturar a dívida interna;

Economia fechada e forte intervenção estatal;

Expectativa positiva: “país perplexo”: https://www.youtube.com/watch?v=d8UyzVKFHvE

Anúncio do plano (3’35’’): https://www.youtube.com/watch?v=FZxNN0EgbOk

Medidas:

- Bloqueio dos ativos financeiros – para solucionar:

a. tendência de monetização acelerada e de explosão da demanda agregada em momentos de


desinflação abrupta;
b. elevada liquidez dos haveres financeiros (moeda indexada);
c. tendência de rápido crescimento da dívida mobiliária interna e a fragilidade do esquema de
refinanciamento diário no mercado monetário.
 Saldos dos depósitos à vista e da caderneta de poupança foram convertidos em cruzeiros, no valor máximo de
50 mil cruzados novos – saldos restantes seriam bloqueados por 18 meses, atualizados pelo Bônus do Tesouro
Nacional - BTN fiscal (correção monetária) acrescido de 6% a.a.;
 Os saldos bloqueados: liberados em 12 parcelas iguais e sucessivas a partir de 16 de setembro de 1991;
 Metas trimestrais de expansão monetária;

- Monetização e explosão de demanda (Inflação): reduz o consumo (represamento do consumo ou demanda


reprimida). Um choque anti-inflacionário: reduz a inflação, mas aumenta a demanda, a demanda por moeda e a
demanda agregada e pode gerar inflação futura;

- Moeda indexada: com a inflação elevada, os ativos financeiros se tornaram mais líquidos e retirava das
autoridades monetárias o controle da política monetária: aumento da taxa de juros;

- Crescimento e financiamento da dívida interna: desde a crise da dívida, crescimento da dívida interna (externa
em interna);

- Reforma monetária: para reduzir a liquidez da economia;

Medida provisória nº 168 (15 de março de 1990): Lei 8.024 (12 de abril de 1990) – Plano Collor;

Cruzado novo por cruzeiro (paridade um pra um);

Congelamento de preços e salários até 01/05/1990;

Resultados

Redução da liquidez: bloqueados metade dos depósitos à vista, 80% das aplicações de overnight e fundos de
curto prazo e um terço dos depósitos de poupança;

Redução da inflação: 80% em março de 1990 para 15,5% em abril e 7,6% em maio;

Forte retração da economia:

bloqueio das cadernetas de poupança, dos depósitos e dos ativos financeiros – PIB do segundo trimestre
diminuiu 8,2%;

Setor produtivo: cancelamento de encomendas, redução da produção, demissões, férias coletivas, redução de
salários, redução da jornada de trabalho, atraso no pagamento de dívidas, etc...

Mudança estrutural:

Início da liberalização comercial e promoção da concorrência internacional;

Extinção de institutos governamentais;

Início do desenho do processo de privatização.

Pressões: início da liberação antecipada dos recursos bloqueados de forma aleatório e descongelamento de
preços e salários em maio;

Acelerada remonetização da economia (aumento da liquidez);

Inflação: sobe para 11,75% a.a. em maio/1990 e 20,75% a.a. em janeiro/1991;

Plano Collor II (1991-1992)

Manutenção do congelamento de preços e salários;

Orçamento de ministérios bloqueados;

Controle de despesas das estatais;

Inflação reduziu: 21% em fevereiro de 1991 para 7,43% maio de 1991


Junho: inflação se acelera e a Ministra da fazenda Zélia Cardoso de Melo é substituída por Marcílio Marques
Moreira;

1992: situação fiscal deteriorada e instabilidade política – impeachment;

Recessão e inflação de 25% ao mês e de 2.500% ao ano.

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