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Antigo Regime: séculos XVI-XVIII

Crises de Subsistência: épocas de


baixa produção

Apontamentos de História
A predominância rural
A Europa nos séculos XVI-XVIII era essencialmente rural.
Na passagem do século XV para o século XVI, houve algumas melhorias nas práticas agrícolas:
- alargamento das áreas cultivadas
Séc. XV
- recuo do pousio
Crescimento: Mão de Obra + Produção
- utensílios mais resistentes Demográfico
- introdução de novas culturas (milho, batata, etc.)
- novos contratos de arrendamento que impuseram novas relações senhorios-camponeses

As novas alterações registaram-se sobretudo na Inglaterra, Holanda e Flandres, o resto da


Europa, em termos agrícolas, continuava bastante atrasado.

O dinamismo dos centros urbanos


As cidades foram os centros dinamizadores da economia pré-industrial, eram os locais
indicados para grandes mercados e feiras.
- As regiões mais urbanizadas eram a Inglaterra e Países Baixos, nos quais a população urbana
representava entre 30% e 50%, enquanto no Sul e Este europeus permaneciam rurais.
- Foram os mercadores urbanos que promoveram o desenvolvimento da produção artesanal
que impulsionaram a especialização e mercantilização da economia agrícola.
levou à economia monetária, fazendo aumentar as transações em dinheiro
- Dominando os circuitos comerciais os mercadores-empresários controlavam todos os preços.
Os lucros acumulados davam capacidade de investimento e atuação financeira, contribuindo
para o desenvolvimento dos mecanismos pré-capitalistas.

Crises Económicas
Houve crises de subsistência no Antigo Regime que aconteceram ciclicamente, devido a vários
fatores:
- irregularidades climáticas – viveram-se os invernos podres e geadas da primavera
- más colheitas – resultado da dependência da agricultura face ao clima
- carestia – principalmente de cereais, o alimento-base
- inflação, subalimentação e fome

A tendência demográfica
A Demografia do Antigo Regime condicionava a tendência económica.
Este regime demográfico é caracterizado por:
- elevadas taxas de natalidade (40%)
- altas taxas de mortalidade (30% a 35%)
- a mortalidade infantil era muito elevada:
- 1 em cada 4 crianças não completava 1 ano de vida
- outras tantas não atingiam os 20 anos de idade
- a esperança de vida à nascença era baixa (30-33 anos de idade)
- a população europeia era jovem, devido à alta natalidade e baixa esperança de vida
- a Europa registava uma taxa populacional baixa, por causa da alta mortalidade
Século XVII
Fome
Maus Anos
Crises Demográficas Agrícolas
- são de caráter cíclico e muito marcantes no Antigo Regime
Guerras Civis
- ocorrem quando: Doenças
Revoltas Sociais
- há uma rutura brusca e violenta na evolução da população Pestes Epidemias
- a mortalidade dispara para 3x ou mais que os valores normais

Pode-se concluir de os séculos XVI e XVIII foram épocas de crescimento económico, e o século
XVII foi um período de estagnação e crise.

Transição no século XVIII para uma demografia moderna


Fatores que contribuíram:
- melhorias climáticas
- introdução de novos alimentos (milho, batatas, etc.) contribuíram para combater as
ausências de trigo
- os legumes e fruta permitiram uma melhor alimentação
- melhoria dos transportes que levou à melhor circulação de alimentos
- melhorias das habitações que eram agora menos frias e mais higiénicas
- promoção de medidas de saúde pública, pelo Estado e governos
- aparecimento da ratazana que contribuiu para eliminar o rato negro, responsável pela peste
- a utilização do quinino para debelar a febre, e a descoberta da vacina contra a varíola
- a assistência durante o parto, que permitiu melhorar as condições dos nascimentos
- alteração dos cuidados com as crianças melhorou as condições de vida infantis e diminuiu a
mortalidade infantil

Afirmação da Fachada Atlântica


Portugal
- foi o pioneiro no arranque dos Descobrimentos
- partiu para a expansão com o objetivo principal da exploração comercial e construiu um
império disperso mas abrangente a quase todas as áreas do planeta
- fazia negociações pacíficas com os nativos para obter os produtos pretendidos

Espanha
- concentrou-se mais na conquista territorial e construiu um império mais concentrado
- conquistado pela força e pelos exércitos, nas regiões da América Central e Sul

O que motivou Portugal a expandir-se no século XV?


- falta de ouro
- afirmação política e militar da nova dinastia de Avis
- curiosidade científica
- expansão da fé cristã, por parte do clero
- interesses comerciais da burguesia
- ambição da nobreza (terras e cargos)
- carência de cereais
Condições que propiciaram a expansão portuguesa
- localização geográfica de Portugal
- conhecimentos técnicos e científicos e trazidos judeus e muçulmanos
- condições humanas (marinheiros experientes; nobreza e burguesia ambiciosa)
- situação política e social: paz com Castela e afirmação da burguesia e nobreza
- condições naturais (portos naturais; estuários e praias)

Portugal
Os negócios da costa ocidental africana cedo mostraram ser uma empresa lucrativa
A riqueza dos produtos chamou a Lisboa comerciantes, mas também concorrência

Para assegurar o comércio nas áreas descobertas a Coroa adotou medidas preventivas:
- a exigência de um quinto do lucro obtido dos produtos
- o exclusivo da concessão de licenças de exploração e comércio

No reinado de D. João II, a Coroa passou a ter maior intervenção nos Descobrimentos. D. João
impôs-se à nobreza e definiu uma política de monopólio régio do comércio e navegação
ultramarina.

No reinado de D. Manuel I, Portugal chegou à Índia e ao Brasil, pondo em contacto direto os


diferentes povos e economias de todos os continentes iniciou um processo de globalização

Marinheiros e comerciantes portugueses desviaram o litoral atlântico o comércio de marfim,


peles, plantas tintureiras, ouro, escravos, dando origem à Rota da Guiné e Rota da Mina.

A Índia era um foco de interesse, porque tinha o produto mais procurado e mais valioso da
altura, devido à sua raridade e grande utilidade: as especiarias orientais.

Entreposto Comercial: local de depósitos ou armazéns de mercadorias, trazidas de vários


sítios, e ali são trocadas, vendidas ou levadas a outros mercados.

Feitorias: estabelecimento de caráter exclusivamente comercial.

Comércio Triangular: comércio atlântico entre os continentes europeu, africano e americano.

Comércio
- em Portugal, era feito pelos segundos filhos dos nobres, que não inovavam nem reinvestiam
o lucro obtido, gastando-o em luxos e bens supérfluos
- o monopólio régio Português impedia o desenvolvimento da burguesia e do país em si, e os
lucros obtidos com os produtos das colónias eram gastos nas necessidades excessivas do clero
e nobreza
- no Norte da Europa, o comércio era feito por uma burguesia dinâmica que investia os seus
lucros, porque a atividade mercantil não era considerada honrosa pela nobreza

À nobreza apetecia-lhe cargos ultramarinos, devido ao fácil alcance de honras e mercês


públicas, e rapidamente se juntavam boas fortunas. Estes eram os fidalgos-mercadores.
Assim, Portugal praticamente não produzia, adquirindo quase todos os bens necessários de
Flandres e praticando apenas “comércio de passagem”.

Fatores contribuintes ao não desenvolvimento


- concorrência de outros países europeus
- Portugal viu assim diminuírem os seus lucros comerciais
- a Coroa recorreu a empréstimos e ao aumento dos impostos

Espanha
- tinham chegado à América
- depararam-se com civilizações desenvolvidas socialmente: Mais e Astecas
- a conquista de territórios foi feita pela força dos exércitos espanhóis
- a principal motivação foi a exploração do ouro e da prata
- tal como Portugal tinha a Casa Da Índia, Espanha tinha a Casa da Contratação, para
administrar e fiscalizar todos os assuntos relacionados com as colónias

Atração dos meios mercantis Portugueses


O domínio mundial dos países ibéricos despertou o interesse da Holanda, França e Inglaterra.
- Em 1480, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Alcáçovas, que dividia o globo por um
paralelo, em que a parte norte era espanhola, e a sul portuguesa.
- Mas tarde, em 1494, os países assinaram o Tratado de Tordesilhas, que dividia o mundo
por um meridiano. Assim entrou em vigor a política do mare clausum – monopólio ibérico.
- Assim começaram os ataques piratas por parte dos Holandeses, Franceses e Ingleses.
- O direito de descoberta foi substituído pelo de conquista, e os Holandeses, Franceses e
Ingleses impuseram, anulando o mare clausum, o mare liberum.

Na primeira metade do século XVI, Lisboa era o ponto de ligação entre as rotas do grande
comércio ultramarino.
Na segunda metade do mesmo século, passa a ser Sevilha, por causa da prata americana.
Porém, nos finais do século XV, a Antuérpia tornou-se o principal mercado de redistribuição
dos produtos americanos e asiáticos. Este lugar de topo deveu-se à primazia que Portugal
concedeu em estabelecer lá a sua principal feitoria.

Portugal importava muito da Antuérpia têxteis. Não desenvolveu aquelas indústria porque lhe
era economicamente mais vantajoso importar os produtos já transformados.

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