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Módulo 1
FEVEREIRO 2015
O CICLO DO PAU-BRASIL
Espalhada por larga parte da costa brasileira, e com relativa intensidade, observou-
se uma espécie vegetal que se extraía uma matéria corante empregada na tinturaria, o
pau-brasil. A primeira concessão data de 1501 e foi outorgada a Fernando de Noronha e
um grupo de mercadores judeus. Foi rápida a decadência da exploração do pau-brasil.
Em alguns decênios esgotara-se o melhor das matas costeiras.
A EMPRESA AÇUCAREIRA
A ocupação efetiva se deu entre 1530-1640. A exploração agrícola na colônia
portuguesa na América foi um fato inédito. As dificuldades eram enormes: o produto
deveria estender-se, ocupando territorialmente em larga escala para permitir um cordão
de defesa deste território; os fretes eram caros e para ser rentável, o produto deveria ser
comercializado em larga escala na Europa.
Fatores de êxito: a) A experiência portuguesa na produção e na comercialização
do açúcar na Europa (concorrência com os venezianos; influência genovesa na
comercialização dos primeiros equipamentos a Portugal, dando origem a indústria
lusitana de equipamentos para engenhos açucareiros); b) financiamento para instalações
produtivas, refinação e comercialização do açúcar assumido pelos flamengos; c) A
experiência portuguesa no tráfico de escravos.
Razões do Monopólio. O sucesso português na América foi motivado pelo
declínio da colonização espanhola (baixo intercâmbio com as colônias, alto custo para
os fretes, alto fluxo monetário, inflação, déficit na balança comercial, fim da união das
coroas portuguesa e espanhola, 1580-1640).
O pacto colonial foi um dos elementos básicos constituintes da política econômica
mercantilista. Consistia basicamente no exclusivismo colonial da metrópole (Coroa e
Companhias de Comércio de capital misto ou estatal) em relações às suas colônias,
subordinando-as por meio de um conjunto de medidas econômicas e políticas.
Plantation: Sistema de propriedades agrícolas de grandes proporções em que se
praticava a monocultura por meio da exploração da mão de obra escrava, durante a era
colonial. A produção oriunda dessas terras destinava-se, prioritariamente, à exportação.
Introduzido pelos portugueses nas ilhas de São Tomé, foi desenvolvido no Brasil, nas
Antilhas e no Sul dos Estados Unidos. Esse sistema era um dos elos que sustentavam a
empresa mercantil, colonial e escravocrata.
A mão de obra nativa indígena foi importante na etapa inicial de instalação na
colônia. A mão-de-obra africana chegou para expandir a empresa que já estava
instalada. A partir de 1559 inicia-se o tráfico de escravos no Brasil.
Desde sua implantação, no século XVI, até quase final do século XVIII, a
produção açucareira foi o eixo da economia colonial. A colônia portuguesa foi líder da
produção mundial até o século XVII. A renda per-capta na passagem do século XVI
para o século XVII entre os colonos de origem européia era bem maior da que
prevalecia na Europa. Mais que 90% da renda da economia açucareira se concentrava
nas mãos da classe dos proprietários de engenhos e de plantações de cana, contudo um
volume substancial do capital empregado fluía para os comerciantes não-residentes.
O fluxo de renda da economia açucareira e o seu crescimento estava baseado na
abundância de terras, obtenção de mão de obra elástica, aumento das importações.
Impossibilidade de um crescimento com base no impulso externo que gerasse um
processo de desenvolvimento de auto-propulsão. Ausência de relações diretas entre os
sistemas de produção e consumo. A economia escravista dependia da procura externa.
Origens da Indústria
Autoritarismo
Populismo
Chamam-se de populismo uma série de movimentos políticos que se
propõem a colocar, no centro de toda ação política, o povo enquanto massa,
desqualificando a idéia da democracia representativa. Exemplos típicos são o populismo
russo do final do século XIX, que visava transferir o poder político às comunas
camponesas por meio de uma reforma agrária radical ("partilha negra") e o populismo
americano dos EUA da mesma época, que propunha incentivar a pequena agricultura
pela prática de uma política monetária que favorecesse a expansão da base monetária e
o crédito (bimetalismo).
Historicamente, no entanto, o termo populismo acabou por ser identificado
com certos fenômenos políticos típicos da América Latina, principalmente a partir dos
anos 1930, estando associado à industrialização, à urbanização e à dissolução das
estruturas políticas oligárquicas em que o poder político encontra-se firmemente na mão
de aristocracias rurais.
A característica básica do populismo é o contato direto entre as massas
urbanas e o líder carismático (caudilho), supostamente sem a intermediação de partidos
ou corporações. A idéia geral é a de que o líder populista procura estabelecer um
vínculo emocional (e não racional) com o "povo" para ser eleito e governar. Isto implica
num sistema de políticas, ou métodos utilizados para o aliciamento das classes sociais
de menor poder aquisitivo além da classe média urbana, entre outros, procurando a
simpatia daqueles desarraigados para angariar votos e prestígio - resumindo,
legitimidade - para si. Isto pode ser considerado um mecanismo mais representativo
desta forma de governo.
O populismo, desde suas origens, foi encarado com desconfiança pelas
correntes políticas mais ideológicas da Esquerda e da Direita. A Direita (como
representada, por exemplo, pelo anti-varguismo da UDN brasileira, ou no anti-
peronismo da União Cívica Radical/UCR Argentina) sempre apontou para seus aspectos
plebeus, suas práticas vulgares e para as atitudes supostamente "demagógicas"
(concessão irresponsável de benefícios sociais e gastos públicos) que a prática populista
comportava; a Esquerda, especialmente a comunista, apontava para o caráter reacionário
e desmobilizador das benesses populistas, que se contrapunham às lutas organizadas da
classe operária e faziam tudo depender da vontade despótica de um caudilho
bonapartista. Uma maneira de enxergar a questão é que o populismo, na América
Latina, foi um poderoso mecanismo de integração das massas populares à vida política,
mas realizou tal incorporação de forma "subordinada", colocando a figura de um líder
carismático e mais ou menos autoritário como tampão entre as massas e o aparelho de
Estado, favorecendo o desenvolvimento econômico e social, mas dentro de uma
moldura estritamente burguesa.
BIBLIOGRAFIA
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Ed. Nacional, 21ª. ed. 1986
REGO, José Márcio e MARQUES, Rosa Maria. Economia Brasileira. Ed. Saraiva, 2ª.ed
2006.
REGO, José Márcio e MARQUES, Rosa Maria. Formação econômica do Brasil Ed.
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