A partir do novo milênio, a europa passou por uma série de transformações
que alteraram a “sociedade feudal”: As invasões bárbaras começavam a diminuir. o domínio muçulmano na península ibérica enfraqueceu, dando lugar aos cristões no território. Introdução de novas técnicas agrícolas, o que permitiu um aumento da produção e satisfação das necessidades da crescente população. A produção foi tão grande, que gerou excedentes e intensificou as relações comerciais, promovendo grande fluxo populacional às cidades. Muitos costumes medievais levaram séculos para serem abolidos, e foi nesse período que a base do capitalismo começou a ser formada.
2. Aumento na população e na produção
Com a diminuição de invasões, e condições de vida mais estáveis, a
europa passou por um crescimento demográfico significativo, e isso acarretou o aumento do mercado, tanto de trabalhadores quanto consumidores. Foi intensificada a prática do arroteamento: “abertura constante de novas áreas de cultivo”, florestas foram devastadas e áreas alagadas foram drenadas. 3. Desenvolvimento de CIDADES e ROTAS COMERCIAIS
Mais de 80% das pessoas viviam no campo, mas a expansão
demográfica trazia vários camponeses, que se desvencilhavam da servidão de diversos meios para trabalhar nas cidades. A saída dos camponeses era bem tolerada, já que o crescimento da mão de obra gerava aumento das despesas feudais. Junto à esse movimento, trabalhadores especializados (profissões) começaram a surgir. As cidades surgiam a partir de feiras, nas margens dos rios, ou em torno dos castelos, para serem seguras, e essas começaram a ser chamadas de BURGOS. (os habitantes, burgueses) A nobreza utilizava do excedente da produção para comercializar com outras cidades ou feudos, tornando os “burgos” importantes fontes de renda. (Vale lembrar que a nobreza taxava todas as mercadorias comercializadas, principalmente em feiras, com seu exército) CARTA DE FRANQUIA: Concessão que assegurava a desobrigação do pagamento de tributos e a independência das cidades. Existiram importantes e estratégicas rotas comerciais no mediterrâneo, já que ele conecta a europa e o oriente médio LIGA HANSEÁTICA: Associação de mercadores germânicos, com participação de 80 cidades. 4. Organização das cidades e do comércio Os burgos propiciaram a formação de GUILDAS, associações de mercadores com objetivo de controlar as rotas comerciais e o comércio na cidade, punindo os monopólios, controlando preços e limitando mercadores estrangeiros. CORPORAÇÕES DE OFÍCIO: ensinavam os ofícios, tendo dentro da corporação várias oficinas, e garantiam monopólio da criação de certos produtos no comércio local. Posições nas corporações: Mestres de ofício, oficiais ou jornaleiros(trabalhadores experientes) e aprendizes. 5. Universidades e Artes O crescimento das cidades levou à criação das primeiras escolas urbanas, algumas delas se tornaram universidades. O impulso para a criação das universidades foi da IGREJA, por meio das bulas dos papas, ou seja, decretos, visando o aprendizado de Teologia, Direito, Medicina, Línguas, Matemática e Física. Movimento escolástico: Buscavam conciliar a fé e a razão, inspirados na filosofia grega. ( Divididos em: Trivium – gramática, retórica e dialética e Quadrivium – geometria, aritmética, astronomia e música) Século XIII – 40 universidades na europa, em latim. Criações: Arte românica e arquitetura gótica 6. Cruzadas Expedições militares empreendidas por cristãos e legitimadas pela Igreja contra muçulmanos, chamados “infiéis”, com o objetivo de acabar com o domínio muçulmano em Jerusalém. A guerra de reconquista cristã já ocorria na península ibérica, que desde o século VIII estava tomada pelos mousos(praticantes do islamismo) Para reunir um grande exército, o papa Urbano II concedeu à todos os soldados a indulgência, ou seja, a remissão total dos pecados. Alguns nobres utilizaram esses movimentos para conseguirem terras e riquezas. 7. Principais Cruzadas Primeira cruzada (1095-1099) – Cruzada dos nobres, obteve sucesso conquistando jerusalém e fundando um reino temporário, que teve seu fim próximo.(deu origem aos templários e Hospitalários). Cruzada dos mengidos(1096) – Concedido por Pedro, o Eremita. Reuniu pessoas do povo e não teve apoio da igreja. Devido à falta de experiência, todos foram mortos pelos turcos muçulmanos. Segunda cruzada(1147-1149) – Falhou na tentativa de reconquistar Jerusalém Terceira cruzada(1189-1192) – Cruzada dos reis da Inglaterra, França e do Sacro Império Romano Germânico, não obteve sucesso e finalizou um acordo com Saladino, o líder dos turcos, que não permitiu peregrinações de cristãos a Jerusalém. Quarta cruzada(1202-1204) Cruzada comercial, se desviou do objetivo inicial(reconquistar jerusalém). Os venezianos junto aos cruzadosinvadiram e saquearam Constantinopla, e passaram a controlar todo o Mediterrâneo. Cruzada das crianças(1212) Liderado por um menino alemão, reuniu vários jovens camponeses, só alcançou Genova e muitos foram capturados e vendidos como escravos no mediterrâneo Quinta cruzada(1217-1221) Não conseguiu conquistar o Egito Sexta cruzada(1228-1229) Reconquistou e em seguida perdeu Jerusalém Sétima cruzada(1248-1250) Tentou conquistar o Egito denovo, fracassou e o rei Luís IX foi preso. Oitava e última crusada(1270) Logo após desembarcar na Tunísia, todos morreram por uma epidemia. (São Luís, rei foi canonizado pela igreja).
8. Cruzada Albingense e a Inquisição
Papa Inocêncio III convocou uma Cruzada para perseguir quem se opunha à igreja. Para julgar essas pessoas, o papa Gregório IX, em 1233 criou um órgão chamado de Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício. 9. Reflexos das Cruzadas As cruzadas aceleraram o fim do feudalismo, desencadeando uma série de mudanças econômicas e sociais no mundo medieval. O comércio entre o oriente e o Ocidente foi intensificado, a nobreza foi enfraquecida(devido as mortes nas cruzadas e também ao empobrecimento de algumas famílias), a burguesia foi fortalecida e o período após as cruzadas foi marcado por uma maior tolerância entre cristãos e muçulmanos, e a Igreja ficou abalada com o resultado das Cruzadas. 10. Crise do século XIV Grave crise econômica e social, que abalou profundamente a estrutura do sistema feudal, causada pelos motivos que serão citados. 11. Peste Negra Apesar do crescimento populacional e econômico, as pessoas ainda tinham péssima higiene e grande parte dos habitantes vivia na pobreza. As cruzadas trouxeram o interesse europeu por artigos luxuosos dos bizantinos, essa comercialização se intensificou mas os navios continham milhares de ratos nos porões. Nas cidades europeias, os ratos tinham o ambiente proprício para a proliferação de doenças como a peste bulbônica-negra. Transmitida por meio da picada de pulgas infectadas. Além da carência higiênica, também existia uma grande falta de alimentos, e o período de 1315-1317 trouxe um desiquilíbrio climático devido ao desmatamento para áreas de plantio. Ocorreram chuvas ininterruptas que devastaram colheiras, aumentando o preço dos alimentos e causando a fome de todos os habitantes pobres. (GRANDE FOME) A peste era altamente contagiosa e isso levou à morte de um terço da população europeia na época. Ela permaneceu no continente até o século XVIII e abriu novas perspectivas para o mundo ocidental.
12. Revoltas populares
A epidemia causou a escassez da mão de obra, houve uma valorização do trabalho rural e os camponeses passaram a exigir melhores recompensas e diminuições das obrigações feudais. A nobreza estava enfraquecida, e fez exatamente o contrário do desejo dos camponeses, e isso levou à violência. 13. GUERRA DOS CEM ANOS (1337-1453) RAZÕES: Disputa do trono francês por Eduardo II, rei da Inglaterra e Filipe de Valois, sobrinho do rei Felipe, o belo, da frança. Disputa pela rica região comercial e manufatureira de Flandres. No início da guerra, os ingleses eram superior militarmente, e, por isso, foram vencendo os franceses e invadindo seus territórios. Uma trégua ocorreu com o avanço da peste negra no território francês. Quando a guerra recomeçou, os franceses continuaram sendo derrotados, e em 1360 foi assinado um tratado de paz, no qual a frança aceitava a soberania inglesa em vários territórios do continente. Sempre inclinada pelos interesses ingleses, a jovem Joana d’Arc (camponesa) contribuiu para mudar os rumos do conflito. Em 1429, quando os ingleses estavam quase dominando a cidade francesa “Orléans”, ela se apresentou ao rei Carlos VII, e disse que foi encaminhada por deus para expulsar os ingleses da frança, a menina dizia-se inspirada por são Miguel. Liderando um pequeno exército, a jovem venceu várias batalhas, virando o quadro geral da guerra. Ela contribuiu para romper com o particularismo feudal francês, e deu início à formação do Estado nacional, garantindo a coroação de Carlos VII. A jovem acabou sendo capturada pelos ingleses, acusada de bruxaria pela inquisição, e queimada viva em 1432. (sendo canonizada como Santa Joana d’Arc) Em 1453, os franceses tomaram a cidade de Bordéus, último reduto dos ingleses, e acabando a guerra. A frança acabou com uma centralização política e todo o território original, e a Inglaterra acabou com crises internas, que aumentaram a rivalidade entre os nobres, e uma guerra civiu pela família dos Yorks contra os Lancasters ocorreu, a “Guerra das Duas Rosas”. A guerra dos Cem Anos é a última guerra feudal, e a primeira moderna, já que acabou com uma disputa entre exércitos organizados pelo Estado. Franceses e ingleses desenvolveram um sentimento nacional de “combater o oponente”, dando à guerra uma grande importância na formação dos estados. A guerra dos cem anos acabou como um divisor entre a Idade Média uma nova época: A Idade Moderna.